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O Mal era uma Possibilidade
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O Mal era uma Possibilidade
O Mal era uma Possibilidade
Publicado em 18/11/2010 por Seventh Day
Amar a Deus
A questão do livre-arbítrio é o centro da análise sobre a origem do mal. Indagado sobre o maior mandamento da lei, Jesus respondeu de maneira breve, mas clara: “Ame o Senhor” (Mat. 22:37). Só três palavras, que contêm a essência de toda a lei.
Em nosso relacionamento com Deus, o amor é o elemento mais importante. Tudo o que Deus fez por nós teria sido impossível sem o amor. Tudo o que estamos tentando fazer por Ele não tem sentido sem o amor. Somente quando abrimos nosso coração e aceitamos o amor de Deus, podemos ser capazes de refletir esse amor a outros e cumprir todos os outros mandamentos. Tudo é uma resposta a esse amor.
O amor é a única base aceitável de relacionamento com Deus. Esta é a chave para se entender que fora do amor espontâneo, tal relacionamento seria envenenado. Imagine relacionamentos entre namorados, noivos, cônjuges, entre pais e filhos, onde o amor fosse imposto, ou se tornasse uma exigência legal. Todos sabemos que amor verdadeiro não se compra, não se força, não se exige, não se vende, não se negocia, não se impõe, nem empresta. Para merecer este nome, o amor deve ser ofertado livre e voluntariamente.
Mas o amor tem uma extraordinária fraqueza: Ele pode ser rejeitado. Todos nós também sabemos de amores extraordinários em sua grandeza, pureza e legitimidade, e que foram abandonados, rejeitados, desprezados, e ridicularizados. Apesar de toda a sua força e poder, não há absolutamente nada que o amor possa fazer a respeito da sua rejeição. O amor pode ser rejeitado, esta é a chave para começarmos a entender o grande drama do mal no Universo. Criando seres moralmente livres, Deus correu o risco das pessoas que amam: o de ser rejeitado!
A fim de amarmos a Deus temos que ser livres. É simples assim. O amor não pode existir sem liberdade moral, e a liberdade moral não pode existir sem a capacidade de errar.
O Livre-Arbítrio e a Possibilidade do Mal
Para obedecer é preciso ter liberdade moral. Os estudantes da Bíblia estão familiarizados com o registro de que no princípio Deus criou os céus e a Terra. Ele não dependia de matéria nem de condições preexistentes. Ele fez tudo existir por Sua palavra, que é a expressão da Sua mente (João 1:1-3). Às Suas criaturas inteligentes, concedeu os atributos da individualidade e da liberdade pessoal de escolha. Mas a escolha, por sua própria natureza, envolve a opção de escolher entre o que é certo e o que é errado. Por esse motivo, desde o princípio havia a possibilidade do mal.
Nossos ancestrais, Adão e Eva, se desviaram do caminho. Deus os havia criado com a possibilidade de escolher entre confiar nEle e obedecer ao que Ele dissesse, ou experimentar o outro caminho: o do desrespeito e da desobediência. Eles não estavam predestinados ou programados para escolher só o caminho certo. Não teria sido justo. Possuíam livre-arbítrio para tomar suas próprias decisões. E exerceram essa liberdade sem perceber todas as conseqüências que viriam depois.
A Rebelião de Satanás no Céu
No livro Patriarcas e Profetas, a escritora cristã, Ellen White, analisa em detalhes os eventos ocorridos no Céu, antes da criação do homem, tomando por base o relato extraído das Escrituras Sagradas com relação ao livre-arbítrio concedido primeiramente aos anjos. Segue a transcrição de alguns trechos extraídos do capítulo intitulado: “Por Que Foi Permitido o Pecado?”. Diz Ellen White:
“Houve um ser que perverteu a liberdade que Deus concedera às Suas criaturas. O pecado originou-se com aquele que, abaixo de Cristo, fora o mais honrado por Deus, e o mais elevado em poder e glória entre os habitantes do Céu. Lúcifer, “filho da alva”, era o primeiro dos querubins cobridores, santo, incontaminado.
“Assim diz o Senhor Jeová: Tu és o aferidor da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. Estavas no Éden, jardim de Deus; toda a pedra preciosa era a tua cobertura. … Tu eras querubim ungido para proteger, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti.” Ezeq. 28:12-15.
Pouco a pouco Lúcifer veio a condescender com o desejo de exaltação própria. Dizem as Escrituras: “Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor.” Ezeq. 28:17. “Tu dizias no teu coração: … acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono. … Serei semelhante ao Altíssimo.” Isa. 14:13 e 14.
