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Mensagem por Eduardo Seg Set 19, 2011 6:39 pm

Leia artigo sobre o livro-reportagem do pastor e jornalista Jonatas Lincoln Ferreira intitulado A Fé nos Bálcãs. A origem e o estabelecimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia num País Ateu clicando aqui.

Fé nos Bálcãs

Danúbia Silva, Loriza Kettle e Paulo Henrique Mondego

Imagine um país dominado por estrangeiros que inicialmente fora invadido por tropas italianas e germânicas em um curto período de tempo, e onde a lei predominante era a força bruta. Por intermédio do ditador Envër Hoxha, a Albânia viveu o que se pode chamar de período negro, provocado pelo forte comunismo stalinista. O país, até algum tempo atrás, era um muito diferente do restante da Europa. Começando por sua taxa de natalidade, que era a maior do continente, e passando pelo grande número de albaneses considerados mulçumanos, pode-se ter idéia das mudanças ocorridas. Atualmente, o cenário é bem diferente.

Durante o governo de Envër Hoxha, a Albânia foi declarada um país ateu onde toda e qualquer religião era proibida sob pena de morte ou tortura a quem desobedecesse a ordem do ditador. Some a toda essa história, um homem, ou melhor, um mártir, Daniel Lewis, um dos primeiros missionários na Albânia e sua mulher, Flora Lewis. Então terá uma idéia do que é o livro-reportagem de Jônatas Lincoln Ferreira, intitulado A Fé nos Bálcãs. A origem e o estabelecimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia num País Ateu.

"Durante 50 anos a Albânia viveu o sistema comunista mais extremo da história mundial. Envër Hoxha, o ditador, era ateu e o seu sonho era eliminar Deus do País. Ele usou de todas as formas de opressão físicas e psicológicas conhecidas. Hoxha matou milhares de cristãos, entre eles muitos adventistas. Em 1967, o ditador declarou que a Albânia era o primeiro Estado ateísta do mundo. Foi um grito de vitória contra a religião. Mas o que ele não sabia era que a religião nunca deixou de existir no seu País, em especial os adventistas. Quando o comunismo caiu em março de 1992, o mundo conheceu que, em realidade, a guerra de Hoxha foi vencida pela religião."

Este foi o depoimento de Lincoln Ferreira sobre o tema de seu Projeto Experimental em Jornalismo. Um discurso emocionado, que retrata exatamente todo o sentimento da história por meio do livro-reportagem. Ferreira tem motivo de sobra para escrever sobre o assunto, afinal, sua família foi trabalhar como missionária na Albânia, depois de 50 anos de comunismo no país.

Ditador e ateu

Líder comunista e chefe de exército albanês, Envër Hoxha venceu uma guerra contra os nazistas que durou todo o ano de 1945. Depois da vitória contra os nazistas, Hoxha foi eleito primeiro-ministro do Estado e, em 1946, assumiu a direção do governo albanês. Em 11 de janeiro de 1946 o ditador proclamou a Albânia como Estado socialista. Entrava, aí, o comunismo na Albânia.

Durante o governo comunista, Hoxha adotou várias manobras políticas. Algumas que mais se destacaram foram a reforma agrária, o controle da mídia e a política internacional. Em 1967, a Rádio Tirana declarou a Albânia como o primeiro Estado ateu do mundo. Este fato fez com que os países capitalistas que mantinham representatividade religiosa no país pensassem que o ateísmo estava definitivamente instituído. O que Hoxha não sabia era que milhares de fiéis não apenas mantiveram sua religião como a pregaram durante as cinco décadas de comunismo.

Em 1974, o regime comunista apertava o cerco à religião e o Estado proclamou qualquer espécie de expressão religiosa como crime. Os métodos de tortura e perseguição foram intensificados e milhares de cristãos foram assassinados pelo regime ateu.

Pioneiro e mártir

Daniel Lewis era albanês e imigrou para os Estados Unidos aos sete anos de idade. Aí ele estudou Farmacologia em Harvard e, depois de formado, abriu três farmácias em Boston, em Massachussets. Lewis prosperou em seu trabalho, mas sempre carregava um vazio dentro de si. Um dia, andando pelas ruas de Boston, passou em frente a uma igreja e ouviu alguns hinos. Resolveu entrar. Depois de algum tempo se batizou e decidiu vender toda a sua propriedade para evangelizar a Albânia.

