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VERSO PARA MEMORIZAR: “Assim, você já não é mais escravo, mas filho; e, por ser filho, Deus também o tornou herdeiro” (Gl 4:7, NVI).


Leituras da semana: Gl 3:26-4:20; Rm 6:1-11; Hb 2:14-18; 4:14, 15; Rm 9:4, 5



Paulo disse aos gálatas que eles não deviam viver e agir como escravos, mas como filhos e filhas de Deus, com todos os direitos e privilégios relacionados a essa condição. A situação deles era semelhante à história de um desanimado novo converso que foi falar com o cristão chinês Watchman Nee.


“Não importa quanto eu ore, não importa com quanta firmeza eu tente, eu simplesmente não consigo ser fiel ao meu Senhor. Acho que estou perdendo minha salvação. Nee disse: ‘Está vendo este cachorro aqui? É o meu cachorro. Ele é domesticado, nunca faz bagunça, é obediente, e é um puro deleite para mim. Lá na cozinha está meu filho, um bebê. Ele faz uma bagunça, joga a comida no chão e suja a roupa; ele é totalmente bagunceiro. Mas quem vai herdar tudo o que é meu? Não será o meu cachorro! Meu filho será o herdeiro. Você é herdeiro de Jesus Cristo, porque foi por você que Ele morreu’” (Lou Nicholes, Hebrews: Patterns for Living [Hebreus: Padrões para a Vida], Longwood, Flórida: Xulon Press, 2004, p. 31).


Nós também somos herdeiros de Deus, não por causa de nossos próprios méritos, mas por causa da Sua graça. Em Cristo, temos muito mais do que tínhamos, mesmo antes do pecado de Adão; este é um dos pontos que Paulo estava tentando desesperadamente ensinar aos cristãos da Galácia, que estavam rapidamente se desviando do caminho.









Domingo
Ano Bíblico: At 22, 23

Nossa condição em Cristo (Gl 3:26-29)





1. Tendo em mente Gálatas 3:25, leia o verso 26. Qual é a nossa relação para com a lei, agora que somos redimidos por Jesus?




A palavra pois, no início do verso 26, indica que Paulo via uma conexão direta entre esse verso e o anterior. Da mesma forma que o filho de um senhor estava sob um pedagogo apenas enquanto ele era menor de idade, Paulo disse que os que alcançaram a fé em Cristo já não mais eram menores; sua relação com a lei havia sido alterada, porque agora eram “filhos” adultos de Deus.


O termo filho evidentemente não é exclusivo dos homens; Paulo claramente inclui mulheres nessa categoria (Gl 3:28). A razão pela qual ele usa a palavra filhos (no masculino) em vez de uma palavra neutra (por exemplo, crianças) é que ele tinha em mente a herança da família que era passada para os descendentes do sexo masculino, além do fato de que a expressão “filhos de Deus” era a designação especial de Israel no Antigo Testamento (Dt 14:1; Os 11:1). Em Cristo, os gentios passaram também a desfrutar da relação especial com Deus que havia sido exclusiva de Israel.



2. Por que o batismo é tão importante? Gl 3:27, 28; Rm 6:1-11; 1Pe 3:21




O uso que Paulo fez da palavra pois, no verso 27, indica mais uma vez o desenvolvimento estritamente lógico do seu raciocínio. Paulo via o batismo como uma decisão radical de unir nossa vida com Cristo. Em Romanos 6, ele descreveu o batismo simbolicamente, como nossa união com Jesus, tanto em Sua morte quanto em Sua ressurreição. Em Gálatas, Paulo utilizou uma metáfora diferente: o batismo é o ato de ser revestido de Cristo. A terminologia de Paulo faz lembrar passagens maravilhosas do Antigo Testamento que falam de sermos revestidos com justiça e salvação (Is 61:10; Jó 29:14). “Paulo via o batismo como o momento em que Cristo, como um manto, envolve o crente. Embora ele não tenha empregado o termo, Paulo estava descrevendo a justiça que é concedida aos cristãos” (Frank J. Matera, Galatians, Collegeville, Minnesota, The Liturgical Press, 1992, p. 145).


Nossa união com Cristo, simbolizada pelo batismo, significa o seguinte: o que é verdade em relação a Cristo também é verdade com relação a nós. Pelo fato de ser Cristo a “semente” de Abraão, como “co-herdeiros com Cristo” (Rm 8:17), os cristãos também são herdeiros de todas as promessas da aliança feitas a Abraão e a seus descendentes.



