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Vida sintética, Célula sintética ou DNA sintético? O que foi criado? Criado?
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22052010
Vida sintética, Célula sintética ou DNA sintético? O que foi criado? Criado?
Vida sintética, Célula sintética ou DNA sintético? O que foi criado? Criado?
Quando eu era jovem e ouvia as explicações evolucionistas de meu professor de biologia do 2º grau, certa vez o questionei se o homem podia realmente criar vida. Perguntei se o homem tinha conseguido provar a origem da vida e argumentei que a única explicação para a vida era um Deus Criador.
Sua resposta me deixou perturbado! Ele respondeu de forma categórica que sim, que um cientista chamado Stanley Miller em 1952 havia conseguido fabricar as condições da terra primitiva e sintetizado aminoácidos. Ninguém na turma sabia o que eram aminoácidos e todos fizeram ‘uallll’. Eu me calei sem argumento e fiquei desconcertado. Saindo dali, decidi estudar e só depois de uma longa jornada fui entender que o que Miller tinha feito não era nem perto de vida! Era como se eu tivesse perguntado se meu professora já tinha ido a lua e ele tivesse respondido, ‘é claro, sei que foguetes usam parafusos e eu tenho alguns deles’. Bem, na verdade descobri que meu professor não havia sido muito honesto comigo. Uns cinco anos depois, lendo muito, fui entender que a própria experiência de Miller era tremendamente questionada mesmo pelos cientistas não religiosos e apresentava inúmeras dificuldades.
Lendo jornal essa semana, de repente aquela mesma sensação de triunfalismo naturalista das aulas de biologia do meu 2º grau me veio à mente. Anunciado no último dia 20 de maio e causando uma avalanche no jornalismo científico no dia 21, a façanha do cientista Norte Americano Craig Venter, que ajudou a seqüenciar o DNA humano e de sua equipe conseguiram sintetizar o genoma de uma bactéria e introduzi-lo numa célula que estava sem material genético e ao receber o implante passou a reproduzir-se, gerando réplicas suas.
Qual é o objetivo da experiência?
Segundo o Jornal Zero Hora de 21 de maio, a idéia é desenvolver micro-organismos programados para funções específicas tais como absorver dióxido de carbono, despoluir a água, produzir bio-combustíveis e acelerar a produção de vacinas.
Quais as implicações?
Craing foi acusado de brincar de ‘Deus’, os debates bio éticos afloraram. O velho debate entre o ateísmo darwinista e o criacionismo bíblico incendiou-se. Seria o homem capaz de criar a vida assim como Deus? Se for capaz, o Criador existe ou é necessário? Um amplo comércio pode ser explorado por trás da patente desta descoberta, o que pode produzir novos remédios e descobertas, ou até novas doenças. O risco vale a pena?
O presidente dos EUA, Barack Obama se manifestou pedindo estudos sobre o assunto a comissão de bio ética da Casa Branca, sob o argumento de que o assunto trás preocupações, embora não tenha identificado quais são elas[1]. Já o Vaticano foi cauteloso em suas declarações:
"Se for usada para o bem, para tratar patologias, só podemos ser a favor. Se mostrar-se... inútil para a dignidade da pessoa, então nosso julgamento mudará ", disse o monsenhor Rino Fisichella, a principal autoridade em bioética do Vaticano. "Olhamos para a ciência com grande interesse. Mas pensamos, acima de tudo, no significado que deve ser dado à vida", disse Fisichella, que chefia a Academia Pontifícia da Vida. O cardeal italiano Angelo Bagnasco, disse que a invenção "é mais um sinal da inteligência, o dom de Deus para a compreensão da criação e para melhor poder governá-la. Por outro lado, a inteligência nunca pode vir sem responsabilidade ", já o bispo Domenico Mogayero foi enfático "nunca devem se esquecer de que só existe um criador: Deus". Mogavero também disse que é perigoso que a tecnologia caia em mãos erradas[2].
Mas afinal, o que os cientistas conseguiram fazer? Criaram vida?
