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Equivalência formal e dinâmica e os Princípios da Tradução da Bíblia

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bíblia - Equivalência formal e dinâmica e os Princípios da Tradução da Bíblia Empty Equivalência formal e dinâmica e os Princípios da Tradução da Bíblia




Princípios da Tradução
Os princípios seguidos nesta revisão foram os mesmos que nortearam o trabalho da tradução na Linguagem de Hoje. A tradução de João Ferreira de Almeida e também outras boas traduções existentes em português seguiram os princípios da tradução de equivalência formal. Já a NTLH norteou-se pelos princípios de tradução de equivalência funcional ou dinâmica.

A tradução de Almeida reproduz o sentido dos textos originais, empregando palavras e estruturas em português que não são do domínio do povo. Isso requer um domínio da Língua Portuguesa que está acima da média da população brasileira.

Já a NTLH, ao reproduzir o sentido dos textos originais em hebraico, aramaico e grego, o expressa em uma linguagem simples, popular, sem utilizar gírias e regionalismos. A grande preocupação da Comissão de Tradução foi comunicar a Palavra sem que esta perdesse o estilo bíblico.

Para se ter uma idéia, a tradução de Almeida tem 8,38 mil palavras diferentes e a NTLH, 4,39 mil, o que a aproxima muito mais do vocabulário dominado pelo brasileiro de cultura média.

Equivalência dinâmica e equivalência formal são duas abordagens à tradução. A equivalência dinâmica (também conhecida como equivalência funcional) tenta transmitir o pensamento, expressado em um texto fonte (se necessário, ao custo da literalidade, original ordem das palavras, voz gramatical do texto fonte, etc), enquanto as tentativas de equivalência formal tentam tornar o texto, palavra por palavra (se necessário, à custa dos recursos naturais de expressão na língua-alvo). As duas abordagens representam ênfase, respectivamente, na leitura e fidelidade literal para o texto original. Há, no entanto, na realidade, nenhuma fronteira nítida entre a equivalência dinâmica e formal. Em termos gerais, as duas representam um aspectro de abordagens de tradução.[1]

Os termos "equivalência dinâmica" e "equivalência formal" estão associados com o tradutor Eugene Nida, e foram originalmente cunhado para descrever as formas de traduzir a Bíblia, mas as duas abordagens são aplicáveis a qualquer tradução.


Índice

[esconder]

[editar] Teoria e prática


Porque equivalência dinâmica evita a estrita adesão à estrutura gramatical do texto original em prol de uma prestação mais natural na língua-alvo, muitas vezes é utilizada quando a legibilidade da tradução é mais importante que a preservação da estrutura gramatical original. Assim, o original pode ser traduzido com uma maior utilização da equivalência dinâmica para que ele possa ser lido melhor, enquanto na diplomacia ou, em alguns ambientes de negócios as pessoas podem insistir na equivalência formal, porque eles acreditam que a fidelidade à estrutura gramatical da linguagem é igual a maior precisão.

Equivalência formal é muitas vezes mais objetiva do que a realidade, mesmo porque uma língua pode conter uma palavra para um conceito que não tem equivalente direto em outro idioma. Nesses casos, uma tradução mais dinâmica pode ser usada ou um neologismo pode ser criado na língua-alvo para representar o conceito (às vezes por empréstimo de uma palavra do idioma de origem).

Quanto mais o idioma de origem é diferente da língua-alvo, fica mais difícil entender uma tradução literal. Por outro lado, a equivalência formal pode, por vezes permitir que os leitores familiarizados com o idioma de origem vejam como o significado foi expresso no texto original, preservando o idioma, dispositivos de retórica (como a estrutura quiástica na Bíblia Hebraica) e dicção.[2]

[editar] Tradução da Bíblia


O conceito de equivalência dinâmica, aplicado a tradução da Bíblia, foi desenvolvido especialmente pela lingüista Eugene A. Nida.[3]

Tradutores da Bíblia tem tomado várias abordagens na língua portuguesa, que vão desde um uso extremo do uso formal de equivalência, ao extremo da equivalência dinâmica.[4]


