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Mais uma vez, uma revista semanal brasileira volta à carga contra o teísmo (leia-se religião judaico-cristã)
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28042012
Mais uma vez, uma revista semanal brasileira volta à carga contra o teísmo (leia-se religião judaico-cristã)
A redundância das semanais
Posted on 25/04/2012 by Blog Sétimo Dia
Para Krauss o Universo teria surgido do nada – é preciso ter fé para crer em tal hipótese
Mais uma vez, uma revista semanal brasileira volta à carga contra o teísmo (leia-se religião judaico-cristã) dando vez e voz a um ateu raivoso. No revezamento redundante de sempre (perdoe-me a redundância), a vez foi da revista Época, com a entrevista “Deus se tornou redundante”. E o pregador, digo, entrevistado escolhido pela Época foi o cosmologista ateu Lawrence Krauss, de 57 anos, autor, entre outros, do livro Um Universo a Partir do Nada (ainda inédito no Brasil, mas, a julgar pelo padrão comportamental das grandes editoras nacionais, isso será por pouco tempo). O entrevistador é o jornalista Peter Moon, e isso já me diz muita coisa. Em 1999 – nunca me esqueço e guardo a revista até hoje – Moon, numa matéria publicada na IstoÉ, escreveu que acreditar na semana da criação e em Adão e Eva é crer numa “bobagem sem tamanho”. Portanto, a entrevista da revista Época desta semana é mais uma conversa entre amigos ateus do que uma análise de ideias e questionamento crítico. Fica na cara que as perguntas são como bolas posicionadas no pé do atacante, bastando-lhe apenas chutar em direção ao gol.
Krauss começa fazendo uma afirmação pela metade. Diz que Copérnico, Galileu e Newton “substituíram o milagre metafísico pela realidade física”, dando a entender que isso havia contribuído para deixar Deus desnecessário. Mas Krauss ignora ou omite a informação de que esses primeiros cientistas e muitos outros eram profundamente religiosos e faziam ciência (na verdade, a inventaram) com o intuito de entender como Deus havia criado o Universo. Newton atribuía a perfeição do cosmos ao Pantocrator, ou seja, ao Todo-Poderoso Criador.
Para Krauss, “a cosmologia do século 20 chegou ao ponto em que podemos falar sobre a criação e a evolução de todo o Universo, um tema que não é mais do domínio exclusivo da teologia”. O ufanismo (ou cientificismo) é tanto que o cientista afirma, também, que a ciência finalmente é capaz de explicar como o Universo surgiu. Será? Então, por que, logo em seguida, ele admite: “Sabemos que não temos todas as respostas para os mistérios da natureza. Sabemos que não temos todas as respostas e que as respostas que temos não são verdades definitivas.” Bem, se é assim, por que devo crer que seja verdade o que ele diz sobre a origem do Universo e sobre Deus? Com tamanho índice de incerteza, não se torna temerário – para não dizer arrogante – afirmar que “Deus se tornou redundante” ou que “os milagres se tornaram obsoletos”?
Krauss e Moon não querem crer no Criador, embora falem em “criação” do Universo. Mas criação a partir do quê? Para ser coerente, o naturalista ateu deve responder: a partir do nada. Mas o nada, para um cosmologista, não se trata de absolutamente nada, e aí está a contradição. Krauss diz que, “a partir do nada, o Universo teria evoluído por meio de processos naturais que levaram à formação de átomos, moléculas, estrelas, planetas, galáxias e vida”. Alguém precisa dizer para ele que processos naturais não criam ordem a partir do caos e são incapazes de originar informação complexa e específica necessária para o surgimento da vida. Mas deixemos isso para os biólogos. Voltemos ao “nada”.
Krauss e os demais cientistas naturalistas sabem que nada provém do nada. Por isso mesmo eles definem “nada” de maneira diferente do senso comum. Como explica Krauss, “o vácuo espacial não é vazio”, “nele partículas pipocam a partir do nada e desaparecem instantaneamente”. É o que alguns chamam de “vácuo quântico”, ou seja, é tudo, menos “nada”. Assim, a questão permanece: De onde vêm essas partículas supostamente precursoras da matéria e da vida? Se antes do Universo havia alguma coisa (partículas), que tipo de “nada” é esse? O fato é que, à semelhança do título Deus, um Delírio, de Dawkins, o título do livro de Krauss é pura propaganda enganosa. Sim, porque nem ele mesmo crê no nada absoluto.