(…) Deus permitiu que Satanás levasse avante sua obra até que o espírito de desafeto amadurecesse em ativa revolta. Era necessário que seus planos se desenvolvessem completamente a fim de que todos pudessem ver sua verdadeira natureza e tendência. Lúcifer, sendo o querubim ungido, fora altamente exaltado; era grandemente amado pelos seres celestiais, e forte era sua influência sobre eles. O governo de Deus incluía não somente os habitantes do Céu, mas de todos os mundos que Ele havia criado; e Lúcifer concluiu que, se ele pôde levar consigo os anjos do Céu à rebelião, poderia também levar todos os mundos.
Mesmo quando foi expulso do Céu, a Sabedoria infinita não destruiu Satanás. Visto que unicamente o serviço de amor pode ser aceito por Deus, a fidelidade de Suas criaturas deve repousar em uma convicção de Sua justiça e benevolência. Os habitantes do Céu, e dos mundos, não estando preparados para compreender a natureza ou conseqüência do pecado, não poderiam ter visto então a justiça de Deus na destruição de Satanás. Houvesse ele sido imediatamente destruído, e alguns teriam servido a Deus pelo temor em vez de o fazer pelo amor. A influência do enganador não teria sido completamente destruída, tampouco o espírito de rebelião teria sido totalmente desarraigado. Para o bem do Universo todo, através dos intérminos séculos, ele deveria desenvolver mais completamente seus princípios, a fim de que suas acusações contra o governo divino pudessem ser vistas sob sua verdadeira luz, por todos os seres criados, e a justiça e a misericórdia de Deus, bem como a imutabilidade de Sua lei, pudessem para sempre ser postas fora de toda a questão.
A rebelião de Satanás deveria ser uma lição para o Universo, durante todas as eras vindouras – perpétuo testemunho da natureza do pecado e de seus terríveis resultados. A atuação do governo de Satanás, seus efeitos tanto sobre os homens como sobre os anjos, mostrariam qual seria o fruto de se pôr de parte a autoridade divina. Testificariam que, ligado à existência do governo de Deus, está o bem-estar de todas as criaturas que Ele fez. Assim, a história desta terrível experiência com a rebelião seria uma salvaguarda perpétua para todos os seres santos, para impedir que fossem enganados quanto à natureza da transgressão, para salvá-los de cometer pecado, e de sofrerem sua pena.” – Ellen White, Patriarcas e Profetas, págs. 33/43.
O fato é que Deus criou Lúcifer perfeito, sem qualquer propensão para o mal. Mas, como agente moral livre, esse anjo “portador de luz” tinha liberdade para divergir dAquele que o trouxera à existência e lhe dera sua exaltada posição. Evidentemente, atitudes e ações têm conseqüências. Verdade e justiça não são questão de opinião subjetiva, mas de revelação absoluta, que forma o caráter e a conduta.
É importante observar que Deus, todo-poderoso, não impediu o deslize moral de Lúcifer. Isso nos diz muito sobre a responsabilidade da liberdade moral.
Deus é o autor de tudo o que foi criado, mas Ele não é o autor de tudo o que existe. Deus não criou o diabo. Deus não criou o mal. Este surgiu em resultado do uso da liberdade de escolha. Não se pode ter seres morais sem que estes sejam agentes moralmente livres para escolher. Lúcifer escolheu rejeitar o amor do seu Criador.
Devemos lembrar, então, que o pecado é um tipo de amor: amor focalizado no objeto errado. Lúcifer tornou-se “apaixonado por si mesmo.” Observe em Isaías 14:12 quantas vezes o pronome pessoal, ocorre na primeira pessoa do singular (de forma clara ou oculta): “Eu subirei ao Céu; eu exaltarei o meu trono; eu me assentarei nas extremidades do norte; eu subirei acima das mais altas nuvens”; eu serei semelhante ao Altíssimo.”
Se em definição simples, fé é a transferência de confiança: do eu para Deus, pecado é, essencialmente, o movimento inverso, transferência da confiança de Deus para o eu. Autonomia, independência de Deus, em última análise, constitui a essência do pecado!
A Estratégia do Conflito na Terra
Apocalipse 12:12 aconselha aos seres terrestres que se precavenham, porque o diabo veio até nós cheio de grande ira. A história do Éden nos apresenta um protótipo, um modelo, de como o diabo, que seduz todo o mundo (v.9), age para enganar a todos.
A estratégia que ele utiliza vem bem exposta no citado livro “Patriarcas e Profetas”, no capítulo intitulado “A Tentação e a Queda”, cujos principais trechos são abaixo transcritos:
“Não mais se achando livre para instigar a rebelião no Céu, encontrou a inimizade de Satanás contra Deus um novo campo, ao tramar a ruína do gênero humano. (…) Nossos primeiros pais não foram deixados sem avisos do perigo que os ameaçava. Mensageiros celestiais expuseram-lhes a história da queda de Satanás, e suas tramas para sua destruição, explicando mais completamente a natureza do governo divino, que o príncipe do mal estava procurando transtornar. (…) Os anjos os advertiram a que estivessem de sobreaviso contra os ardis de Satanás; pois seus esforços para os enredar seriam incansáveis. Enquanto fossem obedientes a Deus, o maligno não lhes poderia fazer mal; pois sendo necessário, todos os anjos do Céu seriam enviados em seu auxílio. Se com firmeza repelissem suas primeiras insinuações, estariam tão livres de perigo como os mensageiros celestiais. Se, porém, cedessem uma vez à tentação, sua natureza se tornaria tão depravada que não teriam em si poder nem disposição para resistir a Satanás.
