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A apostasia da liderança da igreja cristã pós-apostólica :: Comentários

Eduardo

Mensagem Sex Abr 22, 2011 2:11 pm por Eduardo

A apostasia da liderança da igreja cristã pós-apostólica Vds201010a

INTRODUÇÃO - A corrupção do Cristianismo

A Conspiração de Inácio: A Origem do "Cristianismo"

O historiador e comentador nazareno antigo Hegésipo (cerca de 180DC) escreve acerca do tempo imediatamente após a morte de Shimon (Simão), o qual havia sucedido a Ya'akov HaTsadik (Tiago, o Justo) como Nassi (“Presidente”) do Sanhedrin Nazareno, e que morreu em 98 DC:

"Até aquele período (98 DC), a Assembléia havia permanecido como uma virgem pura e incorrompida: pois, se havia quaisquer pessoas dispostas a alterar a regra completa da proclamação da salvação, elas ainda vagavam em um lugar obscuro oculto ou outro. Mas, quando o bando sagrado de Emissários havia de várias formas findado suas vidas, e a geração dos homens havia sido confiado ouvir à Sabedoria inspirada com seus próprios ouvidos passou, então a confederação do erro da iniquidade tomou ascenção através da infidelidade dos falsos mestres que, vendo que nenhum dos emissários ainda sobrevivia, levantaram suas cabeças para se opor à proclamação da verdade, proclamando algo falsamente chamado de conhecimento." (Hegésipo, o Nazareno; c. 98 DC; citado por Eusébio em Hist. Ecl. 3:32)

Hegésipo indica que a apostasia começou no mesmo ano que Inácio se tornou bispo de Antioquia!

O Anti-semitismo dos chamados "Pais da Igreja"

No primeiro século d.C., a igreja estava bastante ligada às suas raízes judaicas, e Jesus não pretendia que fosse de outra forma. Além disso, Jesus é judeu e a base de seus ensinamentos é consistente com as Escrituras hebraicas. Em Mateus 5:17-18, Ele afirma: "Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas: não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: Até que o céu e a terra passem , nem um i ou um til jamais passará da lei, até que tudo se cumpra." É sabido também que os autores do Novo Testamento, com exceção de Lucas, eram judeus. Os apóstolos e os primeiros discípulos eram judeus. Eles adoravam no Shabbat, celebravam as festas e freqüentavam a sinagoga. Até mesmo a membresia da igreja primitiva em Jerusalém e arredores, Judéia, Samaria e Galiléia era predominantemente judaica. Nós sabemos, por exemplo, que nome de pessoas não judias apareceram na liderança da igreja de Jerusalém somente após 135 d.C., quando então aparece um nome grego. A seguir veremos porque isto aconteceu. Congregações em outras partes do Império Romano também tinham raízes judaicas e hebraicas relativamente fortes, uma vez que a raiz de sua crença vinha da Escola de Pensamento de Jerusalém. E isto era ilustrado pelos nomes de muitas das epístolas do Novo Testamento: As cartas aos Coríntios, Romanos, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses e Tessalonicenses originaram da comunidade de Jerusalém. Os autores das outras epístolas estavam também ligados à congregação judaico-cristã em Jerusalém.

A igreja de Roma e a filosofia grega

A concepção cristã européia em seu início, a Patrísitica, não permaneceu enclausurada em si mesma, mas sofreu fortes influências de outras culturas. A filosofia cristã desenvolveu-se a partir de filosofias predecessoras. Justino fundamenta-se na filosofia grega, a escolástica em Agostinho e na Patrística.

A Igreja Sofre Eclipse: O Escuro Capítulo da Apostasia da Igreja

O declinio espiritual da igreja

“Ágora” e a Biblioteca de Alexandria

A apostasia da liderança da igreja cristã pós-apostólica HIPATIA-DE-ALEXANDRIA

Por Marcelo de Souza Silva

[AVISO: o texto abaixo contém revelações sobre o enredo do filme (spoilers)]
Está sendo lançado em DVD e Blu-Ray o filme “Agora” (diz-se “Ágora”), do diretor Alejandro Amenábar, que recebeu o título de “Alexandria” no Brasil. Original de 2009, o filme não chegou a passar nos cinemas brasileiros, sendo seu lançamento em DVD/Blu-Ray a sua estréia oficial nacional, com quase dois anos de atraso.
Passando-se em Alexandria, inicialmente no ano 391 d.C., o filme tem como personagem central a filósofa, matemática e astrônoma Hipátia (ou Hipácia). Filha de Theon (ou Teão), último diretor conhecido da Biblioteca de Alexandria, Hipátia teve uma atuação destacada em sua área, figurando em domínios considerados masculinos e trabalhando como professora. Passou para a História como tendo sido uma mulher muito bonita e o filme segue essa ideia, estrelando a bela atriz Rachel Weisz no seu papel. Apesar de despertar paixões em alguns de seus alunos, Hipátia recusava qualquer proposta de casamento ou de envolvimento amoroso. Sua energia parecia ser toda voltada aos seus estudos e questões matemáticas e astronômicas, embora a realidade religiosa e social de sua época tenha se atravessado em seu caminho.
O momento histórico do filme remonta ao período em que o cristianismo deixava de ser uma religião perseguida para se tornar uma religião perseguidora. A Biblioteca de Alexandria funcionava junto a um templo pagão conhecido como Serapeum, dedicado aos deus Serápis, uma divindade egípcia que era uma fusão dos deuses Ápis e Osíris. O cristianismo, que recebera liberdade de culto alguns anos antes, aumentava cada vez mais seu número de fiéis, entrando em choque com a religião e cultura pagã. Esses conflitos levaram à destruição do Serapeum e da Biblioteca que ali existia. Alguns anos mais tarde, o alvo passou a ser a própria Hipátia, que representava a cultura pagã e ainda por cima era uma mulher e exercia certa influencia na política local, o que era inadmissível aos líderes cristãos da época. Aparentemente, o filme chegou a enfrentar algumas críticas e dificuldades de distribuição por conta da polêmica envolvendo a imagem dos cristãos e da religião em geral, o que talvez explique sua ausência nos cinemas brasileiros.
Polêmicas à parte, o filme é uma rara oportunidade de ver uma reconstituição do poderia ter sido a Biblioteca de Alexandria. Não existem muitas certezas em relação à famosa Biblioteca, a maior da Antiguidade. Sua fundação remontaria ao reinado de Ptolomeu I, sucessor de Alexandre e fundador da Dinastia Ptolomaica, que governou o Egito de 305 a 30 a.C. Acredita-se que funcionava junto a Academia (ou Museu) de Alexandria, mas não há unanimidade quanto a sua localização física, se ela ocupava um edifício à parte ou se era um conjunto de estantes nas dependências do próprio Museu. Posteriormente, teria surgido outra biblioteca, localizada junto ao Serapeum e que seria a que aparece no filme “Agora”.
A apostasia da liderança da igreja cristã pós-apostólica Agora02

Cena do filme Agora, onde Hipátia foge abraçada nos rolos de papiro

O historiador Edward Gibbon faz um relato vívido do que aconteceu depois que Cirilo tramou contra Hipácia e instigou as massas contra ela:

"Num dia fatal, na estação sagrada de Lent, Hipácia foi arrancada de sua carruagem, teve suas roupas rasgadas e foi arrastada nua para a igreja. Lá foi desumanamente massacrada pelas mãos de Pedro, o Leitor, e sua horda de fanáticos selvagens. A carne foi esfolada de seus ossos com ostras afiadas e seus membros, ainda palpitantes, foram atirados às chamas".

