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Sobre as traduções bíblicas

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21022009

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Porque devemos estudar a Palavra de Deus preocupados em analisar o que lemos com os textos originais?

Todas as bíblas que existem, com exeção dos originais hebraico e grego, quando foram traduzidas, tiveram uma boa dose de "interpretações" em relação aos originais. Das de lígua portuguêsa, a que menos sofreu este processo, por isso mesmo a mais confiável de todas, é a Bíblia Sagrada Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida, FIEL ao Texto Triginal, da Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, não querendo com isso dizer que ela seja cem por cento perfeita.

Para entender melhor, vamos analizar dois versos da Bílbia; O primeiro, com a palavra hebraica ELOHIM traduzida por "Deus", e o segundo, a mesma palavra, mas desta vez infelizmente interpretado por "anjos". Vejamos:

GN 1:1 - NO princípio criou Deus os céus e a terra.

SL 8:4 - Que é o homem mortal para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o visites? 5 -Pois pouco menor o fizeste do que os anjos, e de glória e de honra o coroaste.

Nos dois versos, GN 1:1 Deus e SL 8:5 anjos, são a mesma palavra no original hebraico - ELOHIM. Desta forma, o correto seria algo assim:

GN 1:1 - NO princípio criou ELOHIM os céus e a terra.

SL 8:5 - Pois pouco menor o fizeste do que ELOHIM, e de glória e de honra o coroaste.

Mas espere um pouco, isto quer dizer que no salmo 8:5 está escrito que o homem foi feito um pouco menor do que Deus Elohim? Pois é, exatamente isso, lembre-se da criação:

GN 1:27 - E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.

A Bíblia não precisa de interpretação, e sim de transliteração! Deus não precisa de intérpretes para a sua Palavra!

E agora vem o pior: Se a palavra ELOHIM foi substituido por anjos no salmo 8:5, Tería-mos o que se segue no livro de Gênesis:

GN 1:1 - NO princípio os anjos criaram os céu e a terra.

Entenderam que quando o homem resolve modificar a Palavra de Deus, o resultado é simplesmente desastroso? Este primeiro verso mudaria todo o conceito mundial de religiosidade, não é mesmo? Nosso mundo criado pelos anjos? Anjos de luz? De trevas? Que caos seria!
Isto sem contar com inúmeras doutrinas erradas, dentre elas a do dízimo que estão dissiminadas erroneamente, baseadas em bíblias mal interpretadas!

Queridos irmãos cristãos verdadeiros, façamos como os de Beréia; Analizar, pesquizar, conferir e procurar sempre a verdade!

AT 17:10 - E logo os irmãos enviaram de noite Paulo e Silas a Beréia; e eles, chegando lá, foram à sinagoga dos judeus.
AT 17:11 - Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.
AT 17:12 - De sorte que creram muitos deles, e também mulheres gregas da classe nobre, e não poucos homens.

A minha sugestão de uma Bíblia de boa leitura, baseada no Texto Receptus seria a não interpretação das palavras que se tem dificuldade para serem traduzidas.

Palavras traduzidas, tem a mão do homem, e isso não é bom, pois cada um "puxa a sardinha" para o seu lado!

Por exemplo, em Gênesis 1:1
Ao invés de:

GN 1:1 - NO princípio criou Deus os céus e a terra.
GN 1:2 - E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.

Usa-se as palavras originais. Leríamos assim:
GN 1:1 - NO princípio criou Elohim os céus e a terra.
GN 1:2 - E a terra era Tohuw Bohuw forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.

Abaixo em nota, seria colocado o significado e suas variantes:
Elohim (escreveria aqui o seu significado e suas variantes)
Tohuw Bohuw (escreveria aqui o seu significado e suas variantes)
Seria a melhor forma de lermos inequivocadamente a Bíblia tal qual o original.
As Palavras em negrito e azul, são em geral interpretadas pelos "eruditos", e as demais são o que são sem problema algum...
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Sobre as traduções bíblicas :: Comentários

Carlstadt

Mensagem Ter maio 12, 2009 9:12 am por Carlstadt

Devemos diligentemente comparar as muitas traduções (bíblias paralelas), e ver o que dizem os Interlineares Hebráico/Grego. O retorno às fontes primárias, ou seja, o estudo dos originais da Bíblia é de suma importância para o bom entendimento da palavra de Deus. Vemos isto de maneira clara nas perguntas que foram feitas pelo Senhor a Pedro em João 21.15-17:

“Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes outros? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Ele lhe disse: Apascenta os meus cordeiros. Tornou a perguntar-lhe pela segunda vez: Simão, filho de João, tu me amas? Ele lhe respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Pastoreia as minhas ovelhas. Pela terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu me amas? Pedro entristeceu-se por ele lhe ter dito, pela terceira vez: Tu me amas? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo. Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas”.

Há um jogo de palavras no original grego que não percebemos na tradução do Português; trata-se da palavra “amor”. O grego usa palavras diferentes para conotar expressões diferentes do amor; se a referência ao amor é física, sexual, então a palavra grega empregada é “eros”; se a conotação do amor for fraternal, então é “fileo”; e quando trata-se um amor perfeito, intenso, do tipo de Deus, a palavra usada é “ágape”. No português não temos este tipo de distinção; contudo, Jesus usou diferentes tipos de palavras na conversa com Pedro.

Na primeira pergunta, Ele diz: "Tu me amas (ágape)?"

E Pedro lhe responde: "Tu sabes que te amo (fileo)."

Na segunda vez se dá o mesmo, Jesus pergunta se Pedro o ama no nível mais alto de amor – ágape – e Pedro reconhece que ama, mas nem tanto: seu amor era só fileo. Como não consegue levar Pedro ao seu nível, Jesus desce ao dele e na terceira vez lhe pergunta: "Tu me amas (fileo)?"

E então Pedro diz: "Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo (fileo)."

É como se por mais uma vez ele afirmasse: "O meu amor não vai além disto e eu não quero me enganar de novo."

Durante muito tempo achei que Jesus fez as três perguntas a Simão Pedro como uma forma de dar a ele a chance de consertar suas três negações. Mas ao examinar este jogo de palavras, vemos que o Senhor, além de levar o apóstolo à conclusão de que ainda não amava o quanto devia, inspira-o também a crer que chegaria o momento em que atingiria esta maturidade.

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Carlstadt

Mensagem Ter maio 19, 2009 10:47 am por Carlstadt

Da língua latina provém a origem de inúmeras dificuldades interpretativas dos termos que definem as atuais supostas "entidades imateriais" que o homem deveria possuir, por colocarem diante de um único elemento material até seis elementos: animus, anima, mens, spiritus, intellectus e ratio. Disseminou-se a idéia geral de que o homem possui um corpo e uma Alma. O animus corresponderia a um princípio localizado no coração, responsável pela coragem, o valor, o arrojo e a impetuosidade humana frente aos grandes empreendimentos. O termo anima aplica-se à força vital, fluido universal ou Linga Sharira, intimamente ligada ao corpo físico, com a propriedade de transmitir vida à matéria inerte. Grande parte das confusões referidas anteriormente surgem da tradução destes termos (animus e anima) pela palavra "alma", que engloba a totalidade das faculdades intelectuais. Assim sendo, a palavra mens é que corresponde à alma humana da teologia católica, com o significado de mente humana ou Manas da concepção hindu, sem estar unida ao corpo sistematicamente. Ao spiritus corresponderia o corpo astral ou Kama, ao intellectus o entendimento superior ou Buddhi e à ratio a entidade espiritual de caráter divino ou Atma.

