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A Vista de Andrômeda



Philip Yancey



Tenho refletido sobre o universo ultimamente. A coisa toda. Após ter lido algo da prosa elegíaca de Chet Raymo (Starry Nights, The Soul of the Night), tenho torcido meu pescoço para cima em ângulos insólitos quando encontro um raro poço de escuridão em meio das luzes de Chicago. Geralmente, porém, só vejo a lua, Vênus e o vôo dos jatos no aeroporto de O'Hare, e preciso aceitar a palavra de Raymo sobre o que existe além.

Estudar o Universo pouco contribui para a estima própria aqui na Terra. Nosso sol, bastante poderoso para bronzear pele alva e para extrair oxigênio de toda planta, tem uma classificação baixa pelas normas galácticas. Se a estrela gigante Antares fosse colocada onde o sol está -- à distancia de 93 milhões de milhas -- a Terra estaria dentro dela! E nosso sol e Antares representam duas dos 500 bilhões de estrelas que flutuam no vasto espaço vazio da Via Láctea. Uma moedinha mantida à distância de um braço nos impediria de ver 15 milhões de estrelas, se nossos olhos pudessem ver com tal poder.

Apenas uma outra galáxia, Andrômeda, está bastante perto (apenas 2 milhões de anos-luz de distância) para ser vista a olho nu. Aparecia em mapas de estrelas muito antes da invenção do telescópio, e até há pouco ninguém saberia que aqueles pontos de luz marcam a presença de outra galáxia, umas duas vezes maior que a Via Láctea e abarcando um trilhão de estrelas. Ou que estas eram apenas duas de cem bilhões de galáxias pululantes com estrelas.

Uma razão de o céu permanecer escuro a despeito da presença de tantos corpos luminosos é que todas as galáxias estão se afastando umas das outras a velocidades fantásticas. Amanhã, algumas galáxias estarão 30 milhões de milhas mais longe. No tempo que leva para escrever esta sentença, outras terão se afastado 5.100 milhas.

A estrada de pó de diamante

Vi a Via Láctea em plena glória uma vez quando visitava um campo de refugiados na Somália, África, pouco ao sul do equador. Nossa galáxia se estendia através de um firmamento escuro como uma estrada pavimentada com pó de diamante. Desde aquela noite, quando deito sobre a areia quente longe de uma lâmpada de rua, o céu nunca pareceu mais vazio nem a Terra tão grande.

Tinha passado o dia todo entrevistando socorristas sobre o desastre do momento. Bangladesh, Kurdistão, Armênia, Sudão, Etiópia, Iugoslávia, Ruanda -- os nomes de lugares mudam mas o espetáculo do sofrimento é sempre o mesmo: mães com seios murchos e sem leite, crianças chorando e morrendo, os pais procurando lenha em terreno sem árvore.

Depois de três dias de ouvir histórias de miséria humana, eu não podia levantar meus olhos além daquele campo de refugiados situado num canto obscuro de um país obscuro no Chifre da África.

Até que vi a Via Láctea. Ela subitamente me lembrou que o momento presente não é o todo da vida. A historia continuaria. Tribos, governos, civilizações inteiras podem subir e cair, deixando após si um trilho de desastre, mas eu não ousava confinar meu campo de visão nas cenas de miséria a meu redor. Precisava olhar para cima, para as estrelas.

"Poderás tu atar as cadeias do Sete-estrelo, ou soltar os laços do Órion? Ou fazer aparecer os signos do Zodíaco ou guiar a Ursa com seus filhos? Sabes tu as ordenanças dos céus, podes estabelecer sua influência sobre a Terra?" Estas perguntas Deus perguntou a Jó que obcecado com sua própria dor tinha confinado sua visão aos limites de sua pele que coçava.

As perguntas de Deus parecem ter ajudado Jó. Sua pele ainda coçava, mas Jó obteve um vislumbre de outros negócios necessitando da atenção divina num universo de cem bilhões de galáxias.

Para mim, o discurso de Deus no livro de Jó soa um tanto áspero. Mas talvez seja esta a mensagem mais importante: o Senhor do Universo tem direito de ser áspero quando importunado por um insignificante mortal, apesar dos méritos de sua queixa. Nós -- ministros do evangelho, socorristas na Somália, descendentes de Jó -- não ousamos perder de vista O Quadro Maior, quadro que melhor se vislumbra em noites escuras e estreladas.

Olhando para cima

Pode-se quase medir o adiantamento de um povo notando seu interesse em contemplar as estrelas. Toda grande civilização do passado -- Inca, Mogul, Chinesa, Egípcia, Grega, Renascença -- fez descobertas importantes em astronomia. Há uma ironia que opera na história humana: Uma após outra, as civilizações alcançaram a capacidade de sondar sua própria insignificância, e depois deixou de reconhecer o fato e desvanesceu-se.

Onde ficamos nós, os lançadores das naves espaciais Viking e Apolo, nós que pusemos em órbita o telescópio Hubble e construímos os rádio-telescópios espalhados sobre mais de sessenta quilômetros do deserto do do Estado de New Mexico? Nossas realizações fazem-nos mais humildes ou menos? Mais reverentes ou menos?

Enquanto eu lia Chet Raymo, fui ver um filme feito pela tripulação de um avião espacial com uma câmara especial. As tempestades com relâmpagos me impressionaram mais. Vistos do espaço os relâmpagos lampejam num ritmo de beleza, iluminando a cobertura de nuvens numa extensão de centenas de milhas. O mais estranho é que não fazem barulho.

Fiquei impressionado com a imensa diferença que a perspectiva faz. Sobre a Terra, famílias se refugiavam no interior das casas, carros desapareciam sob viadutos, animais escondiam-se na floresta, crianças choravam à noite. Transformadores faiscavam, riachos transbordavam, cães latiam. Mas do espaço só víamos um brilho macio e agradável, aproximando-se e afastando-se; uma maré de luz.

Desconheço o cenário preciso de como o Armagedon vai-se desenrolar. Mas a tempestade elétrica filmada de uma janela da nave espacial deu-me um vislumbre de como o fim do mundo poderia parecer de duas perspectivas. Da Terra (como retratado no Livro do Apocalipse): chuva de pedras de 50 quilos, terremotos, pragas, uma estrela chamada Absinto caindo do céu. Da Andrômeda: um lampejo como de um fósforo riscado, silêncio, e depois trevas. Isto é algo semelhante ao que Chet Raymo vê através de seu telescópio quando uma estrela explode no espaço, à distancia de anos-luz.

Como Jó aprendeu, exige grande esforço e fé considerável para reter em mente O Quadro Maior. Talvez eu vá me afastar mais vezes das luzes da rua e olhar para cima.

Philip Yancey é escritor independente que vive em Chicago, Illinois, E.U.A.
Eduardo
Eduardo

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Inscrição : 08/05/2010

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