As pessoas interpretam as informações conforme os paradigmas que têm e que formam. Os paradigmas por sua vez são o resultado das informações e experiência que temos. Como nenhum de nós pode realmente verificar o que Craing e sua equipe fez, dependemos daquilo que nos é informado pela mídia. Toda a informação que temos é uma questão de honestidade das fontes e fé de nossa parte naquilo que é divulgado. O próprio jornalista por sua vez pode ser influenciado consciente ou inconscientemente pelos conceitos filosóficos que adquiriu ao longo de sua vida. Veja por exemplo algumas diferenças na forma de reportar esta inédita experiência:
O Estadão anunciou a criação de vida sintética, de uma célula sintética como também a chamou o autor da descoberta Craig Venter;
“Esta é a primeira célula sintética já feita, e nós a chamamos de sintética porque ela é totalmente derivada de um cromossomo sintético, feito com quatro garrafas de produtos químicos e um sintetizador, a partir de informação em nosso computador"[3].
Com base nesta declaração, outras mídias como a Folha, BBC Brasil, Globo e outros anunciaram como célula sintética. Outros chegaram até a anunciar a criação da vida artificial tal como o portal Exame da Abril[4]. Mas será que foi exatamente isto o que ocorreu? Cientistas conseguiram produzir vida?
Alguns meios de comunicação foram mais cautelosos em suas manchetes e anunciaram “Façanha Científica – A caminho da vida artificial – Pesquisadores Norte-Americanos anunciaram que, pela primeira vez, produziram uma célula controlada por genoma artificial”[5]. Note que neste enunciado já não se concluí que os cientistas criaram vida, e sim, que eles fizeram um genoma sintético que injetado numa célula fez ela se reproduzir conforme as orientações do genoma, que não é algo vivo em si, mas apenas o código de combinações dos cromossomos, que por sua vez são compostos do DNA, que nada mais é do que um ácido com quatro combinações de substâncias identificadas pelas siglas A, T, C e G.
Este código é usado por outras dezenas de ‘máquinas biológicas’ microscópicas para fabricar outras células e no nosso caso, para comandar a construção de nosso corpo. O que Craig Venter fez foi seqüenciar o DNA de uma bactéria (Mycoplasma mycoides), depois um software de computador combinou 1 milhão de ‘letras químicas’ com algumas alterações no genoma original para diferenciá-lo dos outros caso a experiência desse certo. Só esta fase da experiência já é uma grande prova de design inteligente, pois mesmo o inteligente homem precisou de uma máquina que aumentou sua capacidade de aplicar seu plano. O processo não foi fortuito e ocasional reproduzindo condições selvagens, mas cuidadosamente planejado e feito ao longo de 15 anos de testes e R$ 73,4 milhões investidos.
Decifrado e copiado o DNA foi fabricado em laboratório conforme as orientações do computador usando os elementos químicos pré selecionados. Isto é o que chamamos de DNA sintético, porque é um código químico feito por uma máquina em laboratório. O DNA sintético foi transferindo para uma célula da bactéria Mycoplasma capricolum onde o DNA fora extirpado. A célula recebeu este ‘transplante’ de DNA e passou a fabricar cópias de si mesma conforme as orientações do DNA implantado.
Numa comparação talvez grosseira, mas que serve para ilustrar podemos imaginar a célula sintética como um órgão sintético. Teria um médico criado vida, depois de fabricar um coração e transplantá-lo a um paciente e então reanimá-lo? Ou qualquer outro órgão? A resposta honesta é não. A experiência é fascinante, pode ser útil, mas não é criar vida!
O jornal oficial do Vaticano L'Osservatore Romano tentou de forma peculiarmente interessante reduzir as especulações e levar o senso comum a entender o que realmente aconteceu.
“Trata-se de "um trabalho de engenharia genética de alto nível", mas "na realidade, a vida não foi criada", só "houve uma substituição em um de seus motores", afirmou o médico em seu artigo. Mais além das proclamações e das manchetes, foi conseguido um resultado interessante que pode ter aplicações e regras, como acontece com tudo o que toca o coração da vida"[6]
O jornal Zero Hora cita o próprio Craig Vender que diz:
“Não criamos vida do nada – ressaltou Vender. O termo ‘sintético’ refere-se ao fato de o genoma ter sido montado em laboratório, mas todos os ingredientes são naturais.”.
