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Igreja: Resposta de Deus para o mundo (que sofre)

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Mensagem por Eduardo Sáb maio 29, 2010 9:52 pm

Igreja: Resposta de Deus para o mundo (que sofre) Espiritualidade-2ZU5PJKUiCfpaQJhBpD9Ouzso


Não sei em que mundo você vive.

Talvez o seu mundo seja descrito com palavras como belo, maravilhoso, perfeito. Ou quem sabe, palavras como caótico, assustador, injusto. Fiz a pergunta para uma jovem, e ela me respondeu “eu vivo num mundo de cabeça para baixo”.

Em que mundo você vive? Como completaria a frase “eu vivo num mundo...”?

Não sei em que mundo você vive. Mas eu vivo em um mundo marcado pelo sofrimento humano.

De todas as possibilidades de definição do mundo, o sofrimento humano é o que de maneira mais contundente me interpela.

Com isso quero dizer que entre a admiração pela sua beleza e imensidão, a gratidão pelas suas dádivas, o encantamento e o prazer diante de suas possibilidades, minha resposta mais imediata à pergunta a respeito do mundo é o incômodo causado pelo sofrimento humano. Quando penso no mundo em que vivo, meu primeiro insight é lembrar de alguém que sofre.

Na verdade, confesso, posso lembrar e depois esquecer, numa fração de segundos, e, depois de esquecer, buscar meu próprio prazer ou minha satisfação. Conviver com memórias e imagens de um mundo que sofre e de pessoas específicas que esperam socorro e consolo é uma experiência cansativa e pesada. Nossa tendência é negar ou disfarçar o sofrimento e seguir vivendo, iludidos numa bolha de proteção que nos dá a falsa sensação de que o sofrimento não baterá à nossa porta. Se é que ainda não bateu e invadiu a casa, o que é mais provável.

Mundo, Deus e Igreja

A igreja é a resposta de Deus para um mundo marcado pelo sofrimento. Isso quer dizer duas coisas. A primeira é que a resposta de Deus não é uma explicação teórica. A resposta de Deus é uma ação. Primeiro, enviando Jesus.

Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele. [João 3.16,17]

Mas depois de Jesus, Deus enviou a igreja. A igreja é agente da missio Dei, isto é, do Deus que está em missão para o resgate do mundo.

Assim como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo. [João 17.17]

Jesus disse: “Paz seja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu os envio”. [João 20.21]

Mas dizer que a igreja é a resposta de Deus para o mundo não significa apenas que Deus responde agindo, mas também que a ação de Deus é (prioritariamente) por meio da igreja.

Esta é a razão porque Jesus adverte seus discípulos a respeito da possibilidade da irrelevância da igreja. É por meio da igreja que Deus atua no mundo que se decompõe e apodrece – a igreja é sal da terra. É também por meio da igreja que Deus ilumina um mundo em trevas – a igreja é luz do mundo. [Mateus 5.13-16].

Mais do que isso, a igreja é o testemunho da multiforme graça e sabedoria de Deus para todo o universo.

A intenção dessa graça era que agora, mediante a igreja, a multiforme sabedoria de Deus se tornasse conhecida dos poderes e autoridades nas regiões celestiais, de acordo com o seu eterno plano que ele realizou em Cristo Jesus, nosso Senhor, por intermédio de quem temos livre acesso a Deus em confiança, pela fé nele. [Efésios 3.10-12]

A igreja é o sinal histórico do reino de Deus. Isto é, é através da igreja que Deus está presente no mundo. Mas a igreja pode fracassar em sua vocação. Pode ser um sal que perdeu o sabor e pode ser uma luz escondida. A advertência de Jesus é estímulo para a reflexão. A pergunta que devemos fazer é: de que maneira a igreja se torna sinal do reino de Deus?

A presença cristã no mundo contemporâneo

A maneira como a presença cristã está configurada no mundo de hoje, especialmente no movimento chamado evangélico no Brasil, indica que as pessoas vão à igreja em busca de solução para seus problemas pessoais.