Equivalência formal


Um equilíbrio entre equivalência formal e dinâmica


O uso extensivo de equivalência dinâmica

[editar] Veja também



[editar] Referências



  1. Kasparek, Christopher. (1983). "The Translator's Endless Toil". The Polish Review XXVIII (2): 83–87. The Polish Review.
  2. Kelly, L.G. The True Interpreter: a History of Translation Theory and Practice in the West. [S.l.]: St. Martin's Press, 1979.
  3. Nida, Eugene A.; Charles R. Taber. The Theory and Practice of Translation. [S.l.]: Brill Publishers, 1969. ISBN 9004132813
  4. Data collected from two sources that have nearly identical ranking with an overlapping (supplemental) list of translations studied: 1. Thomas, Robert L., Bible Translations: The Link Between Exegesis and Expository Preaching, pages 63ff; and 2. Clontz, T.E. and Clontz, J., The Comprehensive New Testament, page iii.


Ligações externas



  • Thomas, Robert L., Bible Translations: The Link Between Exegesis and Expository Preaching, pages 63ff
  • Lista de bíblias classificadas como formal/dinâmica
  • New Living Translation
  • Today's New International Version
  • New International Version
  • New American Standard Bible
  • Cotton Patch Version

A Diferença entre Equivalência Funcional Intersinfrônica e a Equivalência Dinâmica

Postado por Bíblia Galileia On domingo, 31 de julho de 2011 0 comentários





Duas vírgulas fazem toda a diferença!

A Bíblia é um livro muito importante e deve ser traduzida com zelo. E zelo não deve ser confundido com boas intenções, pois como diz um velho ditado "de boas intenções, o inferno está cheio". Deve-se entender, assim, que traduzir a Bíblia é uma atividade humana, intelectual. E, como toda atividade humana, está sujeito a falhas, independente de quem o faça e de suas motivações. Nesse sentido, quem pensa que alguém que considera a Bíblia a Palavra de Deus irá traduzi-la com muito mais correição do que alguém que a entende apenas como um belo livro de literatura, não está sendo correto, mas sim preconceituoso. Embora a Bíblia tenha uma mensagem espiritual, ela foi escrita em língua humana, e sua interpretação deve se basear em como um texto, escrito por mãos humanas, é interpretado, ou seja, utilizando-se a gramática de uma língua humana, o dicionário de uma língua humana, e os recursos sintáticos de uma língua humana.



Um outro erro é querer impor aos tradutores da Bíblia uma "espiritualidade artificial". Por mais que um tradutor bíblico ore antes de iniciar a tradução de algum trecho, isso não garante que ele irá entender, por mais sincero e contrito que seja, o que o autor que escreveu o texto bíblico quis transmitir. Querer deslocar a autoria espiritual dos textos bíblicos originais, escritos em hebraico, aramaico e grego, para um texto traduzido, é querer que a mão que o traduziu não seja o do tradutor, mas o do próprio Deus. E nenhuma tradução da Bíblia é divinamente inspirada, embora alguns grupos religiosos abracem algumas versões como sendo a própria Palavra de Deus, apesar de serem apenas traduções.



Dessa maneira, sempre que a Comissão de Tradução da Versão Galileia aponta falhas na maneira como os tradutores e intérpretes traduziram ou interpretaram a Bíblia, isso não deve ser entendido como uma tentativa de destruir a reputação, a veracidade ou a inspiração divina da Bíblia – e essa não é a intenção dessa equipe de estudiosos. Para nós, os homens e mulheres que traduziram a Bíblia são gente de carne e osso como nós, que vai ao banheiro como qualquer pessoa, e não podem – nem devem – ser endeusados. Eles podem se equivocarem, apesar do desejo de realizarem uma boa obra. E esse equívoco pode, em grande parte, ter como causa as limitações que tinham quando traduziam o texto, ou mesmo a própria maneira ocidentalizada como entenderam e interpretaram a Bíblia, um livro oriental.



