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JESUS E O VINHO

AS BODAS DE CANÁ

Muitos cristãos bem intencionados crêem que o “bom vinho” que Jesus produziu em Caná (João 2:10) foi “bom” por causa de seu elevado teor alcoólico. Esta crença sustenta-se sobre três principais pressupostos. Primeiro, presume-se que os judeus não sabiam como evitar a fermentação do suco de uva; e sendo que a estação do casamento foi pouco antes da Primavera (cf. João 2:13), ou seja, seis meses após a colheita da uva, o vinho utilizado em Caná tinha amplo tempo para fermentar.

Em segundo lugar, presume-se que a descrição dada pelo mestre do banquete quanto ao vinho propiciado por Cristo como “o bom vinho” significa um vinho alcoólica de alta qualidade. Em terceiro lugar, presume-se que a expressão “beberam fartamente “ (João 2:10), empregada pelo mestre do banquete, indica que os convidados estavam intoxicados por terem estado bebendo vinho fermentado. Conseqüentemente, o vinho que Jesus fez deve também ter sido fermentado.

Em face da importância que essas pressuposições desempenham em determinar a natureza do vinho propiciado por Cristo, examinaremos brevemente cada uma delas.

O primeiro pressuposto é desmentido por numerosos testemunhos do mundo romano dos tempos do Novo Testamento que descrevem vários métodos de preservar o suco de uva. Vimos no boletim ENDTIME ISSUES No. 81 que a preservação de suco de uva não-fermentado era em certos aspectos um processo mais simples do que a preservação de vinho fermentado. Destarte, a possibilidade existia de suprir suco de uva não-fermentado na boda de Caná, próximo à estação a Páscoa, uma vez que tal bebida podia ser mantida sem fermentação por todo o ano.

“O Bom Vinho”. O segundo pressuposto é de que o vinho que Jesus propiciou foi chamado de “o bom vinho” (João 2:10) pelo mestre do banquete por causa de seu nível elevado de teor alcoólico toma por base o gosto dos bebedores do século vinte que definem um bom vinho em grande medida por seu vigor alcoólico. Isto, porém, não é necessariamente verdadeiro no mundo romano dos tempos neotestamentários, quando os melhores vinhos eram aqueles cuja potência alcoólica havia sido removida por fervura ou filtração.

Plínio, por exemplo, declaa que os “vinhos são de maior benefício (utilissimum) quando todo o seu vigor havia sido removido pelo filtrador”.1 De modo semelhante, Plutarco assinala que o vinho é “muito mais agradável de se beber” quando “nem inflama o cérebro nem infesta a mente ou as paixões” 2 porque sua força foi removida mediante freqüente filtragem.

O Talmude indica que beber sob o acompanhamento de instrumentos musicais em ocasiões festivas, como numa festa matrimonial era proibido.3 Esta última afirmação é confirmada por testemunhos posteriores de rabinos. Por exemplo, o Rabino S. M. Isaac, um destacado rabino do século XIX e editor do The Jewish Messenger, diz: “Os judeus, em suas festas para propósitos sagrados, inclusive a festa matrimonial, jamas empregam qualquer tipo de bebida fermentada. Em suas oblações e libações, tanto em privado como em público, empregado o fruto da vide--ou seja, uvas frescas--suco de uva não-fermentado, e passas, como símbolo de bênção. A fermentação é para eles sempre um símbolo de corrupção”.4 Conquanto a declaraçao do Rabino Isaac não seja bem exata, uma vez que fontes judaicas não são unânimes quanto ao tipo de vinho a ser empregado durante festivais sagrados, ainda indica que alguns judeus empregavam vinho sem fermento por ocasião de festas matrimoniais.

“Beberam Fartamente”. O terceiro pressuposto de que a expressão “beberam fartamente” (João 2:10) indique que os convivas da festa matrimonial estavam intoxicados e assim o “bom vinho” propiciado por Cristo deve também ter sido intoxicante, interpreta e aplica mal o comentário do mestre do banquete, e passa por alto o uso mais amplo do verbo. O comentário em questão não foi feito com referência a essa festa matrimonial em particular, mas à prática geral entre os que promoviam festas: “Todos costumam pôr primeiro o bom vinho e, quando já beberam fartamente, servem o inferior . . “. (João 2:10). Esse comentário faz parte das atividades regulares de um mestre de banquete contratado, antes que ser uma descrição real do estado de intoxicação numa festa em particular.

Outra consideração importante é o fato de que o verbo grego methusko, traduzido por alguns como “bem bêbado”, pode também significar “beber livremente”, como vertido na Revised Stardard Version (em inglês), sem qualquer implicação de intoxicação. Em seu artigo sobre este verbo no Theological Dictionary of the New Testament, Herbert Preisker faz notar que “Methuskomai é utilizado sem qualquer julgamento ético ou religioso em João 2:10, em ligação com a regra de que o vinho mais pobre é servido somente quando os convidados tinham bebido bem”.5

Implicações Morais. O verbo methusko em João 2:10 é usado no sentido de saciar. Refere-se simplesmente à grande quantidade de vinho geralmente consumido numa festa, sem qualquer referência a efeitos intoxicantes. Os que insistem de que o vinho utiizado na festa era alcoólico e que Jesus também forneceu vinho alcoólico, conquanto de melhor qualidade, são induzidos à conclusão de que Jesus providenciou-lhes uma grande quantidade adicional de vinho intoxicante de modo a que os convivas da festa matrimonial pudessem dedicar-se a sua plena indulgência. Tal conclusão destrói a integridade moral do caráter de Cristo.

A coerência moral requer que Cristo não tivesse produzido miraculosamente entre 120 a 180 galões de vinho intoxicante para uso dos homens, mulheres e crianças reunidos nas bodas de Caná, sem tornar-Se moralmente responsável pela intoxicação deles. A coerência escriturística e moral requer que o “bom vinho” produzido por Cristo fosse suco de uva recente e não-fermentado. Isto é respaldado pelo próprio adjetivo empregado para descrevê-lo, ou seja, kalos, que denota o que é moralmente excelente, em vez de agathos, que significa simplesmente bom.6

NOVO VINHO EM ODRES NOVOS


A declaração de Cristo de que “vinho novo deve ser posto em odres novos” (Lucas 5:38; Mateus 9:17; Marcos 2:22), é visto pelos moderacionistas como uma indicação de que Jesus recomendou o uso moderado do vinho alcoólico. Este ponto de vista apóia-se no pressuposto de que a frase “vinho novo” significa o vinho recém-esmagado, mas já num estado de fermentação ativa. Tal vinho, alega-se, so podia ser colocado em novos odres porque os odres velhos arrebentariam sob pressão.