Após danosas traduções primitivas conceitos esotéricos (pagãos) se inflitraram na cultura dos tradutores. É preciso ter muito cuidado ao traduzir e interpretar cada termo hebraico que se refere a algum aspecto da natureza humana. H. W. Wolff advertiu que, quando os substantivos mais freqüentes são traduzidos geralmente por “coração”, “alma”, “carne” e “espírito”, podem ocorrer mal-entendidos com conseqüências desastrosas. Essas traduções remontam à Septuaginta e podem levar ao caminho errado da antropologia de dicotomia e tricotomia, em que corpo, alma e espírito estão opostos uns aos outros. O erudito luterano Dr. Paul Althaus, faz estas observações em seu livro The Theology of Martin Luther:


“A esperança da igreja primitiva centralizava-se na ressurreição do Dia Final. É isto o que por vez primeira chama os mortos à vida eterna (1 Cor. 15; Fil. 3:20 em diante). Esta ressurreição se efetua para o homem inteiro e não só para o corpo. Paulo fala da ressurreição, não do corpo, mas dos mortos. Este entendimento da ressurreição subentende implicitamente a morte como algo que também afeta o homem total.

“Assim, os conceitos bíblicos originais foram substituídos por idéias de dualismo helenista gnóstico. A idéia do Novo Testamento duma ressurreição que afeta o homem inteiro teve que dar lugar à imortalidade da alma. Também perde sentido o Dia Final, porque as almas já receberam tudo quanto era decisivamente importante muito antes desse. Já não se dirige fortemente a tensão escatológica ao dia da vinda de Jesus. É muito grande a diferença entre isto e a esperança do Novo Testamento.

“Em Lutero reaparecem as perspectivas decisivas do Novo Testamento, e se constituem outra vez nos elementos dominantes de seu pensamento. Paul Althaus, The Theology of Martin Luther, págs. 413, 414.

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Carlstadt

Mensagem Qui maio 21, 2009 10:41 am por Carlstadt

O que é Hebraísmo?
Autor : Matéria extraída de uma ou mais obras literárias. Publicado em : Quinta, 21/05/2009


Por hebraísmos entendemos certas expressões e maneiras peculiares do idioma hebreu que ocorrem em nossas traduções da Bíblia, que originalmente foi escrita em hebraico e em grego. Alguns conhecimentos destes hebraísmos são necessários para poder fazer uso devido das regras de interpretação.

Exemplos: 1° - Era costume entre os hebreus chamar a uma pessoa filho da coisa que de um modo especial a caracterizava, de modo que ao pacífico e bem disposto se chamava filho da paz; ao iluminado e entendido, filho da luz; aos desobedientes, filhos da desobediência, etc. (Veja-se Luc. 10:6; Efés. 2:2; 5:6 e 5:8.)

2° - As comparações eram expressas às vezes, mediante negações, como, por exemplo, ao dizer Jesus: "Qualquer que a mim me receber, não recebe a mim, mas ao que me enviou", o que equivale à nossa maneira de dizer: O que me recebe, não recebe tanto a mim, quanto ao que me enviou; ou não somente a mim, mas também ao que me enviou." Devemos interpretar da mesma maneira quando lemos: "Não procuro (somente) a minha própria vontade, e, sim, a daquele que me enviou; trabalhai, não (só) pela comida que perece mas pela que subiste para a vida eterna; não mentiste (somente) aos homens, mas a Deus; não me enviou Cristo (tanto) para batizar, mas (quanto) para pregar o evangelho; nossa luta não é contra o sangue e a carne (somente), e, sim, contra os principados . . . contra as forças espirituais do mal", etc. (Mar. 9:37; João 5:30; 6:27; Atos 5:4; 1 Cor. 1:17; Efésios 6:12.)

Como já dissemos em outra parte, o amar e aborrecer eram usados para expressar a preferência de uma coisa a outra; assim é que ao ler, por exemplo: "Amei a Jacó, porém me aborreci de Esaú", devemos compreender: preferi Jacó a Esaú. (Rom. 9:13; Deut. 21:15; João 12:25; Luc. 14:26; Mat. 10:37).

3° - Às vezes os hebreus, apesar de se referirem tão somente a uma pessoa ou coisa, mencionavam várias para indicar sua existência e relação com a pessoa ou coisa a que se referiam, como, por exemplo, ao dizer: "A arca repousou sobre as montanhas de Ararat", o que equivale a dizer que repousou sobre um dos montes Ararat. Do mesmo modo que, ao lermos em Mateus 24:1 que "se aproximaram dele os seus discípulos para lhe mostrar as construções do templo", sabemos que um deles (como intérprete do sentimento dos outros) lhe mostrou os edifícios do templo; e ao dizer (Mateus 26:8) que "indignaram-se os discípulos (pela perda do ungüento), dizendo: para que este desperdício?", sabemos por João que foi um deles, a saber: Judas, que sem dúvida, expressando o pensamento dos demais, disse; "Para que este desperdício?" Ao dizer também. Lucas que os soldados chegaram-se a Jesus, apresentado-lhe vinagre na cruz, vimos por Mateus que foi um deles que realizou o ato. (Gên. 8:4; Juízes 12:7; Mateus 24:1; Marcos 13:1; Lucas 23:36; Mateus 27:48.)

4° - Com freqüência usavam os hebreus o nome dos pais para denotar seus descendentes, como, por exemplo, ao dizer-se (Gên. 9:25): "Maldito seja Canaã", em lugar dos descendentes de Canaã (excetuando-se, é claro, os justos de seus descendentes). Muitas vezes usa-se também o nome de Jacó ou Israel para designar os israelitas, isto é, os descendentes de Israel. (Gên. 49:7; Salmo 14:7; 1 Reis 18,17,18.)

5° - A palavra "filho" usa-se, às vezes, como em quase todos os idiomas, para designar um descendente mais ou menos remoto. Assim é que o sacerdotes, por exemplo, se chamam filhos de Levi; Mefibosete se chama filho de Saul, embora, em realidade fosse seu neto; do mesmo modo Zacarias se chama filho de Ido, sendo seu pai Berequias, filho de Ido. E assim como "filho" se usa para designar um descendente qualquer, do mesmo modo a palavra "pai" se usa às vezes para designar um ascendente qualquer. Às vezes "irmão" se usa também quando somente se trata de um parentesco mais ou menos próximo; assim, por exemplo, chama-se Ló irmão de Abraão, embora em realidade fosse seu sobrinho. (Gên 14:12-16.) Tendo presentes tais hebraísmos, desaparecem contradições aparentes. Em 2 Reis 8:26, por exemplo, se chama a Atalia, filha de Onri, e no verso 18, filha de Acabe, sendo em realidade filha de Acabe e neta de Onri.

Além dos hebraísmos referidos, ocorrem outras singularidades na linguagem bíblica, certos quase-hebraísmos, que precisamos conhecer para a correta compreensão de muitos textos. Referimo-nos ao uso peculiar de certos números, de algumas palavras que expressam fatos realizados ou supostos e de vários nomes próprios.

Exemplos: 1° Certos números determinados usam-se às vezes em hebraico para expressar quantidades indeterminadas. "Dez", por exemplo, significa "vários", como também este número exato. (Gên. 31:7; Daniel 1:20.)

"Quarenta" significa "muitos". Persépolis era chamada "a cidade das quarenta torres", embora o numero delas fosse muito maior. Tal é, provavelmente, também o significado em 2 Reis 8:9, onde lemos que Hazael fez um presente de 40 cargas de camelos de bens de Damasco a Eliseu. Talvez seja este também o significado em Ezequiel 29:11-13.

"Sete" e "setenta" se usam para expressar um número grande e completo, ainda que indeterminado. (Prov. 26:16,25; Salmo 119:164; Lev. 26:24). É-nos ordenado perdoar até setenta vezes sete para dar-nos a compreender que, se o irmão se arrepende, devemos sempre perdoar-lhe. Os sete demônios expulsos de Maria denotam, talvez, seu extremado sofrimento e ao mesmo tempo sua grande maldade.

2° - Às vezes usam-se números redondos nas Escrituras para expressar quantidades inexatas. Em Juízes 11:26 vemos, por exemplo, que se coloca o número redondo de 300 por 293. Compare-se também cap. 20:46, 35.

3° - Às vezes faz-se uso peculiar das palavras que expressam ação, dizendo-se de vez em quando que uma pessoa faz uma coisa, quando só a declara feita; quando profetiza que se fará, se supõe que se fará ou considera feita. Às vezes manda-se também fazer uma coisa quando só se permite que se faça.