De volta ao seu país, instalou-se em Korçë e abriu uma farmácia. Com o dinheiro, Lewis custeava o seu trabalho de evangelização, além de traduzir alguns impressos religiosos.

Entretanto, aparece em cena Envër Hoxha. O comunista ordenou que todos os livros cristãos fossem queimados, principalmente a Bíblia. Com a entrada do comunismo na Albânia, o grupo formado por Daniel Lewis se dispersou. Mas Lewis continuava a espalhar o Evangelho.

Em 1951, o missionário foi preso pelo Estado comunista. Como não tinha nada que o incriminasse, o governo albanês o condenou a 30 anos de trabalhos forçados, acusando-o de ser um espião norte-americano na Albânia, já que ele tinha morado nos Estados Unidos. Lewis foi levado ao campo de concentração e obrigado a trabalhar no sábado, seu dia de guarda. De acordo com suas convicções religiosas, ele não podia trabalhar neste dia, e não o fez. Por este motivo, ele foi torturado.

Numa das torturas o soldado fez com que ele sentasse numa cadeira e tivesse todos os seus dentes arrancados com alicate. Durante quatro anos, o missionário foi torturado sistematicamente por não trabalhar no sábado. Seus companheiros de prisão o chamavam de "bispo", porque ele pregava a todos. Cada vez mais as torturas foram se intensificando até a sua morte.

Trabalhos voluntários

Quando ouviu falar o nome Albânia, um jovem empresário brasileiro, chamado Paulo Vaz, quis saber mais sobre o trabalho feito nesse país. Ele se decidiu a fazer o que fosse necessário para que aquele trabalho expandisse. Com este intuito, conheceu o pastor Oliveiros Ferreira e contou seus planos. Com isso, ele passou a patrocinar vários projetos evangelísticos no Brasil, entre eles o programa de TV Está Escrito.

Por meio das doações de Vaz, foram patrocinados programas de rádio vinculados na Itália e Kosovo e retransmitidas para a Albânia. Metade da ajuda médica em 1991, recebeu o patrocínio do empresário brasileiro.

Brasileiros na Albânia

A Albânia apresentava dificuldades econômicas e sociais, instabilidade e indefinição política no congresso, o que dificultou a aceitação do convite. Em novembro de 1992, Paulo Vaz encontrou uma família disposta para o trabalho.

O pastor Oliveiros Ferreira, que tempos antes estivera na Albânia acompanhando o trabalho feito no país, foi enviado para engrossar o time. Isso porque mantinha contato com as obras realizadas na Albânia.

Diante de todas as dificuldades, problemas políticos, econômicos e sociais, a família Ferreira entrou de cabeça e levantou a primeira Igreja Adventista do Sétimo Dia naquele país. Vale aqui ressaltar que o autor deste trabalho, Jônatas Ferreira, tem uma ligação emocional muito forte com ele. Jônatas é filho de Oliveiros e participou ativamente dos projetos desenvolvidos na Albânia. O livro-reportagem A Fé nos Bálcãs: A Origem e o Estabelecimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia num País Ateu tem uma história fascinante. Uma história de coragem e fé.

O orientador de Jônatas, Vanderlei Dorneles, afirma que o trabalho é importante por dois fatores: a ida da Igreja Adventista para a Albânia e a participação do Brasil na pessoa de Paulo Sérgio Vaz e do pastor Oliveiros Ferreira. "É um trabalho bem feito, em que o autor conta a história de forma apaixonada e envolvente. Todos aqueles que querem conhecer a realidade do Leste europeu, não devem deixar de ler", garante o orientador.




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"Durante 50 anos a Albânia viveu o sistema comunista mais extremo da história mundial. Enver Xoxha, o ditador, era ateu e o seu sonho era eliminar Deus do País. Ele usou de todas as formas de opressão físicas e psicológicas conhecíveis. O Hoxha matou milhares de cristãos, entre eles, muitos adventistas. Em 1967 o ditador declarou que a Albânia era o primeiro Estado ateísta do mundo. Foi um grito de vitória contra a religião. Mas o que ele não sabia era que a religião nunca deixou de existir no seu País, em especial, os remanescentes adventistas. Quando o comunismo caiu em março de 1992, o mundo conheceu que, em realidade a guerra de Hoxha foi vencida pela religão". Jônatas Ferreira, jornalista, novembro de 2004

