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O que o pecado faz ao homem
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O que o pecado faz ao homem
Em suas epistolas, Paulo aponta sete características do pecado: 1) imundícia (Rm 1.24); 2) desonra para o corpo (1.24); 3) paixão infame (1.26); 4) antinaturalidade (1.26); 5) contrariedade à natureza (1.26); 6) torpeza (1.28); 7) erro (1.28).O apóstolo Paulo amplia a questão quando faz um diagnóstico sombrio da realidade que nos cerca. A decadência moral atinge todos os relacionamentos: com Deus, consigo próprio, com o próximo e com a família. Esta é a mais longa lista de pecados encontrada nas epístolas paulinas. Paulo faz uma lista de 21 pecados, que mostraremos agora:
Cheios de injustiça – A palavra grega adikia significa roubar tanto aos homens como a Deus de seus direitos.
Cheios de malícia – A palavra grega poneria se refere a uma maldade sedutora, maligna. Trata da pessoa que não apenas é má, mas procura arrastar os outros para sua maldade.
Cheios de avareza – A palavra grega pleonexia é o desejo desenfreado que não conhece limites nem leis, o desejo insaciável de ter o que não lhe pertence por direito. É amor insaciável às possessões e aos prazeres ilícitos.
Cheios de maldade – A palavra grega kakia descreve o homem desprovido de todo o bem. Trata-se da pessoa que tem inclinação para o pior. É o vício essencial que inclui todos os outros e do qual todos os outros procedem.
Possuídos de inveja – A palavra grega fthonos descreve o terrível sentimento de sentir-se desconfortável com o sucesso dos outros, não só desejando o que lhe pertence, mas também alegrando-se com suas tragédias.
Possuídos de homicídio – A palavra grega fonos se refere a desejo, intenção ou atitude de ferir o outro para tirar-lhe a vida. O assassino é também aquele que odeia a seu irmão (1Jo 3.15). O homem pode ver a ação, mas Deus conhece a intenção.
Possuídos de contenda – A palavra grega eris diz respeito ao sentimento e à atitude daquele pessoa que é dominada pela inveja e por isso se torna facciosa e briguenta.
Possuídos de dolo – A palavra grega dolos retrata a pessoa que não age da maneira reta, usando sempre métodos tortuosos e clandestinos para alguma vantagem. A palavra vem do verbo doloun usado para referir-se à falsificação de metais preciosos e a adulteração de vinhos.
Possuídos de malignidade – A palavra grega kakoetheia descreve a pessoa que sempre supõe o pior acerca dos outros. É a pessoa que sempre vê as coisas pelo lado mais sombrio.
Difamadores – A palavra grega psithyristes representa a pessoa que murmura suas histórias maliciosas de ouvido a ouvido.
Caluniadores – A palavra grega katalalos refere-se a pessoa que proclama publicamente suas infâmias.
Aborrecidos de Deus – A palavra grega theostygeis retrata o homem que odeia a Deus, porque sabe que Deus é estorvo em seu caminho de licenciosidade. De bom grado eliminaria Deus se pudesse, pois para ele o mundo sem Deus lhe abriria o caminho para o pecado.
Insolentes – A palavra grega hybristes retrata a pessoa altiva, soberba, sadicamente cruel, que encontra prazer em prejudicar o próximo.
Soberbos – A palavra grega hyperefanos descreve a pessoa que está cheia de si mesma como um balão cheio de vento. Este é o ponto culminante de todos os pecados. Trata-se de quem despreza todos, exceto a si mesmo, e tem prazer em rebaixar e humilhar os outros.
Presunçosos – A palavra grega alazon descreve a pessoa que pensa de si mesma além do que convém e exalta a si mesma acima da medida. Diz respeito a quem pretende ter o que não tem, saber o que não sabe e jacta-se de grandes negócios que só existem em sua imaginação.