Em Lev. 13:13 (no original), por exemplo, diz-se que o sacerdote limpa o leproso, quando apenas o declara limpo. Em 2 Cor. 3:6 lemos que "a letra (significando, a lei) mata", quando na realidade só declara que o transgressor deve morrer.

Em João 4:1,2, diz-se que "Jesus" batizava mais discípulos que João, quando só ordenava que fossem batizados, pois em seguida lemos: "(se bem que Jesus mesmo não batizava, e, sim, os seus discípulos.)" Lemos também que Judas "adquiriu um campo com o preço da iniqüidade", embora só fosse proveniente dele, entregando aos sacerdotes o dinheiro com que compraram dito campo. (Atos 1:16-19; Mateus 27:4-10). Assim compreendemos também em que sentido consta que "o Senhor endureceu o coração de Faraó", ao mesmo tempo que lemos que Faraó mesmo endureceu seu coração; isto é, que Deus foi causa de seu endurecimento oferecendo-lhe misericórdia com a condição de ser obediente, porém se endureceu ele mesmo, resistindo à bondade oferecida. (Êxodo 8:15; 9:12; compare-se Rom. 9:17.)

Ao dizer o Senhor ao profeta Jeremias (1:10): "Hoje te constituo. . . para arrancares . . . para destruíres e arruinares", etc., não o colocou Deus para executar estas coisas, mas para profetizá-las ou proclamá-las. Neste sentido também Isaías teve de tornar "insensível o coração deste endurece-lhes os ouvidos e fecha-lhes os olhos" (Isaías 6:10).

Como prova de que o idioma hebraico expressa em forma de mandamento positivo o que não implica mais que uma simples permissão, e nem sequer consentimento, de fazer uma coisa, temos em Ezequiel 20:39, onde diz o Senhor: "Ide; cada um sirva os seus ídolos agora e mais tarde", dando-se a compreender linhas adiante que o Senhor não aprovava tal conduta. O mesmo acontece no caso de Balaão o dizer-lhe Deus: "Se aqueles homens (os príncipes do malvado Balaque) vierem chamar-te, levanta-te, vai com eles; todavia, farás somente o que eu te disser"; dizendo-nos o contexto que aquilo não era mais que uma simples permissão de ir e fazer um mal que Deus absolutamente não queria que o profeta o fizesse. (Núm. 22:20.) Caso semelhante temos provavelmente nas palavras de Jesus a Judas, quando lhe disse: "O que retendes fazer, faze-o depressa" (João 13:27).

4° - Na interpretação das palavras das Escrituras, é preciso ter presente também que se faz uso mui singular dos nomes próprios, designando-se às vezes diferentes pessoas com um mesmo nome, diferentes lugares com um mesmo nome e uma mesma pessoa com nomes diferentes.

Pessoas diferentes designadas com um mesmo nome. Faraó, que significa regente, era o nome comum de todos os reis do Egito desde o tempo de Abraão até à invasão dos persas, mudando-se depois o nome de Faraó pelo de Ptolomeu. Abimeleque, que significa meu pai e rei, parece haver sido o nome comum dos reis dos filisteus, como Agague, o dos reis dos amalequitas e Ben-Hadade dos sírios e o de César dos imperadores romanos. César Augusto (Lucas 2:1) que reinava ao nascer Jesus, era o segundo que levava este nome. O César que reinava ao ser crucificado Jesus, era Tibério. O imperador para o qual apelou Paulo e a quem tanto se chamava Augusto como César, era Nero. (Atos 25:21). Os reis egípcios e filisteus parecem ter tido um nome próprio além do comum, como os romanos. Assim é que lemos, por exemplo, de um Faraó Neco, do Faraó Ofra e de Abimeleque Aquis. (Veja-se o prefácio ao Salmo 34; 1 Samuel 21:11.)

No Novo Testamento se conhecem diferentes pessoas sob o nome de Herodes. Herodes o Grande, assim chamado na história profana, foi quem, sendo já velho, matou as crianças em Belém. Morto este, a metade de seu reino, Judéia e Samaria inclusive, foi dada a seu filho Arquelau; a maior parte da Galiléia, a seu filho Herodes o Tetrarca, o rei (Lucas 3:1; Mateus 2:22); e outras partes da Síria e Galiléia a seu terceiro filho Filipe Herodes. Foi Herodes o Tetrarca quem decapitou a João Batista e zombara de Jesus em sua paixão. Ainda outro rei Herodes, a saber, o neto do cruel Herodes o Grande, matou ao apóstolo Tiago, morrendo depois abandonado em Cesaréia. Foi diante do filho deste assassino de Tiago, chamado Herodes Agripa, que Festo fez Paulo comparecer. O caráter deste rei era muito diferente do de seu pai, e não confundi-los é de importância para a correta compreensão da História. Levi em Marcos 2:14 é o mesmo que Mateus. Tomé e Dídimo são uma mesma pessoa. Tadeu, Lebeu e Judas são os diferentes nomes do apóstolo Judas. Natanael e Bartolomeu são também os nomes de uma mesma pessoa.

Lugares diferentes designados com um mesmo nome. Duas cidades chamam-se Cesaréia, a saber Cesaréia de Filipe, na Galiléia, e Cesaréia situada na costa do Mediterrâneo. A esta última, porto de mar e ponto de partida para os viajantes, que saíam da Judéia para Roma, refere-se constantemente o livro dos Atos.

Também se mencionam duas Antioquias: a da Síria, onde Paulo e Barnabé iniciaram seus trabalhos e onde os discípulos pela primeira vez foram chamados de cristãos; e a da Pisídia, à qual se faz referência em Atos 13:14 e em 2 Tim. 3:11.

Também há vários lugares chamados Mispa no Antigo Testamento como o de Galeede, de Moabe, o de Gibeá e o de Judá. (Gên. 31:47-49; 1 Sam. 22:3; 7:11; Josué 15:38).

Um mesmo nome que designa a uma pessoa e a um lugar. Magogue, por exemplo, é o nome de um filho de Jafé, sendo também o nome do país ocupado pela gente chamada Gogue, provavelmente os antigos citas, hoje chamados tártaros (Ezeq. 38; Apoc. 20:8), dos quais descendem os turcos.

Uma mesma pessoa e um mesmo lugar, com nomes diferentes. Horebe e Sinai são nomes de diferentes picos de uma mesma montanha, Porém às vezes um ou outro destes nomes designa a montanha inteira.

O lago de Genesaré chamava-se antigamente Mar de Cinerete, depois Mar da Galiléia ou Mar de Tiberíades. (Mateus 4:18; João 21:1.) A Abissínia moderna se chama Etiópia e às vezes Cuxe, designando este último nome, sem dúvida, a maioria das vezes, Arábia ou Índia, Grécia chama-se tanto Javã como Grécia. (Isaías 66:19; Zac. 9:13; Dan. 8:21.) Egito chama-se às vezes, Cão, outras Raabe. (Salmo 78:51; Isaías 51:9.)

O Mar Morto se chama às vezes Mar da Planície, por ocupar a planície onde estavam as cidades de Sodoma e Gomorra; Mar do Este, em função de sua posição para o Leste, contando desde Jerusalém, e ainda Mar Salgado. (2 Reis 14:25; Gên. 14:3; Josué 12:3).

O Nilo chama-se Sibor, porém com mais freqüência o Rio, cujos nomes também às vezes designam outros rios.

O Mediterrâneo se chama às vezes o Mar dos Filisteus, que viviam em suas costas; outras, Mar Ocidental; outras, e com mais freqüência, Mar Grande. (Êxodo 23:31; Deut. 11:24; Num. 34:6,7).

A Terra Santa chama-se Canaã, Terra de Israel, Terra de Judéia, Palestina, Terra dos Pastores e Terra Prometida. (Êxodo15:15; 1 Sam. 13:19; Hebr. 11:9.)

