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Os Ingredientes, a Fábrica e os Inventos do Criador
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04072010
Os Ingredientes, a Fábrica e os Inventos do Criador
[Oração de Moisés, homem de Deus] Senhor, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração. Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus. Tu reduzes o homem à destruição, e dizes: Tornai-vos, filhos dos homens.
Salmo 90:1-3
Quando eu era garoto no ensino fundamental, meu local preferido da escola era o laboratório de ciências. Havia um esqueleto humano sobre o qual sempre discutíamos quem teria sido o dono, havia uma grande e colorida tabela periódica pendurada na parede, armários cheios de cobras e aranhas no formol, bancadas com tubos de ensaio e um microscópio.
Lembro do dia em que olhei nele pela primeira vez no microscópio, estávamos em grupos fazendo um estudo sobre as células, a professora pediu um voluntário e depois de me oferecer, ela raspou minha boca com uma pá de sorvete colocando minha saliva numa lâmina debaixo do microscópio. Depois de adicionar um corante, todos nós olhamos no microscópio e na minha vez pude ver minhas pequenas células. Confesso que num rápido relance elas não pareciam grande coisa e eu ainda não podia compreender o quão importante elas eram. Eu não sabia o que havia dentro delas.
Para compreender isso tudo, convido você a vir comigo numa viagem do macro cosmos ao micro cosmos. Não sou médico, nem biólogo, nem físico, por isso não estou preocupado em detalhes técnicos, apenas na lição aprendida nesta viagem. Como não sou cientista, metaforicamente falando, posso fazer uma viagem por um país sem saber falar sua língua, embora em desvantagem, nem por isso vou deixar de admirar e entender suas belezas.
Começamos no espaço, nas estrelas do macro cosmos. Elas brilham com o fulgor da queima do Hidrogênio. Mas de onde vem o Hidrogênio?
Nosso Criador determinou quatro interações, ou quatro forças diferentes para controlar o Universo. Os físicos as chamam de quatro forças fundamentais, sendo elas, a Força Gravitacional, que é a mais fraca das quatro, porém a mais ampla controlando a estabilidade e dinâmica do Universo, a Eletrodinâmica que controla os fenômenos elétricos e magnéticos e as forças ‘Fraca’ que está associada à radioatividade e a ‘Forte’ que controla o núcleo atômico . Estas quatro forças trabalham sob um fino ajuste, um bom exemplo é o equilíbrio entre atrair a matéria para o interior da estrela e ao mesmo tempo permitir que a radiação escape desta estrela.
Basicamente, tudo o que conhecemos e tomou existência a partir da palavra Criadora é manipulado por estas quatro forças e constituiu-se na forma de átomos, a menor porção de qualquer coisa, constituídos de partículas chamadas de prótons e nêutrons que formam um núcleo, orbitado por elétrons. O próprio átomo é um sistema super complexo e nada simples, quanto mais os cientistas o estudam, novas subpartículas vão aparecendo.
Se o núcleo do átomo tivesse 3cm, os elétrons mais afastados poderiam estar até 3km de distância, de forma que o que você vê, seja uma mesa, uma cadeira ou o chão que você pisa é na verdade do ponto de vista atômico, enormes espaços vazios com pequenos núcleos circulados por partículas.
As interações, comportamento e partículas atômicas ainda são um objeto de constantes descobertas, mas estamos percebendo o quanto o nano cosmos é complexo e planejado. Veja por exemplo o que estudiosos dizem sobre a constante entre a ligação atômicas. Se fosse menor, poucos elétrons poderiam ser prendidos, se maior os elétrons seriam presos de forma muito forte impedindo que se ligasse com outros átomos. Quanto à relação do elétron ao próton, se maior ou menor, as moléculas não poderiam se formar.
O Criador organizou os átomos com massas e números de partículas diferentes, o que lhes permite ter características próprias e assim cada átomo origina um elemento químico. Se você já prestou atenção numa tabela periódica, você viu o fantástico estoque de ingredientes do laboratório de Deus, usados pelo Criador para construir nosso Universo e dar forma a tudo o que conhecemos. O mais comum deles é o Hidrogênio, de característica atômica muito simples ele é o combustível das estrelas.
Quando a matéria e seus elementos alteram suas propriedades, um ingrediente pode se combinar com outros elementos para formar substancia mais complexas, chamadas de moléculas. Por exemplo, o nosso vital Oxigênio pode combinar-se com átomos de hidrogênio e formar a água (H2O).
A água é uma invenção fantástica do Criador, da qual depende a vida como a conhecemos. Todas as reações químicas da vida funcionam no meio aquoso, um incrível solvente que permite reações químicas necessária no interior dos seres vivos. Seu ponto de congelamento é muito baixo, 0 grau, e o gelo se forma na superfície de modo que permite a vida no fundo de lagos e rios. Seu ponto de ebulição é alto, 100º C, de forma que permite os organismos vivos se refrescarem com ela. No nosso planeta o Criador dispôs um ciclo para renovação deste composto tão importante, através do clima.
Ainda que seja o melhor dos solventes, a água é incompatível com os óleos, o que é fantástico, pois a menor unidade da vida, a célula é composta por uma série de organelas trabalhando num meio aquoso, produzindo energia e construindo coisas. Porém, para que este território aquoso de trabalho não se desorganize ele precisa estar cercado por substâncias oleosas que não permitem a água passar, mas por outro lado, quando necessário permitam sua entrada .
Vamos imaginar a célula como pequenas fábricas da vida, os ingredientes são os elementos químicos feitos pelo Criador, levados até esta fábrica na forma de ‘matéria prima’ que chamamos de moléculas, o que na verdade são combinações dos átomos diferentes.
A 1ª grande característica da vida é ela ser celular e para isto; os mecanismos da célula precisam estar cercados por uma barreira denominada membrana celular . O incrível é que a portaria celular é seletiva deixando entrar os produtos necessários para a fábrica, mas barrando os invasores e permitindo a saída do lixo. Aliás, a fábrica celular tem seu próprio sistema interno de coleta, transporte e envio do lixo até a ‘porta’ de saída da membrana celular .