Esse foi o depoimento de Jônatas Lincoln Ferreira sobre o tema de seu trabalho de conclusão de curso – TCC. Um discurso emocionado, que retrata exatamente todo o sentimento da história por meio do livro-reportagem “O adventismo nos Balcãs: a origem e o estabelecimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia num país ateu”. Ferreira tem motivo de sobra para escrever sobre o assunto, afinal, a sua família foi trabalhar como missionários na Albânia, depois de 50 anos de comunismo no País. Graças a esse trabalho, milhares de pessoas foram alcançadas pela Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Mas esse fato não aconteceu há pouco tempo. Na verdade todo o processo começou em 1934 e marcou a história da Igreja Adventista mundial. Desde o primeiro missionário, Daniel Lewis, passaram-se sessenta anos e só em 1994 a Igreja Adventista foi estabelecida, com a inauguração do primeiro templo. Daniel Lewis era albanês e imigrou para os Estados Unidos aos sete anos de idade. Lá ele estudou Farmacologia na Harward e, depois de formado, abriu três farmácias em Boston, Estado de Massachuscetes. Lewis prosperou em seu trabalho, mas sempre carregava um vazio dentro de si. Um dia, andando pelas ruas de Boston, passou em frente uma igreja e ouviu músicas lindíssimas. Ele entrou e lá foi tocado pelo Espírito Santo. Era uma igreja adventista, e ele começou a receber estudos bíblicos. Depois de algum tempo se batizou e decidiu vender toda a sua propriedade para pregar o evangelho na Albânia. De volta ao seu País, se instalou na cidade de Korçë e abriu uma farmácia. Com o dinheiro Lewis custeava o seu trabalho de espalhar a mensagem adventista, além de traduzir alguns manuscritos de Ellen White e artigos da Revista Adventista americana.

Entra em cena Enver Hoxha, líder comunista e chefe de exército. Hoxha venceu uma guerra contra os nazistas que durou todo o ano de 1945. Depois da vitória pelos nazistas, Hoxha foi eleito primeiro ministro do Estado e em 1946 assumiu a direção do governo albanês. No dia 11 de janeiro de 1946 o ditador proclamou a Albânia como Estado Socialista. Entra o comunismo na Albânia. Ele se levantou contra os cristãos e a polícia era orientada a persegui-los. Hoxha ordenou que todos os livros cristãos fossem queimados, inclusive a Bíblia. Com a entrada do comunismo na Albânia, o grupo adventista formado por Daniel Lewis se dispersou. Eles adoravam em secreto dentro de casa, oravam baixo e fechavam as cortinas. Mas Lewis continuava a espalhar a o evangelho. Em 1951 o missionário é preso pelo Estado comunista. Como não tinha nenhum motivo que o incriminava, o governo albanês o condenou a 30 anos de trabalhos forçados por ser um espião americano na Albânia, já que ele tinha morado nos Estados Unidos. Lewis foi levado ao campo de concentração e obrigado a trabalhar no sábado. Mas ele não trabalhou e por esse motivo ele foi torturado cruelmente. Numa das torturas o soldado fez com que ele sentasse numa cadeira e “arrancou” todos os seus dentes com alicate. Durante quatro anos o missionário foi torturado sistematicamente por não trabalhar no sábado. Seus companheiros de prisão o chamavam de “bispo”, porque ele pregava a todos. Cada vez mais as torturas foram se intensificando. Um dia chegou na prisão um torturador muito temido, que ouviu sobre alguém que estava desafiando o comunismo. Ele levou Lewis até as minas e o despiu. Em alto e bom som ele disse: “É isso que acontece com todos aqueles que desafiam o comunismo”. Ele pegou um arame farpado e envolveu em todo o corpo do missionário e uma das pontas ele amarrou em um cavalo. Durante as 12 horas de trabalho o torturador fazia o cavalo arrastar o corpo de Lewis no chão. Depois da tortura, ele foi levado semi-morto para a cela, onde morreu perdendo muito sangue.

Flora Lewis, esposa de Daniel Lewis, foi presa na mesma noite que o missionário. Flora ficou presa numa solitária. Lá ela ficou durante 48 dias e dormia encostada na parede. Um dia ela começou a delirar e nos momentos de lucidez clamava a Deus pedindo que a livrasse dizendo “Senhor, eu sou igual Jacó, lutando com o Senhor”. Nisso, ela desmaiou e um guarda chegou e disse “Ela está morta”. Flora foi tirada da solitária e quando ela saiu viu o calendário. Era o dia primeiro de julho de 1952, um Sábado. Levaram-na para uma cela que tinha janela e, depois de muito tempo, ela pôde ver a luz do sol, o que foi um alívio. Flora foi solta depois de três anos e os dois filhos devolvidos. Infelizmente, um deles morreu alguns anos depois devido aos maus tratos recebidos no orfanato em que vivia.