Já fui muito crítico desse movimento. Mas hoje vejo com outros olhos. Enxergo um equívoco e uma intuição correta. O equívoco é duplo: a igreja promete o poder de Deus para soluções de problemas pessoais. A ênfase está no poder de Deus. Isso isenta a igreja de se comprometer na busca de solução para o sofrimento humano. A igreja se comporta como se sua única responsabilidade fosse clamar a Deus, e depois Deus é quem fica com ônus e a responsabilidade de agir para resolver os problemas que lhe são apresentados. Nesse caso, a resposta para o sofrimento não é mais a igreja, mas o poder de Deus. Isso é um equívoco, pois Deus já agiu em resposta ao sofrimento quando enviou Jesus e enviou a igreja de Jesus, corpo do Cristo ressurreto, ungido pelo Espírito Santo para a missão.

O segundo aspecto do equívoco do atual modelo evangélico é o foco nos problemas pessoais. A igreja não apenas “lava suas mãos”com a postura do “Deus resolve”, como também incentiva uma espiritualidade egocêntrica e individualista: “Deus resolve a MINHA vida, Deus resolve os MEUS problemas”.

Mas nessa busca da igreja para a solução de problemas pessoais enxergo também uma intuição que considero correta, a saber, que a igreja é mesmo o lugar aonde as pessoas devem ir em busca de ajuda. A explicação é simples: a igreja é o lugar que reúne pessoas que se comprometeram a dedicar a vida a resolver os problemas dos outros.

A igreja é necessariamente uma comunidade de doadores. A igreja é a comunidade cujo requisito essencial para ingresso é a conversão ao Evangelho de Jesus Cristo, ou, se preferir, à própria pessoa de Jesus Cristo. Isso significa que a condição imprescindível para que alguém faça parte da igreja é a experiência de negar a si mesmo. Isso significa que a igreja é essencialmente a comunidade daquele tipo de gente que não vive mais para si mesma.

Pois o amor de Cristo nos constrange, porque estamos convencidos de que um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. [2Coríntios 5.14,15]

Então Jesus disse aos seus discípulos: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá, mas quem perder a sua vida por minha causa, a encontrará. Pois, que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o homem poderá dar em troca de sua alma? [Mateus 16.24-26]

Dois modelos de espiritualidade

Lucas, o evangelista, fez questão de registrar em seus escritos o contraste entre as pessoas que vivem para si mesmas e as que vivem para Deus e, se vivem para Deus, vivem para o mundo, isto é, vivem como resposta de Deus para um mundo marcado pelo sofrimento. Em seu artigo entitulado O QUE HAVIA SIDO USURPADO (www.baciadasalmas.com/2010/o-que-havia-sido-usurpado), Paulo Brabo discorre com extraordinária exatidão esse contraste.

Na parábola do rico insensato [Lucas 12.13-21] Jesus desmascara a índole natural de todo ser humano: o egoísmo. O rico da Parábola é uma denúncia dos pecados próprios do egoísmo.

A ganância, que é idolatria, não é o desejo de acumular riquezas e não é o anseio pela aparente liberdade que as riquezas podem comprar. O verdadeiro motor da ganância é um fetiche mais profundo, mais oculto e mais raramente expresso em palavras, pois trata-se do desejo pelo direito de não depender de ninguém, o vertiginoso direito de poder viver sem qualquer consideração pela vontade e pelas necessidades dos outros.

Em última instância, a ganância é o anseio pelo distanciamento completo dos embaraços do mundo, e seu impulso subjacente é uma completa negação do mundo. A seu modo, portanto, a obsessão pela acumulação de bens é uma espécie de ascetismo, uma forma de negar e afastar-se das complicações da vida.

Nosso sonho mais rigoroso é acumular bens e riqueza até que o mundo exterior não tenha absolutamente qualquer modo de nos atingir, até que estejamos perfeitamente a salvo e perfeitamente distintos do mundo. [Paulo Brabo]

Na postura desse homem rico e egoísta enxergamos pelo menos quatro pecados:

1. Auto-suficiência: desejo pelo direito de não depender de ninguém;
2. Egocentrismo: desejo pelo direito de poder viver sem qualquer consideração pela vontade e pelas necessidades dos outros;
3. Prepotência: anseio pelo distanciamento completo dos embaraços do mundo – acredita estar numa bolha de proteção dentro da qual o sofrimento não existe, como se sua riqueza fosse uma blindagem contra o sofrimento;

4. Hedonismo: uma completa negação do mundo, uma forma de negar e afastar-se das complicações da vida, uma entrega absoluta de si mesmo ao prazer: descansa, coma, beba e divirta-se.

A ironia é que o jeito de viver desse homem o conduz à morte.