Moon, que não é bobo, desvia o assunto delicado e parte para a metafísica, ao perguntar: “Aconteceu apenas uma vez? O pipocar de partículas [note que o jornalista já assume essa hipótese como fato] não poderia ter criado outros universos?” Bola no pé, novamente. Resposta de Krauss: “Sim, tudo leva a crer [olha a fé aí!] que é o caso, embora não tenhamos como provar. Podemos viver num ‘multiverso’. Nosso Universo pode ser apenas um entre infinitos outros.” Ora, posso dizer, então, que podemos viver num único Universo criado por Deus, e há muito mais evidências nessa direção do que a favor do tal “multiverso” totalmente hipotético. Mas por que essa hipótese é interessante para o naturalista?
Simples: é muito difícil (senão impossível) explicar tamanha ordem (princípio antrópico) num universo que sugere design, desde o âmbito macro até o micro; num universo que parecia já estar esperando por nós. Mas, se houvesse milhões de universos, a resposta naturalista seria mais ou menos esta: “Numa infinidade de universos surgidos ao acaso, pelo menos em um deles a vida apareceu. Por quê? Não sabemos, mas se estamos aqui, é porque surgiu.” O argumento é circular (tautológico) e bem conveniente, elaborado para fugir à constatação de que um Universo foi criado para funcionar como funciona e manter a vida.
Krauss também acusa os religiosos de nunca tocar na questão da “criação de Deus”. Os religiosos nunca deixam de admitir o mistério. Mas uma coisa é certa: eles não precisam explicar a criação de Deus. O silogismo para essa questão é o seguinte: (1) tudo o que teve um começo teve uma causa; (2) o Universo teve um começo (Krauss e Moon admitem isso); portanto (3) o Universo teve uma causa. Deus, segundo a Bíblia, não teve começo e não tem fim, portanto, não precisa de e não tem uma causa.
Outra conclusão de Krauss, a partir de sua visão de mundo: “Justamente porque a vida é efêmera, todos nós deveríamos tirar o máximo proveito do breve momento que desfrutamos sob o Sol.” Trata-se, na verdade, da máxima: “Comamos e bebamos, porque amanhã morreremos.” Quanto significado para a vida! Viemos do nada, vamos para o nada e devemos aproveitar (leia-se “pão e circo”) nossos poucos e sofridos anos de existência…
Mas eis que tudo se torna claro quando lemos a respeito da concepção que Krauss mantém sobre Deus: “Prefiro viver num universo onde a vida é breve e preciosa a noutro onde o sentido da vida nos é ditado por um Saddam Hussein dos céus! [...] Não posso provar sem sombra de dúvidas que Deus não existe, mas posso afirmar que preferiria muitos mais viver num universo em que ele não exista.”
Eu também preferiria não viver num universo regido por um Deus ditador, mas não é esse o Deus apresentado pela Bíblia, quando devidamente estudada. Krauss crê num espantalho e orienta sua cosmovisão a partir disso. Ele se diz ateu, mas odeia Deus! Só com terapia para resolver um problema desses. Certa vez, Charles Chaplin disse: “Por simples bom senso, não acredito em Deus; em nenhum.” Não concordo com ele, evidentemente, mas uma coisa é certa: Chaplin era coerente. Não é o caso de Krauss. Ele crê num deus; num deus idealizado que ele odeia. Vai que o problema é a relação dele com o pai… (Armand Nicholi explica isso em seu ótimo livro).
“Deus se tornou irrelevante para a humanidade?”, é a última pergunta/bola no pé feita por Moon. E Krauss não perde o “passe”, aproveitando para reafirmar sua crença: “Se existisse um Deus, ele certamente teria deixado de se preocupar com os desígnios do cosmos logo depois de cria-lo, há 13,7 bilhões de anos, pois tudo o que aconteceu desde então pode ser explicado pela ciência. Não, Deus talvez não seja irrelevante. Ele é redundante.”
Por que devo crer nas conclusões de um cientista irado com um deus estereotipado, que admite que a ciência não tem respostas para tudo e que acredita em hipóteses metafísicas sem confirmação empírica?
Se revistas como Época e Veja fossem passarelas, por elas só desfilariam “modelos” defensores do ateísmo, e isso vem de longa data. E não adianta sugerir entrevistas com pensadores teístas, como já fiz tantas vezes. A passarela já tem dono e a redundância tende a continuar.
Em tempo: Por que as revistas Época e Veja não publicam entrevista com um ateu como este (clique aqui para saber um pouco sobre o livro dele), que ousa pensar de maneira diferente do mainstream científico/filosófico/editorial? Por que as grandes editoras nacionais não publicam livros desse tipo, mas adoram publicar qualquer rascunho de gente como Richard Dawkins? Compromisso com o naturalismo filosófico que posa de verdade? Interesse unicamente nos lucros advindos de uma literatura polêmica carente de reflexões profundas?
