O preconceito formal de Craig Venter contra cientistas religiosos



A Revista Veja, do dia 14 de julho passado, publicou uma entrevista com Craig Venter, o biólogo e empresário americano.
O que me interessou aqui, para análise, é uma pergunta em especial, que transcrevo abaixo:

P. O geneticista Francis collins, também responsável pelo mapeamento do genoma humano, é cristão fervoroso. É possível conciliar religião e ciência?
N. Não. É muito dificil ser um cientista de verdade e acreditar em Deus. Se um pesquisador supõe que algo ocorreu por intervenção divina, ele deixa de fazer a pergunta certa. Sem perguntas certas, sem questionamentos, não há ciência. O ser humano sempre tenta achar uma força misteriosa para explicar suas falhas, fraquezas e dúvidas. Mas a vida começa com o nascimento e termina com a morte. Se todas as pessoas aceitassem isso, aproveitariam mais sua vida, exigiriam mais de si mesmas e não desperdiçariam chances.

Parece uma alegação normal?
Nem de longe.
O que está escrito acima é um ATO FORMAL de preconceito ao cidadão religioso que porventura for cientista.
Esse tipo de atitude acima só pode ser respondida em forma de processo judicial.
Se alguém disser que um homossexual não pode ser um bom cientista, ou que teria sua vida profissional dificultada, aconteceria algo? Eu acho que sim.
Hoje em dia, se alguma celebridade ou político disser que ateu não pode servir para alguma profissão, muitos ateus protestariam. Não tiro a razão deles em protestarem.
Mas quando alguém diz que um religioso dificilmente conseguirá executar adequadamente a profissão de cientista, qual a atitude das lideranças religiosas?
O que fica evidente é: a única categoria a qual é permitido o lançamento de preconceito é o religioso.
O resultado é que a quantidade de preconceito tende a aumentar.
Em um processo judicial, por exemplo, Venter teria que ser obrigado a dizer que as perguntas feitas pelo cientista religioso em sua atividade profissional “não são certas” ou até que ele “questiona menos”.
Como dificilmente ele conseguiria provar isso, não seria um caso difícil fazer justiça.
É para incentivar ações desse tipo que é preciso de uma militância.
Outra coisa. Quando Venter disse que se nós virássemos ateus, iríamos “aproveitar mais a vida” ou “exigir mais de nós mesmos” ou “deixaríamos de desperdiçar chances”, quais as evidências empíricas disso?
Uma coisa que se nota é que ateu radical (e a postura do Venter é radical, e não moderada) é igual marxista. Pensa em formato de classe.
Nota-se que eles não tem capacidade de julgamento de qualquer ato que é feito por um deles em relação ao religioso. Tudo é liberado e correto a priori, e assim a coisa vai.
Se a liderança religiosa norte-americana não reagir em tempo, vão pagar por isso.