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Publicado em 08/11/2011 por Blog Sétimo Dia

O que Paulo queria dizer com a expressão: ”Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados” (Cl 2:16)?

Com esse texto, Paulo tinha em vista os gnósticos, hereges dualistas (diziam que a carne é má e o espírito é bom) e sincretistas (misturavam ritos judaicos com a adoração dos anjos). Ensinavam que o mundo material não foi criado pelo grande e verdadeiro Deus, mas por um Demiurgo (o chefe dos Arcontes), um ser imperfeito e limitado em poder e sabedoria. Diziam que Jesus não é o Salvador-Sofredor, mas apenas um Revelador-Iluminador, e que a salvação é obtida pelo conhecimento, ou autoconhecimento, que vem quando a pessoa liberta a faísca divina que recebeu na Criação. (Pfeiffer, C. F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de janeiro: CPAD, 2007, p. 871).

Paulo menciona, nessa mesma epístola, algumas práticas desses gnósticos: “culto dos anjos” (2:18), “aparência de sabedoria, culto de si mesmo, falsa humildade, rigor ascético [desprezo pelo corpo e suas sensações, para possibilitar a vitória do espírito] (2:23), chamadas de “preceitos e doutrinas dos homens” (2:22) – o que não é o caso dos 10 mandamentos, que são preceitos de Deus, escritos com Seu próprio dedo (Êx 31:18).

O problema era que esses hereges estavam se colocando no papel de juízes dos irmãos (Cl 2:16,18,21), em pelo menos duas questões:

1. Comida e bebida - Os gnósticos, com seu rigor ascético, davam muito valor ao jejum, como prelúdio para uma revelação divina (Martin, R. P. Colossenses e Filemom: introdução e comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1973, p. 100).

Acusavam os irmãos de não observarem certas prescrições alimentares. Achavam que comer carne era um tipo de canibalismo, pois acreditavam na transmigração das almas (Martin, R. P, Ibid.).

A expressão “não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquiloutro” (Cl 2:21) parece apontar mais para regras ascéticas (confira “rigor ascético” em 2:23), do que para regras mosaicas quanto aos alimentos limpos e imundos (Bacchiocchi, S. From Sabbath to Sunday. Roma: The Pontifical Gregorian University Press, 1977, p. 352,353). O fato é que o ascetismo já estava em curso nos dias de Paulo, com alguns pregando como necessários à salvação o vegetarianismo e a abstinência de vinho (Rm 14:2,21) e a observância de determinados dias (Rm 14:5,6). Além de exigir abstinência de alimentos, chegavam a proibir o casamento ( 1 Tm 4:3).

2. Dias de festa, lua nova, ou sábados - São os feriados e dias santos judaicos, guardados legalisticamente, como meio de salvação, e para aplacar os “poderes astrais”, que, segundo os gnósticos, dirigiam não só as estrelas, mas a vida das pessoas (Bacchiocchi, S. Ibid, p. 361 e Martin, R. P. Colossenses e Filemom: introdução e comentário, op. cit, p. 101).

Esses dias santos envolvem os sábados anuais/cerimoniais das festas, o sábado mensal da lua nova, e o sábado semanal. Paulo não está falando contra a observância desses dias, mas contra os motivos errados em fazê-lo (Martin, R.P. Op. cit., p.101.) Note que Paulo guardou alguns sábados cerimoniais, mas não para merecer a salvação (At 20:16 e I Co 16:8).

“Tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir” (Cl 2:17). Há os que diz em que os “sábados” mencionados em 2:16 são somente os cerimoniais. Basicamente, seu argumento é que nenhum mandamento da lei de Deus é “sombra”, pois não são simbólicos. (Ver Nichol, F. D. Comentário Bíblico Adventista del Séptimo Dia, v. 7. Boise: Pacific Press Publishing Association, 1990, p. 211.)

A dificuldade com essa interpretação é que, se os “sábados”, em Colossenses 2:16, são somente cerimoniais, a que feriados ou dias santos estaria se referindo a expressão “dia de festa”, mencionada pouco antes, no mesmo verso? Teria Paulo feito uma repetição desnecessária?

Ao que parece, o texto de Colossenses 2:16 refere-se a quaisquer tipos de sábado: anuais, mensais ou semanais. Expressão similar à de Colossenses 2:16 (só que ao inverso) é encontrada em Gálatas 4:10: “Guardais dias [dias santos semanais], e meses [dias santos mensais], e tempos e anos [dias santos anuais]“. O problema era a guarda legalística desses dias, como meio de justificação e salvação.

Quanto à palavra “sombra” (skiá), em Colossenses 2:17, a dificuldade ocorre quando ela é sempre vista em sentido negativo, como algo imperfeito e transitório (como em Hebreus 8:5 e 10:1). É verdade que os ritos judaicos eram “sombras” transitórias, que apontavam para Cristo, e se tornaram sem efeito quando Ele foi sacrificado. Os sábados anuais se cumpriram em Cristo, pois cada festa apontava para algum aspecto dEle e de Seu ministério.

Os sábados da Lua Nova, que, “no judaísmo tradicional, era considerado um Dia menor de Expiação” (rabino Yaacov Farber, em: http://www.cmy.on.ca/Monthly_Newsletter/2005/january2005pt.htm), com toques de trombetas e sacrifícios (Nm 28:11 e 14), também não fazem mais sentido, tendo em vista o sacrifício de Cristo.

Já o sábado semanal não deve ser visto como “sombra” transitória e passageira, mas como “sombra” ou “símbolo do descanso da salvação presente e futura” (Bacchiocchi, S. Op. cit., p. 359), que o crente encontra em Jesus. Esse sentido simbólico do sábado semanal é apresentado em Hebreus 4:3,4,9-11.

Mas, o descanso em Cristo não substitui nem anula o sábado, nem qualquer outro mandamento. Mesmo após se tornar cristão, Paulo continuou guardando o sábado semanal. O livro dos Atos menciona 84 sábados guardados por esse apóstolo (At 13:14,42,44; 16:13; 17:2 e 18:4,11).

Paulo não ensinou a abolição da lei moral, e isso pode ser constatado na própria carta aos Colossenses. Nela, o apóstolo faz alusão a vários mandamentos: ao 7°, em 2:23 e 3:5; ao 1° , 2° e 10°, em 3:5; ao 9°, em 3:8, 9; e ao 5°, em 3:20. E diz que “por estas coisas é que vem a ira de
Deus [sobre os filhos da desobediência]” (3:6). Ora, se a lei moral foi abolida, por que viria a ira de Deus contra os transgressores desses mandamentos? Se Paulo não mencionou o 4° mandamento, foi porque isso não era necessário, uma vez que a igreja já o observava (alguns até fazendo dele um meio de salvação). Paulo também não mencionou nessa epístola o 3°, nem o 6°, nem ainda o 8° mandamentos. Essa omissão, todavia, não significa que eles foram abolidos. Os mandamentos referidos pelo apóstolo devem estar relacionados com problemas que ocorriam entre os irmãos de Colossos. Os não referidos,
provavelmente, não tinham que ver com a situação espiritual deles.

Em conclusão, pode-se dizer que o texto de Paulo em Colossenses 2:16 não é contrário à guarda do sábado semanal, nem está autorizando alimentos que a Bíblia proíbe, mas contra aqueles que se julgavam juízes dos irmãos e faziam dos alimentos e dos dias sagrados um meio de salvação.

Por Ozeas C. Moura, doutor em Teologia Bíblica e editor na Casa Publicadora Brasileira. Publicado na RA de Jan/2009.
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