Um cuidadoso conhecimento do referido uso peculiar dos nomes próprios não só favorece a correta compreensão das Escrituras em geral, como faz desaparecer virias contradições que a ignorância encontra em diferentes passagens bíblicas.

Fonte: HERMENÊUTICA - Regras de Interpretação das Sagradas Escrituras - ©️ EDITORA VIDA, 1968

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Carlstadt

Mensagem Qui Jun 04, 2009 9:17 am por Carlstadt

O "Espírito" da Samaritana se Repete...
Autor: Prof. Gilson Medeiros

Um dia desses recebi um e-mail de alguém que parece gostar de usar a tática da mulher samaritana - desviar a atenção com o uso de questões teológicas secundárias (o famoso "teologuês").


A pessoa tentava dar um ar "místico" ao termo grego RHEMA, como se a utilização e compreensão desta palavra fosse o supra-sumo da revelação bíblica. Existem até algumas igrejas e institutos que supervalorizam a exegese deste termo, como pode ser verificado em uma pesquisa rápida na Internet.


Ao ler o comentário, fiquei imaginando um outro termo grego que também é muito desconhecido e ignorado por boa parte dos cristãos em geral. A diferença é que esta palavra está intimamente ligada à salvação, sendo, portanto, de importância primária.


Sem querer ser incoerente no uso do "teologuês" (rsrs), vou fazer alguns breves comentários sobre esta palavra grega, uma vez que sua compreensão tem tudo a ver com a mensagem da Igreja Adventista do 7º Dia, a qual prima pela profundidade e veracidade do estudo da Palavra de Deus.


ANOMIA


Este termo é a junção de duas outras palavras:
A = anti, contrário
NOMOS = lei, mandamento


Portanto, ANOMIA significa "contrário à Lei", "rebelde à lei", "inimigo do Mandamento", etc.


Esta palavra, ou suas variantes, ocorre 26 vezes no Novo Testamento:
Rom. 6:19
2Cor. 6:14
1Jo. 3:4
Rom. 4:7
Mat. 7:23
Mat. 13:41
Mat. 24:12
Rom. 6:19
Heb. 1:9
Mat. 23:28
2Tess. 2:3
2Tess. 2:7
Tit. 2:14
Heb. 10:17
1Cor. 9:21
1Tim. 1:9
2Ped. 2:8
1Cor. 9:21
2Tess. 2:8
1Cor. 9:21
Luc. 22:37
Atos 2:23
Rom. 2:12


Observe que, na maioria, o termo foi traduzido por: "iniquidade", "pecado", "transgressão da lei", "sem lei", etc.


De todos os versos, alguns chamam a atenção:


"Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei (ANOMIA)" (1Jo 3:4).


Para João, pecamos quando "transgredimos a Lei".


"Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de Mim, os que praticais a iniquidade (ANOMIA)" (Mat. 7:23).


Para Jesus, aqueles que mais O desgostam são os que quebram a Sua Lei. Nesta passagem (Mat. 7:21-23) o Senhor também chama a atenção para os que invocam Seu nome na cura de doenças, exorcismos, maravilhas, etc., mas que não O obedecem. Ao final Ele declara explicitamente o motivo de não "conhecer" estas pessoas, e apartá-las de Si: elas quebram Sua Lei.


Conclusão


O estudo sincero e despreconceituoso da Bíblia fará com que o estudante veja que a transgressão da Lei de Deus, de TODOS OS MANDAMENTOS (cf. Sal. 119:151), é uma abominação a Deus.
Por isso, tais pessoas deveriam parar de tentar desviar a direção da reprovação divina, com o uso de artifícios filosófico-teológicos (como fez a Samaritana), mas humildemente aceitarem a reprovação e mudarem seu iníquo procedimento.


Com toda certeza isso passa pela aceitação da Lei de Deus como ainda em vigor e, especialmente (uma vez que é o mais rejeitado) da santificação do Dia que o Senhor escolheu - o sétimo.


Podem esbravejar, gritar, filosofar como for... mas a Verdade nunca muda.
No final, assim como a Samaritana, todos terão que reconhecer que só o Senhor é Deus, e que somente andando sob Sua divina guia é que poderemos estar seguros de nossa fé e salvação.


"Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus" (Apoc. 14:12).

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Carlstadt

Mensagem Qui Jun 11, 2009 4:04 pm por Carlstadt

A NVI MERECE CRÉDITO?

Alguns cristãos insistem em afirmar que as únicas versões verdadeiramente fiéis e dignas de crédito, por estarem de acordo com os originais são as versões baseadas no chamado Textus Receptus (TR), como a versão brasileira ARC, e a americana King James Version. Muitas denominações usam apenas a ERC, e os seus líderes nem sempre gostam que seus fiéis façam uso de outras versões da Bíblia baseadas no Texto Crítico (TC). Outros vão mais longe e insistem a afirmar que as outras versões baseadas no Texto Crítico (TC), não são dignas de crédito e usam termos, ao meu ver, infelizes em seus ataques.

O Pr. Emídio Viana em um dos seus estudos intitulado “Expondo os Erros da NVI / NIV”, faz questão de afirmar que a NVI não é uma boa versão para os cristãos. Será que as críticas desse pastor procede mesmo? É isso o que iremos descobrir logo, em nosso estudo sobre a credibilidade da NVI.

Não será possível citar o nome de todas as versões baseadas no TC, por isso, citarei apenas aquelas que eu consultei durante este estudo, embora eu me atenha a citar os textos da NVI, já que ela tem sido a mais atacada. São elas:

ARA = Almeida Revista e Atualizada.
NTLH = Nota Tradução na Linguagem de Hoje
NVI = Nova Versão internacional.
NTJ = Novo Testamento Judaico.
BJ = Bíblia de Jerusalém.
ARC = Almeida Revista e Corrigida.