Os livros que constituíam o acervo da Biblioteca eram rolos de papiro. O papiro era o principal suporte de escrita na época, originado a partir de uma planta de mesmo nome e fabricado no Egito, desde cerca de 3.000 a.C. Acredita-se que, em seu apogeu, a Biblioteca chegou a ter cerca de 700.000 rolos de papiro, embora haja discrepâncias quanto a este número, e ele não corresponda o total de obras, pois muitas delas ocupavam mais de um rolo. O autor Luciano Canfora, em seu livro A Biblioteca Desaparecida, fala em 400.000 rolos de obras em diversos rolos e 90.000 rolos de obras em rolo único. O Serapeum guardava cerca de 40.000 rolos. O filme reconstrói com grande beleza a imagem de diversos conjuntos de estantes repletas de rolos de papiro.
Igualmente misteriosa é a história da destruição da Biblioteca. Canfora fala em seu livro de três acontecimentos distintos, em épocas diferentes, que teriam causado o fim da Biblioteca. O primeiro deles remonta aos tempos de Júlio César, em 48 a.C. Conta-se que César estaria sitiado por mar no Palácio Ptolomaico e, para escapar, “ordena que se joguem tochas embebidas em piche sobre os navios prontos para o ataque”. O fogo acabou se espalhando além dos navios e as casas próximas às águas também se incendiaram. Acabou por atingir a zona do porto e edifícios vizinhos onde se encontrariam 40.000 rolos de papiro. Os rolos estariam no porto aguardando transporte para Roma. A Biblioteca de Alexandria, no entanto, continuou existindo, embora a imagem do incêndio causador de sua destruição possa estar associada a este episódio, uma vez que os outros dois foram uma destruição proposital.
O segundo acontecimento é o retratado no filme “Agora”: a destruição do Serapeum. Movendo uma verdadeira guerra à velha cultura e seus santuários, o bispo Teófilo lançou-se ao ataque contra o Serapeum, destruindo-o em 391 d.C., juntamente com a Biblioteca que existia junto a ele. É comovente a sequência do filme na qual aparece Hipátia tentando desesperadamente escolher quais livros salvaria da destruição, enquanto a turba estava prestes a invadir o templo. Não é demais lembrar que ainda estava muito longe de existir algum método de produção em série de livros e que, portanto, a grande maioria daquelas obras eram exemplares únicos, fruto do trabalho de grandes estudiosos da época, e que se perderam para sempre. Carl Sagan, em seu documentário Cosmos, diz que a perda foi incalculável, e menciona, para exemplificar, que existiriam na Biblioteca 123 peças do dramaturgo grego Sófocles, das quais somente 7 chegaram aos nossos dias.
Finalmente, o terceiro e último acontecimento remonta ao século VII. Em 641 d. C., a cidade de Alexandria foi conquistada pelos muçulmanos através do guerreiro Amr ibn al-As. A cidade foi poupada de saques e destruições. No entanto, indagado sobre o destino a ser dado aos livros da Biblioteca, Amr escreve a seu califa Omar pedindo orientações a este respeito. A Biblioteca nesta época já estava muito diferente: os rolos em papiro já davam lugar aos códices (formato semelhante ao livro moderno) de pergaminho. Canfora comenta sobre o tipo de livro que compunha a Biblioteca: “agora predominavam os textos dos pais da Igreja, as atas dos concílios, as ´grandes escrituras` em geral”. Cerca de um mês depois, veio a resposta do califa Omar: “Quanto aos livros que mencionaste, eis a resposta: se seu conteúdo está de acordo com o livro de Alá, podemos dispensá-los, visto que, neste caso, o livro de Alá é mais do que suficiente. Se, pelo contrário, contém algo que não está de acordo com o livro de Alá, não há nenhuma necessidade de conservá-los. Prossegue e os destrói.” Atendendo o desejo do califa, os livros foram distribuídos entre todos os banhos de Alexandria para que fossem usados como combustível das estufas, que chegavam a 4 mil naquela época em toda a cidade. “Conta-se que foram necessários uns seis meses para queimar todo aquele material”.
Voltando ao filme, após a destruição do Serapeum, a história avança alguns anos para mostrar o destino de Hipátia. Antes de seu trágico final, no entanto, vale destacar o processo pelo qual Hipátia desenvolve a hipótese das órbitas elípticas dos planetas. Convencida da perfeição da forma do círculo, Hipátia acredita que a órbita dos corpos celestes descreve este formato. No entanto, isso não explicaria o comportamento irregular e mudanças de tamanho verificados no movimento dos astros. Para explicar esse fenômeno, ela se vale da teoria do astrônomo Ptolomeu que estabelecia os epiciclos, mas essa explicação tampouco parecia ser satisfatória. Hipátia chega a uma encruzilhada e, contrariando seu desejo e preferência, ela abandona a teoria das órbitas circulares e, assim, desenvolve a teoria das órbitas elípticas, que seria confirmada pelo astrônomo Johannes Kepler, séculos mais tarde. O filme é muito feliz em destacar esta mudança de orientação na pesquisa de Hipátia, realçando a diferença entre a visão científica, eternamente questionadora e que não se apega a uma verdade absoluta, e a visão religiosa predominante naquele momento, que exigia a adesão a uma fé e a seus dogmas imutáveis. Ao ser pressionada para aderir à fé cristã, Hipátia se revela incapaz de fazer tal coisa, pois ela precisava questionar, precisava investigar. Assim, ela acaba sendo acusada de heresia e é brutalmente assassinada pelos cristãos em 415 d.C.
Ironicamente, uma das representações mais conhecidas de Hipátia encontra-se hoje justamente no Vaticano, mais especificamente na Stanza della Segnatura, no afresco A Escola de Atenas, pintado pelo artista renascentista Rafael Sanzio, em 1509. Nessa obra, Rafael representa as principais figuras da filosofia grega antiga, nomes como Platão, Aristóteles, Sócrates, Pitágoras, entre muitos outros. É um lugar onde Hipátia certamente merece estar.
REFERÊNCIAS
AGORA. Direção: Alejandro Amenábar. Produção: Álvaro Augustín e Fernando Bovaira. Intérpretes: Rachel Weisz; Max Minghella; Oscar Isaac; Ashraf Barhom; Michael Lonsdale; Rupert Evans; Richard Durden; Sami Samir e outros. Roteiro: Alejandro Amenábar e Mateo Gil. Madrid: Mod Producciones; Himenóptero; Telecinco Cinema, 2009. (127 min.), color.
CANFORA, Luciano. A biblioteca desaparecida: histórias da Biblioteca de Alexandria. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
SAGAN, C. Cosmos. S.l: s.n., 198-?. Série de programas de televisão, apresentada no Brasil pela Rede Globo.
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Fonte: O Autor/O Mundo das Nuvens


