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As Três Faces do Amor
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As Três Faces do Amor
Publicado em 15/09/2011 por Blog Sétimo Dia
A carta de amor, talvez a mais longa e mais simples, foi composta em 1875 por Mareei de Leclure, um pintor francês. Sua peça de amor continha uma frase: Eu a amo! 1.875.000 vezes. Mas este número representa apenas uma pequena parte das vezes que Eu a amo foi escrita ou falada na produção desta carta fora do comum. Mareei não escreveu a carta ele mesmo, mas contratou um escriba para escrevê-la. Segundo a tradição, Mareei ditou a carta, palavra por palavra. O escriba então repetiu cada frase para ele ao pô-la no papel. A frase Eu a amo! foi com efeito falada ou escrita 5.625.000 vezes durante a composição desta longa carta. Mareei estava apaixonado e queria que sua namorada soubesse!
Todos nós queremos ser amados. Nossa carência de amor é tão grande que ficamos frustrados e inseguros se nossa carência de amor não é satisfeita. Mas que é amor? Sugiro que há pelo menos três faces do amor à medida que ele amadurece.: a face “se”, a face “porque”, a face “apesar de”. Estas faces surgem, conforme a nossa carência, os nossos desejos e as nossas motivações.
A face “se”
A face “se” é a mais fácil de reconhecer. A maior parte de nós já viu esta face do amor muitas vezes. Pelo melhor ela é manipulatória e pelo pior é destrutiva.
Wendy tinha 18 anos.* Ela estava assentada do outro lado da mesa com sua filhinha de dois anos no colo. Contou-me sua triste história do amor “se”. Seu namorado a manipulou a ter sexo. Ele insistia: “Se você realmente me ama, é aceitável.” Ela eventualmente cedeu. Wendy engravidou, e os pais do rapaz o forçaram a casar-se com ela. Agora ele vive correndo atrás de mulheres. Ela se tornou apenas sua governanta da casa e a babá. “Perdi todos os anos de minha adolescência!” soluçou, escondendo o rosto nas mãos.
Wendy sente profundamente o que seu marido lhe fez. Sente-se roubada e sem valor. Sente que foi forçada a se tornar mãe. Sua auto-estima é baixa; sua vida é miserável. Reconheceu demasiado tarde a face enganosa do amor “se”.
Muitos casamentos têm como fundamento este tipo de amor. O amor “se” pode exercer uma força tão esmagadora que alguns deixam de reconhecer seu engano. O alvo primário deste amor não é a outra pessoa, mas o eu. O amor “se” se interessa apenas em satisfazer suas próprias necessidades e desejos. Muitos jovens são apanhados neste impulso egoísta de satisfação própria e reconhecem tarde demais que foram enganados.
Tragicamente, muitos pais oferecem apenas a face “se” do amor a seus filhos. Harry cometeu suicídio porque foi reprovado no vestibular de medicina. O amor “se” do pai alimentou sua depressão. Harry sabia quanto seu pai queria que ele fosse médico. Estava convencido de que se ele não conseguisse sê-lo, seu pai o rejeitaria. De preferência a testemunhar que seu pai não mais o amava, o jovem suicidou-se.
A face “porque”
A face “porque” do amor opera num nível mais agradável do que a face “se”. Esta face valoriza a outra pessoa. Ela diz: “Eu a amo porque você é sensual; porque você é um ‘doce’; porque você escreve poesia romântica; porque você trás segurança à minha vida; porque você tem boa prosa; porque você dirige um carro de classe” e assim por diante. Por alguma razão qualquer, o amor “porque” escolhe olhar uma segunda vez e avaliar o objeto de seu olhar. Oferece afagos positivos à pessoa sendo amada.