Outro ingrediente essencial para a vida biológica é o Carbono, um dos átomos mais versáteis. Junto com o Ferro pode produzir uma liga fantástica que chamamos de aço. Combinado com o Hidrogênio, o Carbono forma compostos como o carvão, petróleo e até gás natural. Combinado com Oxigênio pode formar coisas como a calcita; um mineral que atua regulando a acides do solo. O carbono é tão versátil que pode formar cerca de 10 milhões de compostos diferentes e coisas que vão desde grafite ao diamante .
A maior maravilha do Carbono se dá, quando o Senhor mistura átomos de Carbono e Hidrogênio no laboratório da natureza, surge o que chamamos de moléculas orgânicas, entre elas os aminoácidos que ajustados a partir de 80 ou 90 unidades em longas cadeias formam as proteínas . É assim que a célula, nossa fábrica, fabrica coisas vivas com ‘porcas e parafusos’ feitos de moléculas .
Para se ter uma idéia da importância destas máquinas microscópicas chamadas proteínas tenha em mente que anticorpos são proteínas, a coagulação do sangue funciona com proteínas, as proteínas também podem proporcionar energia para a célula trabalhar, proteínas como a hemoglobina encontrada em células do sangue conhecidas por glóbulos vermelhos transportam oxigênio e gás carbônico para abastecer as células e remover o lixo. Com proteínas são construídas as ‘máquinas’ no interior da célula responsável por todas as reações químicas que transformam uma coisa em outra e abastecem nosso corpo com energia.
Um dos exemplos mais fantásticos disso, usando o próprio carbono é a fotossíntese. Uma simples folha de vegetal é um avançado laboratório químico do Criador, capaz de absorver luz Solar e usá-la junto com água e sais minerais para transformar o CO2 em energia química necessária para organizar o crescimento e vida da planta. As folhas fazem isso através de uma ‘máquina biológica’ chamada de cloroplasto no interior da célula .
O subproduto da fotossíntese é o oxigênio, absorvido por animais e homens para seu próprio metabolismo e expelido como dióxido de carbono iniciando o ciclo do Carbono novamente. Graças ao metabolismo das plantas, importantes substâncias orgânicas são geradas e depois absorvidas na alimentação pelos animais herbívoros, originando novos metabolismos nos animais.
A vida não é independente, além daquilo que vimos sobre a relação entre animais e plantas, o planeta e todos os seres vivos dependem de organismos unicelulares independentes. Bactérias no interior de nossos intestinos ajudam no processo digestivo, iogurte e queijo também vêm de bactérias, no solo algumas delas trabalham transformando compostos de Nitrogênio em nutrientes para as plantas, assim renovando o ciclo do Nitrogênio e sem mencionar a importância das bactérias que produzem a decomposição do lixo e carne podre. É fácil associar bactérias a doenças, mas não deve ter sido assim no início, certamente o Criador as fez para servir como tudo mais na natureza, porém algumas se tornaram formas perversas.
Tome como exemplo a importância do fitoplâncton, algas microscópicas de milhares de tipos que produzem mais de 90% do oxigênio do planeta e servem como base da cadeia alimentar da vida do planeta Terra. Ainda temos micro organismos curiosos como os ‘archaea’, seres unicelulares que vivem em condições extremas como fontes de água em alta temperatura, água extremamente salina e pântanos com gases venenosos . O que eles fazem nestes lugares inabitáveis? Eles são os nano químicos de nosso planeta, produzindo todo tipo de coisa!
Estas incríveis reações químicas em cadeia no interior de cada célula são a 2ª grande marca da vida, é o que chamamos de metabolismo. Isto quer dizer que as partes ou máquinas de nossa fábrica usam o produto de uma reação em um setor da célula para gerar a reação seguinte em outro setor. Esta complexidade seria inútil se não tivéssemos uma forma de aproveitar a energia desprendida nestas reações químicas, o próprio calor produzido nas reações químicas destruiria a célula. Então o Criador inventou uma máquina molecular microscópica abundante na vida biológica, constituída de um mecanismo com rotor e estator movido por prótons (cargas atômicas).
“A ATPsintase, por exemplo, consiste em dois grupos de subunidades, dos quais o grupo interno gira a 8.000 rpm (essa minúsculas máquinas abastecem-nos de energia produzindo ATP, nosso “combustível universal”). ... A proteína ATPsintase é uma máquina molecular acionada por prótons. Sua função biológica é a formação de ATP, utilizado no corpo como transportador universal de energia.”
Nunca existiu e nem vai existir vida simples! Entre os muitos exemplos que poderíamos citar, encontra-se o complexo sistema do motor e flagelo bacteriano , cuja complexidade rivaliza com os melhores inventos que a inteligência humana levou anos para desenvolver. O flagelo bacteriano embora não seja o único motor biológico , tem inspirado até mesmo o desenvolvimento de uma nova ciência intitulada nanotecnologia que busca construir estruturas complexas a nível atômico .
Mais uma vez, tal como a membrana celular inimitável, a complexidade das reações químicas do metabolismo é inigualável. As células são de fato uma complexa estrutura que podemos comparar com uma fábrica, ou muito além, pois como veremos, está é uma fábrica que produz as próprias máquinas com as quais trabalha. Conheça alguns setores da fábrica:
• O Núcleo é a administração e engenharia da fábrica onde ficam guardados os projetos de tudo o que é produzido na fábrica.
• O retículo endoplasmático é responsável pelo transporte da informação da administração e engenharia até as máquinas.
• Ribossomo é responsável por ler instruções e montar máquinas moleculares.
• O Lisossomo é responsável por desmontar os produtos recebidos do exterior e reciclar as máquinas internas da fábrica.
• Mitocôndria é o gerador de força da célula, recebe oxigênio, glicose e produz energia.
• Vacúolo – Em algumas células eles são recipientes que isolam seu conteúdo da área da de trabalho da fábrica (citoplasma). No vacúolo se armazenam pigmentos, gorduras de reservas ou para transporte de lixo ou nutrientes.
• Centríolos – Atuam na divisão celular.
Vimos o que nossa fábrica produz; máquinas de proteína que serão usadas no processo da vida. Mas como é que esta fábrica produz proteína?
Certa vez fui a uma fábrica de ônibus, lá pude visitar um setor onde se concebiam e desenhavam os projetos dos grandes coletivos usados em minha cidade natal. A seguir o projeto era levado para uma grande oficina onde funcionários pegavam as peças e parafusavam no chassi de acordo com um ‘gabarito’, que era um grande molde que demonstrava sem erro, por onde o montador deveria colocar cada peça de modo a produzir ônibus sempre iguais. Isto é um processo comum em muitos tipos de fábricas. Algo parecido acontece no interior da célula.