No século V, Sócrates, o Escolástico, deixou registrado em sua História Eclesiástica, a seguinte citação: “Havia em Alexandria uma mulher chamada Hipátia, filha do filósofo Theon, que fez tantas realizações em literatura e ciência que ultrapassou todos os filósofos da época. Tendo progredido na escola de Platão e Plotino, ela explicava os princípios da filosofia a quem a ouvisse, e muitos vinham de longe receber os ensinamentos”. Então, sob que circunstâncias, Hipátia, mulher de 60 anos, matemática, astrônoma e filósofa, foi morta tão violentamente por cristãos, no ano 415?
O filme ÁGORA, de Alejandro Amenábar (Espanha, Malta, 2009), busca responder essa pergunta. O argumento foi escrito pelo próprio Alejandro e por Mateo Gil. Com duração de 126 minutos, a personagem central é a figura de Hipátia (interpretada pela atriz londrina, Rachel Weisz). A música magistral é de Dario Marianelli. Com orçamento de 50 milhões de euros (metade foi gasto nos cenários), o cineasta alcançou ótimo resultado para um contexto tão distante. Evitou ao máximo a utilização de imagem digital e queria da figurinista Gabriella Pescucci, um guarda-roupa que diferenciasse com facilidade os grupos envolvidos no drama: cristãos, judeus e alexandrinos.
Devido a todas as dificuldades dos filmes históricos, estes dificilmente agradam aos mais exigentes. Além do que uma grande armadilha para o público em geral, é tentar compreender um fato histórico segundo o prisma do tempo em que vive. É preciso considerar o contexto da época e um certo grau de liberdade do cineasta, que geralmente elege um vilão para a história. No caso, Cyril ou Cirilo (Sami Samir), líder de um cristianismo tingido de intolerância.
Hipátia nasceu em Alexandria, no Egito, pelo ano de 355 d.C. Fundada por Alexandre, o Grande, a cidade era um importante foco de cultura e administrada pelo Império Romano. Seu pai, Theon, era diretor do Museu de Alexandria e com ele trocava idéias sobre matemática e astronomia. Suas conferências e palestras; cativaram especialmente a Orestes e outros discípulos que viriam a assumir altos cargos na cidade.
Carismática e bela, Hipátia estudou na Academia de Alexandria e completou seus estudos na Academia Neoplatônica de Atenas. Ao retornar, tornou-se professora na Academia onde estudara por muito tempo. Seus alunos, pagãos e cristãos, eram ensinados com rigidez moral; e um deles foi o notável filósofo Sinésio de Cirene (370-413). Num episódio de sua vida, relatado por Damáscio, um aluno apaixonado declara o seu amor por ela. Mas no dia seguinte, recebe de “presente” um pano manchado pelo sangue da sua menstruação: “É isto que na realidade amas, e não a beleza por si mesma”, diz Hipatia. No épico histórico de Alejandro, a liberdade da narração colocou Orestes na pele desse jovem aluno.
O filme enfoca o final do século IV e início do V. O império romano havia se cristianizado. Contudo, em Alexandria coexistiam principalmente adeptos de três religiões: cristãos, judeus e pagãos. Estes últimos; adoravam deuses antigos do Egito, como Osíris, Íris e Horus. A Igreja gozava de liberdade religiosa, alcançada após séculos de perseguição e massacres por parte de governantes pagãos. O Cristianismo crescia em poder e numericamente. E os “parabolanos” eram um grupo de cristãos que ajudavam os pobres, doentes e famintos.
Na verdade, pouco se sabe de Hipátia de Alexandria, pois a totalidade de seus escritos desapareceu. Certamente foram queimados por cristãos, à época de sua morte. Algo que se sabe, vem da correspondência que ela tivera com Sinésio, além dos comentários sobre as obras gregas: a Aritimética, de Diofanto, as Seções Cônicas, de Apolônio e o Cânon Astronômico. Daí, tudo leva a crer que Hipátia foi uma mulher especial e notável astrônoma, cujas idéias estavam muito além do seu tempo. Ela conseguiu ser ouvida nos assuntos da cidade e despertou em seus alunos admiração inigualável. Principal representante do neoplatonismo da época, ela era celibatária e tinha uma vida simples; vestindo-se com o manto dos filósofos.
Mas enquanto Hipátia estava interessada em descobrir os movimentos celestes e se colocava distante das questões religiosas, havia na cidade uma pequena multidão, facilmente influenciável por discursos exaltados. O reinado de Teodósio (379-395), acelera o processo de transformação do Cristianismo. E por trás de um aparente clima de tolerância religiosa, Alexandria respirava tensão: os pagãos perdiam seus privilégios, e os cristãos não toleravam mais a discriminação. Em contrapartida, a comunidade judaica, há séculos na cidade, era grande o suficiente para não querer ser incomodada.
Ora, Teófilo, o Patriarca de Alexandria, era um cristão espalhafatoso que ridicularizava as imagens de ídolos de pedra, que os pagãos insistiam que lhes podiam ouvir. Qual o problema se o imperador agora era um cristão? Além do mais, Teófilo estava preocupado em firmar seu poder, perante a rival Constantinopla.
O auge do processo de fortalecimento do Cristianismo é o ano de 380, quando se tornou a religião oficial do império e Teodósio proibiu o culto pagão. Então, a pedido de Teófilo, o imperador autoriza a destruição do templo de Serápis, um santuário onde eram realizados sacrifícios de animais aos deuses. Mas ainda havia um problema: a cristianização de pagãos, mesmo forçada, não eliminava eventuais distúrbios envolvendo judeus e cristãos.
Em 393, é publicada uma legislação que procura coibir os surtos de violência popular. Porém, distúrbios entre cristãos e judeus, tornaram-se comuns em Alexandria, com diversos ataques a igrejas cristãs. Em 15 de outubro de 412, Cirilo é eleito Patriarca, não sem dificuldade (embora o filme mostre isso de forma singela, com a retirada do anel do dedo de Teófilo, seu tio). Cedo, um ataque por parte de judeus, resultou no assassinato de um grande número de cristãos. Daí, Cirilo (370-444) revidou e a comunidade judaica foi expulsa de Alexandria, consolidando o poder do Cristianismo.
Cirilo tinha como especial qualidade em relação ao seu antecessor, a de conhecer teologia. Em Alexandria, floresceu a primeira Escola Catequética (180), fundada por Panteno e que encontrou seu esplendor com Clemente e Orígenes. Com Cirilo, o culto ganhou solenidade. Foi o bispo que no Concílio de Éfeso (431), bateu-se contra a heresia do Nestorianismo, que entre outras coisas, negava a idéia de um Deus crucificado e que Maria fosse mãe de Deus (Theotokos). No início de seu episcopado polemizou contra os arianos e foi um dos grandes pensadores de seu tempo, deixando uma vasta obra literária. Canonizado, passou a ser conhecido como são Cirilo de Alexandria.
Inimigo político de Cirilo, Orestes foi indicado por Roma para prefeito de Alexandria, e tentou prejudicá-lo junto ao imperador, mas não obteve sucesso. Em contrapartida, a fama de Orestes (Oscar Isaac) de protetor de pagãos e judeus, lhe rendeu uma pedrada pelas mãos do monge Ammonius (Ashraf Barhom). O monge foi preso e morto publicamente para desgosto da população. De modo que o linchamento (diferentemente da linguagem cinematográfica) de Hipátia bem pode ter sido uma vingança que visava atingir Orestes, íntimo amigo da filósofa. Cem anos depois, Cirilo foi acusado pelo escritor pagão Damáscio, de ter incitado cristãos contra Hipátia, quando seu cadáver destroçado foi queimado em uma pira. Desatinada intenção de apagar a lembrança daquela que fora uma das maiores filósofas da Antiguidade.
Em ÁGORA, é imputado a Cirilo o boato de que a filósofa era uma bruxa, embora fique claro que ela não utilizava métodos mágicos para investigar a natureza do mundo. Como resultado, restou o fato de sua morte ter lançado ao esquecimento, conhecimentos que tiveram de ser redescobertos após a Idade Média.
Que Cirilo era um defensor da doutrina e da Tradição cristã, combatendo firmemente as heresias, todos são unânimes de aceitar. Mas quanto à sua responsabilidade pela morte de Hipátia, não há como afirmar tal coisa. É certo que Cirilo seguiu a índole forte de seu tio Teófilo, no seguimento às Escrituras. E ainda que tenha misturado o conceito de natureza e de hispóstase (pessoa), em relação a Cristo, foi durante a sua vida, um homem de estudo. Deixou um monumental Comentário do Evangelho Joanino, além da sua volumosa obra: Tesouro da Trindade santa e consubstancial (onde cerca da terça parte, são extratos de santo Atanásio, bispo de Alexandria, nascido em 298 e exilado cinco vezes por defender a Igreja).
Uma frase que poderia resumir todo o épico, é dita quase ao seu final por um empregado de Hipátia, quando um soldado romano pergunta sobre aquele que viera procurar a astrônoma: “Era um escravo, mas agora está livre”. O escravo é Davus (Max Minglella), que ironicamente é o único personagem que não é histórico. Arrebatado pelo influxo dos acontecimentos, Davus acaba abraçando o cristianismo com ímpeto e fanatismo. Mas ao perceber que Hipática, de quem fora escravo, estava em grande perigo, tenta desesperadamente encontrá-la. Davus nutria oculta paixão pela astrônoma, e enquanto atira ao chão o saco de pedras e a espada, também se livra das “algemas” do fanatismo, que verdadeiramente o escravizava.
Apesar do filme mostrar um cristianismo avesso ao conhecimento, Alejandro Amenábar não poderia mudar muito o seu final, pois Hipátia realmente foi vítima do fanatismo. Pelo menos, nós expectadores podemos refletir sobre os modos da fé, quando ainda hoje (1600 anos depois) grupos fundamentalistas repetem o mesmo pecado. Hipátia beira à obsessão em sua busca por respostas, mas esse “fanatismo” não acarreta derramamento de sangue em nome de Deus.



