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Glossolália - Falar em linguas estranhas
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27082010
Glossolália - Falar em linguas estranhas
O DOM DE LÍNGUAS EM CORINTO
Autor(es):
Cleber EUSTÁQUIO
Resumo
O presente trabalho tem como foco a manifestação do dom de línguas na igreja de Corinto. Como entender os conselhos paulinos a respeito encontrados na epístola? Seria um padrão hoje a ser seguido? Esta pesquisa buscará a resposta a estes questionamentos. Para tanto, busca-se a noção geral do que é entendido entre os principais comentaristas acerca do “falar em línguas” no contexto coríntio e no contexto histórico. Em virtude da dificuldade de estabelecer a realidade (referente a este caso) na igreja de Corinto, é demasiadamente importante conhecer as características da cidade naquela época; as influências que permeavam o estilo de vida dos nativos e as demais informações pertinentes ao tema em questão.
Palavras-chave: Dom de Línguas, Igreja, Corinto
http://rel.unasp-ec.com/includes/download.php?t=artigos&file=_899.pdf
DOM DE LÍNGUAS: CONSTRASTES ENTRE O PENTECOSTALISMO E OS PAIS DA IGREJA
Autor(es):
Diogo CAVALCANTI
Resumo
Autores pentecostais defendem que a glossolalia praticada em suas denominações constitui um reavivamento do miraculoso “falar em línguas” apostólico. Este artigo pretende prover uma comparação entre conceitos pentecostais de glossolalia com o pensamento dos Pais da Igreja quanto a este assunto. O objetivo é identificar possíveis semelhanças e diferenças entre ambas as visões e constatar a existência (ou não) de harmonia entre os conceitos patrístico e pentecostal de glossolalia.
Palavras-chave: Glossolalia, Falar em Línguas, Pentecostalismo, Patrística.
http://rel.unasp-ec.com/includes/download.php?t=artigos&file=_817.pdf
Glossolalia
Glossolalia (do grego γλώσσα, "glóssa" [língua]; λαλώ, "laló" [falar]) é um fenômeno de psiquiatria e de estudos da linguagem, em geral ligado a situações de fervor religioso, em que o indivíduo crê expressar-se em uma língua por ele desconhecida, em geral inexistente, mas por ele tida como de origem divina; entretanto essas falas são caracterizadas pela repetição da cadeia sonora, sem qualquer significado sistemático e, ainda, com raras unidades linguísticas previsíveis, sendo o falante incapaz de repetir qualquer dos enunciados já pronunciados.[1]
A glossolalia religiosa é o nome pelo qual algumas denominações pentecostais e correntes religiosas como a Renovação Carismática Católica denominam a capacidade de reproduzir o fenômeno conhecido por dom de línguas, descrito no segundo capítulo dos Atos dos Apóstolos.[2], embora no referido livro o fenômeno seja explicado não como a fala de uma língua estrangeira, pura e simplesmente, pelos apóstolos, mas sim o fato de os estrangeiros presentes em Jerusalém entenderem em seu próprio idioma o que estes diziam: "porque cada um os ouvia falar na sua própria língua".[3]
Índice
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Como sintoma psiquiátrico a glossolalia é uma das manifestações presentes na esquizofrenia e na afasia sensorial, quando "o indivíduo parece estar falando uma outra língua; ele produz sons ininteligíveis, porém mantém os aspectos prosódicos da fala normal".[4] Ressalta-se ainda que um caso de glossolalia constitui um dos estudos primordiais da ainda incipiente psicanálise, quando em 1900 o professor suíço Théodore Flournoy publicou sua obra: “Da Índia ao Planeta Marte: estudo sobre um caso de sonambulismo com glossolalia”.[5]
Religião e casos psiquiátricos de glossolalia
Diversos estudos psiquiátricos associam, contudo, os fenômenos religiosos modernos com os sintomas ditos glossolálicos. Neste sentido, Hempel e outros, em 2002, encontraram num universo de 148 pacientes de instituição penal, 18 casos de glossolalia, associados a delírios religiosos ou sexuais e a hiperreligiosidade, como sintomas de casos de distúrbio bipolar, comum a todos.[6][7] Mais diretamente ligado ao Brasil, tem-se que os movimentos pentescotais "oferecem um ritual mágico, permeado por cantos, danças que expressam intensas emoções, o que mobiliza a adesão de fiéis, assim como a ênfase em dons, como da profecia e da glossolalia, produzem um encantamento e um fascínio sobre as pessoas" e que os casos verificados modernamente despertam no pesquisador sentimentos que vão da "surpresa, ao incômodo, ao desassossego, agregavam-se a curiosidade e o interesse em conhecer, entender outras referências à religião que causavam estranhamento, principalmente sobre a possessão, o exorcismo, a glossolalia, a profecia e o louvor."[8]
Estudos da linguagem
Com relação aos estudos da linguagem, a pesquisadora Silvana Matias Freire, do Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp, em 2007 publicou análise em que aborda a glossolalia sob três aspectos: religioso, patológico e lúdico. A abordagem tem por base a relação entre som e sentido e ainda a relação entre inibição e a falta de sentido no que se diz. Dentre as definições que alude, consta a feita pelo neurologista André Roch-Lecours, segundo o qual a glossolalia compreende os "comportamentos linguísticos de aparências desviantes, caracterizados por um discurso fluente, articulação móvel, segmentável em termos de unidades fonéticas e inteiramente ou quase inteiramente constituído de neologismos."[9]
Referências
- ↑ Dicionário Aurélio, verbete glossolalia
- ↑ OLIVEIRA JUNIOR, Antônio Wellington de (1997). Sumário de: Línguas de anjos: sobre glossolalia religiosa. Página visitada em março de 2010.
- ↑ Atos dos Apóstolos, Cap. II, v. 1-13; Bíblia Sagrada, tradução de João Ferreira de Almeida, 1969, ed. revista e corrigida.
- ↑ Elie Cheniaux (Junho, 2005). Psicopatologia descritiva: existe uma linguagem comum?. Revista Brasileira de Psiquiatria vol.27 no.2 São Paulo. Página visitada em 17/6/2010.
- ↑ José Roberto Barcos Martinez (2006). Metapsicopatologia da Psiquiatria: Uma Reflexão sobre o Dualismo Espistemológico da Psiquiatria Clínica entre a Organogênese e a Psicogênese dos Transtornos Mentais. São Carlos. Página visitada em 17/6/2010.
- ↑ André Stroppa; Alexander Moreira-Almeida (2009). Religiosidade e espiritualidade no transtorno bipolar do humor. Revista de Psiquiatria Clínica, vol.36 no.5 São Paulo. Página visitada em 17/6/2010.
- ↑ Hempel AG, Meloy JR, Stern R, Ozone SJ, Gray BT. Fiery tongues and mystical motivations: glossolalia in a forensic population is associated with mania and sexual/religious delusions. J Forensic Sci. 2002;47(2):305-12.
- ↑ Luana da Silveira. http://abrapso.org.br/siteprincipal/images/Anais_XVENABRAPSO/145. para al de anjos, loucos ou demios: um estudo sobre modos de subjetivação da loucura] (pdf). Página visitada em 17/6/2010.
- ↑ Silvana Matias Freire (03-05-2007). GLossolalias : ficção, semblante, utopia (pdf). Página visitada em 17/6/2010. (requer registro para download - gratuito)
Bibliografia
- ANDRADE, M. M. (2002). Possessão como Loucura - A noção de saúde e doença mental na Igreja Universal do Reino de Deus e sua respectiva proposta terapêutica. Dissertação - (Mestrado em Sociologia) Universidade Federal da Bahia, Salvador/ BA.
- ANTONIAZZI et al. (1994). Nem anjos nem demônios: interpretações sociológicas do pentecostalismo. Petrópolis: Vozes.
- REDKO, C. (2004). Vivendo a primeira experiência da psicose através da religião. In: LEIBING, A. Tecnologias do corpo: uma antropologia das medicinas no Brasil. RJ: Nau editora.
- Glossolalia religiosa - interpretação teológica para os fatos de Pentecostes.
- Xenoglossia - fala de idioma estrangeiro, estranho ao falante.
- Dom de línguas - haveria entendimento da língua natal de terceiro, entretanto há conceitos distintos sobre o tema.
Uma análise mais aprofundada sobre a “evidência” do batismo com o Espírito Santo deixa claro que não há UM SINAL específico, único, que simbolize tal batismo. O grande e verdadeiro SINAL é a vida transformada (cf. Gál. 5:22-23).
Há 9 passagens no livro de Atos que tratam sobre pessoas “cheias” do Espírito Santo, mas nenhuma delas fala do dom de línguas:
4:8- Pedro perante o Sinédrio
4:31 – Igreja em oração pela libertação de Pedro
6:3 – Escolha dos diáconos
6:5 – Descrição de Estêvão
7:55 – Estêvão perante os líderes judaicos
9:17 – Imposição de mãos sobre Paulo
11:24- Descrição de Barnabé
13.9 – Paulo perante Elimas
13:52- Relato sobre os discípulos
O sinal do batismo no Espírito Santo
No Novo Testamento, a evidência do recebimento do Espírito não reside no fenômeno extático exterior, passível de enganosa imitação, mas na conversão do homem a Jesus Cristo, com seus respectivos frutos (Gálatas 5:22-26).
Quando ocorreu o dom de línguas no NT ele era como um sinal dentre outros. Este dom não veio como conseqüência de uma busca determinada, mas como surpresa (Atos 10:45). O dom não era esperado, exigido nem procurado, como fazem os pentecostais hoje.
Nosso máximo exemplo – Jesus – em nenhum momento do Seu ministério falou em “línguas estranhas” para provar que era cheio do Espírito.
O verdadeiro “sinal” da plenitude do Espírito na vida do crente é:
Atos 2:42-47; 4:32-37 – Desprendimento, amor, comunhão, zelo pela obra do Senhor.
Romanos 5:5-6 – Amor a Deus e a Seus filhos
1João 5:2-3 - Obediência
O DOM DE LÍNGUAS E SUA NATUREZA
ATOS 2O
ATOS 2O
Espírito Santo foi derramado no Pentecoste, e não antes, porque o ministério do Espírito não havia ainda sido iniciado (João 7:39; Atos 2:33). O ministério do Espírito só iniciou após a glorificação de Jesus como Vencedor sobre a morte.
Pedro estava naquela ocasião em um momento especial para a disseminação do Evangelho. Estavam em Jerusalém milhares de judeus vindos de diversas partes do mundo (v. 5), e aquela seria a ocasião propicia para falar de Jesus para eles. Mas como isso ocorreria, uma vez que eles falavam diferentes idiomas (vv. 6-11)?
Deus, então, dotou o apóstolo da capacidade sobrenatural de pregar o evangelho de uma maneira que todos os diferentes grupos linguísticos compreendessem e pudessem aceitar a mensagem. E foi o que aconteceu.
Pedro pregou e cada pessoa ali presente o ouviu falar em sua própria língua, ou seja, o dom concedido em Atos 2 não foi uma “língua estranha” ou “língua dos anjos”, incompreensível. Mas foi, sim, a capacidade de falar no idioma da pessoa que estava necessitando da mensagem de salvação. E qual foi o resultado? Veja no verso 41.
ATOS 10
Deus já havia concedido a Pedro uma revelação sobre o preconceito religioso que ainda estava presente no coração dos judeus, inclusive dele próprio (Atos 10:9-16, 28).
Após receber a visita de pessoas enviadas por Cornélio, Pedro vai ter com ele, porém leva “alguns irmãos”, para servirem de testemunha da conversão do militar gentio (v. 23).Ao chegarem lá, Pedro compreende o significado da visão sobre o lençol, pois ele percebeu que a mensagem do evangelho deveria alcançar todas as pessoas, de todas as nações, independentemente de raças (vv. 28 e 34).
Após Pedro pregar sobre Jesus e confirmar a conversão do centurião, o Espírito desce sobre os que ouviam o apóstolo, deixando os discípulos judeus “admirados” (v. 44-45), pois viam Cornélio e outros falando em línguas, “engrandecendo a Deus” (v. 46). Imediatamente eles reconheceram que ali estavam pessoas féis a Deus, e concluíram a festa com o batismo de Cornélio nas águas.
O dom de línguas aqui serviu para quebrar o preconceito que os judeus tinham sobre a aceitação de gentios no Reino de Deus. Tanto é assim, que a Igreja da Judéia ficou querendo mais informações sobre o ocorrido (Atos 11:1-18), e Pedro teve a oportunidade de testemunhar do que ele havia visto com seus próprios olhos.
Como militar romano, Cornélio também poderia usar o dom de falar em outros idiomas para difundir a mensagem do evangelho em suas viagens pelo Império.
ATOS 19
Paulo faz um breve questionamento aos discípulos que encontrou em Éfeso, e percebe que eles receberam um batismo “pobre”, pois não possuíam nenhum conhecimento sobre o Espírito Santo (Atos 19:1-3).
Paulo os orienta, acrescentando o ensino verdadeiro sobre a salvação em Jesus Cristo, e eles recebem o batismo no Espírito Santo, com a manifestação do dom de falar em línguas (v. 6).
Assim como no caso de Cornélio, o dom serviu para ajudar aqueles discípulos a pregarem o Evangelho naquela cidade, conhecida pela importância do seu porto, e pela grande passagem de pessoas de todas as regiões, e de outras nações também.
“Foram então batizados em nome de Jesus; e impondo-lhes Paulo as mãos, receberam também o batismo no Espírito Santo que os capacitou a falar as línguas de outras nações, e a profetizarem”. – Atos dos Apóstolos, p. 283.
1 CORÍNTIOS 14
Em Coríntios, a língua não era “estranha”, mas um dom legítimo que precisava ser orientado.
O que é um dom espiritual? – Capacitação natural, dada por Deus aos salvos, para um objetivo útil da Igreja.O que é um talento? – Capacitação natural, recebida por herança ou adquirida por treinamento, podendo ser usado dentro ou fora da Igreja.
Os dons SEMPRE são concedidos pelo Espírito com um fim “proveitoso” para a Igreja (1Co 12:7; 1Co 14:12, 19). Portanto, o objetivo principal da concessão do dom é EDIFICAR, INSTRUIR e ORIENTAR a Igreja de Deus (Efésios 4:11-13).
No caso do dom de línguas, a condição para que ele seja útil é que possa ser COMPREENDIDO (1Co 14:6-11). Para a evangelização e edificação é necessário que os “sons” sejam compreensíveis. Isso deixa totalmente de fora as “línguas estranhas” que vemos nos movimentos pentecostais e carismáticos da atualidade. Como é dito que, embora o que fala em línguas não seja entendido por ninguém, mas é dito que o que fala em outra língua se edifica a si mesmo, e que só pode haver edificação se houver entendimento, conclui-se que o que fala em línguas, fala uma língua estrangeira, porque os que falam as “línguas estranhas” atuais dizem sempre que não sabem o que estão falando. Já que o que fala se edifica (1Co 14:1-4), e portanto entende o que fala, então ele certamente fala em um idioma estrangeiro. O que ocorre em 1Co 14 é o mesmo dom de Atos 2. O que estava havendo de errado era a desordem com que acontecia o dom, e a irreverência que isto causava ao culto. Por isso Paulo orienta a organização do dom (vv. 26-33, 39-40). Os pentecostais dizem que o dom de línguas é uma “prova” perante a igreja de que determinado irmão foi “batizado” com o Espírito Santo. Neste caso, o dom seria um sinal para os crentes, o que está totalmente em desarmonia com o que Paulo afirma no verso 22. Paulo também estava interessado em desvincular o culto cristão com o culto à deusa Cibele, que era realizado em Corinto, e que era caracterizado por grandes demonstrações de êxtase e transes. ESTUDO DO TERMO GREGO USADO PARA “LÍNGUAS” O estudo de uma palavra no seu original bíblico pode nos ajudar a esclarecer algumas dúvidas. A palavra grega utilizada para “línguas” é GLOSSA (de onde vem glossário, glossolalia, etc.). Em inúmeras passagens do Novo Testamento, esta palavra (ou suas variações) SEMPRE está vinculada ao idioma falado pelas pessoas e nações.
Vejamos alguns dos versículos onde esta palavra ocorre: Lucas 1:64; Atos 10:46; 1Ped. 3:10; Atos 2:26; Atos 19:6; Apoc. 13:7; Rom. 14:11; Rom. 3:13; Apoc. 14:6; 16:10; Filip. 2:11; 1Cor. 12:10, 28, 30; 1Jo 3:18; Tiago 3:5-6; 1Cor. 13:1; Marcos 7:33, 35; Atos 2:3-4; 1Cor. 14:5-6; 1Cor. 14:9; 1Cor. 13:8; 1Cor. 14:18, 23, 39; Apoc. 5:9; 1Cor. 14:22; Apoc. 10:11; Apoc. 7:9; 11:9; Apoc. 17:15; Lucas 16:24; Atos 2:4, 11; Marcos 16:17; 1Cor. 14:2, 4, 13-14, 19, 26-27; Tiago 1:26; 3:8.
Observe, especialmente, os que estão em destaque. Não restam dúvidas, CONFORME O TEXTO BÍBLICO, de que o dom de línguas é uma manifestação sobrenatural para o crente falar em OUTRO IDIOMA ESTRANGEIRO, diferente do seu, para o qual ele não teve qualquer treinamento, com o ÚNICO objetivo de fazer avançar a pregação do evangelho, levando a Igreja de Deus a ser edificada e reconhecida. Portanto, o dom bíblico não tem NADA parecido com as manifestações emocionais e confusas que são observadas nas Igrejas Pentecostais de nossos dias. Para quem deseja se aprofundar no assunto, sugiro a leitura do excelente livro do prof. Vanderlei Dorneles, Cristãos em busca do êxtase, publicado pela editora do UNASP. Clique aqui. Os Adventistas crêem na existência de TODOS os dons espirituais mencionados nas Escrituras, e crêem que o Espírito Santo nos dotará deles, na medida em que sua necessidade seja manifesta. Prof. Gilson Medeiros Para ficar ainda mais claro veja este vídeo sobre o Dom de Línguas, apresentado pelo Pr. Roberto Motta.
LÍNGUA CELESTIAL — LÍNGUA SÓ COMUNICÁVEL A DEUS?
A Bíblia não fala dessa “língua” com clareza. Há apenas imagináveis vislumbres, indícios ou relances a respeito, e, em uma igreja, lamentavelmente, bastante problemática – a de Corinto (I Cor. 14: 2). Consequentemente, sua aceitação e compreensão varia de pessoa para pessoa. Apenas temos que ficar atentos para não sermos envolvidos nas malhas de Lúcifer. Reitero com veemência que Paulo não era favorável a divulgação desta língua. Proibiu-a claramente. Ouça:
I Coríntios 14: 27-28
“E se alguém falar língua estranha... haja intérprete. Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus.”
Efetivamente, “fale consigo mesmo” é uma força de expressão. Na verdade, o que Paulo quis dizer é: “Fique em meditação com Deus”. Qual o valor de, em nossa oração, formular palavras que ninguém entende? – Que benefício trará a quem ouve?
Paulo diz que, temos de orar com inteligência (I Cor. 14: 15). Isto é: Com lucidez e clareza. Portanto, não cabe, na igreja, no lar ou em outro lugar qualquer, o crente abrir a boca e proferir palavras que ninguém e, nem mesmo ele entende, porque só faz isso aquele que é débil mental. (I Coríntios 14: 23).
Portanto, não há “língua celestial” na Bíblia. Língua é uma forma clara de se expressar. Os coríntios é que, contrário a Paulo, “criaram” um som estranho, sem nexo, sem sentido, sem nenhum valor, uma algaravia que contagiava a todos, daí Paulo pôr ordem na igreja, dizendo com firmeza: “Haja intérprete, ou então, cale-se”. I Coríntios 14: 27-28. (Estes sons chegaram até nós hoje, no século vinte, batizados com estes nomes: “língua celestial, estranha e dos anjos”).
Há pessoas hoje que começam a pregar e, de repente, repetem frases feitas de “línguas estranhas”. E os demais ficam embevecidos, entusiasmados, alegres, excitados, se contagiam logo. Mas, irmãos, o que diz Paulo? “Se não houver intérprete, fique calado.” (I .Coríntios 14: 28). Então, pergunto-lhe:
• Aquelas frases de “língua estranha” tem algum valor?
• Não! Não! Não! Não! A Bíblia as codifica de “vã repetição”. (Mateus 6: 7).
Perdão, amado! Reconhecer a verdade não é pecado. Trata-se de puro exibicionismo, manifestação satânica ou descontrole do sistema sensor (mental).
Há outros que começam a orar e, de repente, repetem as frases feitas de “línguas estranhas”. Frases curtas. Sempre frases curtas de “línguas estranhas” proferidas em meio ao sermão ou oração (veja págs. 249-250). É um hábito que não tem nenhum valor, porque ninguém entende, e Paulo é claro, veja:
I Coríntios 14: 16
“...como dirá o que ocupa o lugar de indouto, o amém, sobre a sua ação de graças, visto que não sabe o que dizes?”
I Coríntios 14: 9
“Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? Porque estareis como que falando ao ar.”
Irmão, pode haver clareza maior? Por favor, não recuse a Palavra de Deus! Não se deixe levar pela persuasão e emoção. Use a verdade de Deus para quebrar os grilhões da corrente magnética, da vibração da multidão criada pelos destros atores carismáticos com suas tonitruantes frases de efeito dentro das casas de culto. Você é muito precioso para Jesus.
Paulo diz que, tais línguas estranhas não tem nenhuma utilidade, “indoutos falando ao ar”. É o mesmo que uma pessoa desmiolada, virando a cabeça para trás, começasse a cuspir para o ar.
Que pena! Milhares de pessoas sinceras estão sendo enganadas. Crendo no erro pensando ser Verdade! Que pena! Que pena! As pessoas que falam “línguas” hoje, sem perceberem, ficam repetindo frases estáticas, observe! Deus condena a “vã repetição” (Mat. 6:7).
GRÁFICO 1 – PESSOAS
OBSERVAÇÃO
Interessante é que Paulo afirmou: “FIQUE CALADO NA IGREJA”. Mas, as pessoas insistem em fazer o contrário, multiplicando as frases estáticas de línguas estranhas. E pior, agora está aumentando o número dos que repetem estas frases. O culto se torna um delírio generalizado, uma gritaria estridente, uma loucura desenfreada e perigosa, abafando a voz do apóstolo que disse: “fique calado”, “fique calado”, “fique calado!”
• Sinceramente, como aceitar que tal “barulho” é o sinal do Espírito Santo? Abram os olhos, amados, por favor!
CURIOSIDADE
As igrejas que hoje têm como doutrina principal falar “línguas estranhas”, seguindo ao “pé da letra”, o que entendem dos SONS dos coríntios, deviam também determinar que, todas “as mulheres estejam caladas na igreja... Porque é indecente que as mulheres falem na igreja”. I Coríntios 14: 34-35.
Eis aí criado o impasse, pois que, na atualidade, parece que as mulheres falam mais “línguas estranhas” que os homens nas igrejas pentecostalistas renovadas.
OUTRO PROBLEMA
Afinal: homem e mulher; negros, brancos e amarelos, não foram todos alcançados pela Cruz e são livres em Cristo Jesus? Esta exortação de Paulo às mulheres o coloca em posição discriminatória, fazendo acepção de pessoas?
• Não! Ele é contra tal atitude. Eis as provas:
Romanos 2: 11 – “Porque para com Deus, não há acepção de pessoas”.
Efésios 6: 9 – “E vós senhores, fazei o mesmo para com eles, deixando as ameaças, sabendo também que o Senhor deles e vosso está no Céu, e que para com Ele não há acepcção de pessoas”.
Então, há contradição na Bíblia?!
• Não! Paulo está apenas dando conselhos para “estabelecer ordem à confusão reinante” na igreja de Corinto por causa do “desvio” do Dom de Línguas.
O DOM PERFEITO
Feliz é a igreja que possui o dom de profecia, pois além de ser o mais importante, somos instados pelo apóstolo Paulo a buscá-lo. I Coríntios 14: 1. – Por quê?
• Porque edifica a igreja (I Coríntios 14: 4).
• É sinal dos fiéis (I Coríntios 14: 22).
Dois rapazes evangélicos conversavam numa fila de caixa do Supermercado Sendas-Barreto, Niterói/RJ, quando, um deles, que “malhava” um pregador, disse: “Ele quando prega a Palavra não convence ninguém, só quando fala língua estranha, convence!”
Aquele rapaz confirma com clareza meridiana a grande verdade de que o Espírito Santo nada tem a ver com estes movimentos carismáticos, envolventes, sedutores, contagiantes que mencionam o sacrossanto Nome do Senhor Jesus.
I CORÍNTIOS 14: 2
“Porque o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus; porque NINGUÉM ENTENDE, e em espírito FALA DE MISTÉRIOS.”
Os irmãos pentecostais fazem deste texto a fortaleza inexpugnável para provar as “línguas estranhas” que falam. Interessante, a palavra “estranha”, aqui neste verso, adquire para eles uma aura de mistério, algo impenetrável, ininteligível. Dizem, por isso, ser a língua dos anjos ou língua celestial.
Não se deve esquecer entretanto que, o vocábulo “estranha” é uma adição especial dos tradutores (não consta do original) e o sentido que queriam dar é de desconhecido ou estrangeiro.
EXEMPLO: Uma pessoa estranha, não quer dizer que seja misteriosa, anormal, esquisita ou extraordinária, mas, simplesmente que é desconhecida.
Bem, este texto não pode, de forma nenhuma, ser isolado do contexto geral que focaliza o assunto, por força da honestidade bíblica. E, a sua interpretação também carece de nossa parte, santa humildade para alcançar a profunda sabedoria do apóstolo São Paulo.
Realmente, o “... nosso amado irmão Paulo tem em suas epístolas coisas difíceis de entender, que os indoutos e ignorantes torcem, como também as demais escrituras, para sua própria perdição”. II Pedro 3: 15-16. Por isso, é impreterível que usemos a regra áurea na interpretação da Bíblia, qual seja: deixar que “as coisas fáceis de entender derramem sua luz sobre as difíceis.”
Antes de mais nada, transcrevo o que disse um dos maiores líderes pentecostais – Brumback – referindo-se ao Dom de Línguas:
“Quem já viu o verdadeiro, reconhecerá por certo o falso. Falar OUTRAS LÍNGUAS VERDADEIRAS como o Espírito Santo concede que fale, excede grandemente a imitação falsa e fanática.” – Que Quer Isto Dizer, pág. 102. Grifos meus. Citado por Elemer Hasse.
Observe que este afamado escritor pentecostal admite haver o falso e o verdadeiro, isto é, as manifestações divinas e as da carne, juntas, na igreja. Daí, todo cuidado é pouco na aceitação do que se pensa ensinar o texto de I Coríntios 14:2.
Pois bem, o verdadeiro Dom de Línguas é a capacitação divina de se falar um idioma estrangeiro para pregar o evangelho, sem havê-lo estudado na escola e, isto é, circunstancialmente, visto e provado em Atos 2: 5-11 e ratificado pelos já citados líderes pentecostais Brumback e Donald Gee. Entenda, por mais estes textos, o que é língua estranha:
Isaías 33: 19
“Não verás mais este povo cruel... de língua estranha que não se pode entender.”
Ezequiel 3: 5-6
“Por que tu não és enviado a um povo de estranha fala, nem de língua difícil... Nem a muitos povos de estranha fala, e de língua difícil, cujas palavras não possas entender...”
Portanto, língua estranha que “não se pode entender” é o idioma de uma outra nação, cuja língua desconhecemos. Contudo, ela deixa de ser estranha para aquele que a aprender na escola.
Amado, o problema todo de I Coríntios 14: 2 reside em duas expressões:
• Ninguém entende.
• Fala de mistério.
“NINGUÉM ENTENDE” – não está se referindo a todos os moradores da Terra, sabe por quê?
• O verdadeiro Dom de Línguas é entendível por aquele que fala e por quem ouve. O Pentecostes é a insofismável prova. Atos 2: 5-11. Todos os presentes à festa ENTENDERAM as línguas faladas.
• Se um crente falar uma das 3.000 línguas existentes no mundo, haverá alguém que a entenderá; quando nada por aqueles que pertencem ao seu grupo linguístico, ou seja, seus patrícios e conterrâneos. Portanto, já não será “estranha” para estes.
OBSERVAÇÃO:
Se ninguém entende, ninguém mesmo (no Céu e na Terra), senão só Deus, como afirmam, então os amados irmãos pentecostais equivocam-se ao dizer que se trata de língua dos anjos pois que, dentro da premissa lógica – ninguém entende –, os próprios anjos não a entenderiam!!!
Tampouco poderão afirmar (como o fazem Emílio Conde em O Testemunho dos Séculos, págs. 50, 51, 115, 139, 140, 152, e 156; Brumback em Que Quer Isto Dizer, págs. 102-103) que aqui e ali se falou uma língua estranha que alguém entendeu. Afinal – ninguém entendeu, diz o texto sagrado.
Veja que, pelos escritos dos autores pentecostais acima, prenuncia-se uma divergência, senão contradição entre os que advogam a tese da “língua estranha”. Por isso mesmo, reitero a você, amado, que temos de usar o bom senso, a humildade e a sinceridade de uma criança no entendimento deste texto, comparando-o com o contexto geral do capítulo. A dificuldade desaparece e o entendimento preciso do texto aflora ao ser colocada duas palavrinhas no texto: Veja:
“Ninguém NA IGREJA entende.”
