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Alegadas similaridades entre Cristo e divindades pagãs
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05122009
Alegadas similaridades entre Cristo e divindades pagãs
Alegadas similaridades entre Cristo e divindades pagãs
Nesta seção, vamos investigar as alegadas similaridades entre Jesus e outras deidades que deixam os críticos especulando que aspectos da vida de Jesus foram emprestadas de outras figuras da antiguidade. Depois de examinar os reais textos das religiões em questão, descobre-se que muitas similaridades sequer existem mas foram fabricadas por autores que contam com a ignorância sobre religiões extrangeiras do leitor.
O esboço desta discussão é apresentado a seguir:
1) Introdução
2) Cuidados para o discernimento
3) Krishna
4) Buda
5) Hórus
6) Zoroastro
7) Mitra
8) Attis
9) Dionísio-Baco
10) Alegadas Deidades Crucificadas
11) Conclusão
Introdução
Se você procurar a internet por similaridades entre Jesus e deidades pagãs, você encontrará incontáveis resultados apresentando o mesmo material errôneo que não fornece nenhuma fonte religiosa original para validar seus clamores. Contudo, se você procurar os textos religiosos das figuras em questão você será confrontado com informação honesta que revela que o clamor de que a história de Jesus foi roubada de mitos pagãos é expressamente falso. Para a conveniência do leitor, eu forneço links por toda esta discusão aos textos originais, assim você poderá ver pessoalmente que a "Teoria da Cópia Pagã" foi completamente fabricada.
Declaração cética: mas estas figuras existiram antes da alegada vida de Jesus. Somente a cronologia faz esta discussão inútil.
Resposta: Um fato importante a ter em mente enquanto ler esta seção é a quantidade aproximada de 300 profecias messiânicas detalhadas a respeito da vida, morte e ministério de Jesus no Velho Testamento. As profecias datam de aproximadamente 450 a 1500 anos antes de Seu nascimento. A acusação de cristãos plagiando os registros de outras figuras no primeiro século ignoram o fato que conceitos como nascimento virginal, a ressurreição, e uma relação Pai-Filho precedem muitas das figuras neste artigo.
Também, muitos dos textos religiosos contendo as figuras e as alegadas similaridades clamadas por críticos são posteriores à finalização da Bíblia Cristã. Muitos textos a respeito destas figuras foram adicionados com o passar dos séculos, com aspectos de suas vidas se tornando mais espetaculares e suspeitosamente similares ao Cristianismo. Uma importante diferença entre Jesus e outras figuras neste artigo é a existência de fatos verificáveis sobre a vida de Jesus: nós conhecemos aproximadamente o ano de Seu nascimento, numerosos registros existem que verificam Sua existência, eventos históricos acurados que ocorreram por volta de Seu tempo de vida como mencionados nos textos cristãos, e nós podemos traçar as origens das crenças judaico-cristãs. Muitas outras figuras em questão não possuem ponto de origem documentado e não mencionam datas ou datas aproximadas de quanto os alegados eventos ocorreram.
Não obstante, assim que nós mostrarmos que os clamores de cópia são falsos, o argumento de quem veio primeiro se mostra irrelevante.
Declaração cética: Como a menção de eventos históricos prova a exatidão da Bíblia? Muitos autores de ficção incorporam pessoas reais ou lugares em seus trabalhos para dar ao enredo um sentimento de veracidade. Como a Bíblia seria diferente?
Resposta: Exatidão histórica sozinha não é prova da inerrância Bíblica mas ela atesta sua confiabilidade. Se a Bíblia mencionasse apenas localizações e pessoas espúrias como muitos dos textos pagãos fazem, certamente isto iria diminuir sua autenticidade.
Cuidados para o discernimento
Eu quero que vocês tenham as seguintes coisas em mente na próxima vez que forem apresentados à teoria de cópia pagã. Pergunte a si mesmo as seguintes perguntas baseadas em lógica e verá que muitos clamores instantaneamente desintegram.