Fermentado Vinho Novo? Esta interpretação popular é muito imaginativa mas de pouco fundamento. Qualquer um familiarizado com a pressão causada pela fermentação causadora de gás sabe que nenhuma recipiente, seja de vidro ou couro, pode resistir à pressão do novo vinho fermentado. Como Alexander B. Bruce assinala, “Jesus não estava pensando absolutamente em vinho fermentado, intoxicante, mas de 'mosto', uma bebida não intoxicante, que podia ser mantida com segurança em recipientes novos de couro, mas não em velhos odres que haviam guardado vinho ordinário antes, porque partículas de matéria albuminóide aderida ao couro produziria a fermentação e desenvolveria o gás com uma enorme pressão”.7

O único “vinho novo” que podia ser guardado em segurança em novos odres era o mosto não fermentado após ter sido filtrado ou fervido. Columella, o renomado agriculturista romano que foi contemporâneo dos apóstolos, ateste que uma “jarra de vinho novo” era empregada para preservar mosto fresco, não-fermentado. “Para que o mosto permaneça sempre doce como se fosse recente, fazei do modo seguinte: antes que as cascas de uva sejam colocadas sob a prensa, tomai da vasilha uma parte do mosto mais novo possível e colocai-o numa jarra nova [amphoram novam], daí espalhe-o e o cubra cuidadosamente com piche, de modo que nenhuma água seja capaz de introduzir-se”.8

Significado simbólico. Esta interpretação é confirmada mais adiante pelo significado simbólico do que Cristo disse. A imagem do vinho novo em odres novos é uma lição ilustrativa da regeneração. Como Ernest Gordon habilmente explicou, “os odres velhos, com seu sedimento alcoólico, representavam a natureza corrupta dos fariseus. Não podia ser posto o vinho novo do Evangelho neles. Eles poderiam fermentá-lo. “Não vim chamar justos, e sim pecadores”. Mais tarde através de sua conversão transformou os novos recipientes, capazes de reterem o vinho novo sem deteriorá-lo (Mar. 2:15-17, 22). Então, pela comparação do vinho intoxicante com o farisaísmo degenerado, Cristo confidenciou, claramente, qual era a sua opinião de vinho intoxicante”.9

“É bom notar”, continua Ernest Gordon, “como nesta ilustração casual, ele [Cristo] identifica vinho em conjunto com o vinho não fermentado. Vinho fermentado é determinado como não reconhecido. Poderia ser colocado em qualquer tipo de odre, conquanto miserável e corrupto. Mas vinho novo é como pano novo que é muito bom para ser usado no conserto de trapos. É algo limpo e saudável, exigindo um recipiente limpo. O modo natural no qual esta ilustração é usada, sugere, pelo menos, um entendimento geral e realista entre seus ouvintes judeus de que o verdadeiro fruto da videira, o vinho bom, seria não fermentado”.10

O VINHO VELHO É MELHOR?

Em Lucas, a afirmação de Cristo sobre vinho novo em odres novos é seguida por uma declaração semelhante, todavia diferente: “E ninguém, tendo bebido o velho, quer o novo; porque diz: O velho é bom” (Lucas 5:39). Embora este texto não seja encontrado nos outros evangelhos, faz parte integrante da narrativa. Os moderacionistas atribuem fundamental importância a essa declaração porque contém, na visão deles, uma clara recomendação de Cristo ao vinho alcoólico. Kenneth L. Gentry, por exemplo, fala da “quase universal prevalência da preferência do vinho velho (fermentado) sobre o novo (pré ou não-fermentado) entre os homens. O Senhor mesmo fez referência a essa valorização entre os homens, em Lucas 5:39: ‘E ninguém, tendo bebido o velho, quer o novo; porque diz: O velho é bom’”.11

O Significado de “Vinho Novo”. A frase “vinho novo-oinos neos” é usado na Septuaginta (a tradução para o grego do Velho Testamento), para traduzir tanto vinho fermentado em Jó 32:19, como o suco de uva não fermentado em Isaías 49:26. Em traduções posteriores o hebraico asis é o que designa suco de uva não fermentado.

Na passagem em consideração é legítimo deduzir que “vinho novo” tem o mesmo significado que em todas as passagens, porque ele é usado, consecutivamente, sem nenhuma insinuação à mudança de significado. As metáforas de ambos, dizem, são usadas sem confusão ou contradição. Este termo “vinho novo” do verso 38 é, como mostrado claramente, o mesmo que deve ser verdade do “vinho novo” do verso 39.

Significado de “Vinho Velho”. Antes de discutir se Cristo expressou ou não um julgamento da qualidade superior do “vinho velho” sobre o “vinho novo”, é importante determinar se o “vinho velho”, referia-se ao fermentado ou ao não-fermentado. Do ponto de vista da qualidade, a idade “melhora” o sabor não só do fermentado, mas também do suco de uva não-fermentado. Conquanto nenhuma mudança química ocorra, o suco de uva adquire um sabor mais refinado sendo conservado, pois partículas finas e delicadas separam-se da matéria albuminosa e outras sedimentações. Assim, o “vinho velho” considerado bom, poderia referir-se ao suco de uva preservado e melhorado pela idade.

O contexto, porém, favorece o significado de vinho fermentado, uma vez que Cristo utilizou a metáfora do “vinho velho” para representar as velhas formas de religião, e o “vinho novo” para as novas formas de vida religiosa que Ele ensinava e inaugurava. Neste contexto, o vinho velho fermentado representa melhor as formas corruptas da velha religião farisaica.

O “Vinho Velho” é Melhor? À luz desta conclusão resta determinar se Cristo, através dessa declaração, está expressando um juízo de valor da superioridade do “vinho velho” (fermentado) sobre o “vinho novo” (não fermentado). Uma leitura cuidadosa destes textos indica que quem diz “o velho é bom” não é Cristo, mas alguém que tenha bebido o “vinho velho”. Em outras palavras, Cristo não está expressando Sua própria opinião, mas a opinião daqueles que adquiriram um gosto por vinhos velhos. Ele disse, simplesmente, que alguém que tivesse adquirido gosto por vinhos velhos não gostaria do novo. Sabemos ser este o caso. Beber bebida alcoólica gera um apetite por bebidas estimulantes e não por sucos sem álcool.

A declaração de Cristo não representa Sua aprovação da superioridade do vinho velho fermentado. Vários comentaristas enfatizam este ponto. No seu comentário sobre o evangelho de Lucas, Norval Geldenhuys diz: “O ponto aqui não tem nada a ver com a comparação do vinho velho com o novo, mas refere-se à predileção pelo vinho velho no caso daqueles que estão acostumados a bebê-lo”.12

R. C. H. Lenski declara a mesma verdade muito sucintamente: “Não foi Jesus que chamou o vinho velho de ‘bom o bastante’, mas aquele que o bebeu. Uma porção de vinho velho é, decididamente mau, porque não foi preparado convenientemente; a idade é uma coisa, excelência pela idade é bem outra”.13

O Contexto do “Vinho Velho”. A opinião de que o vinho velho fermentado é melhor que o vinho novo, seria falsa mesmo que todos na terra cressem nisso! E na passagem que estamos isso é contraditado pelo contexto em que ocorre e pelo propósito integral da ilustração. No contexto imediato Jesus emprega a mesma palavra (palaios) quanto a roupas velhas, que Ele, obviamente, não consideraria melhores do que as novas. A declaração sobre “vinho velho” parece contradizer a anterior sobre “roupas velhas”, mas a contradição desaparece quando se compreende o propósito da ilustração.