EXEMPLO: Numa igreja onde só há quem fale português, chega um crente da União Soviética. Em dado momento, ele começa a orar na língua russa. Nenhum dos presentes entende o que ele está falando, só Deus compreende porque foi Quem criou todos os idiomas. Para os demais, portanto, o russo “fala de mistérios” enquanto ouvem sem nada entender.
Só o russo se edificou em sua oração a Deus, ninguém mais (I Cor.14:4). Pode até acontecer de alguém dizer “amém”, porém, o fará simplesmente por impulsos emotivos, em virtude do seu desconhecimento deste idioma.
Paulo classifica de indouto aquele que diz “amém” ao ouvir uma oração ou uma pregação em língua estrangeira que não conhece (I Cor. 14: 16). E ele tem razão; como pode alguém concordar com alguma coisa que não entende?
Outrossim, fica claro que, a língua russa, conquanto estranha para muitos, é um idioma existente, falado na Rússia e em muitos outros países e por aquele que o aprendeu na escola. Não é, portanto, “som sem sentido”, sem nexo, estático, imperfeito ou misterioso. É um idioma. Uma língua estrangeira.
“PORQUE O QUE FALA LÍNGUA ESTRANHA”
(no exemplo, é o russo orando)
“NÃO FALA AOS HOMENS”
(porque ninguém na igreja fala o idioma russo)
“SENÃO A DEUS; PORQUE NINGUÉM ENTENDE”
(a oração do russo só era entendida por Deus apenas)
“E EM ESPÍRITO FALA DE MISTÉRIOS”
(a súplica do russo era mistério para os demais, porque ninguém falava esta língua na igreja, mas não era mistério para Deus).
Toda a dificuldade seria contornada se houvesse, na reunião, um crente apenas que falasse o idioma russo. Ele então funcionaria como tradutor para os demais, e, assim, a língua deixaria de ser estranha, o mistério também desapareceria e todos seriam confirmados na fé.
Assim pois, os coríntios não estavam falando um idioma estrangeiro como um dom do Céu, pois que, esse só é dado para um fim específico – pregar aos estrangeiros – e nunca para satisfação pessoal ou porque se quer, a todo custo, por capricho ou para simples exibicionismo.
O certo é que, Paulo, ainda que de maneira velada, estranhou o que estava acontecendo na igreja de Corinto. Não aprovou ele, de forma nenhuma, aqueles sons, por isso que, por orientação do Espírito Santo, para evitar a confusão generalizada, deu estes mandamentos:
•“Falem dois ou quando muito três, durante a reunião.”
•“Cada um por vez.”
•“Não havendo intérprete esteja calado na igreja.” I Coríntios 14: 27-28.
Esta é uma prova inequívoca de que aquela língua não tinha a aprovação de Paulo. Ele foi benévolo com os coríntios, não desejando dizer que seu dom era falso ou estranho; orientou-os apenas para que estivessem alertas, pois que, o verdadeiro Dom de Línguas é diferente; não precisa da interferência humana (tradutores) porque Deus é perfeito. Atos 2: 4, 6-11.
Irmãos, estes mandamentos são válidos, hoje, da mesma forma que o foram naquela ocasião. O Espírito Santo ainda é a autoridade na igreja. O Espírito Santo está vigilante e muito entristecido por ver o mesmo fenômeno de Corinto hoje nas igrejas, e as pessoas acharem que seja Ele o autor. Observe:
O que acontece nas reuniões pentecostalistas hoje? Dezenas de pessoas, todas ao mesmo tempo, falando as chamadas “línguas estranhas”. Ninguém consegue manter o controle. Pelo contrário, em muitas igrejas, a ordem é gritar mais, gemer mais, se emocionar mais, pois que, assim entendem estar agradando ao Espírito Santo, ou quando nada, permitindo-se por Ele ser usado.
Ó, irmãos, é um equívoco. O desejo do Espírito Santo é outro. Ele não agiria de uma forma em Corinto e de outra forma no Brasil. Não, amados, lamentavelmente os Seus mandamentos são transgredidos. Parece que as pessoas não querem mesmo dar ouvidos à Sua voz cálida: “não havendo intérprete, cale-se”.
Sim, amado, a sinceridade me obriga a afirmar, e o faço por amor, creia: As gritarias ensurdecedoras de dezenas de pessoas balbuciando e gemendo com um zumbido dirigido, são manifestações da carne, “... pois não está sujeita a Lei de Deus, nem em verdade o pode estar”. Romanos 8: 7. Eu estou à vontade para dizer isso, porque tenho o apoio dos líderes pentecostais mencionados neste capítulo, que foram claros ao definir a “imitação falsa e fanática” do Dom de Línguas.
Diante disso, digo-lhe, com respeito e amor, não existe na Bíblia,“língua estranha”, “língua dos anjos”, nem “língua celestial”. O que há foi esta dificuldade criada em Corinto, pela contrafação do verdadeiro Dom de Línguas.
Provado está que, a condição espiritual da igreja de Corinto não favorecia a doação do Dom de Línguas pelo Espírito Santo (leia a pág. 233). Todavia, eles o queriam de qualquer forma. E quem faz ou deseja algo do Céu pela sua própria vontade, na carne, pode ser envolvido com facilidade pelo engano do diabo.
VERDADEIRO DOM DE LÍNGUAs
Capacidade de falar outros idiomas sem os haver estudado na escola. Recurso divino para facilitar a pregação do evangelho aos estrangeiros.
FALSO DOM DE LÍNGUAs
Palavras complicadas, esquisitas, místicas, incompreensíveis, proferidas por alguém em delírio, em “transe”, ou mesmo em estado normal (neste caso é pura vaidade, condicionamento da mente, ou exibicionismo).
Na ânsia de falar “línguas”, muitos crentes, sem o perceberem, excitam as suas emoções, estimulam-se com veemência e emotividade, fustigam e ativam mesmo os nervos (*), “com o fim de precipitar desenlaces emocionais, para produzir soluços e gemidos estáticos, ou risos arrebatados, o chamado ‘riso santo’... contudo, denominar o produto destes arrebatamentos (os soluços e gemidos) de línguas, é confusão, porque soluço e gemido não é língua. Muito menos línguas. Língua é um sistema de linguagem pelo qual os seres, dotados de inteligência, se comunicam e se entendem.” – Luz Sobre O Fenômeno Pentecostal, Elemer Hasse, pág. 99.
O supracitado, fiel adventista do Sétimo Dia, Elemer Hasse, nos dá a respeito, um esclarecimento oportuno por experiência própria, haja vista, ter sido um profundo estudioso da matéria, tendo pleno conhecimento dos bastidores pentecostais. Com relação às línguas aí faladas, e, por ele ouvidas, diz:
“A diferença de suas algaravias residia em produzir, ora sons guturais, ora nasais e outras vezes sibilante; numas predominando as sílabas ‘lá’ e ‘que’, noutras ‘ma’ e ‘si’, em desenfreado descontrole, mais ou menos o seguinte: ‘Laralaque, laque, laque! Lique! Lique! Lique! Lique! Salalaque, mamauá, meneasiri, si – sis – si – si – sisi... cára, cá, cá, que!’ etc. São assim, com variantes, as estruturas centrais das chamadas ‘línguas estranhas...!”’ – Idem, pág. 156.
Estas línguas não contêm substantivos, verbos, adjetivos nem outros componentes lógicos da linguagem humana. Por favor, o que é isso, então?
EXEMPLO: Se eu lhe disser:
“Páter Remond Ro En Tóis Uranóis”.
Você entenderia? Dirá que estou falando língua estranha? Bem, esta frase quer dizer: “Pai nosso que está no Céu”, em grego, um idioma conhecido. Aqui há concordâncias verbais traduzíveis, conquanto pareça e seja “língua estranha”.
(*) Esta é a prática usada nos exames de eletro-encefalograma, onde os pacientes, depois de terem os fios ligados nos cabelos de sua cabeça, recebem ordens do profissional para inspirar e expirar suavemente. Depois vai intensificando a aceleração gradativamente, até que, de repente, em muitos casos, o paciente sofre alterações neuro-sensoriais, tendo reações inteiramente descontroladas.
Semelhantemente, isso ocorre em reunião onde há intenso ruído, gritos, gemidos e muita música, e onde a participação física e ativa do crente é real, com palmas, movimento do corpo, olhos entreabertos e intermitentes ordens do líder. De repente, a pessoa entra em estado psico-mental-emocional e começa a emitir descontrolada e estranhamente, sons sem sentidos pelo descontrole do sistema sensor, e dizem ser isso “línguas estranhas”. Qualquer pessoa que presenciar os delírios provocados por alterações orgânicas acentuadas como: estupor, febre violenta, desidratação, descompressão, etc., dirá: está falando língua estranha! É tudo descontrole mental.
O Dr. Tancredo Vilhena Sobrinho esteve, a convite de amigos, antes de ser Adventista do Sétimo Dia, em duas reuniões às quais assim descreveu:
Primeira:
“Comparecemos... numa noite de verão de 1944... a uma reunião no interior paulista, em igreja de um desses grupos religiosos que proliferam em toda parte... Alguém orava em voz alta, súplice e quase chorosa, em meio a... ‘glórias’, ‘aleluias’, ‘améns’, ‘glórias a Jesus’, proferidas por toda a congregação... A oração... era secundada por fervorosas confirmações de ‘batiza ó Pai’, ‘batiza agora’, ‘dá-me o selo’, ‘batiza sim’,... até que um dos presentes desatou a engrolar exatamente isto:–‘ tabititi, tabititi, tabititi (muito repetido), maralá, maralá, maralá, maralá. Siquiá, siquiá, siquiá.”’
Segunda:
“Em julho de 1948, numa cidade menor, próxima daquela... vindo de São Paulo um notável médium especializado em efeitos de materializações espíritas, realizava práticas para seus adeptos... fomos para lá... De repente, um dos médiuns começa a fungar. Está ocorrendo a incorporação, isto é, um espírito chegou e entrou no médium... Um dos presentes... começa a articular palavras repetidas... mais ou menos assim: Macaliti, macaliti, macaliti (ou provavelmente ‘nacaliti’ pois o som não era muito distinto, embora alto). Izabu, izabu, izabu. Macaliti, macaliti... Lambantã, pororó, ciquidi.’” – Revista Adventista, 10/76.
Eis pois, a origem comum do fenômeno glossolálico, numa sessão espírita e num Templo Pentecostal e, agora, no catolicismo, de forma impressionante. O livro Católicos Pentecostais informa que padres, freiras e leigos, estão, também, falando em línguas normalmente. Continue lendo, logo conhecerá esta língua.
Bem, tais línguas são de cinco décadas atrás, e ouvidas por pessoas distantes uma da outra, e tem uma semelhança tremenda, conquanto ocorrerem em dois pólos diametralmente opostos. Agora, perceba as línguas de hoje:
“Cantaialas, alarraias, rAleluias ele cantaialas, glória cantaiala, narraias laia lanarraias.”
Marta Anderson (Pentecostal).
“ALABAXÚ, ALABAXÚ, ALABAXAIA, ALABAXAIA - SURILABATAI”
(Pentecostal)
Notou a diferença das línguas estranhas faladas por irmãos pentecostais, num espaço de 50 anos entre sí? Não houve uniformidade entre as línguas, muito embora o Espírito Santo seja perfeito. Por isso, as línguas relatadas por Elemer Hasse e Dr. Tancredo Vilhena, se assemelham tanto que deve preocupar os sinceros.
Agora, ouça as línguas faladas no candomblé, e veja a incrível semelhança com as línguas pentecostais, predominando a sílaba “ma” e “lá”:
“Terra de Cantarinamaia. Rimaracaxô Select manaios.”
Um querido irmão, egresso do candomblé, hoje membro atuante da Igreja Adventista do Sétimo Dia, disse que, realmente, lá se falam línguas idênticas, tremendamente semelhantes; e outro afirmou que “MANAIOS” é origem de outra palavra que quer dizer: árvore da mata. No candomblé, prosseguiu, MATA está muito ligada com Exú, que é Satanás.
O Dr. Fernando Pretti, funcionário do Governo do Espírito Santo, foi, durante onze anos, membro super atuante da Igreja Pentecostal Maranata. Relatou no livro que escreveu e editamos – A IGREJA DO MONTE, sua incrível conversão à Igreja Adventista do Sétimo Dia onde está há três anos. No dia 4/1/1996, esteve em minha casa e mencionou as línguas que se falam na Igreja Pentecostal Maranata:
“I Uandalamarrai I Chirrai Sirraz (Balabarrás)
I Ulaissí, Ôh Surriei”
Ele disse que todos lá falam estas línguas, mas fez questão de frisar: “A língua Balabarrás era exclusiva minha.”
– Então eu lhe perguntei: O que ela quer dizer?
– Ele respondeu: “Não Sei!”
As línguas do Movimento Carismático Católico são produzidas após cantarem uma linda canção pedindo que o Espírito Santo desça como o fogo, na hora da oração pela cura. A pessoa que as fala e interpreta, o faz em nome de Jesus, em nome da virgem Maria e em nome de outros santos, que menciona à medida que fala. As línguas soam bastante repetitivas e intermitentes, assim:
“SHALABABALALA... BABALABABALA... BALABAIAM... BALABAIAM... BALABAIAM...”
No dia posterior à reunião que estive, conversei com a pessoa que falou tais línguas e pedi-lhe que as repetisse para mim. Ela informou ser impossível, pois era um influxo do Espírito Santo quando descia na reunião.
Então lhe falei: No início do século este “dom” era uma reivindicação apenas pentecostalista, depois foi visto no espiritismo e agora no meio católico carismático. Ela então me disse: “Os cristãos vão se unir. Não diz a Bíblia que haverá um só rebanho e um só pastor?” (A propósito, leia algo interessante na pág. 261).
Meu amado, leia com carinho e tire as conclusões corretas:
Tiago 1: 17 – “Toda a boa dádiva e todo o DOM PERFEITO vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.”
Agora ouça o que disse Robert J . MacDonald discursando para os fidei-comissários, dirigentes e delegados da Septuagésima Sétima Convenção Anual Espírita:
“Um dos mais recentes fenômenos observados no campo da religião é o interesse pela glossolália (dom de línguas estranhas), que já atinge as Igrejas Protestantes tradicionais... Quando o espiritismo moderno surgiu, em 1848, muitos médiuns de então, experimentaram o fenômeno, e até hoje ele segue manifestando-se em certa extensão em nosso meio.” – The Summit 07 Understanding (O Clima da Compreensão Espiritual), Novembro de 1964. Todo cuidado é pouco, não acha?
O saudoso Pastor Roberto Rabelo, orador emérito da Voz da Profecia, conhecido, amado e respeitado pelos evangélicos em geral, afirma o seguinte:
“Competentes linguistas têm ouvido centenas de gravações destes sons e opinam que eles nada têm em comum com qualquer das três mil línguas faladas na Terra. Um deles, de fama mundial, o Dr. Willian Welmers, professor de línguas africanas da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, diz:
‘Até o presente nenhum linguista identificou qualquer emissão ‘destes sons’ como qualquer língua humana real, existente hoje, no passado ou no futuro’ (These Times, 4/70 p. 11). O professor Welmers, que é cristão, crê também que elas não representam línguas dos anjos. Citamo-lo de novo:
‘Mesmo uma língua celestial se ela for traduzível, deve mostrar algo das características da linguagem como a conhecemos. Deus não é irracional, e a linguagem humana existe simplesmente por que fomos criados à Sua imagem.’” – Atalaia 3/76, pág. 11.
Efetivamente, não foi glossolália, não foi língua dos anjos e não foi língua Celestial, o som que os coríntios emitiram, e sim, as mesmas línguas mono-silábicas ouvidas em reuniões carismáticas de hoje, instigados por um descontrole total de suas emoções. E o que é pior, correndo o grande perigo de serem enlaçados pelas artimanhas e ciladas de Satanás. E hoje, milhares caem na esparrela de Lúcifer, indo pelo mesmo caminho dos coríntios. Que você não seja um destes.
OBSERVAÇÃO CURIOSA:
I Coríntios 14: 21
“Está escrito na lei: Por gente DOUTRAS LÍNGUAS, e por outros lábos, falarei a este povo; e ainda assim não Me ouvirão, diz o Senhor.”
Este texto entrou neste famoso capítulo 14 de I Coríntios como uma ilustração feita por Paulo para deixar claro que, quando ele menciona o termo “línguas” quer se referir a idioma e nunca a sons sem sentidos. Se não for assim, este verso está perdido (frase anacoluta), pois não tem nenhuma ligação lógica com o pensamento discorrido pelo apóstolo. Meu amado, o Dom perfeito vem do Alto (Tiago 1: 17). Lógicamente, o dom imperfeito vem de baixo. Por favor, medite nisto com carinho, lendo todo o capítulo com calma.
Línguas Estranhas só Deus entende porque são misteriosas? I Cor. 14:2
A fortaleza do atual dom de línguas está construída sobre
uma errônea interpretação desse versículo.
Realmente, 'nosso amado irmão Paulo tem em suas epístolas coisas difíceis de entender, e os que torcem podem até se perder.’ 2o Pedro 3:15-16
Os carismáticos em geral, interpretam o verso em questão da seguinte maneira: ‘porque o que fala na língua dos anjos, nunca fala aos homens, mas sempre, e unicamente a Deus, porque no mundo todo ninguém o entende, pois fala línguas misteriosas pelo Espírito Santo.
Mas o que o apóstolo Paulo realmente queria dizer?
1. Línguas estranhas - O que são?
a) A palavra 'estranha' não aparece no original grego e como prova, tal palavra aparece em letras diferentes (ou itálicos) na bíblia.
b) Paulo não diz que a língua era desconhecida, logo então, as línguas referidas eram idiomas estrangeiros em uso por nações, mas desconhecidas aos membros da igreja de Corinto.
c) É erro deduzir da frase 'línguas estranhas', que uma língua especial estava sendo falada pelos corintos, uma vez que o dom já havia sido chamado de 'variedade de línguas' I Cor. 12:10
2. Falam de mistérios - Significado bíblico desta expressão:
a) Não são as línguas que são misteriosas, mas sim, elas falam de mistérios.
b) Sendo que a Bíblia deve ser a sua própria intérprete (I Pe. 1:21), o que ela diz serem estes mistérios? São os segredos ou verdades do plano da salvação, os quais estavam ocultos, e com Cristo, foram sendo esclarecidos. Ver os textos de: Rom. 16:25, I Cor. 2:7-9; 4:1; Ef. 1:9, 10; 3:9; 5:32; Mat. 13:11
3. Ninguém no mundo entende, unicamente Deus?
Esta é a frase mal compreendida pela maioria dos carismáticos e onde eles se ancoram, afirmando que é só Deus quem entende o dom de línguas deles também. Com isto, porém, eles estão criando uma arma contra eles próprios, pelos seguintes motivos:
a) Se ninguém no universo entende senão unicamente Deus, para que então os esforços de tantos pentecostais querendo provar que ali e acolá, a língua que falam foi entendida?
b) Se ninguém entende, mas ninguém mesmo, além de Deus, como podem eles harmonizar isto com o seu argumento de que o dom de línguas é a capacidade de falar a 'língua dos anjos, se única e exclusivamente Deus é quem entende, então os anjos também não a compreendem.
4. O Verdadeiro sentido da frase: "ninguém entende"
a) É engano interpretar a clausula 'ninguém entende', em um sentido geral, pois fazer assim, seria contradizer Atos 2:5-12, onde refere-se que 'cada um entendia falar em sua própria língua.'
b) Esse 'ninguém entende' não poderia ser todos os seres do universo, porque ninguém era ou é capaz de falar para todo o mundo ao mesmo tempo. E de fato, Paulo não quis dizer isso. Ele simplesmente dizia: ninguém na igreja de Corinto entende, nada mais do que isto.
c) Era o falar novas línguas, na igreja de Corinto, sem tradução que preocupava Paulo, pois já que não era entendida, também não edificava. Efe. 4:12-13
d) O próprio Paulo interpretou de maneira bem clara esse verso um pouco mais adiante, através dos versos 26-28: "quando vos ajuntais... Faça-se tudo para edificação. E se alguém falar língua desconhecida, faça-se isso por dois, e quando muito por três, e cada um por sua vez, e que haja intérprete (ou tradutor), mas se não houver intérprete, esteja calado na igreja e fale consigo mesmo e com Deus."
e) Com base nestes versos, podemos agora interpretar corretamente I Cor 14:2, da seguinte maneira: 'Porque quem fala língua desconhecida' (dos presentes, e não tendo intérprete) não fala (ou não se deve pôr a falar) aos homens (presentes), senão a Deus (em oração); porque (sendo uma língua desconhecida dos presentes) ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios (isto é, das coisas ocultas que Deus revelou)."
f) Transportando a mesma situação para uma igreja atual, a de Marília, por exemplo, teríamos a seguinte construção: "porque o que na igreja de Marília, fala a desconhecida língua russa; não fala aos homens presentes (a não ser que haja tradutor), mas a Deus em oração; porque nenhum dos irmãos daqui o entende (visto ser o russo um idioma estranho aos brasileiros em geral)"
g) Neste caso, o que deve ser feito de acordo com os versos 2, 27 e 28? "deve calar-se". Não deve pregar nem testemunhar, mas sim, falar só consigo mesmo e 'em espírito', isto é, meditar nos mistérios divinos e falar só com Deus em oração, o qual entende todas as línguas do mundo.
h) Dizer que um indivíduo pode falar línguas ininteligíveis e desconhecidas ou não compreendidas por si próprio, seria contradizer o ensino de Cristo a esse respeito, quando disse que o homem deve amar a Deus, 'de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento.' (Luc. 10:27)
Isto envolve o homem todo, suas faculdades emocionais, espirituais, físicas e mentais devem estar ativas.
i) Deus não se contradiria levando uma pessoa a ter uma experiência espiritual com a mente inconsciente do que ouve, vê e fala com os seus lábios.
Paulo reconheceu esse fato na sua repreensão a Igreja de Corinto, conforme I Cor. 14:15 e no verso 16, pois assim se expressou: "Que farei pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento. Cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento."
Última edição por Eduardo em Sáb Abr 02, 2011 10:20 pm, editado 14 vez(es)
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Glossolália - Falar em linguas estranhas :: Comentários
Dom de Línguas Estranhas Influente no Meio Pentecostal |
Escrito por Dr. Rubens Nisio | |
Continuação do Estudo sobre as diferenças entre a Igreja Batista do Sétimo Dia e os Pentecostais Ultimamente esta doutrina está se infiltrando no seio de todas as denominações históricas batistas, metodistas, presbiterianos, episcopais, luteranos e até mesmo no catolicismo romano. Uma doutrina estranha de fundo ecumênico, dando ênfase especial às curas milagrosas e ao falar LÍNGUAS ESTRANHAS, afirmando serem estas últimas o sinal evidente e necessário do batismo no Espírito Santo. Essa doutrina é propagada por movimentos interdenominacionais conhecidos pelos nomes de Renovação ou Reavivamento Carismático, Novo Pentecostalismo ou Pentecostalismo, Nova Penetração ou ainda Movimento Moderno de Línguas. Utilizando-se de todos os meios de comunicação para difundir as suas idéias, seja promovendo reuniões ecumênicas, seja através da imprensa, rádio, TV, etc. Partindo de falsos conceitos da doutrina Bíblica sobre o assunto, os seus adeptos, incitam os crentes a procurarem essa experiência por todos os meios. Em conseqüência, as reuniões que promovem geralmente são caracterizadas por um aparente e ruidoso fervor espiritual, motivados pelo desejo de participarem de novas e excitantes experiências religiosas. Se bem que o fervor e avivamento da nossa fé, sejam qualidades sempre recomendáveis, devemos considerar que os aparentes resultados de uma experiência espiritual não constituem a prova da sua autenticidade divina. Todas as experiências, devem ser julgadas à luz da palavra de Deus, e não vice-versa, pois os fins não justificam os meios. Somente ela, deve ser a nossa única e final autoridade para julgarmos se uma experiência é de origem divina, humana ou diabólica. Complementando essa matéria, destacamos a seguir, resumidamente, alguns pontos em que as idéias e práticas propaladas pelos referidos movimentos, contrariam os claros ensinos da palavra de Deus, permitindo que cada membro possa compreender a natureza básica dos mesmos e avaliar a origem daquelas experiências: O Que é o Dom de Variedade de Línguas
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ENCONTRO ÍNTIMO COM DEUS
Não questiono que cada crente tenha seu “encontro íntimo” com o Senhor. Conforme as circunstâncias, podemos nos “embriagar” de Deus, experimentando momentos de profundo prazer espiritual, que se dá como um sentimento expressivo, entusiasmo agudo e momentâneo, porque nós fomos feitos para Deus, e só nEle encontramos completa satisfação. Isso ocorre bastante comigo.
Entendo também que esta ânsia por Deus, varia de intensidade de pessoa para pessoa no vigor de sua faixa etária. A experiência pessoal com Cristo é inexplicável, pois é vivida e sentida bilateralmente: o crente e Cristo.
Alguns são de vibração intensa. Sua comunhão com Deus é um amplexo vibrante; não raro trata-se de pessoas muito emocionáveis e impulsivas. Porém, não se perde o controle mental se o Espírito Santo atua em sua vida.
Na verdade, quando fechamos a porta de nosso quarto (Mat. 6: 6) e, a sós com o Pai Celeste, podemos entreter uma maior e melhor comunhão; e dependendo do estado d’alma e do sentimentalismo de cada um, podem ocorrer momentos de indizível gozo. E, neste supremo deleite podemos nos alegrar muito, traduzindo os anseios de nosso coração nas vibrações do mais profundo de nosso ser, porém, desacompanhados de contorções, explosões, convulsões ou empurrões; muito menos palavras ininteligíveis.
Assim como o Espírito Santo intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Rom. 8: 26), não será demais que, no ápice de nossa comunhão com Deus, Ele nos inunde de gozo, satisfação plena, paz confortante, confiança, tudo isso em meio a copiosas e benfazejas lágrimas.
Nós devemos nos colocar em condições para que as delícias deste “encontro íntimo” ocorra conosco. Se acontecer, será uma experiência a mais em nossa vida cristã. Se, contudo, não ocorrer, não nos fará falta, pois que não as buscamos como se nos faltasse alguma coisa para nos confirmar como cristãos verdadeiros, reais herdeiros do Rei Jesus, ou para sermos salvos.
Nunca devemos buscar nada do Céu através de emoção para fortificar nossa fé. Fé não é emoção. A emoção geralmente é aproveitada por Lúcifer para criar suas sutís contrafações.
Compreendo também que, só devemos buscar esse “encontro íntimo” no recesso do lar, a sós com Deus, longe de tudo que se possa tornar motivo de vanglória, escárnio, exibicionismo ou vaidade.
Ao agirmos assim, uma coisa fatalmente ocorrerá, mesmo que não experimentemos todo o gozo deste profundo colóquio com o Senhor: iremos fortalecer o processo vital da oração particular (sangue da vida espiritual). E não será sem tempo, advertir que, ainda ali, há possibilidade segura de Satanás interferir e enganar o crente, pois ele tem acesso ao quarto do cristão, caso este não ande em toda a Verdade, de maneira que os anjos de Deus levantem uma “barreira de fogo” ao seu redor. Com esta “cobertura”, estará o crente protegido e em condições de ouvir a voz cálida e suave do Espírito Santo. Aleluia! Glória a Deus!
ÊXTASE PENTECOSTAL
Sintonizei a Rádio Metropolitana, num domingo às 14:00 h, no culto da Igreja Pentecostal do Rev. Davi Miranda. Quando este homem iniciou a oração que durou mais de trinta minutos, todos começaram a gritar fazendo incrível alarido, nada se ouvindo. Apertei o rádio ao ouvido para, pelo menos entender a oração; e as palavras dele soavam assim:
ôôôôôôaleluuuuuuuuuuuuuiaaaa abençôôôôôa
meu Deuuuuuuuuuuus, etc.
Entre os gemidos emitidos, e, em meio à oração, soltava impressionantemente uma gargalhada estranha e horripilante. E a multidão batia palmas e gritava freneticamente.
Crêem estes irmãos pentecostais, que tal barulho é a atuação do Espírito Santo enchendo-os do poder, e daí para falar línguas, é um pulo. (Aconselho-o a ler meu livro BABILÔNIA E SUAS FILHAS, onde encontrará subsídio a mais para esclarecimento deste tema).
Uma jovem explicou como as pessoas em uma igreja pentecostal que ela frequentava se tornavam “cheias do espírito”. Disse ela:
“Todos os que nunca tiveram sido ‘cheios’ sentavam-se juntos a frente em fileiras com quase nenhum espaço entre as pernas, de sorte que, praticamente se tocavam uns aos outros. Aqueles que tinham mais experiência assentavam-se atrás. O regente de música ficava em uma plataforma e os dirigia em coros. Dentro em breve, aqueles que estavam na parte de trás eram ‘cheios do espírito’. A seguir, fileira por fileira, os iniciados começavam a falar línguas.” – Lição da Esc. Sab. 3/86.
Outros descrevem isso como uma corrente elétrica que se inicia no pé e sobe para a cabeça, produzindo reações e sensações completamente fora de controle. Como você vê, tudo premeditado por pessoas que descobriram ser a mente altamente influenciável e, por isso mesmo, podem acioná-la para seus propósitos. É lamentável! É uma pena! Mas... é a verdade!
Entrei numa dessas igrejas, em um domingo à noite. Tão logo assentei-me, o ventilador que ficava próximo, apresentou defeito. Chegou alguém para consertá-lo, enquanto o pastor pedia a um diácono para orar. Como de praxe, todos participaram, gemendo, gritando e clamando.