É nesse sentido que nós, da Comissão de Tradução Galileia, gostaríamos de explicar a diferença que há entre a "equivalência dinâmica" e a "equivalência funcional intersinfrônica". Usaremos, para isso, um exemplo que ilustra como elaboramos a nossa tradução, e o que fizemos para evitar leituras que, em nossa opinião, não têm qualquer fundamentação. Lembramos que cada tradutor ou equipe de tradução tem o direito de traduzir a Bíblia como melhor lhe apraz. E isso não está em discussão aqui. Se comparamos o nosso trabalho tradutório-interpretativo com o de outros isso de deve ao fato de que nenhum discurso surge do nada, mas nasce de outros anteriores. Assim, nenhuma tradução ou projeto de tradução da Bíblia nasce do nada, tendo em vista que há inúmeras traduções e modos de traduzir a Bíblia vigentes, sobretudo em línguas em que várias versões bíblicas competem entre si no mercado editorial.



Portanto, tornou-se precípuo, diante de inúmeras perguntas que já nos foram feitas e das comparações inevitáveis entre o nosso modo de traduzir e de outros, que precisássemos explicitar a qual princípio de equivalência a Versão Galileia segue, no caso a equivalência funcional intersinfrônica, e não a equivalência dinâmica, como o fazem outras versões bíblicas. É importante destacar, antes de explicar a diferença entre esses dois princípios, que não queremos dizer com a palavra "equivalência" que exista uma "igualdade" entre o texto da tradução e o texto que o originou, mas sim uma tentativa de imitação. Além disso, e para evitar digressões, cumpre também destacar que seguimos a teoria da gramática sistêmico funcional de vertente, sobretudo Dik-Hallidayana. em nossa busca por estabelecer, no texto de chegada, funções iguais ou parecidas às que ocorrem no texto de partida.



A pequena epícope que servirá como mote de comparação entre a Versão Galileia, que usou os princípios da equivalência funcional intersinfrônica, e outra, que usou os princípios da equivalência dinâmica, é a narrativa alegórica que ocorre no capítulo 14 do Evangelho de Lucas, nos versículos 28 a 30, com alguns desdobramentos nos versículos 31 e 32. Para ficar mais claro ao leitor leigo, elaboramos uma tradução semi-literal do trecho em questão, obedecendo praticamente à mesma sequência enunciativa que ocorre no texto grego, etapa essa que é a segunda na metodologia tradutória que seguimos. Vale lembrar, a propósito, que o texto grego não tem pontuação, e que as palavras em colchete são nossas e visam apenas tornar o texto mais compreensível e fluente em língua portuguesa.



28 Quem, pois, de vocês, desejando construir uma torre, primeiro, tendo se sentado, não calcula o custo, se tem para o termino, 29 a fim de, tendo [ele] colocado a alicerce dela [da torre], e não tendo forças [de] concluí-la, todos os que a olhando [olhem] comecem dele zombar 30 dizendo: Este homem começou a construir e não teve forças de terminar-[la].



Tradução semiliteral – Etapa 2 – Lucas 14:28-30



A título de comparação, transcrevemos como a outra tradução, no caso a NVI, traduziu tal epícope (os trechos em itálico são para destacar as principais diferenças, que serão expostas em notas no final) e, logo depois, como ela foi traduzida na Versão Galileia:




28 "Qual de vocês, se quiser (1) construir uma torre, primeiro não se assenta (2) e calcula o preço, para ver (3) se tem dinheiro suficiente para completá-la? 29 Pois, (4) se lançar o alicerce e não for capaz (5) de terminá-la, todos os que a virem rirão dele, 30 dizendo: 'Este homem começou a construir e não foi capaz de terminar'.



NVI – Lucas 14:28-30




28 Qual de vocês, desejando construir uma torre, não se senta e primeiro calcula quanto vai ser gasto, e se o que tem é suficiente para concluí-la, 29 a fim de evitar que, tendo colocado o alicerce, mas não sendo capaz de terminá-la, todos os que a olhem comecem a zombar, 30 dizendo: 'Este homem começou a construir, mas não foi capaz de completar o prédio que estava erguendo'.?



Versão Galileia – Lucas 14:28-30



Para que fique bastante claro como o princípio da equivalência dinâmica não usa os mesmos pressupostos do princípio da equivalência funcional intersinfrônica, iremos nos ater, neste breve artigo, apenas às diferenças mais significativas, principalmente qual seria a relação sintático-semântica do advérbio "primeiro" (próton, em grego) com os outros elementos mo texto grego de partida, e como essa relação foi transmitida no texto traduzido da Versão Galileia.