Ágora - O Filme

Lançado em 2009, Ágora é um filme espanhol que conta a história da matemática e filósofa egípcia Hipátia de Alexandria. O filme se passa no século II d.C. na histórica cidade de Alexandria durante o início da decadência do Império Romano. A história gira em torno dos conflitos religiosos e políticos que cresciam cada vez mais no território romano dominado por um caldeirão cultural a ponto de explodir. Além disso, o filme mostra a decadência das religiões greco-romanas que aos poucos deram lugar ao Cristianismo. Por ser uma mulher contestadora e à frente do seu tempo, Hipátia aos poucos vira alvo do clero cristão vindo a ser perseguida pelo mesmo até culminar em sua trágica morte.

Filha do filósofo Theon, o último diretor da Biblioteca e Academia de Alexandria, Hipátia cresceu em um ambiente intelectual o que lhe fez mais tarde se tornar um dos professores da academia. No filme, Hipátia (vivida pela atriz Rachel Weisz) se mostra como uma grande professora em busca de compreender a organização dos astros. Assim como na sociedade alexandrina, entre seus alunos há uma diversidade de credos desde cristãos à pagãos, o que gera um atrito em questões existencialistas e metafísicas entre os alunos, como Orestes (Oscar Isaac) e Sinésio (Rupert Evans), que mais tarde se tornariam o prefeito de Alexandria e o bispo de Cirene, respectivamente. Por ser uma das cidades mais importantes do Império, Alexandria é um porto para todos os povos e culturas. No século II, a cidade comportava os demais credos existentes desde o Cristianismo até os cultos egípcio, grego e romano, além do Judaísmo, que após a diáspora, fez o povo judeu se espalhar pelas cidades do Império. É interessante notar que com a expansão do Cristianismo, através do movimento de evangelização por parte dos discípulos e seguidores de Jesus, a religião cristã se espalhou por todo o Império, chegando nas suas maiores cidades como Alexandria. O problema é que em uma cultura marcada pelo politeísmo, o choque teológico tornou-se inevitável e com esse duelo de ideologias criou-se um outro problema tão atual: o fanatismo.

No filme, o conflito gerado entre cristãos, pagãos e judeus torna-se cada vez pior, uma vez que o grupo cristão dos monges parabolanos tornou-se cada vez mais violento, criando uma verdadeira cruzada contra os pagãos e judeus. Os grupos religiosos se confrontam frequentemente, à ponto de criarem represálias após cada ataque de um grupo opositor. É interessante que enquanto os diversos grupos religiosos entram em conflito, Hipátia e os demais filósofos evitam que seus alunos participem dos confrontos. Primeiro, o monge parabolano, Amônio, ataca um sacerdote egípcio numa praça (em grego, "ágora", daí o nome do filme), o que depois deflagra uma vingança por parte dos pagãos que perseguem e matam vários cristãos em Alexandria. No filme, Hipátia possuia um escravo chamado Davus (Max Minghella), que era secretamente apaixonado por ela. Hipátia também era cortejada por Orestes, entretanto, recusou o seu amor pois preferia viver somente para a Filosofia. Mais tarde, Davus, ao presenciar os conflitos entre cristãos e pagãos, conhece o monge Amônio que lhe introduz ao Cristianismo, mostrando-lhe a assistência social que os monges faziam naquela época ajudando os pobres. Aos poucos ele é convertido ao Cristianismo por causa das mensagens de esperança pregadas por Jesus. Com isso, ele vive um dilema: viver pela Igreja, ou por Hipátia.

Com o tempo o número de cristãos aumenta consideravelmente, fazendo do Cristianismo, antes, uma religião perseguida, para uma religião perseguidora. Após o massacre dos cristãos, os mesmos se organizam para se vingarem dos pagãos. Liderados pelos monges parabolanos, os cristãos atacam a comunidade pagã matando-os e destruindo seus templos. Além disso, o outro alvo dos cristãos foi justamente a Academia de Alexandria, símbolo da cultura greco-romana, sendo destruída juntamente com a grande Biblioteca. A perda cultural foi incalculável, uma vez que a clássica biblioteca era a maior da época contendo os textos mais importantes da literatura antiga. Junto com seus estudantes, Hipátia só conseguiu salvar poucos volumes antes de fugir da Biblioteca, invadida pelos cristãos. Neste episódio, Davus deixa Hipátia para trás e se junta à turba dos cristãos para ajudar a destruir a Biblioteca e queimar seus volumes. Após este evento, o governo, vendo que os cristãos estavam em maior número, proibiu pagãos de realizarem seus cultos, e pela primeira vez, foi instaurada a proibição da liberdade religiosa em Alexandria. Com isso, o Templo de Serápis foi transformado em uma igreja cristã, e a Biblioteca num estábulo e depósito. É interessante notar esse sincretismo, onde os templos e até mesmo as figuras religiosas pagãs são transformadas em imagens cristãs. O altar do templo egípcio se torna o altar cristão, e as figuras antes representando os deuses pagãos se tornam santos e anjos cristãos. Por sinal, é possível ver esta clara "transmutação" da iconografia egípcia para a religião cristã, onde as figuras dos deuses alados egípcios na porta do templo, iriam se tornar mais tarde os anjos cristãos, seres divinos dotados com asas.