O interessante é que, enquanto todos oravam, o pastor, pelo microfone, e em voz alta, dava orientações sobre o ventilador. Até que, finalmente disse: “Pare, deixe ficar...” Ao mesmo tempo, várias pessoas transitavam para lá e cá e outros abriam e fechavam os olhos, etc. Percebi que o barulho tem mais valor que a reverência nestes locais. E que a intenção é envolver a todos em arroubos de emoção.
O que acontece nestas reuniões é um contágio generalizado, que é muito natural. A rigor, não se sorri em velório, nem se chora em festa de aniversário. Onde há um grupo de pessoas sorrindo a tendência natural é sorrir. Da mesma forma, onde há pessoas chorando, fatalmente todos, ou muitos, chorarão. O estado emotivo contagia até mesmo os insensíveis.
Todo ser humano tem uma vasta região subliminar que envolve a instabilidade nervosa, por isso ocorrem as vertigens, alergias ou pranto descontrolado; “visões”, enunciações vocais involuntárias (línguas estranhas) que, em realidade, são crises emocionais.
A mente é fantástica. Você esquece, por exemplo, algo passado em sua infância. Porém, não fica apagado em sua lembrança; apenas desaparece de sua memória, ficando alojado no subconsciente.
Tais recordações podem aflorar à nossa consciência naturalmente ou em estado de profunda emoção, transes psíquicos, sonhos, etc. Uma pancada na cabeça pode fazer alguém esquecer muita coisa, ou relembrar fatos que havia esquecido por completo. Não é sem motivos que é na mente onde atua o Espírito Santo. Ela é fantástica.
A propósito, destaco do livro “Forças Misteriosas Que Atuam Sobre a Mente Humana” do Dr. Fernando Chaij, editado pela Casa Publicadora Brasileira, cuja leitura aconselho aos irmãos, este precioso parágrafo, da pág. 239. Grifos meus.
“Um clima de excitação geral e forte sugestão coletiva pode curar muitas doenças de natureza histérica ou neurótica. A ciência sabe que neuroses podem produzir no corpo toda espécie de irregularidades funcionais. Até cegueira e paralisia podem ter causa puramente emocional, e tais disfunções podem desaparecer instantaneamente se algo atingir o subconsciente com impacto, visto ser a raiz de muito trauma psíquico.”
A mente é o mais perfeito “computador” existente. Ela funciona com a exatidão de uma máquina fotográfica, captando tudo que alcancem os olhos. A mente é onde atua o Espírito Santo. É ela que comanda toda reação de nosso corpo.
Todos os nossos sentimentos normais, emoções profundas, anseios frenéticos, advém do cérebro por vias naturais; porém, podem sofrer a falsificação de Satanás. Por isso, temos que zelar por nossa mente, trazendo-a sempre cativa a Cristo, com pensamentos nobres e puros; sentimentos de alegria e gratidão, etc.
Há pessoas que vivem à cata de emoções diferentes. Um jovem evangélico me disse ter descido certa ocasião uma ladeira de bicicleta e de olhos fechados, logrando sentir emoções diferentes. Felizmente está vivo.
De igual forma, o arroubo, emocionalismo e êxtase são, para muitos crentes pentecostais, a razão de sua fé. A satisfação de intensa excitação nervosa ou psíquica levando-os a extasiarem-se, é o que anseiam dentro de sua religião. Por isso que, quando ele vai à outra igreja não pentecostal, diz ser uma reunião fraca, fria, sem poder, etc. É porque sua mente se acostumou com aqueles excitamentos, e tudo que for contrário não lhe satisfaz. Sua mente não consegue alcançar mais nada que não seja excitável ou barulhento. (A mente tem estas características: ela pode ser induzida, sugestionada, cauterizada... todo cuidado é pouco, com ela).
TRANSE
Transe é o transpasse psíquico de arrebatamento, do estado consciente para o subconsciente. O arroubo então chega a alcançar o clímax, o ponto máximo, que é a linha de passagem de um estado d’alma para outro. É o seguinte:
A pessoa se excita de emoção em emoção, clamando, gritando, chorando, implorando, gemendo. De repente há o desequilíbrio mental. As emoções ficam descontroladas e a pessoa neste “gozo” faz caretas, trejeitos, ri, chora, grita e geme; então ocorre a dificuldade em articular as palavras. Aí surgem as “línguas estranhas”.
Em tal estado, tudo pode acontecer; por vias normais e sobrenaturais. Pelo lado normal (físico) a pessoa extravasa seus arroubos de emoção (muitos gritos, choro, sorrisos, etc.); pelo lado espiritual, o malígno aproveita o estado emocional e lança sua contrafação. (Há fatos comprovados de crentes que, nestas circunstâncias – cheios do “espírito” – até crimes cometeram. Os jornais noticiaram).
Os crentes de temperamento muito forte chegam com mais facilidade ao clímax do transe. E deste estado contagiante ninguém escapa, ou pelo menos quase ninguém, porque os mais emocionáveis contagiam os menos emotivos.
Fato singular é que as pessoas que foram espíritas ou têm tendências neuróticas e histéricas, ao entrarem para uma igreja de fé pentecostal, falam línguas na primeira reunião (isto é uma realidade comprovada); o que não ocorre com crentes de temperamento pacato e que não têm a facilidade de se emocionarem. Amado, isso é fruto de pesquisa. Fatos comprovados.
PORTAS FECHADAS PARA FACILITAR
Você já pode ter ouvido alguém dizer:
• “O irmão fulano quase foi batizado com o Espírito Santo. Eu o estava observando. Se ele tivesse orado um pouco mais, teria recebido o batismo”. Isto equivale dizer:
• “Se ele tivesse se excitado um pouco mais, teria caído em transe.”
Você sabe porque há aquelas reuniões pentecostalistas de portas fechadas, só para eles? Alguém observou que isto ocorre porque, se tiver um descrente ali, poderá perturbar ou impedir de o crente chegar ao ápice ou êxtase de sua “emoção diferente” (“batismo do espírito”).
Ora, ficaria o Espírito Santo inibido de manifestar-Se só por causa da presença de um estranho? – Aí está a razão porque creio que tais manifestações são inteiramente carnais.
O que ocorre é, que, todos sabemos que pessoas estranhas inibem nossos sentimentos, sufocando assim, lágrimas e sorrisos.
Outro fato a considerar é que, sem entusiasmo, barulho, grito ou gemido, não há o desencadeamento emocional. Quando não há muita música e muita excitação, há menos “batismos”.
As pessoas então ficam anos praticando este ritual: Gritos + barulho + gemidos = emoções fortes que resultam em “línguas”. E a mente, assim, vai sendo deteriorada.
Para facilitar a excitação e precipitar o transe, os crentes são ensinados com insistência a não “resistir” ao Espírito Santo, a “entregar-se”, a “deixar a mente vaga”, etc. Ouvi dizer que tais conselhos são os mesmos do espiritismo e do hipnotismo. Fui conferir e é verdade mesmo!
PORQUE É DIFÍCIL PARAR DE FALAR LÍNGUAS?
Depois de anos repetindo a “língua”, o sistema nervoso passa a funcionar como uma chave elétrica – “liga” e “desliga” – automaticamente.
Em muitos casos há uma deterioração da mente pelo excesso desta prática, de modo que a pessoa se torna incapaz de controlar seu sistema nervoso. Sempre que ela deseja se expressar em seu idioma natural, o órgão da fala desanda em língua estranha. Nesses casos, há necessidade de um reexercício da mente. Uma reeducação mental.
Um irmão que foi de uma dessas igrejas renovadas (que se tornou Adventista, lendo o Assim Diz O Senhor), disse haver lá uma senhora que, constantemente enrolava a língua, soltando uma imensidão de estranhos sons, que ninguém entendia. Isto acontecia quase que involuntário à sua vontade. O diácono então, conhecedor que era do fenômeno, tocava-lhe ordenando-a a calar-se, o que ocorria de imediato. Ela “ligava” e o diácono “desligava”.
Querido irmão, a Verdade pura do Criador, pela atuação do Espírito Santo, tem que entrar no coração através das faculdades mentais pelo processo racional do pensamento, e produzir mudanças radicais na vida. Deteriorar a mente é plano de Satanás, para que ela não alcance a Verdade que liberta, salva, traz paz e gozo no Espírito Santo.
CULTO RACIONAL
A religião de que o homem precisa entrar em transe para sentir gozo espiritual, alegria, contentamento, e penetrar uma “nova realidade”, não se coaduna com os princípios cristãos, porque, tais emocionalismos e êxtases são, fundamentalmente, reminiscências dos cultos pagãos do passado que a Bíblia relata haver Deus ordenado sua destruição total (I Reis 18:22-39). Hoje, entretanto, imperceptivelmente, o diabo está misturando o santo com o profano, o certo com o errado, o calmo e equilibrado com o nervoso, irritadiço e barulhento. Lamentavelmente, existem cultos rotulados de evangélicos que mais parecem cerimônias pagãs do remoto passado, ou, quando nada, muito se assemelham.
Os cultos pagãos (religiões de mistério) praticados pelos magos do velho Egito e feiticeiros primitivos, eram rituais com muita música e participação física de seus adeptos, coletivamente. Não diferem também hoje, senão veja:
As tribos africanas promovem seus rituais com danças exaustivas, intenso ruído de tambores, bebidas e provas de força e coragem.
Os faquires da Índia, misturam mágica e sofrimento (cama de pregos); encantamentos e manuseio de serpentes venenosas, com muita música, canções, bebidas e cerimônias.
As modernas sessões de espiritismo, consistem em uma mesa grande onde, os adeptos, assentados, começam a cantar músicas (pontos) batendo palmas intermitentemente.
No candomblé, os tambores rufam, acompanhados de outros instrumentos musicais, com palmas, batidas de pé, rodopio do corpo, cabeça para frente e para trás, etc.
Na umbanda , a “gira” (cerimônia), geralmente se inicia com invocações das falanges (linhas dos santos) através de “pontos cantados” (cânticos com ritmo marcado por atabaque – tambor).
Todos esses rituais são extremamente contagiantes porque exigem a participação física do adepto ao compasso de estridentes e ritimadas músicas, fazendo-o chegar ao transe espírita que é, sem sombras de dúvida, produzido pelos espíritos de demônios (Apoc. 16:14).
Agora, responda o irmão com sinceridade: Não ocorrem coisas semelhantes nas igrejas renovadas e carismáticas? E no catolicismo? Quem está imitando quem?
Como vê, irmão, o culto que temos de oferecer ao Senhor tem que ser um culto racional (Rom. 12:1), isto é, com raciocínio e inteligência; sim, que expresse também nossa gratidão e alegria, e esta se completa com a música, mas... a música é para louvar a Deus e não para levar ao delírio e êxtase frenéticos.
A música que tem a propriedade de excitar e “mexer” o corpo, a cabeça, os ombros, o pé... FORA COM ELA – esta música é do malígno. A música divina e que deve fazer parte de nossa adoração é aquela que enleva o crente espiritualmente. Que o faz sentir-se junto a Deus, em suaves acordes de melodia eterna.
Portanto, nosso culto não pode, jamais, assemelhar-se às múltiplas formas de rituais explorados pelo diabo.
Ademais, levando-se em conta que nossa mente é por demais influenciável pela sua própria estrutura, temos que trazê-la cativa aos princípios santificadores, subjugando-a ao Senhor em santidade e reverente adoração, porque, música altissonante, ruído intenso, palmas, luzes, rituais e cerimônias emocionantes e excitadas são artifícios que facilitam romper as barreiras da realidade cotidiana e entrar em transe, pois tais artifícios, são potencialmente capazes de provocar alterações no nosso sistema sensor. Abra os olhos amado, e...
Leia a página seguinte com atenção e carinho.
“Há no ministério homens que obtêm êxito dominando os espíritos por meio de influência humana. Eles jogam à vontade com as emoções fazendo os ouvintes chorar, e dentro de alguns minutos sorrir. Com um trabalho desta espécie, muitos são, por impulso, levados a professar a Cristo, e supõe-se haver um maravilhoso reavivamento; mas, ao sobrevir a prova, o trabalho não perdura. Os sentimentos são excitados, e muitos são levados com a onda que parece dirigir-se para o Céu; mas, na forte corrente da tentação, volvem atrás, como um galho flutuando. O obreiro se engana a si mesmo, e extravia seus ouvintes.” – Ellen Gould White.
PARAPSICOLOGIA, diz o dicionário: “Ciência que estuda experimentalmente os fenômenos ditos ocultos, considerando-os fenômenos psíquicos.” Ouça o que a parapsicologia diz sobre as “línguas”:
“O chamado fenômeno glossolálico, ocorre em casos coletivos (reuniões) e em casos individuais (fora das reuniões). Em qualquer caso, não passa de um condicionamento psicológico que acaba extravasando. Nas reuniões há uma excitação coletiva, avivada, por sugestões verbais, sermões, mensagens, orações, ‘glórias’ (no caso pentecostal), que forma uma ‘corrente’ mental, denominada campo magnético. Os mais sugestionáveis têm o cérebro induzido pelas impulsões do inconsciente, o qual tem armazenada a idéia obsedante de manifestar o ‘dom’, ou ser ‘selado’, como dizem. Então sobrevem o êxtase psíquico, e a pessoa fala coisas sem nexo. Extravasou-se o condicionamento. Ao sair do transe, sente um alívio indescritível, que supõe ser o ‘gozo do Espírito Santo’. Satisfez a doutrina e seu desejo.
“Nas reuniões espíritas, o mecanismo difere um pouco. A concentração, pelo silêncio, produz uma tensão-ambiente, que todos percebem. O ar parado e pesado, indica que algo vai ocorrer, e predispõe à expectativa. O campo magnético já se formou, desta vez sem os estímulos verbais. A idéia dinâmica leva o sensitivo (médium) ao transe, com fungações, algumas perturbações motoras, e depois o extravasamento num linguajar que, praticamente não difere do pentecostal. Outras vezes ocorrem ‘incorporações’ e o médium fala mensagens claras e inteligíveis. Pode ocorrer, embora raríssimamente, que o sensitivo fale língua estrangeira conhecida, mas isto situa-se noutra área que refoge ao caso que estamos considerando.
“O fenômeno das línguas extáticas também ocorre numa pessoa fora das reuniões. Neste caso, o indivíduo fica condicionado pelo monodeísmo (idéia fixa, de falar línguas, no caso), e forma, em torno de si, ainda que inconscientemente, uma aura ‘magnética’. Forma seu campo mental com o pensamento concentrado em falar línguas, em ser ‘selado’, e esse pensamento se vitaliza e se planifica com orações persistentes em busca do ‘dom’. Haverá um dia em que se romperá o represamento do inconsciente, extravasa-se o condicionamento e ocorrerá o fenômeno. É o transbordamento da energia contida. E fala coisas que ignora, em expressões desconexas, articuladas em sílabas geralmente repetidas.” – RA, 10/76.
PENTECOSTALISMO CATÓLICO
Meu irmão, será que não podemos visualizar o maior acontecimento da história, isto é, a vinda gloriosa do Senhor Jesus cercado de todos os anjos? Será que tudo que a mídia apresentou recentemente a respeito da posição tomada pelo Vaticano, não o leva a uma profunda reflexão religiosa? Tenho algo para você, leia:
“Cresce o Pentecostalismo na Igreja Católica.” A cada domingo, pelo menos 50.000 brasileiros renegam uma parte do sono matinal para acompanhar as orações que a Renovação Carismática – uma corrente pentecostal fundamentalista da igreja – leva ao ar às 8:30 h pela Rede Bandeirantes de Televisão... Os carismáticos já passam de 2 milhões e mantêm comunidades de preces em todo o território nacional. A Renovação ainda conta com um programa semanal na Rádio São Paulo, que é retransmitido por outras 52 emissoras...
“CURAS – Durante suas reuniões, os carismáticos alegam manter um contato direto com o Espírito Santo. Essa aproximação da divindade lhes daria poderes de cura, profecias, discernimento... Outro fenômeno nessas sessões é o exercício do dom de línguas – locução e interpretação de preces e dialetos extintos ou desconhecidos... Hoje, 135 das 245 dioceses brasileiras já aprovam oficialmente os trabalhos de Renovação Carismática. Mais de 1.500 sacerdotes já passaram pelos cursos e retiros promovidos pela organização... O bispo de Formosa, em Goiás, Dom Victor Tielbeek, afirma que a Renovação é um caminho de retorno aos ensinamentos bíblicos,... mas nem por isso descuidamos dos mandamentos da igreja e do louvor à figura de Nossa Senhora.” – Veja, 23/3/88. Grifos meus.
CONFUSÃO PERIGOSA?!
As Igrejas Pentecostais e renovadas tem, nas suas lideranças, pessoas que unanimente afirmam ser a Igreja Católica Romana, uma igreja herética, idólatra e “mariólatra”. Mas,... como será agora?
Esta igreja que combatem, está também produzindo curas, exorcismo, milagres, êxtases, línguas estranhas, revelações “divinas”, palmas e danças nos seus cultos. E como dizem, o agente é o Espírito Santo, porém, com a mediação de Maria.
Amado, faria o Espírito Santo alguma coisa contrária à vontade de Jesus? É inegável que há um engodo satânico solapando a fé de milhares de pessoas sinceras.
PRESTE ATENÇÃO: Comentando no Jornal Espírita de 6/91, o decréscimo de adeptos do catolicismo romano e a evidente preocupação da Igreja Católica, o sr. Durval Ciamponi, encabeça sua matéria com o expressivo título: “ESPÍRITOS AGORA ENTRAM NA IGREJA”. Disse ele: “Com o movimento amplo do espiritismo e sua crescente aceitação pelo povo; o crescente movimento das Igrejas Pentecostais (que aceitam as manifestações mediúnicas, sob a égide do Espírito Santo);... Para evitar a fuga dos fiéis a igreja busca o misticismo e o sincretismo religioso. Conforme (diz) o bispo Dom Aloisio Sinésio Bom. – ‘O Globo’, de 18/4/91: ‘Isto significa valorizar experiências místicas, utilizar elementos das religiões orientais e até realizar rituais de cura.’”
O sr. Durval concluiu: “O movimento carismático nada mais é que um conjunto de práticas espíritas: captação e doação de fluídos, mediante cura por imposição de mãos (passe).” Grifos meus.
Meu irmão, esta autoridade espírita está dizendo simplesmente que, o que ocorre no Centro Espírita, é o mesmo fenômeno que acontece nas Igrejas Evangélicas Renovadas e agora invade a Igreja Católica em sua área carismática.
Analise, confronte os fatos e veja se não está mais igual que parecido. Pois é!
Aliás, isto não é novo nem novidade. Um espírito maligno já, ao tempo de Paulo, ardilosamente tentou confundir e enganá-lo operando maravilhas, confessando, inclusive, o Nome de Jesus e dando testemunho do Altíssimo. O apóstolo, porém, discernindo tratar-se do diabo, expulsou-o em Nome de Jesus. Atos 16:16-19.
O Espírito Santo foi dado para “guiar a toda Verdade” (João 16:13); se o espírito que está fazendo milagres, curas, sinais, prodígios e produzindo línguas estranhas não revelar ao povo que o Sábado é o Dia do Senhor e que a alma é mortal, não pode ser jamais o Espírito de Deus. João 14:26. Preste atenção:
Católicos Espíritas Evangélicos
Línguas Estranhas falam falam falam
Libertação pregam pregam pregam
curas fazem fazem fazem
Exorcismo praticam praticam praticam
Revelação Divina dizem ter dizem ter
Batismo no Espírito Santo ensinam ensinam
Meu amado irmão pentecostal, meu querido irmão católico pentecostal, como vê, há nisto tudo algo muito comum. O que está ocorrendo por trás de tudo isto? Eu sei que você já começa a desconfiar desta igualdade. Sabe, a segurança está somente na obediência à Palavra de Deus. Não tema em decidir ao lado da Verdade.
PENSE NISTO: Se o que separava católicos e evangélicos já não existe mais, podemos visualizar passos largos na caminhada para um decreto religioso, sancionado pelo Estado, onde o domingo, com o apoio dos crentes, vai tornar-se a pedra de tropeço. Aí então estará formada a “imagem da besta” (união da igreja e do Estado, usando o poder secular para alcançar objetivos religiosos – Apoc. 14:9), então caberá a você, procurar a Igreja da Verdade, que mantém a Verdade, por amor à Verdade.
Há, no mundo, um processo silencioso, para a união das igrejas. Muitos evangélicos, membros de tais igrejas garantem: “Não nos uniremos!” Partindo da premissa de que o arcabouço doutrinário fala mais forte e, se nele há uniformidade na sua própria base (domingo - imortalidade da alma), como recusar esta união? Grave isto:
“Papa quer cristãos unidos no ano 2000” – O Globo 22/05/1995. “...O porta-voz do Vaticano Joaquin Navarro-Valls afirmou que o Papa ‘quer eliminar as distâncias cavadas nas lutas históricas’ para a união dos cristãos no limiar do terceiro milênio...’”
No dia 24/11/96 o líder mundial dos Batistas, esteve com o Papa. O Jornal do Brasil publicou a foto de ambos e o Pastor Fanini disse: “... As diferenças entre a fé batista e a fé católica são menores do que se imagina...”
“Em nova Encíclica, Papa defende união de cristãos” – O Globo 31/05/1995. “O Vaticano divulgou ontem a 12ª. encíclica do Papa João Paulo II, Ut unum sint (Que todos sejam um), dedicada totalmente ao ecumenismo. Nas suas 114 páginas, o Papa afirma que o compromisso da Igreja Católica com a unidade de todos os cristãos é irreversível... Mas o problema mais complicado, a que a encíclica dedica mais de dez parágrafos, é o da primazia do Papa sobre a igreja universal. João Paulo II reconhece que esse é um tema delicado para a maioria dos cristãos, mas lembra que, nos evangelhos, Pedro aparece como o chefe e porta-voz do colégio de apóstolos designados por Jesus. Como sucessor de Pedro, o bispo de Roma – isto é, o Papa – deve assegurar a comunhão de todas as igrejas. Ele tem o dever de advertir, alertar, declarar às vezes que uma ou outra opinião são incompatíveis com a unidade da fé; deve falar em nome de todos os bispos e, em determinadas circunstâncias, pode declarar que uma doutrina é fé...” – (Grifos meus).
Compreende como é “irreversível” esta união!
E como será conquistada? As profecias se cumprirão fatalmente. Aqui, um prenúncio do desfecho final. Ouça:
O Globo – 2ª edição, 8/7/98, pág. 30.
“O Papa João Paulo II lançou ontem um apelo... aos católicos do mundo inteiro: que voltem a considerar o domingo um dia sagrado... O apelo do Papa foi feito em Carta Apostólica de cem páginas, intitulada ’Dies Domini’ (Dia do Senhor)... Em nome de todos os cristãos, o Pontífice pediu para que todas as legislações civis levem em conta o dever... de santificar o domingo.” – Grifos meus.
Em sua encíclica Veritatis Splendor (O Esplendor da Verdade), o Papa João Paulo II, dirigindo-se específicamente aos bispos disse: “A oposição aos ensinamentos dos pastores da Igreja não pode ser vista como legítima expressão nem de liberdade cristã nem de diversidade de dons espirituais. É proibido violar tais preceitos. A eles devem submeter-se todos, não importa a que custo.” Percebeu?! Ouça mais:
“LEI DOMINICAL NOS EUA? – Vida moderna, tempos de liberdade. Ditadura, nem pensar. Passado, nunca mais!?? Mas, se de repente tivéssemos uma guinada de 180 graus na História e retornássemos ao totalitarismo medieval, como você reagiria?... Chega-nos a notícia de que os Estados Unidos terão, em breve, talvez já no próximo mandato que se inicia em Janeiro de 97, uma nova constituição, com profundas alterações nos direitos individuais. Os autores da proposta alegam ser a liberdade responsável pela imoralidade crescente no país. E pela primeira vez discutirão, tentando colocar em prática, assuntos relacionados com a religião, tema antes evitado de se misturar com política.” – Jornal O Estado do Paraná, 01/05/96.
Anote o que disse o presidente mundial dos Adventistas, Pastor Robert S. Folkenberg, em Agosto/96, Edição Especial do From The G.C. President:
“ALERTA LEGISLATIVO: No dia 16 de Julho, a liderança da Câmara dos Deputados revelou sua tão esperada revisão da assim chamada emenda da ‘igualdade religiosa’ à Constituição dos Estados Unidos (HJR 184). A emenda proposta é expressada em termos benígnos mas representa um ataque às noções fundamentais da liberdade religiosa e da separação da igreja do estado ao requerer do governo que subsisdie difusamente atividades sectaristas e entidades e que autorize práticas potencialmente coercivas tais como sancionar oficialmente a oração nas escolas e o reconhecimento governamental da religião.
“A emenda proposta porá por terra a prática consagrada da neutralidade governamental nas questões religiosas e a substituirá por um favoritismo estadual à religião. Como tal, essa proposta ameaça a liberdade religiosa de todos os americanos ao perturbar o delicado equilíbrio entre as relações igreja-estado que tem se comprovado ser um grau sem paralelos de proteção para todas as fés, por mais de 200 anos. Espera-se a votação para setembro! Essa iniciativa deve captar a atenção dos Adventistas do Sétimo Dia dada nossa compreensão dos eventos dos últimos dias como descritos nos capítulos finais do livro O Grande Conflito e o capítulo sobre Liberdade Religiosa no livro Serviço Cristão [Ambos de E. G. White].
“De acordo com a informação e análise provida por Wintley Phipps e Alan Reinach, o Departamento de Deveres Cívicos e de Liberdade Religiosa da Associação Geral e União do Pacífico, respectivamente, essa emenda proposta irá efetivamente anular a Cláusula Sobre Igreja Oficial, na Constituição, permitindo ao governo reprimir, controlar e desacreditar a religião nos seguintes termos:
“1) A emenda autoriza (a nível federal, estadual, municipal, regional, etc.) os oficiais do governo a atuarem em sua capacidade oficial para favorecer uma fé religiosa sobre a outra. Os estudantes das escolas públicas podem estar sujeitos ao ensino religioso, quer ou não sua fé seja ensinada. O princípio da regra da maioria irá esmagar os direitos e liberdade das minorias. Isso é dominação religiosa e não igualdade religiosa. Assim cada nível do governo pode experimentar uma intensa competição entre as religiões que buscarão uma condição de favorecimento tendo suas crenças e práticas promovidas pelo governo.
“2) O governo pode declarar a América, ou qualquer porção disso, uma nação ou Estado ou Município Cristão, ou Mórmon ou Nova Era e promover as tais práticas e ensinos da fé dominante. As minorias religiosas em cada comunidade poderão ser pressionadas a se mudarem e viverem onde poderão ser maioria a fim de proteger sua liberdade religiosa. Purificação religiosa? Uma outra Bósnia?
“3) O governo poderá ser requerido a financiar a religião, sujeitando inevitavelmente os grupos religiosos à regulamentação, monitoração e prestação de contas. Atualmente, os grupos religiosos podem e, de fato, recebem fundos para serviços não-sectaristas, especialmente os serviços sociais desde que não façam proselitismo ou estejam engajados em atividades sectárias. A emenda, inicialmente, permitiria às igrejas promoverem sua religião com os fundos governamentais.
“4) Os fundos governamentais para grupos religiosos inevitavelmente conduzirá à uma competição pecaminosa por dinheiro. Uma vez que o governo não pode financiar a todos, os grupos mais fortes provavelmente receberão uma porção desproporcional dos fundos provendo uma vantagem injusta em sua capacidade de competir no mercado das idéias.
“5) A emenda violará a liberdade de consciência dos contribuintes, uma vez que serão compelidos a financiar religiões nas quais descrêem.
“6) A emenda dá a entender que proíbe a discriminação governamental contra os indivíduos devido as suas crenças ou práticas religiosas. Mas tal discriminação já está proibida na Cláusula do Exercício da Liberdade e da Lei de Restauração da Liberdade Religiosa.
“A emenda, falsamente, alega ‘esclarecer’ a lei existente. Antes, ela pode lançar a lei em meio a uma confusão de miríades de demandas judiciais e conflitos. A Constituição já protege contra os abusos que se está buscando ‘corrigir’ por meio dessa emenda. Verdadeiramente a oração voluntária sempre foi permitida nas escolas públicas. As pregações e atividades religiosas já estão protegidas da coerção governamental.
“Ao requerer tratamento igual para as religiões e atividades seculares, os grupos religiosos podem perder muitos dos benefícios atualmente desfrutados sob muitas provisões legais. Os grupos religiosos podem ficar sujeitos às leis de não-discriminação, requerendo que se engajem em atividades que estarão em conflito com suas crenças.
“Para informações adicionais, contatem Wintley Phipps do Departamento de Deveres Cívicos e de Liberdade Religiosa da Associação Geral: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD – 20904, USA; Telefone: (301) 680-6000.”
Vai anotando isso aí:
Tempos atrás uma comitiva Adventista visitou o então presidente dos EUA, Ronaldo Reagan. Este, informou que a plenitude de liberdade ameaça a estabilidade do país. Que os EUA ganharam a guerra atômica contra o Japão, mas está perdendo a guerra econômica com este pequeno país. Que a dívida interna dos EUA é muito grande. Que o desequilíbrio econômico prejudica os pobres. Que a soberana Constituição americana não pode continuar intocável.
Disse mais o presidente Reagan: Que os muçulmanos guardam a sexta-feira. Que os judeus e Adventistas o Sábado e os Católicos e Protestantes o domingo. Que o sucesso do Japão é o trabalho, e uma nação endividada não pode deixar de trabalhar três dias por semana. Tudo verdade! Isto equivale dizer: O domingo será o motivo para equacionar este grave problema mundial. – Quem viver, verá!
