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Encontro Nacional de Criacionistas: impressões
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25012013
Encontro Nacional de Criacionistas: impressões
O evento foi marcado por contribuições bastante proveitosas em várias áreas e de diversas maneiras. As palestras dos doutores Arthur Chadwick e Leonard Brand foram especialmente interessantes. Eles apresentaram novas técnicas de pesquisa em Paleontologia desenvolvidas por eles próprios, as quais impressionaram a comunidade científica. O exemplo que achei mais interessante foi o uso de posicionamento de alta definição e marcadores em cada osso encontrado em combinação com fotos, de maneira a poder reconstruir os detalhes em ambiente virtual tridimensional com a posição, orientação e forma de cada item. A riqueza de informações preservadas dessa maneira tem fornecido resultados surpreendentes.
Um exemplo de resultado é o seguinte: em um depósito de ossos de animais “pré-históricos”, foi possível testar algumas hipóteses. Supunha-se, por exemplo, que ossos se depositaram naquela região da seguinte maneira: animais tentavam atravessar um rio, eram capturados pela correnteza, morriam e seus cadáveres se acumulavam em certo ponto do rio. Com a técnica mencionada acima, foi possível catalogar ossos de mais de dez mil animais e verificar uma série de coisas, inclusive procurar a correlação de orientações de ossos que deveria existir em função do fluxo da água do rio. Descobriu-se que tal correlação não existe. A orientação dos ossos é totalmente aleatória.
Uma observação importante que fizeram foi a de que cientistas criacionistas precisam ser muito mais competentes e fazer muito mais do que os evolucionistas para que seus trabalhos sejam aceitos, por causa do preconceito.
Outro detalhe interessante foram os diversos exemplos apresentados de casos em que evidências importantes não haviam sido percebidas por anos, mas que foram imediatamente identificadas por cientistas criacionistas justamente por serem eles criacionistas e estarem atentos a ambas as perspectivas: criacionista e evolucionista.
Isso se vê também no caso que apresentei, no desenvolvimento do modelo do Big Bang. Foi necessário que o religioso Lemaître, que não tinha medo de encontrar evidências de que o Universo tivesse um início, fosse adiante e fizesse todos os cálculos necessários para mostrar que, de fato, as leis físicas indicam que o Universo nasceu em algum ponto do passado. O viés acadêmico da época era contrário a esse tipo de conclusão, que poderia sugerir para muitos a ideia de um Criador. Preferia-se adotar a ideia de que o Universo sempre tivesse existido, apesar dos enormes problemas de consistência que isso levantava. Mas Lemaître não tinha esse viés e pôde ver o que outros ignoraram.
Os doutores Chadwick e Brand mostraram diversos exemplos desse tipo em Paleontologia.
Outro detalhe importante que foi mencionado é algo que qualquer pesquisador criacionista sabe: cientistas criacionistas precisam conhecer a fundo os modelos evolucionistas de sua área, até por causa de sua formação acadêmica. Por outro lado, veem-se frequentemente comentários de cientistas evolucionistas a respeito dos criacionistas demonstrando profunda ignorância a respeito do que se passa na mente dos criacionistas. E acrescento que, juntamente com a ignorância, tenho visto grande agressividade.
Ao conversar com o público, pude constatar que muitas pessoas tiveram a oportunidade de corrigir conceitos equivocados que abrigavam e o fizeram. O caráter educativo do evento foi notável em seus efeitos.
Possivelmente, o maior problema enfrentado pelo Criacionismo tem sido justamente a ignorância, primeiro por parte de seus defensores leigos; depois, por parte de seus opositores, fazendo uso dos próprios erros cometidos por pessoas que tentam defender o Criacionismo sem suficiente conhecimento científico.
Por essas e outras razões, é fundamental que se perceba a importância de eventos como esse, bem como se invista em pesquisa, treinamento e literatura nessa área.
E é especialmente importante que todos os que acreditam na Bíblia entendam que nada do que ela ensina faz realmente sentido se eliminarmos a base representada pelo Criacionismo.
(Dr. Eduardo Lutz é astrofísico e reside em Porto Alegre, RS)
Leia também: "São Paulo sedia Encontro Nacional de Criacionistas"
Encontro Nacional de Criacionistas: impressões
Um exemplo de resultado é o seguinte: em um depósito de ossos de animais “pré-históricos”, foi possível testar algumas hipóteses. Supunha-se, por exemplo, que ossos se depositaram naquela região da seguinte maneira: animais tentavam atravessar um rio, eram capturados pela correnteza, morriam e seus cadáveres se acumulavam em certo ponto do rio. Com a técnica mencionada acima, foi possível catalogar ossos de mais de dez mil animais e verificar uma série de coisas, inclusive procurar a correlação de orientações de ossos que deveria existir em função do fluxo da água do rio. Descobriu-se que tal correlação não existe. A orientação dos ossos é totalmente aleatória.
Uma observação importante que fizeram foi a de que cientistas criacionistas precisam ser muito mais competentes e fazer muito mais do que os evolucionistas para que seus trabalhos sejam aceitos, por causa do preconceito.
Outro detalhe interessante foram os diversos exemplos apresentados de casos em que evidências importantes não haviam sido percebidas por anos, mas que foram imediatamente identificadas por cientistas criacionistas justamente por serem eles criacionistas e estarem atentos a ambas as perspectivas: criacionista e evolucionista.
Isso se vê também no caso que apresentei, no desenvolvimento do modelo do Big Bang. Foi necessário que o religioso Lemaître, que não tinha medo de encontrar evidências de que o Universo tivesse um início, fosse adiante e fizesse todos os cálculos necessários para mostrar que, de fato, as leis físicas indicam que o Universo nasceu em algum ponto do passado. O viés acadêmico da época era contrário a esse tipo de conclusão, que poderia sugerir para muitos a ideia de um Criador. Preferia-se adotar a ideia de que o Universo sempre tivesse existido, apesar dos enormes problemas de consistência que isso levantava. Mas Lemaître não tinha esse viés e pôde ver o que outros ignoraram.
Os doutores Chadwick e Brand mostraram diversos exemplos desse tipo em Paleontologia.
Outro detalhe importante que foi mencionado é algo que qualquer pesquisador criacionista sabe: cientistas criacionistas precisam conhecer a fundo os modelos evolucionistas de sua área, até por causa de sua formação acadêmica. Por outro lado, veem-se frequentemente comentários de cientistas evolucionistas a respeito dos criacionistas demonstrando profunda ignorância a respeito do que se passa na mente dos criacionistas. E acrescento que, juntamente com a ignorância, tenho visto grande agressividade.
Ao conversar com o público, pude constatar que muitas pessoas tiveram a oportunidade de corrigir conceitos equivocados que abrigavam e o fizeram. O caráter educativo do evento foi notável em seus efeitos.
Possivelmente, o maior problema enfrentado pelo Criacionismo tem sido justamente a ignorância, primeiro por parte de seus defensores leigos; depois, por parte de seus opositores, fazendo uso dos próprios erros cometidos por pessoas que tentam defender o Criacionismo sem suficiente conhecimento científico.
Por essas e outras razões, é fundamental que se perceba a importância de eventos como esse, bem como se invista em pesquisa, treinamento e literatura nessa área.
E é especialmente importante que todos os que acreditam na Bíblia entendam que nada do que ela ensina faz realmente sentido se eliminarmos a base representada pelo Criacionismo.
(Dr. Eduardo Lutz é astrofísico e reside em Porto Alegre, RS)
Leia também: "São Paulo sedia Encontro Nacional de Criacionistas"
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