Pense no conceito de que aquilo que é verdade em relação a Cristo também é verdade a nosso respeito. Como essa verdade maravilhosa deve afetar cada aspecto de nossa existência?









Segunda
Ano Bíblico: At 24-26

Escravizados aos princípios elementares





Tendo comparado nossa relação com Deus com a de filhos e herdeiros, Paulo se aprofundou nessa metáfora, incluindo o tema da herança em Gálatas 4:1-3.


A terminologia de Paulo lembra uma situação em que o dono de uma grande propriedade morreu, deixando todos os seus bens para o filho mais velho. Seu filho, entretanto, ainda era menor de idade. Como frequentemente acontece com os testamentos, mesmo hoje, a vontade do pai estipulava que o filho estivesse sob a supervisão de tutores e administradores, até que atingisse a maturidade. Embora ele fosse o senhor da propriedade de seu pai por direito, por ser menor de idade, na prática ele não era muito mais do que um escravo.


A analogia de Paulo é semelhante àquela do tutor em Gálatas 3:24, mas, neste caso, o poder dos tutores e administradores era muito superior e muito mais importante. Eles não apenas eram responsáveis pela educação do filho de seu senhor, mas eram também responsáveis por todos os assuntos financeiros e administrativos até que o filho se tornasse maduro o suficiente para assumir essas funções.



3. Leia Gálatas 4:1-3. Qual é a função da lei em nossa vida, agora que estamos em Cristo?



O que Paulo quis dizer exatamente com a frase “princípios elementares” (Gl 4:3, 8) é questionado. A palavra grega stoicheia significa literalmente “elementos”. Alguns a têm visto como descrição dos elementos básicos que compõem o Universo (2Pe 3:10, 12.), ou como poderes demoníacos que controlam esta era maligna (Cl 2: 15), ou como os princípios elementares da vida religiosa, o ABC da religião (Hb 5:12). A ênfase de Paulo sobre o estado da humanidade como “menores” antes da vinda de Cristo (Gl 4:1-3) sugere que ele estava se referindo aos princípios elementares da vida religiosa. Sendo assim, Paulo estava dizendo que o período do Antigo Testamento, com suas leis e sacrifícios, era apenas a cartilha do evangelho que delineava os fundamentos da salvação. Assim, por mais importantes e instrutivas que fossem as leis cerimoniais para Israel, eram apenas sombras do que estava por vir. Elas nunca foram destinadas a tomar o lugar de Cristo.


Estabelecer a vida em torno dessas regras, em vez de Cristo, é como querer voltar no tempo. O retorno dos gálatas àqueles elementos básicos depois de Cristo ter vindo era como se o filho adulto, na analogia de Paulo, quisesse voltar a ser menor de idade novamente!



Embora uma fé infantil possa ser positiva (Mt 18:3), ela é necessariamente a mesma coisa que maturidade espiritual? Ou você poderia argumentar que, quanto mais você crescer espiritualmente, mais infantil será sua fé? Sua fé é “infantil” e confiante?









Terça
Ano Bíblico: At 27, 28

“Deus enviou Seu Filho” (Gl 4:4)





“Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4:4).



Paulo escolheu a plenitude para indicar o papel ativo de Deus na realização de Seu propósito na história humana. Jesus não veio simplesmente em qualquer tempo, mas veio no momento exato que Deus tinha preparado. Sob a perspectiva histórica, esse tempo é conhecido como a Pax Romana (a paz romana), o período de dois séculos de relativa estabilidade e paz em todo o Império Romano.


A conquista romana do mundo mediterrâneo trouxe paz, uma linguagem comum, favoráveis meios de transporte e uma cultura comum que facilitaram a rápida propagação do evangelho. Da perspectiva bíblica, ela também marcou o tempo que Deus havia estabelecido para a vinda do Messias prometido (Dn 9:24-27).



4. Por que Cristo teve que assumir nossa humanidade, a fim de nos redimir? Jo 1:14; Gl 4:4, 5; Rm 8:3, 4; 2Co 5:21; Fp 2:5-8; Hb 2:14-18; 4:14, 15



Gálatas 4:4, 5 contém um dos relatos mais sucintos do evangelho nas Escrituras. A entrada de Jesus na história humana não foi acidente. “Deus enviou Seu Filho.” Em outras palavras, Deus “tomou a iniciativa da nossa salvação”.