Se não criaram vida do nada, não criaram vida. Pois é isso que o Criacionismo argumenta, vida provém de vida! Não foi pego a matéria inanimada e fabricado um ser vivo anteriormente desconhecido, o que Craig Vender conseguiu fazer é fabricar um componente da célula viva e fazer funcionar um organismo já criado e composto de outras organelas celulares com interação complexa tal como membrana celular, mitocôndrios e ribossomos. Isso é maravilhoso no sentido da dificuldade diante da complexidade do DNA de uma simples bactéria e pelo fato de que o DNA sintetizado possibilitou a auto replicação, mas definitivamente ainda não é criar vida!
Na verdade o DNA sintetizado por Craig nem é uma invenção, mas apenas uma cópia daquilo que já existia na natureza. Quem criou e quem copiou? Isto na verdade, não é muita novidade, pois ribossomos já haviam sido sintetizados[7]. Mas sintetizar organelas não prova em nada como estas estruturas que são verdadeiras máquinas microscópicas evoluíram ao mesmo tempo e se integraram, pois a célula é uma unidade de complexidade irredutível[8].
Ainda existem muitas dificuldades para realmente sintetizar uma célula, tais como criar uma membrana celular que permite de forma dinâmica a entrada do que é bom e a saída do ‘lixo’ e formar o complexo sistema celular de relacionamento das organelas. Um interessante documentário do History Channel avalia a célula viva e argumenta que nem se quer entendemos direito a diferença entre vida e não vida. Apesar de ser evolucionista, o documentário chama a célula de complexa, de microcosmo e admite que ninguém sabe exatamente como moléculas orgânicas são transformadas em células vivas[9].
Para criar a vida, precisaria se pegar todas as peças químicas e juntá-las de uma forma original produzindo metabolismo, membrana celular e reprodução. O problema da origem da vida não é saber como uma célula funciona ou fazer uma célula funcionar, o problema é entender e fazer com que o inanimado torne-se vivo, desenvolvendo aquilo que chamamos de reprodução, membrana celular e metabolismo.
A experiência de Craig Venter não prova origem da vida, nem sua evolução ou qualquer aspecto anti criacionista. Na verdade só apresenta que é necessária muita inteligência para imitar e fazer funcionar a vida. O que Craig conseguiu foi provar que alguém criou tal complexidade também no mundo natural e que não é nada fácil copiar e reproduzir. O jornal Zero Hora chegou a mencionar a nota de Julian Savulescu professor de ética de Oxford na revista New Scientist que comentou algo muito próximo do design inteligente, “ O trabalho de Venter o coloca numa posição próxima a Deus: a criação de vida que nunca poderia ter existido naturalmente”. Mas na verdade a notícia sobre célula sintética é uma meia verdade, tipo dizer que Miller conseguiu provou a origem espontânea da vida.
O especialista Willian Dembski comentou: "A retórica é interessante. O que eles fizeram foi enfiar um genoma sintético dentro de uma célula não sintética. No entanto, eles falharam ao falar de 'síntese de célula bacteriana'. De fato, uma manchete diz: 'A primeira célula sintética Auto-Replicante'. Isto é enganador. Se alguma coisa vai ser chamada de 'sintética', não devia a totalidade dessa coisa ser sintetizada, e não apenas uma parcela minúscula da mesma? E não sabemos que essa célula evidencia design e, em caso afirmativo, por que não haveriam as células que não foram tocadas pela Synthetic Genomics fazer o mesmo, ou seja, implicar design?"[10]
Conforme provou o criacionista Pasteur, vida provém de vida! Se alguma coisa foi criada, exigiu um criador. Criado? Criador? O que? Quem?
Ele estava no princípio com Deus.Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens; s. Jo. 1:2-4
por
Pr. Ericson Danese
[1] http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u738504.shtml
[2] http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,vaticano-mostra-cautela-com-vida-sintetica-deus-e-o-unico-criador-diz-bispo,554770,0.htm
[3] http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,cientistas-conseguem-ativar-celula-usando-genoma-sintetico,554335,0.htm
[4] http://portalexame.abril.com.br/tecnologia/noticias/cientistas-criam-vida-artificial-laboratorio-561878.html
[5] Zero Hora, sexta-feira, 21 de Maio de 2010, pg. 38.