Primeiro é preciso um projeto, um manual de instruções que possa dizer exatamente como cada coisa possa ser construída pelas máquinas. Assim, dentro de todas as coisas vivas, existe um manual de instruções chamado DNA (ácido desoxirribonucléico). O DNA é código de instruções, um livro biomolecular, pois é constituído de uma molécula gigante, (em nossa fábrica as moléculas são peças, mas neste caso é um grande diagrama de como montar as máquinas). Numa estrutura espiral, açucares e fosfatos estão ligados por combinações de quatro tipos diferentes de compostos que chamaremos de ‘bases nitrogenadas’. Tal como as páginas de um livro são diagramadas para comportar o conteúdo, o DNA é dobrado para acomodar-se. A sequência destas combinações é o que forma os capítulos de nosso ‘livro’, cada capítulo tem instruções para produzir uma coisa diferente no ser vivo, estes capítulos são chamados de ‘gene’ e as instruções contidas nele são o genoma . O livro inteiro é o cromossomo, mas pasmem, dentro de nossas células, digo fábricas, temos uma enciclopédia inteira de informações e livros, no caso ser humano 46. No caso da mosca drosófila 8, no rato e no coelho 44 embora diferentes em conteúdo, no macaco 48, no galo 78 e curiosamente, na borboleta 380 e na samambaia 1200.
O que ocorre em seguida é que uma máquina de xérox chamada RNA-polimerase (uma máquina molecular) faz uma cópia do setor do livro (DNA) que deve ser reproduzido, esta cópia (RNA) é encaminhada para um máquina fantástica chamada Ribosomo. Esta máquina é nosso ‘gabarito’ de montagem para produzir qualquer outra molécula que você imaginar no seres vivos, para serem usadas em todo tipo de construção dos seres vivos. Se você já viu uma máquina de copiar chaves viu algo muito parecido, enquanto um dente da máquina desliza sobre os relevos da chave o outro dente da máquina coligado a um esmerilho imprime os mesmos relevos e códigos na chave bruta, tornando-a uma nova chave.
Minha pálida e resumida descrição de leigo sobre a complexidade da vida poderia terminar aqui e seria o suficiente para termos certeza de que livros e máquinas complicadas interdependentes não surgem aleatoriamente, mas ainda existe um último ‘milagre’, ou a 3ª característica da vida, a reprodução.
Existem muitos tipos de células, mais simples como as sem núcleo e mais complexas como as com núcleo separado do citoplasma, mas o mais importante é que todas as células de qualquer ser vivo possuem DNA e com eles se constrói outra célula igualzinha ou outro ser vivo igual. O mais incrível é quem em seres como nós, o DNA de macho e da fêmea se une para formar um novo DNA semelhante aos seus pais, mas único entre os bilhões de seres humanos. Este livro está em todas as células e seus ‘textos’ únicos é o que dá singularidade ao fenótipo de cada ser e de cada criatura. O fenótipo são as características distinguíveis visualmente em cada criatura. Não basta ter um manual de instrução (DNA), para estar vivo é preciso ter um maquinário complexo para decodificar o manual e biomecanicamente construir um novo indivíduo igual e funcional.
Agora imagine uma rede de fábricas (células) atuando associadas, formando uma indústria especializada em determinado produto. Mas esta rede industrial é incapaz de manter-se sozinha, ela precisa de uma rede universitária onde pesquisas e conhecimentos são desenvolvidos e um governo administrativo (cérebro) que atue gerenciando outras indústrias como do ramo de construção (ossos), força e movimento (músculos) alimentos e fornecimento de energia (digestores), combustível (respiração), coleta e processamento de lixo (excreção), transporte interno (circulatório), um sistema de defesas contra inimigos e invasores (imunológico), uma grande fronteira (pele) e um setor de comunicação exterior (sentidos). Este país fantástico é um ser multicelular ainda se relaciona com milhares de outros seres, cada qual com bilhões de células.
Os descrentes descrevem a vida e os genes como egoístas , buscando exclusivamente sua própria perpetuação, mas o princípio envolvido parece ser muito diferente, tal como avalia o Dr. Paul Brand:
“Em troca de seu auto-sacrifício, a célula individual participa do que eu chamo de êxtase da comunidade. Nenhum cientista conseguiu até hoje medir como se transmite às células do corpo a sensação de segurança ou de prazer, mas as células individuais sem dúvida têm seu papel em nossas reações emo¬cionais. Hormônios e enzimas as inundam, provocando uma respiração acelerada, um tremor muscular, uma leve agitação no estômago. Se procu¬rar um nervo do prazer no corpo humano, você acabará decepcionado. Não há nenhum. Há nervos para a dor, o frio, o calor, o tato, mas nenhum nervo transmite a sensação de prazer. O prazer aparece como um subproduto da cooperação de muitas células”.
Em pensar que tudo isto começa com um universo atômico, com os ingredientes de Deus, transformados em substâncias e produtos inanimados que ao serem combinados produzem reações químicas, no interior de uma unidade chamada célula! Dr. Paul Brand concluí:
“Quando minhas células funcionam bem, eu mal tenho consciência de sua presença individual. O que sinto é o conjunto de todas as suas ativida¬des conhecido como Paul Brand. Meu corpo, composto de muitas partes, é um só”.
Não poderíamos encerrar esta viagem fascinante pelo nano cosmos microbiológico sem pensarmos na morte. Afinal, estas incríveis máquinas parecem ter um prazo de validade. Sabemos que nosso corpo envelhece, os organismos se degradam e finalmente todas as funções cessam. O que é a velhice? O que causa a morte?
De volta ao microscópio, o segredo está nas células. A despeito de acidentes, doenças ou agressões externas a vida dura o quanto a célula tiver a capacidade de se redividir. Para um camundongo isso equivale a 15 vezes e equivale a 3 anos, para uma tartaruga das galápagos equivale a 110 vezes e equivale a 175 anos e para o ser humano são 50 divisões e em média 120 anos.
O que acontece, por que não podemos redividir mais nossas células e avançar além disso? Deixarei que uma reportagem evolucionista responda esta pergunta, a descrição é tão incrível que a associação com o ensino Bíblico é formidável e um beco sem saída para evolucionistas e descrentes.