A árvore da ciência se tornara a prova de sua obediência e amor a Deus. O Senhor achara conveniente não lhes impor senão uma proibição quanto ao uso de tudo que estava no jardim; mas, se desatendessem a Sua vontade neste particular, incorreriam na culpa de transgressão. Satanás não os acompanharia com tentações contínuas; poderia ter acesso a eles unicamente junto à árvore proibida. Se eles tentassem examinar a natureza da mesma, estariam expostos aos seus ardis. Foram admoestados a dar cuidadosa atenção à advertência que Deus lhes enviara, e estarem contentes com as instruções que Ele achara conveniente comunicar-lhes.
(…) Os anjos haviam advertido Eva de que tivesse o cuidado de não se afastar do esposo enquanto se ocupavam com seu trabalho diário no jardim; junto dele estaria em menor perigo de tentação, do que se estivesse sozinha. Mas, absorta em sua aprazível ocupação, inconscientemente se desviou de seu lado. Percebendo que estava só, sentiu uma apreensão de perigo, mas afugentou seus temores, concluindo que ela possuía sabedoria e força suficientes para discernir o mal e resistir-lhe. Esquecida do aviso do anjo, logo se achou a contemplar, com um misto de curiosidade e admiração, a árvore proibida. O fruto era muito belo, e ela perguntava a si mesma por que seria que Deus os privara do mesmo. Era então a oportunidade do tentador. Como se fosse capaz de distinguir as cogitações de seu espírito, a ela assim se dirigiu: “É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?” Gên. 3:1.
(…) Em vez de fugir do local, deteve-se, maravilhada, a ouvir uma serpente falar. Houvesse se dirigido a ela um ser semelhante aos anjos, e ter-se-iam despertado seus receios; ela, porém, não tinha idéia alguma de que a fascinadora serpente pudesse tornar-se o intermediário do adversário decaído.
À pergunta ardilosa do tentador, ela responde: “Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.”
Participando desta árvore, declarou ele, atingiriam uma esfera mais elevada de existência, e entrariam para um campo mais vasto de saber. Ele próprio havia comido do fruto proibido, e como resultado adquirira o dom da fala. E insinuou que o Senhor cuidadosamente desejava privá-los do mesmo, para que não acontecesse serem exaltados à igualdade para com Ele. Foi por causa de suas maravilhosas propriedades, que comunicavam sabedoria e poder, que Ele lhes havia proibido prová-lo, ou mesmo nele tocar. O tentador insinuou que a advertência divina não devia ser efetivamente cumprida; destinava-se simplesmente a intimidá-los. Como seria possível morrerem eles? Não haviam comido da árvore da vida? Deus estivera procurando impedi-los de atingir um desenvolvimento mais nobre, e de encontrarem maior felicidade.
Tal tem sido a obra de Satanás desde os dias de Adão até o presente, e com a mesma tem ele prosseguido com grande êxito. Ele tenta os homens a desconfiarem do amor de Deus, e a duvidarem de Sua sabedoria. Está constantemente procurando despertar um espírito de irreverente curiosidade, um inquieto, inquiridor desejo de penetrar os segredos da sabedoria e poder divinos. Em seus esforços para pesquisarem o que Deus foi servido recusar-lhes, multidões descuidam-se das verdades que Ele revelou, e que são essenciais para a salvação. Satanás tenta os homens à desobediência, levando-os a crer que estão a entrar em um maravilhoso campo de saber. Mas tudo isto é um engano. Desvanecendo-se com suas idéias de progresso, acham-se eles conculcando os mandamentos de Deus, colocando os pés na senda que leva à degradação e morte.
Satanás fez parecer ao santo par que eles ganhariam, violando a lei de Deus. Não ouvimos hoje idêntico raciocínio? Muitos falam da estreiteza daqueles que obedecem aos mandamentos de Deus, enquanto afirmam possuir idéias mais amplas e desfrutar de maior liberdade. O que é isto senão um eco da voz do Éden: “No dia em que dele comerdes”, isto é, transgredirdes a ordem divina, “sereis como Deus”? Gên. 3:5. Satanás alegou ter recebido grande benefício, comendo do fruto proibido, mas não deixou transparecer que pela transgressão viera a ser expulso do Céu. Embora houvesse achado que do pecado resulta infinita perda, ocultou sua própria miséria, a fim de arrastar outros à mesma posição. Assim hoje o transgressor procura disfarçar seu verdadeiro caráter; ele pode pretender ser santo; mas a sua elevada profissão apenas o torna mais perigoso como enganador. Acha-se ele do lado de Satanás, pisando a lei de Deus, e levando outros a fazerem o mesmo para a sua ruína eterna.