Tomás de Aquino, eminente católico do século 13, ensinou algo que nunca foi repudiado. Ouça:
“Em relação aos hereges, dois pontos devem ser observados: um, quanto a eles, e outro quanto à igreja. Quanto a eles, há o pecado, pelo qual devem ser separados da igreja pela excomunhão e também afastados do mundo pela morte... Se falsificadores de dinheiro e outros malfeitores são condenados à morte pela autoridade secular, muito mais razão com relação aos hereges, depois de convencidos da heresia, não somente serem excomungados como também mortos.” – Tomás de Aquino, Summa Theologica, Parte 2 da 2ª Parte, Questão XI, Artigo 3º.
Herege, para este teólogo, é todo aquele que insiste em viver de acordo com a Bíblia e não de acordo com a tradição.
Existe, hoje, uma enorme pressão nos EUA para reduzir a separação entre Estado e igreja. O tempo para o desfecho derradeiro no conflito entre o bem e o mal se aproxima. Logo, todos terão que optar: Verdade ou Inverdade.
– Que é a Verdade? Leia a página 93.
Três grandes poderes no
fim do tempo tentarão subverter a
Verdade e des truir o Seu povo. São eles:
“O dragão (Apoc. 12), a besta semelhante ao leopardo (Apoc. 13:1-10), e a besta semelhante ao cordeiro (Apoc. 13: 11-18). Em geral, no Apocalipse, são chamados de ‘o dragão’, ‘a besta’ e ‘o falso profeta’ (Apoc. 16: 13). O dragão é Satanás (Apoc. 12: 9), que usou o império romano (verso 4) e a igreja medieval (versos 6, 14 e 15) na tentativa de destruir a Cristo e Seu povo. A besta semelhante ao leopardo de Apocalipse 13:1-10 representa o papado, tanto em sua fase medieval, quanto no final dos tempos. A besta semelhante ao cordeiro (Apoc. 13:11-18) representa o protestantismo apostatado o qual, em cooperação com o papado, irá provocar o governo dos Estados Unidos para aprovar leis religiosas em oposição às verdades bíblicas.” – Lição da Escola Sabatina, nº 9, 3º Trim./96, pág. 2.
Agora, ouça o que está no jornal O Globo de 05/08/96.
“O Senado aprovou ontem o projeto do senador Pedro Simon (PMDB-RS) que cria o número único de registro civil, pelo qual cada cidadão será identificado em todas as suas relações com a sociedade e organismos governamentais e privados.
“Cinco anos após a promulgação da lei que passará antes pela Câmara, os números dos atuais documentos perderão a validade. Documentos como certidão de nascimento, carteira de identidade, carteira profissional, título de eleitor, CIC/CPF, carteira de motorista, passaporte, conta bancária, cartão de crédito, certidão de casamento ou separação, registro no INPS, PIS/Pasep, FGTS e até certidão de óbito deverão ter um extenso número. Todos terão que refazer seus documentos dentro deste prazo.
“A atribuição de um número para cada pessoa vai facilitar o controle e dificultar fraudes na Previdência Social, por exemplo. Se o cidadão morreu, o número morre com ele, não pode ser ressuscitado para outro cidadão.
“– Modéstia à parte, esse meu projeto é fantástico. É o ovo de Colombo. Essa super-abundância de números, cada qual para uma finalidade, é irracional e contra-producente. A convivência com essa pletora de números deixa o cidadão aturdido – defendeu o autor do projeto.”
Agora anote o que extraí do livro O Grande Conflito:
“... Quando, porém, a observância do domingo for imposta por lei, e o mundo for esclarecido relativamente à obrigação do verdadeiro Sábado, quem então transgredir o mandamento de Deus para obedecer a um preceito que não tem autoridade maior que a de Roma, honrará desta maneira ao papado mais do que a Deus. Prestará homenagem a Roma, e ao poder que impõe a instituição que Roma ordenou. Adorará a besta e a sua imagem...” – Pág. 449, Ellen G. White.
“Como o Sábado se tornou o ponto especial de controvérsia por toda a cristandade, e as autoridades religiosas e seculares se combinaram para impor a observância do domingo, a recusa persistente de uma pequena minoria em ceder à exigência popular, fará com que a minoria seja objeto de execração universal.” – Pág. 614, Ellen G. White. Grifos meus.
E os direitos humanos tão popularmente defendidos? A liberdade de consciência? E os líderes religiosos que se gabavam de nunca ceder a pressões eclesiásticas contra qualquer credo? Meu amado, lembra-se do que disse o Sumo Sacerdote Caifás para a violenta turba em Jerusalém? Ouça-o: “Convém que um homem morra pelo povo, e que não pereça toda a nação.” S. João 11:50. Este é o destino glorioso da Igreja de Deus – o pequeno rebanho, nos momentos finais da história do pecado. “Lembre-se de que Jesus morreu às mãos de pessoas que professavam ser religiosas”. – Lição da Escola Sabatina, 11/6/98.
O profeta Sofonias falou que um decreto sairia em situação idêntica, e então as pessoas deveriam se congregar entre o povo de Deus. Sofonias 2:1-2: “Congrega-te, sim, congrega-te ó nação... Antes que saia o decreto e o dia passe como a pragana...”. Os acontecimentos finais serão rápidos e logo esta igreja militante se tornará a igreja triunfante, sob a égide de Seu Grande Comandante – o Senhor Jesus. Glória a Deus. Aleluia!
Trouxeram aqui na Editora ADOS, dia 26/5/96, um convite, formato ofício, letras grandes de computador: (Copiei na íntegra, parágrafos, aspas, letras bold, vírgulas e parêntesis).
PENTECOSTES NA ENGENHOCA
Vamos louvar o nosso “DEUS” glorificado em seu filho “JESUS”que veio derramar sobre nós o “ESPÍRITO SANTO”.
Venha... pois devemos ver o que nos une, e não o que nos separa: não importa a sua denominação, nós te amamos e queremos te chamar de “IRMÃO”, no dia 26 de maio (domingo) de 09 as 18:30 encerramento com a missa carismática na igreja MÃE DA DIVINA PROVIDÊNCIA te aguardamos com carinho.
Renovação Carismática Católica
GRUPO DA DIVINA PROVIDÊNCIA
AS PROFECIAS DO DR. FRITZ
Observe este artigo da Revista Destino, nº 66/94, pág. 4.
“Além de realizar curas milagrosas, com a ajuda de seres extraterrestres, o espírito do Dr. Fritz faz revelações impressionantes, que vão marcar a passagem para a Nova Era.
“Há quase dez anos, o espírito do Dr. Fritz, um médico alemão que morreu em 1918, realiza curas fantásticas por meio do pintor de paredes João Perez... mais que esses milagres, o que chama a atenção no trabalho realizado pelo Dr. Fritz são as mensagens que transmite nas suas palestras. Nelas, esse mensageiro do astral afirma que a Terra vai passar por mudanças climáticas, numa espécie de purificação necessária para a construção de um mundo novo, no qual a violência e o medo não terão lugar... as curas serão feitas sem instrumentos cortantes, apenas com energia de seres de luz e Et’s... de acordo com o Dr. Fritz já existe uma nave-laboratório instalada a 4 mil metros acima (da Terra) e, sob ela, há uma pirâmide de cristal transparente. Esta nave projeta energia para a pirâmide, que por sua vez, emite raios capazes de curar qualquer tipo de enfermidade. O médico explica que, por estar numa dimensão diferente da nossa, esses objetos só podem ser vistos por pessoas sensitivas.
“O Dr. Fritz afirma que os seres que estão por trás destas naves viveram um processo semelhante ao nosso, e também obtiveram ajuda de habitantes de outros planetas.
“E a ajuda que recebemos deles é necessária porque a Terra está vivendo um momento de transmutação, o final de um ciclo. Por isso, além de proporcionar alívio físico aos doentes, ele procura utilizar as curas como um instrumento para modificar o modo de pensar das pessoas... De acordo com o médico, esses seres vão reencarnar em outro planeta, ainda desconhecido, onde ficarão por mil anos.
“Quando há muitas pessoas para serem atendidas, o Dr. Fritz atua no chacra cardíaco de cada paciente, uma forma de tratamento que age sobre doenças de qualquer parte do corpo. Em situações especiais, quando for necessário um atendimento em massa, será possível medicar as pessoas sem nem mesmo tocar nelas, apenas com a ajuda dos extraterrestres. Quanto ao tempo de cura, ele varia de pessoa para pessoa: para umas, a cura ocorre instantaneamente; para outras, demora algum tempo. E há também aquelas que não conseguem ser curadas, por terem um débito cármico a resgatar.”
Amados, vivemos em um momento histórico. Deus está Se antecipando para que Sua Igreja avance vitoriosamente. Derrubando muros e rasgando cortinas de ferro, acabando com os “aparteides” seculares, abrindo caminho para a vitória final. Pense bem: Quem poderia imaginar que o “Kremlim” se tornasse um Centro Evangelístico, onde Cristo é exaltado como o Salvador? Logo, muito breve, o conflito final se dará, e, então, prepare-se: Você verá tantas maravilhas que só não se deixará enganar se estiver firmado em toda a Verdade de Deus. Aleluia
A medicina avança modernizando equipamentos e descobrindo drogas potentes para a cura que, efetivamente, aumenta a longevidade do ser humano. Todavia, os governos não priorizando a saúde deixam o povo a mercê de sua própria sorte.
Quando faltar o pão, nem a religião dará jeito. Conflitos e revoltas explodirão. Amargura, tristeza, decepção e doenças, especialmente de fundo neurológico, causadas pela carência total, tornarão as pessoas sensíves aos “ventos de doutrinas”. Então Lúcifer sabe, definitivamente, que chegou a hora de ceifar. Afinal, um povo sofrido, relegado à própria sorte, não quer saber de onde venha a solução de seus problemas. Por isso, Lúcifer fará das curas “...um instrumento para modificar o pensamento das pessoas”, como ele mesmo garantiu ao Dr. Fritz.
Descrer que Lúcifer não realiza curas, e, curas sobrenaturais é recusar a luz do Sol ao meio-dia. Há contundentes relatos bíblicos que provam sua tremenda ca-pacidade pela – hipnose, persuação, mentira, engodo e fraude, realizar curas, milagres, sinais e maravilhas. Confira na Bíblia:
“A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais e prodígios de mentira.” II Tes. 2:9.
“E não é maravilha, porque o próprio Satanás, se transfigura em anjo de luz.” II Cor. 11:14.
“E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do Céu à terra, à vista dos homens.” Apoc. 13:13.
“E Faraó também chamou os sábios e encantadores e os magos do Egito fizeram o mesmo com seus encantamentos...” Êxo. 7:11-12.
“Porém os magos do Egito também fizeram o mesmo com seus encantamentos: de maneira que o coração de Faraó se endureceu, e não os ouviu, como o Senhor tinha dito.” Êxo. 7:22.
“Então saiu Satanás da presença do Senhor, e feriu à Jó de tumores malígnos, desde a planta do pé ao alto da cabeça.” Jó 2:7. (Se o diabo põe a doença, pode tira-lá!)
“Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.” Mat. 24:24.
Logo, muito em breve, as curas, milagres, sinais e maravilhas de Satanás deixarão de existir para dar espaço aos milagres, curas, sinais e maravilhas de Deus, definitivamente. A contrafação luciferiana cairá impotente diante da majestade de Deus. Para o fim, será um passo rápido. Aleluia.
Cabe a nós, amados, como representantes do Céu, baluartes da Verdade, viver uma vida consagrada, santa e separada. Coloquemo-nos no altar Divino para que, revestidos do poder do Espírito Santo, sejamos os instrumentos que Deus usará para Se revelar ao mundo neste momento final. A vitória é nossa pelo Sangue de Jesus. Amém. Glória a Deus!
O Falar Em Línguas, Hoje - Parte 1 de 4
Autor: Walter Andrade Campelo
Introdução
Estabelecendo a supremacia da palavra de Deus
Este estudo se propõe a tratar objetivamente o dom de línguas, e suas aplicações e implicações nos dias de hoje... Para este estudo, bem como para qualquer outro assunto referente à religião, à vida, ao nosso relacionamento com Deus, devemos ter a Sua Santa Palavra como autoridade máxima, absoluta e final.
Os verdadeiros Cristãos têm na Bíblia Sagrada, a palavra de Deus, sua única regra de fé e prática, isto implica que tudo o que cremos e tudo o que fazemos está pautado pela palavra de Deus. Neste cenário, não cabe discussão, quando a palavra de Deus estabelece algo, isto é final, é a palavra de Deus:
"Mas o SENHOR está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra." (Habacuque 2:20 ACF1)
Há algum ser humano que possa contradizer a palavra de Deus? Alguém se julga capaz de contradizer o que o Deus Todo-Poderoso, o Senhor do Universo, está dizendo? Não, nunca, nenhum ser humano pode contradizer a Deus: Somos fracos demais, limitados demais, corruptos demais, para isto.
Assim, em circunstância alguma podemos colocar a experiência humana, ou a palavra de homens, por mais espiritual que possa nos parecer, acima dos ensinos bíblicos; e assim sigamos adiante:
"Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo;" (Colossenses 2:8)
Dons do Espírito Santo
Muitos têm confundido talento natural, ou capacidade inata, ou ainda um grande desejo de realizar uma determinada tarefa, com dons do Espírito Santo. Outros ainda buscam determinados, por dons do Espírito Santo, deixando de levar em conta que quem os dá é o próprio Espírito Santo e de acordo com a Sua vontade:
"Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer." (I Coríntios 12:11)
Os dons do Espírito Santo são algo distinto e específico, não vinculado à vontade do homem:
"(7) Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo... (11) E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, (12) Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; (13) Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo." (Efésios 4:7, 11-13)
É imperioso que tenhamos em nossas mentes uma clara noção do que vem a ser dom do Espírito Santo, qual sua função e necessidade e, portanto, sua ocasião.
O dom é assim, um talento potencializado pela ação do Espírito Santo, ou uma capacidade concedida por Sua ação, utilizado para a edificação do corpo de Cristo, para a obra do ministério, sendo dado a cada um dos crentes na "medida do dom de Cristo", e de acordo com a Sua vontade. (v.11)
Há dons que nos parecem naturais, como os dons de ensino e pregação do evangelho, e outros dons que são miraculosos, como curas e línguas. Mas, em nenhum caso, mesmo no dos dons que nos pareçam naturais, estes devem ser confundidos com talentos naturais, que são habilidades carnais para a execução de tarefas, pois se assim procedermos teremos, como infelizmente temos visto com alguma freqüência, pessoas que nada tem a ver com o Espírito Santo recebendo livre acesso ao corpo de Cristo, causando enorme destruição, discórdia e divisão.
Devemos, portanto, tratar da questão dos dons com a mais absoluta seriedade, e sempre discernindo os espíritos, isto, sempre provando o que nos é apresentado, se vem ou não de Deus:
"Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo." (I João 4:1)
Não nos enganemos, devemos sim estar julgando todas as coisas:
"Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?" (I Coríntios 6:2)
E devemos tirar do nosso meio tudo o que for impuro, tudo o que não proceda de Deus. Pois toda ação da Igreja deve ser para que se apresente santa e irrepreensível2 diante de Cristo. Nada menos.
Definindo a palavra "língua" no contexto do Novo Testamento
Antes de qualquer estudo, é fundamental a definição dos termos, ou palavras, que serão abordados, bem como um claro entendimento das circunstâncias em que estes termos são utilizados e o seu significado dentro de cada contexto específico. Assim, torna-se absoluta prioridade estudarmos o termo "língua", ou o seu plural, "línguas", em cada uma de suas ocorrências no Novo Testamento, tendo como base de estudo o seu significado na língua original em que foi escrito o Novo Testamento: o grego koiné. Existem algumas palavras gregas, no Novo Testamento, que foram traduzidas para o português como "língua", vejamos:
Língua Grega (ellhnikov - Hellenikos):
Lucas 23:38;
Apocalipse 9:11.
No léxico de Strong:
grego
Língua Latina (rwmaikov - Rhomaikos):
Lucas 23:38;
Língua Licaônica (lukaonisti - Lukaonisti):
Atos 14:11;
Língua dobre (pessoa de duas palavras) (dilogov - dilogos):
I Timóteo 3:8;
Outra língua (eteroglwssov - heteroglossos)
I Coríntios 14:21;
Língua humana existente (dialektov - dialektos):
Atos 2:6;
Atos 2:8.
Parte do corpo humano ou a linguagem de um povo (glwssa - glossa):
Língua humana existente: Atos 2:4, 11, 26; I Coríntios 13:1, 8; 14:26;
Atributo de nacionalidade (língua do país ou do povo): Apocalipse 5:9; 14:6;
Ato de falar: I Coríntios 14:9; I João 3:18; Tiago 1:26;
Órgão do corpo: Atos 2:26; Romanos 14:11; I Pedro 3:10; Apocalipse 16:10;
Língua humana existente, porém não conhecida pela audiência: I Coríntios 14:2, 4, 13, 14, 19, 27.
No léxico de Liddell & Scott:
Língua
Laringe, glote.
Língua como o órgão da fala, com a preposição "apo" = franqueza no falar; verbalmente, oralmente; com "ouk apo" falar através de argumentação;
Orador fluente.
A advocacia do fisco.
Linguagem; falar uma língua ou dialeto; dialeto;
palavra estrangeira ou obsoleta, que necessite de explicação. De onde vem a palavra portuguesa "glossário";
língua falada por um povo em particular.
qualquer coisa que tenha o formato de língua. (Atos 2:3)
em música, a cana ou lingüeta de uma flauta;
língua de couro do sapato;
língua de terra, península;
lingote de metal (aço, ferro, ouro, etc.)
Neste ponto faz-se mister assinalar e destacar que em nenhum léxico ou dicionário grego, quaisquer das palavras gregas, traduzidas para o português como "línguas", têm o significado de um falar em êxtase ou falar uma língua ou dialeto que não seja inteligível por um povo. Assim, das ocorrências da palavra "língua" ou "línguas", no Novo Testamento, podemos certamente afirmar que, quando esta palavra se refere a uma linguagem, é sempre, invariavelmente, uma língua3 humana falada e entendida por algum povo.
Também é importante registrar que a palavra portuguesa "glossolalia" utilizada para representar a prática atual do "falar em línguas", tão comum em meios pentecostais e neopentecostais, tem o seguinte significado conforme o dicionário Houaiss:
A palavra (lalia) é encontrada no Novo Testamento em duas passagens:
"E, daí a pouco, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Verdadeiramente também tu és deles, pois a tua fala te denuncia." (Mateus 26:73)
"Mas ele o negou outra vez. E pouco depois os que ali estavam disseram outra vez a Pedro: Verdadeiramente tu és um deles, porque és também galileu, e tua fala é semelhante." (Marcos 14:70)
E como pode ser observado nos versos acima, não há qualquer conjunção ou combinação da palavra "lalia", em suas ocorrências no Novo Testamento, com a palavra "glossa".
Existe, contudo, uma conjunção da palavra "glossa" que é encontrada, por exemplo, em I Coríntios 14:2, conforme segue:
"Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios." (I Coríntios 14:2)
"o gar lalwn glwssh ouk anqrwpoiv lalei alla tw qew oudeiv gar akouei pneumati de lalei musthria" (I Coríntios 14:2 TR4)
lalew glwssa (laleo glossa) significa ao pé da letra, "falar com uma língua". Esta conjunção apesar de próxima à conjunção de "glossa" "lalia", não tem a mesma conotação que glossolalia, e não pode ser entendida como se fosse uma ocorrência desta combinação de palavras. Ante estas constatações, podemos com segurança afirmar que não há qualquer ocorrência, no Novo Testamento grego, de glossolalia.
Outro ponto importante a se ter em mente é que o Cristianismo não admite "transe religioso" (prática comum em várias religiões pagãs), nossa religião exige entendimento, clareza de raciocínio, discernimento, temperança (moderação, autodomínio), conhecimento e firmeza, conforme pode ser entendido dos textos abaixo:
"Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento." (Marcos 12:30)
"Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional." (Romanos 12:1)
"Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. (15) Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido." (I Coríntios 2:14-15)
"E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, (6) E à ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à paciência a piedade, (7) E à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade. (8) Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. (9) Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados. (10) Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis." (II Pedro 1:5-10)
Referências gerais
Ocorrências do falar em línguas
Além disto o falar em línguas foi citado na primeira carta do apóstolo Paulo aos Coríntios.
Não ocorrência do falar em línguas
Instruções para o uso do falar em línguas
1 Todos os textos bíblicos citados neste estudo foram extraídos da tradução de João Ferreira de Almeida - Corrigida e Revisada Fiel ao Texto Original (ACF), editada pela Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, em 1995, exceto quando houver sido especificado em contrário.
2 "Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível." (Efésios 5:25-27)
3 Ou um dialeto.
4 Textus Receptus - Texto grego usado como base de todas as traduções tradicionais da Bíblia Sagrada (incluindo Lutero, King James Version, Diodati, Reina e Valera, e em português João Ferreira de Almeida).
O Falar Em Línguas, Hoje - Parte 2 de 4
Autor: Walter Andrade Campelo
Definições
Sinais e milagres
Os sinais e milagres sempre foram utilizados com funções específicas:
O sinal miraculoso de línguas sempre foi um sinal para os judeus que não criam primeiramente no derramamento do Espírito Santo de Deus, e depois não criam que o derramamento do Espírito Santo atingisse também aos gentios e não somente aos judeus.
O verso 45 de Atos 10 nos mostra este fato:
"E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios."
Assim, espantaram-se os judeus, todos os que eram da circuncisão, quando gentios demonstraram os mesmos sinais que os discípulos haviam demonstrado em Jerusalém!
Em Éfeso (Atos 19:3-20) grande foi a disputa de Paulo para apresentar o Caminho aos judeus ali reunidos. E o falar línguas dos discípulos que lá estavam mostrava a estes judeus que através de "outros lábios" e de "outras línguas" Deus estava lhes falando Sua mensagem:
"Está escrito na lei: Por gente de outras línguas, e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor." (I Coríntios 14:21)
Após estas três ocorrências não há qualquer outra referência ao falar línguas como um sinal de Deus para o seu povo. Surge, contudo, uma outra referência ao falar línguas no Novo Testamento: durante o período de desordem que ocorreu na Igreja de Corinto; Igreja esta que foi exortada pelo apóstolo Paulo a retornar à ordem e à decência, quando de sua primeira carta a ela endereçada.
O falar línguas em Corinto
É importante estabelecermos alguns pontos antes de prosseguirmos nesta análise. Primeiramente, quanto ao termo utilizado pelo apóstolo Paulo em sua carta quando se referiu ao falar línguas. A palavra grega utilizada foi "glossa" que, conforme já pudemos estudar, tem os seguintes significados:
Ou seja, a palavra grega "glossa" no contexto em que foi utilizada pelo apóstolo Paulo tem um único significado: "uma língua estrangeira", ou "uma linguagem de um povo de outra nacionalidade".
Assim, fica determinado que o que estava acontecendo em Corinto é o falar línguas estrangeiras, línguas de outros povos distintos daqueles que lá habitavam.
Como exposto acima, esta afirmação corrobora a declaração do apóstolo Paulo no verso 21 do capítulo 14:
"Está escrito na lei: Por gente de outras línguas, e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor." (I Coríntios 14:21)
Bem como, também, o fato de o apóstolo, um pouco antes em sua exortação àquela Igreja, ter afirmado que falava mais línguas que todos os que lá estavam:
"Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos." (I Coríntios 14:18)
Há também o fato de que doutos, ou seja, pessoas de grande cultura, poderiam entender o que diziam os que falavam línguas, indicação assertiva de que eram faladas línguas inteligíveis, ou seja, línguas estrangeiras, com as quais os doutos poderiam ter familiaridade:
"Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou infiéis, não dirão porventura que estais loucos?" (I Coríntios 14:23)
Estabelece-se assim, de forma definitiva, que o falar línguas conforme ocorreu na Igreja em Corinto e do qual o apóstolo Paulo trata em I Coríntios é o falar uma língua estrangeira e humana. E esta é a característica do falar línguas conforme nos apresenta a Palavra de Deus: Falar uma língua estrangeira! Seja diretamente por ação divina (sem que houvesse prévio estudo), como foi descrito em Atos 2, seja pelo dom, dado por Deus, de com facilidade se falar várias línguas, como ocorreu com o apóstolo Paulo (I Coríntios 14:18).
Ainda como uma confirmação adicional à conclusão acima, temos que Lucas ao escrever o livro de Atos dos Apóstolos, estava com Paulo em seu exílio em Roma. Lucas, quase com certeza, também esteve em Éfeso quando o apóstolo Paulo escreveu sua primeira carta aos coríntios, já que desde Atos 16 Lucas se apresentou como estando ao lado de Paulo em suas viagens. Mas, uma coisa é certa: Lucas tinha conhecimento do conteúdo da carta de Paulo aos coríntios antes de escrever o livro de Atos dos Apóstolos, uma vez que I Coríntios foi escrita por volta de 56 d.C. e Atos somente foi escrito por volta de 61 ou 62 d.C. Este raciocínio foi apresentado aqui pelo fato de Lucas ter-se utilizado em Atos dos Apóstolos da mesma palavra grega, e no mesmo contexto, que Paulo utilizou em I Coríntios para indicar o falar línguas, "glossa":
"E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas (glossa), conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem." (Atos 2:4)
E não havendo distinção do termo grego utilizado para um caso ou para o outro, fica estabelecido, também através deste raciocínio, que o falar línguas descrito em I Coríntios tinha esta mesma natureza, ou seja, era o falar um idioma estrangeiro.
Frente a todas estas evidências, fica definitivamente determinado que o falar línguas descrito pelos textos em I Coríntios não é o falar uma língua "celestial", ou "de anjos" (Veja o Apêndice A sobre este assunto), ou qualquer outra manifestação extática2, mas sim o falar um idioma humano existente e inteligível.
Propósito do dom de línguas
O dom de línguas foi dado com o propósito específico de ser um sinal (Marcos 16:17).
Esta interpretação é confirmada por Paulo quando cita a Isaías em I Coríntios 14:21-22. A passagem citada por Paulo é Isaías 28:11, onde o profeta está repreendendo os bêbados de Efraim que não aceitaram a palavra do profeta, e por esta razão Isaías lhes disse que Deus os faria ouvir através do falar do exército que estava por invadi-los. E isto lhes seria por sinal. Este sinal, o falar línguas estrangeiras, é sempre apresentado pela palavra de Deus como sendo para que judeus incrédulos viessem a crer, tanto no Velho quanto no Novo Testamento. Pode-se verificar que em todos os registros de ocorrência do dom miraculoso de línguas (todas em Atos dos Apóstolos), a audiência era composta de judeus.
Já no caso específico da Igreja em Corinto, deve-se lembrar que a natureza do falar línguas lá foi diferente, não tendo a característica de milagre, mas sim, de um dom dado por Deus para a obra do ministério e para a edificação do corpo de Cristo, como o são todos os dons:
"E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, (12) Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;" (Efésios 4:11-12)
Mas, se o dom miraculoso de línguas foi um sinal, foi um sinal do quê e para quem? Podemos ver que foi um sinal de confirmação aos judeus da aceitação dos gentios no plano de salvação (Atos 10:45-46; 11:15), isto porque apesar de alguns judeus terem crido em Jesus, não criam na possibilidade de gentios também o crerem, e este foi o propósito dos sinais relatados no livro de Atos.
Despropósito do dom de línguas
O dom de línguas, como meio edificação pessoal, é um dos despropósitos sobre o objetivo deste dom. Não há qualquer registro do uso privado do dom de línguas no Novo Testamento. A referência do apóstolo Paulo ao fato daquele que fala em língua desconhecida se edificar a si mesmo, e não à Igreja, é repreensão, declarada e direta ao que assim procede, pois os dons são unicamente para a edificação do Corpo como um todo, e não para uso individual:
"Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurai abundar neles, para edificação da igreja." (I Coríntios 14:12)
"Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas. (11) E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, (12) Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;" (Efésios 4:10-12)
A edificação pessoal procede da edificação do corpo, uma vez que cada indivíduo é parte do corpo, ao se edificar o corpo edifica-se juntamente cada um de seus membros componentes.
Outro despropósito observado é o de se alegar que o milagre do falar línguas se deu como meio de facilitar a pregação do evangelho. Em nenhum momento isto foi aventado no Novo Testamento. Ao contrário, após sua ocorrência, os judeus ficaram atônitos com o sinal de línguas! Estes homens eram pelo menos bilíngües, pois entenderam a pregação antes do dom de línguas se manifestar, ou seja, antes de ouvirem os discípulos falarem em sua língua natal. Sendo assim, caso o sinal de línguas, conforme vemos em Atos dos Apóstolos, fosse para ser utilizado com o propósito de pregação, teria sido mantido intacto durante toda a existência da Igreja, se tornando lugar comum até nossos dias, e todos os salvos em Cristo poderiam falar qualquer língua (humana e existente) para a qual houvesse audiência presente.
Isto não quer dizer que tal milagre não possa ocorrer, ao contrário, Deus é soberano e faz como lhe apraz. Mas, ocorrendo o milagre, será exatamente isto: um milagre de Deus, e não lugar comum, ou qualquer tipo de atestado desta ou daquela condição na vida daquele que se coloca como instrumento para que Deus, através dele, execute o milagre. Deus faz milagres quando quer e através de quem quer. Deus é soberano, Deus é Senhor!
1 Todos os textos bíblicos citados neste estudo foram extraídos da tradução de João Ferreira de Almeida - Corrigida e Revisada Fiel ao Texto Original (ACF), editada pela Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, em 1995, exceto quando houver sido especificado em contrário.
