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Encontrando o Ritmo de Deus
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21042010
Encontrando o Ritmo de Deus
O sábado como um sinal de salvação
Por Dennis Meier
Ainda me lembro do seu olhar confuso. Estávamos, com um grupo de nossa igreja, numa viagem de estudos, no sul da França, onde, por uma semana inteira, exploramos a história dos huguenotes, povo martirizado por sua fé protestante. Ela fora nossa guia turística e tinha vasto conhecimento da história, religião e cultura. Embora houvesse sido exposta a muitas tradições cristãs por exigência do trabalho, não cria em Deus. Desenvolvemos uma bela amizade e, no último dia, ela queria saber mais sobre os adventistas. Éramos uma peça estranha e digna de nota em sua coleção denominacional. O que havia de tão especial nesse dia de sábado? ela perguntou. E por que éramos tão inflexíveis e obstinados em relação a um assunto tão sem importância? Tentei deixar claro por que o sábado era tão importante e santo. Não obtive sucesso. Ela não conseguia compreender por que um dia da semana seria diferente dos outros dias. E esse era o motivo de sua expressão confusa de que me lembro tão bem.
Provavelmente eu me lembre do modo como me olhou, porque isso me machucou. Tive que perguntar a mim mesmo, mais uma vez: “Será que sou apenas um religioso bizarro e estranho?” Essa não foi a última vez que recebi esse tipo de olhar, uma vez que é uma expressão muito usada por pessoas secularistas que vivem seu próprio mundo “relativo”. Mas também descobri algo mais: Lembro-me muito bem de sua expressão porque a compreendia. Cresci em um mundo secular; fui para a escola e fui moldado por ela. Em muitas áreas de minha vida, vivo e penso de modo semelhante à média das pessoas pós-modernas.
Tradição ou Identidade?
E nós, adventistas, guardamos o sábado simplesmente porque isso se tornou tradição? Que Deus nos livre! Será que o fato de sermos “guardadores do sábado” simplesmente se tornou nossa marca registrada? Qual, então, é a relação entre tradição e identidade? Será que nossa compreensão da verdade ficou presa nos anos 1900? Felizmente, creio eu, para a maioria dos adventistas, o sábado não é simplesmente uma tradição ou um elemento de identidade.
Em Mateus 13:44, Jesus relata a parábola do tesouro enterrado em um campo. Um fazendeiro trabalhador encontrou o tesouro enquanto tratava de seus negócios. Foi uma descoberta casual. Algo por acaso. Lembre-se de como os primeiros adventistas descobriram o sábado. Foi bem parecido com o agricultor da parábola. Descobriram por acaso uma verdade bíblica que por séculos esteve enterrada e perdida. Nossos antepassados espirituais “compraram” esse tesouro. Muitos de nossos irmãos e irmãs pagaram e continuam pagando alto preço pelo tesouro do sábado.o Sábado
O bondoso Criador, após os seis dias da criação, descansou no sétimo dia e instituiu o sábado para todas as pessoas como memorial da criação. O quarto mandamento da imutável lei de Deus requer a observância deste sábado do sétimo dia como ensino e prática de Jesus, o Senhor do sábado. O sábado é um dia de deleitosa comunhão com Deus e uns com os outros. É um símbolo de nossa redenção em Cristo, um sinal de nossa santificação, uma prova de nossa lealdade e um antegozo de nosso futuro eterno no reino de Deus. O sábado é o sinal perpétuo do eterno concerto de Deus com Seu povo. A prazerosa observância desse tempo sagrado, duma tarde a outra tarde, do pôr do sol ao pôr do sol, é uma celebração dos atos criadores e redentores de Deus. (Gn 2:1-3; Êx 20:8-11; Lc 4:16; Is 56:5, 6; 58:13, 14; Mt 12:1-12; Êx 31:13-17; Ez 20:12, 20; Dt 5:12-15; Hb 4:1-11; Lv 23:32; Mc 1:32.)O Ritmo de Deus
A música é uma parte importante da vida humana. O ritmo é a moeda da música e, em certo sentido, o sábado é o ritmo do tempo que governa e move cada aspecto de nossa vida. Uma orquestra ou banda pode tocar uma música lenta ou rápida. Elas podem variar no tempo, mas se você quiser cantar e bater palmas junto com a música tem que seguir o ritmo estipulado. Tudo é questão de tempo.