Neste nosso estudo, para não ter que ficar repetindo os nomes e nem as siglas de todas estas versões usarei as letras “TC”, abreviação da expressão Texto Critico, para me referir as versões baseadas nele e as letras “TR” para me referir as versões baseadas no Textus Receptus. Antes de darmos uma conferida nos textos da NVI para verificarmos se as acusações contra ela realmente procedem, é importante que o leitor conheça um pouco o que significa Textus Receptus e Texto Crítico.
O QUE É "TEXTUS RECEPTUS"?
A expressão "Textus Receptus" (em potuguês, Texto Recebido), surgiu de um elogio exagerado a uma segunda edição dos Elzevirs em 1633, como veremos logo abaixo. O elogio fazia parte do prefácio em latim e dizia assim: "O texto que é agora recebido por todos, no qual nada damos de modificado ou corrompido". O TR surgiu a partir de várias versões que vieram após a tradução do Novo Testamento Grego feito pelo humanista holandes Desidério Erasmo (1469-1536) de Roterdã, o mesmo que escreveu o livro "Elogio a loucura"
Francisco Ximenes de Cisneros (1437) foi quem promoveu e organizou a primeira edição impressa do Texto Grego do Novo Testamento, como parte da chamada Bíblia Poliglota Complutense. Desidério Erasmo, mais conhecido como Erasmo de Roterdã, era também um famosos escritor. Em 1516 ele publicou o primeiro Novo Testamento Grego (NTG) que chegou ao domínio público. Isso aconteceu quando ele chegou em Basiléia em 1514 e recebeu uma proposta do editor I. Froben para que preparasse tal edição do NTG, pelo que seria muito bem remunerado. Erasmo chamou o seu NTG de Novun Intrumentun. Em Basiléia, Erasmo não encontrou manuscritos (Mss) gregos bons o suficiente, e que contivesse o NTG completo. Assim, ele baseou a maior parte do texto que elaborou em apenas dois manuscritos minúsculos da biblioteca de um monsteiro dominicano local, sendo um dos evangelhos (2e) e outro dos atos e epistolas (2ap). Esses manuscritos são provavelmente do século XII d.C. Além disso ele usou outros Manuscritos para corrigir casualmente o texto (leap, 4eap e 7 ap). Para o livro do Apocalipse, Erasmo usou apenas um manuscrito tembém do século XII (1r). No entanto, faltava neste manuscrito a última folha com os seis últimos versículos da Bíblia, então Erasmo utilizou a Vulgata Latina traduzida por Jerônimo no século III d.C aproveitando não apenas para finalizar o seu NTG como também para corrigir os versículos ilegíveis dos manuscritos que ele consultou. Para o leitor que desejar saber mais a respeito destes manuscritos sugiro que lei a conhecida obra do Dr. B.P. Bittencourt, o livro Metodologia de pesquisa textual.
Observe, portanto, que a base do TR, não é os manuscritos mais antigos, ou seja, mais próximos dos originais do Novo Testamento, antes baseia-se em alguns poucos manuscritos recentes e não em manuscritos primitivos. O TR é, portanto, um texto mesclado. Bem, o leitor pode pensar que isso foi tudo é que a partir dai surgiu o TR, no qual se baseia a ERC e a versão do Rei Tiago, entre outras. Mas após esrasmo termonar o seu NTG surgiram outras versões.
Em 1519 surgiu uma nova edição a qual foi utilizada por Lutero. Outras versões surgiram em 1522, 1527 e 1535, 1546, 1549, 1550 e 1551. Entre os anos de 1624 até 1787, foram publicadas mais sete edições do NTG de Erasmo, sendo que A SEGUNDA EDIÇÃO DE 1624 TEVE COMO BASE O TEXTO DE BEZA, DE 1565. As edições feitas até 1527 estiveram sobre o encargo do próprio Erasmo.
Finalmente em 1633 na Holanda, ou seja, mais uma edição do NTG baseada no texto de Erasmo, e que foi publicada por Boaventura Elzevir e Abraão Elzevir. Esta edição está entre aquelas citadas no perído de 1624 até 1787. O CÓDIGO DE BEZA NO QUAL SE BASEOU ESTA VERSÃO FOI ESCRITO NO FINAL DO SÉCULO IV OU INÍCIO DO SÉCULO VI d.C. Tendo sido produzido possivelmente na Europa Ocidental. Foi a segunda edição de 1633 que serviu de base para a tradução de João Ferreira de Almeida que dom o passar dos anos passaria por revisões dando origem as versões. Por exemplo, ARA (Almeida Revista e Atualizada), ERC (Almeida Revista e Corrigida), AEC (Almeida Edição conteporânea), e assim por diante. Entretanto, só a CORRIGIDA continua sendo fiel ao TR, e é por isso que os que aderem a esta versão opõem-se contra as outras versões que foram corrigidas e atualizadas conforme o Texto Crítico. Note que, até surgir finalmente o TR, passaram-se cerca de 117 anos, e muitas versões foram compostas nesse tempo.
O QUE É "TEXTO CRÍTICO"?
Você se lembra do movimento renascentista? Esse movimento desencadeou uma ênfase no interesse nos valores artísticos e literários valorizando principalmente os escritos e as artes gregas clássicas, Como resultado os cristãos estudiosos também começaram a valorizar os Mss gregos do NT e passaram a revisar a Vulgata por intermédio deles. Isso, somado a incenção da imprensa, abriu caminho para o desenvolvimento e a sistematização da crítica textual.
Durante os últimos 300 anos essa busca por manuscritos do NTG não foi em vão, pois foram descobertos muitos outros manuscritos do NT. O TC surgiu por causa desses novos manuscritos descobertos por esforçados pesquisadores os quais fizeram com que a crítica textual realmente se tornasse uma ciência. Então, no século XIX a predominância do TR foi interrompido e muitos não gostaram disso. O que os críticos buscavam era um texto que estivesse o mais próximo possível dos originais do NT. Você pode ler mais a respeito e com detalhes na obra de Wilsos Parosche Crítica Textual do Novo Testamento. Em nossos dias a maioria dos estudiosos respeitados no campo bíblico usam e defendem o TC, como Parosche e os escritores Norman Geisler e Wilian Nix, autores do livro Introdução Bíblica. Como a Bíblia chegou a té nós, no qual encontramos a seguinte declaração: "Visto que o Texto Recebido segue o texto bizantino, basicamente, é quase redudante afirmar que sua autoridade não é altamente considerada pelos estudiosos". Norman, inclusive, é co-autor da excelente obra Não tenho fé suficiente para ser ateu, entre outros importantes livros.
As traduções baseadas no TC procuram de alguma forma informar ao leitor quando determinada palavra, frase ou trecho não foram encontrados nos manuscritos mais antigos, ou seja, mais próximos dos originais. A ARA, por exemplo, faz isso colocando estas partes entre colchetes. Já NVI, e a NTLH, trazem anotações no rodapé. Logo em vez de serem criticadas deveriam ser elogiadas por não omitir ao leitor informações importantes nos textos em que outras simplesmente se calam e nada dizem.
Não significa que a CORRIGIDA deva ser jogada no lixo porque, como diz a excelente escritora Elizabeth Muriel Eckdal, todas as versões são úteis de alguma forma, basta que o leitor descubra qual seja a sua utilidade. Como tradução de uso devocional, ela deixa muito a desejar, não apenas por estar baseada no TR, como por ser uma tradução feita de forma muito literal, o que afeta a compreensão de algumas passagens importantes.
ANALIZANDO AS PASSAGENS NA NVI ( NOVA VERSÃO INTERNACIONAL)
Bem, a NVI é uma das versões baseadas no TC e por isso os adeptos do TR tentando jogá-la em descrédito caluniam a intenção dos tradutores. Vamos começar falando a respeito da divindade de Cristo.
Será que a NVI anula mesmo a divindade de Cristo Jesus? Vejamos os textos selecionados para tal crítica:
Mc 9: 24; Lc 23:42;1 Co 15:47; A única diferença nestes versículos é que não aparece a palavra “Senhor”, como acontece com as outras versões baseadas no TC, quando se referem a Cristo. É uma grande bobagem insinuar que as outras versões baseadas no TC atacam a divindade de Cristo baseando-se neste textos, pelo simples fato de que em vários outras passagens o título Senhor é usado em relação a Cristo sem problema algum, veja: MT 7: 21,22; 8:2,6,8,21; 12:8; Mc 11:3,9; Lc 5:8,17; Jo 4:49; 5:7; etc. São muitos e muitos outros textos por todo o Novo Testamento onde aparece a palavra “Senhor” em relação a Cristo. Logo tal afirmação não passa de uma afirmação infundada.
Além disso, no rodapé da NVI vem explicando ao leitor que em alguns manuscritos (referindo aos que formam a base do TR) consta a palavra Senhor. Isso acontece nos textos onde a palavra “Senhor” não aparece na passagem em questão. Logo, está bem longe de ser uma versão mal intencionada, pelo contrário, isso acontece para que o leitor saiba que nos manuscritos mais antigos e mais próximos dos originais, tais palavras não aparecem. Entre os textos mais antigos, os mais próximos dos originais, merecem mais crédito. Exemplo, se um manuscrito é do século 4 d. C. e o outro do século 2 ou do século 1, a.C. qual está mais próximo dos originais? Com certeza, o do século 2. Diga-se de passagem, que muitas passagens sofreram alterações tanto intencionais como não intencionais, e muitos leitores não sabem disso.
João 3:13 Fiel = "Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, QUE ESTÁ NO CÉU." T.C. e NVI sacam do texto que Cristo "está no céu." Assim, anulam aqui (mesmo que não em toda a Bíblia), que Cristo é onipresente, é Deus! NVI: "Ninguém jamais subiu ao céu, a não ser aquele que veio do céu: o Filho do homem."
Outra bobagem é querer insinuar que a NVI não merece crédito simplesmente porque não acrescenta no texto a expressão “QUE ESTÁ NO CÉU”. Basta que o leitor observe que se a intenção dos tradutores fosse essa eles teriam que omitir todas as passagens nos evangelhos e no livro doa atos dos apóstolos que relatam não só a promessa de Cristo de retornar ao Pai, como também relatam que ele retornou ao céu. Ora, e quanto ao livro do apocalipse? Será que o critico não se deu conta da bobagem que disse? Com certeza não. Primeiro porque Jesus deixou claro que “se ele não fosse” o consolador não viria ( O Consolador é o Espírito Santo. Jo 16:6,6,7). E no capítulo 2 do livro dos Atos dos Apóstolos vemos isso acontecendo, logo após o mesmo escritor (Lucas) ter relatado no capítulo 1, a ascensão de Cristo aos céus. No livro do apocalipse temos as visões de João que relatam o retorno de Cristo, e assim por diante.
At 9:5,6 "E ele disse: Quem és, Senhor? E disse O SENHOR: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. DURO É PARA TI RECALCITRAR CONTRA OS AGUILHÕES. (6) E ELE, TREMENDO E ATÔNITO, DISSE: SENHOR, QUE QUERES QUE EU FAÇA? E DISSE-LHE O SENHOR:
A NVI omite aqui a palavra " Senhor” e a frase “Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões”, mas de forma alguma o leitor vai entender que seja um ataque a divindade de Cristo. Note que, na pergunta consta a palavra “Senhor”: “Quem és Senhor?” A razão da ausência da frase é que não consta nos manuscritos antigos, como já foi dito, e não anula a divindade de Cristo, veja At 4:26, 29, etc.
Rm 14:10, 12 "Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de CRISTO. Na NVI, aqui não aparece a palavra “Cristo”, no versículo 10, mas sim, a palavra “Deus”. Isso acontece nas versões baseadas no TR. Já no final do versículo 12 aparece a Palavra “Deus” mesmo. Com isso os críticos da NVI querem dizer que esta versão anula não apenas a divindade de Cristo como também nega que será diante dele que os crentes comparecerão para serem galardoados.
Ora, se realmente os tradutores desta versão tivessem esta intenção omitiriam o texto de apocalipse 22: 12 que diz: “Eis que venho em breve! A MINHA RECOMPENSA ESTÁ COMIGO, E EU RETRIBUIREI A CADA UM DE ACORDO COM O QUE FEZ”. As palavras em letras maiúsculas fui eu quem colocou. A palavra recompensa nas versões baseadas no TR, como a ERC, é “galardão”. Isso joga por terra essa crítica infundada. Quanto a divindade de Cristo, o próprio texto enfatiza isso quando Paulo diz que “Cristo morreu e voltou a viver, para ser Senhor de vivos e de mortos.” Veja ainda; Rm 10:12; 13:14; 14:6, etc.
1Tm 3:16 "E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: DEUS se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória." Nesta passagem pelos motivos acima citados, a NVI explica em nota no rodapé que muitos manuscritos, isto é, os manuscritos que servem de base para o TR, os mais distantes dos originais, aparece a expressão “Aquele que”. Por causa disso os críticos querem afirmar que mais uma vez a NVI nega a divindade de Cristo. Note mais uma vez que isso não procede conferindo os seguintes textos: Tm 1:12; 6:14, 15. Além de várias outras passagens como as que já citei em que fica claro que Jesus é Deus, como Jo1:1, Hb 1:8, 9, etc.
1 João 4:3 "E todo o espírito que não confessa que Jesus CRISTO VEIO EM CARNE não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo." Ora, a acusação aqui, fraca inclusive é de que a NVI nega que Jesus Cristo veio em carne, ou seja, que ele foi realmente um homem de carne e osso. Lógico que a NVI não anula esta verdade, basta que o leitor confira nos evangelhos as narrativas sobre o nascimento de Cristo vindo ao mundo como uma criança, vivendo como um ser humano qualquer, e isso fica claro, porque ele se alimenta, dorme, manifesta suas emoções, chora, canta, se entristece, e até mesmo fica zangado. As pessoas tocam nele, ele toca nas pessoas, em fim.