Não obstante, a face “porque” tende a promover competição e insegurança. Os que são objetos do amor “porque” sentem que precisam provar continuamente que são dignos de amor. Receiam perder a qualidade que os tomam amados. Uma jovem é amada porque é bonita. Um jovem é amado porque é atlético e bonito. Em alguns casos, o receio de rejeição futura pode mesmo impedir de desfrutar a face “porque” do amor no presente. As Escrituras nos lembram: “No amor não existe medo; antes o perfeito amor lança fora o medo. Pois o amor tem que ver com punição; logo aquele que teme não é aperfeiçoado no amor”(I João 4:18). Temor e amor não podem coexistir na mesma relação. Um amor que cria receio de fracasso não é verdadeiro amor.
Judy era jovem e bela. Tinha ganho muitos concursos de beleza no ginásio e era uma das meninas mais populares no campus da faculdade. Era noiva de um rapaz simpático. Mas um dia a tragédia ocorreu. Ao trabalhar na tinturaria de seu pai, o fluido inflamável explodiu e queimou seu rosto, peito e braços. Ficou tão desfigurada que não permitia que as ligaduras fossem removidas exceto na presença de seu médico.
Pouco depois do acidente seu noivo rompeu o noivado. Seus pais não podiam contemplar sua “rainha de beleza” desfigurada e raramente a visitavam no hospital. Mesmo quando falavam com ela pelo telefone, não era como antes. Dentro de poucos meses Judy faleceu, sem ter deixado o quarto do hospital. Não de complicações. Simplesmente desistiu de viver, pois a razão por que era amada foi-lhe tirada. Sua beleza foi-se.
A face “apesar de”
Esta espécie de amor simplesmente ama. Diferente da face “se”, esta face não é baseada em motivação egoísta. Nada espera em troca. Diferente da face “porque”, não depende do aspeto atrativo da outra pessoa. Olha além das boas e más qualidades e fita a alma. É capaz de amar mesmo quando rejeitada. Vê o belo no feio. Descobre valor infinito num ser finito. Olha com amor a todos a seu redor.
Onde achamos uma face tão amável? A expressão máxima deste amor é Jesus. Ele veio para amar a humanidade apesar de tudo. Veio para introduzir uma face de amor que faltava desde o Jardim do Éden. Trouxe a esta terra um amor incondicional, sem temores ou motivação egoísta.
Jesus não trouxe uma face do amor que diz: “Eu o amarei se você for uma boa pessoa. Eu o amarei se você me adorar. Eu o amarei se for um dizimista fiel.” Nem trouxe Ele uma face do amor que arrazoa: “Eu o amo porque você ora cada dia. Eu o amo porque você vai à igreja cada semana.” Tudo isto mede nosso amor a Deus, mas não mede o amor de Deus por nós.
Deus não impôs condições a Seu amor. Com efeito, “Deus prova seu próprio amor para conosco, pelo fato de Cristo ter morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5:8). Deus não espera até merecermos ser amados. Não há “se” nem “porque” no amor de Deus. Ele simplesmente ama! Ele é amor! Este amor continua ainda que não o mereçamos.
Jesus demonstrou o poder do amor tipo “apesar de” quando chorou pela morte de Lázaro. Os que o viram chorando disseram: “Vede quanto o amava!” (João 11:36). Isto era amor a despeito do que Lázaro fosse. Lázaro não merecia ser ressuscitado, mas Jesus o amava o bastante para chamá-lo da sepultura.
Que face é sua face?
Que face do amor você prefere? A face “se”, com sua natureza manipulatória? A face “porque”, que precisa ser ganha de novo cada dia? Ou a face “apesar de”, que continua a amá-lo mesmo quando você parece não ser digno de amor?
Seria difícil imaginar um jovem propondo a sua namorada deste modo: “Benzinho, quero que você saiba que eu a amo apesar de suas muitas faltas. Eu a amo apesar de seus dentes tortos. Eu a amo apesar de sua disposição irritada. Eu a amo apesar de…” Não levaria muitos “apesar de” antes da relação chegar a um fim traumático. Poucos realmente querem ser amados “apesar de”. Preferiríamos ser amados “por causa de”.
