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Como falar com um neo ateu ou humanista secular  Fighting1

Como falar com um neo ateu ou humanista secular (caso você precise)

Sempre pensei em uma lista de guidelines, que poderiam ajudar no diálogo com os neo ateus. Não é uma norma prescritiva, claro, mas pode ser bastante útil e poupa bastante tempo.
Vamos lá…
Nunca, em hipótese alguma, execute uma pregação. Isso é jogar pérolas aos porcos.
Da mesma forma, jamais aborde sua subjetividade. Logo, se um ateu perguntar os motivos para você acreditar em Deus, exija que ele foque apenas nos argumentos, e não nas motivações subjetivas (que são opiniões).
A regra que vale para o outro deve valer para você. Portanto, qualquer coisa além de argumentos não serve.
Com isso em mente, olhe para si próprio e teste o seu próprio argumento com um guia de falácias. Se ele passou, então divulgue-o. Senão, descarte-o e guarde para si.
Em última instância, diga suas opiniões apenas brevemente. Um exemplo é quando digo que “os argumentos para a existência de Deus são melhores que os para a inexistência”, mas é basicamente para ver se o neo ateu fica motivado a retrucar.
Em todas as instâncias de truque psicológico, esteja pronto para neutralizá-las com psicologia inversa e o ceticismo. Um exemplo é quando usam a técnica do Bandwagon, como “estamos todos nos tornando ateus, você vai ser o último?”, que é evidentemente uma alegação sem evidências.
Quando citarem exemplos de países escandinavos para propagarem que “são países de ateus”, exija fontes. Fontes como Phil Zuckerman e outros ateus militantes devem ser investigadas. Procure dados oficiais. Geralmente nota-se que eles mentem nos números.
Resumindo, bloqueie de imediato toda e qualquer tentativa de: argumentos falaciosos, self-selling, dialética erística e uso de dados falsos.
Quando ele citar longos textos, exija a fonte e aplique o mesmo checklist de investigação aos argumentos da fonte.
Quando ele citar apelos à autoridade, exija evidências. Por exemplo, citar frases de Freud. Quem disse que frases de Freud comprovam invalidação do teísmo?
Sempre monitore a execução de perguntas e respostas, e note se você está respondendo mais do que perguntando. Quanto mais você perguntar, melhor.
Permaneça na ofensiva a maior parte do tempo. Ou seja, evite ficar somente defendendo o teísmo das acusações que eles lançam. Realize ataques ao ateísmo também.
Esteja sempre amparado por fatos, argumentos, etc., pois geralmente os neo ateus não estão.
Tenha consciência de que qualquer afirmação falsa não refutada toma, ao menos em dado espaço de tempo, valor de verdade. Portanto, refute todas as mentiras.
É bom sempre estar consciente que se o debatedor adversário comete uma mentira, é lícito chamá-lo de mentiroso. (Isso ajuda a neutralizar a propaganda)
Enfim, sempre é bom lembrar que se o respeito não for exigido, ele não vai te respeitar, pois ele está doutrinado a não te respeitar.
De qualquer forma, se ele te respeita ou não, isso é irrelevante.
O que realmente importa é que ele pague o preço de ter feito qualquer alegação ofensiva ou desonesta.
E esse preço é pago quando ele sofre uma humilhação pública por estar cometendo desonestidades intelectuais.

