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Aposta de Pascal
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24012010
Aposta de Pascal
Aposta de Pascal
Em discussões sobre religião e Deus, sempre que o cristão usa a “Aposta de Pascal” a objeção ateísta comum é: “Qual deus? Odin, Zeus, etc?” Você pode ver como isso acontece nesse vídeo aqui, ou de uma forma modificada nessa sessão de stand-up comedy do Dawkins.
Essa é a objeção dos “muitos deuses”. Na lógica ateísta, se nessa aposta você não consegue estabelecer a identidade exacta do deus verdadeiro, isso é uma prova de que o teísmo é falso e o cristianismo mais falso ainda. Tal objecção ateísta pode ser respondida de várias formas, mas destaco duas respostas simples aqui:
1) O argumento de Pascal claramente se refere ao Deus bíblico-cristão e não a “um deus”. A Aposta de Pascal é se “Deus”, aquele em quem Pascal acreditava, existir. Portanto a pergunta “qual deus” já é respondida: o Deus da Bíblia. A objeção dos “muitos deuses” ignora quem era Pascal, ignora quem é o interlocutor e ignora tudo o que o cristianismo já escreveu sobre a existência de Deus.
Em suma: a objecção dos muitos deuses é um atestado de ignorância (já que ignora tantas coisas).
A Aposta de Pascal é apenas um fragmento de uma obra mais ampla escrita por um teísta cristão. É um argumento pragmático dependente de verdades anteriores.
Com base em argumentos anteriores, Pascal reduz as opções de vida a 2 caminhos: o teísmo cristão e o não-”teísmo cristão”. Ao contrário do que possa parecer, sua Aposta não é “teísmo x ateísmo”. Por isso, o argumento é mal utilizado por cristãos e mal refutado por ateus.
2) Ateus não apostam? Mesmo ignorando o fato de Pascal estar a referir-se ao Deus cristão, que promete vida eterna (o que elimina várias outras divindades), a objecção dos “muitos deuses” é um atestado de burrice: “Ok, admito que o teísmo é correto. Mas como não me deste a identidade exacta do deus verdadeiro eu prefiro continuar a não acreditar em deus nenhum”.
Assim, a objecção dos muitos deuses acabaria com todas as loterias e sorteios. O ateu coerente nunca apostaria em nada e nunca entraria num sorteio. O argumento dos “muitos deuses” pode transformar-se em argumento dos “muitos números”, e já que ninguém sabe que número será o premiado, o mais seguro e inteligente é não jogar.
Analisando friamente, seria mais inteligente arriscar num deus qualquer do que nenhum, pois o prémio é muito grande e não ganhar significa perder muito mais que milhões. O ateísmo continua a ser a pior opção, mesmo distorcendo a Aposta de Pascal.
Mas para não perder a ilustração aqui: a Aposta de Pascal não se refere a acertar o deus correcto. A Aposta dele é simplesmente apostar ou não no Deus bíblico. Ateus e crentes esculhambam o argumento de um dos maiores pensadores cristãos de todos os tempos.
Como usar a Aposta de Pascal?
a) Apresenta todas as evidências e argumentos racionais a favor da existência de Deus que conheces. É teu dever conhecê-los.
b) No final da apresentação, usa a Aposta de Pascal.
c) O ateu usa a objecção dos “muitos deuses”, arrancado sorrisos sarcásticos do auditório.
d) Pergunta-lhe: “Estavas a dormir durante o ponto a)?” E passas a exigir dele uma argumentação em favor de Odin, Zeus, etc, do mesmo nível que a sua no ponto a). Seja educado, mas tão duro quanto possível.
Se ele não consegue argumentar racionalmente em favor de Odin, do Homem-aranha e do dragão de Sagan, então por que levantou essa objecção? Apenas para ganhar tempo ou para expor a própria tolice?
Não permitas que ele mude de assunto enquanto ele não listar os argumentos racionais em favor da existência da divindade citada. Você já o fez no ponto a), agora é a vez dele.
A Aposta de Pascal tem sido humilhada porque os crentes em geral fracassam no ponto a), ou ignoram-no.
Usa correctamente ou então não uses
Se a conversa ou o debate for devidamente dirigido, seguir uma sequência lógica e não pular etapas, a Aposta de Pascal pode ser uma bem-sucedida cartada final. Mas raramente os debates proporcionam tal oportunidade.
Meu conselho é: não precisas de usar a Aposta de Pascal. Mas se resolveres usá-la, certifica-te de ter estabelecido previamente as evidências a favor da existência de Deus, e não te curves diante de uma objecção tão estúpida.
