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19032011
[Entrevista] A lógica do Sabino
A lógica do Sabino
Marcos André Sabino Ferreira nasceu em 18 de agosto de 1986, na cidade de Vila Nova de Gaia, Portugal. Membro da Igreja Evangélica de Belomonte, na cidade do Porto, gosta de jogar futebol, tocar guitarra, ler e passear pela blogosfera. Licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade do Minho, em Braga, está a poucos meses de concluir o Mestrado em Informação e Jornalismo. Atualmente, trabalha como gestor de comunicação numa empresa e mantém o blog A Lógica do Sabino. Nesta entrevista concedida a Michelson Borges, ele fala sobre seu interesse pelo criacionismo:
Desde quando surgiu seu interesse pelo criacionismo?
Meu interesse pelo criacionismo é bem recente. Surgiu há coisa de dois anos. Na época, entrei num debate sobre a existência de Deus, no blog de um amigo do meu curso, e a partir daí senti necessidade de me aprofundar mais nesse tema.
Que tipo de leituras e estudos fez a fim de se capacitar para essas discussões?
Eu costumo dizer que comecei pelo lado oposto. Primeiro, li livros que eram contra o Cristianismo, nomeadamente A Desilusão de Deus, do Richard Dawkins [Deus Um Delírio], e o livro Evolução e Criacionismo: uma relação impossível, de quatro evolucionistas portugueses. A ideia era saber quais os argumentos usados por eles.
Só depois comecei a ler coisas sobre criacionismo. Conheci sites como o Creation Ministries International e o Institute for Creation Research, mandei vir alguns livros e todos os dias lia umas duas horas. Tive a felicidade de conhecer o blog Génesis contra Darwin, um blog criacionista português e, mais tarde, seu autor. Ele já conhecia as falácias evolucionistas e foi uma grande ajuda quando dos meus primeiros passos no criacionismo.
Por que resolveu também criar um blog para defender a visão teísta/criacionista?
Criei o blog primeiro para responder ao meu amigo de curso. Depois o blog foi ficando com mais conteúdo e o objetivo aí era dar argumentos a outros cristãos que não sabiam muito bem como encaixar os dados “científicos” na história bíblica, à semelhança das dificuldades que eu também tinha sentido anteriormente.
Atualmente, dois anos depois, o propósito do blog é expor as mentiras evolucionistas ensinadas como se fossem ciência objetiva e anunciar a verdadeira origem das espécies e as suas implicações.
Quais os maiores desafios para manter um blog dessa natureza?
Talvez a maior dificuldade seja ter em mente que estou escrevendo tanto para pessoas que entendem do assunto, como para pessoas que apenas o conhecem superficialmente. Isso por vezes é complicado porque há postagens que escrevo pensando que todos os que as vão ler têm o mesmo conhecimento que eu tenho e isso pode constituir um obstáculo à compreensão do assunto abordado. É algo que eu tenho aprendido a trabalhar com o tempo.
Arranjar tempo para o blog não é um desafio pois é algo que faço com gosto e faz parte do dia a dia.
E as maiores alegrias proporcionadas por esse trabalho?
Essa é fácil. Sem dúvida que as maiores alegrias proporcionadas por esse trabalho são as palavras que ouço/leio de pessoas que eu nunca sequer vi na minha vida. Ao longo destes dois anos de blog, já falei com pessoas (1) que não estão seguras quanto à existência de Deus, mas que gostam de acompanhar o blog porque lhes dá a conhecer outras perspectivas que elas não imaginavam existir; (2) que estavam na dúvida quanto à existência de Deus e à veracidade da Bíblia, mas que fortaleceram a fé; (3) que não sabiam como debater certos assuntos com os amigos, mas que agora sabem.
É bom quando recebemos comentários ou e-mails desse gênero. É aqui que vemos que nosso trabalho não está sendo em vão (também sinto a sua alegria sempre que você publica o “E-mails que nos alegram”).
Às vezes, pensamos que nossa mensagem não está sendo dada, apenas por aquilo que dizem os ateus que comentam no blog. No entanto, temos que lembrar que o número de pessoas que apenas acompanha as postagens e os comentários é muito maior do que o daquelas que comentam. É para essas que é importante continuar a escrever.
Como você encara a responsabilidade do jornalista/comunicador criacionista?
Não tenho muita experiência nisso. Atualmente não desempenho funções jornalísticas. A única experiência que tive com isso foi quando estagiei na TV Ciência. Tive que fazer alguns artigos que tinham noções evolucionistas (ex: Terra com bilhões de anos), mas não muito mais.
Em sua opinião, quais os argumentos mais fortes em favor do criacionismo?
Um dos mais fortes é, sem dúvida, o design presente em todas as formas de vida. A natureza está cheia de design por todo o lado. São os ateus evolucionistas que têm que se esforçar por explicar o porquê de o design não ter designer, se nós sabemos que design tem sempre um designer.