O propósito da ilustração não é elogiar a superioridade do vinho velho, mas advertir contra um exagero das velhas formas de religiosidade promovida pelos fariseus. A religiosidade consistia, como indicado no verso 33, no cumprimento de práticas ascéticas externas tais como os freqüentes jejuns e as orações públicas. Para justificar o fato de que Seus discípulos não aderiam às formas externas de religiosidade, Cristo usou quatro ilustrações: os convidados do casamento que não jejuam na presença do noivo (vv 34-35); roupas novas não eram usadas como retalho em roupas velhas (v. 36); o vinho novo não era colocado em odres velhos (vv. 37-38); vinho novo não era apreciado por aqueles acostumados a beber vinho velho (v. 39).

O propósito comum de todas as quatro ilustrações é ajudar as pessoas acostumadas com as velhas formas de religião, e alheias à nova forma de vida religiosa ensinada por Cristo, a perceberem que o velho parece bom apenas para aqueles que não estão acostumados com o novo, que é propriamente o melhor. Neste contexto, o vinho velho fermentado parece bom apenas para quem que não sabe que o vinho novo é o melhor.

FOI JESUS UM GLUTÃO E BÊBADO?

Mais de dezenove séculos atrás, Jesus foi acusado de ter sido um “glutão e um bêbado”, porque Ele veio “comendo e bebendo” (Luc. 7:33; Mat. 11:19). Moderacionistas encontraram na descrição de Jesus de Seu próprio estilo de vida de “comer e beber” (Mat. 11:19; Luc. 7:34) uma prova indiscutível de que Ele admitia, abertamente, usar vinho alcoólico. Além disso, discute-se que Jesus deve ter bebido vinho alcoólico para Seus críticos acusá-lo de Ser um “bêbado”.

Estilo de Vida Social. Esta interpretação ignora várias considerações importantes. A frase “comendo e bebendo” é usada como idiomatismo para descrever a diferença entre o estilo de vida social de Jesus e o de João Batista. João veio “não comendo pão, nem bebendo vinho” (Luc. 7:33), para dizer, que ele viveu um estilo de vida de completo isolamento, e que Cristo veio “comendo e bebendo”, para dizer, que Ele viveu um estilo de vida social de livre associação.

Nenhuma Menção de “Vinho”. Um ponto significativo passado por alto freqüentemente é que Jesus não mencionou “vinho” na descrição de Seu próprio estilo de vida. Enquanto que de João Batista, Jesus disse que ele veio “não comendo pão, nem bebendo vinho”, de Si mesmo Ele disse simplesmente: “Veio o Filho do Homem, que come e bebe”. Se Jesus procurasse ser conhecido, ao contrário de João Batista, então poderia ter repetido a palavra “vinho” por causa da ênfase e clareza.

Por recusar especificar quais os tipos de alimentos ou bebidas que consumia, Cristo poderia ter desejado privar Seus críticos de qualquer base para sua acusação de glutonaria e embriaguez. A omissão de “pão” e “vinho” na segunda declaração (Mateus os omite em ambas as declarações) bem poderia ter sido planejado para expor a falta de sentido da acusação. Em outras palavras, Jesus parece dizer: “Meus críticos me acusam de ser um glutão e bêbado, só porque Eu não tomo alimentos sozinho mas como freqüentemente na presença de outras pessoas. Eu como socialmente. Mas meus críticos, de fato, não sabem o que Eu como”.

Mesmo supondo que Seus críticos realmente vissem Jesus bebendo alguma coisa, eles poderiam tê-Lo acusado de ser um bêbado, mesmo que o vissem bebendo suco de uva, ou até água. No dia de Pentecostes os críticos acusaram os apóstolos de estarem bêbados com suco de uva (gleukos--Atos 2:13). Isto mostra que não importava o que Jesus tivesse bebido, Seus críticos inescrupulosos O caluniariam como um bêbado.

Acusação Crítica Perigosa. Deduzir que Jesus devia ter bebido vinho porque Seus críticos O acusaram de ser um “bêbado”, significaria aceitar como verdade as palavras dos inimigos de Cristo. Em outras duas ocasiões seus críticos acusaram Jesus: “Tens demônio” (João 7:20; 8:48). Se acreditarmos que Cristo bebeu vinho alcoólico porque Seus críticos O acusaram de ser um bêbado, então teríamos também que acreditar que Ele tivesse demônio. O absurdo de tal raciocínio mostra que aceitar as acusações desses críticos não é uma base segura para definir o ensinamento bíblico.

Jesus respondeu a este ataque sem base de Seus críticos: “Mas a sabedoria é justificada por todos os seus filhos” (Luc 7:35). A evidência textual divide-se entre “filhos” e “obras”, mas o significado dessa obscura declaração permanece a mesma, a saber, que a sabedoria é para ser julgada pelos seus resultados. A sabedoria de Deus é vindicada pelas boas obras que elas geram. Assim, deduzir na base das alegações de Seus críticos de que Jesus bebeu vinho mostra completa falta de sabedoria. Os resultados de Sua vida de abnegação falam por si mesmos.

O VINHO COMUM

A importância fundamental é atribuída ao “vinho” da Última Ceia porque Cristo não apenas o usou, mas do mesmo modo ordenou que fosse usado até o fim dos tempos como memorial de Seu sangue redentor (Mat. 26:28-29; Mar. 14:24-25). Acredita-se amplamente que o vinho da Última Ceia era alcoólico por duas principais razões: (1) a frase “fruto da videira” é uma expressão figurativa que era usada como equivalente funcional de vinho fermentado, e (2) os judeus supostamente usariam apenas vinho fermentado na Páscoa. Esta crença é desacreditada por várias importantes considerações.

“O Fruto da Videira”. A linguagem da Última Ceia é significativo. Em todos os evangelhos sinóticos Jesus chama o conteúdo da taça de “o fruto da videira” (Mat. 26:29; Mar. 14:25 e Luc. 22:18). O substantivo “fruto” (gennema) denota que é o produto em estado natural, da mesma maneira em que foi apanhado. Vinho fermentado não é o “fruto da videira” natural, mas o fruto da fermentação não natural e decadente. O historiador judeu Flávio Josefo, que foi contemporâneo dos apóstolos, chama explicitamente, os três cachos de uvas frescas prensados numa taça pelo mordomo do Faraó como “o fruto da videira”.14 Isto estabelece que a frase era usada, inequivocamente, para designar a doçura do suco de uva não fermentado.

Se o conteúdo do cálice era de vinho alcoólico, Cristo dificilmente poderia ter dito: “Bebei dele todos” (Mat. 26:27; cf Mar. 14:23; Luc. 22:17), especialmente em vista do fato de que na Páscoa um típico cálice de vinho não continha apenas um gole de vinho, mas aproximadamente meio litro.15 Cristo dificilmente poderia ter ordenado a “todos” os Seus seguidores para beberem o cálice, se este contivesse vinho alcoólico. Há alguns para os quais o álcool, em qualquer forma, é muito prejudicial.

Crianças novas que participarem à mesa do Senhor, certamente não deveriam tocar vinho. Há aqueles aos quais o simples gosto ou o cheiro do álcool desperta um latente desejo por álcool. Poderia Cristo que nos ensinou a orar “livra-nos da tentação”, ter feito de Seu memorial à mesa um lugar de irresistível tentação para alguém e de perigo para todos? O vinho da Ceia do Senhor nunca pode ser tomado livre e festivamente na medida em que seja alcoólico alcoólico e intoxicante.