Certas vezes me questiono: “Por que ateus radicais possuem tanto medo do William Lane Craig?”
Uma possível resposta é o fato de que nas últimas décadas, para executar pressão cultural, muitos humanistas seculares e ateus radicais passaram muito tempo com a bola no campo do adversário.
É mais ou menos o caso da seleção da Argentina na Copa do Mundo.
Tudo ia muito bem, pois ela atacava adversários que não resolviam testar a sua defesa. Foi quando veio a Alemanha e os atacou sem dó. O resultado foi aquele que todos viram. Um retumbante 4×0 que mandou os hermanos para casa mais cedo.
Já os times que estão acostumados a serem atacados constantemente, podem, por causa disso, desenvolver uma boa defesa.
Talvez por isso seja muito fácil derrubar argumentos do neo ateísmo, pois eles são exatamente como a seleção argentina na Copa. Eles aparentam muito confiantes quando estão no ataque, mas não se sustentam quando seus argumentos estão sob escrutínio, ou seja, quando estão sendo atacados.
Essa é a DICA QUE TEMOS QUE GUARDAR: os neo ateus e humanistas seculares se acostumaram a passar tanto tempo com a bola no campo do adversário, que não sabem o que fazer quando a bola está NO CAMPO DELES!
Falando em dica, para exemplificar este post, vou utilizar a ótima dica de um comentarista deste blog, MVR, que me recomendou este seguinte texto publicado no Bule Voador, com o título “Razão e Fé são auto-excludentes”.
O autor do texto é Pedro Almeida, que alega ser graduando em engenharia elétrica, na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Segundo seu míni currículo, ele atua com pesquisa experimental e desenvolvimento nas áreas de eletrônica de potência e iluminação moderna na mesma instituição.
Espero que sua atuação profissional diária não seja tão ilógica e inconsistente quanto foi seu artigo no Bule, pois, se for, a coisa anda feia por lá.
Talvez ele até seja capaz profissionalmente, mas só se torne um ser completamente irracional quando resolve falar de religião, talvez por que perca a cabeça, já que o tema parece lhe causar stress emocional, impedindo-o de pensar logicamente. Talvez.
A primeira alegação dele vem abaixo:

Vejo muitos colegas e outras pessoas por aí que se dizem (e são, muitas vezes) racionais, porém dizem também que racionalidade não exclui religião. De fato, a pessoa pode ser razoável e ainda assim religiosa ou crer em algum deus. Só que isto, apesar de longe de ser um problema, é uma seletividade conveniente associada à razão. Não existe fé racional – por definição, fé é crer, sem motivos razoáveis, lógicos ou evidência concreta, numa realidade transcendental não detectável.
O primeiro “argumento” é bem simples, mas se baseia completamente no erro da definição do que é “fé”, para um religioso.
Digo isso pois, se alguém quiser debater algo filosoficamente, terá que debater o conceito do oponente, e não um conceito inventado por si próprio.
Suponhamos que Pedro definiu fé da seguinte forma: “fé é a sensação de se acreditar em algo falso”.
Se a definição fosse essa, é claro que eu seria o primeiro a concordar com ele, pois estaríamos tratando da interpretação delirante, e não da fé religiosa.
Para evitar lacunas, vamos à correção.
Sendo fé religiosa aquela que COMPLEMENTA a razão, elas não podem ser auto-excludentes.
Naturalmente, pela razão não podemos dizer com 100% de certeza que Deus existe (assim como não é possível dizer que Deus não existe).
Mas podemos, através de argumentos racionais, chegar à conclusão de que os argumentos para a existência de Deus são melhores que os argumentos para a inexistência de Deus.
Ou seja, temos que estressar a razão até onde pudermos. Usá-la ao máximo possível.
Existem pessoas que acreditam somente por fé, sem pensar no aspecto racional de sua crença? Tipo aquelas bem humildes, que vão na Igreja do Bispo Macedo e não aceitam nenhum questionamento? Claro que sim. Mas isso nem de longe é representação da religião.
Quando Pedro diz “Não existe fé racional – por definição, fé é crer, sem motivos razoáveis, lógicos ou evidência concreta, numa realidade transcendental não detectável”, ele simplesmente mente do começo ao fim.
Pois se tomarmos a definição de “fé racional” como aquela fé que está mais próxima dos argumentos lógicos, aí sim teríamos fé racional.
Quando ele afirma que fé é crer “sem motivos razoáveis, lógicos”, naturalmente ele tenta maquiar de novo o conceito de fé.
Podemos dizer claramente que a atitude de mentir sobre o conceito de fé, como fez Pedro Almeida, não é nem de longe racional.
Aliás, esse ponto é engraçado. Ele questiona a crença em uma realidade “transcendental não detectável”. Mas não apresenta nenhum argumento para excluir a discussão lógica sobre aspectos transcendentais e nem demonstra que só aquilo que é detectável (empiricamente) é que pode ser discutido.
Até aqui, a nota de Pedro é zero.
Vamos adiante:

Para o Deus a que estamos acostumados, talvez não soe tão ilógico a princípio, mas é só dar uma olhada rápida para a religião ao lado que qualquer um vê quão pouco embasada é a fé pura e simples. Um cristão não acharia ridícula a transubstanciação da hóstia consagrada em sangue e carne de Jesus Cristo vivo, apesar de nenhuma mudança aparente, mas certamente teria um acesso de riso ao ouvir sobre como o deus egípcio Atum criou outros deuses através de sua masturbação divina, ou sobre como Xenu jogou bilhões de seres nos vulcões da Terra junto a bombas de hidrogênio e que suas almas são a causa de todo mal que aflige o ser humano hoje.É sempre assim: toda fé é ridícula, menos a sua.
Qual o argumento aqui?
Vejamos. Ele parte do princípio que existem várias doutrinas religiosas, e que elas são mutuamente auto-excludentes entre si. Se o cristianismo está correto, a crença egípcia (que exclui Jesus) não pode estar. Se a crença egípcia está correta, o cristianismo não está. Nessa parte ele está correto.
O problema é que o fato de que existem várias doutrinas divergentes NÃO IMPLICA em que todas sejam automaticamente falsas.
Pois o ateísmo é também uma cosmovisão.
Se o cristianismo diverge do judaísmo em alguns pontos, o ateísmo, enquanto cosmovisão, diverge dos outros dois em todos os pontos.
Logo, o argumento que ele usa para tentar invalidar a religião, serve mais ainda para invalidar o ateísmo.
Mas o melhor é não incorrer na mesma falácia que ele e mostrar o tamanho do equívoco no argumento.
Se isolarmos o argumento, teríamos algo assim:

  • (p1) Cristianismo diz uma série de coisas
  • (p2) Judaísmo diz uma série de coisas
  • (p3) Crença egípcia X diz uma série de coisas
  • (p4) Todas elas divergem em alguns pontos, não podendo ser verdadeiras entre si
  • (c) Logo, todas são falsas

Quer dizer, é um argumento que não dura segundos sob avaliação lógica. Portanto, zero de novo para ele.
Sigamos:

Alguns se prestam a dizer que a crença tem lá suas vantagens. Pode ser que seja, depende da interpretação dada à crença e como ela infere na sua vida. Mas a necessidade espiritual de uma crença, o bem estar ou suposto balizamento moral que ela venha a fornecer aos crentes não diz nada sobre sua veracidade. Você crer num Deus somente porque os seus ensinamentos acrescentam algo de espiritualmente relevante em sua vida ou te dão um consolo e razão de viver não implicará que ela é, necessariamente, verdadeira – você pode crer por conveniência e ainda assim estar errado. Aí que entra a diferença fundamental entre teísmo e ateísmo: ateísmo é, neste ponto, uma questão de escolher a verdade evidente em detrimento do conforto conveniente.
Quando eu digo que os neo ateus lêem livros de Richard Dawkins (principalmente), Sam Harris, Christopher Hitchens, Carl Sagan e patota, e depois saem repetindo o discurso no ritmo bate-estaca, sem qualquer análise crítica sobre o que leram, parece que estou exagerando.
Veja então o que diz Dawkins logo no prefácio de Deus, Um Delírio: “[...]devo repetir, mais uma vez, que o potencial de consolo de uma crença não eleva seu valor de verdade. É claro que não posso negar a necessidade de consolo emocional, e não tenho como defender que a visão de mundo adotada neste livro ofereça um consolo mais que apenas moderado para, por exemplo, quem perdeu um ente querido [...]“
E o engraçado é que a figura se orgulha de apresentar isso achando que vai invalidar a crença religiosa?
Antes de tudo, é fato que o consolo que uma crença traz realmente não comprova seu valor de verdade. Mas isso é aplicável para QUALQUER crença, incluindo o ateísmo.
O consolo da luta por Super-Homem, como feito por Nietzsche, não serve para validar o ateísmo. O consolo de Pedro em achar que está “do lado da ciência” (quando ele nem sabe do que fala, principalmente na questão científica) não serve também para validar o ateísmo.
Só que no final, ele tenta “vender” o ateísmo com um diferencial, o de que ele é “verdadeiro”.
O que não deixa de ser um raciocínio circular paupérrimo, a ponto de causar pena.
Para tentar defender seu raciocínio circular, ele dá sequência:

Uma coisa importante de apontar é que não advogo pela intolerância religiosa, de forma alguma. Crítica à religião sempre soa como intolerância, pois somos criados de forma a acreditar que religião não se critica e fé não se questiona. O que eu defendo, atualmente, é que reconheçam que não há lógica na fé, acredita-se por acreditar. Que não há razão para crer, senão a vontade própria. Que não existe evidência nenhuma que fundamenta os dogmas religiosos. Que vergonha há em aceitar que sua crença é por escolha, e não porque é evidente?! Se fosse evidente, não haveria pessoas sem fé como eu e tantos outros.
Bom, eu entendo que o texto dele é uma crítica à religião, não?
Não sei se é intolerância. Para mim, parece mais um raciocínio de auto-ajuda de última categoria, ilógico e com um self-selling patético.
Se “religião não se critica”, como foi que Lutero criou uma vertente do cristianismo? Como teólogos vivem questionando interpretações dos outros? Por que o molinismo, defendido por William Lane Craig, contraria outras versões?
A idéia de que “somos criados de forma a acreditar que religião não se critica e fé não se questiona” é apenas uma falácia do espantalho, portanto deve ser descartada.
Se vocês se lembram, logo no começo eu já refutei o primeiro argumento dele de que “razão é fé” são incompatíveis.
A proposta dele, ao final, tenta só repetir, por ad nauseam, a idéia natimorta: “O que eu defendo, atualmente, é que reconheçam que não há lógica na fé, acredita-se por acreditar. Que não há razão para crer, senão a vontade própria.”
Só fica a pergunta: por que eu teria que reconhecer que não há lógica em minha fé se ele não apresentou um argumento válido sequer para demonstrar isso? Eu acho que minha fé é completamente lógica, do início ao fim, mas se ele quiser me vender outra coisa, ele terá que se mexer, e não apelar à insistência.
E ele ainda tenta insistir: “Que vergonha há em aceitar que sua crença é por escolha, e não porque é evidente?”
Isso parece cantada barata.
Imaginem a situação. Ele chega para a menina e ela não lhe dá bola. Depois ele tenta: “Que vergonha há em aceitar que você gosta de mim, e não que você não quer nada?”.
Jogo psicológico infantil demais, que não vale como argumento.
A cereja do bolo é essa: “Se fosse evidente, não haveria pessoas sem fé como eu e tantos outros”.
Aqui é a falácia da credulidade/incredulidade pessoal. Ele quer nos convencer de que algo, para ser válido, depende da crença dele e da turma dele.
Seria algo do tipo: “Senhor X diz que é comunista, pois o capitalismo para ele é inválido, já que, se fosse válido, ele acreditaria”.
Pura palhaçada!
Tem mais:

O que eu espero do mundo, um dia, não é a total erradicação da religião. Crê quem quiser; quem dá valor à crença. O que eu gostaria de ver mesmo é o dia em que seria erradicada a irracionalidade gratuita, quando crença e verdade não se intercederiam em outro subconjunto que não no do conhecimento humano, agregado através de métodos lógicos, racionais, empirismo e ceticismo, com uma boa pitada de bom senso. Posso estar sendo utópico, mas aí, sim, teremos um mundo mais racional e caminhando melhor.