2 Extático: Em estado de êxtase; caído em êxtase;
Êxtase: Estado de alma em que os sentidos se desprendem das coisas materiais e a situação domina o indivíduo.
Sinais e milagres
Os sinais e milagres sempre foram utilizados com funções específicas:
Fazer com que as pessoas cressem na Bíblia que ainda estava por ser escrita:
"Jesus, pois, operou também em presença de seus discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. (31) Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome." (João 20:30-31 ACF1)
"Porque não ousarei dizer coisa alguma, que Cristo por mim não tenha feito, para fazer obedientes os gentios, por palavra e por obras; (19) Pelo poder dos sinais e prodígios, na virtude do Espírito de Deus; de maneira que desde Jerusalém, e arredores, até ao Ilírico, tenho pregado o evangelho de Jesus Cristo." (Romanos 15:18-19)
Dar credibilidade e reconhecimento aos que apregoavam a mensagem:
"Homens israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, homem aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis;" (Atos 2:22)
"Rodearam-no, pois, os judeus, e disseram-lhe: Até quando terás a nossa alma suspensa? Se tu és o Cristo, dize-no-lo abertamente. Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo tenho dito, e não o credes. As obras que eu faço, em nome de meu Pai, essas testificam de mim." (João 10:24-25)
"Então a mulher disse a Elias: Nisto conheço agora que tu és homem de Deus, e que a palavra do SENHOR na tua boca é verdade." (I Reis 17:24)
"Jesus, pois, operou também em presença de seus discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome." (João 20:30-31)
Marcar uma era de novas revelações para o povo de Deus, ou mudança na forma de ação do Espírito Santo junto ao povo de Deus. (Babel, Dilúvio, Êxodo, o Ministério de Jesus Cristo, Atos dos Apóstolos, Apocalipse, etc.)
É importante que tenhamos em mente que os sinais de Deus ocorrem em determinado momento, para validar Sua mensagem através de um mensageiro Seu, ou para cumprir um propósito específico determinado pelo próprio Deus, e depois desaparecem quando não são mais necessários. Podemos ver claramente este fato ao estudarmos a história de Moisés, de Josué e de Elias. Num determinado momento, Moisés foi capaz de abrir um caminho seco através das águas, de modo que o povo de Deus pôde passar a seco pelo Mar Vermelho. De modo similar, Josué pôde abrir as águas do Jordão para que o povo de Deus pudesse atravessá-lo a seco. Em nenhum outro momento o sinal de criar separação de águas ocorreu. O profeta Elias pediu, e Deus fez com que descesse fogo dos céus para queimar o holocausto:
"Sucedeu que, no momento de ser oferecido o sacrifício da tarde, o profeta Elias se aproximou, e disse: O SENHOR Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que conforme à tua palavra fiz todas estas coisas. (37) Responde-me, SENHOR, responde-me, para que este povo conheça que tu és o SENHOR Deus, e que tu fizeste voltar o seu coração. (38) Então caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego." (I Reis 18:36-38)
Depois desta, não houve mais nenhuma outra ocorrência de Deus enviando fogo dos céus para queimar holocaustos.
Podemos também observar o momento em que o Sol parou a pedido de Josué:
"Então Josué falou ao SENHOR, no dia em que o SENHOR deu os amorreus nas mãos dos filhos de Israel, e disse na presença dos israelitas: Sol, detem-te em Gibeom, e tu, lua, no vale de Ajalom. (13) E o sol se deteve, e a lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. Isto não está escrito no livro de Jasher? O sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr, quase um dia inteiro. (14) E não houve dia semelhante a este, nem antes nem depois dele, ouvindo o SENHOR assim a voz de um homem; porque o SENHOR pelejava por Israel." (Josué 10:12-14)
A própria Palavra de Deus nos apresenta o fato de ser esta, uma ocorrência única, que nunca mais tornaria a se repetir.
Estes exemplos, e tantos outros que podemos encontrar através das Escrituras Sagradas, nos mostram de forma inequívoca que os sinais de Deus são isto mesmo, de Deus, utilizados por Ele para fins específicos, em momentos específicos, de acordo somente com Sua soberana vontade, e não pertencem ao homem, nunca pertenceram e nunca pertencerão.
O que é o falar línguas conforme a Palavra de Deus
O sinal de línguas foi a capacidade sobrenatural de se falar um idioma estrangeiro sem prévio estudo ou conhecimento deste, e o dom de línguas é a facilidade para se falar vários idiomas diferentes.
Como vimos no estudo das ocorrências da palavra "línguas" no Novo Testamento, a palavra de Deus nos apresenta estes idiomas, sempre, como idiomas humanos existentes. Por exemplo, quando da descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes, os discípulos transmitiram a mensagem do evangelho nas línguas nativas daqueles que os estavam ouvindo (Atos 2:1-11) !
Paulo ao repreender os coríntios sobre a necessidade de ordem no culto, disse que os indoutos, aqueles sem estudo, não entenderiam os que estavam falando línguas (I Coríntios 14:16 e 23), demonstrando de modo inequívoco que, ao contrário, os doutos, aqueles que tem erudição, poderiam entender, e portanto, os coríntios estavam falando um idioma humano existente e inteligível (pelo menos para aqueles que tivessem cultura suficiente para entendê-lo). Também em I Coríntios 14:21 Paulo, citando Isaías, especifica que "por outros lábios falarei a este povo", descrição esta que também aponta diretamente para uma linguagem humana existente.
Em I Coríntios 14:18, Paulo afirma categoricamente que falava mais línguas que os coríntios. Ora, Paulo falava hebraico, aramaico, grego, latim, e possivelmente ainda outras línguas mais, como o copta. Mas, eram todas línguas humanas existentes... (Iremos tratar de forma mais detalhada a questão da igreja de Corinto mais abaixo no tópico "O falar línguas em Corinto").
Reforçando mais uma vez segundo o testemunho da Palavra de Deus, o falar línguas ou é um sinal sobrenatural de falar línguas ou dialetos humanos, existentes, sem que tenham sido previamente estudados, ou como ocorreu na Igreja de Corinto, a capacidade ou a facilidade para falar em várias línguas (diversidade de línguas).
O sinal miraculoso de línguas ocorreu em 3 circunstâncias no livro de Atos
"Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra." (Atos 1:8 destaque acrescentado)
O sinal miraculoso de línguas sempre foi um sinal para os judeus que não criam primeiramente no derramamento do Espírito Santo de Deus, e depois não criam que o derramamento do Espírito Santo atingisse também aos gentios e não somente aos judeus.
O verso 45 de Atos 10 nos mostra este fato:
"E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios."
Assim, espantaram-se os judeus, todos os que eram da circuncisão, quando gentios demonstraram os mesmos sinais que os discípulos haviam demonstrado em Jerusalém!
Em Éfeso (Atos 19:3-20) grande foi a disputa de Paulo para apresentar o Caminho aos judeus ali reunidos. E o falar línguas dos discípulos que lá estavam mostrava a estes judeus que através de "outros lábios" e de "outras línguas" Deus estava lhes falando Sua mensagem:
"Está escrito na lei: Por gente de outras línguas, e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor." (I Coríntios 14:21)
Após estas três ocorrências não há qualquer outra referência ao falar línguas como um sinal de Deus para o seu povo. Surge, contudo, uma outra referência ao falar línguas no Novo Testamento: durante o período de desordem que ocorreu na Igreja de Corinto; Igreja esta que foi exortada pelo apóstolo Paulo a retornar à ordem e à decência, quando de sua primeira carta a ela endereçada.
O falar línguas em Corinto
É importante estabelecermos alguns pontos antes de prosseguirmos nesta análise. Primeiramente, quanto ao termo utilizado pelo apóstolo Paulo em sua carta quando se referiu ao falar línguas. A palavra grega utilizada foi "glossa" que, conforme já pudemos estudar, tem os seguintes significados:
Ou seja, a palavra grega "glossa" no contexto em que foi utilizada pelo apóstolo Paulo tem um único significado: "uma língua estrangeira", ou "uma linguagem de um povo de outra nacionalidade".
Assim, fica determinado que o que estava acontecendo em Corinto é o falar línguas estrangeiras, línguas de outros povos distintos daqueles que lá habitavam.
Como exposto acima, esta afirmação corrobora a declaração do apóstolo Paulo no verso 21 do capítulo 14:
"Está escrito na lei: Por gente de outras línguas, e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor." (I Coríntios 14:21)
Bem como, também, o fato de o apóstolo, um pouco antes em sua exortação àquela Igreja, ter afirmado que falava mais línguas que todos os que lá estavam:
"Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos." (I Coríntios 14:18)
Há também o fato de que doutos, ou seja, pessoas de grande cultura, poderiam entender o que diziam os que falavam línguas, indicação assertiva de que eram faladas línguas inteligíveis, ou seja, línguas estrangeiras, com as quais os doutos poderiam ter familiaridade:
"Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou infiéis, não dirão porventura que estais loucos?" (I Coríntios 14:23)
Estabelece-se assim, de forma definitiva, que o falar línguas conforme ocorreu na Igreja em Corinto e do qual o apóstolo Paulo trata em I Coríntios é o falar uma língua estrangeira e humana. E esta é a característica do falar línguas conforme nos apresenta a Palavra de Deus: Falar uma língua estrangeira! Seja diretamente por ação divina (sem que houvesse prévio estudo), como foi descrito em Atos 2, seja pelo dom, dado por Deus, de com facilidade se falar várias línguas, como ocorreu com o apóstolo Paulo (I Coríntios 14:18).
Ainda como uma confirmação adicional à conclusão acima, temos que Lucas ao escrever o livro de Atos dos Apóstolos, estava com Paulo em seu exílio em Roma. Lucas, quase com certeza, também esteve em Éfeso quando o apóstolo Paulo escreveu sua primeira carta aos coríntios, já que desde Atos 16 Lucas se apresentou como estando ao lado de Paulo em suas viagens. Mas, uma coisa é certa: Lucas tinha conhecimento do conteúdo da carta de Paulo aos coríntios antes de escrever o livro de Atos dos Apóstolos, uma vez que I Coríntios foi escrita por volta de 56 d.C. e Atos somente foi escrito por volta de 61 ou 62 d.C. Este raciocínio foi apresentado aqui pelo fato de Lucas ter-se utilizado em Atos dos Apóstolos da mesma palavra grega, e no mesmo contexto, que Paulo utilizou em I Coríntios para indicar o falar línguas, "glossa":
"E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas (glossa), conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem." (Atos 2:4)
E não havendo distinção do termo grego utilizado para um caso ou para o outro, fica estabelecido, também através deste raciocínio, que o falar línguas descrito em I Coríntios tinha esta mesma natureza, ou seja, era o falar um idioma estrangeiro.
Frente a todas estas evidências, fica definitivamente determinado que o falar línguas descrito pelos textos em I Coríntios não é o falar uma língua "celestial", ou "de anjos" (Veja o Apêndice A sobre este assunto), ou qualquer outra manifestação extática2, mas sim o falar um idioma humano existente e inteligível.
Propósito do dom de línguas
O dom de línguas foi dado com o propósito específico de ser um sinal (Marcos 16:17).
Esta interpretação é confirmada por Paulo quando cita a Isaías em I Coríntios 14:21-22. A passagem citada por Paulo é Isaías 28:11, onde o profeta está repreendendo os bêbados de Efraim que não aceitaram a palavra do profeta, e por esta razão Isaías lhes disse que Deus os faria ouvir através do falar do exército que estava por invadi-los. E isto lhes seria por sinal. Este sinal, o falar línguas estrangeiras, é sempre apresentado pela palavra de Deus como sendo para que judeus incrédulos viessem a crer, tanto no Velho quanto no Novo Testamento. Pode-se verificar que em todos os registros de ocorrência do dom miraculoso de línguas (todas em Atos dos Apóstolos), a audiência era composta de judeus.
Já no caso específico da Igreja em Corinto, deve-se lembrar que a natureza do falar línguas lá foi diferente, não tendo a característica de milagre, mas sim, de um dom dado por Deus para a obra do ministério e para a edificação do corpo de Cristo, como o são todos os dons:
"E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, (12) Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;" (Efésios 4:11-12)
Mas, se o dom miraculoso de línguas foi um sinal, foi um sinal do quê e para quem? Podemos ver que foi um sinal de confirmação aos judeus da aceitação dos gentios no plano de salvação (Atos 10:45-46; 11:15), isto porque apesar de alguns judeus terem crido em Jesus, não criam na possibilidade de gentios também o crerem, e este foi o propósito dos sinais relatados no livro de Atos.
Despropósito do dom de línguas
O dom de línguas, como meio edificação pessoal, é um dos despropósitos sobre o objetivo deste dom. Não há qualquer registro do uso privado do dom de línguas no Novo Testamento. A referência do apóstolo Paulo ao fato daquele que fala em língua desconhecida se edificar a si mesmo, e não à Igreja, é repreensão, declarada e direta ao que assim procede, pois os dons são unicamente para a edificação do Corpo como um todo, e não para uso individual:
"Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurai abundar neles, para edificação da igreja." (I Coríntios 14:12)
"Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas. (11) E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, (12) Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;" (Efésios 4:10-12)
A edificação pessoal procede da edificação do corpo, uma vez que cada indivíduo é parte do corpo, ao se edificar o corpo edifica-se juntamente cada um de seus membros componentes.
Outro despropósito observado é o de se alegar que o milagre do falar línguas se deu como meio de facilitar a pregação do evangelho. Em nenhum momento isto foi aventado no Novo Testamento. Ao contrário, após sua ocorrência, os judeus ficaram atônitos com o sinal de línguas! Estes homens eram pelo menos bilíngües, pois entenderam a pregação antes do dom de línguas se manifestar, ou seja, antes de ouvirem os discípulos falarem em sua língua natal. Sendo assim, caso o sinal de línguas, conforme vemos em Atos dos Apóstolos, fosse para ser utilizado com o propósito de pregação, teria sido mantido intacto durante toda a existência da Igreja, se tornando lugar comum até nossos dias, e todos os salvos em Cristo poderiam falar qualquer língua (humana e existente) para a qual houvesse audiência presente.
Isto não quer dizer que tal milagre não possa ocorrer, ao contrário, Deus é soberano e faz como lhe apraz. Mas, ocorrendo o milagre, será exatamente isto: um milagre de Deus, e não lugar comum, ou qualquer tipo de atestado desta ou daquela condição na vida daquele que se coloca como instrumento para que Deus, através dele, execute o milagre. Deus faz milagres quando quer e através de quem quer. Deus é soberano, Deus é Senhor!
1 Todos os textos bíblicos citados neste estudo foram extraídos da tradução de João Ferreira de Almeida - Corrigida e Revisada Fiel ao Texto Original (ACF), editada pela Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, em 1995, exceto quando houver sido especificado em contrário.
2 Extático: Em estado de êxtase; caído em êxtase;
Êxtase: Estado de alma em que os sentidos se desprendem das coisas materiais e a situação domina o indivíduo.
Última edição por Eduardo em Dom maio 08, 2011 10:56 pm, editado 1 vez(es)
Autor: Walter Andrade Campelo
Introdução
Estabelecendo a supremacia da palavra de Deus
Este estudo se propõe a tratar objetivamente o dom de línguas, e suas aplicações e implicações nos dias de hoje... Para este estudo, bem como para qualquer outro assunto referente à religião, à vida, ao nosso relacionamento com Deus, devemos ter a Sua Santa Palavra como autoridade máxima, absoluta e final.
Os verdadeiros Cristãos têm na Bíblia Sagrada, a palavra de Deus, sua única regra de fé e prática, isto implica que tudo o que cremos e tudo o que fazemos está pautado pela palavra de Deus. Neste cenário, não cabe discussão, quando a palavra de Deus estabelece algo, isto é final, é a palavra de Deus:
"Mas o SENHOR está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra." (Habacuque 2:20 ACF1)
Há algum ser humano que possa contradizer a palavra de Deus? Alguém se julga capaz de contradizer o que o Deus Todo-Poderoso, o Senhor do Universo, está dizendo? Não, nunca, nenhum ser humano pode contradizer a Deus: Somos fracos demais, limitados demais, corruptos demais, para isto.
Assim, em circunstância alguma podemos colocar a experiência humana, ou a palavra de homens, por mais espiritual que possa nos parecer, acima dos ensinos bíblicos; e assim sigamos adiante:
"Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo;" (Colossenses 2:8)
Dons do Espírito Santo
Muitos têm confundido talento natural, ou capacidade inata, ou ainda um grande desejo de realizar uma determinada tarefa, com dons do Espírito Santo. Outros ainda buscam determinados, por dons do Espírito Santo, deixando de levar em conta que quem os dá é o próprio Espírito Santo e de acordo com a Sua vontade:
"Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer." (I Coríntios 12:11)
Os dons do Espírito Santo são algo distinto e específico, não vinculado à vontade do homem:
"(7) Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo... (11) E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, (12) Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; (13) Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo." (Efésios 4:7, 11-13)
É imperioso que tenhamos em nossas mentes uma clara noção do que vem a ser dom do Espírito Santo, qual sua função e necessidade e, portanto, sua ocasião.
O dom é assim, um talento potencializado pela ação do Espírito Santo, ou uma capacidade concedida por Sua ação, utilizado para a edificação do corpo de Cristo, para a obra do ministério, sendo dado a cada um dos crentes na "medida do dom de Cristo", e de acordo com a Sua vontade. (v.11)
Há dons que nos parecem naturais, como os dons de ensino e pregação do evangelho, e outros dons que são miraculosos, como curas e línguas. Mas, em nenhum caso, mesmo no dos dons que nos pareçam naturais, estes devem ser confundidos com talentos naturais, que são habilidades carnais para a execução de tarefas, pois se assim procedermos teremos, como infelizmente temos visto com alguma freqüência, pessoas que nada tem a ver com o Espírito Santo recebendo livre acesso ao corpo de Cristo, causando enorme destruição, discórdia e divisão.
Devemos, portanto, tratar da questão dos dons com a mais absoluta seriedade, e sempre discernindo os espíritos, isto, sempre provando o que nos é apresentado, se vem ou não de Deus:
"Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo." (I João 4:1)
Não nos enganemos, devemos sim estar julgando todas as coisas:
"Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?" (I Coríntios 6:2)
E devemos tirar do nosso meio tudo o que for impuro, tudo o que não proceda de Deus. Pois toda ação da Igreja deve ser para que se apresente santa e irrepreensível2 diante de Cristo. Nada menos.
Definindo a palavra "língua" no contexto do Novo Testamento
Antes de qualquer estudo, é fundamental a definição dos termos, ou palavras, que serão abordados, bem como um claro entendimento das circunstâncias em que estes termos são utilizados e o seu significado dentro de cada contexto específico. Assim, torna-se absoluta prioridade estudarmos o termo "língua", ou o seu plural, "línguas", em cada uma de suas ocorrências no Novo Testamento, tendo como base de estudo o seu significado na língua original em que foi escrito o Novo Testamento: o grego koiné. Existem algumas palavras gregas, no Novo Testamento, que foram traduzidas para o português como "língua", vejamos:
- Língua Hebraica (ebraisti - Hebraisti ou ebraikov - Hebraikos):
- João 5:2;
- Apocalipse 16:16.
- No léxico de Strong:
- em Hebreu, ou seja, em Caudeu.
- No léxico de Strong:
- a língua falada pelos Romanos.
- No léxico de Strong:
- na fala ou língua da Licaônia.
- No léxico de Strong:
- dizer a mesma coisa duas vezes, repetição.
- língua dupla, duplicidade de discurso, dizer uma coisa a uma pessoa e outra com outra pessoa (com a intenção de enganar).
- No léxico de Strong:
- alguém que fala uma língua estrangeira.
- No léxico de Strong:
- conversação, fala, discurso, linguagem.
- a língua ou linguagem peculiar a qualquer povo.
- No léxico de Strong:
- A língua, um membro do corpo, um órgão da fala.
- Uma língua.
- A linguagem ou dialeto usado por um povo em particular, distinto do de outras nações.
Neste ponto faz-se mister assinalar e destacar que em nenhum léxico ou dicionário grego, quaisquer das palavras gregas, traduzidas para o português como "línguas", têm o significado de um falar em êxtase ou falar uma língua ou dialeto que não seja inteligível por um povo. Assim, das ocorrências da palavra "língua" ou "línguas", no Novo Testamento, podemos certamente afirmar que, quando esta palavra se refere a uma linguagem, é sempre, invariavelmente, uma língua3 humana falada e entendida por algum povo.
Também é importante registrar que a palavra portuguesa "glossolalia" utilizada para representar a prática atual do "falar em línguas", tão comum em meios pentecostais e neopentecostais, tem o seguinte significado conforme o dicionário Houaiss:
- Suposta capacidade de falar línguas desconhecidas quando em transe religioso.
- Distúrbio de linguagem observado em certos doentes mentais que crêem inventar uma linguagem nova.
A palavra (lalia) é encontrada no Novo Testamento em duas passagens:
"E, daí a pouco, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Verdadeiramente também tu és deles, pois a tua fala te denuncia." (Mateus 26:73)
"Mas ele o negou outra vez. E pouco depois os que ali estavam disseram outra vez a Pedro: Verdadeiramente tu és um deles, porque és também galileu, e tua fala é semelhante." (Marcos 14:70)
E como pode ser observado nos versos acima, não há qualquer conjunção ou combinação da palavra "lalia", em suas ocorrências no Novo Testamento, com a palavra "glossa".
Existe, contudo, uma conjunção da palavra "glossa" que é encontrada, por exemplo, em I Coríntios 14:2, conforme segue:
"Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios." (I Coríntios 14:2)
"o gar lalwn glwssh ouk anqrwpoiv lalei alla tw qew oudeiv gar akouei pneumati de lalei musthria" (I Coríntios 14:2 TR4)
lalew glwssa (laleo glossa) significa ao pé da letra, "falar com uma língua". Esta conjunção apesar de próxima à conjunção de "glossa" "lalia", não tem a mesma conotação que glossolalia, e não pode ser entendida como se fosse uma ocorrência desta combinação de palavras. Ante estas constatações, podemos com segurança afirmar que não há qualquer ocorrência, no Novo Testamento grego, de glossolalia.
Outro ponto importante a se ter em mente é que o Cristianismo não admite "transe religioso" (prática comum em várias religiões pagãs), nossa religião exige entendimento, clareza de raciocínio, discernimento, temperança (moderação, autodomínio), conhecimento e firmeza, conforme pode ser entendido dos textos abaixo:
"Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento." (Marcos 12:30)
"Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional." (Romanos 12:1)
"Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. (15) Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido." (I Coríntios 2:14-15)
"E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, (6) E à ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à paciência a piedade, (7) E à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade. (8) Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. (9) Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados. (10) Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis." (II Pedro 1:5-10)
Referências gerais
Ocorrências do falar em línguas
- O falar em línguas ocorreu no Novo Testamento em 3 ocasiões:
- Na descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes: Atos 2:4
- Em Cesaréia na casa de Cornélio: Atos 10:46
- Após a imposição de mãos de Paulo sobre os 12 discípulos em Éfeso: Atos 19:6
Além disto o falar em línguas foi citado na primeira carta do apóstolo Paulo aos Coríntios.
Não ocorrência do falar em línguas
- Em várias outras ocasiões especiais, não houve o falar em línguas, como por exemplo:
- Quando Jesus soprou o seu Espírito sobre os seus discípulos: João 20:21-22
- Na conversão do Eunuco: Atos 8:35-39
- Na conversão de Paulo: Atos 9:1-9
- Após Pedro e João estarem perante o Sinédrio: Atos 4:31-33
- No Batismo de Lídia: Atos 16:13-15
- Na conversão do carcereiro e sua casa: Atos 16:30-34
Instruções para o uso do falar em línguas
- O apóstolo Paulo demonstrou que o falar em línguas deve seguir regras específicas e determinadas:
- É uma atividade secundária, de importância menor e muitas vezes indesejável: I Coríntios 14:3 e 14:23
- Exige a necessidade de intérprete: I Coríntios 14:27
- Caso não haja intérprete, não deve haver o falar em línguas: I Coríntios 14:28
- Somente dois, quando muito três podem falar em línguas: I Coríntios 14:27
- Somente um pode falar por vez: I Coríntios 14:27 e 14:30
- Não deve haver confusão: I Coríntios 14:33
- Tudo deve ser feito com ordem e decência: I Coríntios 14:40
- As línguas não devem ser buscadas (Deus é quem decide): I Coríntios 12:18
Continuação: | O Falar em Línguas, Hoje - Parte 2 de 4 |
1 Todos os textos bíblicos citados neste estudo foram extraídos da tradução de João Ferreira de Almeida - Corrigida e Revisada Fiel ao Texto Original (ACF), editada pela Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, em 1995, exceto quando houver sido especificado em contrário.
2 "Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível." (Efésios 5:25-27)
3 Ou um dialeto.
4 Textus Receptus - Texto grego usado como base de todas as traduções tradicionais da Bíblia Sagrada (incluindo Lutero, King James Version, Diodati, Reina e Valera, e em português João Ferreira de Almeida).
O Falar Em Línguas, Hoje - Parte 2 de 4
Autor: Walter Andrade Campelo
Definições
Sinais e milagres
Os sinais e milagres sempre foram utilizados com funções específicas:
- Fazer com que as pessoas cressem na Bíblia que ainda estava por ser escrita:
"Jesus, pois, operou também em presença de seus discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. (31) Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome." (João 20:30-31 ACF1)
"Porque não ousarei dizer coisa alguma, que Cristo por mim não tenha feito, para fazer obedientes os gentios, por palavra e por obras; (19) Pelo poder dos sinais e prodígios, na virtude do Espírito de Deus; de maneira que desde Jerusalém, e arredores, até ao Ilírico, tenho pregado o evangelho de Jesus Cristo." (Romanos 15:18-19) - Dar credibilidade e reconhecimento aos que apregoavam a mensagem:
"Homens israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, homem aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis;" (Atos 2:22)
"Rodearam-no, pois, os judeus, e disseram-lhe: Até quando terás a nossa alma suspensa? Se tu és o Cristo, dize-no-lo abertamente. Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo tenho dito, e não o credes. As obras que eu faço, em nome de meu Pai, essas testificam de mim." (João 10:24-25)
"Então a mulher disse a Elias: Nisto conheço agora que tu és homem de Deus, e que a palavra do SENHOR na tua boca é verdade." (I Reis 17:24)
"Jesus, pois, operou também em presença de seus discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome." (João 20:30-31) - Marcar uma era de novas revelações para o povo de Deus, ou mudança na forma de ação do Espírito Santo junto ao povo de Deus. (Babel, Dilúvio, Êxodo, o Ministério de Jesus Cristo, Atos dos Apóstolos, Apocalipse, etc.)
É importante que tenhamos em mente que os sinais de Deus ocorrem em determinado momento, para validar Sua mensagem através de um mensageiro Seu, ou para cumprir um propósito específico determinado pelo próprio Deus, e depois desaparecem quando não são mais necessários. Podemos ver claramente este fato ao estudarmos a história de Moisés, de Josué e de Elias. Num determinado momento, Moisés foi capaz de abrir um caminho seco através das águas, de modo que o povo de Deus pôde passar a seco pelo Mar Vermelho. De modo similar, Josué pôde abrir as águas do Jordão para que o povo de Deus pudesse atravessá-lo a seco. Em nenhum outro momento o sinal de criar separação de águas ocorreu. O profeta Elias pediu, e Deus fez com que descesse fogo dos céus para queimar o holocausto:
"Sucedeu que, no momento de ser oferecido o sacrifício da tarde, o profeta Elias se aproximou, e disse: O SENHOR Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que conforme à tua palavra fiz todas estas coisas. (37) Responde-me, SENHOR, responde-me, para que este povo conheça que tu és o SENHOR Deus, e que tu fizeste voltar o seu coração. (38) Então caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego." (I Reis 18:36-38)
Depois desta, não houve mais nenhuma outra ocorrência de Deus enviando fogo dos céus para queimar holocaustos.
Podemos também observar o momento em que o Sol parou a pedido de Josué:
"Então Josué falou ao SENHOR, no dia em que o SENHOR deu os amorreus nas mãos dos filhos de Israel, e disse na presença dos israelitas: Sol, detem-te em Gibeom, e tu, lua, no vale de Ajalom. (13) E o sol se deteve, e a lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. Isto não está escrito no livro de Jasher? O sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr, quase um dia inteiro. (14) E não houve dia semelhante a este, nem antes nem depois dele, ouvindo o SENHOR assim a voz de um homem; porque o SENHOR pelejava por Israel." (Josué 10:12-14)
A própria Palavra de Deus nos apresenta o fato de ser esta, uma ocorrência única, que nunca mais tornaria a se repetir.
Estes exemplos, e tantos outros que podemos encontrar através das Escrituras Sagradas, nos mostram de forma inequívoca que os sinais de Deus são isto mesmo, de Deus, utilizados por Ele para fins específicos, em momentos específicos, de acordo somente com Sua soberana vontade, e não pertencem ao homem, nunca pertenceram e nunca pertencerão.
O que é o falar línguas conforme a Palavra de Deus
O sinal de línguas foi a capacidade sobrenatural de se falar um idioma estrangeiro sem prévio estudo ou conhecimento deste, e o dom de línguas é a facilidade para se falar vários idiomas diferentes.
Como vimos no estudo das ocorrências da palavra "línguas" no Novo Testamento, a palavra de Deus nos apresenta estes idiomas, sempre, como idiomas humanos existentes. Por exemplo, quando da descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes, os discípulos transmitiram a mensagem do evangelho nas línguas nativas daqueles que os estavam ouvindo (Atos 2:1-11) !