[6] http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/05/celula-sintetica-e-um-motor-muito-bom-mas-nao-e-a-vida-vaticano.html
[7] http://www.hsw.uol.com.br/framed.htm?parent=vida-artificial.htm&url=http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia-saude/vida-artificial-esta-proxima-realidade-427391.shtml
[8] Ver ‘A Caixa Preta de Darwin’, Michael Behe.
[9] https://www.youtube.com/watch?v=anjKDNuCoQA&feature=related
[10] http://www.uncommondescent.com/intelligent-design/first-cell-controlled-completely-by-a-synthetic-genome/
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Última edição por Ronaldo em Qua Jun 02, 2010 2:06 pm, editado 1 vez(es)
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Vida sintética, Célula sintética ou DNA sintético? O que foi criado? Criado? :: Comentários
Jim Collins 'falou e disse': os cientistas ainda são bastante ignorantes em biologia para 'criar' vida
"Francamente, os cientistas não sabem o suficiente sobre biologia para criar vida. Embora o Projeto do Genoma Humano tenha expandido a lista de peças para as células, não há manual de instrução para reuni-las para produzir uma célula viva. É como tentar montar uma avião jumbo operacional a partir de sua lista de peças — impossível. Embora alguns de nós na biologia sintética possam ter delírios de grandeza, nossos objetivos são muito mais modestos."
Nature
Dr. James J. Collins - Wyss Institute
"Frankly, scientists do not know enough about biology to create life. Although the Human Genome Project has expanded the parts list for cells, there is no instruction manual for putting them together to produce a living cell. It is like trying to assemble an operational jumbo jet from its parts list — impossible. Although some of us in synthetic biology may have delusions of grandeur, our goals are much more modest."
Nature
+++++
NOTA IMPERTINENTE DESTE BLOGGER:
O Mysterium tremendum continua Mysterium tremendum e os cientistas ainda continuam 'ignorantes' nesta área.
Fui, sem saber por que, mas pensando que nós estamos correndo atrás de vento...
+++++
Vote neste blog para o prêmio TOPBLOG 2010.
"Francamente, os cientistas não sabem o suficiente sobre biologia para criar vida. Embora o Projeto do Genoma Humano tenha expandido a lista de peças para as células, não há manual de instrução para reuni-las para produzir uma célula viva. É como tentar montar uma avião jumbo operacional a partir de sua lista de peças — impossível. Embora alguns de nós na biologia sintética possam ter delírios de grandeza, nossos objetivos são muito mais modestos."
Nature
Dr. James J. Collins - Wyss Institute
"Frankly, scientists do not know enough about biology to create life. Although the Human Genome Project has expanded the parts list for cells, there is no instruction manual for putting them together to produce a living cell. It is like trying to assemble an operational jumbo jet from its parts list — impossible. Although some of us in synthetic biology may have delusions of grandeur, our goals are much more modest."
Nature
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Fui, sem saber por que, mas pensando que nós estamos correndo atrás de vento...
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Craig Venter e equipe usaram design inteligente para 'criar' vida sintética
Sexta-feira, Maio 21, 2010
Published Online May 20, 2010
Science DOI: 10.1126/science.1190719
RESEARCH ARTICLES
Creation of a Bacterial Cell Controlled by a Chemically Synthesized Genome
Daniel G. Gibson,1 John I. Glass,1 Carole Lartigue,1 Vladimir N. Noskov,1 Ray-Yuan Chuang,1Mikkel A. Algire,1 Gwynedd A. Benders,2 Michael G. Montague,1 Li Ma,1 Monzia M. Moodie,1Chuck Merryman,1 Sanjay Vashee,1 Radha Krishnakumar,1 Nacyra Assad-Garcia,1Cynthia Andrews-Pfannkoch,1 Evgeniya A. Denisova,1 Lei Young,1 Zhi-Qing Qi,1Thomas H. Segall-Shapiro,1 Christopher H. Calvey,1 Prashanth P. Parmar,1 Clyde A. Hutchison, III,2Hamilton O. Smith,2 J. Craig Venter1,2,*
Mycoplasma mycoides created at the Venter Institute by swapping a new genome into Mycoplasma capricolum - Blog Bioethics
We report the design, synthesis, and assembly of the 1.08-Mbp Mycoplasma mycoides JCVI-syn1.0 genome starting from digitized genome sequence information and its transplantation into a Mycoplasma capricolum recipient cell to create new Mycoplasma mycoides cells that are controlled only by the synthetic chromosome. The only DNA in the cells is the designed synthetic DNA sequence, including "watermark" sequences and other designed gene deletions and polymorphisms, and mutations acquired during the building process. The new cells have expected phenotypic properties and are capable of continuous self-replication.