Na história, o protagonista deve morrer na mesma noite em que planeja sua independência – porque, no fim das contas, já escolheu a morte. Estando plenamente suficiente, separado das contingências da vida e das necessidades dos outros, já está morto. A completa separação do mundo e das pessoas, embora seja o alvo ideal de toda a ganância, é uma espécie muito literal de morte. [Paulo Brabo]

Mas o livro de Atos descrê a comunidade dos discípulos fazendo o caminho inverso do homem rico da parábola de Jesus.

Da multidão dos que creram, uma era a mente e um o coração. Ninguém considerava unicamente sua coisa alguma que possuísse, mas compartilhavam tudo o que tinham. Com grande poder os apóstolos continuavam a testemunhar da ressurreição do Senhor Jesus, e grandiosa graça estava sobre todos eles. Não havia pessoas necessitadas entre eles, pois os que possuíam terras ou casas as vendiam, traziam o dinheiro da venda e o colocavam aos pés dos apóstolos, que o distribuíam segundo a necessidade de cada um. [Atos 4.32-37]

Aqui está o registro de como vivem as pessoas que deixaram de viver para si mesmas e encarnaram, não apenas em sua vida pessoal, mas também, e principalmente, comunitária, o fato de serem resposta de Deus para um mundo marcado pelo sofrimento.

Quando escolhem neste ponto despojar-se de seus bens em favor de todos os outros, os integrantes da comunidade do espírito estão fazendo precisamente o trajeto contrário, isto é, abraçam sem intermediários, a vida e a morte, o mundo e as pessoas. O homem rico da parábola decide construir para si celeiros que deveriam funcionar como barreira efetiva contra a entrada do mundo; inversamente, ao despojar-se dos seus bens os romeiros de Pentecostes estão baixando suas defesas, demolindo as muralhas que os protegiam.

Os novos discípulos dão testemunho de que acreditam que a vida partilhada vale todos os riscos (de que a riqueza não salva) e se mostrará capaz de suprir todas as carências (que a riqueza não satisfaz). [Paulo Brabo]

O que está acontecendo aqui é uma experiência de libertação. Diante da vulnerabilidade que é viver em mundo marcado pelo sofrimento, onde ninguém está blindado contra a tragédia, as contingências e infortúnios da vida, a segurança possível não está na posse de riquezas e na vida egoísta, individualista e centrada em si mesmo. Tolice é confiar nas posses materiais e acreditar que muito dinheiro e estabilidade material podem suprir as faltas do dia da dor.

Ordene aos que são ricos no presente mundo que não sejam arrogantes, nem ponham sua esperança na incerteza da riqueza, mas em Deus, que de tudo nos provê ricamente, para a nossa satisfação. Ordene-lhes que pratiquem o bem, sejam ricos em boas obras, generosos e prontos a repartir. Dessa forma, eles acumularão um tesouro para si mesmos, um firme fundamento para a era que há de vir, e assim alcançarão a verdadeira vida. [1Timóteo 6.17-19]

A segurança de que precisamos para viver em mundo marcado pelo sofrimento está em Deus. Mas também está na comunidade dos seguidores de Jesus, aquele universo de pessoas que vivem, não mais para si mesmas, mas para a comunhão, em que todos se ajudam mutuamente a superar o mal e atravessar o dia do sofrimento com dignidade. Na igreja, a comunidade dos seguidores de Jesus, encontramos socorro e consolo, pois a igreja, a comunidade da solidariedade e da compaixão, é a resposta de Deus para um mundo marcado pelo sofrimento.

© 2010 Ed René Kivitz

Nota DDP: O Senhor chama suave o seu jugo, e a Seu fardo, leve. Todavia, esse jugo não nos dá uma vida de comodismo, liberdade e condescendência egoístas. A vida de Cristo foi de abnegação e sacrifício a cada passo, e Seu verdadeiro seguidor, semelhante a Ele, possuindo brandura e amor coerentes, seguirá as pegadas de seu Mestre. (Para conhecê-Lo [MM 1965], p. 120 - Ellen G. White)

E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar. [Atos 2:42-47]

Particularmente parece-me ser este o modelo da Igreja que através do poder do céu haverá de triunfar.

O áudio do texto acima pode ser acessado em "A resposta de Deus ao sofrimento".

FAQ

Igreja: Resposta de Deus para o mundo (que sofre)
Eduardo
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Inscrição : 08/05/2010

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