“As teorias sobre as causas do envelhecimento podem ser divididas em dois grupos: as primeiras dizem que o envelhecimento é um processo programado, que sucede o desenvolvimento embrionário e o crescimento; as outras defendem que o envelhecimento é um processo aleatório, causado por danos que vão se acumulando no organismo. ... Os cientistas já sabem que o número de divisões é determinado pelo tamanho dos telômeros, um novelo de DNA localizado na extremidade dos cromossomos e que serve como uma sola. A cada divisão, os cromossomos perdem parte do telômero, até que a sola acaba e a célula pára de se dividir e morre. Há uma enzima que evita a perda do telômero e torna a célula imortal. Seria o elixir da imortalidade? Longe disso. É ela que produz células cancerosas.” (Fonte: Super Interessante, ver referencias abaixo)
É interessante como o câncer é uma multiplicação desorganizada e doentia das células. O que aconteceria se este processo não fosse doentio e desorganizado? Por que ele é organizado ou porque se desorganiza, após muitos anos? Essa descoberta levou a conclusões muito importantes;
“A universidade de Newcastle, na Inglaterra, descobriu porque as células envelhecem. As células se autodestruiriam após detectar falhas em seu DNA, causadas pelo tempo. A razão para isto é evitar o desenvolvimento de DNA defeituoso, que causa câncer”. (Fonte: Opinião e Notícia, ver referencia abaixo).
Há um mecanismo projetado para impedir a degradação do DNA! Juntando as informações percebemos algo maior por trás da bioquímica;
“Pesquisas recentes mostram que muitos genes prejudiciais ao organismo na idade avançada são úteis na juventude. O câncer de pele, por exemplo, é uma versão fora de controle da capacidade da pele de curar as feridas, segundo o gerontologista americano Steve Austad”.
(Fonte: Super Interessante, Ibid)
Chegamos a conhecer um mecanismo da imortalidade, mas ele funciona com defeito e foi desligado, hoje ele atua de forma a impedir que uma vida degenerada se postergue em sofrimento. Assim como viver eternamente em pecado seria uma maldição insuportável tanto para nós, quanto para o Universo.
A vida e a morte são os dramas de nosso planeta. Em nossa viagem partimos do universo inanimado até as fábricas da vida. Literalmente saímos do pó da terra pelas mãos do Criador e voltamos ao pó por termos nos afastado destas mãos. No entanto, fica claro que não fomos criados para isso! Não fomos criados para a morte. Nossas emoções resistem a ela e dentro de nós parece haver resquícios de um sistema que permitiria o homem viver indefinidamente.
A Bíblia diz que ao perdermos o acesso da árvore da vida e seu fruto o homem se tornou suscetível ao desgaste, doença e morte. Geração após geração foi vivendo menos (Gn. 5 e Gn. 11), até que o limite biológico ficou em torno de 120 anos, embora a média seja ainda menor (Sl. 90:10). Aparentemente nosso Criador atuou com sua misericórdia de três maneiras:
1) Restringindo nossa vida para que não existíssemos eternamente numa condição miserável, decadente e pecadora. (Sl. 90)
2) Tornando a vida prolífera, para que a morte não triunfasse. (Sl. 104:30)
3) Enviando seu Filho ao mundo, para morrer pelo home caído e um dia sob a ressurreição e julgamento, redimir este mundo e os que nele creram. (S. João 3:16)
Isto não é uma questão de fé, é uma questão de vida! Como diria Moisés, o homem que alcançou os 120 anos:
“Ensina-nos a contar nossos dias, de tal maneira que alcancemos coração sábio” Salmo 90:12.
por Pr. Ericson Danese
http://www.if.ufrgs.br/tex/fis01043/20032/Humberto/index.html
http://creation.com/the-universe-is-finely-tuned-for-life
Reinhard Junker e Siegfried Scherer. Evolução Um livro texto crítico, Sociedade Criacionista Brasileira. DF, Brasília, 2002. 146.
Para uma completa análise sobre a impossibilidade da evolução da membrana celular, veja Junker e Scherer em ‘Evolução, um livro texto crítico’, SCB.
Para referencias detalhadas deste incrível sistema veja Michael Behe, ‘A caixa preta de Darwin, o desafio da bioquímica à teoria da evolução’.
Jean Clay O. Silva, “Propriedades Químicas do Carbono”, postado em 01/04/2006 no site http://www.ciencias.pro.br/?id=17, pesquisado em 25/06/2010.
http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2003/const_microorg/proteinas.htm
Esta é uma analogia fantástica usada por Michael Behe para descrever a complexidade irredutível dos sistemas biológicos, entre eles a célula.
Michael Behe, Caixa preta de Darwin, Jorge Zahar Editor, RJ, 1997. 59.
Maiores detalhes sobre fotossíntese em: Universidade Federal do Mato Grosso, pesquisado em http://www.ufmt.br/bionet/conteudos/15.01.05/fotossintese.htm, em 25/06/2010.
Grupo Virtuous, http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos/biomonera.php, pesquisado em 25/06/2010.
Alexander Von Stein e Daniel Verlag, Criação, Sociedade Criacionista Brasileira, DF Braília, 2005. 161.
Behe, Caixa preta de Darwin, 59-80.
“Menor motor da vida movimenta-se como uma serra dentro das células”, publicado em 22/02/2010 por Inovações Tecnológicas, ver em http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=menor-motor-vida-transporte-celulas&id=010165100222
Oxford Universty, “Bacterial motors could inspire nanotechnology” publicado em 20/02/2006 em http://www.physorg.com/news11029.html .
George T. Javor, Às vésperas da idade do gene, 1997, ver em http://dialogue.adventist.org/articles/09_2_javor_p.htm
Richard Dawkins, “O gene egoísta”.
Philip Yancey e Paul Brand “Feito de Modo Especial”, Pg. 11
Philip Yancey e Paul Brand, Pg. 12
Rodrigo Vergara e Marcio Penna, “Envelhecimento, corrida contra o tempo” publicado em Super Interessante, Edição 179, 202, pesquisado em http://super.abril.com.br/saude/envelhecimento-corrida-tempo-443277.shtml
Opinião e Notícia, Universidade descobre porque células envelhecem, http://opiniaoenoticia.com.br/vida/ciencia/universidade-descobre-porque-celulas-envelhecem/?twitter
Rodrigo Vergara e Marcio Penna, IBID.