Tempo depois, o patriarca de Alexandria, Teófilo, morre e em seu lugar assume Cirilo de Alexandria (Sami Samir), um sacerdote conservador que aos poucos garante mais poder aos monges parabolanos, que se tornam um exército pessoal da comunidade cristã. Agora, Alexandria está sendo governada pelo prefeito Orestes, ex-aluno de Hipátia, que é moralmente forçado a se converter ao Cristianismo, uma vez que a maioria na comunidade alexandrina é cristã, o que lhe ajudaria na imagem de seu governo. Hipátia ainda mantém contato com seus ex-alunos e lhes pede conselhos em relação à situação da sociedade alexandrina. Com a Academia e a Biblioteca destruida, Hipátia não ensina mais, entretanto continua a estudar a organização dos astros. No filme, ela busca uma solução para uma explicação alternativa ao modelo geocêntrico de Ptolomeu. Seguindo as teorias do matemático grego Aristarcos de Samos, que dizia que o Sol e não a Terra era o centro do sistema dos astros, ela aos poucos confirma a teoria heliocêntrica, que só seria oficializada séculos mais tarde por Copérnico na Europa renascentista. Isso também seria uma das razões para ela ser perseguida pelos cristãos.

Embora os pagãos tenham sido proibidos de professar sua fé, a comunidade judaica ainda continuava com seus rituais, e num dia de sábado, um grupo de parabolanos, liderado pelo monge Amônio invade um evento cultural judeu numa arena e apedreja alguns espectadores. Isso causou um atrito entre a comunidade judaica e Orestes, forçando-o a ficar do lado dos cristãos devido à influência dessa comunidade. Como represália, numa noite, os judeus anunciaram um suposto incêndio numa igreja cristã, fazendo os monges irem até o local para evitar o dito incêndio. Após serem encurralados, os judeus apedrejam os parabolanos. Em resposta ao ataque, Orestes, incentivado por Cirilo e comunidade cristã, decretou a expulsão dos judeus da cidade de Alexandria. Após isto, Hipátia vai até Orestes alertá-lo sobre o perigo pelo fato dos parabolanos e o próprio Cirilo terem adquirido tanto poder na comunidade alexandrina. Durante uma Missa, Cirilo discursa sobre a autoridade da Bíblia e a Igreja, criticando Hipátia, e o fato dela interferir na ordem divina acusando-a de ser uma feiticeira e de negar Deus. Incomodado, Orestes não se ajoelha diante da Bíblia e Cirilo o acusa de não ser cristão diante da comunidade. Ao sair da igreja, Orestes é atacado por Amônio levando uma pedrada na cabeça. Este fato iria por em choque a comunidade cristã e Orestes que mandou prender e matar Amônio.

Após este fato, Cirilo nomeou Amônio um mártire, tornando-o um santo com o nome de Taumásio. Entretanto, mais tarde o ato seria revogado, visto que Amônio morreu por um crime comum e não por defender sua fé. Agora, os cristãos querem vingar a morte de Amônio, e os parabolanos em vez de tentar matar Orestes, buscam algo mais importante que ele: Hipátia. Davus, que agora se tornara um monge parabolano, escuta as tramas dos monges para matar Hipátia. No dia seguinte ele vai até a casa dela para avisá-la sobre esta conspiração, entretanto ela estava na prefeitura conversando com Orestes sobre a violência desenfreada que agora o governo não tinha mais controle. Após sair da prefeitura ela é capturada pelos monges. Ao ver que chegou tarde, Davus fica transtornado e a acompanha até a Igreja principal, o antigo Templo de Serápis. No caminho ela é escarnecida pelos monges. Dentro da Igreja ela é despida e colocada para ser morta, entretanto como ninguém tinha uma espada, Davus sugere que a apedrejem. Com isso, ele em segredo e com a concordância de Hipátia, a sufoca para que ela não sofra com o apedrejamento. O filme termina com os monges se reunindo ao redor e apedrejando Hipátia.

Curiosamente Ágora não é um filme tão divulgado, até mesmo na internet, pois tive muita dificuldade para encontrá-lo, pelo fato de mostrar um episódio não comentado nem divulgado da história cristã, pois mostra que antes de serem um grupo perseguido pelo Império Romano, os cristãos também eram um grupo que perseguia os pagãos em uma terra que possuia liberdade religiosa, esta, mais tarde vetada pela Igreja. Por este fato, o filme teve problemas com seu lançamento em Alexandria, na Itália e nos EUA, e até mesmo nos países islâmicos, devido às suas cenas de nudez. Embora com todas estas tentativas de esconder este episódio da História, é interessante notarmos que os conflitos religiosos não se deram porque apenas um grupo os iniciou, embora no filme, o ponto de partida para tais conflitos se dê a partir dos monges parabolanos, mas sim porque o ambiente de fervor religioso contribuiu para que isto acontecesse, intensificando-os cada vez, tornando antes de uma luta religiosa, uma luta política e social. A mensagem que o filme quer mostrar é justamente que a intolerância e o fanatismo levam à conflitos que não condizem com a mensagem que as próprias religiões querem passar. Não é questão de quem está certo ou quem está errado, mas sim de respeitar e conviver com as diferenças, pois no fim das contas todos nós buscamos a mesma coisa: a Verdade, seja por meio da religião, da filosofia ou da ciência.













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O interior da antiga biblioteca de Alexandria

A Biblioteca Real de Alexandria ou Antiga Biblioteca de Alexandria foi uma das maiores bibliotecas do mundo antigo. Ela floresceu sob o patrocínio da dinastia ptolemaica e existiu até a Idade Média, quando foi totalmente (ou quase) destruída por um incêndio casual.
Acredita-se que a biblioteca foi fundada no início do século III a.C., concebida e aberta durante o reinado do faraó Ptolemeu I Sóter ou durante o de seu filho Ptolomeu II. Plutarco (46 d.C.–120) escreveu que, durante sua visita a Alexandria em 48 a.C., Júlio César queimou acidentalmente a biblioteca quando ele incendiou seus próprios navios para frustrar a tentativa de Achillas de limitar a sua capacidade de comunicação por via marítima. De acordo com Plutarco, o incêndio se espalhou para as docas e daí à biblioteca.
No entanto, esta versão dos acontecimentos não é confirmada na contemporaneidade. Atualmente, tem sido estabelecido que a biblioteca, ou pelo menos segmentos de sua coleção, foram destruídos em várias ocasiões, antes e após o século I a.C..
Destinada como uma comemoração, homenagem e cópia da biblioteca original, a Bibliotheca Alexandrina foi inaugurada em 2002 próximo ao local da antiga biblioteca.[1]