TERMINOLOGIA Uma coisa para se alertar ao ser apresentado com os clamores de cópia é o uso de terminologia Judaico-cristã. Houve muitas religiões através da história cujos membros participavam em banhos rituais, mas não era batismo. Grupos políticos e religiosos podem ter celebrado refeições comunitárias mas não era uma Eucaristia. Seguidores podem considerar seu deus um salvador de algum tipo mas eles não eram chamados de Messias. Religiões podem falar de uma vida após a morte mas eles não consistem de lugares conhecidos como Céu e Inferno. Críticos podem usar tais termos para fazer suas conexões parecer mais fortes mas este é um uso errado de terminologia pois estas palavras são usualmente de origens judaico-cristãs.
TEMPO Quando apresentado com evidência comparativa, pergunte a si mesmo:
1) A figura precede as profecias messiânicas do Velho Testamento? (muitos não precedem)
2) O tempo da evidência precede o Cristianismo? (muitos textos religiosos e ajudas são posteriores ao Cristianismo)
3) A figura precede a vida de Jesus? (figuras como Apolônio de Tiana não precedem)
LOCALIZAÇÃO Se críticos clamam que uma figura da América do Sul, por exemplo, (como Quetzalcoatl) influenciou o Cristianismo, é obviamente um falso clamor se nós acreditamos que as Américas ainda não haviam sido descobertas.
SIMBOLISMO Se pergunte que simbolismo existe por trás de tais paralelos. Como muitos grupos políticos e religiosos da antiguidade, uma seita pode ter celebrado uma refeição comunitária mas ela não tinha o mesmo significado que uma Eucaristia Cristã. Membros podem considerar sua deidade um salvador mas eles não consideram a figura um salvador do pecado e da perdição, etc.
FONTES Veja se os clamores se baseiam ou não em textos sagrados reais da religião em questão (muitos raramente baseiam-se). Muitas referências simplesmente citam fontes secundárias de autores do mesmo gênero. Quando eles citam uma fonte religiosa, muitos críticos não especificam o livro, volume ou verso embora eles prontamente citem exatamente onde a "cópia" pode ser encontrada na Bíblia Cristã. Pergunte por referências específicas sobre onde a evidência pode ser encontrada nos reais textos religiosos. Por fim, como poderemos ver através desta discussão, muitos textos religiosos não possuem um cânon oficial como a Bíblia Cristã. Seus textos foram admitidamente alterados e adicionados durante os séculos. Quando críticos citam uma fonte de outro texto, pergunte a si mesmo se esta evidência é encontrada ou não em um texto que seja anterior ao Cristianismo (muitos não são).
Krishna
No Hinduísmo, Krishna[1] é crido ser o oitavo avatar de Vishnu[2], o segundo aspecto da trindade Hindu. Quase toda correlação entre Krishna e Jesus pode ser traçada a Kersey Graves[3], um autor do século 19 que acreditava que o Cristianismo foi criado de mitos pagãos. Apesar de seus livros terem sido provados por eruditos serem falsos e pobremente pesquisados[4], muitos ainda referem ignorantemente a seus argumentos não sabendo que eles são facilmente refutados simplesmente comparando a Bíblia aos textos Hindus.
A DEFINIÇÃO DE KRISHNA Apesar de muitos críticos alegarem que Krishna significa Cristo, Krishna[5] em Sânscrito na verdade é traduzido por (O) Negro pois se acredita que Krishna possuía uma pele negro-azulada. A palavra Cristo[6] é traduzida literalmente por Ungido. Quando céticos, por sua vez, soletram Krishna como Chrishna ou Christna, este é uma espalhafatosa tentativa de espalhar mais desinformação e reforçar suas teorias errôneas.
