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Psicologia: Ciência ou Religião ?

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Psicologia: Ciência ou Religião ? Empty Psicologia: Ciência ou Religião ?




Psicologia: Ciência ou Religião ? Psicologia

Por Martin & Dreide Bobgan



Tradução de Mary Schultze

Adaptado por Artur Eduardo


O que William Law escreveu, há dois séculos, está mais do que evidente nos dias de hoje: “O Homem precisa ser salvo tanto de sua própria sabedoria como de sua autojustiça, pois ambas produzem uma e a mesma corrupção”. É paradoxal que, num tempo em que os pesquisadores psicológicos estão demonstrando menos confiança no aconselhamento psicológico, mais e mais cristãos professos estejam em busca do mesmo. Os centros de aconselhamento “cristão” estão brotando em toda a nação (USA), oferecendo o que muitos acreditam ser uma perfeita combinação: Cristianismo + Psicologia. Além disso, os cristãos, que nem sequer estão no ministério de aconselhamento, buscam os psicólogos para que estes os aconselhem como devem viver e se relacionar com os outros e como enfrentar os desafios da vida.

Em suas tentativas de se tornarem importantes, muitos pregadores, mestres, conselheiros e escritores cristãos promovem uma psicologia de vida, em vez de uma perspectiva bíblica. O símbolo da psicologia obscurece a cruz de Cristo e o jargão psicológico contamina a Palavra de Deus. A psicologia é um levedo sutil espalhado na igreja, o qual tem permeado toda a massa e está imperceptivelmente debilitando as ovelhas. Ela promete muito mais do que pode dar e o que entrega não é um alimento substancioso. Mesmo assim, multidões de cristãos professos vêem a psicologia com respeito e admiração.


Quando falamos de psicologia como levedo, não estamos nos referindo a todo o campo do estudo psicológico, como a pesquisa válida. Nossa preocupação é principalmente com aquelas áreas, que tratam da natureza do homem, como ele deve viver e como pode mudar. Estas [áreas] envolvem alguns valores, atitudes e comportamentos diametralmente opostos à Palavra de Deus. Veremos, portanto, que a psicanálise e a psicoterapia não têm compatibilidade alguma com a fé cristã.


Quatro Mitos Sobre a Psicologia

Entre os cristãos professos existem quatro mitos principais sobre a psicologia, os quais se entrincheiraram na igreja:

O primeiro mito importante é comum aos cristãos e não cristãos, do mesmo modo - que psicoterapia (aconselhamento psicológico, junto com as suas teorias e técnicas) é uma ciência, um meio de entender e ajudar a humanidade, embasado na evidência empírica coletada de dados mensuráveis e consistentes.

O segundo mito importante é que o melhor tipo de aconselhamento utiliza tanto a psicologia como a Bíblia. Os psicólogos, que também se dizem cristãos, geralmente afirmam ser mais qualificados para ajudar as pessoas a se entenderem e a mudar o seu comportamento do que os outros cristãos (inclusive pastores e anciãos) não formados em psicologia.

O terceiro mito importante é que as pessoas que estão experimentando problemas de comportamento mental-emocional-comportamental estão real e psicologicamente enfermas e, portanto, precisam de terapia. O argumento comum é que “o médico trata o corpo, o ministro trata o espírito e o psicólogo trata a mente e as emoções”. A não ser que sejam formados em psicanálise e psicoterapia, os ministros, são, supostamente, desqualificados para ajudar os que estão sofrendo sérios problemas da vida.

O quarto mito importante é que a psicoterapia tem um elevado registro de sucesso - que o aconselhamento psicológico produz maiores resultados do que outras formas de ajuda, tais como a auto-ajuda e a ajuda provida pela família, amigos ou pastores. Assim, o aconselhamento psicológico é visto como mais efetivo do que o aconselhamento bíblico na ajuda a alguns cristãos. Esta é uma das principais razões por que tantos cristãos professos estão treinando para se tornarem psicoterapeutas.

Psicologia: Ciência ou Religião ? Naturologia

A Psicologia é uma Ciência?

Homens e mulheres de Deus buscam sabedoria e conhecimento tanto da revelação da Escritura como do mundo físico. Paulo contende: “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis” (Romanos 1:20). O estudo científico é um meio válido de se chegar a compreender a obra de Deus e pode ser útil em muitas áreas da vida. A verdadeira ciência desenvolve teorias embasadas no que é observado. Ela examina cada teoria com rigorosos testes, para ver se esta corresponde à realidade. O método científico labora bem ao observar e registrar dados físicos, para chegar a conclusões que confirmem ou anulem a teoria.