Eva creu realmente nas palavras de Satanás, mas a sua crença não a salvou da pena do pecado. Descreu das palavras de Deus, e isto foi o que a levou à queda. No Juízo, os homens não serão condenados porque conscienciosamente creram na mentira, mas porque não acreditaram na verdade, porque negligenciaram a oportunidade de aprender o que é a verdade. Apesar do sofisma de Satanás indicando o contrário, é sempre desastroso desobedecer a Deus. Devemos aplicar o coração a conhecer o que é a verdade. Todas as lições que Deus fez com que fossem registradas em Sua Palavra, são para a nossa advertência e instrução. São dadas para nos salvar do engano. Da negligência às mesmas resultará ruína a nós mesmos. O que quer que contradiga a Palavra de Deus, podemos estar certos de que procede de Satanás.
A serpente apanhou o fruto da árvore proibida e colocou-o nas mãos de Eva, que estava meio relutante. Fê-la então lembrar-se de suas próprias palavras de que Deus lhes proibira tocar nele, para que não morressem. Não receberiam maior mal comendo o fruto, declarou ele, do que nele tocando. Não percebendo maus resultados do que fizera, Eva ficou mais ousada. Quando viu “que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu”. Gên. 3:6.
(…) O amor, a gratidão, a lealdade para com o Criador, tudo foi suplantado pelo amor para com Eva. Ela era uma parte dele, e ele não podia suportar a idéia da separação. Não compreendia que o mesmo Poder infinito que do pó da terra o havia criado, como um ser vivo e belo, e amorosamente lhe dera uma companheira, poderia preencher a falta desta. Resolveu partilhar sua sorte; se ela devia morrer, com ela morreria ele. Afinal, raciocinou, não poderiam ser verdadeiras as palavras da sábia serpente? Eva estava diante dele, tão bela, e aparentemente tão inocente como antes deste ato de desobediência. Exprimia maior amor para com ele do que antes. Nenhum sinal de morte aparecia nela, e ele se decidiu a afrontar as conseqüências. Tomou o fruto, e o comeu rapidamente.
(…) Começaram então a ver o verdadeiro caráter de seu pecado. Adão censurou a companheira pela sua insensatez em sair de seu lado, e deixar-se enganar pela serpente; mas ambos acalentaram a esperança de que Aquele que lhes tinha dado tantas provas de Seu amor, perdoaria esta única transgressão, ou de que não seriam submetidos a um tão horrendo castigo como haviam receado.
Satanás exultou com seu êxito. Tinha tentado a mulher a desconfiar do amor de Deus, a duvidar de Sua sabedoria, e a transgredir a Sua lei e, por meio dela, ocasionara a derrota de Adão.
Entretanto, o grande Legislador estava para tornar conhecidas a Adão e Eva as conseqüências de sua transgressão. Manifestou-se no jardim a presença divina. Em sua inocência e santidade tinham eles alegremente recebido a aproximação de seu Criador; mas agora fugiram aterrorizados, e procuraram esconder-se nos mais profundos recessos do jardim. Mas “chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás? E ele disse: Ouvi a Tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me. E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses?” Gên. 3:11.
Adão não podia negar nem desculpar seu pecado; mas, em vez de manifestar arrependimento, esforçou-se por lançar a culpa sobre a esposa, e assim sobre o próprio Deus: “A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e eu comi”. Gên.3:12. Aquele que, por amor a Eva, havia deliberadamente preferido perder a aprovação de Deus, o seu lar no Paraíso, e uma vida eterna de alegria, podia, agora, depois de sua queda, procurar tornar sua companheira, e mesmo o próprio Criador, responsável pela transgressão. Tão terrível é o poder do pecado.
Quando foi interrogado à mulher: “Por que fizeste isto?” ela respondeu: “A serpente me enganou, e eu comi”. Gên.3:13. “Por que criaste a serpente? Por que lhe permitiste entrar no Éden?” – Tais eram as perguntas envolvidas em sua desculpa apresentada pelo pecado. Assim, como fizera Adão, lançou sobre Deus a responsabilidade de sua queda. O espírito de justificação própria originou-se com o pai da mentira; foi alimentado por nossos primeiros pais logo que se renderam à influência de Satanás, e tem sido apresentado por todos os filhos e filhas de Adão. Em vez de humildemente confessarem os pecados, procuram escudar-se lançando a culpa sobre outros, sobre as circunstâncias, ou sobre Deus, fazendo mesmo de Suas bênçãos um motivo para murmuração contra Ele.