NASCIMENTO VIRGINAL Um nascimento virginal nunca é atribuído a Krishna já que seus pais deram antes a luz a sete crianças. Além disto, o nascimento virginal não era um conceito novo inventado por cristãos. O livro de Isaías[7] (escrito cerca de 700 A.C.) falou de um Messias que nasceria de uma virgem. Esta profecia estava em circulação 700 anos antes de Jesus e pelo menos 100 anos antes de Krishna (Isaías 7:14). Críticos clamam que Krishna nasceu da virgem Maia mas de acordo com os textos hindus, ele era o oitavo filho da Princesa Devaki[8] e seu marido Vasudeva[9]: "Você nasceu dos divinos Devaki e Vasudeva para a proteção de Brahma na terra." Mahabharata Bk 12, XLVIII[10]
MASSACRE DE CRIANÇAS Críticos clamam que um governante tirano emitiu um decreto para matar todas as crianças do sexo masculino anteriores ao nascimento de Krishna mas a lenda hindu diz que os seis primeiros filhos de Devaki foram assassinados por seu primo, Rei Kamsa[11], por causa de uma profecia que previa sua morte pelas mãos de um de seus filhos. Diferente de Herodes que emitiu um decreto para assassinar todas as crianças do sexo masculino abaixo de dois anos, a versão hindu nos diz que Kamsa alvejava apenas os filhos de Devaki. Ele nunca emitiu um decreto para matar indiscriminadamente crianças do sexo masculino: "Assim os seis filhos nasceram de Devaki e Kamsa, também, matou estes seis filhos assim que eles nasceram." Bhagavata, Bk 4, XXII:7[12]
FUGA DOS PAIS Críticos clamam que enquanto os pais de Krishna fugiram para Mathura para evitar Kamsa, os pais de Jesus fugiram para Muturea para evitar Herodes. Mas a Bíblia diz que Maria e José fugiram para o Egito - não para um lugar desconhecido chamado Muturea. Além disto, os textos hindus nos dizem que os pais de Krishna nunca tiveram uma chance de escapar - eles foram aprisionados por Kamsa assim ele poderia matar Krishna assim que nascesse: "Que faltas cometeram [Vasudeva] e sua esposa Devaki? Por que Kamsa matou as seis crianças de Devaki? E por qual razão [Vishnu] se encantou com o o filho de Vasudeva na prisão de Kamsa?" Bhagavata, Bk 4, I:4-5[13] e Fonte[14]
PASTORES, SÁBIOS, UMA ESTRELA E UMA MANJEDOURA Nenhuma menção a pastores ou sábios aparece no nascimento de Krishna. Krishna nasceu em uma prisão (não um estábulo como críticos sugerem) onde seus pais deram a luz a ele em segredo. Seria improvável que tais visitantes chegassem somente para alertar Kamsa da presença de Krishna!
PAIS CARPINTEIROS Como o pai terreno de Jesus, se dizia também que o pai de Krishna era carpinteiro. Mas em nenhum lugar dos textos hindus se diz que Vasudeva era um carpinteiro. De fato, nós somos informados que ele era um nobre nas cortes de Mathura[15] já que ele era casado com a Princesa Devaki. Quando Krishna fugiu da ira de Kamsa com seus pais adotivos, somos informados que seu pai adotivo Nanda[16] era um vaqueiro: "Você é o mais amado de Nanda, o vaqueiro" Bhagavata, Bk 8, I, pg 743[17]
A CRUCIFICAÇÃO Apesar de críticos clamarem que Krishna foi crucificado, isto não é mencionado em lugar algum nos textos hindus. Pelo contrário, somos informados exatamente como ele morre: Krishna está meditando na floresta quando ele é acidentalmente atingido nos pés por uma flecha de um caçador. Céticos realmente tentam interpretar isto forçadamente clamando que a flecha o empalou a uma árvore, assim o crucificando. Eles também apontam a similaridade entre sua ferida ser no pé e nas feridas mãos e pés de Jesus. Contudo, se eu estava cravando minhas iniciais em uma árvore e acidentalmente empalar meu punho, seria um absurdo considerar isto uma crucificação. Esta história tem mais relação com a mitologia de Aquiles do que outra coisa: "Um forte caçador de nome Jara então chegou ali, desejoso de um gamo. O caçador, confundindo [Krishna], que estava estendido na terra em alta Yoga, com um gamo, o feriu no calcanhar com com uma flecha e rapidamente veio ao local para capturar sua presa." Mahabharata, Book 16, 4[18]
A RESSURREIÇÃO Apesar de críticos clamarem que Krishna desceu para a sepultura por três dias e apareceu a muitas testemunhas, nenhuma evidência disto existe. Pelo contrário, o verdadeiro relato diz que Krishna imediatamente retornou à vida e falou somente ao caçador, perdoando-o por suas ações: "Ele [o caçador] tocou os pés de [Krishna]. O Superior-Espírito o confortou e então ascendeu para o alto, enchendo o céu inteiro com esplendor... [Krishna] alcançou sua própria região inconcebível." Mahabharata, Book 16, 4[19] Algumas óbvias diferenças entre as ressurreições de Jesus e Krishna são as seguintes:
A ressurreição de Jesus derrotou o poder do pecado e morte. A ressurreição de Krishna não teve nenhum efeito real na humanidade.
