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Resenha: “Jesus antes do Cristianismo” – Albert Nolan


De longe Jesus Cristo foi a pessoa mais importante e influente de toda a história. Até mesmo alguns ateus reconhecem isto. (Veja por exemplo o site americano “Ateus para Jesus”.) A maior evidência desta influência é que a história da humanidade é divida entre antes e depois de seu nascimento. Mesmo aqueles que não dão a mínima para quem foi Jesus ou que sequer acreditam em sua existência inconscientemente o reverenciam, ao participar de grandes datas de comemorações cristãs, como o Natal e a Páscoa.
Por causa de toda esta influência que ele gerou e tem gerado até hoje, livros e mais livros sobre Jesus são escritos com frequência, e não apenas por cristãos. Como N. T. Wright observou em seu livro Judas and the Gospel of Jesus, as pessoas anseiam por cada livro ou documentário sobre Jesus que tragam “novas revelações” sobre sua pessoa. E esta curiosidade exagerada sobre os fatos que cercam Jesus não vêm de hoje. O número de evangelhos apócrifos que surgiram nos séculos II e III é uma evidência de que Jesus, já naquele tempo, já era uma figura controversa.
Bem, a crença cristã ortodoxa é que a única conclusão plausível e racional que podemos chegar ao analisarmos as ações do Jesus histórico (à luz do contexto histórico em que ele viveu) é que ele realmente era Deus.
C. S. Lewis organizou seu argumento com as seguintes palavras:

Um homem que fosse um mero homem e dissesse o tipo de coisas que Jesus disse, não seria um grande professor de moral. Ele seria ou um lunático, igual a um homem que diz que é um ovo cozido, ou ele seria o diabo do inferno. Você terá que fazer sua escolha. Ou ele era e é o Filho de Deus, ou é um louco ou algo pior. Você pode tê-lo por um tolo ou você pode cair aos seus pés e chamá-lo Senhor e Deus. Mas não é permitido vir com algum disparate sobre ele ser um grande mestre. Ele não nos deixou esta opção.
Mas os cristãos não defendem que Jesus é Deus, apenas, mas que ele era plenamente homem também. Jesus, de acordo com a teologia cristã, era plenamente homem e plenamente Deus, tendo as duas substâncias (a divina e a humana) unidas em uma só pessoa. (Não é preciso fazer muito esforço para perceber o quanto a filosofia helênica – especialmente a de Aristóteles, neste caso – influenciou a teologia cristã.)
Por uma série de fatores, no entanto, a grande maioria dos livros sobre Jesus tem focado seus esforços apenas na explanação de sua natureza divina, e pouco, muito pouco mesmo, é devotado para explanar Jesus como homem. A justificação típica por trás desta “preferência” é que todo mundo reconhece que Jesus era humano (não há discordância disto) e, desta forma, nossos esforços teológicos e apologéticos devem se concentrar apenas no aspecto da divindade de Cristo, a fim de convencermos aqueles que duvidam deste aspecto (como os islâmicos, ateus e agnósticos, por exemplo).
Jesus antes do Cristianismo é uma exceção a esta regra, e toda a introdução acima foi escrita para representar meu apreço por esta obra lançada no Brasil em 1987 pela editora Paulus e que está atualmente em sua 6ª edição (2007).
Em Jesus antes do Cristianismo o autor, o teólogo africano Albert Nolan, apresenta uma imagem bem diferente de Jesus daquela que estamos acostumados a ouvir/ler. Bem diferente mesmo. Isto não é de todo ruim. Na verdade a interpretação de Nolan para alguns atos do Mestre trouxeram luz a muitas coisas que antes eu considerava “obscuras”, como quando ele disse “Quem tem duas capas, venda uma e compre uma espada.” (Lucas 22) Ele defende que Jesus discordava dos zelotes quanto à luta armada ser uma boa alternativa e o “compre espadas” seria para apenas para defesa, já prevendo que seus discípulos seriam perseguidos. Em alguns momentos do seu ministério, no entanto, Jesus teria estourado (perdido a paciência), como quando ele entrou chicoteando os comerciantes que estavam no pátio do Templo.
A imagem plenamente humana que o autor apresenta de Jesus no livro, pode-se dizer, é meio politicamente incorreta, uma vez que o livro não trata da ressurreição – evento mais importante da teologia cristã. O autor busca explicar as narrativas da ressurreição de forma mais subjetiva. Desta forma Jesus estava vivo “no coração” dos apóstolos, apenas; no fato de que o que ele ensinou sobreviveu à sua morte. Ele não nega a ressurreição, mas o que ele fala dela é apenas isto. Ele aparentemente tenta também “naturalizar” os milagres. Em alguns casos ele é muito bem sucedido, em outras ele claramente força a barra. Na opinião do autor a própria ocorrência natural e regularidade da natureza é um grande milagre. Em uma época recheada de histórias de deuses poderosos cheios de caprichos que faziam e aconteciam, Jesus se apresenta como o Deus encarnado que está muito mais interessado em compreender e ajudar os pobres do que provar que é poderoso.
No caso da multiplicação dos pães e dos peixes (João 6), por exemplo, o autor argumenta que não houve nenhuma multiplicação sobrenatural de alimentos. As pessoas que foram ver Jesus levavam alimentos, porque sabiam que iam ficar lá muitas horas (os sermãos do século I às vezes duravam no mínimo cinco ou seis horas). Algumas pessoas tinham levado muito alimento e outras nada, então o milagre foi, na verdade, a conscientização pública sobre a solidariedade – a conscientização de que as pessoas deveriam compartilhar o que tinham em excesso com aqueles que não tinham. Os apóstolos “correram entre o povo” e, apesar deles terem inicialmente apenas alguns pães e alguns peixes, eles conseguiram alimentar todos, sobrando ainda algumas sacas de sobra. Esta seria a verdadeira “multiplicação”. Este seria o verdadeiro milagre: se o ser humano compartilhasse os recursos que têm com os mais necessitados, ninguém passaria fome, e ainda sobrariam sacas de alimentos!
Para o autor as curas realizadas por Jesus seriam curas de paralisias e cegueiras psicossomáticas, causadas por algum trauma; as possessões demoníacas nada eram do que o que hoje conhecemos como distúrbios psicológicos como epilepsia (já tinha lido uma argumentação semelhante no livro Os exorcistas do Vaticano).
Albert Nolan também nega a existência do ser Satanás. O mal é apenas ausência de bem e, como as pessoas não tinham respostas para muitas questões na antiguidade, eles personificaram este mal em um ser.
Por fim ele tentar naturalizar a divindade de Cristo também. (O autor não nega que Jesus era divino, apenas se limita a trabalhar apenas com aspectos naturais de Jesus.) Ele nega que Jesus tenha afirmado ser Filho de Deus e mostra (com propriedade até) que Jesus aparentemente fugiu do título “Messias” sempre que o atribuíam a ele (“Bem aventurado és Tu Pedro… mas não conte isto a ninguém”). Quando o perguntavam se ele era ou não o Messias, sua resposta nunca era direta, mas sempre evasiva, de duplo sentido. Para o autor Jesus era divino no sentido de que ele foi o único que compreendeu qual era a verdadeira mensagem de Deus, a mensagem da solidariedade, do reino dos pobres.
O livro já demonstra ser interessante já nas primeiras palavras da introdução, onde se lê:

O primeiro objetivo deste livro não é nem a fé nem a história. Pode ser lido, e foi feito para ser lido, sem fé. Não vamos presumir nem pressupor nada a respeito de Jesus. O leitor é convidado a olhar com seriedade e honestidade para um homem que viveu na Palestina durante o 1º século, e a tentar enxergá-lo através dos olhos de seus contemporâneos através dos olhos dos seus contemporâneos. Estou interessado em apresentar o homem como ele era antes de se tornar o centro da fé cristã.
A fé em Jesus não é nosso ponto de partida, mas será, espero, nossa conclusão.
Enfim, como disse nos primeiros parágrafos desta resenha, a teologia cristã afirma que Jesus era totalmente humano e totalmente Deus. Tem-se enfatizado, porém, apenas o lado Divino de Jesus e o humano (que é o mais importante e tangível para nossa realidade) é deixado de lado. Ensina-se sobre o Jesus triunfador, poderoso, imutável, forte, vencedor, grande e santo, mas simplesmente não levamos em conta que, como verdadeiramente humano, Jesus passou por todas as dificuldades inerentes ao ser humano: fraqueza, dor, insegurança, dúvidas, timidez, fracasso, solidão, desespero, mudança de idéias, etc.
O livro aborda Jesus sob uma perspectiva totalmente humana, sem pressupor (nem concluir) nada que se relacione metafisicamente ao Divino. A leitura de Jesus antes do Cristianismo serve no mínimo para contrabalancear nossa visão sobre Jesus e equilibrá-la novamente. Eu gostei bastante do livro. Pretendo estudá-lo no próximo ano, extraindo o máximo de ensinamento prático dele.
Eduardo
Eduardo

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