O Senhor então pronunciou sentença sobre a serpente: “Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a besta, e mais que todos os animais do campos; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida.” Gên. 3:14. Visto que havia sido empregada como o intermediário de Satanás, a serpente devia participar da visitação do juízo divino. Da mais linda e admirada das criaturas do campo, devia tornar-se na mais rasteira e detestada de todas elas, temida e odiada tanto pelo homem como pelos animais. As palavras dirigidas em seguida à serpente aplicam-se diretamente ao próprio Satanás, indicando de antemão sua final derrota e destruição: “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. Gên. 3:15.
Referiram-se a Eva a tristeza e a dor que deveriam dali em diante ser o seu quinhão. E disse o Senhor: “O teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará”. Gên. 3:16. Na criação Deus a fizera igual a Adão. Se houvessem eles permanecido obedientes a Deus – em harmonia com Sua grande lei de amor – sempre estariam em harmonia um com o outro; mas o pecado trouxera a discórdia, e agora poderia manter-se a sua união e conservar-se a harmonia unicamente pela submissão por parte de um ou de outro. Eva fora a primeira a transgredir; e caíra em tentação afastando-se de seu companheiro, contrariamente à instrução divina. Foi à sua solicitação que Adão pecou, e agora foi posta sob a sujeição de seu marido. Se os princípios ordenados na lei de Deus tivessem sido acariciados pela raça decaída, esta sentença, se bem que proveniente dos resultados do pecado, ter-se-ia mostrado ser uma bênção para o gênero humano; mas o abuso da supremacia assim dada ao homem tem tornado a sorte da mulher mui freqüentemente bastante amargurada, fazendo de sua vida um fardo.
Eva tinha sido perfeitamente feliz ao lado do esposo, em seu lar edênico; mas, semelhante às inquietas Evas modernas, lisonjeou-se com a esperança de entrar para uma esfera mais elevada do que aquela que Deus lhe designara. Tentando erguer-se acima de sua posição original, caiu muito abaixo da mesma. Idêntico resultado será alcançado por todas as que estão indispostas a assumir com bom ânimo os deveres da vida, de acordo com o plano de Deus. Em seus esforços para atingirem posições para as quais Ele não as adaptou, muitas estão deixando vago o lugar em que poderiam ser uma bênção. Em seu desejo de uma esfera mais elevada, muitas têm sacrificado a verdadeira dignidade feminil, e a nobreza de caráter, e deixaram por fazer precisamente o trabalho que o Céu lhes designou.
(…) Não era a vontade de Deus que o casal sem pecados conhecesse algo do mal. Livremente lhes dera o bem, e lhes recusara o mal. Mas, contrariamente à Sua ordem, haviam comido da árvore proibida, e agora continuariam a comer dela, isto é, teriam a ciência do mal, por todos os dias de sua vida. Desde aquele tempo o gênero humano seria afligido pelas tentações de Satanás. Em vez do trabalho feliz até então a eles designado, a ansiedade e a labuta seriam seu quinhão. Estariam sujeitos ao desapontamento, pesares, dor, e finalmente à morte.
A advertência feita a nossos primeiros pais – “No dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gên. 2:17), não implicava que devessem eles morrer no próprio dia em que participassem do fruto proibido. Mas naquele dia a irrevogável sentença seria pronunciada. A imortalidade lhes era prometida sob condição de obediência; pela transgressão despojar-se-iam da vida eterna. Naquele mesmo dia estariam condenados à morte.
A fim de possuir uma existência eterna, o homem devia continuar a participar da árvore da vida. Privado disto, sua vitalidade diminuiria gradualmente até que a vida se extinguisse. Era o plano de Satanás que Adão e Eva pela desobediência incorressem no desprazer de Deus; e então, se deixassem de obter o perdão, esperava que comessem da árvore da vida, e assim perpetuassem uma existência de pecado e miséria. Depois da queda do homem, porém, santos anjos foram imediatamente comissionados para guardarem a árvore da vida. Em redor desses anjos chamejavam raios de luz, tendo a aparência de uma espada inflamada. A nenhum da família de Adão foi permitido passar aquela barreira para participar do fruto doador de vida; logo, não há nenhum pecador imortal.
A onda de desgraças que emanou da transgressão de nossos primeiros pais, é considerada por muitos como uma conseqüência demasiado terrível para um pecado tão pequeno; e acusam a sabedoria e justiça de Deus em Seu trato com o homem. Mas, se eles olhassem mais profundamente para esta questão, poderiam discernir o seu erro. Deus criou o homem à Sua semelhança, livre do pecado. A Terra devia ser povoada com seres algo inferiores aos anjos; mas a sua obediência seria provada, pois que Deus não permitiria que o mundo se enchesse daqueles que desrespeitassem a Sua lei. Contudo, em Sua grande misericórdia, não designou a Adão uma prova severa. E a própria leveza da proibição tornou o pecado excessivamente grande. Se Adão não pôde suportar a menor das provas, não poderia ter resistido a uma prova maior, caso houvessem sido confiadas a ele maiores responsabilidades.