Michelson Borges, jornalista e mestre em teologia
Seu blog: www.criacionismo.com.br
Posted on 25/04/2012 by Blog Sétimo Dia
Para Krauss o Universo teria surgido do nada – é preciso ter fé para crer em tal hipótese
Mais uma vez, uma revista semanal brasileira volta à carga contra o teísmo (leia-se religião judaico-cristã) dando vez e voz a um ateu raivoso. No revezamento redundante de sempre (perdoe-me a redundância), a vez foi da revista Época, com a entrevista “Deus se tornou redundante”. E o pregador, digo, entrevistado escolhido pela Época foi o cosmologista ateu Lawrence Krauss, de 57 anos, autor, entre outros, do livro Um Universo a Partir do Nada (ainda inédito no Brasil, mas, a julgar pelo padrão comportamental das grandes editoras nacionais, isso será por pouco tempo). O entrevistador é o jornalista Peter Moon, e isso já me diz muita coisa. Em 1999 – nunca me esqueço e guardo a revista até hoje – Moon, numa matéria publicada na IstoÉ, escreveu que acreditar na semana da criação e em Adão e Eva é crer numa “bobagem sem tamanho”. Portanto, a entrevista da revista Época desta semana é mais uma conversa entre amigos ateus do que uma análise de ideias e questionamento crítico. Fica na cara que as perguntas são como bolas posicionadas no pé do atacante, bastando-lhe apenas chutar em direção ao gol.
Krauss começa fazendo uma afirmação pela metade. Diz que Copérnico, Galileu e Newton “substituíram o milagre metafísico pela realidade física”, dando a entender que isso havia contribuído para deixar Deus desnecessário. Mas Krauss ignora ou omite a informação de que esses primeiros cientistas e muitos outros eram profundamente religiosos e faziam ciência (na verdade, a inventaram) com o intuito de entender como Deus havia criado o Universo. Newton atribuía a perfeição do cosmos ao Pantocrator, ou seja, ao Todo-Poderoso Criador.
Para Krauss, “a cosmologia do século 20 chegou ao ponto em que podemos falar sobre a criação e a evolução de todo o Universo, um tema que não é mais do domínio exclusivo da teologia”. O ufanismo (ou cientificismo) é tanto que o cientista afirma, também, que a ciência finalmente é capaz de explicar como o Universo surgiu. Será? Então, por que, logo em seguida, ele admite: “Sabemos que não temos todas as respostas para os mistérios da natureza. Sabemos que não temos todas as respostas e que as respostas que temos não são verdades definitivas.” Bem, se é assim, por que devo crer que seja verdade o que ele diz sobre a origem do Universo e sobre Deus? Com tamanho índice de incerteza, não se torna temerário – para não dizer arrogante – afirmar que “Deus se tornou redundante” ou que “os milagres se tornaram obsoletos”?
Krauss e Moon não querem crer no Criador, embora falem em “criação” do Universo. Mas criação a partir do quê? Para ser coerente, o naturalista ateu deve responder: a partir do nada. Mas o nada, para um cosmologista, não se trata de absolutamente nada, e aí está a contradição. Krauss diz que, “a partir do nada, o Universo teria evoluído por meio de processos naturais que levaram à formação de átomos, moléculas, estrelas, planetas, galáxias e vida”. Alguém precisa dizer para ele que processos naturais não criam ordem a partir do caos e são incapazes de originar informação complexa e específica necessária para o surgimento da vida. Mas deixemos isso para os biólogos. Voltemos ao “nada”.
Krauss e os demais cientistas naturalistas sabem que nada provém do nada. Por isso mesmo eles definem “nada” de maneira diferente do senso comum. Como explica Krauss, “o vácuo espacial não é vazio”, “nele partículas pipocam a partir do nada e desaparecem instantaneamente”. É o que alguns chamam de “vácuo quântico”, ou seja, é tudo, menos “nada”. Assim, a questão permanece: De onde vêm essas partículas supostamente precursoras da matéria e da vida? Se antes do Universo havia alguma coisa (partículas), que tipo de “nada” é esse? O fato é que, à semelhança do título Deus, um Delírio, de Dawkins, o título do livro de Krauss é pura propaganda enganosa. Sim, porque nem ele mesmo crê no nada absoluto.