Paulo ao repreender os coríntios sobre a necessidade de ordem no culto, disse que os indoutos, aqueles sem estudo, não entenderiam os que estavam falando línguas (I Coríntios 14:16 e 23), demonstrando de modo inequívoco que, ao contrário, os doutos, aqueles que tem erudição, poderiam entender, e portanto, os coríntios estavam falando um idioma humano existente e inteligível (pelo menos para aqueles que tivessem cultura suficiente para entendê-lo). Também em I Coríntios 14:21 Paulo, citando Isaías, especifica que "por outros lábios falarei a este povo", descrição esta que também aponta diretamente para uma linguagem humana existente.
Em I Coríntios 14:18, Paulo afirma categoricamente que falava mais línguas que os coríntios. Ora, Paulo falava hebraico, aramaico, grego, latim, e possivelmente ainda outras línguas mais, como o copta. Mas, eram todas línguas humanas existentes... (Iremos tratar de forma mais detalhada a questão da igreja de Corinto mais abaixo no tópico "O falar línguas em Corinto").
Reforçando mais uma vez segundo o testemunho da Palavra de Deus, o falar línguas ou é um sinal sobrenatural de falar línguas ou dialetos humanos, existentes, sem que tenham sido previamente estudados, ou como ocorreu na Igreja de Corinto, a capacidade ou a facilidade para falar em várias línguas (diversidade de línguas).
O sinal miraculoso de línguas ocorreu em 3 circunstâncias no livro de Atos
"Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra." (Atos 1:8 destaque acrescentado) - Jerusalém - Atos 2:4 "E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem."
- Judéia e Samaria (Cesaréia) - Atos 10:46 "Porque os ouviam falar línguas, e magnificar a Deus."
- Confins da Terra (Éfeso) - Atos 19:6 "E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas, e profetizavam."
O sinal miraculoso de línguas sempre foi um sinal para os judeus que não criam primeiramente no derramamento do Espírito Santo de Deus, e depois não criam que o derramamento do Espírito Santo atingisse também aos gentios e não somente aos judeus.
O verso 45 de Atos 10 nos mostra este fato:
"E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios."
Assim, espantaram-se os judeus, todos os que eram da circuncisão, quando gentios demonstraram os mesmos sinais que os discípulos haviam demonstrado em Jerusalém!
Em Éfeso (Atos 19:3-20) grande foi a disputa de Paulo para apresentar o Caminho aos judeus ali reunidos. E o falar línguas dos discípulos que lá estavam mostrava a estes judeus que através de "outros lábios" e de "outras línguas" Deus estava lhes falando Sua mensagem:
"Está escrito na lei: Por gente de outras línguas, e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor." (I Coríntios 14:21)
Após estas três ocorrências não há qualquer outra referência ao falar línguas como um sinal de Deus para o seu povo. Surge, contudo, uma outra referência ao falar línguas no Novo Testamento: durante o período de desordem que ocorreu na Igreja de Corinto; Igreja esta que foi exortada pelo apóstolo Paulo a retornar à ordem e à decência, quando de sua primeira carta a ela endereçada.
O falar línguas em Corinto
É importante estabelecermos alguns pontos antes de prosseguirmos nesta análise. Primeiramente, quanto ao termo utilizado pelo apóstolo Paulo em sua carta quando se referiu ao falar línguas. A palavra grega utilizada foi "glossa" que, conforme já pudemos estudar, tem os seguintes significados:
- A língua, um membro do corpo, um órgão da fala.
- Uma língua.
2.1. A linguagem ou dialeto usado por um povo em particular, distinto do de outras nações.
Ou seja, a palavra grega "glossa" no contexto em que foi utilizada pelo apóstolo Paulo tem um único significado: "uma língua estrangeira", ou "uma linguagem de um povo de outra nacionalidade".
Assim, fica determinado que o que estava acontecendo em Corinto é o falar línguas estrangeiras, línguas de outros povos distintos daqueles que lá habitavam.
Como exposto acima, esta afirmação corrobora a declaração do apóstolo Paulo no verso 21 do capítulo 14:
"Está escrito na lei: Por gente de outras línguas, e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor." (I Coríntios 14:21)
Bem como, também, o fato de o apóstolo, um pouco antes em sua exortação àquela Igreja, ter afirmado que falava mais línguas que todos os que lá estavam:
"Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos." (I Coríntios 14:18)
Há também o fato de que doutos, ou seja, pessoas de grande cultura, poderiam entender o que diziam os que falavam línguas, indicação assertiva de que eram faladas línguas inteligíveis, ou seja, línguas estrangeiras, com as quais os doutos poderiam ter familiaridade:
"Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou infiéis, não dirão porventura que estais loucos?" (I Coríntios 14:23)
Estabelece-se assim, de forma definitiva, que o falar línguas conforme ocorreu na Igreja em Corinto e do qual o apóstolo Paulo trata em I Coríntios é o falar uma língua estrangeira e humana. E esta é a característica do falar línguas conforme nos apresenta a Palavra de Deus: Falar uma língua estrangeira! Seja diretamente por ação divina (sem que houvesse prévio estudo), como foi descrito em Atos 2, seja pelo dom, dado por Deus, de com facilidade se falar várias línguas, como ocorreu com o apóstolo Paulo (I Coríntios 14:18).
Ainda como uma confirmação adicional à conclusão acima, temos que Lucas ao escrever o livro de Atos dos Apóstolos, estava com Paulo em seu exílio em Roma. Lucas, quase com certeza, também esteve em Éfeso quando o apóstolo Paulo escreveu sua primeira carta aos coríntios, já que desde Atos 16 Lucas se apresentou como estando ao lado de Paulo em suas viagens. Mas, uma coisa é certa: Lucas tinha conhecimento do conteúdo da carta de Paulo aos coríntios antes de escrever o livro de Atos dos Apóstolos, uma vez que I Coríntios foi escrita por volta de 56 d.C. e Atos somente foi escrito por volta de 61 ou 62 d.C. Este raciocínio foi apresentado aqui pelo fato de Lucas ter-se utilizado em Atos dos Apóstolos da mesma palavra grega, e no mesmo contexto, que Paulo utilizou em I Coríntios para indicar o falar línguas, "glossa":
"E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas (glossa), conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem." (Atos 2:4)
E não havendo distinção do termo grego utilizado para um caso ou para o outro, fica estabelecido, também através deste raciocínio, que o falar línguas descrito em I Coríntios tinha esta mesma natureza, ou seja, era o falar um idioma estrangeiro.
Frente a todas estas evidências, fica definitivamente determinado que o falar línguas descrito pelos textos em I Coríntios não é o falar uma língua "celestial", ou "de anjos" (Veja o Apêndice A sobre este assunto), ou qualquer outra manifestação extática2, mas sim o falar um idioma humano existente e inteligível.
Propósito do dom de línguas
O dom de línguas foi dado com o propósito específico de ser um sinal (Marcos 16:17).
Esta interpretação é confirmada por Paulo quando cita a Isaías em I Coríntios 14:21-22. A passagem citada por Paulo é Isaías 28:11, onde o profeta está repreendendo os bêbados de Efraim que não aceitaram a palavra do profeta, e por esta razão Isaías lhes disse que Deus os faria ouvir através do falar do exército que estava por invadi-los. E isto lhes seria por sinal. Este sinal, o falar línguas estrangeiras, é sempre apresentado pela palavra de Deus como sendo para que judeus incrédulos viessem a crer, tanto no Velho quanto no Novo Testamento. Pode-se verificar que em todos os registros de ocorrência do dom miraculoso de línguas (todas em Atos dos Apóstolos), a audiência era composta de judeus.
Já no caso específico da Igreja em Corinto, deve-se lembrar que a natureza do falar línguas lá foi diferente, não tendo a característica de milagre, mas sim, de um dom dado por Deus para a obra do ministério e para a edificação do corpo de Cristo, como o são todos os dons:
"E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, (12) Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;" (Efésios 4:11-12)
Mas, se o dom miraculoso de línguas foi um sinal, foi um sinal do quê e para quem? Podemos ver que foi um sinal de confirmação aos judeus da aceitação dos gentios no plano de salvação (Atos 10:45-46; 11:15), isto porque apesar de alguns judeus terem crido em Jesus, não criam na possibilidade de gentios também o crerem, e este foi o propósito dos sinais relatados no livro de Atos.
Despropósito do dom de línguas
O dom de línguas, como meio edificação pessoal, é um dos despropósitos sobre o objetivo deste dom. Não há qualquer registro do uso privado do dom de línguas no Novo Testamento. A referência do apóstolo Paulo ao fato daquele que fala em língua desconhecida se edificar a si mesmo, e não à Igreja, é repreensão, declarada e direta ao que assim procede, pois os dons são unicamente para a edificação do Corpo como um todo, e não para uso individual:
"Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurai abundar neles, para edificação da igreja." (I Coríntios 14:12)
"Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas. (11) E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, (12) Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;" (Efésios 4:10-12)
A edificação pessoal procede da edificação do corpo, uma vez que cada indivíduo é parte do corpo, ao se edificar o corpo edifica-se juntamente cada um de seus membros componentes.
Outro despropósito observado é o de se alegar que o milagre do falar línguas se deu como meio de facilitar a pregação do evangelho. Em nenhum momento isto foi aventado no Novo Testamento. Ao contrário, após sua ocorrência, os judeus ficaram atônitos com o sinal de línguas! Estes homens eram pelo menos bilíngües, pois entenderam a pregação antes do dom de línguas se manifestar, ou seja, antes de ouvirem os discípulos falarem em sua língua natal. Sendo assim, caso o sinal de línguas, conforme vemos em Atos dos Apóstolos, fosse para ser utilizado com o propósito de pregação, teria sido mantido intacto durante toda a existência da Igreja, se tornando lugar comum até nossos dias, e todos os salvos em Cristo poderiam falar qualquer língua (humana e existente) para a qual houvesse audiência presente.
Isto não quer dizer que tal milagre não possa ocorrer, ao contrário, Deus é soberano e faz como lhe apraz. Mas, ocorrendo o milagre, será exatamente isto: um milagre de Deus, e não lugar comum, ou qualquer tipo de atestado desta ou daquela condição na vida daquele que se coloca como instrumento para que Deus, através dele, execute o milagre. Deus faz milagres quando quer e através de quem quer. Deus é soberano, Deus é Senhor!
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1 Todos os textos bíblicos citados neste estudo foram extraídos da tradução de João Ferreira de Almeida - Corrigida e Revisada Fiel ao Texto Original (ACF), editada pela Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, em 1995, exceto quando houver sido especificado em contrário.
2 Extático: Em estado de êxtase; caído em êxtase;
Êxtase: Estado de alma em que os sentidos se desprendem das coisas materiais e a situação domina o indivíduo.
Sinais e milagres
Os sinais e milagres sempre foram utilizados com funções específicas:
Fazer com que as pessoas cressem na Bíblia que ainda estava por ser escrita:
"Jesus, pois, operou também em presença de seus discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. (31) Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome." (João 20:30-31 ACF1)
"Porque não ousarei dizer coisa alguma, que Cristo por mim não tenha feito, para fazer obedientes os gentios, por palavra e por obras; (19) Pelo poder dos sinais e prodígios, na virtude do Espírito de Deus; de maneira que desde Jerusalém, e arredores, até ao Ilírico, tenho pregado o evangelho de Jesus Cristo." (Romanos 15:18-19)
Dar credibilidade e reconhecimento aos que apregoavam a mensagem:
"Homens israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, homem aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis;" (Atos 2:22)
"Rodearam-no, pois, os judeus, e disseram-lhe: Até quando terás a nossa alma suspensa? Se tu és o Cristo, dize-no-lo abertamente. Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo tenho dito, e não o credes. As obras que eu faço, em nome de meu Pai, essas testificam de mim." (João 10:24-25)
"Então a mulher disse a Elias: Nisto conheço agora que tu és homem de Deus, e que a palavra do SENHOR na tua boca é verdade." (I Reis 17:24)
"Jesus, pois, operou também em presença de seus discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome." (João 20:30-31)
Marcar uma era de novas revelações para o povo de Deus, ou mudança na forma de ação do Espírito Santo junto ao povo de Deus. (Babel, Dilúvio, Êxodo, o Ministério de Jesus Cristo, Atos dos Apóstolos, Apocalipse, etc.)
É importante que tenhamos em mente que os sinais de Deus ocorrem em determinado momento, para validar Sua mensagem através de um mensageiro Seu, ou para cumprir um propósito específico determinado pelo próprio Deus, e depois desaparecem quando não são mais necessários. Podemos ver claramente este fato ao estudarmos a história de Moisés, de Josué e de Elias. Num determinado momento, Moisés foi capaz de abrir um caminho seco através das águas, de modo que o povo de Deus pôde passar a seco pelo Mar Vermelho. De modo similar, Josué pôde abrir as águas do Jordão para que o povo de Deus pudesse atravessá-lo a seco. Em nenhum outro momento o sinal de criar separação de águas ocorreu. O profeta Elias pediu, e Deus fez com que descesse fogo dos céus para queimar o holocausto:
"Sucedeu que, no momento de ser oferecido o sacrifício da tarde, o profeta Elias se aproximou, e disse: O SENHOR Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que conforme à tua palavra fiz todas estas coisas. (37) Responde-me, SENHOR, responde-me, para que este povo conheça que tu és o SENHOR Deus, e que tu fizeste voltar o seu coração. (38) Então caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego." (I Reis 18:36-38)
Depois desta, não houve mais nenhuma outra ocorrência de Deus enviando fogo dos céus para queimar holocaustos.
Podemos também observar o momento em que o Sol parou a pedido de Josué:
"Então Josué falou ao SENHOR, no dia em que o SENHOR deu os amorreus nas mãos dos filhos de Israel, e disse na presença dos israelitas: Sol, detem-te em Gibeom, e tu, lua, no vale de Ajalom. (13) E o sol se deteve, e a lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. Isto não está escrito no livro de Jasher? O sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr, quase um dia inteiro. (14) E não houve dia semelhante a este, nem antes nem depois dele, ouvindo o SENHOR assim a voz de um homem; porque o SENHOR pelejava por Israel." (Josué 10:12-14)
A própria Palavra de Deus nos apresenta o fato de ser esta, uma ocorrência única, que nunca mais tornaria a se repetir.
Estes exemplos, e tantos outros que podemos encontrar através das Escrituras Sagradas, nos mostram de forma inequívoca que os sinais de Deus são isto mesmo, de Deus, utilizados por Ele para fins específicos, em momentos específicos, de acordo somente com Sua soberana vontade, e não pertencem ao homem, nunca pertenceram e nunca pertencerão.
O que é o falar línguas conforme a Palavra de Deus
O sinal de línguas foi a capacidade sobrenatural de se falar um idioma estrangeiro sem prévio estudo ou conhecimento deste, e o dom de línguas é a facilidade para se falar vários idiomas diferentes.
Como vimos no estudo das ocorrências da palavra "línguas" no Novo Testamento, a palavra de Deus nos apresenta estes idiomas, sempre, como idiomas humanos existentes. Por exemplo, quando da descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes, os discípulos transmitiram a mensagem do evangelho nas línguas nativas daqueles que os estavam ouvindo (Atos 2:1-11) !
Paulo ao repreender os coríntios sobre a necessidade de ordem no culto, disse que os indoutos, aqueles sem estudo, não entenderiam os que estavam falando línguas (I Coríntios 14:16 e 23), demonstrando de modo inequívoco que, ao contrário, os doutos, aqueles que tem erudição, poderiam entender, e portanto, os coríntios estavam falando um idioma humano existente e inteligível (pelo menos para aqueles que tivessem cultura suficiente para entendê-lo). Também em I Coríntios 14:21 Paulo, citando Isaías, especifica que "por outros lábios falarei a este povo", descrição esta que também aponta diretamente para uma linguagem humana existente.
Em I Coríntios 14:18, Paulo afirma categoricamente que falava mais línguas que os coríntios. Ora, Paulo falava hebraico, aramaico, grego, latim, e possivelmente ainda outras línguas mais, como o copta. Mas, eram todas línguas humanas existentes... (Iremos tratar de forma mais detalhada a questão da igreja de Corinto mais abaixo no tópico "O falar línguas em Corinto").
Reforçando mais uma vez segundo o testemunho da Palavra de Deus, o falar línguas ou é um sinal sobrenatural de falar línguas ou dialetos humanos, existentes, sem que tenham sido previamente estudados, ou como ocorreu na Igreja de Corinto, a capacidade ou a facilidade para falar em várias línguas (diversidade de línguas).
O sinal miraculoso de línguas ocorreu em 3 circunstâncias no livro de Atos
"Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra." (Atos 1:8 destaque acrescentado)
- Jerusalém - Atos 2:4 "E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem."
- Judéia e Samaria (Cesaréia) - Atos 10:46 "Porque os ouviam falar línguas, e magnificar a Deus."
- Confins da Terra (Éfeso) - Atos 19:6 "E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas, e profetizavam."
O sinal miraculoso de línguas sempre foi um sinal para os judeus que não criam primeiramente no derramamento do Espírito Santo de Deus, e depois não criam que o derramamento do Espírito Santo atingisse também aos gentios e não somente aos judeus.
O verso 45 de Atos 10 nos mostra este fato:
"E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios."
Assim, espantaram-se os judeus, todos os que eram da circuncisão, quando gentios demonstraram os mesmos sinais que os discípulos haviam demonstrado em Jerusalém!
Em Éfeso (Atos 19:3-20) grande foi a disputa de Paulo para apresentar o Caminho aos judeus ali reunidos. E o falar línguas dos discípulos que lá estavam mostrava a estes judeus que através de "outros lábios" e de "outras línguas" Deus estava lhes falando Sua mensagem:
"Está escrito na lei: Por gente de outras línguas, e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor." (I Coríntios 14:21)
Após estas três ocorrências não há qualquer outra referência ao falar línguas como um sinal de Deus para o seu povo. Surge, contudo, uma outra referência ao falar línguas no Novo Testamento: durante o período de desordem que ocorreu na Igreja de Corinto; Igreja esta que foi exortada pelo apóstolo Paulo a retornar à ordem e à decência, quando de sua primeira carta a ela endereçada.
O falar línguas em Corinto
É importante estabelecermos alguns pontos antes de prosseguirmos nesta análise. Primeiramente, quanto ao termo utilizado pelo apóstolo Paulo em sua carta quando se referiu ao falar línguas. A palavra grega utilizada foi "glossa" que, conforme já pudemos estudar, tem os seguintes significados:
- A língua, um membro do corpo, um órgão da fala.
- Uma língua.
2.1. A linguagem ou dialeto usado por um povo em particular, distinto do de outras nações.
Ou seja, a palavra grega "glossa" no contexto em que foi utilizada pelo apóstolo Paulo tem um único significado: "uma língua estrangeira", ou "uma linguagem de um povo de outra nacionalidade".
Assim, fica determinado que o que estava acontecendo em Corinto é o falar línguas estrangeiras, línguas de outros povos distintos daqueles que lá habitavam.
Como exposto acima, esta afirmação corrobora a declaração do apóstolo Paulo no verso 21 do capítulo 14:
"Está escrito na lei: Por gente de outras línguas, e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor." (I Coríntios 14:21)
Bem como, também, o fato de o apóstolo, um pouco antes em sua exortação àquela Igreja, ter afirmado que falava mais línguas que todos os que lá estavam:
"Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos." (I Coríntios 14:18)
Há também o fato de que doutos, ou seja, pessoas de grande cultura, poderiam entender o que diziam os que falavam línguas, indicação assertiva de que eram faladas línguas inteligíveis, ou seja, línguas estrangeiras, com as quais os doutos poderiam ter familiaridade:
"Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou infiéis, não dirão porventura que estais loucos?" (I Coríntios 14:23)
Estabelece-se assim, de forma definitiva, que o falar línguas conforme ocorreu na Igreja em Corinto e do qual o apóstolo Paulo trata em I Coríntios é o falar uma língua estrangeira e humana. E esta é a característica do falar línguas conforme nos apresenta a Palavra de Deus: Falar uma língua estrangeira! Seja diretamente por ação divina (sem que houvesse prévio estudo), como foi descrito em Atos 2, seja pelo dom, dado por Deus, de com facilidade se falar várias línguas, como ocorreu com o apóstolo Paulo (I Coríntios 14:18).
Ainda como uma confirmação adicional à conclusão acima, temos que Lucas ao escrever o livro de Atos dos Apóstolos, estava com Paulo em seu exílio em Roma. Lucas, quase com certeza, também esteve em Éfeso quando o apóstolo Paulo escreveu sua primeira carta aos coríntios, já que desde Atos 16 Lucas se apresentou como estando ao lado de Paulo em suas viagens. Mas, uma coisa é certa: Lucas tinha conhecimento do conteúdo da carta de Paulo aos coríntios antes de escrever o livro de Atos dos Apóstolos, uma vez que I Coríntios foi escrita por volta de 56 d.C. e Atos somente foi escrito por volta de 61 ou 62 d.C. Este raciocínio foi apresentado aqui pelo fato de Lucas ter-se utilizado em Atos dos Apóstolos da mesma palavra grega, e no mesmo contexto, que Paulo utilizou em I Coríntios para indicar o falar línguas, "glossa":
"E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas (glossa), conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem." (Atos 2:4)
E não havendo distinção do termo grego utilizado para um caso ou para o outro, fica estabelecido, também através deste raciocínio, que o falar línguas descrito em I Coríntios tinha esta mesma natureza, ou seja, era o falar um idioma estrangeiro.
Frente a todas estas evidências, fica definitivamente determinado que o falar línguas descrito pelos textos em I Coríntios não é o falar uma língua "celestial", ou "de anjos" (Veja o Apêndice A sobre este assunto), ou qualquer outra manifestação extática2, mas sim o falar um idioma humano existente e inteligível.
Propósito do dom de línguas
O dom de línguas foi dado com o propósito específico de ser um sinal (Marcos 16:17).
Esta interpretação é confirmada por Paulo quando cita a Isaías em I Coríntios 14:21-22. A passagem citada por Paulo é Isaías 28:11, onde o profeta está repreendendo os bêbados de Efraim que não aceitaram a palavra do profeta, e por esta razão Isaías lhes disse que Deus os faria ouvir através do falar do exército que estava por invadi-los. E isto lhes seria por sinal. Este sinal, o falar línguas estrangeiras, é sempre apresentado pela palavra de Deus como sendo para que judeus incrédulos viessem a crer, tanto no Velho quanto no Novo Testamento. Pode-se verificar que em todos os registros de ocorrência do dom miraculoso de línguas (todas em Atos dos Apóstolos), a audiência era composta de judeus.
Já no caso específico da Igreja em Corinto, deve-se lembrar que a natureza do falar línguas lá foi diferente, não tendo a característica de milagre, mas sim, de um dom dado por Deus para a obra do ministério e para a edificação do corpo de Cristo, como o são todos os dons:
"E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, (12) Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;" (Efésios 4:11-12)
Mas, se o dom miraculoso de línguas foi um sinal, foi um sinal do quê e para quem? Podemos ver que foi um sinal de confirmação aos judeus da aceitação dos gentios no plano de salvação (Atos 10:45-46; 11:15), isto porque apesar de alguns judeus terem crido em Jesus, não criam na possibilidade de gentios também o crerem, e este foi o propósito dos sinais relatados no livro de Atos.
Despropósito do dom de línguas
O dom de línguas, como meio edificação pessoal, é um dos despropósitos sobre o objetivo deste dom. Não há qualquer registro do uso privado do dom de línguas no Novo Testamento. A referência do apóstolo Paulo ao fato daquele que fala em língua desconhecida se edificar a si mesmo, e não à Igreja, é repreensão, declarada e direta ao que assim procede, pois os dons são unicamente para a edificação do Corpo como um todo, e não para uso individual:
"Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurai abundar neles, para edificação da igreja." (I Coríntios 14:12)
"Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas. (11) E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, (12) Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;" (Efésios 4:10-12)
A edificação pessoal procede da edificação do corpo, uma vez que cada indivíduo é parte do corpo, ao se edificar o corpo edifica-se juntamente cada um de seus membros componentes.
Outro despropósito observado é o de se alegar que o milagre do falar línguas se deu como meio de facilitar a pregação do evangelho. Em nenhum momento isto foi aventado no Novo Testamento. Ao contrário, após sua ocorrência, os judeus ficaram atônitos com o sinal de línguas! Estes homens eram pelo menos bilíngües, pois entenderam a pregação antes do dom de línguas se manifestar, ou seja, antes de ouvirem os discípulos falarem em sua língua natal. Sendo assim, caso o sinal de línguas, conforme vemos em Atos dos Apóstolos, fosse para ser utilizado com o propósito de pregação, teria sido mantido intacto durante toda a existência da Igreja, se tornando lugar comum até nossos dias, e todos os salvos em Cristo poderiam falar qualquer língua (humana e existente) para a qual houvesse audiência presente.
Isto não quer dizer que tal milagre não possa ocorrer, ao contrário, Deus é soberano e faz como lhe apraz. Mas, ocorrendo o milagre, será exatamente isto: um milagre de Deus, e não lugar comum, ou qualquer tipo de atestado desta ou daquela condição na vida daquele que se coloca como instrumento para que Deus, através dele, execute o milagre. Deus faz milagres quando quer e através de quem quer. Deus é soberano, Deus é Senhor!
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2 Extático: Em estado de êxtase; caído em êxtase;
Êxtase: Estado de alma em que os sentidos se desprendem das coisas materiais e a situação domina o indivíduo.
Última edição por Eduardo em Dom maio 08, 2011 10:56 pm, editado 1 vez(es)
O Falar Em Línguas, Hoje - Parte 3 de 4
Autor: Walter Andrade Campelo
Cessação do sinal de línguas?
Podemos afirmar com segurança que enquanto um sinal para judeus incrédulos (primeiro atestando a ação direta do Espírito Santo sobre os próprios judeus, e depois atestando que a ação do Espírito Santo não estava restrita somente a judeus, mas que atingia também aos gentios), o sinal miraculoso de línguas desapareceu no primeiro século.
"O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desa-parecerá; (9) Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; (10) Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado." (I Coríntios 13:8-10) [destaque em negrito acrescentado para ênfase]
Alguns afirmam que esta passagem não pode ser utilizada como base para afirmar-se que o sinal de línguas cessaria em algum momento próximo. Não há pleno consenso quanto a isto, e há argumentos vários em ambas as direções. Mas, independentemente da disputa teológica que se trava em torno desta passagem, ela nos informa, sim, de que o sinal de línguas cessou, pelo menos enquanto milagre de Deus para validação da mensagem bíblica.
Como vimos os sinais de Deus tem funções específicas, e o sinal de línguas teve a função de validar a mensagem dos apóstolos de Jesus Cristo. E isto foi necessário até que se completasse o cânon bíblico, o que ocorreu entre o final do primeiro século e o início do segundo. Neste ponto veio o que é perfeito (I Coríntios 13:9-10), ou seja, a palavra de Deus, inerrante, infalível, dispensando qualquer sinal posterior de validação do seu conteúdo além do milagre de sua própria inerrância e de sua miraculosa preservação pela mão de Deus.
Há aqueles que querem dizer que "o que é perfeito" refere-se a Jesus Cristo, e que esta passagem fala sobre o segundo advento de nosso Senhor. Mas, nos aprofundando no texto grego, vemos que:
"Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado." (I Coríntios 13:10 ACF1)
"otan de elqh to teleion tote to ek merouv katarghqhsetai" (I Coríntios 13:10 TR2)
A construção em grego é neutra, o que descarta a possibilidade de estar tratando de alguém, não é, assim, uma referência a Jesus, nem, como querem alguns outros, ao Espírito Santo, esta construção trata de algo, de um objeto, e não de alguém. Não há outro entendimento possível senão o de que este texto está tratando da palavra de Deus, que ainda estava, à época em que este texto foi escrito, sendo confeccionada.
Na carta aos Hebreus temos:
"Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?" (Hebreus 2:3-4)
Esta passagem indica claramente que:
Assim temos que estes dons miraculosos, incluindo aí o sinal de línguas, foram sinais utilizados para autenticar a revelação do evangelho, até que fosse completado o cânon do Novo Testamento, tornando-se, após isto, desnecessários uma vez que já estava ratificada a palavra de Deus junto à Igreja de Cristo. Este fato pode ser visto por haverem traduções feitas já em 150 d.C. que possuíam cânon idêntico ao que hoje encontramos em nossas Bíblias.
Temos assim, através da análise de todas as passagens bíblicas relevantes, que o sinal de línguas foi um acontecimento específico, em um momento específico, com uma finalidade específica; tendo sido extinto por completo após sua ocorrência em Atos 19:6.
Não devemos, contudo, estar aqui descrentes quanto ao poder de Deus em executar milagres! Deus é infinito em poder, Deus não está limitado a nada, e pode fazer, como tem feito, milagres em qualquer época, e por qualquer meio que lhe aprouver, de acordo apenas com Sua soberana vontade; E a nós, criaturas suas, cabe aceitar qual seja o Seu supremo desígnio.
Como exemplo, seria importante citar que há testemunhos da ocorrência de um outro tipo de sinal de línguas, com finalidade distinta da que foi registrada em Atos. Relatam estes testemunhos que em determinadas situações no campo missionário Deus proveu um entendimento miraculoso por parte da audiência do que um pregador falava em uma língua não conhecida por esta.