__________________________________________________________
Modificado a partir do original Resumo da Ópera – Estão avacalhando a Aposta de Pascal
Em discussões sobre religião e Deus, sempre que o cristão usa a “Aposta de Pascal” a objeção ateísta comum é: “Qual deus? Odin, Zeus, etc?” Você pode ver como isso acontece nesse vídeo aqui, ou de uma forma modificada nessa sessão de stand-up comedy do Dawkins.
Essa é a objeção dos “muitos deuses”. Na lógica ateísta, se nessa aposta você não consegue estabelecer a identidade exacta do deus verdadeiro, isso é uma prova de que o teísmo é falso e o cristianismo mais falso ainda. Tal objecção ateísta pode ser respondida de várias formas, mas destaco duas respostas simples aqui:
1) O argumento de Pascal claramente se refere ao Deus bíblico-cristão e não a “um deus”. A Aposta de Pascal é se “Deus”, aquele em quem Pascal acreditava, existir. Portanto a pergunta “qual deus” já é respondida: o Deus da Bíblia. A objeção dos “muitos deuses” ignora quem era Pascal, ignora quem é o interlocutor e ignora tudo o que o cristianismo já escreveu sobre a existência de Deus.
Em suma: a objecção dos muitos deuses é um atestado de ignorância (já que ignora tantas coisas).
A Aposta de Pascal é apenas um fragmento de uma obra mais ampla escrita por um teísta cristão. É um argumento pragmático dependente de verdades anteriores.
Com base em argumentos anteriores, Pascal reduz as opções de vida a 2 caminhos: o teísmo cristão e o não-”teísmo cristão”. Ao contrário do que possa parecer, sua Aposta não é “teísmo x ateísmo”. Por isso, o argumento é mal utilizado por cristãos e mal refutado por ateus.
2) Ateus não apostam? Mesmo ignorando o fato de Pascal estar a referir-se ao Deus cristão, que promete vida eterna (o que elimina várias outras divindades), a objecção dos “muitos deuses” é um atestado de burrice: “Ok, admito que o teísmo é correto. Mas como não me deste a identidade exacta do deus verdadeiro eu prefiro continuar a não acreditar em deus nenhum”.
Assim, a objecção dos muitos deuses acabaria com todas as loterias e sorteios. O ateu coerente nunca apostaria em nada e nunca entraria num sorteio. O argumento dos “muitos deuses” pode transformar-se em argumento dos “muitos números”, e já que ninguém sabe que número será o premiado, o mais seguro e inteligente é não jogar.
Analisando friamente, seria mais inteligente arriscar num deus qualquer do que nenhum, pois o prémio é muito grande e não ganhar significa perder muito mais que milhões. O ateísmo continua a ser a pior opção, mesmo distorcendo a Aposta de Pascal.
Mas para não perder a ilustração aqui: a Aposta de Pascal não se refere a acertar o deus correcto. A Aposta dele é simplesmente apostar ou não no Deus bíblico. Ateus e crentes esculhambam o argumento de um dos maiores pensadores cristãos de todos os tempos.
Como usar a Aposta de Pascal?
a) Apresenta todas as evidências e argumentos racionais a favor da existência de Deus que conheces. É teu dever conhecê-los.
b) No final da apresentação, usa a Aposta de Pascal.
c) O ateu usa a objecção dos “muitos deuses”, arrancado sorrisos sarcásticos do auditório.
d) Pergunta-lhe: “Estavas a dormir durante o ponto a)?” E passas a exigir dele uma argumentação em favor de Odin, Zeus, etc, do mesmo nível que a sua no ponto a). Seja educado, mas tão duro quanto possível.
Se ele não consegue argumentar racionalmente em favor de Odin, do Homem-aranha e do dragão de Sagan, então por que levantou essa objecção? Apenas para ganhar tempo ou para expor a própria tolice?
Não permitas que ele mude de assunto enquanto ele não listar os argumentos racionais em favor da existência da divindade citada. Você já o fez no ponto a), agora é a vez dele.
A Aposta de Pascal tem sido humilhada porque os crentes em geral fracassam no ponto a), ou ignoram-no.
Usa correctamente ou então não uses
Se a conversa ou o debate for devidamente dirigido, seguir uma sequência lógica e não pular etapas, a Aposta de Pascal pode ser uma bem-sucedida cartada final. Mas raramente os debates proporcionam tal oportunidade.
Meu conselho é: não precisas de usar a Aposta de Pascal. Mas se resolveres usá-la, certifica-te de ter estabelecido previamente as evidências a favor da existência de Deus, e não te curves diante de uma objecção tão estúpida.
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Modificado a partir do original Resumo da Ópera – Estão avacalhando a Aposta de Pascal
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