A Lei da Fermentação. Apoio adicional para a natureza do vinho não-fermentado da Comunhão é provido pela lei mosaica que requeria a exclusão de todos os artigos fermentados durante a festa da Páscoa (Êx. 12:15; 13:6,7). Jesus compreendia o significado da letra e do espírito da lei mosaica relativos às “coisas não fermentadas”, como indicado por Sua advertência contra “o fermento dos fariseus e dos saduceus”. (Mat. 16:6). “Fermento” para Cristo representava a natureza e ensinamentos corruptos, como os discípulos depois entenderam (Mat. 16:12). A consistência e beleza do simbolismo do sangue não pode ser adequadamente representado pelo vinho fermentado, o qual é posto na Bíblia como depravação humana e indignação divina.

Não podemos conceber a Cristo curvando-se para abençoar com oração de graças um cálice que contivesse vinho alcoólico, sobre que a Bíblia nos adverte para não olharmos (Prov. 23:31). Um cálice que intoxica é um cálice de maldição e não “o cálice da bênção” (I Cor. 10:16); é “o cálice dos demônios” e não o “cálice do Senhor” (I Cor 10:21); é um cálice que não pode simbolizar adequadamente a incorruptibilidade e o “precioso sangue de Cristo” (I Ped. 1:18-19). Isto dá razão para acreditarmos que o cálice que Ele “abençoou” e deu a Seus discípulos não continha qualquer “coisa fermentada” proibida pela Escritura.

Testemunhos Históricos. Testemunhos históricos de judeus e cristãos apóiam o uso do vinho não- fermentado na Páscoa/Ceia do Senhor. Louis Ginzberg (1873-1941), respeitado estudioso do Talmude que por quase 40 anos foi presidente do Departamento de Estudos Rabínicos e Talmúdicos do Seminário Teológico Judaico da América, proveu o que talvez seja a mais exaustiva análise das referências do Talmude relativas ao uso do vinho nas cerimônias religiosas judaicas. Ele conclui sua investigação dizendo: “Temos provado, assim, com base em passagens principais tanto do Talmude da Babilônia como de Jerusalém, que o vinho não-fermentado pode ter sido usado lekatehillah (opcionalmente) por Kiddush [a consagração de um festival por meio de um cálice de vinho] e outras cerimônias religiosas do lao de fora do templo”.16

A conclusão de Ginzberg é confirmada pela The Jewish Encyclopedia. Comentando sobre o tempo da Última Ceia, ele disse: “De acordo com os evangelhos sinópticos, pareceria que na quinta-feira à tarde da última semana de sua vida, Jesus com seus discípulos entrou em Jerusalém para comer a refeição da Páscoa com eles na cidade sagrada; se for assim, o pão e o vinho da missa ou serviço de comunhão instituído então por ele como um memorial, seria o pão sem fermento e o vinho não-fermentado do serviço de Seder”.17

O costume do uso do vinho não-fermentado na Páscoa sobreviveu através dos séculos não apenas entre alguns judeus, mas também entre certos grupos de cristãos e igrejas. Por exemplo, os apócrifos de Atos e Martítio do Apóstolo São Mateus, circulou no terceiro século, como uma voz celestial instruindo ao bispo local, Plato, dizendo: “Leia o evangelho e traga um pão sagrado como oferta; e após prensar os três cachos da vinha dentro da taça, comunique-se comigo, como o Senhor Jesus mostrou-nos como ofertar quando Ele subiu da sepultura no terceiro dia”.18 Este é um testemunho claro do uso do suco de uva recém prensado na celebração da Última Ceia.

A prática de prensar uvas preservadas diretamente dentro da taça de comunhão foi confirmada por concílios, papas e teólogos, inclusive Tomás de Aquino ( 1225-1274 AD).19 O uso de vinho não-fermentado é bem documentado, especialmente, entre as Igrejas Orientais como a Igreja da Abissínia, a Igreja Nestoriana da Ásia Ocidental, os cristãos de São Tomás na Índia, os monastérios Cópticos no Egito e os cristãos de São João na Pérsia, os quais celebravam a Ceia do Senhor com vinho não fermentado ou feito com uvas frescas ou secas.20

CONCLUSÃO

À luz das considerações anteriores, concluímos que “o fruto da vide” que Jesus ordenou ser usado como memorial de Seu sangue redentor não era fermentado, já que na Escritura fermento representa a corrupção humana e a indignação divina, mas o não-fermentado e puro suco de uva, como emblema adequado do sangue de Cristo não contaminado, derramado para a remissão de nossos pecados.

A afirmação de que Cristo usou e sancionou o uso de bebidas alcoólicas repousa em suposições não fundamentadas, fora do texto, contexto e sem apoio histórico. A evidência que foi submetida, indica que Jesus absteve-se de toda substância intoxicante e não deu autorização aos Seus seguidores para que eles próprios não as usassem. Podemos seguir o exemplo de Jesus pela abstinência de qualquer substância que intoxique nosso corpo e prejudique nossa mente.

NOTAS

1. Plínio, Natural History 23, 24, trans. W. H. S. Jones, The Loeb Classical Library (Cambridge, Massachusetts, 1961).
2. Plutarco, Symposiac 8, 7.
3. Ver Sotah 48a; também Mishna Sotah 9, 11.
4. Citado em William Patton, Bible Wines. Laws of Fermentation (Oklahoma City, s.d.), pág. 83. Ênfase acrescentada.
5. Herbert Preisker, “Methe, Methuo, Methuskomai”, Theological Dictionary of the New Testament, ed. Gerhard Kittel (Grand Rapids, 1967), vol. 4, pág. 547, ênfase acrescentada.
6. “Deve-se observar”, assinala Leon C. Field, “que o adjetivo usado para descrever o vinho produzido por Cristo não é agathos, bom, simplesmente, mas kalos, que é moralmente excelente ou adequado. O termo é sugestivo da caracterização de Theofrasto de vinho não intoxicante como moral (ethikos)” (Oinos: A Discussion of the Bible Wine Question [New York, 1883], pág. 57).
7. Alexander Balman Bruce, The Synoptic Gospels in The Expositor's Greek Testament (Grand Rapids, 1956), pág. 500.
8. Columella, On Agriculture 12, 29.
9. Ernest Gordon, Christ, the Apostles and Wine. An Exegetical Study (Philadelphia, 1947), pág. 20.
10. Ibid., pág. 21.
11. Kenneth L. Gentry, The Christian and Alcoholic Beverages (Grand Rapids, 1986), pág. 54.
12. Norval Geldenhuys, “Commentary on the Gospel of Luke”, The New International Commentary on the New Testament (Grand Rapids, 1983), pág. 198.
13. R. H. Lenski, The Interpretation of St. Luke's Gospel (Columbus, Ohio, 1953), pág. 320.
14. Josephus, Antiquities of the Jews 2, 5, 2.
15. Segundo J. B. Lightfoot, cada um das quatro taças da Páscoa continha “não menos do que a quarta parte de um hin, além de água para misturar com ele” (The Temple-Service and the Prospect of the Temple [Londres, 1833], pág. 151). Um hin continha doze pints inglesas, de modo que quatro taças resultariam em três quartos de um pint cada.
16. Louis Ginzberg, “A Response to the Question Whether Unfermented Wine May Be Used in Jewish Ceremonies”, American Jewish Year Book 1923, pág. 414.
17. The Jewish Encyclopedia, edição de 1904, s. v. “Jesus”, vol. 5, pág. 165.
18. “Acts and Martyrdom of St. Matthew the Apostle”, eds. Alexander Roberts and James Donaldson, The Ante-Nicene Fathers (Grand Rapids, 1978), vol. 8, págs. 532-533.
19. Para referências e discussão, ver Wine in the Bible, págs. 168-169.
20. Informação sobre essas igrejas é fornecida por G. W. Samson, The Divine Law as to Wines (Nova York, 1880), págs. 205-217. Ver também Leon C. Field, Oinos: A Discussion of the Bible Wine Question (Nova York, 1883), págs. 91-94; Frederic R. Lees and Dawson Burns, The Temperance Bible-Commentary (Londres, 1894), págs. 280-282.

