Como sobreviveram as diferentes espécies, havendo poucos pares de cada uma e havendo várias espécies que se alimentam das outras?

Note-se que os animais só saíram da arca quando já havia terra seca. A segunda vez que Noé enviou a pomba (Génesis 8:10) ela trouxe-lhe uma folha de oliveira e, dessa maneira, Noé soube que as águas já tinham desaparecido da face da terra. Já tinha havido muito tempo para crescer vegetação. Aliás, “atracar” num monte (Génesis 8:4) foi o ideal, já que as águas teriam sido substituídas por vegetação há mais tempo. Deus não faz as coisas ao acaso.

Muitos animais alimentam-se de algas e outras plantas marinhas. Em Noah’s Ark: a feasibility study, John Woodmorappe documenta inúmeros casos de animais que subsistiram à base deste tipo de alimento. Exemplos dos alces, búfalos, elefantes, ovelhas, coelhos, cavalos, raposas e ursos.

Outra fonte de alimento abundante seriam os peixes.

Centenas de milhares de animais pereceram no dilúvio. A carne dos cadáveres (daqueles que não se desintegraram) poderia ter sido uma fonte de alimento. Sabe-se que muitos animais se alimentam de carne putrefacta, quando necessário. Exemplos dos abutres, hienas, chacais, chitas, leopardos, raposas, lobos, cobras e até ursos.

Os insectos reproduzem-se extremamente rápido. Eles também poderiam servir de alimento a vários animais. John Woodmorappe documenta casos de animais que já foram vistos a alimentarem-se de insectos (inclusive animais que, normalmente, não o fazem): mocho galego, falcão, gavião, raposas, porcos selvagens, tigres, leopardos, lobos e ursos grisalhos.

Dedico também um ponto ao “desconhecido”. Vários casos já nos mostraram que o reino animal encontra maneiras que nós nem sequer imaginamos (Ver: Se a arca pousou num dado local, como determinados animais chegaram às ilhas, onde hoje elas existem?)

Não faltariam fontes de alimento para os animais que saíram da arca.

Ao contrário do que se possa pensar, um casal é o que é necessário para iniciar uma população. Em Noah’s Ark: a feasibility study, John Woodmorappe documenta vários casos de populações que cresceram com origem em poucos pares de animais (inclusive apenas um par):

1) Os tentilhões da espécie Telespiza cantans presentes em uma das ilhas do Havai descendem de um único par originalmente introduzido (Conant, 1998; Pimm, 1998);

2) Em 1859, 24 coelhos foram introduzidos na Austrália. Em 1890, 31 anos depois, o número de coelhos atingiu proporções gigantescas;

3) A população de esquilos-cinzentos em Victoria, na Austrália, tem como origem um único par de animais (de Vos et al., 1956);

4) A população de ratos da espécie Ondatra zibethicus na Europa desenvolveu-se a partir de apenas 5 ratos originalmente introduzidos (Mohr, 1933);

5) A população de faisões chineses no continente europeu desenvolveu-se a partir de apenas 3 faisões originalmente introduzidos (Delacour, 1951);

Mais populações de animais que também surgiram a partir de pares únicos:

4) Canguru introduzido no Havai (Tomich, 1986);

5) Coelho introduzido nas ilhas Baleares, na Austrália;

6) Guaxinim introduzido nas Bahamas (Sherman, 1954);

7) Veado introduzido na Califórnia (McCullough, 1978);

Entre outros…

De vez em quando, descobrem-se espécies de animais que se julgavam extintas, como os leões-do-cabo. Estes exemplos mostram-nos que mesmo um pequeno grupo de animais consegue sobreviver ao longo dos tempos.