Inventores de males – As palavras gregas efeuretes kakon retratam aquelas pessoas que buscam novas formas de pecar, novos recônditos nos vícios, porque estão enfastiadas e sempre à procura de novas emoções em alguma fora diferente de transgressão.
Desobedientes aos pais – As palavras gregas goneusin apeitheis se referem àquela atitude dos filhos de sacudir o jugo da obediência aos pais. Trata-se de filhos rebeldes e irreverentes.
Insensatos – A palavra grega asynetos descreve o homem que é incapaz de aprender as lições da experiência. Trata-se da pessoa culpada de grande sandice, que se recusa a usar a mente e o cérebro que Deus lhe deu.
Pérfidos – A palavra grega asynthetos descreve a pessoa que não é confiável. É aquele desonesto em quem não se pode confiar.
Sem afeição natural – A palavra grega astorgos significa sem amor à família. Trata do desamor dos pais aos filhos e dos filhos aos pais. É a falta de afeto entre os irmãos de sangue. A prática abusiva de abortos e os crimes familiares apontam para a gravidade desse pecado em nossos dias.
Sem misericórdia – A palavra grega aneleemon retrata a pessoa implacável, sem piedade, que fere e mata o outro sem compaixão.
Conclusão
Depois de descrever com cores fortes e vividas o estado de decadência da sociedade, Paulo faz duas afirmações ainda mais chocantes:
1) Os homens pecam conscientemente. “Ora conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam não somente as fazer…” (Rm 1.32ª). As pessoas agem sabendo que estão agindo errado. Elas sufocam a verdade, abafam a voz da consciência, mas no íntimo sabem que aquilo que praticam é um ato de rebeldia contra Deus e passível de punição.
2) Os homens aplaudem os que praticam as mesmas coisas. “…mas também aprovam os que assim procedem” (Rm 1.32b). Amados vejam a atualidade das Escrituras. A sociedade se mostra orgulhosa e até entusiasmada pelo pecado. O nível mais baixo da degradação moral de uma sociedade é quando ela não apenas pratica o mal, mas também o incentiva e aplaude. Esse é o clímax da perversidade. É isso que vemos todos os dias na televisão, nos outros meios de comunicação...
O que o pecado faz ao homem
Vivemos num mundo de pecado! Esta é uma afirmação absoluta que descreve a triste condição na qual quase desde o inicio a humanidade está mergulhada, em consequência das suas más escolhas. No entanto, isso não significa uma condenação irreversível; Deus providenciou um meio de escape, uma fuga, essa sim de caráter definitivo.
Cumpre no entanto estabelecer aqui um ponto importante: ainda que esta condição seja extensível a todos os seres humanos, uma diferença importante existe entre 'cometer pecado' e 'permanecer no pecado'. Dito de outra forma, todos pecaram; mas enquanto alguns reconhecem a sua condição e se entregam a uma atitude de mudança e conversão, outros há que insistem na sua vida de erro e rebeldia contra os santos princípios de Deus. Isto é permanecer no pecado ou viver em pecado.
O que diz a Bíblia acerca destes que escolhem permenecer no pecado? Como são eles qualificados? A quê são comparados? Em que se torna a vida deles?
Pois bem, se a Bíblia é, por excelência, um manual divino de salvação, também não é menos verdade que não deixa de descrever o mal, o erro, o pecado, nos seus reais contornos. E mesmo que por vezes fiquemos chocados com algumas palavras usadas, particularmente na resposta àqueles questões, a verdade é que o livro sagrado não incorre em engano algum.
Com base bíblica, façamos um raciocínio lógico para percebermos as respostas de Deus.
Em primeiro lugar, percebamos em dois textos qual a relação que Salvador do homem deseja manter com o Seu povo: 'regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-Lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a Sua esposa se aprontou' (Apocalipse 19:7); 'e veio a mim um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas, e falou comigo, dizendo: vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro' (Apocalipse 21:9).