Jesus apareceu a aproximadamente 500 testemunhas no Novo Testamento. Krishna apareceu somente ao caçador.
Jesus levantou dos mortos três dias depois. Krishna imediatamente retornou à vida.
Jesus não ascendeu aos céus até depois da Grande Comissão. Krishna imediatamente "ascendeu" para a vida após a morte.
Jesus sabia o que haveria de acontecer. Krishna não teve nenhuma previsão a respeito de sua morte.
Jesus ascendeu a um reino físico (Céu). Krishna transcendeu para um estado mental (ou região inconcebível). Os conceitos entre Céu (Cristianismo) e Nirvana (Hinduísmo) diferem enormemente.
A ÚLTIMA CEIA É dito que Krishna celebrou uma última ceia mas duas razões oferecem evidência que isto nunca aconteceu:
Não há menção de Krishna tendo uma última ceia em qualquer dos textos hindus.
Porque Krishna não tinha nenhuma previsão de sua morte, não há nenhuma razão para que ele tivesse celebrado tal evento!
MOSTRADO COMO ESMAGANDO A CABEÇA DE UMA SERPENTE Gênesis 3:15 é uma profecia messiânica metafórica que se refere à batalha espiritual de Jesus com Satanás. Apesar de críticos clamarem que Krishna também foi referido como a semente da mulher esmagando a cabeça da serpente, esta frase nunca é usada com referência a Krishna. A única coisa que acontece é uma literal batalha que Krishna encontrou com serpentes reais. Mahabharata, Bk 7, LXXXI[20] e Mahabharata Book 8, XC[21]
POSSÍVEIS REFERÊNCIAS EM GERAL
Krishna era a encarnação humana de Vishnu. Isto parece de certa forma acurado, mas a real tríade Hindu consiste de Vishnu, Shiva e Brahma. Não Vishnu, Krishna e uma deidade espiritual.
Krishna era de origem real. (Enquanto Krishna nasceu direto da corte nobre de Mathura, Jesus era da linhagem real davídica mas nasceu em pobreza como filho de Maria e José.)
Krishna era visto como um Salvador. (Enquanto Jesus era um eterno-espiritual salvador que salvou Seu povo da perdição, Krishna era um salvador guerreiro-terreno que libertou seu povo do reinado tirânico de Kamsa).
Krishna frequentemente jejuava no deserto. A única possível referência que pude encontrar a tal coisa era que ele sempre saía à floresta para meditar.
REFERÊNCIAS ERRADAS EM GERAL
Krishna nasceu em uma caverna. De fato, nem Jesus ou Krishna nasceram em cavernas. Krishna nasceu em uma cela de prisão e a única referência de Jesus nascendo em uma caverna é em escritos não-canônicos.
Krishna viveu uma vida sem pecados. Enquanto que a Bíblia deixa claro que Jesus não cometeu nenhum pecado durante Sua vida, os textos hindus admitem a promiscuidade de Krishna e seus numerosos casos sexuais.
Krishna nasceu em 25 de Dezembro. Na verdade, a celebração do aniversário de Krishna, conhecido como o Krishna Janmaashtami[22], é celebrado no mês hindu de Bhadrapadha que corresponde ao mês de Agosto. Além disto, é improvável que Jesus tenha nascido nesta data. O Natal é somente celebrado nesta data por causa da tradição.
Krishna moveu uma pequena montanha para proteger uma vila de um desastre. Jesus declarou que se você tiver fé como um grão de mostarda você poderia dizer para a montanha se levantar e se jogar no oceano. Além da declaração de mover montanhas, qualquer um pode ver que estas duas declarações não possuem nada em comum. Um descreve um feito físico enquanto que o outro usa o mover de uma montanha como uma metáfora para o poder da fé.
CONCLUSÃO Os textos hindus foram admitidamente alterados e adicionados com o passar dos séculos. Muitas comparações dos novos e velhos textos a respeito da história de Krishna revelam muitos contos sendo adicionados em textos anteriores conhecidos como as Puranas (400-1000 D.C.), Bhagavata (400-1000 D.C.), e a Harivamsa, (100-1000 D.C.). Estes textos foram provados por estudiosos terem sido escritos depois da vida de Jesus.