Nessas palavras também está implícita a crença cristã fundamental da eterna divindade de Cristo (Jo 1:1-3, 18; Fp 2:5-9; Cl 1:15-17). Deus não enviou um mensageiro celestial. Ele veio pessoalmente.


Embora fosse o divino e preexistente Filho de Deus, Jesus também foi “nascido de mulher”. Mesmo estando implícito nessa frase o nascimento virginal, mais especificamente ela afirma Sua genuína humanidade.


A frase “nascido sob a lei” aponta não apenas para a herança judaica de Jesus, mas também inclui o fato de que Ele sofreu a nossa condenação.


Era necessário que Cristo assumisse nossa humanidade, porque não poderíamos nos salvar por nós mesmos. Unindo Sua natureza divina à nossa natureza humana caída, Cristo Se qualificou legalmente para ser nosso substituto, Salvador e Sumo sacerdote. Como o segundo Adão, Ele veio ao mundo para reivindicar tudo o que o primeiro Adão havia perdido por sua desobediência (Rm 5:12-21). Por Sua obediência, Ele cumpriu perfeitamente as exigências da lei, redimindo assim o trágico fracasso de Adão. E por Sua morte na cruz, Ele cumpriu a justiça da lei, que exigia a morte do pecador, ganhando assim o direito de resgatar todos os que vão a Ele em verdadeira fé e submissão.









Quarta
Ano Bíblico: Rm 1–4

Os privilégios da adoção (Gl 4:5-7)





Em Gálatas 4:5-7, Paulo desenvolveu o assunto, salientando que Cristo veio ao mundo para “resgatar os que estavam sob a lei” (v. 4, 5). A palavra resgatar significa “comprar de volta”. Referia-se ao preço pago para comprar a liberdade de um refém ou escravo. Como este contexto indica, a redenção implica em um passado negativo: precisamos ser libertados.


Do que, no entanto, precisamos ser libertados? O Novo Testamento apresenta quatro coisas, entre outras: (1) do diabo e de suas artimanhas (Hb 2:14, 15); (2) da morte (1Co 15:56, 57); (3) do poder do pecado que nos escraviza por natureza (Rm 6:22) e (4) da condenação da lei (Rm 3:19-24; Gl 3:13; 4:5).



5. Que propósito positivo Cristo alcançou para nós através da redenção que temos nEle? Gl 4:5-7; Ef 1:5; Rm 8:15, 16, 23; 9:4, 5


Muitas vezes falamos sobre o que Cristo realizou por nós como “salvação”. Embora verdadeira, essa palavra não é tão vívida e descritiva como a palavra adoção (huiothesia), usada unicamente por Paulo. Embora Paulo seja o único autor do Novo Testamento a usar essa palavra, a adoção era um procedimento legal bem conhecido no mundo greco-romano. Durante a vida de Paulo, vários imperadores romanos utilizaram a adoção como meio de escolher um sucessor quando não tinham nenhum herdeiro legal. A adoção garantia, e ainda garante, uma série de privilégios: “(1) o filho adotivo se torna filho verdadeiro... do seu adotante...; (2) o adotante concorda em educar a criança de forma adequada e suprir as necessidades de alimento e roupa; (3) o adotante não pode repudiar seu filho adotivo; (4) a criança não pode ser submetida à escravidão; (5) os pais naturais da criança não têm direito de reivindicá-la; (6) a adoção estabelece o direito à herança” (Derek R. Moore-Crispin, Galatians 4:1-9: “The Use and Abuse of Parallels” [Gálatas 4:1-9: O Uso e o Abuso dos Paralelos], The Evangelical Quarterly [O Trimestral Evangélico], v. 61/nº 3, 1989, p. 216).


Se esses direitos são garantidos em nível terrestre, imagine quanto maiores são os privilégios que temos como filhos adotivos de Deus!



Leia Gálatas 4:6, percebendo que a palavra hebraica Abba era a palavra íntima que os filhos utilizavam para se dirigir a seu pai, como as palavras papai ou paizinho hoje. Jesus a usou em oração (Mc 14:36) e, como filhos de Deus, temos também o privilégio de chamar Deus de Abba. Você gosta desse tipo de proximidade íntima com Deus? Se não, qual é o problema? O que você pode mudar para ocasionar essa proximidade?












Quinta
Ano Bíblico: Rm 5–7

Por que voltar à escravidão? (Gl 4:8-20)





6. Leia Gálatas 4:8-20. Resuma nas linhas abaixo o que Paulo disse. Ele levava a sério os ensinamentos falsos entre os gálatas?