Não faz o mínimo sentido querer insinuar que a NVI nega que Jesus veio em carne, por omitir a expressão “Cristo veio em carne”, no versículo 3 porque no versículo 2 consta essa afirmação também ao dizer: “Todo espírito que confessa que Jesus veio em carne procede de Deus”;

Continuarei a mostrar a fragilidade dos ataques a NVI assim que possível, mas o que vimos até aqui serve para nos alertar sobre os exageros do conservadorismo que nega-se a aceitar algo que vá contra seus conceitos, mesmo que seja verdade.

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Carlstadt

Mensagem Qui Jun 11, 2009 4:05 pm por Carlstadt

A NVI anula a doutrina da trindade?
DE FORMA ALGUMA!!!
Em nenhum momento a NVI, anula a doutrina da trindade, mas é essa a falsa idéia que o PR. Emídio deseja passar para os leitores, tentando lançar a NVI em descrédito. Para fazer isso ele cita o texto de 1 Jo 5:7,8 que diz:
“Há três que dão testemunho: o Espírito, a água e o sangue; e os três são unânimes." (NVI)
Na Corrigida texto diz o seguinte:
“Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra: o Espírito, e a água, e o sangue; e estes três concordam num.”
Note que na NVI não aparece a parte que diz: “no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra:”
A explicação para a ausência desta passagem é a mesma que dei acima sobre os outros textos, que não se encontram em manuscritos antigos, mais próximos dos originais, e por nenhuma outra razão, mais. Mas, seria impossível alguém que não gosta da NVI perder a oportunidade de tentar difamá-la por causa disso. Covardemente o Pr. Egídio tentou associar a NVI com a TNM (Tradução do Novo Mundo- Bíblia das testemunhas de Jeová), alegando que, da mesma forma como a TNM nega a trindade, a NVI também faz o mesmo. Vou provar que isso não passa de calúnia.
Vejamos:
Sabemos que a palavra “Trindade” não existe na Bíblia Sagrada em lugar algum, trata-se de uma doutrina bíblica implícita em toda a Bíblia que é percebida mediante as várias evidências tanto no AT, como no NT. Quem conhece a TNM sabe que ela nega de forma clara a “Divindade de Cristo” (ele é uma pessoa mas não é Deus), como a “personalidade e a divindade do Espírito Santo” ( Ele não é nem uma pessoa e muito menos é Deus).
Se realmente a NVI fosse conivente com a TNM seria preciso muito esforço para não enxergar isso. Mas vejamos a verdade sobre a NVI e doutrina da trindade.
Gn 1:2
NVI: “Era a terra sem forma e vazia; trevas cobriam a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas."
TNM: “Ora, aterra mostrava ser sem forma e vazia, e havia escuridão sobre a superfície da água de profundeza; e a força ativa de Deus movia-se por cima das águas”
Note, portanto, que a NVI concorda com todas as outras Bíblias nesta passagem, até mesmo com as que se baseiam no TR. Dentre as versões que consultei, apenas a Bíblia de Jerusalém, traduz de forma parecida com a TNM, pois trás “um vento de Deus”, em vez de “ O Espírito de Deus”. Quanto a isso o respeitado Dr. Derek Kidner, comentando sobre o livro de gênesis diz o seguinte:
“Alguns preferem traduzi-lo por ‘um poderoso vento’ ( ex., Von rad, p. 47). Mas Dn 7:2, que reflete esta passagem, mostra que um escritor que quisesse comunicar esse significado, poderia fazê-lo sem exigir que seus leitores o adivinhassem na expressão costumeira usada com referência ao Espírito de Deus, construída de forma em comum.”
(Gênesis introdução e comentário. Derek Kidner, Ed. Vida Nova).
A expressão Espírito Santo, não é muito comum no AT, costuma-se usar a expressão Espírito de Deus, em relação a 3ª pessoa da divindade, sendo Espírito Santo mais comum no NT.
No NT, a TNM usa a expressão “espírito santo” com “e” minúsculo e “s” minúsculo, como uma forma de informar que o Espírito Santo não é uma pessoa e muito menos divino, mas apenas uma energia. Nas versões protestantes usa-se a expressão “Espírito Santo” com “E” maiúsculo e “S” maiúsculo, para referir-se a 3ª pessoa da divindade como uma pessoa divina, a saber a 3ª pessoa na divindade. Observe em sua Bíblia e tire suas dúvidas se é que ainda tem. Acontece que na NVI não é diferente veja:
NVI: “Mas, depois de ter pensado nisso, apareceu-lhe um anjo do Senhor em sonho e disse: "José, filho de Davi, não tema receber Maria como sua esposa, pois o que nela foi gerado procede do Espírito Santo.”
TNM: “Mas, depois de ter cogitado estas coisas, eis que lhe apareceu em sonho um anjo de Jeová, dizendo: “José, filho de Davi, não tenhas medo de levar para casa Maria, tua esposa, pois aquilo que tem sido gerado nela é por espírito santo.”
NVI: “Assim que Jesus foi batizado, saiu da água. Naquele momento o céu se abriu, e ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre ele.”
TNM: “Jesus, depois de ter sido batizado, saiu imediatamente da água; e eis que os céus se abriram e ele viu o espírito de Deus descendo”
NVI: “o Espírito da verdade. O mundo não pode recebê-lo, porque não o vê nem o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e estará em vocês.”
TNM: “o espírito da verdade que o mundo não pode receber, por que nem o observa nem o conhece.”
NVI: “Enquanto adoravam o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: "Separem-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado".
TNM: “Enquanto ministravam publicamente a Jeová e jejuavam, o espírito santo disse: ‘dentre todas as pessoas, separai-me Barnabé e Saulo para a obra que eu os chamei.”
Quem não percebe a clara distinção entre as duas versões? A intenção da TNM em negar a personalidade e a divindade do Espírito Santo é patente. Já o mesmo não pode ser dito em relação a NVI, com certeza.
Quanto a divindade de Cristo
Além dos textos supracitados o leitor constatará facilmente que enquanto a TNM intencionalmente nega a divindade de Cristo, a NVI, por outro lado, corrobora a doutrina da trindade de acordo com as outras versões, mesmo as que aderem ao TR.
Vejamos: Jo1:1
TNM: “No princípio era a palavra e a Palavra estava com o Deus e a Palavra era [um] deus.”
NVI: “No princípio era aquele que é a Palavra http://. Ele estava com Deus, e era Deus”.
Note, portanto, como a NVI difere claramente da TNM, enfatizando a divindade de Cristo, da mesma forma como fazem as demais versões!
Verifique ainda os seguintes textos em sua NVI: At 10:36; 1Co 2:8; Sl 24:8-10; Is 9:6; Hb 1:8.
Pronomes pessoais de Deus: Gn 1:26 , com Is 40:14 e Gn1:27. Também Is 6:8 e Gn 11:7;
E mais: MT 28:19,20; 2Co 13:13; MT 3: 16,17; 1Co 12:4-6.
Por fim, como já foi dito anteriormente ainda no rodapé da NVI há a explicação dizendo que no texto de 1 Jo 5:7,8, apenas alguns manuscritos da Vulgata trazem as palavras “no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra:”
Não resta dúvidas portanto que o que existe de fato é uma tentativa frustrada na tentativa de minar a credibilidade na NVI, mas a pergunta que faço é: Por que? A resposta pode ser surpreendente para muita gente, principalmente quem abraça cegamente o que lhe é ensinado.