Depois da morte de Daniel Lewis o grupo de adventista ficou disperso e abandonado, mas nunca perdeu a fé. Uma das pessoas mais fiéis ao evangelho era Meropi Gjika. Ela tinha uma cópia da Bíblia e por 50 anos traduziu a Bíblia do grego para o albanês. Meropi também deixava cair discretamente porções transcritas da Bíblia em lugares públicos. Meropi Gjika conheceu Lewis numa pregação pública, antes de entrar o comunismo no País. Quando foram apresentados, o missionário perguntou: “Você já leu a Bíblia?” Ela disse que sim, então Lewis começou a lhe dar estudos bíblicos. Meropi gostava muito como o missionário pregava, porque ele falava de Jesus de apaixonadamente. Uma vez ela gostou tanto da pregação que tirou todo o seu dinheiro para dar para ele. Lewis disse que a melhor forma de expressar gratidão a Deus era devolvendo os dízimos e as ofertas. A partir desse momento Meropi nunca deixou de separar o dízimo. Mesmo depois que o comunismo entrou, durante 50 anos ela guardou do dízimo de apenas quatro dólares.

Durante o governo comunista, Enver Hoxha adotou várias manobras políticas. Algumas que mais se destacaram foram a Reforma Agrária, o controle da mídia e a política internacional. Em 1967 a Rádio Tirana declarou a Albânia como o primeiro Estado ateu do mundo. Esse fato fez com que os países capitalistas que mantinham representatividade religiosa no país pensassem que o ateísmo estava definitivamente instituído. O que Hoxha não sabia era que milhares de fiéis não apenas mantiveram sua religião como a pregaram durante as cinco décadas de comunismo. Em 1974 o regime comunista apertava o cerco à religião e o Estado proclamou qualquer espécie de expressão religiosa como crime. Os métodos de tortura e perseguição foram intensificados e milhares de cristãos foram assassinados pelo regime ateu.

Em 1990 a taxa de natalidade na Albânia era a maior de toda a Europa, metade da população tinha menos de 20 anos de idade. Pesquisas realizadas acusaram que quase 70% dos albaneses estavam desempregados e a renda familiar oscilava entre quatro e 30 e dois dólares. O trabalho rural representava 72% da economia albanesa e os produtos de maior produção eram os mesmos há 46 anos. A taxa de mortalidade infantil era de 50 por 1.000, o principal motivo era a falta de comida para as crianças. Foi decretada falência nacional no País.

Em janeiro de 1991 uma passeata anti-comunista varreu a cidade de Tirana, capital albanesa. Os líderes comunistas abandonaram o governo albanês sem nenhuma comunicação. Mais de um milhão de albaneses deixaram o país pelas montanhas e embarcações do Mar Adriático. Esses acontecimentos somados com a condição econômica nacional adiantaram a abertura das fronteiras do mundo. Chegaram milhares de estrangeiros para ajudar o País em crise. Médicos, missionários e profissionais de saúde pública eram apenas alguns profissionais. O Partido Trabalhista marcou eleições diretas para o ano seguinte. O objetivo era a saída do regime comunista da Albânia. Toda a população compareceu nos locais de votação e em março de 1992, com 65,6% dos votos, o futuro da nação foi decidido a favor da nova democracia. 110 mil albaneses invadiram as ruas de Tirana em comemoração ao fim do regime comunista no País. Foi criado um inquérito político para apurar as manobras de Hoxha e condenar a opressão mantida pelo Congresso pelos 50 anos de ditadura.

"O sistema comunista na Albânia figura como o mais cruel que história política já conheceu. Poucos países do último século conheceram tão profundamente os métodos de perseguição e ditadura inspirada nos moldes barbários das civilizações antigas. Contudo, de todas as perseguições infligidas pelo governo de Hohxa, o seu ódio contra a religião foi a maior. A guerra política e a opressão social não conheceram paralelo em comparação a busca cegante do ditador por erradicar completamente a religião de seu país. Hoxha queria uma sociedade atéia, e por esse ideal lutou mais de 40 anos a fio. O ditador decretou vitória sobre a religião em 1967, mas sua proclamação não correspondeu à realidade última. Na história contada por milhares de religiosos secretos que passaram pelo regime totalitário de Hoxha e guardaram sua fé invariavelmente, o ateísmo albanês se revelou derrotado". (FERREIRA, Jônatas. O adventismo nos Balcãs: a origem e o estabelecimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia num país ateu. Cap. 2, pag. 24. Novembro de 2004)