Temos então que, simbolicamente, há um compromisso matrimonial entre Cristo (o marido) e a Sua igreja (a esposa). E o que se espera de uma relação deste tipo? Fidelidade, respeito mútuo, confiança e lealdade.
Será que isso foi sempre assim? Ou será que houve alguma das partes que violou a aliança matrimonial?
Eis a análise do próprio Deus (notas minhas entre parêntesis): 'disse mais o Senhor nos dias do rei Josias: viste o que fez a rebelde Israel (ou seja, a esposa)? Ela foi a todo o monte alto, e debaixo de toda a árvore verde, e ali andou prostituindo-se. E eu disse: depois que fizer tudo isto, voltará para Mim; mas não voltou (ou seja, permaneceu no pecado); e viu isto a sua aleivosa irmã Judá. E vi que, por causa de tudo isto, por ter cometido adultério a rebelde Israel, a despedi, e lhe dei a sua carta de divórcio, que a aleivosa Judá, sua irmã, não temeu; mas se foi e também ela mesma se prostituiu' (Jeremias 3:6-8).
Deus olha para o Seu povo e culpa-o por ter violado, transgredido o pacto que havia entre Si e eles. Ora, se simbolicamente havia um casamento, então passa a haver (tal e qual o texto refere) um adultério.
Novamente, uma pergunta surge: o que diz a Bíblia acerca da igreja, do Seu povo que adultera contra Deus?
Provérbios no capítulo 7 descreve uma cena na qual uma mulher se insinua perante um homem que não é o seu marido. Os termos que a Escritura usa são: 'eis que uma mulher lhe saiu ao encontro com enfeites de prostituta, e astúcia de coração' (v. 10); 'chegou-se para ele e o beijou' (v. 13); 'saciemo-nos de amores até à manhã; alegremo-nos com amores' (v. 18).
Agora repare o que a Bíblia diz desse homem que, perante a tentação do pecado, escolheu ceder: 'assim, o seduziu com palavras muito suaves e o persuadiu com as lisonjas dos seus lábios. E ele logo a segue, como o boi que vai para o matadouro, e como vai o louco para o castigo das prisões' (v. 21-22).
É mesmo verdade: aquele que voluntariamente escolhe uma vida de rebelião contra Deus (ou seja, escolhe permanecer no pecado) é comparado a um animal que segue o seu rumo para a morte...
Por incrível que pareça, temos na Bíblia exemplos práticos da sentença proferida em Provérbios.
Nabucodonosor revoltou-se contra Deus. O Eterno tinha anunciado que o seu reino passaria, mas o monarca babilónico achou que a sua vontade prevaleceria sobre a determinação divina. Então, a Palavra de Deus ergueu-se contra este que preferiu permanecer em rebelião (ou, no pecado...) nos seguintes termos:
'E serás tirado dentre os homens, e a tua morada será com os animais do campo; far-te-ão comer erva como os bois, e passar-se-ão sete tempos sobre ti, até que conheças que o Altíssimo domina sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer. Na mesma hora se cumpriu a palavra sobre Nabucodonosor, e foi tirado dentre os homens, e comia erva como os bois, e o seu corpo foi molhado do orvalho do céu, até que lhe cresceu pelo, como as penas da águia, e as suas unhas como as das aves' (Daniel 4:32-33).
Se quiser outro exemplo, lembre-se da obstinada e orgulhosa postura de Balaão (Números 22-24) quando, na procura do interesse próprio, espancou a sua mula, chegando ao ponto de... manter conversa com o animal (!!!) Que eu saiba, um homem no seu perfeito juízo não fala com animais; se o faz, é porque algo na sua vida está mal ao ponto de poder ser comparado com uma criatura desprovida de raciocínio e inteligência... Tal qual Provérbios 7:22 explicou porquê...
Deus criou o homem para reinar sobre os animais, não para ser comparado com eles. Mas se escolhermos o caminho errado, será nessa triste condição que seremos achados.
Publicada por Filipe Reis em 8/14/2010 07:31:00 PM
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