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Amin A. Rodor

Resumo

A controvérsia sobre a extensão da inerrância bíblica continua viva entre os evangélicos no cenário do debate teológico atual e, como afirma Coleman, o assunto “não quer morrer”. A questão, que é considerada por alguns tão importante quanto os debates cristológicos do terceiro e quarto séculos, ou como as disputas soteriológicas do século XVI, tornou-se uma fonte de crescente angústia e divisão na coalizão evangélica. Para os herdeiros da teoria de Warfield, de uma Bíblia perfeita e inerrante, uma linha deve ser traçada entre aqueles que aceitam uma visão plena das Escrituras, e aqueles que não aceitam. Assim, a inerrância se tornou uma insígnia evangélica, sob o conceito de que “é melhor estar dividido pela verdade do que unido pelo erro”.

1. Introdução
A controvérsia sobre a extensão da inerrância bíblica continua viva entre os evangélicos no cenário do debate teológico atual e, como afirma Coleman, o assunto “não quer morrer” [1]. A questão, que é considerada por alguns tão importante quanto os debates cristológicos do terceiro e quarto séculos, ou como as disputas soteriológicas do século XVI, tornou-se uma fonte de crescente angústia e divisão na coalizão evangélica. Para os herdeiros da teoria de Warfield, de uma Bíblia perfeita e inerrante, uma linha deve ser traçada entre aqueles que aceitam uma visão plena das Escrituras, e aqueles que não aceitam [2]. Assim, a inerrância se tornou uma insígnia evangélica, sob o conceito de que “é melhor estar dividido pela verdade do que unido pelo erro” [3].

Os proponentes desta doutrina relacionam inspiração com inerrância. Eles interpretam a incerteza acerca da inspiração e o declínio na crença da inerrância e do respeito pela própria Bíblia, como uma ameaça para a autoridade bíblica e a certeza religiosa.

Argumentando que “toda a Bíblia é, como Deus, sem qualquer defeito” [4], os inerrantistas reduzem tudo no registro bíblico a um único nível de inerrância absoluta. Alegam que sem uma sólida plataforma de inerrância é impossível manter uma visão elevada das Escrituras e, que para os cristãos só há uma alternativa: “nós cremos em Cristo e na inerrância bíblica, em ambas – ou em nenhuma” [5].

Uma vez que os defensores da inerrância nos detalhes advogam que esta crença é a maneira exclusiva de honrar a Escritura, como uma visão elevada de sua autoridade, este artigo tem o propósito básico de investigar a validade desta insistência, e determinar se uma visão da inspiração pode ou não ser elevada sem o apelo a inerrância.

Este estudo está dividido em quatro partes: (1) a primeira parte será uma breve pesquisa sobre as raízes históricas da doutrina da inerrância, tendo em vista que uma clara compreensão de seu pano de fundo é crucial para nossa avaliação; (2) A segunda parte investigará os quatro argumentos – bíblico, histórico, epistemológico e argumento dominó – apresentados pelos inerrantistas, como os maiores obstáculos para uma visão elevada das Escrituras fora da inerrância; (3) A terceira parte tratará do conceito da “visão” elevada da Escritura, à luz dos fenômenos bíblicos; (4) Finalmente, na quarta parte, traremos o sumário e a conclusão.

Vale destacar aqui também a definição de alguns termos: (1) Neste estudo, o termo inerrância será usado geralmente num sentido teológico, no qual a Bíblia “não contém erro de qualquer tipo” [6], em cada detalhe particular, em todos os assuntos que aborda; (2) A expressão “visão elevada da Escritura” será usada intercambiavelmente com frases como “visão elevada da Autoridade”, “visão elevada da Inspiração”, “visão plena ... visão forte ...”, no mesmo sentido, para descrever alta consideração pela Bíblia como a confiável Palavra de Deus.

2. Pano de fundo da doutrina da inerrância

Por quase dezoito séculos de História do Cristianismo, a Bíblia havia sido geralmente considerada como sendo, do começo ao fim, a inspirada Palavra de Deus. Contudo, na metade do século XVII, quando a “Idade da Fé” rápida e inesperadamente veio a ser substituída pela “Idade da Razão”, o quadro logo começou a mudar. A pesquisa nas raízes históricas nos levaria a uma grande variedade de nomes, atitudes e abordagens [7], os quais progressivamente, por meio de diferentes dialéticas “começaram a insistir que não havia nenhuma diferença essencial entre a Bíblia e qualquer outra produção literária” [8].