É bom destacar outra vez que o texto grego de partida não traz nenhuma pontuação, que deverá ser colocada pelo tradutor, o que torna a tarefa de estabelecer os vínculos sintáticos uma tarefa interpretativa de suma importância. É evidente que a própria sequência enunciativa da narrativa e/ou o uso de marcas interrogativas apontam geralmente em quais lugares e quais tipos de pontuação devem ser empregados. Muitas vezes, também, o próprio gênero textual empregado dá também pistas acerca dessa questão. Não obstante, é a relação de temporalidade que os verbos assumem, quando associados entre si na tessitura textul, o que vai realmente definir qual pontuação deve ser empregada, tendo em vista que será essa associação que irá definir quem é o sujeito-agente de cada ação específica, qual a importância de cada ação em relação à outra, e qual é a sequência temporal em que elas acontecem.


No caso em foco, fica bastante claro, numa análise estrutural, que há dois grupos de sequências temporais na epícope, num paralelismo muito comum nos relatos parabólicos do Novo Testamento, ou seja, uma de ações desejáveis e outra de ações indesejáveis, que decorrem da não realização das ações do primeiro grupo, como se pode ver no quadro a seguir:



Grupo 1 – Ações desejáveis

1ª ação: desejar construir (o homem)

2ª ação: sentar-se (o homem)

3ª ação: calcular o custo (o homem)

4ª ação: avaliar os recursos disponíveis (o homem)




Grupo 2 – Ações não desejáveis

1ª ação: pôr os alicerces (o homem)

2ª ação: não ter forças de concluir (o homem)

3ª ação: olhar (outros)

4ª ação: zombar com palavras (outros)



Já na ilustração seguinte, que tem também como tema a preparação antes de tomar uma decisão importante, vê-se também quatro ações, mas em apenas um grupo, não se explicitando quais seriam as consequências se essas não fossem executadas (que são implícitas no relato alegórico e por isso não foram mencionadas).




1ª ação: Ir para uma guerra (o rei com dez mil homens)

2ª ação: Sentar (o rei com dez mil homens)

3ª ação: Avaliar sua capacidade de enfrentamento (o rei com dez mil homens)

4ª ação: Enviar uma delegação e propor um acordo de paz (o rei com dez mil homens)



Numa primeira leitura, analisando apenas a sequência temporal que ocorre nessas duas epícopes, seríamos levados a concluir erroneamente que o advérbio "primeiro" se vincularia sintática e semanticamente à ação de sentar, pois essa ação é obviamente feita antes da ação de avaliar/calcular, em ambos os relatos. Todavia, quando analisamos em qual posição tal advérbio ocorre, e quais são os seus vizinhos, percebemos que na primeira epícope ele vem depois da partícula negativa "não" e antes tanto do verbo "sentar", que é seguido do verbo "calcular"; já na segunda epícope, o advérbio "primeiro" ocorre também depois da partícula negativa "não", mas numa posição intermediária entre o verbo "sentar" e o verbo "decidir". Percebemos também algo bastante intrigante: em ambos os casos o verbo "sentar" está no particípio aoristo.



Teríamos assim o seguinte quadro:




v. 28: não [primeiro] tendo sentado calcula...

v. 31: não tendo sentado [primeiro] decide...



Portanto, as perguntas que não querem se calar são as seguintes:







  • A qual dos dois verbos o advérbio primeiro se refere em cada trecho: ao verbo sentar, ou ao verbo calcular?
  • A partícula negativa "não" se refere a qual verbo em cada trecho? Ao verbo "sentar", ou ao verbo "calcular/decidir" ?




É nesse momento que se mostra, de modo bastante nítido, a diferença de pressupostos que permeiam o princípio da equivalência dinâmica e o princípio da equivalência funcional intersinfrônica, que estão sendo aqui comparadas. A primeira desprestigia uma tradução "formal" e sobrevaloriza uma tradução dita "dinâmica", na qual a "forma" pode ser modificada a bel prazer quando se entender que uma tradução formal não irá proporcionar um texto que seja percebido pelo leitor ou ouvinte da língua receptora como "natural". Em outras palavras, quando a forma "compromete" a fluência do texto, essa deve ser modificada no texto de chegada, esse é o principal pressuposto.