Salmo 90:1-3
Quando eu era garoto no ensino fundamental, meu local preferido da escola era o laboratório de ciências. Havia um esqueleto humano sobre o qual sempre discutíamos quem teria sido o dono, havia uma grande e colorida tabela periódica pendurada na parede, armários cheios de cobras e aranhas no formol, bancadas com tubos de ensaio e um microscópio.
Lembro do dia em que olhei nele pela primeira vez no microscópio, estávamos em grupos fazendo um estudo sobre as células, a professora pediu um voluntário e depois de me oferecer, ela raspou minha boca com uma pá de sorvete colocando minha saliva numa lâmina debaixo do microscópio. Depois de adicionar um corante, todos nós olhamos no microscópio e na minha vez pude ver minhas pequenas células. Confesso que num rápido relance elas não pareciam grande coisa e eu ainda não podia compreender o quão importante elas eram. Eu não sabia o que havia dentro delas.
Para compreender isso tudo, convido você a vir comigo numa viagem do macro cosmos ao micro cosmos. Não sou médico, nem biólogo, nem físico, por isso não estou preocupado em detalhes técnicos, apenas na lição aprendida nesta viagem. Como não sou cientista, metaforicamente falando, posso fazer uma viagem por um país sem saber falar sua língua, embora em desvantagem, nem por isso vou deixar de admirar e entender suas belezas.
Começamos no espaço, nas estrelas do macro cosmos. Elas brilham com o fulgor da queima do Hidrogênio. Mas de onde vem o Hidrogênio?
Nosso Criador determinou quatro interações, ou quatro forças diferentes para controlar o Universo. Os físicos as chamam de quatro forças fundamentais, sendo elas, a Força Gravitacional, que é a mais fraca das quatro, porém a mais ampla controlando a estabilidade e dinâmica do Universo, a Eletrodinâmica que controla os fenômenos elétricos e magnéticos e as forças ‘Fraca’ que está associada à radioatividade e a ‘Forte’ que controla o núcleo atômico . Estas quatro forças trabalham sob um fino ajuste, um bom exemplo é o equilíbrio entre atrair a matéria para o interior da estrela e ao mesmo tempo permitir que a radiação escape desta estrela.
Basicamente, tudo o que conhecemos e tomou existência a partir da palavra Criadora é manipulado por estas quatro forças e constituiu-se na forma de átomos, a menor porção de qualquer coisa, constituídos de partículas chamadas de prótons e nêutrons que formam um núcleo, orbitado por elétrons. O próprio átomo é um sistema super complexo e nada simples, quanto mais os cientistas o estudam, novas subpartículas vão aparecendo.
Se o núcleo do átomo tivesse 3cm, os elétrons mais afastados poderiam estar até 3km de distância, de forma que o que você vê, seja uma mesa, uma cadeira ou o chão que você pisa é na verdade do ponto de vista atômico, enormes espaços vazios com pequenos núcleos circulados por partículas.
As interações, comportamento e partículas atômicas ainda são um objeto de constantes descobertas, mas estamos percebendo o quanto o nano cosmos é complexo e planejado. Veja por exemplo o que estudiosos dizem sobre a constante entre a ligação atômicas. Se fosse menor, poucos elétrons poderiam ser prendidos, se maior os elétrons seriam presos de forma muito forte impedindo que se ligasse com outros átomos. Quanto à relação do elétron ao próton, se maior ou menor, as moléculas não poderiam se formar.
O Criador organizou os átomos com massas e números de partículas diferentes, o que lhes permite ter características próprias e assim cada átomo origina um elemento químico. Se você já prestou atenção numa tabela periódica, você viu o fantástico estoque de ingredientes do laboratório de Deus, usados pelo Criador para construir nosso Universo e dar forma a tudo o que conhecemos. O mais comum deles é o Hidrogênio, de característica atômica muito simples ele é o combustível das estrelas.
Quando a matéria e seus elementos alteram suas propriedades, um ingrediente pode se combinar com outros elementos para formar substancia mais complexas, chamadas de moléculas. Por exemplo, o nosso vital Oxigênio pode combinar-se com átomos de hidrogênio e formar a água (H2O).
A água é uma invenção fantástica do Criador, da qual depende a vida como a conhecemos. Todas as reações químicas da vida funcionam no meio aquoso, um incrível solvente que permite reações químicas necessária no interior dos seres vivos. Seu ponto de congelamento é muito baixo, 0 grau, e o gelo se forma na superfície de modo que permite a vida no fundo de lagos e rios. Seu ponto de ebulição é alto, 100º C, de forma que permite os organismos vivos se refrescarem com ela. No nosso planeta o Criador dispôs um ciclo para renovação deste composto tão importante, através do clima.
Ainda que seja o melhor dos solventes, a água é incompatível com os óleos, o que é fantástico, pois a menor unidade da vida, a célula é composta por uma série de organelas trabalhando num meio aquoso, produzindo energia e construindo coisas. Porém, para que este território aquoso de trabalho não se desorganize ele precisa estar cercado por substâncias oleosas que não permitem a água passar, mas por outro lado, quando necessário permitam sua entrada .
Vamos imaginar a célula como pequenas fábricas da vida, os ingredientes são os elementos químicos feitos pelo Criador, levados até esta fábrica na forma de ‘matéria prima’ que chamamos de moléculas, o que na verdade são combinações dos átomos diferentes.
A 1ª grande característica da vida é ela ser celular e para isto; os mecanismos da célula precisam estar cercados por uma barreira denominada membrana celular . O incrível é que a portaria celular é seletiva deixando entrar os produtos necessários para a fábrica, mas barrando os invasores e permitindo a saída do lixo. Aliás, a fábrica celular tem seu próprio sistema interno de coleta, transporte e envio do lixo até a ‘porta’ de saída da membrana celular .
Outro ingrediente essencial para a vida biológica é o Carbono, um dos átomos mais versáteis. Junto com o Ferro pode produzir uma liga fantástica que chamamos de aço. Combinado com o Hidrogênio, o Carbono forma compostos como o carvão, petróleo e até gás natural. Combinado com Oxigênio pode formar coisas como a calcita; um mineral que atua regulando a acides do solo. O carbono é tão versátil que pode formar cerca de 10 milhões de compostos diferentes e coisas que vão desde grafite ao diamante .