Contudo, oculta atrás da face do amor “porque” está a raiz de todo legalismo religioso. Muitos querem que Deus os ame “porque” e não “apesar de”. Por certo nossas boas obras devem valer algo. Por certo estas obras devem ao menos obter um apartamento com uma vista sobre a principal avenida do céu. É-nos difícil admitir que nada trazemos à relação exceto nossa carência. É-nos difícil compreender que Deus não tem razão para nos amar, mas Ele nos ama! É-nos difícil compreender que quaisquer mudanças que esta nova relação introduz em nossa vida sejam resultado direto de Seu amor “a despeito de” e não a causa de Seu amor. Precisamos reconhecer que nada que façamos fará com que Deus nos ame mais do que já nos ama. Deus é amor!
Jesus pleiteia conosco, “Assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros” (João 13:34). Este é realmente um mandamento fortalecido por um amor “apesar de”. Somente uma tal dinâmica podia dar uma tal ordem e esperar obediência. Aprender a descansar no amor de Deus não significa ser relaxado em manter Suas normas. Ao contrário, significa ter confiança que “nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem coisas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor” (Romanos 8:38, 39).
O significado deste amor
Que significa ter e dar amor “apesar de”? Significa que você pode permitir que Cristo remodele sua vida sem a preocupação de que algum dia Cristo abandone Seu projeto de remodelação! Lança fora a insegurança e o medo de fracasso. Remove a ansiedade de rejeição. Significa que a gente não mais precisa competir ferozmente a fim de sentir-se amado. Não descredita o outro a fim de aumentar sua própria credibilidade. Não barganha com Deus a fim de ganhar Seu amor. Reconhece que Deus já nos viu em nosso pior e ainda nos ama. Significa não estar sob tensão constante ou não exigir nossos direitos por causa de nossa insegurança. Significa que podemos começar a partilhar amor do tipo “apesar de” com nossa família, amigos, vizinhos, colegas, membros de nossa igreja e até com aquela pessoa especial em nossas vidas.
Tammy era uma bela jovem esposa. Sempre tinha um sorriso prazenteiro. Agora ela jazia numa cama de hospital, depois de cirurgia para remover um tumor canceroso de seu rosto. A cirurgia tinha dado uma aparência grotesca a seu rosto, e seu sorriso jovial desapareceu para sempre. O cirurgião tinha feito seu melhor, seguindo cuidadosamente a curva de seu maxilar para esconder a cicatriz, mas o tumor era muito grande e a incisão profunda demais. Seu bisturi tinha cortado os nervos do lado direito de seu rosto. A operação tinha deixado o lado direito de sua boca repuxado num meio sorriso imóvel.
A jovem e seu marido fitaram o fundo do olho um do outro ao discutirem o futuro. Quando o cirurgião entrou, Tammy perguntou: “Minha boca será sempre assim?”
“Sim”, respondeu o médico. “Receio que será. Para remover o tumor tive de cortar os nervos. Talvez nunca voltem a crescer. Sinto muito.”
Tammy fitou o teto. Uma lágrima brotou de seu olho e deslizou silenciosamente em seu travesseiro. O marido tomou sua mão entre as suas. Seus olhos se encontraram, sondando e perguntando. Com um sorriso largo ele lhe assegurou amavelmente: “Benzinho, realmente gosto de seu sorriso. É gracioso.”
Não é extraordinário saber que Deus ainda nos ama apesar de nosso sorriso torto?
Len McMilllan (Ph.D., Ephraim Moore University) é diretor de vida de família no Pacific Health Education Center; 5300 Califórnia Avenue, Suite 200: Bakersfield, CA 93309; E.U.A.
*0s nomes usados neste artigo são fictícios para preservar a privacidade das pessoas em questão.
Dialogue Adventist
Eduardo- Mensagens : 5997
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Inscrição : 08/05/2010
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