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Carlstadt

Mensagem Qui Jun 11, 2009 4:07 pm por Carlstadt

"NVI" OU "ERC" ? A hora da verdade.

Minha intenção não é ridicularizar a ERC, mas mostrar ao leitor que busca saber dos fatos com honestidade, que a NVI é uma boa tradução e isso não é por acaso, como você mesmo constatará. Ela ajuda e muito o leitor, principalmente o leigo, e isso é algo positivo que pesa em favor dela, porque comunica de forma eficiente a verdade dentro das Escrituras Sagradas, diminuindo consideravelmente as enormes dificuldades na compreensão do texto quando lido de forma tanto devocional, como investigativa. Irei rapidamente citar algumas poucas passagens nas versões NVI e na ERC e você mesmo poderá tirar as suas conclusões;antes porém, é digno de nota uma característa interessante e exclusiva da ERC.

O leitor deve observar que nas passagens da ERC é comum encontrarmos palavras em itálico (aquelas escritas inclinadas com estas que você está vendo agora).

Qual a finalidade disso?
“O emprego do itálico na versão Almeida Cor. Serve justamente para transmitir ao leitor aquilo que não estava explícito no texto original, e que foi necessário tornar explícito em português. Assim, em MT 1.6 lemos ‘...Jessé gerou ao rei Davi, e o rei Davi gerou a Salomão da que foi mulher de Urias.
(Jhon Beekman e Jhon Callow- A Arte de interpretar e Comunicar a Palavra Escrita, P. 41, 42).

Observe que a expressão “que foi a mulher”, está em itálico. As outras versões de João Ferreira de Almeida que vieram depois da ERC abandonaram o uso do itálico. Entretanto, é possível encontrar o itálico em outras versões como a BJ (Bíblia de Jerusalém), mas não tem a mesma finalidade que na ERC. Na BJ, o itálico é usado para informar ao leitor que tal passagem, foi extraída de outra parte da Bíblia Sagrada, nada mais.

Voltemos ao assunto proposto neste tópico que trata da comparação entre a NVI e a ERC. Vamos aos textos para a análise:

TEXTO: Gn 4:7.
ERC: “Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominarás”.

Alguns leitores nem ao menos sabem o que quer dizer a palavra “jaz”, outros podem não compreender o que quer dizer, “e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominarás” Um problema que não existe na NVI, pois, possibilita uma compreensão imediata do texto, veja:

NVI: "Se você fizer o bem, não será aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça à porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo".


TEXTO: Jz 19:2.
ERC: “Porém a sua concubina adulterou contra ele, e foi dele para casa de seu pai, a Belém de Judá, e esteve ali alguns dias, a saber, quatro meses.”

Leia a continuação desta história que infelizmente terá um desfecho trágico (Capítulos 19 e 20), mas que não tem nada a ver com a inocente mulher. O que aconteceu então? Ela não adulterou, isto é, não traiu aquele homem que a havia tomado para si (v.1), o que significa que a tradução da ERC está totalmente errada e pode facilmente induzir o leitor a presumir que ela na verdade adulterou. Veja o mesmo texto na NVI:

NVI: “Mas ela lhe foi infiel. Deixou-o e voltou para a casa do seu pai, em Belém de Judá. Quatro meses depois...”


Confira a definição das duas palavras
ADULTERAR: Mulher que viola a fé conjugal.
INFIEL: Não fiel; pérfido; traiçoeiro; desleal; pessoa infiel; pagão; gentio.
(Dicionário Brasileiro Globo)

Verifique qual seria o tratamento adequado segunda a lei do AT
Sendo este o 7º mandamento do decálogo (Ex 20:14), sendo a punição por este pecado, segundo a Lei do AT, a morte ( Lv 20:10), ela não seria levada de volta para casa, antes, morreria. A óbvia conclusão aqui é de que NVI está com a tradução correta.

TEXTO: Lc 1: 1-3.
ERC:
“TENDO pois muitos empreendido pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram, segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio, e foram ministros da palavra, pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelente Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio”

Note que a expressão “por sua ordem” pode fazer com que o leitor pense que Teófilo foi quem deu uma ordem para que Lucas preparasse um relato da vida de Jesus, mas na NVI o leitor se beneficiará porque tal possibilidade de erro não existe. Na NVI fica claro que, o que Lucas está mesmo dizendo, é que ele mesmo decidiu escrever um relato ordenado dos fatos sobre a vida de Jesus.

NVI: “Muitos já se dedicaram a elaborar um relato dos fatos que se cumpriram entre nós, conforme nos foram transmitidos por aqueles que desde o início foram testemunhas oculares e servos da palavra. Eu mesmo investiguei tudo cuidadosamente, desde o começo, e decidi escrever-te um relato ordenado, ó excelentíssimo Teófilo,”

TEXTO: João 14: 3
ERC: “E, se eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também”.