1 The J. Craig Venter Institute, 9704 Medical Center Drive, Rockville, MD 20850, USA.
2 The J. Craig Venter Institute, 10355 Science Center Drive, San Diego, CA 92121, USA.
* To whom correspondence should be addressed. E-mail: jcventer@jcvi.org
+++++
Professores, pesquisadores e alunos de universidades públicas e privadas com acesso ao site CAPES/Periódicos podem ler gratuitamente este artigo da Science e de mais 22.440 publicações científicas.
+++++
Press release do J. Craig Venter Institute
Science Preprint PDF Antes da Impressão da Science
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Published Online May 20, 2010
Science DOI: 10.1126/science.1190719
RESEARCH ARTICLES
Creation of a Bacterial Cell Controlled by a Chemically Synthesized Genome
Daniel G. Gibson,1 John I. Glass,1 Carole Lartigue,1 Vladimir N. Noskov,1 Ray-Yuan Chuang,1Mikkel A. Algire,1 Gwynedd A. Benders,2 Michael G. Montague,1 Li Ma,1 Monzia M. Moodie,1Chuck Merryman,1 Sanjay Vashee,1 Radha Krishnakumar,1 Nacyra Assad-Garcia,1Cynthia Andrews-Pfannkoch,1 Evgeniya A. Denisova,1 Lei Young,1 Zhi-Qing Qi,1Thomas H. Segall-Shapiro,1 Christopher H. Calvey,1 Prashanth P. Parmar,1 Clyde A. Hutchison, III,2Hamilton O. Smith,2 J. Craig Venter1,2,*
Mycoplasma mycoides created at the Venter Institute by swapping a new genome into Mycoplasma capricolum - Blog Bioethics
We report the design, synthesis, and assembly of the 1.08-Mbp Mycoplasma mycoides JCVI-syn1.0 genome starting from digitized genome sequence information and its transplantation into a Mycoplasma capricolum recipient cell to create new Mycoplasma mycoides cells that are controlled only by the synthetic chromosome. The only DNA in the cells is the designed synthetic DNA sequence, including "watermark" sequences and other designed gene deletions and polymorphisms, and mutations acquired during the building process. The new cells have expected phenotypic properties and are capable of continuous self-replication.
1 The J. Craig Venter Institute, 9704 Medical Center Drive, Rockville, MD 20850, USA.
2 The J. Craig Venter Institute, 10355 Science Center Drive, San Diego, CA 92121, USA.
* To whom correspondence should be addressed. E-mail: jcventer@jcvi.org
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Craig Venter et al 'criaram' vida? Resposta científica, curta, grossa, mas objetiva...
Synthetic biology
And man made life
Artificial life, the stuff of dreams and nightmares, has arrived
May 20th 2010 | From The Economist print edition
TO CREATE life is the prerogative of gods. Deep in the human psyche, whatever the rational pleadings of physics and chemistry, there exists a sense that biology is different, is more than just the sum of atoms moving about and reacting with one another, is somehow infused with a divine spark, a vital essence. It may come as a shock, then, that mere mortals have now made artificial life.
Craig Venter and Hamilton Smith, the two American biologists who unravelled the first DNA sequence of a living organism (a bacterium) in 1995, have made a bacterium that has an artificial genome—creating a living creature with no ancestor (see article). Pedants may quibble that only the DNA of the new beast was actually manufactured in a laboratory; the researchers had to use the shell of an existing bug to get that DNA to do its stuff. Nevertheless, a Rubicon has been crossed. It is now possible to conceive of a world in which new bacteria (and eventually, new animals and plants) are designed on a computer and then grown to order.
That ability would prove mankind’s mastery over nature in a way more profound than even the detonation of the first atomic bomb. The bomb, however justified in the context of the second world war, was purely destructive. Biology is about nurturing and growth. Synthetic biology, as the technology that this and myriad less eye-catching advances are ushering in has been dubbed, promises much. In the short term it promises better drugs, less thirsty crops (see article), greener fuels and even a rejuvenated chemical industry. In the longer term who knows what marvels could be designed and grown?