Jesus usa a parábola do tesouro escondido como uma metáfora do reino de Deus ou do evangelho. Seria muito forçado ou completamente fora de contexto comparar o sábado com o reino de Deus? Ou, em outras palavras: não seria a acusação, frequentemente feita contra nossa teologia do sábado, de que fizemos dela um requerimento para a salvação? Só esclarecendo esse ponto: Não creio que temos que guardar o sábado para nos salvar. Essa não é uma teologia adventista. A salvação vem tão somente por meio de Jesus Cristo.
Salvação e Sábado
Alguns cristãos pensam que o único assunto importante é o da “salvação.” Mas, se fôssemos seguir essa lógica, o discipulado se tornaria sem importância, uma vez que o discípulo é alguém que já foi salvo e, por isso, começa a modelar sua vida de acordo com a vontade de Deus. Um discípulo ora: “seja feita a Tua vontade” (Mt 6:10) e, depois de orar, está preparado para praticar a vontade de Deus. Isso nos leva totalmente de volta à salvação. Lendo as Escrituras, creio que é da vontade de Deus que entremos em Seu ritmo. Esse é o ritmo de Deus, não meu. Não sou eu quem decide como muitos cristãos creem, em que dia devo descansar (contanto que seja um entre os sete), mas é Deus quem decide. Em termos teológicos, isso é chamado de justificação pela fé. Significa: não a minha vontade, mas a dEle. Não o meu método, mas o método de Deus. Não a minha justiça, mas a Sua justiça, Jesus.
Dois eventos bíblicos ilustram muito bem esse conceito:
1. Genesis 2:2 indica que Deus descansou (literalmente) e que abençoou e tornou santo o sétimo dia. Quão “velha” era a humanidade naquela época? Não tinha nem um dia de idade, uma vez que os humanos apareceram no cenário da vida apenas no sexto dia. O sétimo dia de Deus foi o primeiro dia completo para a raça humana. De que tipo de obras de jardinagem, de dar nome aos animais, ou de “multiplicar”, o casal poderia se lembrar? Nenhum! No dia de sábado, Adão e Eva desfrutaram das obras de Deus e não das suas próprias obras. É por isso que o sábado é um símbolo da salvação e justificação pela fé desde o princípio.
2. Em seguida, vem a entrega da lei. Moisés sobe a encosta do Monte Sinai e recebe os Dez Mandamentos das mãos de Deus. O sábado está ali, no meio da lei. Mas a verdadeira questão não consiste no fato de Deus primeiro ter libertado Seu povo, ato que O conduziu à lei da aliança? Mais uma vez, justificação pela fé.
Voltemos ao nosso tesouro escondido no campo. Jesus disse que o tesouro é um símbolo do reino de Deus. Eu creio que o sábado também é um símbolo do reino de Deus (embora não seja propriamente o reino de Deus). Assim como o batismo é um símbolo que em si mesmo não salva ninguém e sim uma demonstração viva, o sábado é um sinal da salvação em nosso tempo. E o que é realmente fantástico é que independentemente da cultura, língua, posição social ou idade, o tempo é a única coisa imparcialmente dividida: 24 horas, 7 dias, para todo o mundo.
O que teria dito minha guia turística sobre tudo isso? Ela habilmente havia descrito a fé dos huguenotes nos sítios históricos, enfatizando que podemos agradecer a esses mártires a nossa liberdade religiosa e de consciência, embora considerasse nossa guarda do sábado um passo atrás para a Idade Média. Ela me ensinou que Jesus deve ser o principal, inclusive em nossa teologia do sábado, uma vez que não é possível compreender o que é importante para um discípulo quando não se conhece o Senhor ao qual o discípulo está seguindo. O sábado não é nada sem o Senhor do sábado. Em vez de dizer às pessoas que guardem o sábado, deixemos que nossa guarda do sábado se torne nítida prova de nossa redenção, e assim, sintamos o ritmo de Deus em nossa vida!
Dennis Meier é pastor da igreja Grindelberg, em Hamburgo, Alemanha. Gosta de fazer música e de gastar tempo com sua esposa, Gunda, a filha Thandi (9 anos) e o filho Levi (6 anos).