Anos antes, no início da década de 80, o pastor americano Bert Beach, responsável pelo Departamento de Liberdade Religiosa da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, veio ao Brasil e visitou as principais igrejas do Brasil apresentando relatórios da expansão do evangelho ao redor do mundo. Numa noite de palestra na Igreja Central Paulistana estava um jovem de 25 anos chamado Paulo Sérgio Vaz. Ele era um ex-adventista e foi convidado por seu pai a ir naquela programação. Paulo Vaz tinha habilidade especial para os negócios e, aos 16 anos já possuía sua independência financeira. O que ele não imaginava era que aquela noite marcaria sua vida com o chamado de Deus o ministério da expansão da fé adventista na Albânia. No final da palestra, o pastor americano comentou vagamente que na Albânia era impossível a entrada da fé adventista, pois aquele era o País mais fechado de que se tinha notícia. Quando ouviu falar o nome Albânia, Vaz sentiu o coração bater forte, como se um fogo queimasse dentro dele. O empresário começou a suar frio e a pensar que alguém tinha que fazer alguma coisa por aquele País. Imediatamente Paulo Vaz levantou em público e, na frente de todo o auditório disse: “Pastor, vamos parar agora o culto e orar pela Albânia”. Beach sentiu-se interrompido e disse que não havia necessidade pois todos os dias o nome da Albânia constava nas orações da Associação Geral. A resposta fria do pastor desafiou Vaz e ele saiu dali decidido a fazer o que fosse necessário para que a obra expandisse naquele País.

Paulo Vaz já estava decidido a voltar para a igreja quando numa noite foi à igreja do Imirim, em São Paulo e conheceu o pastor Oliveiros Ferreira. Vaz contou ao pastor sobre suas experiências religiosas e seu sonho de evangelizar a Albânia. Ferreira o convidou a ter estudos bíblicos. Nove meses depois, em novembro de 1983, o empresário se batiza oficializando, assim, seu retorno para a igreja. Com isso ele passa a patrocinar vários projetos evangelísticos no Brasil, entre eles o “Está Escrito”. No final de 1980, Paulo Vaz viajou à Associação Geral, em Washington D.C. a fim de se informar sobre a melhor forma de começar um trabalho evangelístico na Albânia. Para obter essas informações, ele conversou com o tesoureiro da Associação Geral, Don Gilbert. De volta ao Brasil, recebeu a visita do presidente da Associação Geral, pastor Neal Wilson. Na ocasião Paulo Vaz disse que doaria a quantia de um milhão de dólares, divididos em diferentes parcelas como patrocínio do evangelismo específico na Albânia. Wilson voltou ao escritório da Associação Geral e, em reunião administrativa informou aos líderes que a ajuda do brasileiro daria condições à organização de dar atenção especial na Albânia. A notícia repercutiu entre os líderes da Igreja na América e o incentivo financeiro iniciado por Paulo Vaz recebeu a adesão do empresário americano Garwin Meneilus.

Em 1990 Vaz foi à Indianápolis assistir as reuniões eletivas da Conferência Geral e para efetuar a primeira parcela da doação que prometeu. Junto com ele foi o amigo pastor Oliveiros Ferreira que foi o tradutor das negociações entre Paulo Vaz os líderes da Associação Geral. Lá ele deu a primeira parte da oferta de evangelização na Albânia na quantia de 70 mil reais, que foi entregue ao tesoureiro geral, pastor Don Gilbert. A Associação enviava sistematicamente ao empresário os relatórios do que era feito para evangelizar o País do balcãs. Por meio das doações de Vaz, foram patrocinados programas de rádio vinculados na Itália e Kosovo e retransmitidas para a Albânia. As doações também financiaram cursos bíblicos por correspondência, a tradução do livro Caminho a Cristo, de Ellen G. White e um manual bíblico produzido pelo evangelista americano, pastor Mark Finley. Todo esse material foi traduzido para o albanês. Metade da ajuda médica em 1991 recebeu o patrocínio do empresário brasileiro.