Moon, que não é bobo, desvia o assunto delicado e parte para a metafísica, ao perguntar: “Aconteceu apenas uma vez? O pipocar de partículas [note que o jornalista já assume essa hipótese como fato] não poderia ter criado outros universos?” Bola no pé, novamente. Resposta de Krauss: “Sim, tudo leva a crer [olha a fé aí!] que é o caso, embora não tenhamos como provar. Podemos viver num ‘multiverso’. Nosso Universo pode ser apenas um entre infinitos outros.” Ora, posso dizer, então, que podemos viver num único Universo criado por Deus, e há muito mais evidências nessa direção do que a favor do tal “multiverso” totalmente hipotético. Mas por que essa hipótese é interessante para o naturalista?
Simples: é muito difícil (senão impossível) explicar tamanha ordem (princípio antrópico) num universo que sugere design, desde o âmbito macro até o micro; num universo que parecia já estar esperando por nós. Mas, se houvesse milhões de universos, a resposta naturalista seria mais ou menos esta: “Numa infinidade de universos surgidos ao acaso, pelo menos em um deles a vida apareceu. Por quê? Não sabemos, mas se estamos aqui, é porque surgiu.” O argumento é circular (tautológico) e bem conveniente, elaborado para fugir à constatação de que um Universo foi criado para funcionar como funciona e manter a vida.
Krauss também acusa os religiosos de nunca tocar na questão da “criação de Deus”. Os religiosos nunca deixam de admitir o mistério. Mas uma coisa é certa: eles não precisam explicar a criação de Deus. O silogismo para essa questão é o seguinte: (1) tudo o que teve um começo teve uma causa; (2) o Universo teve um começo (Krauss e Moon admitem isso); portanto (3) o Universo teve uma causa. Deus, segundo a Bíblia, não teve começo e não tem fim, portanto, não precisa de e não tem uma causa.
Outra conclusão de Krauss, a partir de sua visão de mundo: “Justamente porque a vida é efêmera, todos nós deveríamos tirar o máximo proveito do breve momento que desfrutamos sob o Sol.” Trata-se, na verdade, da máxima: “Comamos e bebamos, porque amanhã morreremos.” Quanto significado para a vida! Viemos do nada, vamos para o nada e devemos aproveitar (leia-se “pão e circo”) nossos poucos e sofridos anos de existência…
Mas eis que tudo se torna claro quando lemos a respeito da concepção que Krauss mantém sobre Deus: “Prefiro viver num universo onde a vida é breve e preciosa a noutro onde o sentido da vida nos é ditado por um Saddam Hussein dos céus! [...] Não posso provar sem sombra de dúvidas que Deus não existe, mas posso afirmar que preferiria muitos mais viver num universo em que ele não exista.”
Eu também preferiria não viver num universo regido por um Deus ditador, mas não é esse o Deus apresentado pela Bíblia, quando devidamente estudada. Krauss crê num espantalho e orienta sua cosmovisão a partir disso. Ele se diz ateu, mas odeia Deus! Só com terapia para resolver um problema desses. Certa vez, Charles Chaplin disse: “Por simples bom senso, não acredito em Deus; em nenhum.” Não concordo com ele, evidentemente, mas uma coisa é certa: Chaplin era coerente. Não é o caso de Krauss. Ele crê num deus; num deus idealizado que ele odeia. Vai que o problema é a relação dele com o pai… (Armand Nicholi explica isso em seu ótimo livro).
“Deus se tornou irrelevante para a humanidade?”, é a última pergunta/bola no pé feita por Moon. E Krauss não perde o “passe”, aproveitando para reafirmar sua crença: “Se existisse um Deus, ele certamente teria deixado de se preocupar com os desígnios do cosmos logo depois de cria-lo, há 13,7 bilhões de anos, pois tudo o que aconteceu desde então pode ser explicado pela ciência. Não, Deus talvez não seja irrelevante. Ele é redundante.”
Por que devo crer nas conclusões de um cientista irado com um deus estereotipado, que admite que a ciência não tem respostas para tudo e que acredita em hipóteses metafísicas sem confirmação empírica?
Se revistas como Época e Veja fossem passarelas, por elas só desfilariam “modelos” defensores do ateísmo, e isso vem de longa data. E não adianta sugerir entrevistas com pensadores teístas, como já fiz tantas vezes. A passarela já tem dono e a redundância tende a continuar.
Em tempo: Por que as revistas Época e Veja não publicam entrevista com um ateu como este (clique aqui para saber um pouco sobre o livro dele), que ousa pensar de maneira diferente do mainstream científico/filosófico/editorial? Por que as grandes editoras nacionais não publicam livros desse tipo, mas adoram publicar qualquer rascunho de gente como Richard Dawkins? Compromisso com o naturalismo filosófico que posa de verdade? Interesse unicamente nos lucros advindos de uma literatura polêmica carente de reflexões profundas?
Michelson Borges, jornalista e mestre em teologia
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Inscrição : 08/05/2010
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