Por Dennis Meier
Ainda me lembro do seu olhar confuso. Estávamos, com um grupo de nossa igreja, numa viagem de estudos, no sul da França, onde, por uma semana inteira, exploramos a história dos huguenotes, povo martirizado por sua fé protestante. Ela fora nossa guia turística e tinha vasto conhecimento da história, religião e cultura. Embora houvesse sido exposta a muitas tradições cristãs por exigência do trabalho, não cria em Deus. Desenvolvemos uma bela amizade e, no último dia, ela queria saber mais sobre os adventistas. Éramos uma peça estranha e digna de nota em sua coleção denominacional. O que havia de tão especial nesse dia de sábado? ela perguntou. E por que éramos tão inflexíveis e obstinados em relação a um assunto tão sem importância? Tentei deixar claro por que o sábado era tão importante e santo. Não obtive sucesso. Ela não conseguia compreender por que um dia da semana seria diferente dos outros dias. E esse era o motivo de sua expressão confusa de que me lembro tão bem.
Provavelmente eu me lembre do modo como me olhou, porque isso me machucou. Tive que perguntar a mim mesmo, mais uma vez: “Será que sou apenas um religioso bizarro e estranho?” Essa não foi a última vez que recebi esse tipo de olhar, uma vez que é uma expressão muito usada por pessoas secularistas que vivem seu próprio mundo “relativo”. Mas também descobri algo mais: Lembro-me muito bem de sua expressão porque a compreendia. Cresci em um mundo secular; fui para a escola e fui moldado por ela. Em muitas áreas de minha vida, vivo e penso de modo semelhante à média das pessoas pós-modernas.
Tradição ou Identidade?
E nós, adventistas, guardamos o sábado simplesmente porque isso se tornou tradição? Que Deus nos livre! Será que o fato de sermos “guardadores do sábado” simplesmente se tornou nossa marca registrada? Qual, então, é a relação entre tradição e identidade? Será que nossa compreensão da verdade ficou presa nos anos 1900? Felizmente, creio eu, para a maioria dos adventistas, o sábado não é simplesmente uma tradição ou um elemento de identidade.
Em Mateus 13:44, Jesus relata a parábola do tesouro enterrado em um campo. Um fazendeiro trabalhador encontrou o tesouro enquanto tratava de seus negócios. Foi uma descoberta casual. Algo por acaso. Lembre-se de como os primeiros adventistas descobriram o sábado. Foi bem parecido com o agricultor da parábola. Descobriram por acaso uma verdade bíblica que por séculos esteve enterrada e perdida. Nossos antepassados espirituais “compraram” esse tesouro. Muitos de nossos irmãos e irmãs pagaram e continuam pagando alto preço pelo tesouro do sábado.o Sábado
O bondoso Criador, após os seis dias da criação, descansou no sétimo dia e instituiu o sábado para todas as pessoas como memorial da criação. O quarto mandamento da imutável lei de Deus requer a observância deste sábado do sétimo dia como ensino e prática de Jesus, o Senhor do sábado. O sábado é um dia de deleitosa comunhão com Deus e uns com os outros. É um símbolo de nossa redenção em Cristo, um sinal de nossa santificação, uma prova de nossa lealdade e um antegozo de nosso futuro eterno no reino de Deus. O sábado é o sinal perpétuo do eterno concerto de Deus com Seu povo. A prazerosa observância desse tempo sagrado, duma tarde a outra tarde, do pôr do sol ao pôr do sol, é uma celebração dos atos criadores e redentores de Deus. (Gn 2:1-3; Êx 20:8-11; Lc 4:16; Is 56:5, 6; 58:13, 14; Mt 12:1-12; Êx 31:13-17; Ez 20:12, 20; Dt 5:12-15; Hb 4:1-11; Lv 23:32; Mc 1:32.)O Ritmo de Deus
A música é uma parte importante da vida humana. O ritmo é a moeda da música e, em certo sentido, o sábado é o ritmo do tempo que governa e move cada aspecto de nossa vida. Uma orquestra ou banda pode tocar uma música lenta ou rápida. Elas podem variar no tempo, mas se você quiser cantar e bater palmas junto com a música tem que seguir o ritmo estipulado. Tudo é questão de tempo.