Este sinal não desrespeita o que já vimos sobre os sinais de Deus, já que tem a função de fazer com que pessoas creiam na Bíblia, em momentos em que não há outro meio de propagação da mensagem. Como um exemplo disto, temos o que foi relatado por marinheiros russos, ainda durante o período da cortina de ferro, quando era extremamente difícil o acesso às pessoas por trás da cortina comunista. Estes marinheiros ouviram um pastor batista brasileiro pregando em inglês, em determinado porto dos EUA, onde atracaram seu navio, mas entenderam o que estava sendo pregado como se estivesse sendo falado em russo, ou seja, o pastor pregava em inglês e os marinheiros ouviam em russo! Milagre de Deus, com propósito divino: Estes três marinheiros se converteram a Jesus Cristo e se tornaram líderes de Igrejas na Rússia.
O dom permanece
Já o dom de falar várias línguas (diversidade de línguas, existentes e inteligíveis, como relatado em I Coríntios) é algo que acompanha algumas pessoas até os dias de hoje, assim como também ocorre com o dom da palavra ou com o dom do ensino ou ainda com o dom de repartir liberalmente o que se tem. Entretanto, mesmo tendo isto em mente, vemos que existem várias passagens, relatando dons espirituais, que foram escritas após 56 d.C., onde o dom de línguas não é mencionado. Vejamos:
"De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria." (Romanos 12:6-8)
"Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém." (I Pedro 4:11)
I Coríntios foi escrita enquanto Paulo planejava mudar-se para Éfeso (I Coríntios 16:8), indicando que o ano era então 56 d.C.
A epístola aos Romanos foi escrita por Paulo em 57 d.C., durante sua permanência de três meses na Grécia (Atos 20:1-3), especificamente em Corinto. Lá Paulo residia com Gaio (Romanos 16:23 e I Coríntios 1:14) e Erasto era o procurador da cidade de Corinto (Romanos 16:23). Especial atenção deve ser dada ao fato desta carta ter sido escrita em Corinto e de não haver nela qualquer menção ao dom de línguas! A inferência direta disto é a de que a Igreja já havia sido exortada e corrigida quanto ao uso indevido e desordenado deste dom!
Já I Pedro foi escrita, provavelmente, pouco antes de se iniciar a perseguição de Nero aos Cristãos em 64 d.C.
Estes fatos nos sugerem que, através do ensinamento do apóstolo Paulo o dom de línguas foi colocado como sendo secundário no seio da Igreja, a qual deu preferência à profecia e ao ensino:
"E eu quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis; porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas..." (I Coríntios 14:5)
E, sendo assim, não haveria mais a pratica deste dom na Igreja, pelo menos não como algo comum. Podemos, entretanto, vê-lo ainda hoje em ação quando, por exemplo, há alguém que tenha a facilidade de aprender línguas, como o italiano ou seus diversos dialetos, e pregar em italiano, ou aprender alemão, e pregar em alemão, e que se disponha a assim agir para glória de Deus e edificação do corpo de Cristo.
1 Todos os textos bíblicos citados neste estudo foram extraídos da tradução de João Ferreira de Almeida - Corrigida e Revisada Fiel ao Texto Original (ACF), editada pela Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, em 1995, exceto quando houver sido especificado em contrário.
2 Textus Receptus - Texto grego usado como base de todas as traduções tradicionais da Bíblia Sagrada (incluindo Lutero, King James Version, Diodati, Reina e Valera, e em português João Ferreira de Almeida).
O Falar Em Línguas, Hoje - Parte 4 de 4
Autor: Walter Andrade Campelo
O falar em línguas "moderno"
Descrição
Várias denominações consideram que o falar em línguas descrito pela palavra de Deus , é um falar extático, ou seja, algo que ocorre sem que a pessoa tenha pleno controle do que acontece consigo mesma, ocorrendo em uma espécie de transe. Mas, como já vimos, uma das características do Cristão é o autodomínio, se algo acontece que tira a pessoa do seu estado de sobriedade, de autocontrole, de consciência dos eventos à sua volta, não pode ser atribuído ao Espírito Santo, mas, a outros fatores externos que estão afetando o pleno domínio das faculdades desta pessoa. Na Bíblia em várias ocasiões somos exortados a sermos sóbrios:
"Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor, e tendo por capacete a esperança da salvação;" (I Tessalonicenses 5:8 ACF1)
"Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo;" (I Pedro 1:13)
A palavra sóbrio tem o seguinte significado:
Atentando para os significados 3 e 4, vemos que há total incompatibilidade entre a ordem bíblica de ser sóbrio e as ações que privam a pessoa de seu autodomínio, de seu controle pessoal. Não há como estar em transe e ser fiel à palavra de Deus ao mesmo tempo, são ações mutuamente excludentes.
Revendo os testemunhos daqueles que apresentam o "dom", vemos que alguns relatam este transe como "flutuar", outros como "estar fora do seu corpo", outros ainda como "estando dominados por um poder superior", e outros como tendo sido possuídos "pelo Espírito Santo", além de vários outros eventos que sempre ocorrem de modo concomitante à ação da glossolalia.
Apenas este testemunho já seria suficiente para descaracterizar a glossolalia como uma obra do Espírito Santo de Deus, mas, continuemos no estudo.
Os que praticam o falar em êxtase afirmam que este falar não se dá em uma linguagem humana existente e inteligível (por exemplo, em alemão, ou em japonês, ou em tupi-guarani), mas, afirmam ser esta uma espécie de linguagem "divina" ou "de anjos", a qual tem na maior parte das vezes um máximo de 10 vocábulos, combinados de umas 20 formas diferentes.
Isto, na verdade, está muito longe de poder ser considerado como uma língua, um dialeto, ou qualquer coisa que se assemelhe à comunicação. Só para se ter uma idéia comparativa, o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa traz mais de 228.000 verbetes (palavras), e a conjugação de 15.000 verbos. Isto mesmo só de verbos existem mais de 15.000 (quinze mil) relatados por este dicionário! A língua inglesa arcaica (como era falada por Shakespeare) tinha mais de 50.000 palavras diferentes, e no Novo Testamento foram utilizadas nada menos que 5.624 palavras diferentes em grego. Não há como se considerar um conjunto de 10 ou 20 ou, mesmo que fossem, 100 vocábulos diferentes como sendo uma língua. Simplesmente não é possível se estabelecer qualquer nível de comunicação lingüística com tão poucas palavras.
Para que tenhamos uma idéia ainda mais clara, somente neste estudo que ora fazemos há em torno de 10.000 palavras, sendo mais de 2.600 palavras diferentes!
É importante que tenhamos em mente que o falar línguas extático, é prática pagã, e existe em praticamente todas as religiões e seitas, do espiritismo ao islamismo, do mormonismo à umbanda.
Todas estas religiões, ou práticas religiosas, alegam possuir o "dom" espiritual de falar línguas estranhas. E muitas, mesmo estando afastadas de Cristo e do Seu Santo Espírito, como o caso dos Mórmons ou dos carismáticos Católicos, alegam possuir o "dom" através de ação do Espírito Santo de Deus. Mais aterrador ainda, é ver um terrorista, com fuzil em punho e máscara sobre o rosto, "falando línguas" (glossolalia), pouco antes de explodir-se em uma lanchonete cheia de crianças.
Hoje, muitos têm perdido a noção de que nem tudo que é espiritual provém de Deus, e que muitas manifestações espirituais, mesmo que assim pareçam, não procedem de Deus, vejamos novamente a advertência que nos faz o apóstolo João:
"Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo." (I João 4:1)
Pequeno Histórico
O falar em línguas extático não se iniciou com Cristãos, na verdade é uma prática muito mais antiga. A primeira referência histórica que se tem de uma fala religiosa frenética remonta a 1.100 a.C. através do relato de Wenamon, onde um jovem adorador do deus Amon, após ter oferecido sacrifícios ao seu deus, foi possesso por ele e iniciou a falar freneticamente. Esta ação, segundo este relato, durou toda uma noite.
Platão demonstrou conhecer o falar em línguas extático ao descrevê-lo em vários de seus diálogos. No Phaedrus ele tratou de famílias que estavam participando de santas orações, ritos e pronunciamentos inspirados. Os participantes eram indivíduos que ao serem possessos perdiam o juízo (perdiam o controle das faculdades mentais, porém não ocorria enlouquecimento). A participação nestes eventos segundo o relato de Platão chegava a produzir a cura física de doenças nos adoradores. A essa "loucura" religiosa ele chamou de dádiva divina. Também afirmava que a profetiza de Delphos e a sacerdotisa de Dodona, quando fora de si, podiam exercer grande influência benéfica sobre certos indivíduos, porém quase nenhuma quando em domínio de suas faculdades mentais. Relatou fatos semelhantes no Ion e no Timaeus. Neste último, relata que quando um homem recebe a palavra inspirada, sua inteligência é dominada ou possessa, e essa pessoa passa a não poder se lembrar do que falou, sendo que estas falas são muitas vezes acompanhadas de visões, as quais a pessoa possessa também não pode julgar, necessitando assim de intérpretes ou profetas para exporem as declarações daquele que tem a fala "inspirada".
Já Vergílio relata que a sacerdotisa Sibelina adquiriu seu falar extático em visita a uma caverna onde os ventos encanados produziam sons estranhos que pareciam, às vezes, música.
Já a Pitonisa de Delfos é descrita por Crisóstomo2, desta forma:
"...diz-se então que essa mesma Pitonisa, sendo uma fêmea, às vezes senta-se escarranchada na trípode de Apolo, e, por conseguinte, o espírito mau, subindo debaixo e entrando na parte baixa do seu corpo, enche de loucura a mulher, e ela, com o cabelo desgrenhado, começa a tocar o bacanal e a espumar pela boca, e assim, estando num frenesi, fala as palavras de sua loucura".
A história não registra entre Cristãos a ocorrência de um falar em línguas extático antes do início do século XX, quando do início do pentecostalismo. Porém, em alguns grupos pequenos e isolados, os quais se diziam cristãos, houve a ocorrência de um falar em línguas extático. Vejamos alguns destes que alegaram ter tido este "dom":
Século 18
Ann Lee e seus discípulos (Shakers): Falavam em línguas enquanto dançavam...nus!!
Jansenitas: Falaram em línguas ao dançarem sobre o túmulo de Jansen...também nus!!
Século 17
Os Quacres, diziam que a experiência devia julgar a Bíblia e não o contrário, há alguns relatos de que houve glossolalia entre eles.
Século 2
Montanuenses: também pregavam a contínua revelação e duas classes de crentes, uma superior e outra inferior; Montano, seu líder, alegava ser o próprio Espírito Santo.
Pelo exemplo da postura doutrinária e moral destes que alegaram através dos tempos serem cristãos, e terem falado línguas enquanto em êxtase, podemos afirmar seguramente que não se tratava de verdadeiros Cristãos, pois desdenhavam da palavra de Deus como Sua máxima revelação.
O falar em línguas extático entrou para o Cristianismo, através do movimento pentecostal iniciado por Spurling, Tomlinson e Parham, no início do século XX. Charles Parham foi tido como o pai do pentecostalismo moderno, tendo criado o Lar de Curas Betel e o Colégio Bíblico Betel, o qual ensinava que a evidência do batismo com o Espírito Santo seria sem dúvida a glossolalia. Deste ponto em diante se desenvolveu o movimento pentecostal, perseguindo o batismo com o Espírito Santo e sua evidência visível, a glossolalia. Em 1o de janeiro de 1901, Agnes Ozman, uma das alunas do colégio falou em línguas após ter buscado freneticamente pelo batismo com o Espírito Santo. Ela foi a primeira pessoa dita Cristã a demonstrar a glossolalia.
O movimento pentecostal, teve um crescimento gradual, mas lento, e somente surgiu como um movimento de grandes proporções a partir de meados do século XX. E daí até aos dias de hoje, os distintivos pentecostais, que antes estiveram restritos aos meios pentecostais, começaram a invadir as igrejas tradicionais, e muitas estão sucumbindo a algumas das práticas pentecostais.
Considerações
Frente a estes fatos devemos tecer algumas considerações:
Mesmo tendo claro em nossa mente que muitos crentes sinceros e dedicados têm buscado e apresentado este "dom", precisamos entender que qualquer experiência que contradiga o que nos é ensinado pela palavra de Deus deve ser considerada como anátema, e devemos nos afastar dela:
"A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou (22) No corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis, (23) Se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro." (Colossenses 1:21-23)
Bem como devemos estar firmemente fundamentados na Palavra de Deus para através dela podermos ensinar a outros as maravilhosas verdades de nosso Deus:
"Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes." (Tito 1:9)
Isto posto, prossigamos em analisar este falar em línguas "moderno":
Segundo as declarações daqueles que dizem possuir o "dom", este vem acompanhado de ventos, perfumes, tremores, convulsões físicas, sensação de flutuação, choques elétricos, luzes, transpiração (devido ao calor do Espírito Santo), visões, curas, ver e ouvir a Cristo e tocar nele, etc. Algumas ou todas estas coisas podem acontecer concomitantemente à glossolalia. Contudo, não há nenhuma referência no Novo Testamento sobre quaisquer destes eventos como ações concomitantes ao falar em línguas, o que descarta estas experiências adicionais como sendo bíblicas.
Também, segundo testemunho dos que têm apresentado o falar em línguas "moderno", sua vida se transformou depois de terem começado a demonstrar o "dom". Mesmo sem compreender as palavras que proferem, surge uma luta interior contra os pecados pessoais, um grande interesse pela igreja, pelo dizimar, pelo aconselhar e pelo falar de Cristo, desejo de estudar a palavra de Deus, e uma grande alegria interior, e alguns chegam a experimentar até curas físicas e mentais.
Claro que os resultados aqui descritos são extremamente desejáveis e recomendáveis a qualquer crente no Senhor Jesus Cristo, contudo devemos ter claramente diante de nossos olhos que o resultado de uma experiência espiritual não constitui um teste válido de sua origem divina. Todas as experiências devem ser julgadas pela Palavra de Deus. O fim não justifica nem revela os meios! Ou uma experiência espiritual está completamente de acordo com a palavra de Deus ou deve ser descartada, por melhor ou por mais promissora que possa parecer!
"Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema" (Gálatas 1:8)
A experiência da glossolalia contradiz completamente os ensinos da Bíblia Sagrada com relação ao propósito, duração e natureza do dom de línguas, bem como quanto à regulamentação do seu uso. Logo, este "moderno falar línguas" NÃO pode ser de Deus, pois Deus não contradiz sua palavra:
"Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido." (Mateus 5:18)
"Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente." (Hebreus 13:8)
Se encontrarmos uma manifestação legítima de "falar línguas", veremos que ela estará plenamente de acordo com o estabelecido pelo Espírito Santo ao redigir a Bíblia Sagrada, através da inspiração de homens santos, e veremos que a língua falada então será humana e inteligível, não haverá nenhum evento concomitante dissonante do descrito pela Palavra de Deus, e a ação terá o propósito de edificar o corpo de Cristo como um todo e haverá alguém para interpretá-la (traduzi-la), se for o caso.
E se não for assim, então, a obra não é de Deus, restando então apenas três outras fontes para esta manifestação de erro: o coração humano, Satanás e a fraude, razões estas que veremos em detalhes mais à frente.
O "dom" de línguas é hoje uma febre que tem tomado conta de denominações pentecostais, neopentecostais e dos assim chamados "carismáticos", evangélicos ou não. Todos estes acreditam que se não for possível falar "línguas estranhas" (ou seja, o falar em êxtase, a glossolalia) não é possível que se alcance a felicidade e a plenitude como cristão, pois não teria havido o batismo com o Espírito Santo, estando este crente, portanto, desprovido do Espírito de Deus, lutando com suas próprias forças para vencer o pecado e todo o mal, em uma situação de total desespero e desalento, sem discernir as coisas de Deus, pois estas se discernem espiritualmente, lutando cego, uma luta em que lhe é impossível obter a vitória, pois todo o poder está em Jesus Cristo e chega a nós através do Seu Santo Espírito. Que triste a condição deste pobre crente, pois, trata-se de engano, já que todo aquele que foi transformado pelo sangue de Cordeiro de Deus recebe o Espírito Santo como selo para o dia da redenção:
"Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa. (14) O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória." (Efésios 1:13-14)
"E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção." (Efésios 4:30)
"Mas o que nos confirma convosco em Cristo, e o que nos ungiu, é Deus, (22) O qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações." (I Coríntios 1:21-22)
Mas, por este engano, colocado no coração destas pessoas, tem-se estabelecido uma verdadeira corrida ao "dom". Daí o enorme desespero e a profunda tristeza que muitos crentes (grande maioria deles, sinceros) enfrenta enquanto não conseguem exibir o tão almejado "dom".
Razões para o "dom" nos dias de hoje
Como ficou amplamente demonstrado acima o dom de línguas bíblico se refere ao falar línguas humanas e inteligíveis. E sendo assim, como poderíamos explicar que crentes em Cristo, resgatados por Seu sacrifício vicário, tenham apresentado um "dom" que está tão longe da verdade Bíblica? Ou, por outro lado, como explicaríamos pessoas completamente estranhas à Igreja de Cristo, apresentando o mesmo "dom" que estes crentes?
No primeiro caso, uma das explicações possíveis é que isto pode estar sendo causado pela enorme necessidade que o Cristão sente de fazer parte da sua congregação, de estar unido a ela. Esta necessidade pode causar tal pressão sobre o subconsciente desta pessoa que ela passa a apresentar o "dom", passando assim a ser completamente aceita pelo grupo com o qual congrega.
Uma outra explicação para este mesmo caso, e uma das mais óbvias, é que seria uma falsa ocorrência, uma fraude produzida para enganar. Mas, vamos descartar esta alternativa, enquanto pejorativa, pois, cremos piamente que não há intenção de dolo por parte dos crentes que professam ter este "dom", eles o têm, e o têm de forma sincera. Mas, podemos imaginar que alguns, por tamanha frustração e infelicidade em seus corações amargurados por não terem ainda apresentado o "dom", possam chegar a imitar os que apresentam o "dom", de modo a terem a compensação psicológica que isto lhes venha a dar.
Por outro lado, a glossolalia pode ser (e em muitos casos é) um fenômeno psicologicamente induzido: Pois, ao contrário do que aconteceu no primeiro século, hoje as pessoas são ensinadas a falar em "línguas estranhas", o que se dá através de uma forma de indução que leva ao delírio e ao êxtase, fazendo então com que a pessoa fale sem parar. É também digno de nota que ninguém seja capaz de executar este "falar línguas" sem que antes o tenha ouvido.
Há ainda a posição duvidosa de certos humanistas, que atribuem a busca pelo êxtase da glossolalia, e de outras práticas concomitantes, à repressão sexual existente no meio Cristão, que coloca o sexo como sendo prática válida somente dentro do casamento. Isto impeliria as pessoas a buscarem dar vazão às suas necessidades através de ações substitutas ao êxtase sexual. Relatam estes humanistas que por diversas vezes estas pessoas chegam ao clímax através do êxtase religioso, satisfazendo-se e dispensando assim as práticas que são proibidas pela doutrina Cristã.
No segundo caso, como foi citado anteriormente, este "fenômeno" ocorre também em meios não evangélicos, como no caso dos católicos carismáticos, de alguns monges orientais e até de esquimós. Poderíamos crer que o Espírito Santo de Deus tenha dado dons espirituais a incrédulos, idólatras e hereges os quais duvidam que a morte do Senhor Jesus tenha sido suficiente para remir nossos pecados? Ou ainda que crêem ser Cristo apenas uma pessoa "iluminada"? Ou que simplesmente nunca ouviram falar de Jesus? Lembremo-nos que os dons são para a edificação do Corpo de Cristo (a Igreja de Jesus) e sendo assim, em que um grupo de idólatras e hereges falando "línguas estranhas" pode vir a edificar este Corpo?
Há também a ocorrência do falar "línguas estranhas" através de inspiração demoníaca. Não são poucas as ocorrências em que demônios falam através de pessoas possuídas:
"Quando, pois, vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram: Porventura não consultará o povo a seu Deus? A favor dos vivos consultar-se-á aos mortos?" (Isaías 8:19)
"Porventura a minha palavra não é como o fogo, diz o SENHOR, e como um martelo que esmiuça a pedra? Portanto, eis que eu sou contra os profetas, diz o SENHOR, que furtam as minhas palavras, cada um ao seu próximo. Eis que eu sou contra os profetas, diz o SENHOR, que usam de sua própria linguagem, e dizem: Ele disse." (Jeremias 23-29-31)
E muitos que falam em nome de Deus, e que clamam em nome do Senhor Jesus, não são de Cristo, e destes o fogo eterno se incumbirá:
"Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. (22) Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? (23) E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade." (Mateus 7:21-23)
E há algumas doenças que também podem causar o "dom de línguas estranhas", como é o caso de certos tumores cerebrais.
Conclusão
Não nos deixemos enganar pelo inimigo. Esta febre chamada de "dom de línguas" tem provocado a divisão de muitas igrejas. Este alegado "dom" que deveria ser uma bênção, algo para a edificação do corpo de Cristo, está na verdade enfraquecendo e dividindo as igrejas de nosso Senhor Jesus, e está levando crentes ao vício das "línguas estranhas", e ficam de tal forma transtornados, que perdem completamente a razão, a ponto de que caso seja provado - biblicamente - o seu erro, como o foi acima, abandonam prontamente a palavra de Deus em favor de uma experiência de "maior espiritualidade", alegando que a Bíblia Sagrada está limitando o poder de Deus, e que esta experiência, este "dom", é a verdadeira revelação de Deus aos homens, e qualquer que não a tenha experimentado não pode ser considerado como verdadeiro Cristão. Esquecem-se eles que o coração humano é traiçoeiro e perigoso, e não merece confiança:
"Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" (Jeremias 17:9)
Citando Iain H. Murray: "Nossa visão de Deus precisa ser controlada não pelo que vemos no mundo, mas pelo que a Bíblia nos autoriza a crer." E como disse Erroll Hulse: "Toda experiência precisa ser subordinada à disciplina das Escrituras."
Repetindo: todos os dons são dados por Deus para que sejam úteis ao corpo de Cristo como um todo. E qual tem sido a utilidade deste dito "dom", além de provocar a divisão e a discórdia?
"Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil." (I Coríntios 12:7)
Finalmente, tenhamos muito cuidado nestes tempos de apostasia, pois há muitos que tentarão nos enganar:
"Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. Eis que eu vo-lo tenho predito." (Mateus 24:24-25)
E estejamos firmes, perseverando naquilo que de Cristo recebemos:
"... Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; (32) E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." (João 8:31-32)
"E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor." (Efésios 4:11-16)
Bibliografia consultada
A BÍBLIA SAGRADA, Versão Revista e Corrigida Fiel ao Texto Original, Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, São Paulo, 1995;
AUTENRIETH, Georg, A Homeric Dictionary, electronic version;
GARDNER, Calvin, As "Línguas" no Novo Testamento, Wooster Baptist Temple, Wooster, EUA;
GROMACKI, Robert G., Movimento Moderno de Línguas, 2a edição, JUERP, Rio de Janeiro, 1980;
HOUAISS, Antonio, Dicionário Houaiss da língua portuguesa, versão eletrônica;
LIDDELL, Henry George; SCOTT, Robert, A Greek-English Lexicon, electronic version;
SANTOS, Paulo S., Dons do Espírito Santo, Igreja Batista Esperança, São Paulo, 2001;
SLATER, William J., Lexicon to Pindar, electronic version;
STRONG, James LL.D., S.T.D, Strong's Concordance of the Whole Bible, Abingdon, Nasville, EUA, 1981.
1 Todos os textos bíblicos citados neste estudo foram extraídos da tradução de João Ferreira de Almeida - Corrigida e Revisada Fiel ao Texto Original (ACF), editada pela Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, em 1995, exceto quando houver sido especificado em contrário.
2 Um dos pais da Igreja
O Falar em Línguas, Hoje - Apêndice A (A Língua dos Anjos)
Autor: Walter Andrade Campelo
"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. (2) E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria." (I Coríntios 13:1-2 ACF1)
Introdução
A questão da existência ou não de uma língua falada pelos anjos é uma questão interessante e que merece uma atenção especial de nossa parte.
Há consenso entre os cientistas que uma das formas mais simples de se reconhecer a presença de inteligência em uma determinada espécie, e qual é o seu nível de desenvolvimento, é através da existência ou não de comunicação entre os indivíduos desta espécie. Quanto mais complexa for esta comunicação, maior é a inteligência atribuída aos que a executam.
Por exemplo, os golfinhos são reputados como tendo grande inteligência, e isto pode ser verificado através do fato deles se comunicarem entre si através de um complexo sistema de sons. Ainda não foi possível à ciência desvendar sua língua, mas, é possível determinar com precisão que é bastante complexa, composta de diversas estruturas construtivas que formam seu padrão de comunicação.
A Existência da Língua dos Anjos
Verificamos através da Palavra de Deus que os anjos são seres de grande inteligência, capazes de executar tarefas extremamente complexas, capazes de falar aos homens não importando qual a língua da pessoa com quem estão falando, enfim, seres que são poderosos também em seus atributos intelectuais. Assim, usando de raciocínio semelhante ao anteriormente apresentado, entendemos que os anjos têm uma ou mais línguas próprias, através das quais se comuniquem entre si. Também através deste mesmo raciocínio, podemos ter certeza de que é extremamente rica e complexa.
Não queremos entrar no mérito de serem estas línguas mais complexas que as línguas humanas, mas, podemos ter absoluta convicção de que elas têm pelo menos o mesmo nível de complexidade da mais simples língua humana existente, pois, menos que isto, impediria a comunicação dos anjos com os homens, além do que, denotaria uma falta de desenvolvimento intelectual por parte dos anjos, o que sabemos pela Palavra de Deus não ser verdade.
O que o apóstolo Paulo estava dizendo
O apóstolo Paulo, em seu texto em I Coríntios 13, está exortando aquela Igreja, que em uma demonstração de falta de Cristianismo, estava falando em vários idiomas desconhecidos por aquelas pessoas, afrontando com isto os que eram indoutos e aqueles que procuravam a Igreja a fim de conhecer a mensagem do Evangelho.
Algumas coisas ficam claras por parte do texto:
Seria algo tão glorioso falar-se em todas as línguas dos homens e dos anjos quanto seria transportar os montes através da fé. São eventos colocados pelo apóstolo lado-a-lado como sendo equivalentes.
É a glossolalia a Língua dos Anjos?
Alguns têm afirmado que a atual glossolalia é a língua dos anjos. A glossolalia é um falar em êxtase, composto de 10 ou 20 vocábulos combinados de 20 ou 30 formas distintas. Na verdade a glossolalia não passa de uma série de sílabas desconexas, colocadas ao acaso, sem a formação de estruturas lingüísticas definidas. E isto a desqualifica primeiramente como uma língua, já que não tem nenhuma das estruturas necessárias para ser assim considerada, e deste modo, isto também a desqualifica como sendo uma das línguas dos anjos.
Devemos estar cientes de que os lingüistas são capazes de observar em uma comunicação falada estruturas como substantivos, expressões adverbiais, pronomes, adjetivos, conjunções, preposições, etc. Assim, se as pessoas que alegam falar a língua dos anjos estivessem de fato falando uma língua poderíamos reconhecê-la como sendo uma língua verdadeira e real, ainda que celestial, o que definitivamente não acontece.
1 Todos os textos bíblicos citados neste estudo foram extraídos da tradução de João Ferreira de Almeida - Corrigida e Revisada Fiel ao Texto Original (ACF), editada pela Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, em 1995, exceto quando houver sido especificado em contrário.
Autor: Walter Andrade Campelo
Cessação do sinal de línguas?
Podemos afirmar com segurança que enquanto um sinal para judeus incrédulos (primeiro atestando a ação direta do Espírito Santo sobre os próprios judeus, e depois atestando que a ação do Espírito Santo não estava restrita somente a judeus, mas que atingia também aos gentios), o sinal miraculoso de línguas desapareceu no primeiro século.
"O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desa-parecerá; (9) Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; (10) Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado." (I Coríntios 13:8-10) [destaque em negrito acrescentado para ênfase]
Alguns afirmam que esta passagem não pode ser utilizada como base para afirmar-se que o sinal de línguas cessaria em algum momento próximo. Não há pleno consenso quanto a isto, e há argumentos vários em ambas as direções. Mas, independentemente da disputa teológica que se trava em torno desta passagem, ela nos informa, sim, de que o sinal de línguas cessou, pelo menos enquanto milagre de Deus para validação da mensagem bíblica.
Como vimos os sinais de Deus tem funções específicas, e o sinal de línguas teve a função de validar a mensagem dos apóstolos de Jesus Cristo. E isto foi necessário até que se completasse o cânon bíblico, o que ocorreu entre o final do primeiro século e o início do segundo. Neste ponto veio o que é perfeito (I Coríntios 13:9-10), ou seja, a palavra de Deus, inerrante, infalível, dispensando qualquer sinal posterior de validação do seu conteúdo além do milagre de sua própria inerrância e de sua miraculosa preservação pela mão de Deus.
Há aqueles que querem dizer que "o que é perfeito" refere-se a Jesus Cristo, e que esta passagem fala sobre o segundo advento de nosso Senhor. Mas, nos aprofundando no texto grego, vemos que:
"Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado." (I Coríntios 13:10 ACF1)
"otan de elqh to teleion tote to ek merouv katarghqhsetai" (I Coríntios 13:10 TR2)
A construção em grego é neutra, o que descarta a possibilidade de estar tratando de alguém, não é, assim, uma referência a Jesus, nem, como querem alguns outros, ao Espírito Santo, esta construção trata de algo, de um objeto, e não de alguém. Não há outro entendimento possível senão o de que este texto está tratando da palavra de Deus, que ainda estava, à época em que este texto foi escrito, sendo confeccionada.