Uma abordagem racionalista das Escrituras estava se desenvolvendo, especialmente na Alemanha, com uma grande suspeita quanto ao conceito da inspiração bíblica. Tanto o Antigo como o Novo Testamento eram objeto de crítica baseada nas pressuposições e categorias do movimento filosófico contemporâneo. [9] O pináculo desta abordagem foi à publicação por Julius Welhausen, de Prolegomena to the History of Israel (1878). Aplicando princípios evolucionistas aprendidos tanto de Charles Darwin como de G. W. F. Hegel, Welhausen “reestruturou radicalmente o Antigo Testamento ao tentar demonstrar o desenvolvimento naturalista da fé de Israel”. [10]

Progressivamente, por diferentes caminhos, a alta crítica alemã começou a ser introduzida na América [11], desafiando o posicionamento da Ortodoxia Protestante quanto à inspiração e autoridade da Escritura. As novas idéias a respeito da Bíblia se tornaram o tema dominante nas igrejas no final da década de 1870.

Diante de tão formidáveis incursões do liberalismo, as fileiras da ortodoxia começaram a ceder [12]. Compreensivelmente, ameaçados por estes assaltos, os evangélicos americanos buscaram conter a erosão da confiança na Bíblia, “ao definir, mais precisamente do que os Reformadores, a natureza da inspiração e autoridade” [13]. Como D. Hubbard assinala, previsivelmente, eles se voltaram, em busca de ajuda, para Turrentin [14], o qual havia desenvolvido uma defesa da divindade da Escritura, baseado nos argumentos racionais acerca da natureza da inspiração e de suas implicações. Mas ninguém fez isto com mais persistência e eficácia do que os baluartes de Princeton, Charles Hodge e B.B. Warfield.

Deve ser notado que a obra Instituto theologiae elenticae, de Turrentin, na qual o conceito de inerrância é defendido com precisão sistemática, foi o principal livro-texto de teologia sistemática no seminário de Princeton por sessenta anos [15] Essa obra foi considerada “um dos mais perspicazes livros jamais escrito” [16]. A maioria dos ministros, e por meio deles os membros, da Igreja Presbiteriana haviam sido treinados por décadas a igualar Turrentin, com a Confissão Westminster e os Reformadores. Então, a influência da teologia escolástica de Turrentin sobre a vida do evangelicalismo americano, por meio de Princeton, estava além da avaliação, emergindo claramente na obra de Hodge-Warfield.

Na forte reação contra o liberalismo, Hodge e Warfield refinaram e reinterpretaram a doutrina da inerrância, mantendo suas raízes em Turrentin. O clássico artigo “Inspiração”, publicado no periódico Presbiteriam Review, em 1881, proveu uma estratégia de combate contra o liberalismo e a alta crítica. Nele, Hodge-Warfield afirmaram que: (1) A Escritura Sagrada é plenária e totalmente inspirada; (2) A Escritura Sagrada é verbalmente inspirada; (3) a Escritura Sagrada é inerrante em todos os assuntos nos quais ela toca; (4) nenhum erro pode ser atribuído ao texto original.

Evidentemente, Hodge-Warfield não estava simplesmente estabelecendo a visão bíblica da inspiração, mas antes, sua obra era reacionária. Ela fora desenvolvida para refutar os ataques contra a Bíblia, com o especial propósito de conter as correntes de infidelidade. Por conseguinte, eles assumiram uma posição radical a respeito da Escritura, a qual é encontrada em algumas declarações do famoso artigo “Inspiração”: “absolutamente infalível” (p.226); “absolutamente inerrante” (p.227); “sem erro de fato ou doutrinas” (p.228); “expressão inerrante” (p.231); “um registro inerrante” (p.232); “infalível em sua expressão verbal” (p.234); infalibilidade inerrante das palavras” (p.240); “absoluta liberdade de erro em suas declarações” (p.234). Estas declarações mostram como tentativas ortodoxas de reagir contra a heresia ou a descrença, por necessárias que fossem, produziram ultra-reação.
Eduardo
Eduardo

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