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Obsolescência programada versus perceptiva (ou percebida)
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Obsolescência programada versus perceptiva (ou percebida)
Obsolescência programada é o nome dado à vida curta de um bem ou produto projetado de forma que sua durabilidade ou funcionamento se dê apenas por um período reduzido. A obsolescência programada faz parte de um fenômeno industrial e mercadológico surgido nos países capitalistas nas décadas de 1930 e 1940 conhecido como "descartalização". Faz parte de uma estratégia de mercado que visa garantir um consumo constante através da insatisfação, de forma que os produtos que satisfazem as necessidades daqueles que os compram parem de funcionar ou tornem-se obsoletos em um curto espaço de tempo, tendo que ser obrigatoriamente substituídos de tempos em tempos por mais modernos.
A obsolescência programada foi criada, na década de 1920, pelo então presidente da General Motors Alfred Sloan. Ele buscou atrair os consumidores a trocar de carro frequentemente, tendo como apelo a mudança anual de modelos e acessórios. Bill Gates, fundador da Microsoft, também adotou esta estratégia de negócio nas atualizações do Windows.
Última edição por Eduardo em Qui Dez 01, 2011 8:26 pm, editado 1 vez(es)
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Obsolescência perceptiva (ou percebida)
A obsolescência perceptiva é uma forma de reduzir a vida útil dos produtos que ainda são perfeitamente funcionais e úteis. Os fabricantes lançam produtos com aparência inovadora e mais agradável, além de pequenas mudanças funcionais, dando aos produtos antigos aspecto de ultrapassados. Dessa forma, induzem o consumidor à troca. Um bom exemplo é a moda, que se modifica de forma a estimular a frequente aquisição de novos modelos de roupa.
Em minha opinião essa modalidade de obsolescência é pior do que a primeira, mas deixarei que julguem por vocês mesmos. Essa é uma estratégia ligada ao design do produto, à sua aparência e, geralmente, usa de uma forte jogada de mídia que visa fazer com que o consumidor se sinta mal por ter um determinado produto dito ultrapassado e seja impelido a substituí-lo por um novo. Credo, né?! E olha que tem muito psicólogo trabalhando nessa área... É um debate dentro da Psicologia, mas eu pessoalmente acho antiético. Esse tipo de obsolescência aposta em gerar sentimentos de inferioridade e inadequação no consumidor: se você tem um sapato de salto largo e agora todos os sapatos lançados têm saltos finos você está fora de moda e é desatualizada; se a sua televisão de 29 polegadas não é da espessura de uma folha de papel mas sim daqueles modelos antigos, quadrados, então você será infeliz; se você tem uma calça jeans que te serve e está em bom estado mas tem a cintura mais alta então você não viverá a vida plenamente; se a sua casa tem um banheiro antigo mas que atende às suas necessidades e te agrada você será condenado por ter um bidê e por aí vai. Um aspecto cruel da obsolescência percebida é que ela conta com o constrangimento e avergonha das pessoas diante de seus vizinhos, incentivando as pessoas a comprar para passarem a impressão de estar de acordo com os códigos da sociedade. Seguindo essa lógica, um empresário bem sucedido fica constrangido se usar um celular muito antigo ou um notebook grande e pesado e uma mãe fica envergonhada ou se sente deslocada se seus filhos não estão estudando na escola onde todos os filhos das amigas estudam. As pessoas podem ser muito críticas umas com as outras e determinados bens funcionam como sinais de pertencimento a determinadas classes sociais ou grupos. O pior disso tudo: funciona e funciona muito bem pois a maior parte das pessoas cede muito facilmente a esse incentivo à insegurança e realmente é cômodo pensar que se a felicidade, o glamour, a alegria, a impetuosidade ou sabe-se lá o quê ainda não chegou é porque não tenho ainda o carro que tem tudo a ver com meu estilo ou a roupa mais adequada.
Situações em que podemos identificar a obsolescência percebida:
- Seu carro é relativamente novo e está em perfeitas condições mas como tem um design antigo você se sente impelido a trocá-lo por um novo com modelo mais despojado do tipo que todos na firma estão dirigindo.
- Como cabelos cacheados e volumosos não estão na moda e todas as suas amigas usam os cabelos lisos, você passa a fazer chapinha.
- Ao entrar em várias lojas as vendedoras te mostram os tons de maquiagem das novas coleções de inverno e, por acaso, eles são super discretos enquanto os usados nos últimos anos ou na última estação são alegres e intensos. (a indústria da moda é poderosa e não é somente por amor à estética e ao belo que num ano a moda é usar mini-saia e no outro saias nos joelhos ou roupas de cores berrantes e fluorescentes num verão e no seguinte tons pastéis e cor da pele).
- O seu colega olha para o seu celular e fala que já está na hora de você trocar "isso aí", sendo que o seu celular está em boas condições e funcionando perfeitamente embora não seja um blackberrydeultíssimageraçãoquefaztudoatélavarroupa.
O lema é: fazer as pessoas se sentirem inadequadas ou ultrapassadas e levá-las a trocar os produtos que já tem ou comprarem outros produtos.
O único tipo de obsolescência que nos leva a consumir e que considero realmente válido é a obsolescência técnica mesmo. Isso acontece quando uma coisa é substituída por outra genuinamente melhor (e não só mais cheia de funcionalidades ou apetrechos). Exemplos:
- O carro substituiu as carruagens e carroças
- O absorvente substituiu o infame paninho que nossas antepassadas tinham de costurar à calcinha naqueles dias.