On the face of it, then, artificial life looks like a wonderful thing. Yet that is not how many will view the announcement. For them, a better word than “creation” is “tampering”. Have scientists got too big for their boots? Will their hubris bring Nemesis in due course? What horrors will come creeping out of the flask on the laboratory bench?
Such questions are not misplaced—and should give pause even to those, including this newspaper, who normally embrace advances in science with enthusiasm. The new biological science does have the potential to do great harm, as well as good. “Predator” and “disease” are just as much part of the biological vocabulary as “nurturing” and “growth”. But for good or ill it is here. Creating life is no longer the prerogative of gods.
...
Read more here/Leia mais aqui: The Economist
+++++
RESPOSTA ILUMINISTA DO BLOGGER:
A resposta científica, curta e grossa, mas objetiva à pergunta do título é: NÃO!
Nem sei por que isso me veio à mente, mas Darwin disse que a luz que lhe deu o Eureka para elaborar a teoria da evolução através da seleção natural veio de sua leitura de Malthus. Ora, a tese malthusiana de que a humanidade aumentaria de população e se extinguiria na sua maioria de fome por falta de alimentos, e que somente os mais aptos sobreviveriam, foi demonstrada falsa nesses últimos 150 anos.
Uai, cumpadi, cumê qui fica então essa história sem pé nem cabeça, se o tar de Martus está errado, sô???
Eu já inté tô creditano nesse tar de Matinta Pereira, sô!!! Num é Saci Pererê???
+++++
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TO CREATE life is the prerogative of gods. Deep in the human psyche, whatever the rational pleadings of physics and chemistry, there exists a sense that biology is different, is more than just the sum of atoms moving about and reacting with one another, is somehow infused with a divine spark, a vital essence. It may come as a shock, then, that mere mortals have now made artificial life.
Craig Venter and Hamilton Smith, the two American biologists who unravelled the first DNA sequence of a living organism (a bacterium) in 1995, have made a bacterium that has an artificial genome—creating a living creature with no ancestor (see article). Pedants may quibble that only the DNA of the new beast was actually manufactured in a laboratory; the researchers had to use the shell of an existing bug to get that DNA to do its stuff. Nevertheless, a Rubicon has been crossed. It is now possible to conceive of a world in which new bacteria (and eventually, new animals and plants) are designed on a computer and then grown to order.
That ability would prove mankind’s mastery over nature in a way more profound than even the detonation of the first atomic bomb. The bomb, however justified in the context of the second world war, was purely destructive. Biology is about nurturing and growth. Synthetic biology, as the technology that this and myriad less eye-catching advances are ushering in has been dubbed, promises much. In the short term it promises better drugs, less thirsty crops (see article), greener fuels and even a rejuvenated chemical industry. In the longer term who knows what marvels could be designed and grown?
On the face of it, then, artificial life looks like a wonderful thing. Yet that is not how many will view the announcement. For them, a better word than “creation” is “tampering”. Have scientists got too big for their boots? Will their hubris bring Nemesis in due course? What horrors will come creeping out of the flask on the laboratory bench?
Such questions are not misplaced—and should give pause even to those, including this newspaper, who normally embrace advances in science with enthusiasm. The new biological science does have the potential to do great harm, as well as good. “Predator” and “disease” are just as much part of the biological vocabulary as “nurturing” and “growth”. But for good or ill it is here. Creating life is no longer the prerogative of gods.
...
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RESPOSTA ILUMINISTA DO BLOGGER:
A resposta científica, curta e grossa, mas objetiva à pergunta do título é: NÃO!
Nem sei por que isso me veio à mente, mas Darwin disse que a luz que lhe deu o Eureka para elaborar a teoria da evolução através da seleção natural veio de sua leitura de Malthus. Ora, a tese malthusiana de que a humanidade aumentaria de população e se extinguiria na sua maioria de fome por falta de alimentos, e que somente os mais aptos sobreviveriam, foi demonstrada falsa nesses últimos 150 anos.
Uai, cumpadi, cumê qui fica então essa história sem pé nem cabeça, se o tar de Martus está errado, sô???
Eu já inté tô creditano nesse tar de Matinta Pereira, sô!!! Num é Saci Pererê???