Já na equivalência funcional intersinfrônica não há esse confronto inconciliável entre forma e mensagem, pois tal concepção entende que na forma, ou seja, na maneira como o texto foi construído, está a mensagem. Ou em outras palavras, a mensagem só pode ser compreendida a partir da forma com a qual o texto foi construído. Nesse sentido, o que importa mais não é a mensagem que está sendo transmitida, mas a maneira como ela foi redigida.



Voltando para o texto, fica bastante claro que o uso do verbo "sentar" no particípio aoristo em grego (tendo sentado, numa tradução literal) já denota a ideia de temporalidade, visto que os particípios são, em essência, verbos escravos que dependem de outros verbos para expressarem uma sequência narrativa completa. Portanto, seria uma grande redundância, desnecessária e contraproducente, que o advérbio "primeiro" se refira, nesses dois casos, ao verbo "sentar". Além disso, fica claro, numa análise semântica das duas ilustrações, que a ação de "decidir/calcular" é que a prioritária. Ou seja, a ênfase nas duas historias alegóricas apontam que o destaque está numa avaliação cuidadosa antes de tomar uma decisão importante. Portanto, o advérbio "primeiro" se relaciona com a ação de "decidir/calcular" e expressa nessas duas narrativas prioridade, e não antecedência.



Transportando essa ideia-função para o texto da língua receptora, de acordo com uma visão funcionalista, concluiríamos que qualquer solução tradutória que expresse a ideia de que a ação de "sentar" ocorreu antes da ação de "calcular/decidir", e qualquer solução tradutória que expresse a ideia-função de que o advérbio "primeiro" se refere ao verbo "decidir/calcular", são satisfatórias, independente se é mantida ou não uma equivalência formal strictus sensu. Nos trechos em questão, por exemplo, a Versão Galileia preferiu traduzir os dois verbos que estão no particípio aoristo em grego por verbos no presente do indicativo no texto traduzido (se senta, no texto em português), embora numa tradução literal eles devessem ter sido traduzidos por locuções participais (tendo se sentado). Isso ocorre, pois na equivalência funcional intersinfrônica o que importa é retransmitir no texto de chegada as mesmas funções (ou similares) que ocorrem no texto de partida, independente se serão mantidas ou não as mesmas maneiras de dizer (formas).



Fica, assim, bastante claro o quanto é bom colocar as vírgulas nos lugares certos. A Versão Galileia não segue nem o conceito de equivalência formal nem o da equivalência dinâmica, mas segue o princípio que convencionou como equivalência funcional intersinfrônica.



A Comissão de Tradução Galileia




Notas adicionais


(1) A NVI prefere traduzir o particípio presente grego por um verbo no futuro do subjuntivo, vinculado a uma preposição condicional - se quiser -, transmitindo assim uma ideia hipotética. A Versão Galileia, por sua vez, prefere usar o gerúndio (desejando), pois entende que dessa maneira a narrativa se torna mais dinâmica e viva.

(2) A NVI entende que o advérbio primeiro se refereao verbo sentar - primeiro se assenta. A Versão Galileia entende que esse advérbio se refere ao verbo calcular - ...se senta e primeiro calcula.


(3) Não há no texto grego nenhuma justificativa para a preposição diretiva para na sentença ...e calcula o preço, para ver, expressa na NVI. O texto da parábola enfatiza apenas um cálculo: o dos recursos. Subtende-se que o construtor já sabia ou supunha quanto iria custar toda a obra.


(4) Outra função que a NVI não retransmitiu em seu texto foi a de meta-alvo, explicitada em grego pelo uso da preposição hina (a fim de - no texto da Versão Galileia). Para piorar ainda mais, essa tradução substitui essa preposição por uma explicativa - pois -, ideia essa que, além de não ser transmitida no texto de partida, destrói o paralelismo duplo de quatro ações da narrativa alegórica em foco: quatro ações devem ser feitas para evitar quatro ações que não devem acontecer.

(5) A Versão Galileia, diferente da NVI que opta por verbos no futuro do subjuntivo - se lançar o alicerce e não for capaz -, opta por dois verbos no gerúndio - lançando a alicerce e não sendo capaz -, por entender que a narrativa ganha em vivacidade.

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