História

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Inscrição de Tiberius Claudius Balbilus confirmando a existência da biblioteca no século I a.C., tal como afirmam as fontes clássicas

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Fragmento da Septuaginta, traduzida do hebraico para o grego koiné, entre os séculos III a.C. e I a.C. em Alexandria
Considera-se que tenha sido fundada no início do século III a.C., durante o reinado de Ptolomeu II, após seu pai ter construído o Templo das Musas (Museum). É atribuída a Demétrio de Falero sua organização inicial. Uma nova biblioteca foi inaugurada em 2002 próximo ao sítio da antiga.
Conta-se que um dos incêndios da histórica biblioteca foi provocado por César. Em caçada a Pompeu, o seu inimigo de Triunvirato (formado por Pompeu, Crasso e ele), César deparou-se com a cidade de Alexandria, governada na época por Ptolomeu XII, irmão de Cleópatra.
Pompeu foi decapitado por um dos tutores do jovem Ptolomeu, e sua cabeça foi entregue a César juntamente com o seu anel. Diz-se que ao ver a cabeça do inimigo César pôs-se a chorar. Apaixonando-se perdidamente por Cleópatra, César conseguiu colocá-la no poder através da força. Os tutores do jovem faraó foram mortos, mas um conseguiu escapar. Temendo que o homem pudesse fugir de navio mandou incendiar todos, inclusive os seus. O incêndio alastrou-se e atingiu uma parte da famosa biblioteca.
A instituição da antiga biblioteca de Alexandria tinha como o principal objetivo preservar e divulgar a cultura nacional. Continha livros que foram levados de Atenas. Existia também matemáticos ligados à biblioteca, como por exemplo Euclides de Alexandria. Ela se tornou um grande centro de comércio e fabricação de papiros.
De facto, existiram duas grandes Bibliotecas de Alexandria. A Biblioteca Mãe e a Filha. De início a Filha era usada apenas como complemento da primeira, mas com o incêndio acidental (por Júlio César), no século I, da Biblioteca Mãe, a Filha ganhou uma nova importância (ficando quase 400 anos a acumular livros, esta talvez tenha ficado maior que a Biblioteca Mãe). Estima-se que a Biblioteca Filha tenha armazenado mais de 400.000 rolos de papiro, podendo ter chegado a 1.000.000. A Biblioteca de Alexandria (tanto a Mãe como a Filha) eram os maiores centros de conhecimento do planeta, na altura, albergando um saber sem igual. Vinham sábios de todo o mundo para Alexandria e debatiam os mais variados temas. Este clima de tolerância para com as outras culturas não voltaria a ser visto durante mais de 1500 anos. Em 391 d.C., durante o reinado do imperador Teodósio, a Biblioteca Filha foi completamente destruída, [carece de fontes?] juntamente com um enorme templo a Serápis, pelo bispo Teófilo que mais tarde foi canonizado. Segundo o próprio, "Só não consegui arrancar as fundações porque estas eram demasiado pesadas". Com a destruição deste grande centro de conhecimento a Humanidade passou de ter uma mentalidade de tolerância muito semelhante à actual, para regressar à Idade do Bronze (em termos de conhecimento e moralidade, claro), ficando mergulhada na Idade das Trevas durante os 1000 anos seguintes.
A lista dos grandes pensadores que frequentaram a biblioteca e o museu de Alexandria inclui nomes de grandes gênios do passado. Importantes obras sobre geometria, trigonometria e astronomia, bem como sobre idiomas, literatura e medicina, são creditados a eruditos de Alexandria. Segundo a tradição, foi ali que 72 eruditos judeus traduziram as Escrituras Hebraicas para o grego, produzindo assim a famosa Septuaginta.

Os grandes nomes da Alexandria antiga


  • Euclides: matemático do século IV a.C.. O pai da geometria e o pioneiro no estudo da óptica. Sua obra Os Elementos foi usada como padrão da geometria até o século XIX.
  • Aristarco de Samos: astrônomo do século III a.C.. O primeiro a presumir que os planetas giram em torno do Sol. Usou a trigonometria na tentativa de calcular a distância do Sol e da Lua, e o tamanho deles.
  • Arquimedes: matemático e inventor do século III a.C.. Realizou diversas descobertas e fez os primeiros esforços científicos para determinar o valor do pi (π).
  • Calímaco (c. 305–c. 240 a.C.): poeta e bibliotecário grego, compilou o primeiro catálogo da Biblioteca de Alexandria, um marco na história do controle bibliográfico, o que possibilitou a criação da relação oficial (cânon) da literatura grega clássica. Seu catálogo ocupava 120 rolos de papiro.
  • Eratóstenes: polímata (conhecedor de muitas ciências) e um dos primeiros bibliotecários de Alexandria, do terceiro século a.C.. Calculou a circunferência da Terra com razoável exatidão.
  • Galeno: médico do século II d.C.. Seus 15 livros sobre a ciência da medicina tornaram-se padrão por mais de 12 séculos.
  • Herófilo: médico, considerado o fundador do método científico, o primeiro a sugerir que a inteligência e as emoções faziam parte do cérebro e não do coração.
  • Hipátia: astrônoma, matemática e filósofa do século III d.C.. Uma das maiores matemáticas, diretora da Biblioteca de Alexandria; por ser pagã, foi assassinada durante um motim de cristãos.[2]
  • Ptolomeu: astrônomo do século II d.C.. Os escritos geográficos e astronômicos eram aceitos como padrão.

A Lenda da Biblioteca de Alexandria e sua História

A biblioteca de Alexandria é uma lenda. Não um mito, mas uma lenda. A destruição da biblioteca do mundo antigo foi recontada muitas vezes. Muita tinta foi derramada, antiga e moderna, sobre os 40.000 volumes abrigados nos depósitos perto do porto, que foram supostamente queimados quando Julius Caesar incinerou a frota do irmão de Cleopatra. A figura de Hypatia, uma matemática, sendo arrastada de sua carruagem por uma multidão de monges pagões e queimada viva em cima dos restos da biblioteca encontram seu lugar na lenda também. Contudo quando nós soubermos de muitos boatos da destruição "da biblioteca" (na verdade, havia ao menos três bibliotecas diferentes que coexistiam na cidade), e se sabe hoje de escolas inteiras em Alexandria e o scholarship, existem poucos dados sobre as localizações, disposições, terras arrendadas, organização, administração, e estrutura física do lugar.

Fundação

Demetrius de Phaleron
A primeira menção que existe da biblioteca está na letra de Aristeas (180-145 AC), um estudioso judeu abrigado na biblioteca que documentou a tradução do Septuaginto para o grego por setenta e dois rabinos. Esta maciça produção foi comissionada por Demetrius de Phaleron sob seu patrono, Ptolomeu I. O próprio Demetrius era uma ex-tirano de Atenas, e um sábio da primeira geração de Peripaticos. Isto é, era um dos estudantes de Aristóteles junto com Theophrastus e Alexandre, O grande. Demetrius, que foi posto no poder de Atenas com a ajuda de Alexandre, deu suporte para que Theophrastus findasse um Lyceum para os estudos de seu mestre, feito nos moldes da academia de Platão. Depois que Ptolomeu I ganhou o reinado sobre o Egito conquistado devido às vitórias de Alexandre, Theophrastus recusou o convite do Faraó em 297 AC de ensinar o filho de Ptolomeu do tutor, recomendando Demetrius, que tinha sido dirigido recentemente para fora de Atenas em conseqüência do conflitos político entre os sucessores de Alexandre.