Nos meados do século 19, eruditos (de fato, filósofos) quiseram estudar, registrar e tratar o comportamento humano. Eles acreditavam que, se as pessoas pudessem ser estudadas de maneira científica, haveria maior exatidão na compreensão do comportamento atual, no sentido de predizer o comportamento futuro e alterar o comportamento através da intervenção científica. A psicologia, e o seu braço direito - a psicoterapia - têm, realmente, adotado uma postura científica. Contudo, a partir do estrito ponto de vista científico, elas não têm conseguido atender as exigências da verdadeira ciência.

Ao tentar avaliar o status da psicologia, a American Psychological Association nomeou Sigmund Koch para planejar e dirigir o estudo que foi subsidiado pela National Science Foundation. Este estudo envolveu oitenta eminentes eruditos, no sentido de se conseguirem fatos, teorias e métodos de psicologia. Em 1983, os resultados foram publicados numa série de sete volumes intitulada Psychology: A Study of Cience”. Koch descreve a ilusão de se pensar que a psicologia seja uma ciência:


“A esperança de uma ciência psicológica se torna indiscernível, a partir do fato da ciência psicológica. A completa história subseqüente da psicologia pode ser vista como um esforço ritualístico de se igualar às formas de ciência, tentando manter a ilusão de ser uma ciência”.
Koch disse ainda: “Através da história da psicologia como ‘ciência’, o áspero conhecimento que ela tem depositado tem sido uniformemente negativo”. O fato é que as declarações da psicologia que descrevem o comportamento humano, ou que registram resultados de pesquisas, podem ser científicos. Contudo, quando nos movemos a partir da descrição do comportamento humano para explicá-lo e, particularmente, para mudá-lo, movemo-nos da ciência para a opinião. Sair da descrição para a prescrição é se mover da objetividade para a opinião. E a opinião sobre o comportamento humano, quando apresentada como verdade ou fato científico, é mera pseudociência. Ela repousa sobre falsas premissas (opiniões, suposições, explanações subjetivas), conduzindo a falsas conclusões.

O dicionário define “pseudociência” como “um sistema de teorias, suposições e métodos erroneamente observados como científicos”. A pseudociência ou pseudocientismo inclui rótulo científico, a fim de proteger e promover opiniões, as quais não são prováveis nem refutáveis. Um dos aspectos da psicologia acoplado à pseudociência é a psicoterapia. Se ela tivesse algum sucesso como ciência, teríamos algum consenso no campo dos problemas mentais-emocionais-comportamentais e em como tratá-los. Em vez disso, o campo está repleto de teorias e técnicas contraditórias, todas elas em íntima confusão, não se aproximando da ordem científica.

A psicoterapia prolifera com muitas explanações conflitantes sobre o homem e o seu comportamento. O psicólogo Roger Mills, num artigo Psychology Goes Insane”, de 1980, escreve: O campo da psicologia é, hoje em dia, uma baderna. Existem tantas técnicas, métodos e teorias envolvendo-a como existem pesquisadores e terapeutas. Pessoalmente, eu tenho visto terapeutas convencerem os clientes de que todos os seus problemas provêm de suas mães, das estrelas, do seu biotipo, de sua dieta, do seu estilo de vida e até mesmo, do ‘carma’ de vidas passadas”. [N.T.: Isto não é ciência, é pura superstição!].

Com 250 ou mais sistemas diferentes de psicoterapia, cada um afirmando superioridade sobre os demais, é difícil ver essas opiniões diversificadas como científicas ou até mesmo factuais. A verdade é que fundamentos da psicoterapia não são científicos, mas, em vez disso, provêm de visões filosóficas do mundo, especialmente do determinismo, do humanismo secular, do behaviorismo, do existencialismo e, até mesmo, do evolucionismo. O psicanalista E. Fuller Torrey, mundialmente conhecido, é bastante ostensivo ao declarar: “As técnicas usadas pelos psiquiatras ocidentais estão, com raras exceções, exatamente no mesmo patamar científico das técnicas usadas pelos curandeiros”.