Exclamação cética: De acordo com a tradição Hindu, se acredita que a Bhagavata Purana foi escrita por Vyasa cerca de 3100 A.C. Ela menciona o Rio Védico Sarasvati cerca de 30 vezes que se acredita ter secado por volta de 2000 A.C.
Resposta: Isto é frequentemente citado como argumento para uma data anterior da Bhagavata. Contudo não se mantém por várias razões. O fato da Bhagavata Purana mencionar o não existente Rio Védico Sarasvati não é prova maior de autoria anterior que se eu fosse escrever um romance centrado nos Jardins Suspensos da Babilônia. A menção de um rio antigo prova nada mais que o conhecimento de sua existência histórica. Também não há nenhum registro de qualquer destes textos existindo antes do primeiro século D.C. Mesmo quando os mais antigos textos Hindus estavam em circulação, os livros contendo vários detalhes da vida de Krishna não estavam incluídos. Finalmente, a linguagem e gramática da Bhagavata Purana não é consistente com as mais antigas linguagens da Índia.
Gautama (o Buda)
Se acredita que Gautama[23] viveu entre 563 - 483 A.C. Gautama nasceu em uma classe guerreira sob o sistema de castas da Índia e posteriormente atingiu a iluminação para se tornar o Buda (ou O Iluminado) e fundador do Budismo. Como Zoroastro (abaixo), muito pouco foi escrito sobre ele durante seu tempo de vida, com relatos se tornando mais incríveis com o passar do tempo.
NASCIMENTO VIRGINAL Gautama nasceu de Suddhodana[24] e sua esposa havia vinte anos, Maya[25]. Apesar de críticos clamarem que Maya era uma virgem, nós devemos assumir que ela não era já que ela era a esposa favorita do rei. Também, Os Atos do Buda[26] confirmam que Maya e Suddhodana tinham relações sexuais (os dois provaram os deleites do amor...), apesar de que sinto que é justo apontar que a maioria das traduções Inglesas não contém esta declaração. Um detalhado registro do nascimento de Gautama pode ser encontrado aqui[27]. Apesar de Maya ser retratada como sendo virtuosa e de mente pura, o conceito de virginal não é nunca mencionado a respeito do nascimento de Buda. No máximo, foi uma transferência de útero como na história de Krishna:
O mais excelente de todos os Bodhisattvas caiu diretamente de seu lugar entre os residentes do céu de Tushita, e movendo-se rapidamente através dos três mundos, repentinamente tomou a forma de um grande elefante de seis presas tão branco como o Himalaia, e entrou no útero de Maya. Buddha Karita 1:18[28]
Exclamação Cética: A semelhança entre os nomes Maya e Maria possui algum significado?
Resposta: Apesar de similares em suas traduções, sua forma original e traduções são completamente diferentes. Maya, do Sânscrito, significa Ilusão, enquanto que Maria (Maryam) é traduzido do hebreu como Amargo.
SÁBIOS Não pude achar menção de sábios em qualquer texto Budista mas eu achei o seguinte em escritos pós-cristãos:
Versão 1: Um ascético[29] (não sábio) visita o rei para repetir a informação que ele recebeu dos deuses que seu filho se tornaria um grande líder religioso. Depois de ouvir isto, Brâmanes[30] (não sábios) decidiram dedicar seus filhos dependendo do resultado da profecia.
"Um filho tem nascido na família de Suddhodana o rei. Trinta e cinco anos a partir de agora ele se tornará um Buda... Se o jovem príncipe se tornará um Buda ou um rei, nós daremos cara um um filho: assim se ele se tornar um Buda, ele será seguido e cercado por monges da casta guerreira; e se se tornar um rei, por nobres da casta guerreira." Jataka I:55,57[31]
Versão 2: No nascimento de Gautama, um vidente (não um sábio) diz a Suddhodana que Gautama se tornará um grande líder religioso:
"O grande vidente veio ao palácio do rei. 'Seu filho tem nascido para o bem do supremo conhecimento. Tendo abandonado seu reino, indiferente a todos objetos mundanos, ele irá brilhar como um sol de conhecimento para destruir a escuridão no mundo.'" Buddha-Karita 1:54,62,74[32]
PRESENTEADO COM OURO, INCENSO E MIRRA Novamente, não encontrei nenhuma menção a tal ocorrência exceto por uma forçada correlação em uma escritura pós-cristã. Somos informados que os deuses (não sábios) presentearam Gautama sândalo, chuva, lírios aquáticos e flores de lótus (Símbolos budistas). Isto não seria surpresa já que nascimentos reais eram frequentemente celebrados com festivais e presentes!