Samuele Bacchiocchi, Ph. D.
Professor Jubilado de Teologia e História Eclesiástica
Universidade Andrews, Berrien Springs, Michigan, EUA

Traduzido por Prof. Azenilto G. Brito
Ministério Sola Scriptura






O VINHO NA BÍBLIA


"A vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito."
Provérbios 4:18.

Exemplos da Tolerância de Deus
É um conceito bíblico, expresso de forma clássica no texto acima, que a luz é progressiva, a santificação é obra de uma vida e o conhecimento aumenta a cada dia para o povo de Deus.

Muitas verdades, que no passado eram conhecidas apenas parcialmente ou até virtualmente desconhecidas, foram crescendo e se tornando mais compreendidas pelos servos de Deus.

Veja-se por exemplo que, da mesma forma que Deus tolerou o uso de bebidas fermentadas, suportou também a escravatura como um mal contingente, passageiro, mas é evidente na Escritura que o escravismo não era e nem é parte do plano ideal de Deus, que quer que todos os homens sejam irmãos e não busquem ser servidos mas servir. Embora tolerando, Deus deu leis para regulamentar a prática até que o ideal fosse atingido. (Êx. 21:16, 20; Ef. 6:9; Col. 4:1)
Outros exemplos de práticas que Deus tolerou são o divórcio e a poligamia, que, conforme é declarado na Bíblia, não faziam parte do plano ideal divino. Por isso, Ele deu leis que regulamentavam e restringiam essas práticas tão em voga e até legalizadas nos dias bíblicos entre as nações pagãs. O Seu povo teria que aprender, depois de quatro séculos de escravidão e em estado semi-bárbaro, os rudimentos do “evangelho” até atingirem o ideal de Deus. (Ex. 20:7-11; Deut. 21:10-17; Mal. 2:12-16)

O próprio Jesus refere-se ao divórcio como tolerado em razão da “dureza dos corações” dos israelitas, mas, disse o Salvador, no princípio não foi assim. Mat. 19:4-8.
Males das Bebidas Fermentadas
Deus também tolerou as bebidas fermentadas. É evidente pelas experiências com viciados que, segundo especialistas na área de recuperação de alcoólatras, a maneira mais segura de evitar o vício é “não tomar o primeiro gole”.

Deus jamais sancionaria um hábito que, mesmo em seu moderado uso social é responsável pelas mais dramáticas e terríveis estatísticas no que se refere à degeneração da mente, corpo e espírito dos homens.

Professos seguidores da palavra de Deus jamais admitiriam envolver-se com a guerra, pelos seus horrores e mortandade, e no entanto, apóiam o “uso moderado” de bebidas alcoólicas sem considerar que as mortes por imprudência nas estradas e no trabalho, montam um número anual maior do que o de muitas guerras. Sem falar em deficientes mentais filhos de ex-bebedores sociais e agora alcoólatras, lares esfacelados, invalidez, desemprego, aos centenas e milhares além de outros males. E tudo isso causado na maioria dos casos por pessoas que bebiam socialmente, somente nos “fins de semana” e possivelmente consideravam-se “moderadas”.

Considerado doença pela OMS (Organização Mundial de Saúde), o alcoolismo ainda está em expansão porque muitos, até mesmo religiosos, sancionam doutrinariamente o seu uso. Brincar com um copo desse vírus é perigoso. É brincar com veneno!
Portanto, devemos ter em mente que o uso de qualquer marca ou quantidade de bebida alcoólica é um perigo de crime contra si próprio e contra o seu próximo, e ainda ficar aquém do ideal da Escritura neste particular como veremos.
A Bebida Alcoólica no Antigo Testamento
Outro ponto importante que esclarece a questão do uso de vinho alcoólico e outras bebidas fermentadas naturalmente, bem como a tolerância de Deus quanto a essa prática, diz respeito aos hábitos e recursos alimentares dos tempos bíblicos. É claro que não dispondo das modernas técnicas de engarrafamento de sucos, sem geladeiras, sem conservantes como temos hoje e sem embalagens apropriadas, toda uma produção de sucos e sumos estavam sujeitas ao processo natural de fermentação.

Os odres (recipientes de couro costurado), vasos de barro, madeira ou metal não impediam a ação das bactérias, tendo os antigos que conviver com as condições que dispunham nesta parte. Bebiam, pois, vinho sem fermentar quando ainda novo, recém espremido das uvas, chamado no Antigo Testamento de TIROSH ou vinho novo, esta palavra aparece 38 vezes no AT. A bebida consumida tempos depois e já fermentada naturalmente, ou que foi fabricada em processo de fermentação era denominada normalmente de SHEKAR (usada 23 vezes no AT). Para bebidas em geral, fermentadas ou não, era usado o termo YAIM indistintamente, e que aparece 140 vezes no AT.

Portanto, a própria necessidade alimentar de uma bebida nutritiva e a carência de técnicas e recursos de conservação modernos, obrigava-os a terem na fermentação natural da bebida uma necessidade e mal necessário, uma vez que o grau alcoólico nestas bebidas, trazia embutido o problema do vício do alcoolismo, embriaguês e suas conseqüências morais, físicas e espirituais. Por isso o ideal era não usá-las a exemplo dos recabitas, povo abstêmio que vivia entre os israelitas, e cuja virtude e lealdade foi ressaltada pelo próprio Deus. Jer. 35:2-5.

Por outro lado, a fermentação era um bem, pois tinha para as bebidas a função de provavelmente o único e universal processo de conservação para os sucos sem a deterioração total como é o caso de muitos xaropes vendidos hoje em dia. Era, pois, um mal necessário, mas um mal. Justifica-se, desse modo, o ideal de Deus na declaração do sábio em Provérbios 23:31 a 35: “
Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente...” Não se deve nem mesmo desejá-lo, olhando-o – NÃO OLHES! Porque “no seu fim morderá como a cobra e como o basilisco picará.” E, continua o sábio: “Olharás mulheres estranhas” e, “teu coração falará perversidades”.
“Dirás: espancaram-me, bateram-me mas quando acordar beberei outra vez.”