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Jornalismo com pé no chão e salto alto
A revista Veja desta semana ajudou a dimunuir o entusiasmo dos jornalistas sensacionalistas que anunciaram a criação de "vida sintética" em laboratório. Na matéria "Eles ainda não são deuses", a semanal explica: "O extraordinário anúncio de Craig Venter exige uma explicação que, para ser bem clara, deve começar pelo que a pesquisa com o genoma do Mycoplasma mycoides não é:
"Ela não é a criação artificial da vida, nem a criação de vida artificial. Isso significa que Venter não partiu de matéria inanimada e com ela produziu um ser vivo. Tampouco produziu um ser com base em alguma química vital misteriosa desconhecida da ciência.
"Não é a criação de célula ou bactéria sintéticas. A equipe americana conseguiu, sim, desenhar, sintetizar e montar o genoma de uma bactéria e inserir esse material em uma bactéria diferente. O genoma é o conjunto completo do material hereditário que a maioria dos seres vivos carrega e utiliza para produzir descendentes da mesma espécie. Portanto, não houve a criação sintética de um organismo vivo completo, mas apenas de seu núcleo genético.
"Não é a invenção de um novo genoma. Venter e equipe recriaram um genoma que já existe na natureza. A metáfora mais clara e obrigatória é com alguém que desmonta um relógio, depois remonta as peças, instala o conjunto em um estojo diferente e o mecanismo volta a funcionar normalmente. Ainda assim, para fazer o mecanismo genético sintético funcionar na nova célula a equipe americana precisou enxertar sua criação com DNA natural da célula receptora.
"Não é o maior avanço genético de todos os tempos. O título fica ainda com Crick e Watson, pais da biologia molecular. Craig Venter levaria o título se tivesse criado o primeiro ser vivo artificial, sem um antepassado, portanto, a partir de matéria inanimada. Isso ainda é privilégio da natureza. Continua de pé o repto lançado por Charles Darwin, pai da teoria da evolução, morto em 1882, segundo o qual todo o seu trabalho poderia ser jogado na lata de lixo se lhe apontassem um 'único ser vivo que não tivesse um antepassado'."
É preciso dar os parabéns à revista pelo contraponto. Mas não dá pra elogiar muito. Nas páginas amarelas dessa mesma edição, Veja publicou entrevista com o professor Jared Diamond, que defende a democracia como requisito indispensável para o progresso. Mas o mesmo Jared faz uma afirmação não muito democrática: "Não é possível ser biólogo, nem mesmo um bom médico, se você não acredita na evolução." O que dizer do Dr. Ben Carson, adventista e criacionista? E o Dr. Ariel Roth, autor de vários livros e ex-pesquisador do Geoscience Research Institute? Negar que existam bons cientistas criacionistas é igualmente um tipo de fundamentalismo.
Jared também associa (e sabemos que Veja endossa isso) o "anti-intelectualismo americano" e o "fundamentalismo evangélico". É a velha atitude arrogante daqueles que pensam que as pessoas que seguem a Bíblia e se pautam por ela não podem ser pensantes. É a contradição dos que sustentam a necessidade de pluralismo e mente aberta, desde que "não me venham com cristianismo bíblico".
Parece que o jornalismo de Veja é pé no chão, mas pisa com salto alto.[MB]
A revista Veja desta semana ajudou a dimunuir o entusiasmo dos jornalistas sensacionalistas que anunciaram a criação de "vida sintética" em laboratório. Na matéria "Eles ainda não são deuses", a semanal explica: "O extraordinário anúncio de Craig Venter exige uma explicação que, para ser bem clara, deve começar pelo que a pesquisa com o genoma do Mycoplasma mycoides não é:
"Ela não é a criação artificial da vida, nem a criação de vida artificial. Isso significa que Venter não partiu de matéria inanimada e com ela produziu um ser vivo. Tampouco produziu um ser com base em alguma química vital misteriosa desconhecida da ciência.
"Não é a criação de célula ou bactéria sintéticas. A equipe americana conseguiu, sim, desenhar, sintetizar e montar o genoma de uma bactéria e inserir esse material em uma bactéria diferente. O genoma é o conjunto completo do material hereditário que a maioria dos seres vivos carrega e utiliza para produzir descendentes da mesma espécie. Portanto, não houve a criação sintética de um organismo vivo completo, mas apenas de seu núcleo genético.