Todo comício tem que ter sua promessa, não?
E texto de neo ateu, como eles vivem para fazer propaganda, não poderia deixar de ser diferente.
Essa propaganda, no entanto, contém alguns furos.
Ele menciona empirismo e ceticismo. Eu concordo, por isso fui cético em relação ao discurso dele, e resolvi fazer a análise lógica. Nada do que ele argumentou passa no mínimo exame lógico.
O empirismo é ótimo, mas o texto dele não fala nada sobre isso. Então, eu gosto do empirismo, ele diz gostar, mas e daí?
Só que ele fala em “métodos lógicos e racionais”.
Será que isso que ele escreveu (para o qual vários leitores do Bule se derreteram), é o que ele considera usar “métodos lógicos e racionais”?
É só pegar um guia de falácias e analisar o texto do Pedro.
De qualquer forma, ele diz que do jeito que ele quer “teremos um mundo mais racional e caminhando melhor”.
É possível que o mundo melhore, mas praticar falácias aos borbotões é o oposto de caminhar em direção à racionalidade.
Ver um conselho de Pedro Almeida falando sobre “racionalidade” é o mesmo que um discurso de Fidel Castro falando de democracia.
Raci0nalidade e discurso neo ateu, esses sim, são auto-excludentes!

Apenas fatos e argumentos… o que vier além disso, é tiro no pé



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Como falar com um neo ateu ou humanista secular  Tiro_no_pe_2
Tenho observado algumas atuações de debatedores no Orkut, pois sempre recebo mensagens sobre tópicos e coisas do tipo.
Com exceção da comunidade “Contradições do Ateísmo”, em que o desempenho dos teístas em debates geralmente é bom, na maioria dos casos noto ainda problemas seríssimos de falta de percepção sequer do contexto. (Não que os neo ateus e humanistas seculares tenham motivos para comemorar, pois eles estão fora da realidade, mas capricham na retórica, mesmo que amplamente falaciosa)
Daí, não percebem que o adversário de debate quer apenas brechas para questioná-lo e depois aplicar sua retórica anti-religiosa.
Primeiramente, deixe-me falar do problema de percepção do contexto.
Quando alguém cria uma comunidade chamada “Católicos”, “Protestantes” ou “Eu Amo a Bíblia”, já se prescinde que o participante está em um contexto de aceitação da Bíblia e do cristianismo.
Conforme mostrei em um texto recente, tratar a discussão da existência de Deus nesse tipo de comunidade é extremamente contraprodutivo, e torna-se perda de foco.
Da mesma maneira, se tivéssemos uma comunidade chamada “Ciências Naturais”, e ela fosse questionada por malucos questionando a validade das ciências naturais, isso seria também uma perda de foco.
Sendo assim, o mero aceite da participação de ateus militantes em comunidades assumidamente cristãs é um erro lógico, pois é uma autorização explícita para mudança de planos de discussão. E os proprietários destas comunidades são co-responsáveis.
Isso não significa, no entanto, que a existência de Deus não deva ser discutida, pelo contrário, mas isso seria em comunidades de filosofia da religião, filosofia e, naturalmente, de debates inter-religiosos, ou debates religião x ateísmo.
Seja lá como for, é fato que neo ateus se aproveitam de uma tolerância bizarra de alguns moderadores cristãos e aproveitam-se disso para realizar o escárnio para cima dos frequentadores cristãos.
O melhor cenário para os neo ateus é quando os cristãos não estão cientes de que o outro irá agir como adversário. É quando o neo ateu tenta todas as inversões de planos de discussão possíveis, retórica desonesta e falácias.
E eis que surge ainda o maior problema.
Se a comunidade se tornou campo de combate intelecutal (ao invés de uma discussão focada), muitos cristãos, por não perceberem que estão cercados de desonestos, agem com uma ingenuidade brutal, como se estivessem conversando com a mãe, com a esposa, ou com o filho.
O resultado é que sobram experiências pessoais, relatos, testemunhos, pregações e quase nada de argumento.
Só que tudo isso é combustível para que o neo ateu retruque e faça sua propaganda.
Com esse cenário, acho que podemos ajudar. Nós, cristãos tradicionais, ou outros religiosos tradicionais (mas dificilmente os self-service), devíamos intervir nessa postura de alguns cristãos, e chamar a atenção deles.
Acredito que é melhor ser repreendido por um dos seus, já acostumado ao conflito intelectual, do que ridicularizado por um oponente, como é o neo ateu.
Dessa forma, nós podemos (e devemos) demonstrar a ingenuidade de um discurso, principalmente quando encontramos inutilidades como:

  • Relatos pessoais
  • Evidências anedota
  • Pregações explícitas (e não uma discussão teológica)
  • Ausência de argumentos ou fatos

Esse último fator é o que quero focar aqui.
Uma regra que encontrei para debates e da qual eu não me distancio jamais, e sempre funciona, é a seguinte: em um debate, tudo aquilo que não for sustentado por fatos, ou não for sustentado por argumentos, não deve ser nem sequer mencionado.
Aí muitos diriam: “o nascimento virginal não é um fato empírico”.
Mas aí de novo que entra a questão de se permanecer em um plano de discussão, pois se estamos em uma discussão que depende do aceite dos argumentos lógicos para a existência de Deus, e se está justificado que os argumentos a favor da existência de Deus são melhores que os argumentos para inexistência, e se a Bíblia é justificada como a mais coerente representação da mensagem de Deus, então é justificável acreditar no nascimento virginal.
Note que não há imposição de crença ou dogma, apenas a discussão do que pode ser discutido argumentativamente/factualmente ou não.
Muitos neo ateus confundem laicidade com laicismo, e acham que a discussão de questões públicas, por exemplo, só pode ocorrer se a pessoa não tiver nenhuma influência de qualquer doutrina religiosa, o que é completamente falso.
Tanto a influência ateísta como a influência teísta são parte de cosmovisões particulares, e é virtualmente impossível qualquer ser humano se desconectar de qualquer uma delas enquanto estiver em uma discussão.
Meu ceticismo quanto à utopias é influência do cristianismo. Logo, por que não posso nortear minha discussão por essa influência quando eu estiver respaldado por argumentos?
O fato é: eu posso usar QUALQUER influência que eu quiser, desde que (1) tenha fatos em mãos, ou (2) tenha argumentos que sustentem minha posição.
Esse, aliás, é o ponto extremamente vulnerável atualmente no discurso do neo ateísmo e do humanismo secular. Eles lutam diariamente para que suas posições sejam influenciadas por “moral secular” (seja lá que diabos eles queiram dizer com isso), mas isso de nada adianta, e nem os torna “laicos” (eles não demonstram estarem livres de influência religiosa, e o humanismo é uma influência religiosa ou anti-religiosa em si, portanto não é neutra).
Mas a mesma regra que vale para os teístas, vale para os ateístas. Se estar justificado por fatos ou argumentos, não adianta alguém dizer que “está em nome de Deus” ou outro dizer que “está em nome da ciência”, que a vulnerabilidade é a mesma.
Assim, quando encontramos falácias nos argumentos dos próprios cristãos, e os interrompemos, corrigindo-os, estamos ajudando a nós, religiosos ou conservadores, como um todo. Exemplos de frases podem incluir: “pare com essa ladainha, isso não é argumento, e você vai perder o debate assim”, “isso é uma ingenuidade sem igual, preste atenção que seu relato pessoal é irrelevante”, “sua doutrina não pode ser o centro de seu discurso, apenas uma influência para ele, o que vale é teu argumento” e daí por diante.
Uma pergunta pode ser: “No que devo acreditar?”. A resposta que eu sugiro é: “Você pode acreditar absolutamente em tudo que quiser, mas aquilo que não puder ser justificado por (1) fatos, ou (2) argumentos, guarde para você, e retire do debate aberto”.
Quando essa regra não é seguida, geralmente damos tiros em nossos pés.
Eduardo
Eduardo

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Inscrição : 08/05/2010

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