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O açúcar
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06092010
O açúcar
Uma droga chamada açúcar
A revista Veja desta semana traz como matéria de capa reportagem sobre os males do açúcar. Leia aqui alguns trechos: "O açúcar começa a ser considerado um vilão da saúde humana, um veneno tão prejudicial que merece ser tratado com o mesmo rigor empregado contra – suprema decadência! – o tabaco. Está mais perto o dia em que um pacote de açúcar trará a inscrição: 'O Ministério da Saúde adverte: este produto é prejudicial à saúde.' O açúcar, em suas várias formas, é o grande promotor da obesidade, mas seus níveis altos no sangue podem ser associados a quase todas as moléstias degenerativas, do ataque cardíaco ao derrame cerebral e ao diabetes. Existem suspeitas científicas sérias de que o açúcar possa até ser uma das causas de alguns tipos de câncer. Na lista, está o câncer de pâncreas, o mesmo que matou o ator Patrick Swayze aos 57 anos na semana passada. Em Harvard, pesquisadores acompanharam 89.000 mulheres e 50.000 homens e descobriram que os refrigerantes podem aumentar o risco de câncer de pâncreas em mulheres, só em mulheres. Antes que os homens se sintam premiados pela natureza, outro estudo, que examinou 1.800 doentes, sugere que uma dieta açucarada pode aumentar o risco de câncer do intestino grosso em homens, só em homens.
"Mas, se o açúcar, como o tabaco, subir ao patíbulo, o refrigerante se tornará o cigarro da vez. Nos Estados Unidos, já há um movimento, incipiente mas sólido, integrado pelos cientistas mais reputados do país, contra o consumo de refrigerante. Os estados de Nova York e do Maine discutiram a possibilidade de cortar seu consumo a golpes de imposto. Em Nova York, o governador David Paterson propôs uma alíquota de 18%, mas recuou depois de perceber a má vontade dos parlamentares e a força do lobby do açúcar, cujo poder é lendário na política americana. Recentemente, um artigo publicado no New England Journal of Medicine causou furor ao defender uma taxa punitiva sobre os refrigerantes. A repercussão se deveu à assertividade do artigo – que sugere tratar o açúcar como se tratou o tabaco – e à identidade de seus autores. Um é Kelly Brownell, renomado epidemiologista da Universidade Yale. O outro é Thomas Frieden, que, trabalhando na prefeitura de Nova York, liderou o combate à gordura trans e fez 300.000 nova-iorquinos largar o cigarro. Agora, Frieden assessora o presidente Barack Obama como cabeça do CDC, órgão que cuida do controle e da prevenção de doenças.
"Fechando o cerco, o professor Walter Willett, uma sumidade acadêmica que chefia o departamento de nutrição da escola de saúde pública de Harvard, lidera o lobby para convencer a indústria a adotar uma fórmula de refrigerante menos prejudicial à saúde. Quer que cada latinha ou garrafa tenha, no máximo, 50 calorias, o equivalente a três colheres de chá de açúcar. Uma lata de refrigerante normalmente tem 150 calorias, o equivalente a dez colheres de chá de açúcar. Um adulto que bebe uma lata com 150 calorias por dia pode chegar ao fim de um ano quase 7 quilos mais gordo. Elegantemente, Willett declarou: 'Quando um adulto se acostuma a comer tudo doce, fica difícil apreciar a doçura suave de uma cenoura ou uma maçã.' No mês passado, outro golpe duríssimo. Pela primeira vez na história, a American Heart Association, a entidade dos cardiologistas, divulgou limites específicos para o consumo de calorias de açúcar. Surpreendentemente, definiu níveis inferiores aos comumente recomendados. As mulheres não devem consumir mais que 100 calorias de açúcar por dia, o que corresponde a pouco mais de seis colheres de chá de açúcar. Para os homens, o limite diário é de 150 calorias, ou dez colheres.
"Os EUA são a barricada mais potente contra o açúcar do refrigerante, mas não a única. A Inglaterra e a França estão proibindo a propaganda de refrigerantes na televisão. No México, onde a obesidade cresce num ritmo assustador, o refrigerante está sendo banido das escolas. Na Alemanha e na Bélgica, a proibição vale até para o comércio nas imediações das escolas. Na Irlanda, celebridades não podem fazer comerciais de refrigerantes dirigidos ao público infantil. O açúcar e a obesidade que dele advêm são um problema em todo o planeta, inclusive no Brasil. Examinando dados relativos a 2005, a Organização Mundial de Saúde estimou que 1,6 bilhão de seres humanos estejam acima do peso e 400 milhões, obesos. (...)
"Obviamente, há diferenças entre o açúcar e o tabaco em termos de agressão ao organismo. A começar pelo fato de que nunca precisamos de tabaco para viver, mas necessitamos de açúcar – embora nos baste o açúcar encontrado naturalmente nas frutas, no leite e no mel, nos legumes e temperos. Do ponto de vista exclusivo do funcionamento metabólico humano, é inteiramente desnecessário o açúcar que se adiciona a alimentos e bebidas, sucos, bolos, balas, doces, pudins, chocolates e a uma infinidade de produtos que nem desconfiamos conter açúcar, como cerveja e massa de tomate. Como tudo o que é desnecessário ao metabolismo, o açúcar em excesso faz mal à saúde. (...)
"Teme-se que, pela primeira vez desde a guerra civil (1861-1865), a expectativa de vida [dos norte-americanos] caia devido às mortes por obesidade. A estatística é tenebrosa: 34,3% dos americanos com 20 anos ou mais estão obesos. Entre as crianças de 6 a 11 anos, que bebem hoje mais refrigerante do que leite, a incidência chega a 17%. No Brasil, a situação é menos grave, mas preocupa (veja a tabela).