Neste versículo as duas versões são bem parecidas, mesmo assim a pontuação colocada na ERC entre a expressão “se eu for” dá uma ênfase maior a dúvida. Na NVI não existe as vírgulas supramencionadas o que ameniza a dúvida na expressão. Um leitor mal intencionado poderia, com este versículo segundo a tradução da ERC, por exemplo alegar que, se nem mesmo Jesus sabia se iria ou não prepara um lugar na casa do Pai, como nós podemos ter tenta certeza que iremos para o céu? Bem, sabemos que não é uma pergunta honesta, mas o versículo principalmente como está na ERC, permite tal possibilidade.

NVI: “E se eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver”.

Entretanto, neste caso versões como a ARA ou a NTLH deixam claro que não há duvida nenhuma nas palavras de Cristo, trata-se de uma questão de tempo, veja:

ARA: “E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei b e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também.”

NTLH: “E, depois que eu for e preparar um lugar para vocês, voltarei e os levarei comigo para que onde eu estiver vocês estejam também”.


TEXTO: Hb 7:8:
ERC: “E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem, ali, porém, aquele de quem se testifica que vive”.

Quando eu digo que a ERC possibilita muitas interpretações (intencionais?) equivocadas, não estou exagerando. Existem homens com boa cultura bíblica que querem insistir em certas interpretações duvidosas, que acabam nos deixando com a pulga atrás da orelha, com aquela pergunta: por que? Será que eles não sabem disso? Se sabem, porque nada dizem a respeito? Um pequeno livro de uma famosa denominação neo-pentecostal contendo perguntas e respostas sobre o dízimo tece o seguinte comentário sobre o texto de hebreus 7:8: “Certamente, pois os apóstolos não deixariam de observar as recomendações do Senhor contidas nos versículos citados anteriormente” Os versículos citados anteriormente são: Lc11:42;MT 23:23; Gn 14; Gn 28:22b; Ml3:10ª, os quais o pastor e autor do livrinho, presume ter feito uma interpretação acertada em favor da doutrina do dízimo, como é ensinado tradicionalmente em muitas igrejas. Em meu livro acima citado, dedico 5 capítulos para abordar o assunto com a devida propriedade, passando pra todas as passagens citadas cima. O tópico não trata sobre isso, logo vou me ater apenas ao texto de Hb 7:8. Continuando, diz o livrinho: “Há uma informação precisa em Hebreus 7.8, por meio da qual temos a certeza de que o dízimo era uma prática comum naquele tempo”

Coitado do leitor que não tiver boas noções de interpretação e versões diferentes da Bíblia para vasculhar o assunto com cautela, se tornará facilmente manipulado, presa fácil diante desta interpretação claramente falsa e enganosa!


“Há quem ensine, baseado apenas neste versículo, que o dízimo era observado pela igreja primitiva. Se fosse verdadeiro tal ensino, eu não teria porque refutá-lo, até porquê, não teria como; preferiria, a bem da verdade, usá-lo de forma devida argumentando sobre “razões legítima para se dizimar”. Há pelo menos duas formas de o leitor entender o que está dizendo o escritor da carta aos hebreus, sem correr o risco de errar na interpretação:[...] A outra forma é utilizando uma versão mais atualizada em
português como as que eu vou citar abaixo:

“ Melquizedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo,
encontrou-se com Abraão quando este voltava, depois de
derrotar os reis, e o abençoou; e Abraão lhe deu o dízimo de
tudo. Em primeiro lugar, seu nome significa 'rei de Justiça';
depois, 'rei de Salém' que quer dizer 'rei da Paz'. Sem pai, sem
mãe, sem genealogia, sem princípio de dias nem fim de vida,
feito semelhante ao Filho de Deus, ele permanece sacerdote para
sempre. A lei requer dos sacerdotes dentre os descendentes de
Levi que recebam o dízimo do povo, isto é, dos seus irmãos,
embora antes sejam descendentes de Abraão. Este homem,
Porém, que não pertencia a linhagem de Levi, recebeu os
dízimos de Abraão e abençoou aquele que tinha as promessas.
No primeiro caso, quem recebe o dízimo são homens mortais; no
outro caso é aquele de quem se declara que vive" (Hb.7:1-
3,5,6,8 Na versão NVI ).”


(Domingos P. Santos. Livro: Doutrinas Intrigantes, Págs 139,140- editado pelo próprio autor)

Claro que o texto acima está simplesmente dizendo que Melquizedeque (de quem se testifica que vive) recebeu o dízimo de Abraão, e que depois dele os levitas (homens mortais) era quem recebiam dízimos, conforme a lei. Em nenhum momento passa a idéia de que o escritor afirma que o dízimo era uma prática comum nos primeiros anos da igreja.

“Na opinião do pastor Russel Shedd, não há no Novo
Testamento e nem na história da igreja, evidências de que os cristãos
pagavam o dízimo, antes do século IV d.C. Ele afirma que as igrejas
eram encorajadas a dar de acordo com a maneira que Deus as
prosperava, conforme 1Co 16:1-2. E defende ainda: “O que damos
deve ser com alegria, e não por obrigação legalista.”

O Dr. R.N Champlim diz: “É evidente que Jesus reconhecia a
natureza obrigatória dos dízimos, no caso da nação de Israel, mas
está longe de ser claro que isso envolvia até mesmo a igreja cristã.”

O Dr. Colim Brow diz: “Jesus menciona escribas e fariseus que dão o
dízimo (Mt.23:23; Lc.11:42; 18:12), mas nunca mandou que seus
discípulos dessem o dízimo.”

A enciclopédia Barsa, uma das mais conceituadas do mundo,
também conhecida como Enciclopédia Britânica relata o seguinte:
“Nos primórdios do cristianismo não havia dízimo, mas doações
voluntárias com fins caritativos denominados oblações. No século VI,
com o desmoronamento do sistema de cobrança de imposto do
império romano do ocidente, a igreja transformou as oblações em
dízimos.”
(Domingos P. Santos. Livro: Doutrinas Intrigantes, P. 96- editado pelo próprio autor).


TEXTO: 1Jo 3:6.
“Qualquer que permanece nele não peca; qualquer que peca não o viu nem o conheceu”.

Ainda neste capítulo: “Quem comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio”. (1 Jo 3:8a).

“Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus”. (1Jo 3:9).

Será que João está mesmo comunicando a idéia de que quem é crente não pode cometer nehum pecado?

Uma leitura na ERC pode levar a esta conclusão facilmente, por causa do literalismo da tradução (não é tradução errada), ou o leitor desavisado pode achar que se trata de um erro, ou por parte de João, ou do tradutor, porque no capítulo 1 João já havia dito : “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós.” “Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós”. (1Jo 1:8,10).

Mas este é um problema que não existe na NVI, veja:

“Todo aquele que nele permanece não está no pecado. Todo aquele que está no pecado não o viu nem o conheceu”. (1Jo 3:6)


“Aquele que pratica o pecado é do Diabo, porque o Diabo vem pecando desde o princípio”. (1 Jo 3:8a).

"Todo aquele que é nascido de Deus não pratica o pecado, porque a semente de Deus permanece nele; ele não pode estar no pecado , porque é nascido de Deus”. (1Jo 3:9).

O leitor, facilmente compreenderá que, mesmo tendo consciência que é pecador e ainda peca, embora sendo cristão (1Jo 1:8,10), e que ao acontecer isso pode obter socorro por meio de Cristo Jesus (1 Jo 2:1,2), não pode, todavia fazer do pecado uma prática, isso já incorre em uma atuação influenciada pelo mal (1Jo 3: 6,8,9).

Ora, a NVI, portanto, não merece as críticas infundadas e maldosas que desferiram contra ela, conforme eu já citei. Não é justo nem compará-la com a TNM, nem desmerecê-la, colocando em um nível de total reprovação, porque não há espaço para isso. Vou me deter por aqui, mas se preciso for, continuarei, mesmo acreditando que as pessoas sinceras compreenderão o que eu disse.

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