Em 1991 o comunismo na Albânia já estava enfraquecendo. A difícil crise econômica levou o governo de Tirana a permitir a abertura de suas fronteiras para ajudas assistenciais estrangeiras. O Ministério da Saúde albanês convidou a ADRA (Agência de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais) para negociar métodos de prestar assistência social. No dia 15 de abril a Divisão Trans-Européia enviou os pastores adventistas Ray Dabrowski e John Arthur à Albânia como representantes da Igreja e da ADRA na Europa. Essa viagem foi patrocinada pelo empresário Paulo Vaz e foi muito importante para a boa relação do governo albanês com a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Durante sua estada na Albânia, Dabrowski e Arthur encontraram com Flora e Ester Lewis, viúva e filha de Daniel Lewis e, Meropi Gjika, adventista fiel do primeiro grupo de adventistas de 1930.

Com a queda do regime comunista em março de 1992, e a permissão do governo para a entrada da Igreja, a Conferência Geral começou a se preparar para evangelizar a Albânia. David Currie, foi apontado como orador oficial e o mês de abril foi definido para o início da campanha. Com isso o evangelismo na Albânia passou a ser um sonho possível depois de 50 anos do regime comunista. Para o final das conferências foi marcado um batismo e o pastor Neal Wilson convidou Paulo Vaz para constatar pessoalmente o resultado de suas doações. O convite foi aceito. Ao chegar o dia da viagem, o tradutor oficial de Paulo Vaz adoeceu e cancelou sua viagem à Albânia com o empresário. Para substituí-lo, Vaz convidou seu amigo pastor Oliveiros Ferreira. Ferreira deveria traduzi-lo durante o mês de abril, ocasião em que aconteceria o primeiro batismo adventista naquele País. Num sábado de manhã, dia 18 de abril de 1992, Paulo Vaz assistiu pessoalmente a salvação das almas da Albânia. Em 1983 já tinha proposto em seu coração ajudar a expansão do evangelho naquele País, e agora via, à sua frente, Meropi Gjika como a primeira a ser batizada. Ali estava a concretização de seu antigo sonho. Por isso, em seu discurso ao final da cerimônia, olhou para os oito recém batizados afirmando, “eu os amava, embora não os conhecesse”.

A partir desse momento o governo albanês prometeu facilitar a entrada da religião no País. Muitas igrejas receberam doações e terrenos para a construção das igrejas de suas denominações. A Igreja Adventista do Sétimo Dia ganhou um terreno para construir um núcleo da ADRA em Tirana, e foi prometida a geografia para a construção de uma igreja em Tirana e em Korçë, onde começaram a história do adventismo albanês. O objetivo seguinte era a permanência de missionários no País. A Divisão Trans-Européia enviou cartas às famílias pastorais do mundo inteiro dando oportunidade para o trabalho missionário albanês. Na época a Albânia apresentava dificuldades econômicas e sociais, instabilidade e indefinição política no Congresso, o que dificultou a aceitação do convite permaneceu. Em novembro de 1992, Paulo Vaz comunica Associação Geral ter encontrado uma família disposta ao trabalho. A Igreja se mobilizou e reuniões extraordinárias extrapolaram a agenda dos departamentos O voto foi tomado. O futuro da Igreja Adventista na Albânia decidido.

O nome era pastor Oliveiros Ferreira, que tempos antes estivera na Albânia acompanhando a propagação da mensagem adventista naquele País. Na época, os efeitos da viagem tiveram um impacto significativo sobre ele. Como acalentava o desejo de ser missionário, começou a orar a Deus. Retornando ao Brasil, Ferreira recebia sistematicamente informações sobre o evangelismo na Albânia. Ele afirma que passou a orar muito mais por aquele País, principalmente para que Deus enviasse uma família missionária disposta a trabalhar lá. Uma noite, ao voltar de uma reunião da igreja, Ferreira sentiu-se claramente tocado pelo Espírito Santo no sentido de ser o missionário que a Albânia precisava. O pastor parou o carro naquele momento para orar e agradeceu a Deus pela confiança depositada nele em desenvolver aquele trabalho. Em casa o pastor Oliveiros Ferreira comunicou à esposa, Elange Ferreira, o que aconteceu Depois de muita oração, a família decidiu aceitar o chamado para o campo missionário na Albânia.