Precedentes para o museu
De acordo com Aristeas, Demetrius recomendou a Ptolomeu o recolhimento de uma coleção dos livros sobre reinos e governos, do estilo de filósofo-reis de Platão, e além disso recolher livros dos povos de todo o mundo sobre comercio e sociedade. Demetrius deve também ter ajudado a fundar um museu no capital de Ptolomeu, Alexandria, um templo dedicado a Musas. Este não era o primeiro templo dedicado aos patronos divinos das artes e das ciências. Entretanto, como vinha fazendo a meio-século após o estabelecimento do academia de Platão, o Lyceum de Aristóteles, e a escola de Epicurus, e localizado em um centro rico do comércio internacional e de troca cultural, do lugar e do tempo eram maduro para que tal instituição florescesse. Os sábios foram convidados a realizar lá as atividades Peripaticas da observação e da dedução na matemática, na medicina, na astronomia, e na geometria; e a maioria das descobertas do mundo ocidental foram gravadas e debatidas lá pelos 500 anos seguintes.

O Museu
Os arqueólogos não descobriram as fundações do museu, embora escavaram parcelas da "da biblioteca filha" no templo próximo de Serapis. Das fontes preliminares dispersadas estas parecem muito relativamente desobstruídas: estava no setor de Brucchium (nordeste) da cidade, ou provavelmente junto às terras do palácio. Foi cercado por cortes, por jardins, e por um parque zoological que continha animais exóticos das partes longínquas do império Alexandrino. De acordo com Strabo, em seu coração existia um Salão grande e um salão com uma abobada circular (talvez romano?) com um observatório em seu terraço superior; as salas de aula cercavam-no. Isto é muito similar à disposição do Serapeum, que foi começado por Ptolomeu II e terminado por seu filho. Os 30-50 sábios estimados provavelmente foram abrigados permanentemente lá, alimentados e financiados provavelmente pela família real primeiramente e, mais tarde, de acordo com um papiro romano adiantado, pelo dinheiro público.

As Pilhas
As prateleiras físicas da biblioteca podem ter estado em um dos salões circulares de aulas ou no jardim, ou pode ter sido abrigado no Grande Salão central. Consistiam de buracos onde eram enfiados os pergaminhos, onde os melhores eram revestidos de linho ou de couro. As peles de pergaminhos vieram a moda depois que Alexandria parou de exportar papiro em uma tentativa de estrangular sua biblioteca rival mais nova, criada por Seleucidio em Pergamon. Nas épocas romanas, os manuscritos começaram ser escritos no formulário do codex (livro), e começaram a ser armazenados nas caixas de madeira chamadas armaria.

Desenvolvimento da biblioteca

O Septuaginto
Aristeas, escrevendo 100 anos após a criação da biblioteca, escreve que Ptolomeu deu a Demetrius a tarefa de recolher livros e pergaminhos, assim como supervisionar o esforço maciço de traduzir trabalhos de outras culturas para o grego. Este processo começou com a tradução do Septuaginto, o Velho Testamento, para o grego, projeto para o qual Ptolomeu empregou 72 rabinos devido a sugestão de Demetrius.

Aquisição dos livros
No tempo de Demetrius, as bibliotecas gregas eram geralmente coleções dos manuscritos particulares, tais como a biblioteca de Aristóteles que continha os seus próprios e outros trabalhos. Os templos de Egito tiveram freqüentemente prateleiras que continham uma variedade de textos religiosos e oficiais, como determinados museus no mundo grego. Foi a grande ambição de Ptolomeu I de possuir toda a literatura sabida do mundo que fez possível a realização dessa coleção idiosincriatica de livros criando assim uma verdadeira biblioteca. John Tzetzes escreve diversos séculos mais tarde que Callimachus catalogou 400.000 pergaminhos mistos (provavelmente aqueles que continham mais de um capítulo) e outros 90.000 não-mistos. Os métodos dos sucessores de Ptolomeu para conseguir seu objetivo eram certamente originais. Ptolomeu III escreveu uma letra "aos lideres de todo o mundo" pedindo seus livros emprestados. Quando Atenas emprestou os textos de Eurípides, Aeschylus, e Sófocles, ele teve-os copiados, retornados as cópias, e mantidos os originais. Supostamente, todos os navios que pararam na porta de Alexandria foram procurarados por livros, os quais tiveram o mesmo tratamento. Assim o termo "biblioteca de navio" para algumas peças da coleção abrigada no museu. Este procedimento não ortodoxo inspirou ao menos o primeiro trabalho sistemático de arquivação dos textos clássicos, sem o qual nenhum dos autores teria sobrevivido.

Os Primeiros Bibliotecários
Quando Demetrius era um converso de Serapis e assim provavelmente de um oficial do novo culto Grego-Egipcio inventado por Ptolomeu, o Serapeum não havia sido construído quando se deu a sua morte e não é recordado nem como o bibliotecário dessa instituição nem no museu. O primeiro o bibliotecário de que se tem registro era Zenodotus de Ephesus, que teve esse trabalho desde o fim do reino de Ptolomeu I até 245 A.C. Seu sucessor foi Callimachus de Cyrene era talvez o bibliotecário mais famoso de Alexandria, pois criou um catalogo de 120,000 pergaminhos chamado de “tabela de Pinakes”. Não era de forma alguma compreensivo, mas funcionava mais como um índice. Apolônio de Rhodes, seu rival mais jovem e escritor do notório épico, Argonautica, foi o sucessor de Callimachus. Erastóstenes de Cyrene, famoso geógrafo e matemático, sucedeu Apolônio em 235, e compilou seu "tetagmenos epi teis megaleis bibliothekeis", o “esquema das grandes estandes”. Em 195, Aristófanes ganhou a posição e atualizou os Pinakes de Callimachus
. O ultimo registro de um bibliotecário foi Aristarchus de Samothrace, o astrônomo, que ganhou a posição em 180 AC e foi tirado durante lutas dinásticas entre os Ptolomeus. Enquanto a biblioteca e o museu continuaram existindo vários séculos depois, os sábios ficaram sendo chamados de “Alexandrinos” e nenhum bibliotecário foi mencionado pelo nome.

Organização

Enquanto é duvidoso que a biblioteca tenha tido uma organização sistemática, e sim de que tenham sido armazenados novos baús e prateleiras de papiros em grupos a medida que eles foram sendo adquiridos. Os Alexandrinos, a partir de Callimachus, tentaram manter registro dos pertences da biblioteca através de um catalogo de assuntos. Nisso eles seguiram a divisão do conhecimento como sugeria Aristóteles, ou ao menos seu estilo de organização que tenha caído dentro da categoria de “filosofia” em subdivisões de observações e ciências dedutivas.

Matemática
A matemática Alexandrina se preocupava a maior parte com geometria, mas sabemos de alguma pesquisa especifica em teoria numérica. Números primos eram uma fonte de fascinação no tempo dos Pitagoreanos.