Se tivesse sido designada a Adão alguma prova grande, aqueles cujo coração, se inclina para o mal desculpar-se-iam então, dizendo: “Isto é uma coisa trivial, e Deus não é tão exigente a respeito de coisas pequenas”. E haveria contínua transgressão em coisas consideradas pequenas, as quais ficam sem reprovação humana. O Senhor, porém, tornou patente que o pecado, em qualquer grau, é ofensivo para Ele.
A Eva pareceu coisa pequena desobedecer a Deus provando o fruto da árvore proibida, e tentar o esposo a transgredir também; entretanto, o pecado deles abriu as portas ao dilúvio das desgraças sobre o mundo. Quem pode saber, no momento da tentação, as terríveis conseqüências que advirão de um passo errado?
(…) O pecado de nossos primeiros pais acarretou a culpa e a tristeza sobre o mundo, e se não fora a bondade e misericórdia de Deus, teria mergulhado a raça humana em irremediável desespero. Que ninguém se engane. “O salário do pecado é a morte.” Rom.6:23. A lei de Deus não pode ser transgredida hoje com menos impunidade do que quando fora pronunciada a sentença sobre o pai da humanidade.
Depois de seu pecado, Adão e Eva não mais deviam habitar no Éden. (…) sua natureza ficara depravada pelo pecado; haviam diminuído sua força para resistir ao mal, e aberto o caminho para Satanás ganhar mais fácil acesso a eles. Em sua inocência tinham cedido à tentação; e agora, em estado de culpa consciente, teriam menos poder para manter sua integridade.
(…) O jardim do Éden permaneceu sobre a Terra muito tempo depois que o homem fora expulso de suas deleitáveis veredas. Gên. 4:16. Foi permitido à raça decaída por muito tempo contemplar o lar da inocência, estando a sua entrada vedada apenas pelos anjos vigilantes. À porta do Paraíso, guardada pelos querubins, revelava-se a glória divina. Para ali iam Adão e seus filhos a fim de adorarem a Deus. Ali renovaram seus votos de obediência àquela lei cuja transgressão os havia banido do Éden. Quando a onda de iniqüidade se propagou pelo mundo, e a impiedade dos homens determinou sua destruição por meio de um dilúvio de água, a mão que plantara o Éden o retirou da Terra. Mas, na restauração final de todas as coisas, quando houver “um novo céu e uma nova Terra”, será restabelecido, mais gloriosamente adornado do que no princípio.”
O que assusta é que Satanás usou como chamariz para atrair a atenção do homem, e enganá-lo, uma mistura da verdade com o erro. Ele tomou uma ordem direta de Deus e simplesmente reformulou a frase de modo a parecer que estava praticamente repetindo o que Deus dissera, mas com um significado diferente. Em outras palavras, ele misturou a verdade com o erro na medida para parecer certa.
Embora tivesse sido enganada (I Tim. 2:14), Eva, por suas palavras, mostrou que sabia o que Deus lhe havia dito que fizesse, sendo, assim, responsável por suas ações (Gên.3:2 e 3). O que provavelmente ela não conhecesse eram as devastadoras conseqüências da sua desobediência. E nisto ela não é diferente de todos os seus filhos! A maioria desobedece esperando que de alguma forma, não tenha que “pagar a conta.” A semeadura da desobediência, contudo, segue as leis da agricultura: colhemos o que semeamos; colhemos em outro tempo; e colhemos muito mais que pensamos. Esta é uma lição muito clara para nós: poderíamos evitar muita aflição, pecado e engano se tão-somente obedecêssemos aos claros mandamentos de Deus, muito embora não entendamos certa situação ou todas as variáveis que existem nela. Por mais lamentável que tenha sido o pecado de Eva, Adão pecou com plena consciência do que fazia. Mesmo na ignorância, eles poderiam ter-se poupado do engano simplesmente pela obediência a Deus, confiando que os Seus caminhos são os melhores, embora não os entendessem.
Por ser assim tão estranho e tão habilmente disfarçado por seu originador, o pecado precisou de tempo para manifestar todas as ramificações do seu verdadeiro caráter. Isso foi necessário a fim de preservar a paz, a harmonia e a liberdade no Universo. Era moralmente imperativo que cada um dos anjos e dos outros seres espiritualmente inteligentes em toda a Criação avaliassem e contrastassem o caráter e os frutos do bem e do mal, da verdade e do erro, da justiça e da injustiça.
Deus decidiu dar essa mesma liberdade de escolha a Adão e Eva, pais da recém-criada raça. Atraída pelos sutis sofismas de Satanás, Eva aceitou os comentários depreciativos de Satanás sobre Deus. Tendo duvidado das palavras verdadeiras de Deus, e confiando em sua própria razão, aliada ao falso testemunho de Satanás, ela ficou confusa e caiu em transgressão.