A maior maravilha do Carbono se dá, quando o Senhor mistura átomos de Carbono e Hidrogênio no laboratório da natureza, surge o que chamamos de moléculas orgânicas, entre elas os aminoácidos que ajustados a partir de 80 ou 90 unidades em longas cadeias formam as proteínas . É assim que a célula, nossa fábrica, fabrica coisas vivas com ‘porcas e parafusos’ feitos de moléculas .
Para se ter uma idéia da importância destas máquinas microscópicas chamadas proteínas tenha em mente que anticorpos são proteínas, a coagulação do sangue funciona com proteínas, as proteínas também podem proporcionar energia para a célula trabalhar, proteínas como a hemoglobina encontrada em células do sangue conhecidas por glóbulos vermelhos transportam oxigênio e gás carbônico para abastecer as células e remover o lixo. Com proteínas são construídas as ‘máquinas’ no interior da célula responsável por todas as reações químicas que transformam uma coisa em outra e abastecem nosso corpo com energia.
Um dos exemplos mais fantásticos disso, usando o próprio carbono é a fotossíntese. Uma simples folha de vegetal é um avançado laboratório químico do Criador, capaz de absorver luz Solar e usá-la junto com água e sais minerais para transformar o CO2 em energia química necessária para organizar o crescimento e vida da planta. As folhas fazem isso através de uma ‘máquina biológica’ chamada de cloroplasto no interior da célula .
O subproduto da fotossíntese é o oxigênio, absorvido por animais e homens para seu próprio metabolismo e expelido como dióxido de carbono iniciando o ciclo do Carbono novamente. Graças ao metabolismo das plantas, importantes substâncias orgânicas são geradas e depois absorvidas na alimentação pelos animais herbívoros, originando novos metabolismos nos animais.
A vida não é independente, além daquilo que vimos sobre a relação entre animais e plantas, o planeta e todos os seres vivos dependem de organismos unicelulares independentes. Bactérias no interior de nossos intestinos ajudam no processo digestivo, iogurte e queijo também vêm de bactérias, no solo algumas delas trabalham transformando compostos de Nitrogênio em nutrientes para as plantas, assim renovando o ciclo do Nitrogênio e sem mencionar a importância das bactérias que produzem a decomposição do lixo e carne podre. É fácil associar bactérias a doenças, mas não deve ter sido assim no início, certamente o Criador as fez para servir como tudo mais na natureza, porém algumas se tornaram formas perversas.
Tome como exemplo a importância do fitoplâncton, algas microscópicas de milhares de tipos que produzem mais de 90% do oxigênio do planeta e servem como base da cadeia alimentar da vida do planeta Terra. Ainda temos micro organismos curiosos como os ‘archaea’, seres unicelulares que vivem em condições extremas como fontes de água em alta temperatura, água extremamente salina e pântanos com gases venenosos . O que eles fazem nestes lugares inabitáveis? Eles são os nano químicos de nosso planeta, produzindo todo tipo de coisa!
Estas incríveis reações químicas em cadeia no interior de cada célula são a 2ª grande marca da vida, é o que chamamos de metabolismo. Isto quer dizer que as partes ou máquinas de nossa fábrica usam o produto de uma reação em um setor da célula para gerar a reação seguinte em outro setor. Esta complexidade seria inútil se não tivéssemos uma forma de aproveitar a energia desprendida nestas reações químicas, o próprio calor produzido nas reações químicas destruiria a célula. Então o Criador inventou uma máquina molecular microscópica abundante na vida biológica, constituída de um mecanismo com rotor e estator movido por prótons (cargas atômicas).
“A ATPsintase, por exemplo, consiste em dois grupos de subunidades, dos quais o grupo interno gira a 8.000 rpm (essa minúsculas máquinas abastecem-nos de energia produzindo ATP, nosso “combustível universal”). ... A proteína ATPsintase é uma máquina molecular acionada por prótons. Sua função biológica é a formação de ATP, utilizado no corpo como transportador universal de energia.”
Nunca existiu e nem vai existir vida simples! Entre os muitos exemplos que poderíamos citar, encontra-se o complexo sistema do motor e flagelo bacteriano , cuja complexidade rivaliza com os melhores inventos que a inteligência humana levou anos para desenvolver. O flagelo bacteriano embora não seja o único motor biológico , tem inspirado até mesmo o desenvolvimento de uma nova ciência intitulada nanotecnologia que busca construir estruturas complexas a nível atômico .
Mais uma vez, tal como a membrana celular inimitável, a complexidade das reações químicas do metabolismo é inigualável. As células são de fato uma complexa estrutura que podemos comparar com uma fábrica, ou muito além, pois como veremos, está é uma fábrica que produz as próprias máquinas com as quais trabalha. Conheça alguns setores da fábrica:
• O Núcleo é a administração e engenharia da fábrica onde ficam guardados os projetos de tudo o que é produzido na fábrica.
• O retículo endoplasmático é responsável pelo transporte da informação da administração e engenharia até as máquinas.
• Ribossomo é responsável por ler instruções e montar máquinas moleculares.
• O Lisossomo é responsável por desmontar os produtos recebidos do exterior e reciclar as máquinas internas da fábrica.
• Mitocôndria é o gerador de força da célula, recebe oxigênio, glicose e produz energia.
• Vacúolo – Em algumas células eles são recipientes que isolam seu conteúdo da área da de trabalho da fábrica (citoplasma). No vacúolo se armazenam pigmentos, gorduras de reservas ou para transporte de lixo ou nutrientes.
• Centríolos – Atuam na divisão celular.
Vimos o que nossa fábrica produz; máquinas de proteína que serão usadas no processo da vida. Mas como é que esta fábrica produz proteína?
Certa vez fui a uma fábrica de ônibus, lá pude visitar um setor onde se concebiam e desenhavam os projetos dos grandes coletivos usados em minha cidade natal. A seguir o projeto era levado para uma grande oficina onde funcionários pegavam as peças e parafusavam no chassi de acordo com um ‘gabarito’, que era um grande molde que demonstrava sem erro, por onde o montador deveria colocar cada peça de modo a produzir ônibus sempre iguais. Isto é um processo comum em muitos tipos de fábricas. Algo parecido acontece no interior da célula.