No dia 21 de Janeiro de 1993 a família Ferreira embarcou para o campo missionário. Era a segunda iniciativa evangelística brasileira para a entrada da Igreja Adventista na Albânia. O trabalho começou na capital Tirana e, mais tarde, se estendeu à outras regiões, atingindo crescimentos expressivos especialmente na cidade de Korçë. Com o aumento de batismos na igreja de Tirana, ela precisou ser transferida para um novo local. Nesse período duas jovens albanesas tiveram importante relevância para o crescimento do evangelismo naquele País. Ester Poçari conheceu a Igreja Adventista com a sua tia-avó, Meropi Gjika. Ambas se batizaram no histórico evento de 18 de abril de 1992. Ester contribuiu intensamente nas traduções de textos adventistas o que favoreceu o primeiro chamado oficial da Albânia depois da morte de Lewis em 1951. Dessa forma, a obra adventista na Albânia continuava através das próprias gerações que a haviam iniciado. Outra contribuição importante para a tradução de material religioso foi a de Lisena Gjebrea, de apenas 17 anos. Quando foi batizada pelo pastor David Currie sua família não a apoiou. Após o seu batismo Lisena trabalhou arduamente pela conversão de sua família e, em pouco tempo seu pai também foi batizado. Em seguida, vários de seus familiares se tornaram membros da igreja adventista em Tirana. Lisena tornou-se uma das primeiras tradutoras oficiais da igreja em Tirana, devido à sua fluência na Língua Inglesa. Ela recebeu patrocínio para viajar à Inglaterra e trabalhar na tradução de manuais bíblicos para crianças albanesas. Durante os anos de 1993 e 1994 a ADRA teve importante participação no crescimento na. Todo ano a ADRA distribuía em média 60 toneladas de ajuda humanitária ao Ministério de Saúde albanês, doação equivalente a 480 mil dólares entregue em ajudas ao governo de Tirana. No final de 1993 a Bíblia foi oficialmente traduzida para a língua albanesa. Os membros da Igreja abriram as portas para as visitas pastorais e, além da tradução da bíblia, o casal missionário envolveu os jovens na tradução de um hinário. A base desse trabalho foram os hinos do Hinário Adventista da Igreja Adventista no Brasil e logo as músicas do primeiro hinário adventista albanês começaram a serem cantadas na língua nacional. Quando chegou o terceiro mês do trabalho do pastor, o primeiro batismo foi celebrado. Foi uma cerimônia histórica, pois foi o primeiro na cidade de Korçë, cidade natal de Daniel Lewis. O batismo incluiu, além de Ester Lewis, um ex-mulçumano e uma amiga de viúva Flora Lewis que dela recebeu os estudos bíblicos durante o período comunista.

Em 1994 houve a inauguração do primeiro templo adventista na cidade de Korçë e também foi o ano em que a Missão Albanesa foi organizada formalmente na cidade de Tirana. Esses eventos registram oficialmente o estabelecimento formal da Igreja Adventista do Sétimo Dia na Albânia. A prefeitura da cidade de Korçë doou um terreno à Igreja Adventista do Sétimo dia a dois quilômetros do centro. Aquele seria o primeiro templo protestante da Albânia pós-comunista. Em julho daquele ano chegou à cidade uma equipe de 50 voluntários europeus para o mutirão da construção da igreja. Os líderes de outras denominações percebiam claramente o crescimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia e o conselho mulçumano se irritou com os acontecimentos. O grupo mulçumano se uniu e exigiu, junto à prefeitura, a paralisação da obra alegando direito de propriedade do terreno. Mas o prefeito de Korçë tinha sido companheiro de prisão de Daniel Lewis no governo comunista e o testemunho do antigo missionário, sua fidelidade para com Deus, tinha influenciado profundamente sua vida. Em agosto de 1994 o pastor Jan Paulsen, presidente da Divisão Trans-européia e o pastor missionário Oliveiros Ferreira, cortaram juntos a fita inaugural do primeiro templo adventista do país. Ao final de 1994 a Igreja Adventista do Sétimo Dia possuía a Missão Albanesa oficializada e organizada e A Igreja estava definitivamente estabelecida. A liderança se preocupou, a partir desta época, a manter o crescimento e estabilidade de seus membros, e novos projetos de manutenção foram estabelecidos.