Psicologia: Ciência ou Religião ? Sim+e+n%C3%A3o
A Psicologia Como Religião


As explanações dos motivos pelos quais as pessoas se comportam da maneira como o fazem e de como mudam, têm preocupado os filósofos, teólogos e ocultistas, através dos séculos. Elas formam a base da psicologia. Contudo, a psicologia lida exatamente com as áreas de preocupação já tratadas na Escritura. Visto como a Palavra de Deus nos ensina como devemos viver, todas as ideias sobre os porquês do comportamento e dos “comos” da mudança devem ser vistos como religiosos por natureza. [N.T.: Quase todos os problemas humanos de comportamento são uma consequência dos pecados dos nossos antepassados ou dos nossos próprios pecados]. Enquanto a Bíblia afirma sua revelação divina, a psicoterapia afirma uma sustentação científica. Mesmo assim, quando se chega ao comportamento e às atitudes, à moral e aos valores, estamos lidando com a religião - quer seja da fé cristã ou de qualquer outra fonte, inclusive o humanismo secular.

O nobelista Richard Feyman, ao considerar a afirmação de status científico da psicoterapia, afirma que “a psicanálise não é uma ciência” e ela “talvez esteja mais para curandeirismo”.
O próprio Carl Jung escreveu: “As religiões são sistemas de curas para doenças psíquicas... Por isso, os pacientes forçam os psicoterapeutas a desempenharem o papel de sacerdotes, esperando e exigindo que eles os livrem de suas tristezas. Esta é a razão por que nós, os psicoterapeutas, devemos nos ocupar dos problemas que, estritamente falando, pertencem ao teólogo”.

Observem que Jung usou a palavra “religiões”, em vez de Cristianismo, pois ele o havia repudiado e buscado outras formas de experiência religiosa, inclusive o ocultismo. Sem descartar a natureza religiosa do homem, Jung descartou o Deus da Bíblia, tendo assumido, ele mesmo, o papel de sacerdote. Jung via todas as religiões, inclusive o Cristianismo, como mitologias coletivas. Ele não acreditava que elas fossem reais na essência, mas que podiam afetar a personalidade humana e servir para solucionar os problemas do homem. Ao contrário de Jung, Sigmund Freud reduzia todas as crenças religiosas ao status de ilusão e classificava a religião como “a neurose obsessiva da humanidade”. Ele via a religião como ilusória e, portanto, maligna e fonte de problemas mentais.

Contudo, as posições de Jung e Freud são legítimas no que se refere às religiões do mundo, a todas as que são anticristãs. Um nega o Cristianismo e o outro nega a mitologia. Ao repudiar o Deus da Bíblia, tanto Freud como Jung levavam os seus seguidores à busca de uma compreensão e de uma solução alternativa [N.T.: inútil] da humanidade para os problemas da vida. Eles se voltavam às suas imaginações limitadas e enxergavam os seguidores, a partir de sua própria subjetividade anticristã.

A fé uma vez entregue aos santos tem sido substituída por uma fé disfarçada como medicina ou ciência, embasadas em fundamentos totalmente contrários à Bíblia. O psiquiatra Thomas Szasz, em seu livro de 1978, The Myth of Psychoterapyafirma: “Os ingredientes básicos da psicoterapia nem sempre envolvem repressão”. Ele expressa que, conquanto a psicoterapia, nem sempre envolva repressão, ela sempre envolve religião e retórica (conversa). Szasz afirma, categoricamente, que “as relações humanas, que agora chamamos psicoterapia, são, de fato, assunto da religião - e as rotulamos de ‘terapêuticas’, correndo um sério risco para o nosso bem-estar espiritual”. Em outro lugar, referindo-se à psicoterapia como religião, Szasz afirma: “Ela não é somente uma religião que pretende ser ciência, como é, de fato, uma falsa religião, buscando destruir a verdadeira religião”.

Szasz prossegue dizendo que “Psicoterapia é um nome moderno, soando científico, para o que antes era conhecido como ‘cura das almas’. Um dos seus principais objetivos para escrever The Myth of Psychoterapy foi: “... Mostrar como, com o declínio da religião e o crescimento da ciência, no século 19, a cura das almas (“pecadoras”), a qual havia sido parte integral da religião cristã, foi relançada como a cura das mentes (“enfermas”) e se tornou uma parte integral da Medicina”. A cura das almas, que antes havia sido um ministério vital da igreja, foi substituída, a partir daquele século, pela cura das mentes, sob o nome de psicoterapia. O verdadeiro aconselhamento bíblico, que havia existido até então, tornou-se quase inexistente.

Em Cristo Jesus,

Pr. Artur Eduardo
Eduardo
Eduardo

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Idade : 54
Inscrição : 08/05/2010

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