Jesus usa a parábola do tesouro escondido como uma metáfora do reino de Deus ou do evangelho. Seria muito forçado ou completamente fora de contexto comparar o sábado com o reino de Deus? Ou, em outras palavras: não seria a acusação, frequentemente feita contra nossa teologia do sábado, de que fizemos dela um requerimento para a salvação? Só esclarecendo esse ponto: Não creio que temos que guardar o sábado para nos salvar. Essa não é uma teologia adventista. A salvação vem tão somente por meio de Jesus Cristo.
Salvação e Sábado
Alguns cristãos pensam que o único assunto importante é o da “salvação.” Mas, se fôssemos seguir essa lógica, o discipulado se tornaria sem importância, uma vez que o discípulo é alguém que já foi salvo e, por isso, começa a modelar sua vida de acordo com a vontade de Deus. Um discípulo ora: “seja feita a Tua vontade” (Mt 6:10) e, depois de orar, está preparado para praticar a vontade de Deus. Isso nos leva totalmente de volta à salvação. Lendo as Escrituras, creio que é da vontade de Deus que entremos em Seu ritmo. Esse é o ritmo de Deus, não meu. Não sou eu quem decide como muitos cristãos creem, em que dia devo descansar (contanto que seja um entre os sete), mas é Deus quem decide. Em termos teológicos, isso é chamado de justificação pela fé. Significa: não a minha vontade, mas a dEle. Não o meu método, mas o método de Deus. Não a minha justiça, mas a Sua justiça, Jesus.
Dois eventos bíblicos ilustram muito bem esse conceito:
1. Genesis 2:2 indica que Deus descansou (literalmente) e que abençoou e tornou santo o sétimo dia. Quão “velha” era a humanidade naquela época? Não tinha nem um dia de idade, uma vez que os humanos apareceram no cenário da vida apenas no sexto dia. O sétimo dia de Deus foi o primeiro dia completo para a raça humana. De que tipo de obras de jardinagem, de dar nome aos animais, ou de “multiplicar”, o casal poderia se lembrar? Nenhum! No dia de sábado, Adão e Eva desfrutaram das obras de Deus e não das suas próprias obras. É por isso que o sábado é um símbolo da salvação e justificação pela fé desde o princípio.
2. Em seguida, vem a entrega da lei. Moisés sobe a encosta do Monte Sinai e recebe os Dez Mandamentos das mãos de Deus. O sábado está ali, no meio da lei. Mas a verdadeira questão não consiste no fato de Deus primeiro ter libertado Seu povo, ato que O conduziu à lei da aliança? Mais uma vez, justificação pela fé.
Voltemos ao nosso tesouro escondido no campo. Jesus disse que o tesouro é um símbolo do reino de Deus. Eu creio que o sábado também é um símbolo do reino de Deus (embora não seja propriamente o reino de Deus). Assim como o batismo é um símbolo que em si mesmo não salva ninguém e sim uma demonstração viva, o sábado é um sinal da salvação em nosso tempo. E o que é realmente fantástico é que independentemente da cultura, língua, posição social ou idade, o tempo é a única coisa imparcialmente dividida: 24 horas, 7 dias, para todo o mundo.
O que teria dito minha guia turística sobre tudo isso? Ela habilmente havia descrito a fé dos huguenotes nos sítios históricos, enfatizando que podemos agradecer a esses mártires a nossa liberdade religiosa e de consciência, embora considerasse nossa guarda do sábado um passo atrás para a Idade Média. Ela me ensinou que Jesus deve ser o principal, inclusive em nossa teologia do sábado, uma vez que não é possível compreender o que é importante para um discípulo quando não se conhece o Senhor ao qual o discípulo está seguindo. O sábado não é nada sem o Senhor do sábado. Em vez de dizer às pessoas que guardem o sábado, deixemos que nossa guarda do sábado se torne nítida prova de nossa redenção, e assim, sintamos o ritmo de Deus em nossa vida!
Dennis Meier é pastor da igreja Grindelberg, em Hamburgo, Alemanha. Gosta de fazer música e de gastar tempo com sua esposa, Gunda, a filha Thandi (9 anos) e o filho Levi (6 anos).
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Inscrição : 19/04/2008
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