Algo que me fascinou foi quando eu estava na TV Ciência e assisti a uma conferência de robótica. A certa altura, o diretor de uma das empresas lá representadas disse que só o simples movimento do braço de um robô é extremamente complexo e que demorará alguns anos até podermos sonhar com empregadas como a dos Jetsons. Isso me fascinou porque nós executamos milhares de movimentos simultâneos por segundo. Isso é um nível de design fora de série. O cientista que conseguir colocar um robô para executar um “moonwalk” será considerado um gênio. Pois bem, o gênio de Deus já fez isso. São coisas que damos por garantido e que nem pensamos nelas.
E as maiores fragilidades ou pontos em que se deve aprofundar a pesquisa?
Acho curioso você falar em “aprofundar a pesquisa”, uma vez que muita gente (evolucionistas) pensa que os criacionistas não conduzem nenhum tipo de investigação, quando isso está longe de ser verdade.
Os criacionistas têm feito um bom trabalho relativamente à área da datação radiométrica. O grupo RATE, constituído por cientistas doutorados em áreas como Geologia e Física, reuniu evidências de como o decaimento radioativo já foi mais acelerado no passado. Claro que isso é visto pelos evolucionistas como sendo “má pesquisa” ou “pesquisa enviesada”, porque não lhes dá jeito admitir que os métodos de datação se assentam em pressupostos errados. No entanto, é curioso que são os próprios evolucionistas que têm constatado que o decaimento radioativo talvez tenha sido acelerado no passado (confira aqui).
Acho que a pesquisa criacionista deveria se concentrar nesse assunto. É fulcral. Se se colocar em dúvida os bilhões de anos atribuídos à Terra, toda a teoria evolucionista cai por terra (aliás, como já caiu, quando se encontraram tecidos moles em fósseis de dinossauros. Se eles realmente tivessem milhões de anos, esse tipo de material já não estaria ali à espera de ser encontrado).
Fale sobre como andam as discussões sobre as origens em seu país.
Aqui o debate público Criacionismo vs. Evolucionismo é praticamente nulo. A discussão ocorre mais ao nível da blogosfera. Mas espero que isso mude, a médio prazo. Atualmente, o grande defensor do criacionismo é o Jónatas Machado, professor de Direito na Universidade de Coimbra. Estou à espera de que Deus também me use para espalhar a verdade bíblica por terras lusitanas. Tenho procurado encorajar outros criacionistas jovens a se envolverem mais nessa área (meu amigo do http://samdizque.wordpress.com e a minha amiga virtual do http://portal-cristao.blogspot.com).
Fala-se que a Europa está muito secularizada. O que os cristãos podem e devem fazer para lidar com esse quadro?
Acho que os cristãos deveriam ser mais ativos na defesa do Cristianismo. Cada vez mais os valores morais se afastam dos valores de Deus. Aqui em Portugal, depois da legalização do aborto, agora a discussão é sobre a legalização do casamento homossexual. Sei que muitos vão achar que sou retrógrado ou coisa do gênero, mas a verdade é esta: se não querem que os valores bíblicos imperem, depois não perguntem por que é que “Deus permite” coisas como a fome e guerras. Se o ser humano não quer que Deus reine, Ele, gentilmente, fará a nossa vontade.
Encorajo todos os cristãos que acompanham o blog a criarem seu próprio espaço. Cada um de nós pode chegar a pessoas às quais outros jamais chegarão.
Você tem tido bastante contato com brasileiros. Quais as semelhanças e diferenças entre o trabalho feito por criacionistas aqui e em Portugal?
O que eu noto é que a discussão desse assunto é muito mais forte no Brasil do que em Portugal. Espero que daqui a alguns anos se discuta, em Portugal, metade do que se discute aí no Brasil a respeito desse tema.
Que sites e blogs brasileiros você costuma acompanhar e por quê?
Acompanho diariamente o seu [Criacionismo.com.br], assim como o blog do Cético – o cara é muito maneiro (para usar uma expressão brasileira, eheh). Também acompanho o Fatos em Foco, do pastor Artur Eduardo. São blogs parecidos com o meu, que se debruçam sobre os mesmos assuntos. Desejo que continuem atingido mais pessoas com as palavras da Verdade.
O que diria a um jovem que enfrenta oposição e críticas na universidade pelo fato de ser criacionista? Como ele deve lidar com isso?
Tenho amigos que se encontram nessa posição. Estudam em áreas como Biotecnologia, Medicina e Biologia Marinha, e certamente vão levar com muita evolução em cima. A pessoas que se encontram nessa situação diria para não se deixarem intimidar com aquilo que vão ouvir como sendo verdades científicas. Uma coisa que o tempo nos tem mostrado é que as especulações evolucionistas acabam sempre por cair e aquilo que foi ensinado ontem como verdade, hoje já está completamente ultrapassado e foi substituído por outro tipo de mentiras.
Suas últimas palavras.
Alguém uma vez disse: “Um pouco de ciência nos afasta de Deus, muita nos aproxima”. Gosto da frase porque ilustra bem o que se passa. Se realmente ficarmos com as evidências “científicas” selecionadas pelos evolucionistas, aí é normal acharmos que Deus não existe. Mas se aprofundarmos nosso conhecimento científico, conseguiremos ver que é impossível não haver um Criador, já que a natureza vive mostrando as obras dEle (Romanos 1:20).
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