Que desfecho terrível para um simples olhar e certamente o primeiro gole! São esses os passos para o vício: olhar, experimentar e a despeito das conseqüências, beber outra vez!

Não estamos sujeitos aos hábitos mantidos pela “dureza de corações” e atraso em que viviam os homens do passado. Não estamos obrigados a sofrer a limitação dos recursos de técnicas de conservação como eles; não precisamos nem devemos correr o perigo de consumir tais bebidas, mesmo porque, atualmente, em sua grande maioria, passam por processos industriais de fermentação e destilaria, o que aumenta artificialmente, e em muito, o teor alcoólico da bebida.
Concluímos até aqui que, se as bebidas naturalmente fermentadas eram, na antiguidade, a única forma de se estocar sucos, sendo uma necessidade daqueles tempos, apesar de suas conseqüências prejudiciais à saúde, constitui-se, para nós hoje, um uso desnecessário, contrário ã luz que temos, temerário e perigoso, mais ainda considerando-se a destilação que aumenta o seu grau alcoólico.

Certamente tal costume não concorda com o testemunho cristão e contraria o princípio bíblico, submetido ao qual todos os usos e práticas da igreja devem estar em harmonia sob pena de contradição: I Cor. 3:16, 17. Somos o templo de Deus e nada que o contamine, prejudique ou o ponha em risco deve ser usado.

Referências Bíblicas Contrárias às Bebidas Fermentadas

Veremos, agora, mais alguns textos que corroboram a recomendação de não usar bebidas fermentadas:
1. O vinho e a bebida forte fazem errar e desencaminhar até o sacerdote e o profeta. Isa. 28:7, 8.

2. Há uma maldição para os que seguem a bebedice. Isa 5:11, e outra maldição para os que dão bebida ao seu próximo. Hab. 2:15.

3. As bebidas alcoólicas são escarnecedoras e alvoroçadoras. Prov. 20:1.

4. O ideal é nem olhar para o vinho, pois é traiçoeiro, quanto mais usá-lo! Prov. 23:31, 32.

5. O beberrão cai em pobreza. Prov. 23:20, 21.

6. Não vos embriagueis com vinho, mas enchei-vos do Espírito. Ef. 5:18. A bebida alcoólica é incompatível com o Espírito Santo, conforme deixa claro a conjunção adversativa “mas”.

7. O bispo não deve ser dado ao vinho . I Tim 3:3; Tito 1:7. Mas o bom mesmo é não beber vinho devido ao escândalo que pode provocar em outros. Rom 14:21. A bebida está relacionada com as obras da carne. Gál. 5:21.

8. Normalmente, os que hoje são bêbados não começaram com a intenção de sê-lo. Cuidado! Os bêbados não entrarão no reino de Deus. I Cor. 6:10.

9. A bebida era incompatível com o serviço a Deus pois os encarregados de atividades no Santuário não podiam beber. Lev. 10:9.

10. Mesmo no conceito liberal da mãe do rei Lemuel (Prov 31:6) os que ministravam a justiça e os nobres não deviam beber. Prov. 31:4, 5.

11. Em Provérbios 31:6 acha-se a opinião da mãe do rei Lemuel e não uma posição divina sobre o assunto. Os amigos de Jó, embora piedosos, também deram opiniões religiosas equivocadas pelo que foram posteriormente repreendidos por Deus (Jó 42:7-9)

12. Miquéias adverte que um povo mau teria profetas falsos e mentirosos que defenderiam o vinho e a bebida forte. Miq. 2:11.

13. O vinho e o mosto tiram a inteligência. Osé. 4:11.

14. Pessoas dadas ao vinho são desleais, soberbas e não se contém. Hab. 2:5.

15. Aqueles que desejam fazer a vontade de Deus devem abster-se do uso, mesmo moderado, de bebidas alcoólicas, considerando as seguintes razões: a luz que temos, o ideal de Deus e os males e perigos desse hábito. A total abstinência é a posição a ser assumida por aqueles que estão preparando o caminho para a volta do Senhor como fez João Batista. (Luc. 1:15)

16. Entende-se, pois, que Jesus, nas bodas de Caná, transformou a água em vinho novo, sem fermentar (TIROSH no AT), o puro suco de uva, o vinho de melhor qualidade..

17. Em função dos argumentos acima apresentados a passagem de Deut. 14:26 é mais uma cena do hábito tolerado por Deus apesar das conseqüências e por causa das contingências.

18. Em I Tim 3:8 é recomendada a moderação em reconhecimento ao perigo que a bebida oferecia, em vista da resistência que a proibição sumária poderia provocar. Esta opinião do apóstolo foi moldada para restringir um hábito, conforme o texto deixa claro e não para sancioná-lo.

19. Em I Tim 5:23 o vinho é recomendado para uso medicinal, conforme crença do apóstolo, usado pouco com água e não puro como bebida de prazer. Este texto não serve para defender o uso ou o vício da bebida.
Conclusão
Buscar, neste caso, exemplos bíblico para justificar o consumo da bebida equivale a apoiar também o divórcio fácil, poligamia e escravidão que foram, igualmente, alvo da tolerância de Deus. Coloca-se também a Bíblia, injustamente, como co-responsável pelas tragédias decorrentes da indulgência com as bebidas fermentadas. Os costumes e práticas dos antigos, alvo da tolerância de Deus, não refletem necessariamente a vontade divina.

O verdadeiro cristão jamais defenderá tal hábito.

Pr. Demóstenes Neves da Silva
Igreja de Brotas, abril, 1988.





A bebida alcoólica, o vinho e a Bíblia


Leia as perguntas e responda:
Qual foi a bebida que Jesus usou ao instituir a Ceia do Senhor?
No capítulo 2 do Evangelho segundo João, vemos que Jesus transformou água em vinho nas bodas de Canã. Que tipo de vinho era esse?
O suco de uva não-fermentado pode ser chamado de vinho?

Antes de compreendermos o que Bíblia Sagrada nos ensina sobre o vinho, convém conhecer um pouco sobre o processo de fermentação, que no nosso caso, usaremos como exemplo o suco da uva.

Pois bem, vinho é o nome que se dá ao suco extraído do sumo de uvas frescas. Esse processo de extração faz-se em grandes vasilhas de madeira semelhante a uma enorme bacia, chamada cuba - na Bíblia, também aparece denominado "lagar", - onde é realizada a espremedura da uva, ou pisa. Atualmente, esse trabalho humano e artesanal é substituído por máquinas que realizam a mesma tarefa. O resultado obtido é um caldo espumoso, de forte coloração vermelha escuro, ligeiramente adocicado, de agradável odor e paladar. Este caldo nada mais é do que o puro suco de uva fresco, livre de qualquer processo de fermentação - ou seja, vinho não-fermentado. A fermentação se dá quando enzimas produzidas por bactérias ou fungos, em contato com o produto, entram em ação. No caso do sumo da uva, essas bactérias, alimentando-se do açúcar natural proveniente da fruta, produzem enzimas que convertem esse açúcar em gás carbônico e álcool. O gás se desprende, permanecendo apenas o álcool. Podemos dizer então que isto é suco de uva fermentado. A fermentação desse vinho (chamada de fermentação acética), por sua vez, produz o vinagre.
A massa do pão é outro exemplo típico de fermentação. O amido da farinha de trigo é transformado em açúcar, que por sua vez converte-se em álcool e gás carbônico pela ação desses microorganismos. O gás forma bolhas no interior da massa, fazendo-a crescer. Quando é assada, os microorganismos morrem e o álcool evapora, de modo que a massa não apresenta o gosto de álcool e nem o típico paladar azedo de produto que sofreu fermentação. No caso das bebidas alcoólicas, existem aquelas que são adicionadas álcool e as que são o resultado da fermentação direta. Nesse último caso, o açúcar da uva, da cana, do malte ou de outra matéria-prima usada é transformada em álcool e gás carbônico; o gás se desprende, ficando o álcool na bebida.


