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Um outro nítido exemplo pode ser visto na influência da filosofia hegeliana (Hegel), sobre a Teologia do Antigo Testamento, principalmente no que concerne à concepção de Hegel sobre o desenvolvimento da religião.
Hegel concebia a religião em quatro etapas distintas:


  • religião natural ou animismo caracterizado pela adoração a natureza;

  • religião antropomórfica, cuja ênfase estava na representação da divindade em forma humana1;

  • religião cristã ou cristianismo;

  • o último estágio de desenvolvimento da religião é a reformulação das crenças do cristianismo em conceitos da filosofia especulativa.
Esse conceito idealista (isto é, apenas a mente é real) 2 da história da religião baseava-se nas três leis do raciocínio lógico-filosófico (lógica dialética):


  • do movimento – “tudo é movimento, e está em processo de mudança continuamente”;

  • da contradição – onde “a contradição é a base de todo movimento e toda manifestação vívida”;

  • da transformação qualitativa – que é “o resultado do encadeamento lógico das duas primeiras”.
Procede dessa conseqüência lógica (tese, antítese e síntese), que a história revela progressivamente o absoluto, e tudo o que acontece na história é de caráter racional, pois tudo tem uma justificativa racional. Segundo Reale: “Hegel pode ser considerado o primeiro “modernista” (para usar uma terminologia posterior), no sentido que adequou sistematicamente o dogma cristão tradicional ao pensamento moderno e o mudou radicalmente em função de suas exigências especulativas”.3
O idealismo hegeliano expandiu-se como movimento filosófico alemão, e após a morte de Hegel, a escola se dividiu a respeito da correta interpretação da doutrina religiosa, nascendo assim o que Mondin chama de direita e esquerda hegeliana.4 A esquerda representada por J.K.F. Rosenkranz e G. Herdermann, que alterando a doutrina de Hegel, procuraram se coadunar com a ortodoxia e com a fé cristã tradicional, conservando a crença na imortalidade da alma, a união da natureza divina e humana na pessoa de Cristo, a personalidade e a transcendência de Deus.5 Já os hegelianos da esquerda, tais como L. Feuerbach e K.Marx desenvolveram a filosofia de Regel como radical negação dos fenômenos sobrenaturais e naturais da vida religiosa.6
Quando o discípulo de Hegel, Wilhelm Vatke lançou em 1835 a sua Teologia Bíblica (Biblische Theologie) com base na filosofia de seu mestre, lançou as sementes para Julius Wellhausen, em 1895, desferir seu golpe contra a autoria mosaica do Pentateuco, por meio da Hipótese Documentária.
Embora não tenha sido o pioneiro da teoria evolucionária da história religiosa de Israel, e o patrono da Hipótese Documentária, Wellhausen, de modo habilidoso e eloqüente deu nova roupagem a teoria a partir de uma releitura do teólogo Karl H. Graf, conferindo-lhe a sua expressão clássica, que lhe deu proeminência na maioria dos círculos eruditos europeus e, mais tarde, norte-americanos. Mais tarde essa teoria ficou conhecida como Hipótese Graf-Wellhausen, que foi aceita como base fundamental da Alta Crítica.

Segundo Wellhausen, o Pentateuco não é de autoria mosaica, mas a reunião de diversos documentos escritos por diversos autores, escritos em épocas distintas. Wellhausen fez repousar a Hipótese Documentária sobre o ponto de vista evolutivo da história, prevalecente nos círculos filosóficos da época. Usava a teoria da evolução religiosa de Israel como um dos meios para distinguir os supostos documentos que constituiriam o Pentateuco. Também a utilizou para datar esses documentos. Por exemplo, se lhe parecia que determinado documento tinha uma teologia mais abstrata do que outro, chegava à conclusão de que havia sido redigido em data posterior, já que a religião cada vez mais se tornava complicada. Por isto, estabeleceu datas segundo a medida de desenvolvimento religioso que ele imaginava. Relegou o livro do Gênesis, em sua maior parte, a uma coleção de mitos cananeus, adaptados pelos hebreus.

1 Onde Deus era representado na forma humana com templos e imagens edificados em sua homenagem.
2 O conceito idealista de Hegel era que somente a mente é real, e o que é real é racional, e tudo aquilo que é racional é real.
3 REALE, Giovane; ANTISERI, Dario. História da filosofia: do Romantismo até nossos dias. 3.ed. São Paulo: Paulus. Volume III. 1990, p.99.
4 Cf. MONDIN, Battista. Curso de filosofia: os filósofos do Ocidente. 5. ed. São Paulo: Edições Paulinas.Volume 3. 1981-1983, p.46.
5 Id.Ibid.,p.47.
6 Id.Ibid.,p.47.
Introdução à Teologia do Antigo Testamento
Eduardo
Eduardo

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