- Remédios eficazes substituíram as sangrias
- Roupas confortáveis substituíram roupas extremamente desconfortáveis que eram trabalhosas de se lavar, passar e manter
- Novas tecnologias com o computador permitiram o arquivamento, compartilhamento de informações e a realização de uma série de processos de forma muito mais eficiente.
Agora, é claro que eventualmente todo mundo quer ter uma coisa mais moderninha, mais bacana e isso é natural. O problema é quando não percebemos os fatores que podem estar influenciando nossas compras. No último ano eu descartei e comprei dois DVDs (os dois estragaram e era mais caro consertar que comprar outro), troquei algumas roupas que pareciam antigas e perdi um celular novinho que de um dia pro outro simplesmente parou de funcionar (de desaforo eu não comprei um novo e voltei a usar um modelo bem antigo da Nokia que me atende super bem pro que preciso).
Em minha opinião essa modalidade de obsolescência é pior do que a primeira, mas deixarei que julguem por vocês mesmos. Essa é uma estratégia ligada ao design do produto, à sua aparência e, geralmente, usa de uma forte jogada de mídia que visa fazer com que o consumidor se sinta mal por ter um determinado produto dito ultrapassado e seja impelido a substituí-lo por um novo. Credo, né?! E olha que tem muito psicólogo trabalhando nessa área... É um debate dentro da Psicologia, mas eu pessoalmente acho antiético. Esse tipo de obsolescência aposta em gerar sentimentos de inferioridade e inadequação no consumidor: se você tem um sapato de salto largo e agora todos os sapatos lançados têm saltos finos você está fora de moda e é desatualizada; se a sua televisão de 29 polegadas não é da espessura de uma folha de papel mas sim daqueles modelos antigos, quadrados, então você será infeliz; se você tem uma calça jeans que te serve e está em bom estado mas tem a cintura mais alta então você não viverá a vida plenamente; se a sua casa tem um banheiro antigo mas que atende às suas necessidades e te agrada você será condenado por ter um bidê e por aí vai. Um aspecto cruel da obsolescência percebida é que ela conta com o constrangimento e avergonha das pessoas diante de seus vizinhos, incentivando as pessoas a comprar para passarem a impressão de estar de acordo com os códigos da sociedade. Seguindo essa lógica, um empresário bem sucedido fica constrangido se usar um celular muito antigo ou um notebook grande e pesado e uma mãe fica envergonhada ou se sente deslocada se seus filhos não estão estudando na escola onde todos os filhos das amigas estudam. As pessoas podem ser muito críticas umas com as outras e determinados bens funcionam como sinais de pertencimento a determinadas classes sociais ou grupos. O pior disso tudo: funciona e funciona muito bem pois a maior parte das pessoas cede muito facilmente a esse incentivo à insegurança e realmente é cômodo pensar que se a felicidade, o glamour, a alegria, a impetuosidade ou sabe-se lá o quê ainda não chegou é porque não tenho ainda o carro que tem tudo a ver com meu estilo ou a roupa mais adequada.
Situações em que podemos identificar a obsolescência percebida:
- Seu carro é relativamente novo e está em perfeitas condições mas como tem um design antigo você se sente impelido a trocá-lo por um novo com modelo mais despojado do tipo que todos na firma estão dirigindo.
- Como cabelos cacheados e volumosos não estão na moda e todas as suas amigas usam os cabelos lisos, você passa a fazer chapinha.
- Ao entrar em várias lojas as vendedoras te mostram os tons de maquiagem das novas coleções de inverno e, por acaso, eles são super discretos enquanto os usados nos últimos anos ou na última estação são alegres e intensos. (a indústria da moda é poderosa e não é somente por amor à estética e ao belo que num ano a moda é usar mini-saia e no outro saias nos joelhos ou roupas de cores berrantes e fluorescentes num verão e no seguinte tons pastéis e cor da pele).
- O seu colega olha para o seu celular e fala que já está na hora de você trocar "isso aí", sendo que o seu celular está em boas condições e funcionando perfeitamente embora não seja um blackberrydeultíssimageraçãoquefaztudoatélavarroupa.
O lema é: fazer as pessoas se sentirem inadequadas ou ultrapassadas e levá-las a trocar os produtos que já tem ou comprarem outros produtos.
O único tipo de obsolescência que nos leva a consumir e que considero realmente válido é a obsolescência técnica mesmo. Isso acontece quando uma coisa é substituída por outra genuinamente melhor (e não só mais cheia de funcionalidades ou apetrechos). Exemplos:
- O carro substituiu as carruagens e carroças
- O absorvente substituiu o infame paninho que nossas antepassadas tinham de costurar à calcinha naqueles dias.
- Remédios eficazes substituíram as sangrias
- Roupas confortáveis substituíram roupas extremamente desconfortáveis que eram trabalhosas de se lavar, passar e manter
- Novas tecnologias com o computador permitiram o arquivamento, compartilhamento de informações e a realização de uma série de processos de forma muito mais eficiente.
Agora, é claro que eventualmente todo mundo quer ter uma coisa mais moderninha, mais bacana e isso é natural. O problema é quando não percebemos os fatores que podem estar influenciando nossas compras. No último ano eu descartei e comprei dois DVDs (os dois estragaram e era mais caro consertar que comprar outro), troquei algumas roupas que pareciam antigas e perdi um celular novinho que de um dia pro outro simplesmente parou de funcionar (de desaforo eu não comprei um novo e voltei a usar um modelo bem antigo da Nokia que me atende super bem pro que preciso).
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