No Antigo Testamento, há duas palavras hebraicas traduzidas por "vinho". A primeira palavra, a mais comum, é yayin, usada 141 vezes no Antigo Testamento para indicar vários tipos de vinho, seja fermentado ou não-fermentado. Observe por exemplo, o texto de Neemias 5:18, que fala "vinho de todas as espécies" (yayin).

Isto significa que a palavra hebraica yayin aplica-se (também) a todos os tipos de suco de uva fermentado (Gênesis 9:20,21; 19:32,33; 1 Samuel 25:36,37 ; Provérbios 23:30,31). As consequências trágicas de tomar vinho fermentado aparecem em vários trechos do Antigo Testamento, notadamente em Provérbios 23:29-35. Por outro lado, yayin também se usa com referência ao suco doce, não-fermentado, da uva. Pode referir-se ao suco fresco da uva espremida, conforme aparece em Isaías 16:10; Jeremias 40:10-12; 48:33. Estes versículos dão o respaldo bíblico de que o sumo de uva não-fermentado pode perfeitamente ser chamado de "vinho", sem que isso indique qualquer disparidade. Em Jeremias 40:10-12, o profeta chama de vinho (yayin), ao suco ainda dentro da uva (ver também Lamentações 2:12).

A outra palavra hebraica traduzida por "vinho" é tirosh, que significa "vinho novo" ou "vinho da vindima". Tirosh ocorre 38 vezes no Antigo Testamento; essa palavra nunca se refere à bebida fermentada, mas sempre ao produto não-fermentado da videira, tal como o suco ainda no cacho de uvas (Isaías 65:8), ou o suco doce de uvas recém-colhidas (Deuteronômio 11:14; Provérbios 3:10; Joel 2:24).

Há ainda a palavra hebraica shekar, geralmente traduzida por "bebida forte". Aparece 23 vezes no Antigo Testamento. Esta palavra refere-se, mais comumente, a outras bebidas fermentadas, talvez feita de suco de fruta de palmeira, de romã, maçã, ou de tâmara.

Seja qual for a natureza da bebida, é importante verificarmos que em vários lugares o Antigo Testamento condena o uso de bedidas fermentadas, seja da uva ou de outra fruta qualquer (Levítico 10:9-11; Provérbios 20:1; 23:29-35; 31:4-7).

O VINHO NO NOVO TESTAMENTO

A linguagem do Novo Testamento emprega a palavra grega "oinos" para referir-se ao vinho. Esta palavra pode referir-se a dois tipos bem diferentes do suco de uva: o suco não-fermentado e o suco fermentado. Equivale à mesma maneira da palavra hebraica yayin, do Antigo Testamento.

O uso do vinho na Ceia do Senhor

Qual bebida Jesus usou ao instituir a Ceia do Senhor? (Mateus 26:26-29; Marcos 14:22-25; Lucas 22:17-20; 1 Coríntios 11:23-26)

As referências abaixo levam a conclusão bíblica de que Jesus e seus discípulos beberam, durante a instituição da Ceia, o suco de uva não-fermentado.



  • Nem Lucas, nem qualquer outro escritor bíblico emprega a palavra grega "oinos" (vinho) no tocante à Ceia do Senhor. Os escritores dos três primeiros Evangelhos empregam a expressão "fruto da vide" (Mateus 26:2924; Marcos 14:25; Lucas 22:18). O vinho não-fermentado é o único "fruto da vide" natural, contendo aproximadamente 20% de açúcar e nenhum álcool. A fermentação destrói boa parte do açúcar e altera aquilo que a videira produz. Vinho fermentado não é fruto da vide; não é produzido pela videira.
  • Jesus instituiu a Ceia do Senhor quando ele e seus discípulos celebravam a Páscoa. A lei da Páscoa em Êxodo 12:14-20 proibia, durante a semana daquele evento, a presença de fermento (hebraico seor) ou qualquer agente fermentador. No mundo antigo, o fermento era obtido da espuma da superfície do vinho quando em fermentação. Além disso, qualquer coisa fermentada era proibido (Êxodo 12:19; 13:7). Deus dera estas leis porque a fermentação simboliza a corrupção e o pecado (Mateus 16:6-12; 1 Coríntios 5:7,8). Jesus, o Filho de Deus, cumpriu a lei em todas as suas exigências (Mateus 5:17). Logo, teria cumprido a lei de Deus para a Páscoa e não teria usado vinho fermentado.
  • No Antigo Testamento, bebidas fermentadas nunca deviam ser usadas na casa de Deus, e um sacerdote não podia chegar-se a Deus em adoração se tomasse qualquer líquido embriagante (Levítico 10:9). Jesus Cristo foi Sumo Sacerdote de Deus do novo concerto, e chegou-se a Deus em favor do seu povo (Hebreus 3:1; 5:1-10).
  • O sangue puro de Cristo (Salmos 16:10; Atos 2:27; 13:37) jamais poderia ser representado por algo corrompido e fermentado. O fruto da vide, simbolizando o sangue incorruptível de Cristo é melhor representado por suco de uva não-fermentado (1 Pedro 1:18,19). Indiscutível!
  • Paulo determinou que os coríntios tirassem dentre eles o fermento espiritual; o agente fermentador da maldade e a malícia, porque Cristo é a nossa Páscoa (1 Coríntios 5:6-8).
  • Seria contraditório usar na Ceia do Senhor um símbolo da maldade; algo contendo levedura ou fermento, se considerarmos os objetivos dessa ordenança bíblica, bem como as exigências para dela participar.

Não tem vinho

Alguns acreditam que o vinho fornecido nas bodas de Canã (João 2) bem como o vinho feito por Jesus, era fermentado e, portanto, embriagante se consumidos em grande quantidade. Se aceita esta opinião, as implicações disto, dadas a seguir, também devem ser reconhecidas e aceitas:

Primeiro, os convidados do casamento provavelmente estariam bêbados, haja vista que consumiram todo o vinho disponível.

Segundo, Maria, mãe de Jesus, estaria lamentando a falta de bebida embriagante e estaria pedindo a Jesus que fornecesse aos convidados, já embriagados, mais vinho fermentado.

Terceiro, Jesus teria produzido, a fim de atender a vontade de sua mãe (v.3), de 600 a 900 litros de vinho embriagante (vv.6-9), mais do que suficiente para manter os convidados totalmente bêbados.