"Não é a invenção de um novo genoma. Venter e equipe recriaram um genoma que já existe na natureza. A metáfora mais clara e obrigatória é com alguém que desmonta um relógio, depois remonta as peças, instala o conjunto em um estojo diferente e o mecanismo volta a funcionar normalmente. Ainda assim, para fazer o mecanismo genético sintético funcionar na nova célula a equipe americana precisou enxertar sua criação com DNA natural da célula receptora.
"Não é o maior avanço genético de todos os tempos. O título fica ainda com Crick e Watson, pais da biologia molecular. Craig Venter levaria o título se tivesse criado o primeiro ser vivo artificial, sem um antepassado, portanto, a partir de matéria inanimada. Isso ainda é privilégio da natureza. Continua de pé o repto lançado por Charles Darwin, pai da teoria da evolução, morto em 1882, segundo o qual todo o seu trabalho poderia ser jogado na lata de lixo se lhe apontassem um 'único ser vivo que não tivesse um antepassado'."
É preciso dar os parabéns à revista pelo contraponto. Mas não dá pra elogiar muito. Nas páginas amarelas dessa mesma edição, Veja publicou entrevista com o professor Jared Diamond, que defende a democracia como requisito indispensável para o progresso. Mas o mesmo Jared faz uma afirmação não muito democrática: "Não é possível ser biólogo, nem mesmo um bom médico, se você não acredita na evolução." O que dizer do Dr. Ben Carson, adventista e criacionista? E o Dr. Ariel Roth, autor de vários livros e ex-pesquisador do Geoscience Research Institute? Negar que existam bons cientistas criacionistas é igualmente um tipo de fundamentalismo.
Jared também associa (e sabemos que Veja endossa isso) o "anti-intelectualismo americano" e o "fundamentalismo evangélico". É a velha atitude arrogante daqueles que pensam que as pessoas que seguem a Bíblia e se pautam por ela não podem ser pensantes. É a contradição dos que sustentam a necessidade de pluralismo e mente aberta, desde que "não me venham com cristianismo bíblico".
Parece que o jornalismo de Veja é pé no chão, mas pisa com salto alto.[MB]
Na semana passada, os principais jornais brasileiros anunciaram que o ser humano havia “criado” vida em laboratório. O Globo foi o mais enfático: “Criada vida artificial.” A Folha de S. Paulo também deu a manchete: “Ciência cria primeira célula sintética.” O artigo original foi publicado na revista Science, e a história não é bem assim. O que os cientistas financiados pela empresa americana Synthetic Genomics fizeram foi copiar o DNA de uma bactéria e depois introduzi-lo em uma bactéria de outra espécie. Esta passou a se reproduzir, replicando as características impressas pelos pesquisadores. É, sem dúvida, grande façanha científica, mas não uma “revolução”, como alguns jornais apontaram. Conforme ironizou Luciano Martins Costa, em artigo publicado no site Observatório da Imprensa, “talvez seja mesmo mais fácil criar vida sintética nas páginas do jornal do que encontrar vida inteligente no mundo real”. [Leia mais]
Vida artificial ou comprovação de design?
Craig Venter 'falou e disse': eu ainda estou maravilhado com o design inteligente!
Sábado, Junho 05, 2010
"Isto é tanto um avanço filosófico como tecnológico," disse ele. "A noção de que isso é possível significa que as células bacterianas são máquinas biológicas guiadas por software. Se você mudar o software, você constroi uma nova máquina. Eu ainda estou maravilhado por isso."
"This is as much a philosophical as a technological advance," he says. "The notion that this is possible means bacterial cells are software-driven biological machines. If you change the software, you build a new machine. I'm still amazed by it."
Source/Fonte:Technology Review
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Sábado, Junho 05, 2010
"Isto é tanto um avanço filosófico como tecnológico," disse ele. "A noção de que isso é possível significa que as células bacterianas são máquinas biológicas guiadas por software. Se você mudar o software, você constroi uma nova máquina. Eu ainda estou maravilhado por isso."
"This is as much a philosophical as a technological advance," he says. "The notion that this is possible means bacterial cells are software-driven biological machines. If you change the software, you build a new machine. I'm still amazed by it."
Source/Fonte:Technology Review
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