"O refrigerante não virou o alvo número 1 do cerco ao açúcar apenas por causa do alto consumo. Há pesquisas mostrando que a ingestão de caloria em forma líquida pode ser mais prejudicial à saúde que a de caloria de alimentos sólidos. Por motivos ainda desconhecidos, a caloria em forma líquida dribla o radar do apetite humano e retarda a sensação de saciedade, o que nos leva a comer mais, e engordar. (...)
"O resultado é uma devastação, porque um mal provoca outro, que por sua vez provoca um terceiro, colocando em movimento um carrossel que pode incluir cárie dentária, hipertensão, doenças cardiovasculares, derrame cerebral, falência renal, cegueira, doenças nervosas, amputações – e algo como seis a sete anos de vida a menos. (...)"
Leia também: "O perigo branco" e "Açúcar e câncer"
Nota: Na revista Adventist World, foi publicado há alguns meses um artigo explicando a posição da Igreja Adventista sobre a cafeína. Respondendo à pergunta se a igreja mudou sua posição sobre a cafeína, os autores Allan R. Handysides e Peter N. Landless, ambos do Ministério da Saúde da Associação Geral da IASD, escreveram: "Não, a igreja não mudou sua posição na questão do chá, café e outras bebidas que têm cafeína." Nos regulamentos eclesiásticos-administrativos da Associação Geral da IASD de 2007/2008, p. 293, le-se o seguinte: "É desaconselhado o uso do café, chá e outras bebidas que contêm cafeína e qualquer substância prejudicial." No artigo também são citados os problemas causados por refrigerantes e bebidas energéticas que contêm cafeína, algumas em quantidades iguais e até maiores às do café.
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O açúcar
A sacarose, o açúcar branco, é um carbohidrato simples, um dissacarídeo. Quando ingerido se divide, metade em glicose e metade em frutose. Proporciona só calorias vazias, porque o açúcar refinado não contém nenhum nutriente. É que o refino extrai, por processo químico, a sacarose do melaço, da garapa, adicionando conservantes e clarificantes químicos para ficar solto, branco e bonito. Fibras, sais minerais, proteínas, vitaminas, tudo é eliminado com o refino! Calorias vazias induzem a uma desnutrição generalizada!
Na formação da molécula de sacarose, ocorre a condensação das moléuculas de a-glicose e b-furanose, com perda de uma molécula de água, H2O formanda pelo hidrogênio do carbono 1 da a-glicose e o grupo -OH do carbono 2 da b-furanose (veja a reação)
A primeira parte da sacarose escapa do processo digestivo químico do corpo e se converte diretamente em glicose e causa súbita elevação de açúcar no sangue. É que as moléculas da sacarose não necessitam de digestão complexa por serem de estrutura molecular simples. Com isso, o açúcar vai direto para o sangue e rompe o delicado equilíbrio de glicose e de oxigênio na corrente sangüínea.
A glicose aparece na forma cíclica de a-glicose (a-piranose)
A frutose aparece também na forma cíclica de b-furanose (a reação de ciclização ocorre entre o grupo cetona e o grupo carboxila (-OH) do carbono 5).
Isso faz o nosso pâncreas intervir e produz insulina em quantidade para limpar o excesso de açúcar. A insulina converte a glicose em glicogênio, armazenando-o nos depósitos naturais, o fígado e os músculos, como reserva futura. Porém, a súbita retirada da glicose resulta em falta de açúcar na corrente sangüínea, em hipoglicemia! Exige a volta de glicose, e, com isso, as nossas glândulas supra-renais, então, são obrigadas a produzir hormônios para converter glicogênio estocado em glicose, que será um pré-cursor fundamental para a produção de ATP, a moeda energética de nosso organismo.
Mas isso gera um efeito montanha-russa, cujo ponto mais baixo de hipoglicemia é de duas a quatro horas após a refeição. O indivíduo sente-se cansado e volta a ter fome. Caso ele novamente comer um carboidrato simples, mais perturbações voltam a acontecer. Com o passar dos anos, a constante necessidade de insulina e as quedas no nível de glicose no sangue provocam avarias nas glândulas, por excesso de trabalho, sem falar dos efeitos no cérebro cujas células mais sensíveis, os neurônios, são afetados. O resultado em breve pode ser o colapso do pâncreas e a hiperglicemia, e significar o diabetes, bem como aterosclerose.
O açúcar refinado é um produto concentrado que o organismo não necessita, ao contrário, rejeita devido aos transtornos que causa na química do corpo. A outra metade da sacarose, a frutose tem um outro rumo no organismo. Vai produzir um acetato, a matéria-prima para a montagem das moléculas de colesterol. O vício em açúcar branco resulta numa condição superácida no organismo, que descalcifica e desmineraliza. O corpo passa a ter falta de cálcio, de magnésio, de zinco, de selênio, entre outros nutrientes protetores.
Em realidade, o açúcar branco, refinado, é uma aberração do ponto de vista alimentar. Seu consumo precisa ser moderado. Quando se precisa usar açúcar, deve-se usar o mascavo ou, pelo menos, o cristal. O açúcar mascavo dura vários meses se conservado no refrigerador.
Os jovens de hoje são cada vez mais viciados em açúcar. Já não conhecem a água pura, que é o que o corpo precisa e pede. Somente bebem água açucarada, refrigerantes. Muitos adultos estão na mesma, fogem de efeitos do açúcar e pensam proteger-se optando por adoçantes artificiais.
Eduardo- Mensagens : 5997
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Inscrição : 08/05/2010
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