Quarto, Jesus estaria produzindo esse vinho embriagante como seu primeiríssimo "milagre", a fim de manifestar a sua glória (v.11) e de levar as pessoas a crerem n'Ele como o filho justo e santo de Deus.

Fica claro que, à luz da natureza de Deus, da justiça de Cristo e do bom caráter de Maria, as implicações da suposição de que o vinho de Canã estava fermentado são blasfêmias. Contraria a revelação bíblica contra a perfeita obediência de Cristo a seu Pai celestial, supor que Ele desobedeceu ao mandamento do Pai: "Não olheis para o vinho, quando se mostra vermelho... e se escoa suavemente", isto é, fermentado (Provérbios 23:31). Leia também Provérbios 20:1; Hc 2:15; Levítico 10:8-11; Provérbios 31:4-7; Isaías 28:7; Romanos 14:21).

O conselho de Paulo a Timóteo

As palavras do apóstolo Paulo, aconselhando Timóteo a usar de um pouco de vinho é, sem dúvida, o texto áureo dos evangélicos chegados a um gole. O referido texto encontra-se em 1 Timóteo 5:23 e nos diz da seguinte forma: "Não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades."

É interessante observar que o apóstolo Paulo traz severas exortações em várias de suas epístolas aos usuários de bebidas embriagantes. Entre os mais claros podemos destacar 1 Coríntios 5:11: "Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais"; e ainda o texto de Gálatas 5:21, que diz: "Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus."

Alguns interpretam as palavras de Paulo no sentido de que os cristãos não deveriam é embebedar-se, e que assim ele tolerava o uso de bebidas alcoólicas desde que fosse moderação. Essa interpretação ridícula cai em descrédito quando verificamos o contexto bíblico, até mesmo se compararmos com outros textos das cartas de Paulo. Observe: no Antigo Testamento, a abstinência total de vinho fermentado era uma regra para todos que buscavam o mais alto nível de consagração a Deus (Levítico 10:8-11; Números 6:1-5; Juízes 13:4-7; 1 Samuel 1:14,15; Jeremias 35:2-6). No Novo Testamento, todos os crentes são conclamados viver à altura do mais alto padrão de Deus (João 2:3; Efésios 5:18; 1 Tessalonicenses 5:6; Tito 2:2). Além do mais, Paulo faz questão de citar a embriaguez, como sendo uma conduta grave o suficiente para excluir a pessoa do reino dos céus (1 Coríntios 6:10). Nesta passagem, Paulo relaciona dez classes de pessoas que não herdarão o reino dos céus: devassos, idólatras, adúlteros, efeminados, sodomitas, ladrões, avarentos, bêbados, maldizentes e roubadores. O versículo em apreço não dá margens a meio termo. Seria estranho afirmar que o apóstolo em sua carta abriu mão de dar uma golada de bebida embriagante desde que fosse moderadamente, já que as conseqüências eternas no caso de se "ultrapassar um certo limite", são tão graves. Tal afirmação implicaria em dizer também que roubar moderadamente não teria problema e que o grave seria roubar excessivamente.

Citar conselho de Paulo a Timóteo para justificar o uso de vinho embriagante, em apoio a bebedores de vinho, é distorcer totalmente o significado do texto de 1 Timóteo 5:23. Observe primeiramente que o conselho foi dado com propósitos exclusivamente medicinais. Segundo, o uso do vinho seria apenas "um pouco". Esse "pouco" indica claramente uma dose medicinal, quando necessário. Terceiro, o texto deixa transparecer que Timóteo deveria beber essa dose mínima de vinho, ainda misturado à água ('não bebas mais água só'). Tal fato entra em conformidade com os antigos escritos gregos sobre medicina, que costumava citar o vinho não-embriagante como remédio para estômago. Estes escritos também propunham a drenagem do vinho caso este fosse fermentado. Esta drenagem se procedia através do aquecimento do vinho, que provocava a evaporação do álcool, restando somente o vinho doce. Havia o hábito também de se usar uma pequena mistura diluída na água. Portanto, nem com camisa de força o conselho medicinal de 1 Timóteo 5:23 sugere qualquer apoio ao uso de vinho fermentado como bebida habitual ou mesmo bebida de reuniões sociais.

Testemunho da medicina moderna

1. Os maiores médicos e especialistas atuais em defeitos congênitos citam evidências comprovadas de que o consumo de álcool danifica o sistema reprodutivo das mulheres jovens, podendo provocar abortos e nascimentos de bebês com deficiências mentais e físicas incuráveis. Autoridades mundialmente conhecidas em embriologia precoce afirmam que as mulheres que bebem até mesmo quantidades moderadas de álcool, próximo do tempo da concepção (48 horas), podem lesar os cromossomos de um óvulo em fase de liberação, e daí causar sérios distúrbios no desenvolvimento mental e físico do bebê.

2. Seria absurdo afirmar que Jesus haja servido bebidas alcoólicas ou contribuído de alguma forma para o seu uso. Afirmar que Ele não sabia dos terríveis efeitos em potencial que as bebidas inebriantes têm sobre as pessoas e crianças nascituros é questionar sua divindade, sabedoria e discernimento do bem e do mal.

Alcoolismo não é doença. Ele transforma é a pessoa num doente. Alcoolismo é fruto do pecado. Doença não se compra em garrafas e nem se oferece em festas. Do mesmo modo, doença nenhuma impede qualquer pessoa de entrar no céu, mas o álcool sim. Impede porque destrói o corpo; transforma homens em animais irracionais; jovens sadios em parasitas imprestáveis; mulheres em trapos inúteis. Sozinho, ele já matou e inutilizou mais pessoas do que todas as guerras juntas. Destrói famílias; desfaz casamentos. E tudo começa com um pequeno gole socialmente. Esquecem-se que é de gole em gole que esvazia-se a garrafa, exatamente nas rodinhas sociais. O álcool provoca destruição irreversível nas células cerebrais. Quando se fere um dedo, por exemplo, depois de certo tempo ele cicatriza-se - as células se regeneram. No cérebro isso não ocorre. Cada célula, uma vez danificada, não será jamais substituída - o estrago fica para sempre.

Tudo o que Deus criou é bom. E como é natural do diabo corromper as coisas boas, ele denegriu as frutas e os cereais que deveriam ser usados na alimentação, mas que são usados às toneladas para se transformarem em bebidas que escravizam e destroem.

O mesmo acontece com as uvas que possuem uma bênção biblicamente proferida (Isaías 65:8), pois contém glicose pura, que passa diretamente para o sangue e vai a todas as células do corpo, contribuindo para o crescimento, desenvolvimento e restabelecimento das energias. Não poderia haver melhor símbolo para representar o puro sangue de Cristo, tendo deixado o céu para dá-lo em resgate pela humanidade.

PARA TER MAIS FUNDAMENTOS:
Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD
Nem Só de Pão, Dorothy Weymann, Ministério Bernhard Johnson
Ciência Abril, Editora Abril
Eduardo
Eduardo

Mensagens : 5997
Idade : 53
Inscrição : 08/05/2010

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