De fato, o diabo estabeleceu em nosso planeta um formidável império baseado na mentira. Pense nas diversas áreas humanas que são dominadas pela mentira: educação, arte, política, economia, sexo, casamento, governos, negócios, amizade, diversões, música. Não é de admirar que, quando Paulo fala da armadura de Deus, em Efésios 6:10-20, ele inicia com a verdade (v.14). A verdade é nossa única chance de vitória sobre o reino da mentira.
Observe, no Éden, a estratégia no relato da tentação e desobediência (Gên.3:1). Primeiro, o inimigo não se apresenta como quem realmente ele é: o diabo. Ele se utiliza de uma serpente (uma criatura de Deus), familiar a Adão e Eva. A tentação vem através de um dos subordinados do casal, não despertando suspeita inicial e apelando ao orgulho. No Novo Testamento, da mesma forma, para tentar Jesus o inimigo usa Pedro, alguém do Seu círculo (Mat.16:22-23). Mas, diferente de Cristo, Eva, como a maioria de nós, não discerniu o tentador por trás da tentação.
Outro aspecto é que o tentador não começa com uma discussão, mas com uma sugestão. O tom incrédulo de suas palavras é evidente: “Então, é assim que Deus disse…(?)” A questão é tanto perturbadora quando lisonjeira, insinuando que a palavra de Deus está sujeita ao julgamento humano. Logo, o exagero calculado: “… Não comereis de toda árvore do jardim?” – Assim, Eva é arrastada para entrar em debate com o oponente, sem perceber que neste caminho não haveria retorno.
Tentando corrigir o erro, a mulher parece ampliar e exagerar a severidade de Deus, e nisto ela teria muitos sucessores (Gên.3:2-3). Então, vem a aberta contradição: “Não morrerás” (v.4). O que temos aqui é a palavra da serpente contra a Palavra de Deus. Julgamento é a primeira doutrina negada!
Deus havia dito a Adão e Eva que não comessem da árvore proibida. Mas a serpente estava na árvore e tocou no fruto proibido, deu uma mordida nele, e não morreu. Até demonstrava qualidades que não lhe eram próprias – a possibilidade de falar. O que Eva contemplou era o contrário do que Deus havia dito. Isto a surpreendeu e atraiu. Esta oportunidade foi imediatamente usada por seu inimigo (Gên.3:4 e 5).
Depois disto, sob o domínio do inimigo e do pecado, o homem se torna especialista em contradizer a revelação divina. Coloca-se no lugar de Deus, porque ele passa a decidir, por si, o que é certo e o que é errado. O clímax desta história é uma mentira grande o suficiente para interpretar a própria vida, e suficientemente grande para redirecionar a ambição humana: Ser como Deus, precisamente a ambição original de Lúcifer (Isa.14:14).
A conseqüência é que o processo da tentação continua o mesmo, praticamente inalterado: ouvir a criatura em lugar de ouvir o Criador. Seguir a impressão em lugar da instrução. Ação independente de Deus. Autonomia (quando o eu se torna a lei). Persuadir-se de que a desobediência significa enriquecimento e avanço pessoal: “abrirão os vossos olhos;” “sereis como Deus”. Julgar que a obediência à ordem divina nos priva de algo que nos tornaria mais felizes e realizados. Permitir que os olhos se tornem cegos para os trágicos resultados da rebelião.
Insinuando a desconfiança em Deus, descrevendo o amor divino como restritivo e malicioso, o tentador conseguiu a vitória. Eva seguiu suas impressões: “Vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer e agradável aos olhos, e desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu, e deu também ao seu marido…”(Gên.3:6). Com este ato impossível de ser desfeito, Adão e Eva, por indulgência egoísta, expulsaram do paraíso toda a raça humana (Rom.5:12), nos destruíram a todos, e abriram as portas da corrupção e da morte.
Infelizmente, Adão e Eva não passaram no teste da obediência – violaram a lei de Deus. Eva pisou no terreno de Satanás quando foi até a árvore do conhecimento do bem e do mal. É possível acontecer isso hoje com qualquer um de nós?
“Onde Estás?”
Encantada pelas mentiras sutis e não tão sutis de Satanás, a raça humana caiu. Imediatamente, toda a relação entre o Céu e a Terra mudou. O padrão do Paraíso foi radicalmente alterado. A harmonia, a paz e o equilíbrio do Éden foram quebrados. Naquele momento, a história do Universo mudou. A rebelião de Satanás, que estivera limitada só a ele mesmo e aos anjos caídos, havia conquistado os seres terrestres.