Paulo não descreveu a natureza exata das práticas religiosas dos gálatas, mas ele tinha em mente, de maneira clara, um falso sistema de adoração que resultava em escravidão espiritual. Na verdade, ele considerava isso tão perigoso e destrutivo que escreveu uma carta muito exaltada, advertindo os gálatas de que o que estavam fazendo era semelhante a se afastar da filiação para a escravidão.



7. Embora Paulo não tenha entrado em detalhes, o que os gálatas estavam fazendo que ele achava totalmente censurável? Gl 4:9-11



Muitos têm interpretado a referência de Paulo aos “dias, e meses e tempos, e anos” (Gl 4:10) como uma objeção não apenas contra as leis cerimoniais, mas também contra o sábado. Tal interpretação, porém, vai além da evidência. Em primeiro lugar, se Paulo quisesse destacar o sábado e outras práticas judaicas específicas, em Colossenses 2:16 fica claro que ele facilmente poderia ter identificado cada uma pelo nome. Em segundo lugar, Paulo deixa claro que, não importando o que os gálatas estivessem fazendo, as atitudes deles os afastavam da liberdade em Cristo para a escravidão. “Se a observância do sábado sujeita o homem à escravidão, o próprio Criador deve ter entrado em escravidão quando Ele observou o primeiro sábado do mundo!” (SDA Bible Commentary, v. 6, p. 967). Além disso, por que Jesus teria não apenas guardado o sábado, mas ensinado a outros a forma de guardá-lo, se sua devida observância estivesse de alguma forma privando as pessoas da liberdade que elas tinham nEle? (Mc 2:27, 28; Lc 13:10-16).



Entre os adventistas do sétimo dia existem práticas que tiram a liberdade que temos em Cristo? O problema está com essas práticas ou com nossas atitudes em relação a elas? Como uma atitude errada poderia nos levar para o tipo de escravidão sobre a qual Paulo advertiu os gálatas com tanta veemência?









Sexta
Ano Bíblico: Rm 8–10

Estudo adicional





No concílio do Céu, foi feita provisão para que os homens, embora transgressores, não perecessem em sua desobediência, mas, pela fé em Cristo como seu substituto e penhor, se tornassem eleitos de Deus, predestinados para a adoção de filhos por Jesus Cristo, segundo o beneplácito de Sua vontade. Deus quer que todos sejam salvos, pois ampla provisão foi feita, ao dar Seu Filho unigênito para pagar o resgate do homem. Aqueles que perecerem o farão por se recusarem a ser adotados como filhos de Deus através de Jesus Cristo. O orgulho do homem o impede de aceitar a dádiva da salvação. Por mérito humano, nenhuma pessoa será admitida na presença de Deus. O que torna alguém aceitável a Deus é a graça concedida por Cristo através da fé em Seu nome. Nenhuma confiança pode ser colocada em obras ou em alegres êxtases de sentimentos como prova de que os homens são escolhidos de Deus, pois os eleitos são separados por meio de Cristo” (Ellen G. White, “Escolhidos em Cristo”, Signs of the Times, 2 de janeiro de 1893).



Perguntas para reflexão
1. Pense mais no que significa ser como crianças em nossa caminhada com o Senhor e no que isso não significa. Que aspectos das crianças devemos imitar em relação à nossa fé e ao nosso relacionamento com Deus? Ao mesmo tempo, quais são as formas pelas quais podemos levar essa ideia longe demais?
2. O que torna os seres humanos tão temerosos com relação à ideia da graça e da salvação unicamente pela fé? Por que muitas pessoas prefeririam tentar fazer seu caminho para a salvação, se isso fosse possível?
3. Como classe, examinem a pergunta final da lição de quinta-feira. Como adventistas do sétimo dia, de que formas podemos estar envolvidos no tipo de escravidão da qual, teoricamente, temos sido libertados? Como isso poderia acontecer conosco, como poderíamos saber se acontece, e como podemos ser libertos?



Resumo: Em Cristo fomos adotados na família de Deus como Seus filhos e filhas. Como filhos de Deus, temos acesso a todos os direitos e privilégios que envolvem essa relação de família. Querer um relacionamento com Deus na base das normas e regulamentos, apenas, seria um absurdo. Seria como um filho querendo renunciar à sua posição e herança a fim de se tornar um escravo.

Respostas sugestivas: verificar na página 188.
Eduardo
Eduardo

Mensagens : 5997
Idade : 54
Inscrição : 08/05/2010

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