Depois do estabelecimento da Igreja na Albânia em 1994, o andamento administrativo passou a fluir. As igrejas de Tirana e Korçë começaram a crescer e o treinamento de líderes se tornou o foco dos pastores Ron Edwards, de Tirana, e Oliveiros Ferreira, em Korçë. O pastor Ron Edwards enviou dois albaneses para o Newbold Colledge na Inglaterra, para cursarem Teologia. Num período de quatro anos os primeiros dois pastores da história da Albânia se formaram e atuam hoje em duas cidades do país. Em 1997 o pastor Oliveiros Ferreira e sua família retornam ao Brasil, deixando uma igreja com cerca de 70 membros batizados e outras centenas de pessoas estudando a Bíblia na cidade Korçë. No retorno para o Brasil o pastor Oliveiros viabilizou a vinda de dois jovens albaneses. O primeiro, Bledi Leno, chegou a morar com a família Ferreira. Por meio do pastor Oliveiros, Leno conseguiu uma bolsa de estudos no Centro Universitário Adventista – Unasp, no município de Engenheiro Coelho, em São Paulo. Ao final desse ano Leno se gradua em Administração de Empresas e Teologia, o que simboliza historicamente o primeiro pastor albanês da cidade de Korçë, berço do adventismo no país.


Um ano depois chega ao Brasil Adriana Nunka, outra adventista de Korçë. Adriana veio com o propósito de estudar Pedagogia e, entre seus projetos está construir a primeira escola adventista na Albânia, com todos os professores adventistas. Hoje Adriana está envolvida no processo de Mestrado em educação pela Unicamp – Universidade de Estadual de Campinas.

"Com o retorno dos albaneses a seu país o plano de continuação da obra adventista na Albânia consistirá, principalmente, em arrecadar doações pelo território da igreja internacional para custear o estabelecimento de uma escola Adventista na Albânia. A experiência adquirida por Adriana Nunka e Bledi Leno na organização da Igreja no Brasil facilitará os progressos que a Igreja ainda deve conhecer na Albânia em um futuro próximo". (FERREIRA, Jônatas. O adventismo nos Balcãs: a origem e o estabelecimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia num país ateu. Cap. 8, pag. 86. Novembro de 2004)



Não é nem preciso falar a relevância que um trabalho como esse tem para a história mundial. Até a apresentação desse trabalho não havia nenhum estudo cronológico da Igreja Adventista do Sétimo Dia na Albânia. A contribuição de Daniel Lewis para a liberdade religiosa no País é inquestionável. Mesmo depois de sua morte, seu testemunho teve forte influência entre as pessoas. Posteriormente, o trabalho desenvolvido pelo pastor Oliveiros Ferreira e a garra como ele abraçou o trabalho missionário num país em crise, mostra que exemplos como esse devem ser seguidos. Diante de todas as dificuldades, problemas políticos, econômicos e sociais, a família Ferreira foi capaz de entrar de cabeça e levantou a primeira Igreja Adventista do Sétimo Dia naquele país. Vale aqui ressaltar que o autor desse trabalho, Jônatas Ferreira, tem uma ligação emocional muito forte com ele. Jônatas é filho do pastor Oliveiros Ferreira e participou ativamente dos projetos desenvolvidos na Albânia. O livro-reportagem “O adventismo nos Balcãs: a origem e o estabelecimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia num país ateu” tem uma história fascinante, uma história de coragem e fé.

Todos os professores da banca de avaliação do trabalho teceram elogios à ousadia de Jônatas. O adventismo na Albânia tem uma história riquíssima, mas um estudo como esse também é muito difícil. Em unanimidade os professores concordaram que o livro tem uma leitura gostosa e que, além de oferecer um contexto histórico, também traz uma contribuição religiosa e espiritual. O orientador de Jônatas, jornalista Vanderlei Dorneles, afirma que o trabalho é importante por dois fatores: a ida da Igreja Adventista para a Albânia e a participação do Brasil na pessoa de Paulo Sérgio Vaz e do pastor Oliveiros Ferreira. Segundo o jornalista, a história desperta no jovem o espírito missionário e, por esse motivo, deve ser divulgada.

“A mensagem do desprendimento cristão para a salvação de outras pessoas é fascinante. Essa história atesta o poder da mensagem adventista, com pessoas capazes de deixar o seu lar para arriscar sua vida por amor ao próximo. É um trabalho bem feito em que o autor conta a história de forma apaixonada e envolvente. Todos aqueles que querem conhecer a realidade do leste europeu e como foi a entrada da mensagem adventista naquela região não devem deixar de ler”, garante o orientador.



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Fontes:

http://www.clicfolio.com/clicfolio/ler_texto.php?cod=58497&id=10547



http://www.canaldaimprensa.com.br/canalant/cultura/quarent/cultura4.htm
Eduardo
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