Assim, a primeira coisa que Deus comunica às Suas criaturas caídas é uma pergunta que, de certo modo, vem fazendo desde então. Ele não pergunta a fim de saber; pergunta a fim de fazer Adão e Eva pensarem no que haviam feito. O que vemos aqui não é uma condenação, mas é o primeiro de uma série de infinitos apelos para que Adão e Eva, e todos os seus descendentes, reconheçam sua posição pecaminosa, reconheçam sua necessidade e que Deus está aqui para salvá-los.
Deus vem a eles. Deus os está buscando. Embora vejamos freqüentemente Gên.3:15 como a primeira promessa evangélica, já aqui, nesta simples pergunta, “Onde estás?” (Gên.3:9) vemos o início do que só vai terminar no fim do tempo de graça: Deus está nos buscando e tomando a iniciativa de nos salvar.
A quebra do relacionamento com Deus introduziu a desordem em nosso universo. Em resultado, o homem passou a ser dominado pelo impulso da fuga de Deus. A partir de então, ele já não mais podia ver direito, pensar direito, sentir direito, agir direito, ou ouvir direito!
A resposta de Adão, contudo, revela a causa por trás do sintoma: “tive medo” (Gên.3:10). Esta é a primeira referência ao medo; e esta atitude de fugir de Deus tornou-se a marca da nossa condição caída. Precisamente aqui encontra-se a seriedade do pecado: ele é um tipo de doença que leva suas vítimas a fugirem do tratamento!
Freqüentemente, ouvimos alguém dizer a outrem: “Você precisa buscar a Deus.” Com isso, dá a impressão de que é Deus quem está perdido, e nós devemos encontrá-Lo através de nossos esforços e métodos de busca. Entretanto, o testemunho das Escrituras nos revela que, antes de termos a brilhante idéia de “buscar a Deus,” Ele já estava à nossa procura. Nossa busca de Deus não é senão resposta à ação do Espírito Santo em nós.
Note, por fim, que ao Se dirigir à serpente, Deus não fez nenhuma pergunta. Ele simplesmente a condenou (Gên.3:14). Inversamente, no verso seguinte, Deus ofereceu a promessa de esperança a Adão e Eva. Essa promessa incluía o término do pecado e do seu originador, Satanás. Deste modo, o evangelho eterno foi revelado nesse ambiente de julgamento.
As folhas de figueira (Gên.3:7), representam a patética tentativa humana de corrigir os efeitos do pecado e melhorar a nossa condição moral (Isa.64:6; Rom.10:3). Mas não há salvação em nenhum outro método, senão naquele provido pelo Criador. Tentativas de solução baseadas em esforços humanos, não passam de “folhas de figueira”.
Gênesis 3:15 é o anúncio da solução do problema do pecado. Ali está o primeiro lampejo do evangelho, que progressivamente passaria a brilhar mais e mais intensamente, até a sua plena revelação no Calvário. Este texto transmite uma sentença sobre o inimigo e, ao mesmo tempo, revela a promessa de salvação para a raça humana.
A figura de Satanás por trás da serpente seria, finalmente, desmascarada no Novo Testamento (Rom.16:20; Apoc.12:9; 20:2), a qual deveria ser destruída pelo Descendente da mulher. Na cruz, a antiga serpente, “chamada o diabo, e Satanás, a qual engana todo o mundo” (Apoc.12:9), seria totalmente derrotada, julgada e condenada.
A grande controvérsia entre Lúcifer e Cristo, iniciada no Céu, encontrou sua definitiva resolução na cruz. Ali, o grande enganador em seu verdadeiro caráter foi plenamente exposto perante todo o Universo. É apenas quando vemos Satanás à luz da revelação da cruz, que realmente podemos vê-lo como ele realmente é. As boas-novas são que os cristãos não estão lutando por vitória. A vitória já foi alcançada! A nós cumpre apenas aceitá-la em nossa vida.
A Parábola da Indecisão
Havia um grande muro separando dois grandes grupos. De um lado do muro estavam Deus, os anjos e os servos leais a Deus. Do outro lado do muro estavam Satanás, seus demônios e todos os humanos que não servem a Deus. E em cima de muro havia um jovem indeciso, que havia sido criado num lar cristão, mas que agora estava em dúvida se continuaria servindo a Deus ou se deveria aproveitar um pouco os prazeres do mundo.
O jovem indeciso observou que o grupo do lado de Deus chamava e gritava sem parar para ele: – Ei, desce do muro agora… Vem para cá!
Já o grupo de Satanás não gritava e nem dizia nada. Essa situação continuou por um tempo, até que o jovem indeciso resolveu perguntar a Satanás: – O grupo do lado de Deus fica o tempo todo me chamando para descer e ficar do lado deles. Por que você e seu grupo não me chamam e nem dizem nada para me convencer a descer para o lado de vocês? Grande foi a surpresa do jovem quando Satanás respondeu: – É porque o muro é MEU.
Não existe meio termo. O muro tem dono.
Texto de autoria do Dr. Mauro Braga – IASD Brooklin
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