Primeiro é preciso um projeto, um manual de instruções que possa dizer exatamente como cada coisa possa ser construída pelas máquinas. Assim, dentro de todas as coisas vivas, existe um manual de instruções chamado DNA (ácido desoxirribonucléico). O DNA é código de instruções, um livro biomolecular, pois é constituído de uma molécula gigante, (em nossa fábrica as moléculas são peças, mas neste caso é um grande diagrama de como montar as máquinas). Numa estrutura espiral, açucares e fosfatos estão ligados por combinações de quatro tipos diferentes de compostos que chamaremos de ‘bases nitrogenadas’. Tal como as páginas de um livro são diagramadas para comportar o conteúdo, o DNA é dobrado para acomodar-se. A sequência destas combinações é o que forma os capítulos de nosso ‘livro’, cada capítulo tem instruções para produzir uma coisa diferente no ser vivo, estes capítulos são chamados de ‘gene’ e as instruções contidas nele são o genoma . O livro inteiro é o cromossomo, mas pasmem, dentro de nossas células, digo fábricas, temos uma enciclopédia inteira de informações e livros, no caso ser humano 46. No caso da mosca drosófila 8, no rato e no coelho 44 embora diferentes em conteúdo, no macaco 48, no galo 78 e curiosamente, na borboleta 380 e na samambaia 1200.
O que ocorre em seguida é que uma máquina de xérox chamada RNA-polimerase (uma máquina molecular) faz uma cópia do setor do livro (DNA) que deve ser reproduzido, esta cópia (RNA) é encaminhada para um máquina fantástica chamada Ribosomo. Esta máquina é nosso ‘gabarito’ de montagem para produzir qualquer outra molécula que você imaginar no seres vivos, para serem usadas em todo tipo de construção dos seres vivos. Se você já viu uma máquina de copiar chaves viu algo muito parecido, enquanto um dente da máquina desliza sobre os relevos da chave o outro dente da máquina coligado a um esmerilho imprime os mesmos relevos e códigos na chave bruta, tornando-a uma nova chave.
Minha pálida e resumida descrição de leigo sobre a complexidade da vida poderia terminar aqui e seria o suficiente para termos certeza de que livros e máquinas complicadas interdependentes não surgem aleatoriamente, mas ainda existe um último ‘milagre’, ou a 3ª característica da vida, a reprodução.
Existem muitos tipos de células, mais simples como as sem núcleo e mais complexas como as com núcleo separado do citoplasma, mas o mais importante é que todas as células de qualquer ser vivo possuem DNA e com eles se constrói outra célula igualzinha ou outro ser vivo igual. O mais incrível é quem em seres como nós, o DNA de macho e da fêmea se une para formar um novo DNA semelhante aos seus pais, mas único entre os bilhões de seres humanos. Este livro está em todas as células e seus ‘textos’ únicos é o que dá singularidade ao fenótipo de cada ser e de cada criatura. O fenótipo são as características distinguíveis visualmente em cada criatura. Não basta ter um manual de instrução (DNA), para estar vivo é preciso ter um maquinário complexo para decodificar o manual e biomecanicamente construir um novo indivíduo igual e funcional.
Agora imagine uma rede de fábricas (células) atuando associadas, formando uma indústria especializada em determinado produto. Mas esta rede industrial é incapaz de manter-se sozinha, ela precisa de uma rede universitária onde pesquisas e conhecimentos são desenvolvidos e um governo administrativo (cérebro) que atue gerenciando outras indústrias como do ramo de construção (ossos), força e movimento (músculos) alimentos e fornecimento de energia (digestores), combustível (respiração), coleta e processamento de lixo (excreção), transporte interno (circulatório), um sistema de defesas contra inimigos e invasores (imunológico), uma grande fronteira (pele) e um setor de comunicação exterior (sentidos). Este país fantástico é um ser multicelular ainda se relaciona com milhares de outros seres, cada qual com bilhões de células.
Os descrentes descrevem a vida e os genes como egoístas , buscando exclusivamente sua própria perpetuação, mas o princípio envolvido parece ser muito diferente, tal como avalia o Dr. Paul Brand:
“Em troca de seu auto-sacrifício, a célula individual participa do que eu chamo de êxtase da comunidade. Nenhum cientista conseguiu até hoje medir como se transmite às células do corpo a sensação de segurança ou de prazer, mas as células individuais sem dúvida têm seu papel em nossas reações emo¬cionais. Hormônios e enzimas as inundam, provocando uma respiração acelerada, um tremor muscular, uma leve agitação no estômago. Se procu¬rar um nervo do prazer no corpo humano, você acabará decepcionado. Não há nenhum. Há nervos para a dor, o frio, o calor, o tato, mas nenhum nervo transmite a sensação de prazer. O prazer aparece como um subproduto da cooperação de muitas células”.
Em pensar que tudo isto começa com um universo atômico, com os ingredientes de Deus, transformados em substâncias e produtos inanimados que ao serem combinados produzem reações químicas, no interior de uma unidade chamada célula! Dr. Paul Brand concluí:
“Quando minhas células funcionam bem, eu mal tenho consciência de sua presença individual. O que sinto é o conjunto de todas as suas ativida¬des conhecido como Paul Brand. Meu corpo, composto de muitas partes, é um só”.
Não poderíamos encerrar esta viagem fascinante pelo nano cosmos microbiológico sem pensarmos na morte. Afinal, estas incríveis máquinas parecem ter um prazo de validade. Sabemos que nosso corpo envelhece, os organismos se degradam e finalmente todas as funções cessam. O que é a velhice? O que causa a morte?
De volta ao microscópio, o segredo está nas células. A despeito de acidentes, doenças ou agressões externas a vida dura o quanto a célula tiver a capacidade de se redividir. Para um camundongo isso equivale a 15 vezes e equivale a 3 anos, para uma tartaruga das galápagos equivale a 110 vezes e equivale a 175 anos e para o ser humano são 50 divisões e em média 120 anos.
O que acontece, por que não podemos redividir mais nossas células e avançar além disso? Deixarei que uma reportagem evolucionista responda esta pergunta, a descrição é tão incrível que a associação com o ensino Bíblico é formidável e um beco sem saída para evolucionistas e descrentes.