Na carta aos Hebreus temos:
"Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?" (Hebreus 2:3-4)
Esta passagem indica claramente que:
- O anuncio da salvação foi confirmado pelos que o ouviram sendo anunciada pelo Senhor.
- Os que ouviram testificaram através de sinais, milagres, várias maravilhas e dons do Espírito Santo.
Assim temos que estes dons miraculosos, incluindo aí o sinal de línguas, foram sinais utilizados para autenticar a revelação do evangelho, até que fosse completado o cânon do Novo Testamento, tornando-se, após isto, desnecessários uma vez que já estava ratificada a palavra de Deus junto à Igreja de Cristo. Este fato pode ser visto por haverem traduções feitas já em 150 d.C. que possuíam cânon idêntico ao que hoje encontramos em nossas Bíblias.
Temos assim, através da análise de todas as passagens bíblicas relevantes, que o sinal de línguas foi um acontecimento específico, em um momento específico, com uma finalidade específica; tendo sido extinto por completo após sua ocorrência em Atos 19:6.
Não devemos, contudo, estar aqui descrentes quanto ao poder de Deus em executar milagres! Deus é infinito em poder, Deus não está limitado a nada, e pode fazer, como tem feito, milagres em qualquer época, e por qualquer meio que lhe aprouver, de acordo apenas com Sua soberana vontade; E a nós, criaturas suas, cabe aceitar qual seja o Seu supremo desígnio.
Como exemplo, seria importante citar que há testemunhos da ocorrência de um outro tipo de sinal de línguas, com finalidade distinta da que foi registrada em Atos. Relatam estes testemunhos que em determinadas situações no campo missionário Deus proveu um entendimento miraculoso por parte da audiência do que um pregador falava em uma língua não conhecida por esta.
Este sinal não desrespeita o que já vimos sobre os sinais de Deus, já que tem a função de fazer com que pessoas creiam na Bíblia, em momentos em que não há outro meio de propagação da mensagem. Como um exemplo disto, temos o que foi relatado por marinheiros russos, ainda durante o período da cortina de ferro, quando era extremamente difícil o acesso às pessoas por trás da cortina comunista. Estes marinheiros ouviram um pastor batista brasileiro pregando em inglês, em determinado porto dos EUA, onde atracaram seu navio, mas entenderam o que estava sendo pregado como se estivesse sendo falado em russo, ou seja, o pastor pregava em inglês e os marinheiros ouviam em russo! Milagre de Deus, com propósito divino: Estes três marinheiros se converteram a Jesus Cristo e se tornaram líderes de Igrejas na Rússia.
O dom permanece
Já o dom de falar várias línguas (diversidade de línguas, existentes e inteligíveis, como relatado em I Coríntios) é algo que acompanha algumas pessoas até os dias de hoje, assim como também ocorre com o dom da palavra ou com o dom do ensino ou ainda com o dom de repartir liberalmente o que se tem. Entretanto, mesmo tendo isto em mente, vemos que existem várias passagens, relatando dons espirituais, que foram escritas após 56 d.C., onde o dom de línguas não é mencionado. Vejamos:
"De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria." (Romanos 12:6-8)
"Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém." (I Pedro 4:11)
I Coríntios foi escrita enquanto Paulo planejava mudar-se para Éfeso (I Coríntios 16:8), indicando que o ano era então 56 d.C.
A epístola aos Romanos foi escrita por Paulo em 57 d.C., durante sua permanência de três meses na Grécia (Atos 20:1-3), especificamente em Corinto. Lá Paulo residia com Gaio (Romanos 16:23 e I Coríntios 1:14) e Erasto era o procurador da cidade de Corinto (Romanos 16:23). Especial atenção deve ser dada ao fato desta carta ter sido escrita em Corinto e de não haver nela qualquer menção ao dom de línguas! A inferência direta disto é a de que a Igreja já havia sido exortada e corrigida quanto ao uso indevido e desordenado deste dom!
Já I Pedro foi escrita, provavelmente, pouco antes de se iniciar a perseguição de Nero aos Cristãos em 64 d.C.
Estes fatos nos sugerem que, através do ensinamento do apóstolo Paulo o dom de línguas foi colocado como sendo secundário no seio da Igreja, a qual deu preferência à profecia e ao ensino:
"E eu quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis; porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas..." (I Coríntios 14:5)
E, sendo assim, não haveria mais a pratica deste dom na Igreja, pelo menos não como algo comum. Podemos, entretanto, vê-lo ainda hoje em ação quando, por exemplo, há alguém que tenha a facilidade de aprender línguas, como o italiano ou seus diversos dialetos, e pregar em italiano, ou aprender alemão, e pregar em alemão, e que se disponha a assim agir para glória de Deus e edificação do corpo de Cristo.
Continuação: | O Falar em Línguas, Hoje - Parte 4 de 4 |
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2 Textus Receptus - Texto grego usado como base de todas as traduções tradicionais da Bíblia Sagrada (incluindo Lutero, King James Version, Diodati, Reina e Valera, e em português João Ferreira de Almeida).
O Falar Em Línguas, Hoje - Parte 4 de 4
Autor: Walter Andrade Campelo
O falar em línguas "moderno"
Descrição
Várias denominações consideram que o falar em línguas descrito pela palavra de Deus , é um falar extático, ou seja, algo que ocorre sem que a pessoa tenha pleno controle do que acontece consigo mesma, ocorrendo em uma espécie de transe. Mas, como já vimos, uma das características do Cristão é o autodomínio, se algo acontece que tira a pessoa do seu estado de sobriedade, de autocontrole, de consciência dos eventos à sua volta, não pode ser atribuído ao Espírito Santo, mas, a outros fatores externos que estão afetando o pleno domínio das faculdades desta pessoa. Na Bíblia em várias ocasiões somos exortados a sermos sóbrios:
"Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor, e tendo por capacete a esperança da salvação;" (I Tessalonicenses 5:8 ACF1)
"Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo;" (I Pedro 1:13)
A palavra sóbrio tem o seguinte significado:
- moderado, contido no comer e no beber ;
1.1 não amante ou dependente de bebidas alcoólicas; - que não se encontra sob o efeito de bebida alcoólica; não intoxicado por álcool;
- marcado por temperança, equilíbrio, moderação e/ou seriedade; contido nas emoções e caprichos;
- despojado de exibições de poder, cultura, inteligência; de caráter ou comportamento sereno, discreto, recatado;
- destituído de floreios e ornamentos desnecessários.
Atentando para os significados 3 e 4, vemos que há total incompatibilidade entre a ordem bíblica de ser sóbrio e as ações que privam a pessoa de seu autodomínio, de seu controle pessoal. Não há como estar em transe e ser fiel à palavra de Deus ao mesmo tempo, são ações mutuamente excludentes.
Revendo os testemunhos daqueles que apresentam o "dom", vemos que alguns relatam este transe como "flutuar", outros como "estar fora do seu corpo", outros ainda como "estando dominados por um poder superior", e outros como tendo sido possuídos "pelo Espírito Santo", além de vários outros eventos que sempre ocorrem de modo concomitante à ação da glossolalia.
Apenas este testemunho já seria suficiente para descaracterizar a glossolalia como uma obra do Espírito Santo de Deus, mas, continuemos no estudo.
Os que praticam o falar em êxtase afirmam que este falar não se dá em uma linguagem humana existente e inteligível (por exemplo, em alemão, ou em japonês, ou em tupi-guarani), mas, afirmam ser esta uma espécie de linguagem "divina" ou "de anjos", a qual tem na maior parte das vezes um máximo de 10 vocábulos, combinados de umas 20 formas diferentes.
Isto, na verdade, está muito longe de poder ser considerado como uma língua, um dialeto, ou qualquer coisa que se assemelhe à comunicação. Só para se ter uma idéia comparativa, o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa traz mais de 228.000 verbetes (palavras), e a conjugação de 15.000 verbos. Isto mesmo só de verbos existem mais de 15.000 (quinze mil) relatados por este dicionário! A língua inglesa arcaica (como era falada por Shakespeare) tinha mais de 50.000 palavras diferentes, e no Novo Testamento foram utilizadas nada menos que 5.624 palavras diferentes em grego. Não há como se considerar um conjunto de 10 ou 20 ou, mesmo que fossem, 100 vocábulos diferentes como sendo uma língua. Simplesmente não é possível se estabelecer qualquer nível de comunicação lingüística com tão poucas palavras.
Para que tenhamos uma idéia ainda mais clara, somente neste estudo que ora fazemos há em torno de 10.000 palavras, sendo mais de 2.600 palavras diferentes!
É importante que tenhamos em mente que o falar línguas extático, é prática pagã, e existe em praticamente todas as religiões e seitas, do espiritismo ao islamismo, do mormonismo à umbanda.
Todas estas religiões, ou práticas religiosas, alegam possuir o "dom" espiritual de falar línguas estranhas. E muitas, mesmo estando afastadas de Cristo e do Seu Santo Espírito, como o caso dos Mórmons ou dos carismáticos Católicos, alegam possuir o "dom" através de ação do Espírito Santo de Deus. Mais aterrador ainda, é ver um terrorista, com fuzil em punho e máscara sobre o rosto, "falando línguas" (glossolalia), pouco antes de explodir-se em uma lanchonete cheia de crianças.
Hoje, muitos têm perdido a noção de que nem tudo que é espiritual provém de Deus, e que muitas manifestações espirituais, mesmo que assim pareçam, não procedem de Deus, vejamos novamente a advertência que nos faz o apóstolo João:
"Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo." (I João 4:1)
Pequeno Histórico
O falar em línguas extático não se iniciou com Cristãos, na verdade é uma prática muito mais antiga. A primeira referência histórica que se tem de uma fala religiosa frenética remonta a 1.100 a.C. através do relato de Wenamon, onde um jovem adorador do deus Amon, após ter oferecido sacrifícios ao seu deus, foi possesso por ele e iniciou a falar freneticamente. Esta ação, segundo este relato, durou toda uma noite.
Platão demonstrou conhecer o falar em línguas extático ao descrevê-lo em vários de seus diálogos. No Phaedrus ele tratou de famílias que estavam participando de santas orações, ritos e pronunciamentos inspirados. Os participantes eram indivíduos que ao serem possessos perdiam o juízo (perdiam o controle das faculdades mentais, porém não ocorria enlouquecimento). A participação nestes eventos segundo o relato de Platão chegava a produzir a cura física de doenças nos adoradores. A essa "loucura" religiosa ele chamou de dádiva divina. Também afirmava que a profetiza de Delphos e a sacerdotisa de Dodona, quando fora de si, podiam exercer grande influência benéfica sobre certos indivíduos, porém quase nenhuma quando em domínio de suas faculdades mentais. Relatou fatos semelhantes no Ion e no Timaeus. Neste último, relata que quando um homem recebe a palavra inspirada, sua inteligência é dominada ou possessa, e essa pessoa passa a não poder se lembrar do que falou, sendo que estas falas são muitas vezes acompanhadas de visões, as quais a pessoa possessa também não pode julgar, necessitando assim de intérpretes ou profetas para exporem as declarações daquele que tem a fala "inspirada".
Já Vergílio relata que a sacerdotisa Sibelina adquiriu seu falar extático em visita a uma caverna onde os ventos encanados produziam sons estranhos que pareciam, às vezes, música.
Já a Pitonisa de Delfos é descrita por Crisóstomo2, desta forma:
"...diz-se então que essa mesma Pitonisa, sendo uma fêmea, às vezes senta-se escarranchada na trípode de Apolo, e, por conseguinte, o espírito mau, subindo debaixo e entrando na parte baixa do seu corpo, enche de loucura a mulher, e ela, com o cabelo desgrenhado, começa a tocar o bacanal e a espumar pela boca, e assim, estando num frenesi, fala as palavras de sua loucura".
A história não registra entre Cristãos a ocorrência de um falar em línguas extático antes do início do século XX, quando do início do pentecostalismo. Porém, em alguns grupos pequenos e isolados, os quais se diziam cristãos, houve a ocorrência de um falar em línguas extático. Vejamos alguns destes que alegaram ter tido este "dom":
- Século 19
- Irvingitas: Sua principal característica era a de criar novas revelações além das presentes na Bíblia Sagrada.
Pelo exemplo da postura doutrinária e moral destes que alegaram através dos tempos serem cristãos, e terem falado línguas enquanto em êxtase, podemos afirmar seguramente que não se tratava de verdadeiros Cristãos, pois desdenhavam da palavra de Deus como Sua máxima revelação.
O falar em línguas extático entrou para o Cristianismo, através do movimento pentecostal iniciado por Spurling, Tomlinson e Parham, no início do século XX. Charles Parham foi tido como o pai do pentecostalismo moderno, tendo criado o Lar de Curas Betel e o Colégio Bíblico Betel, o qual ensinava que a evidência do batismo com o Espírito Santo seria sem dúvida a glossolalia. Deste ponto em diante se desenvolveu o movimento pentecostal, perseguindo o batismo com o Espírito Santo e sua evidência visível, a glossolalia. Em 1o de janeiro de 1901, Agnes Ozman, uma das alunas do colégio falou em línguas após ter buscado freneticamente pelo batismo com o Espírito Santo. Ela foi a primeira pessoa dita Cristã a demonstrar a glossolalia.
O movimento pentecostal, teve um crescimento gradual, mas lento, e somente surgiu como um movimento de grandes proporções a partir de meados do século XX. E daí até aos dias de hoje, os distintivos pentecostais, que antes estiveram restritos aos meios pentecostais, começaram a invadir as igrejas tradicionais, e muitas estão sucumbindo a algumas das práticas pentecostais.
Considerações
Frente a estes fatos devemos tecer algumas considerações:
Mesmo tendo claro em nossa mente que muitos crentes sinceros e dedicados têm buscado e apresentado este "dom", precisamos entender que qualquer experiência que contradiga o que nos é ensinado pela palavra de Deus deve ser considerada como anátema, e devemos nos afastar dela:
"A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou (22) No corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis, (23) Se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro." (Colossenses 1:21-23)
Bem como devemos estar firmemente fundamentados na Palavra de Deus para através dela podermos ensinar a outros as maravilhosas verdades de nosso Deus:
"Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes." (Tito 1:9)
Isto posto, prossigamos em analisar este falar em línguas "moderno":
Segundo as declarações daqueles que dizem possuir o "dom", este vem acompanhado de ventos, perfumes, tremores, convulsões físicas, sensação de flutuação, choques elétricos, luzes, transpiração (devido ao calor do Espírito Santo), visões, curas, ver e ouvir a Cristo e tocar nele, etc. Algumas ou todas estas coisas podem acontecer concomitantemente à glossolalia. Contudo, não há nenhuma referência no Novo Testamento sobre quaisquer destes eventos como ações concomitantes ao falar em línguas, o que descarta estas experiências adicionais como sendo bíblicas.
Também, segundo testemunho dos que têm apresentado o falar em línguas "moderno", sua vida se transformou depois de terem começado a demonstrar o "dom". Mesmo sem compreender as palavras que proferem, surge uma luta interior contra os pecados pessoais, um grande interesse pela igreja, pelo dizimar, pelo aconselhar e pelo falar de Cristo, desejo de estudar a palavra de Deus, e uma grande alegria interior, e alguns chegam a experimentar até curas físicas e mentais.
Claro que os resultados aqui descritos são extremamente desejáveis e recomendáveis a qualquer crente no Senhor Jesus Cristo, contudo devemos ter claramente diante de nossos olhos que o resultado de uma experiência espiritual não constitui um teste válido de sua origem divina. Todas as experiências devem ser julgadas pela Palavra de Deus. O fim não justifica nem revela os meios! Ou uma experiência espiritual está completamente de acordo com a palavra de Deus ou deve ser descartada, por melhor ou por mais promissora que possa parecer!
"Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema" (Gálatas 1:8)
A experiência da glossolalia contradiz completamente os ensinos da Bíblia Sagrada com relação ao propósito, duração e natureza do dom de línguas, bem como quanto à regulamentação do seu uso. Logo, este "moderno falar línguas" NÃO pode ser de Deus, pois Deus não contradiz sua palavra:
"Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido." (Mateus 5:18)
"Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente." (Hebreus 13:8)
Se encontrarmos uma manifestação legítima de "falar línguas", veremos que ela estará plenamente de acordo com o estabelecido pelo Espírito Santo ao redigir a Bíblia Sagrada, através da inspiração de homens santos, e veremos que a língua falada então será humana e inteligível, não haverá nenhum evento concomitante dissonante do descrito pela Palavra de Deus, e a ação terá o propósito de edificar o corpo de Cristo como um todo e haverá alguém para interpretá-la (traduzi-la), se for o caso.
E se não for assim, então, a obra não é de Deus, restando então apenas três outras fontes para esta manifestação de erro: o coração humano, Satanás e a fraude, razões estas que veremos em detalhes mais à frente.
O "dom" de línguas é hoje uma febre que tem tomado conta de denominações pentecostais, neopentecostais e dos assim chamados "carismáticos", evangélicos ou não. Todos estes acreditam que se não for possível falar "línguas estranhas" (ou seja, o falar em êxtase, a glossolalia) não é possível que se alcance a felicidade e a plenitude como cristão, pois não teria havido o batismo com o Espírito Santo, estando este crente, portanto, desprovido do Espírito de Deus, lutando com suas próprias forças para vencer o pecado e todo o mal, em uma situação de total desespero e desalento, sem discernir as coisas de Deus, pois estas se discernem espiritualmente, lutando cego, uma luta em que lhe é impossível obter a vitória, pois todo o poder está em Jesus Cristo e chega a nós através do Seu Santo Espírito. Que triste a condição deste pobre crente, pois, trata-se de engano, já que todo aquele que foi transformado pelo sangue de Cordeiro de Deus recebe o Espírito Santo como selo para o dia da redenção:
"Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa. (14) O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória." (Efésios 1:13-14)
"E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção." (Efésios 4:30)
"Mas o que nos confirma convosco em Cristo, e o que nos ungiu, é Deus, (22) O qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações." (I Coríntios 1:21-22)
Mas, por este engano, colocado no coração destas pessoas, tem-se estabelecido uma verdadeira corrida ao "dom". Daí o enorme desespero e a profunda tristeza que muitos crentes (grande maioria deles, sinceros) enfrenta enquanto não conseguem exibir o tão almejado "dom".
Razões para o "dom" nos dias de hoje
Como ficou amplamente demonstrado acima o dom de línguas bíblico se refere ao falar línguas humanas e inteligíveis. E sendo assim, como poderíamos explicar que crentes em Cristo, resgatados por Seu sacrifício vicário, tenham apresentado um "dom" que está tão longe da verdade Bíblica? Ou, por outro lado, como explicaríamos pessoas completamente estranhas à Igreja de Cristo, apresentando o mesmo "dom" que estes crentes?
No primeiro caso, uma das explicações possíveis é que isto pode estar sendo causado pela enorme necessidade que o Cristão sente de fazer parte da sua congregação, de estar unido a ela. Esta necessidade pode causar tal pressão sobre o subconsciente desta pessoa que ela passa a apresentar o "dom", passando assim a ser completamente aceita pelo grupo com o qual congrega.
Uma outra explicação para este mesmo caso, e uma das mais óbvias, é que seria uma falsa ocorrência, uma fraude produzida para enganar. Mas, vamos descartar esta alternativa, enquanto pejorativa, pois, cremos piamente que não há intenção de dolo por parte dos crentes que professam ter este "dom", eles o têm, e o têm de forma sincera. Mas, podemos imaginar que alguns, por tamanha frustração e infelicidade em seus corações amargurados por não terem ainda apresentado o "dom", possam chegar a imitar os que apresentam o "dom", de modo a terem a compensação psicológica que isto lhes venha a dar.
Por outro lado, a glossolalia pode ser (e em muitos casos é) um fenômeno psicologicamente induzido: Pois, ao contrário do que aconteceu no primeiro século, hoje as pessoas são ensinadas a falar em "línguas estranhas", o que se dá através de uma forma de indução que leva ao delírio e ao êxtase, fazendo então com que a pessoa fale sem parar. É também digno de nota que ninguém seja capaz de executar este "falar línguas" sem que antes o tenha ouvido.
Há ainda a posição duvidosa de certos humanistas, que atribuem a busca pelo êxtase da glossolalia, e de outras práticas concomitantes, à repressão sexual existente no meio Cristão, que coloca o sexo como sendo prática válida somente dentro do casamento. Isto impeliria as pessoas a buscarem dar vazão às suas necessidades através de ações substitutas ao êxtase sexual. Relatam estes humanistas que por diversas vezes estas pessoas chegam ao clímax através do êxtase religioso, satisfazendo-se e dispensando assim as práticas que são proibidas pela doutrina Cristã.
No segundo caso, como foi citado anteriormente, este "fenômeno" ocorre também em meios não evangélicos, como no caso dos católicos carismáticos, de alguns monges orientais e até de esquimós. Poderíamos crer que o Espírito Santo de Deus tenha dado dons espirituais a incrédulos, idólatras e hereges os quais duvidam que a morte do Senhor Jesus tenha sido suficiente para remir nossos pecados? Ou ainda que crêem ser Cristo apenas uma pessoa "iluminada"? Ou que simplesmente nunca ouviram falar de Jesus? Lembremo-nos que os dons são para a edificação do Corpo de Cristo (a Igreja de Jesus) e sendo assim, em que um grupo de idólatras e hereges falando "línguas estranhas" pode vir a edificar este Corpo?
Há também a ocorrência do falar "línguas estranhas" através de inspiração demoníaca. Não são poucas as ocorrências em que demônios falam através de pessoas possuídas:
"Quando, pois, vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram: Porventura não consultará o povo a seu Deus? A favor dos vivos consultar-se-á aos mortos?" (Isaías 8:19)
"Porventura a minha palavra não é como o fogo, diz o SENHOR, e como um martelo que esmiuça a pedra? Portanto, eis que eu sou contra os profetas, diz o SENHOR, que furtam as minhas palavras, cada um ao seu próximo. Eis que eu sou contra os profetas, diz o SENHOR, que usam de sua própria linguagem, e dizem: Ele disse." (Jeremias 23-29-31)
E muitos que falam em nome de Deus, e que clamam em nome do Senhor Jesus, não são de Cristo, e destes o fogo eterno se incumbirá:
"Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. (22) Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? (23) E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade." (Mateus 7:21-23)
E há algumas doenças que também podem causar o "dom de línguas estranhas", como é o caso de certos tumores cerebrais.
Conclusão
Não nos deixemos enganar pelo inimigo. Esta febre chamada de "dom de línguas" tem provocado a divisão de muitas igrejas. Este alegado "dom" que deveria ser uma bênção, algo para a edificação do corpo de Cristo, está na verdade enfraquecendo e dividindo as igrejas de nosso Senhor Jesus, e está levando crentes ao vício das "línguas estranhas", e ficam de tal forma transtornados, que perdem completamente a razão, a ponto de que caso seja provado - biblicamente - o seu erro, como o foi acima, abandonam prontamente a palavra de Deus em favor de uma experiência de "maior espiritualidade", alegando que a Bíblia Sagrada está limitando o poder de Deus, e que esta experiência, este "dom", é a verdadeira revelação de Deus aos homens, e qualquer que não a tenha experimentado não pode ser considerado como verdadeiro Cristão. Esquecem-se eles que o coração humano é traiçoeiro e perigoso, e não merece confiança:
"Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" (Jeremias 17:9)
Citando Iain H. Murray: "Nossa visão de Deus precisa ser controlada não pelo que vemos no mundo, mas pelo que a Bíblia nos autoriza a crer." E como disse Erroll Hulse: "Toda experiência precisa ser subordinada à disciplina das Escrituras."
Repetindo: todos os dons são dados por Deus para que sejam úteis ao corpo de Cristo como um todo. E qual tem sido a utilidade deste dito "dom", além de provocar a divisão e a discórdia?
"Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil." (I Coríntios 12:7)
Finalmente, tenhamos muito cuidado nestes tempos de apostasia, pois há muitos que tentarão nos enganar:
"Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. Eis que eu vo-lo tenho predito." (Mateus 24:24-25)
E estejamos firmes, perseverando naquilo que de Cristo recebemos:
"... Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; (32) E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." (João 8:31-32)
"E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor." (Efésios 4:11-16)
Bibliografia consultada
A BÍBLIA SAGRADA, Versão Revista e Corrigida Fiel ao Texto Original, Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, São Paulo, 1995;
AUTENRIETH, Georg, A Homeric Dictionary, electronic version;
GARDNER, Calvin, As "Línguas" no Novo Testamento, Wooster Baptist Temple, Wooster, EUA;
GROMACKI, Robert G., Movimento Moderno de Línguas, 2a edição, JUERP, Rio de Janeiro, 1980;
HOUAISS, Antonio, Dicionário Houaiss da língua portuguesa, versão eletrônica;
LIDDELL, Henry George; SCOTT, Robert, A Greek-English Lexicon, electronic version;
SANTOS, Paulo S., Dons do Espírito Santo, Igreja Batista Esperança, São Paulo, 2001;
SLATER, William J., Lexicon to Pindar, electronic version;
STRONG, James LL.D., S.T.D, Strong's Concordance of the Whole Bible, Abingdon, Nasville, EUA, 1981.
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1 Todos os textos bíblicos citados neste estudo foram extraídos da tradução de João Ferreira de Almeida - Corrigida e Revisada Fiel ao Texto Original (ACF), editada pela Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, em 1995, exceto quando houver sido especificado em contrário.
2 Um dos pais da Igreja
O Falar em Línguas, Hoje - Apêndice A (A Língua dos Anjos)
Autor: Walter Andrade Campelo
"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. (2) E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria." (I Coríntios 13:1-2 ACF1)
Introdução
A questão da existência ou não de uma língua falada pelos anjos é uma questão interessante e que merece uma atenção especial de nossa parte.
Há consenso entre os cientistas que uma das formas mais simples de se reconhecer a presença de inteligência em uma determinada espécie, e qual é o seu nível de desenvolvimento, é através da existência ou não de comunicação entre os indivíduos desta espécie. Quanto mais complexa for esta comunicação, maior é a inteligência atribuída aos que a executam.
Por exemplo, os golfinhos são reputados como tendo grande inteligência, e isto pode ser verificado através do fato deles se comunicarem entre si através de um complexo sistema de sons. Ainda não foi possível à ciência desvendar sua língua, mas, é possível determinar com precisão que é bastante complexa, composta de diversas estruturas construtivas que formam seu padrão de comunicação.
A Existência da Língua dos Anjos
Verificamos através da Palavra de Deus que os anjos são seres de grande inteligência, capazes de executar tarefas extremamente complexas, capazes de falar aos homens não importando qual a língua da pessoa com quem estão falando, enfim, seres que são poderosos também em seus atributos intelectuais. Assim, usando de raciocínio semelhante ao anteriormente apresentado, entendemos que os anjos têm uma ou mais línguas próprias, através das quais se comuniquem entre si. Também através deste mesmo raciocínio, podemos ter certeza de que é extremamente rica e complexa.
Não queremos entrar no mérito de serem estas línguas mais complexas que as línguas humanas, mas, podemos ter absoluta convicção de que elas têm pelo menos o mesmo nível de complexidade da mais simples língua humana existente, pois, menos que isto, impediria a comunicação dos anjos com os homens, além do que, denotaria uma falta de desenvolvimento intelectual por parte dos anjos, o que sabemos pela Palavra de Deus não ser verdade.
O que o apóstolo Paulo estava dizendo
O apóstolo Paulo, em seu texto em I Coríntios 13, está exortando aquela Igreja, que em uma demonstração de falta de Cristianismo, estava falando em vários idiomas desconhecidos por aquelas pessoas, afrontando com isto os que eram indoutos e aqueles que procuravam a Igreja a fim de conhecer a mensagem do Evangelho.
Algumas coisas ficam claras por parte do texto:
- O apóstolo Paulo não falava línguas de anjos. Isto fica indicado pelo condicional da frase: "Ainda que eu falasse."
- Mesmo na possibilidade (que não havia) de alguém falar as línguas faladas pelos anjos ao se comunicam uns com os outros, ainda assim, sem amor, não teria qualquer valor.
- Segue o apóstolo dizendo que se tivesse fé suficiente para transportar os montes, sem amor, nada seria.
Seria algo tão glorioso falar-se em todas as línguas dos homens e dos anjos quanto seria transportar os montes através da fé. São eventos colocados pelo apóstolo lado-a-lado como sendo equivalentes.
É a glossolalia a Língua dos Anjos?
Alguns têm afirmado que a atual glossolalia é a língua dos anjos. A glossolalia é um falar em êxtase, composto de 10 ou 20 vocábulos combinados de 20 ou 30 formas distintas. Na verdade a glossolalia não passa de uma série de sílabas desconexas, colocadas ao acaso, sem a formação de estruturas lingüísticas definidas. E isto a desqualifica primeiramente como uma língua, já que não tem nenhuma das estruturas necessárias para ser assim considerada, e deste modo, isto também a desqualifica como sendo uma das línguas dos anjos.
Devemos estar cientes de que os lingüistas são capazes de observar em uma comunicação falada estruturas como substantivos, expressões adverbiais, pronomes, adjetivos, conjunções, preposições, etc. Assim, se as pessoas que alegam falar a língua dos anjos estivessem de fato falando uma língua poderíamos reconhecê-la como sendo uma língua verdadeira e real, ainda que celestial, o que definitivamente não acontece.
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1 Todos os textos bíblicos citados neste estudo foram extraídos da tradução de João Ferreira de Almeida - Corrigida e Revisada Fiel ao Texto Original (ACF), editada pela Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, em 1995, exceto quando houver sido especificado em contrário.
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