Eudoxis de Cnidus, pupilo de Euclides, provavelmente trabalhou fora de Alexandria e é conhecido por desenvolver um método de integração, estudou o uso de proporções para resolver problemas e contribuiu com varias formulas para medir figuras em três dimensões. Pappus foi um dos últimos matemáticos gregos, se concentrou em números grandes e semicírculos, e também foi um importante transmissor para a cultura européia da astrologia descoberta de fontes orientais. Theon e sua filha Apatia também continuaram o trabalho em astronomia, geometria e matemática, construindo o trabalho de seus predecessores, mas infelizmente nenhum de seus trabalhos sobreviveu.

Astronomia
Astronomia não era meramente uma projeção de uma terceira dimensão numa Quarta, mesmo sendo assim que muitos cientistas gregos a classificaram. O movimento das estrelas e do sol eram essenciais para determinar posições terrestres, já que eles proviam pontos universais de referencia. No Egito, isso era particularmente vital para os direitos de propriedade, porque a indução anual do Nilo com freqüência alterava as marcas físicas no terreno e os limites entre os campos. Para Alexandria, da qual sobrevivia de exportar grãos e papiro para o resto do mediterrâneo, o desenvolvimento em astronomia possibilitou uma grande ajuda aos navegadores. Astrônomos gregos antigos concentraram-se em modelos teóricos do universo; Alexandrinos pegaram o trabalho de detalhar as observações e analisar a matemática envolvida em todas essas idéias.

Mapas do Céu
Erastóstenes, o versátil terceiro bibliotecário, juntou um catalogo completo de 44 constelações junto com seus devidos mitos, assim como uma lista de 475 estrelas fixas. Hipparchus ganhou o credito de inventar a longitude e latitude, importando o sistema circular de 360 graus da Babilônia, calculando o comprimento do ano dentro de uma precisão de 6 minutos, juntando um mapa estelar de constelações e estrelas e especulando que elas, as estrelas, tinham tanto nascimento como morte.

Esquemas do Universo
Aristarco aplicou trigonometria Alexandrina para estimar as distancias e tamanhos do céu e da lua, e também postulou um universo heliocêntrico, com o sol no centro do universo. Um colega sábio do Museu, Stoico Clinatos, acusou-o de blasfemador. Hipparchus de Bithynia, durante o reino de Ptolomeu VII, descobriu e mediu o procedimento de equinócios, e a trajetória do sol e da lua. 300 anos depois, Ptolomeu (sem relação nenhuma com a realeza egípcia) criou matematicamente seu elegante sistema de epicirculos para dar razão a geocentricidade da visão Aristoteliana, e escreveu um tratado de astrologia, ambos que depois se tornariam no paradigma medieval.

Geometria
Os alexandrinos juntaram muitos princípios geométricos de antigos matemáticos gregos, e também tinha acesso a conhecimentos egípcios e babilônicos no assunto. Esta é uma das áreas nas quais o museu se excedia, produzindo sua porção de grandes geomatros, desde sua criação. É dito que Demetrius convidou Euclides para Alexandria, e sua obra “Elementos” é conhecida como os fundamentos da geometria. Seus sucessores, notavelmente Apolônio, continuaram a pesquisa em formas cônicas, assim como Hipparchus.

Erastotenes e a Geometria Esférica: Calculando a Circunferência da Terra
O terceiro bibliotecário de Alexandria, Erastóstenes (275-194 AC), calculou a circunferência da terra com uma diferença de apenas 1%, baseado na medida da distancia entre Aswan ate Alexandria e a fração de todo o arco determinado pela diferença do comprimento da sombra ao meio dia nesses dois locais. Ele ainda sugeriu que os mares estariam conectados, que a África poderia ser circum-navegada e que a “Índia poderia ser alcançada navegando oeste da Espanha”. Finalmente, provavelmente sobre desenhos do Egito e do Oriente Médio, ele deduziu o comprimento do ano em 365 e ¼ dias e foi o primeiro a sugerir a idéia de adicionar um “dia a mais” a cada quatro anos.

Mecanica: Ciencia Aplicada
Arquimedes, o descobridor do numero pi, foi um dos primeiro sábios Alexandrinos a aplicar as teorias de movimento de geomatros e astrônomos em aparatos mecânicos. Entre as suas descobertas estão a alavanca e, como uma extensão do mesmo principio, o “parafuso de Arquimedes”, uma ferramenta para levantar água. Ele também é a figura da lenda do cientista levantando de sua banheira com o grito de “Eureka” depois de descobrir que a água é tirada de seu local com a imersão de objetos nela.

A hidráulica foi uma ciência que nasceu em Alexandria, da qual era o principio atrás do “Herói Pneumático”, um longo trabalho descrevendo muitas maquinas e “robôs” simulando ações humanas. A distinção entre a pratica e a teoria provavelmente não ocorreu a ele durante seus experimentos, que incluíam estatuas que misturavam drinques, bebiam e cantavam (através de ar comprimido). Ele também inventou o órgão de cano que mais tarde seriam usados nos “Banhos Romanos”, uma lâmpada que se auto-ajustava.

Medicina
O estudo de anatomia, que tem sua origem em Aristóteles foi conduzido extensivamente por muitos Alexandrinos, que provavelmente tinham a vantagem dos belos jardins e espécies de animais da biblioteca, alem da pratica Egípcia de mumificação. Um dos primeiros estudiosos dessa ciência, Herophilus, coletou e juntou o “Hippocratic corpus”, e embarcou em estudos próprios. Ele foi um dos primeiros a distinguir o cérebro e o sistema nervoso como uma unidade, assim como a função do coração, da circulação do sangue e provavelmente de vários outros órgãos e suas funções. Seu sucessor, Eristratos, se concentrou no sistema digestivo e os efeitos da nutrição, e postulou que os alimentos assim como os nervos e o cérebro influenciam em doenças mentais. Finalmente, no segundo século AC, Galen fez em Alexandria vastas e inúmeras pesquisas e junto com suas próprias pesquisas compilou quinze livros anatomia e a arte da medicina.

Conclusão

O Museu de Alexandria foi fundando num lugar e tempo únicos que possibilitaram seus sábios a criar sobre as técnicas dedutivas de Aristóteles e do conhecimento grego em ordem de aplicar esses métodos no conhecimento da Grécia, Egito, Macedônia, Babilônia e alem. A localização de Alexandria como um centro comercial, e como o maior exportador de material para escrever, ofereceu vastas oportunidades para o contato entre diferentes culturas e formas de pensamento. O esforço deliberado de seus sábios para juntar e analisar criticamente o conhecimento de sua época possibilitaram a primeira pesquisa sistemática de conhecimento por especialistas em novas áreas de conhecimento. Completas novas disciplinas, como gramática, preservação de manuscritos e trigonometria surgiram. Ainda, a grande coleção de documentos numa cidade Egípcia possibilitaram a transmissão de textos clássicos em árabe e hebreu, onde foram preservados por muito tempo depois que suas copias foram perdidas durante a Idade Media na Europa. Alexandria e seus primos, o Lyceum, a Academia, e a jovem biblioteca de Pergamon, foram provavelmente os protótipos de monastérios e universidades medievais. Enquanto muitos sábios modernos com freqüência se lamentam da quantidade de informações p

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