“As teorias sobre as causas do envelhecimento podem ser divididas em dois grupos: as primeiras dizem que o envelhecimento é um processo programado, que sucede o desenvolvimento embrionário e o crescimento; as outras defendem que o envelhecimento é um processo aleatório, causado por danos que vão se acumulando no organismo. ... Os cientistas já sabem que o número de divisões é determinado pelo tamanho dos telômeros, um novelo de DNA localizado na extremidade dos cromossomos e que serve como uma sola. A cada divisão, os cromossomos perdem parte do telômero, até que a sola acaba e a célula pára de se dividir e morre. Há uma enzima que evita a perda do telômero e torna a célula imortal. Seria o elixir da imortalidade? Longe disso. É ela que produz células cancerosas.” (Fonte: Super Interessante, ver referencias abaixo)
É interessante como o câncer é uma multiplicação desorganizada e doentia das células. O que aconteceria se este processo não fosse doentio e desorganizado? Por que ele é organizado ou porque se desorganiza, após muitos anos? Essa descoberta levou a conclusões muito importantes;
“A universidade de Newcastle, na Inglaterra, descobriu porque as células envelhecem. As células se autodestruiriam após detectar falhas em seu DNA, causadas pelo tempo. A razão para isto é evitar o desenvolvimento de DNA defeituoso, que causa câncer”. (Fonte: Opinião e Notícia, ver referencia abaixo).
Há um mecanismo projetado para impedir a degradação do DNA! Juntando as informações percebemos algo maior por trás da bioquímica;
“Pesquisas recentes mostram que muitos genes prejudiciais ao organismo na idade avançada são úteis na juventude. O câncer de pele, por exemplo, é uma versão fora de controle da capacidade da pele de curar as feridas, segundo o gerontologista americano Steve Austad”.
(Fonte: Super Interessante, Ibid)
Chegamos a conhecer um mecanismo da imortalidade, mas ele funciona com defeito e foi desligado, hoje ele atua de forma a impedir que uma vida degenerada se postergue em sofrimento. Assim como viver eternamente em pecado seria uma maldição insuportável tanto para nós, quanto para o Universo.
A vida e a morte são os dramas de nosso planeta. Em nossa viagem partimos do universo inanimado até as fábricas da vida. Literalmente saímos do pó da terra pelas mãos do Criador e voltamos ao pó por termos nos afastado destas mãos. No entanto, fica claro que não fomos criados para isso! Não fomos criados para a morte. Nossas emoções resistem a ela e dentro de nós parece haver resquícios de um sistema que permitiria o homem viver indefinidamente.
A Bíblia diz que ao perdermos o acesso da árvore da vida e seu fruto o homem se tornou suscetível ao desgaste, doença e morte. Geração após geração foi vivendo menos (Gn. 5 e Gn. 11), até que o limite biológico ficou em torno de 120 anos, embora a média seja ainda menor (Sl. 90:10). Aparentemente nosso Criador atuou com sua misericórdia de três maneiras:
1) Restringindo nossa vida para que não existíssemos eternamente numa condição miserável, decadente e pecadora. (Sl. 90)
2) Tornando a vida prolífera, para que a morte não triunfasse. (Sl. 104:30)
3) Enviando seu Filho ao mundo, para morrer pelo home caído e um dia sob a ressurreição e julgamento, redimir este mundo e os que nele creram. (S. João 3:16)
Isto não é uma questão de fé, é uma questão de vida! Como diria Moisés, o homem que alcançou os 120 anos:
“Ensina-nos a contar nossos dias, de tal maneira que alcancemos coração sábio” Salmo 90:12.
por Pr. Ericson Danese
http://www.if.ufrgs.br/tex/fis01043/20032/Humberto/index.html
http://creation.com/the-universe-is-finely-tuned-for-life
Reinhard Junker e Siegfried Scherer. Evolução Um livro texto crítico, Sociedade Criacionista Brasileira. DF, Brasília, 2002. 146.
Para uma completa análise sobre a impossibilidade da evolução da membrana celular, veja Junker e Scherer em ‘Evolução, um livro texto crítico’, SCB.
Para referencias detalhadas deste incrível sistema veja Michael Behe, ‘A caixa preta de Darwin, o desafio da bioquímica à teoria da evolução’.
Jean Clay O. Silva, “Propriedades Químicas do Carbono”, postado em 01/04/2006 no site http://www.ciencias.pro.br/?id=17, pesquisado em 25/06/2010.
http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2003/const_microorg/proteinas.htm
Esta é uma analogia fantástica usada por Michael Behe para descrever a complexidade irredutível dos sistemas biológicos, entre eles a célula.
Michael Behe, Caixa preta de Darwin, Jorge Zahar Editor, RJ, 1997. 59.
Maiores detalhes sobre fotossíntese em: Universidade Federal do Mato Grosso, pesquisado em http://www.ufmt.br/bionet/conteudos/15.01.05/fotossintese.htm, em 25/06/2010.
Grupo Virtuous, http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos/biomonera.php, pesquisado em 25/06/2010.
Alexander Von Stein e Daniel Verlag, Criação, Sociedade Criacionista Brasileira, DF Braília, 2005. 161.
Behe, Caixa preta de Darwin, 59-80.
“Menor motor da vida movimenta-se como uma serra dentro das células”, publicado em 22/02/2010 por Inovações Tecnológicas, ver em http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=menor-motor-vida-transporte-celulas&id=010165100222
Oxford Universty, “Bacterial motors could inspire nanotechnology” publicado em 20/02/2006 em http://www.physorg.com/news11029.html .
George T. Javor, Às vésperas da idade do gene, 1997, ver em http://dialogue.adventist.org/articles/09_2_javor_p.htm
Richard Dawkins, “O gene egoísta”.
Philip Yancey e Paul Brand “Feito de Modo Especial”, Pg. 11
Philip Yancey e Paul Brand, Pg. 12
Rodrigo Vergara e Marcio Penna, “Envelhecimento, corrida contra o tempo” publicado em Super Interessante, Edição 179, 202, pesquisado em http://super.abril.com.br/saude/envelhecimento-corrida-tempo-443277.shtml
Opinião e Notícia, Universidade descobre porque células envelhecem, http://opiniaoenoticia.com.br/vida/ciencia/universidade-descobre-porque-celulas-envelhecem/?twitter
Rodrigo Vergara e Marcio Penna, IBID.
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