"Assim que ele nasceu O De Mil-Olhos o tomou gentilmente, brilhante como um pilar de ouro. Duas puras correntes de água caíram do céu sobre sua cabeça com pilhas de flores de Mandara. Os senhores-yaksha ficaram ao seu redor, o guardando com lótus de ouro em suas mãos. Os grandes dragões fitaram com olhos de concentrada devoção, e o abanou e espalharam flores Mandara sobre ele. E de um céu sem nuvens caiu uma chuva cheia de lótus e lírios aquáticos, e perfumadas com sândalos." Buddha Karita 1:27,36,38,40[33]
GUIADOS POR UMA ESTRELA Não há menção de um sinal celestial mas eu achei similaridades forçadas em textos pós-cristãos:
Versão 1: Os Brâmanes procuravam por sinais do Buda[34] em Gautama para determinar se ele seria um rei ou líder religioso. Os sinais não implicavam em presságios celestiais mas marcas físicas que um Buda deveria ter:
"Eles pediram [os Brâmanes] para observar as marcas e características da futura pessoa do Buda, e para profetizar sua fortuna. Se um homem possuindo tais marcas e características continuar na vida do chefe de família, ele se tornará um Monarca Universal. Se ele se retirar do mundo, ele se torna um Buda." Jataka 1:56[35]
Versão 2: Apesar dos deuses enviaram sinais miraculosos através da natureza, nunca se diz que o aparecimento de uma estrela guiou o profeta. Contudo, somos informados precisamente que sinais são:
"Duas correntes de água jorrando do céu, iluminada como os raios de lua, tendo o poder do calor e do frio, caindo sobre a benigna cabeça daquele inigualável para dar refresco a seu corpo... Os deuses mantiveram um guarda-chuvas branco no céu e murmurou as mais altas bênçãos em sua suprema sabedoria... Então tendo conhecido por sinais e através do poder de suas penitências este nascimento daquele que destruirá todos os nascimentos, o grande vidente Asita veio ao palácio do rei. Assim o grande vidente olhou o filho do rei maravilhado, seu pé marcado com uma roda, seus dedos das mãos e dos pés palmados, com um círculo de cabelo entre suas sobrancelhas e sinais de vigor como um elefante." Buddha Karita 1:35,37,5465[36]
25 DE DEZEMBRO O nascimento de Gautama é na verdade celebrado na primavera no mês de Vesak[37] por seus seguidores (apesar de já termos mostrado que esta data é insignificante para Jesus).
TENTATIVA DE MATÁ-LO POR UM REI MAU Não há menção de um atentado contra a vida de Gautama. A única coisa que somos informados é que seu pai real tentou persuadi-lo de se afastar de uma vida de servidão religiosa por seduzi-lo com privilégios reais. Quando o profeta disse ao rei que seu filho veria quatro sinais o guiando para sua chamada religiosa, o rei ordenou os guardas a cercá-lo para prevenir tal evento.[38]
"Então disse o rei, 'O que deve ver meu filho, que o fará se retirar do mundo?' 'Os quatro sinais.' 'Que quatro?' 'Um decrépito homem velho, um homem doente, um homem morto e um monge.' 'Deste dia em diante,' disse o rei, 'tais pessoas não são permitidas a se aproximar de meu filho. Eu nunca deixarei meu filho se tornar um Buda. O que eu quero ver é meu filho exercendo seu soberano governo e autoridade...' E quando ele falou assim, ele colocou guardas em uma distância de um quarto de légua em cada uma das quatro direções, para que nenhum destes quatro tipos de homens possam ficar às vistas de seu filho." Jataka 1:57[39]
LINHAGEM REAL Como Krishna, Gautama era um descendente real imediato nascido em privilégios. Jesus era um distante descendente do Rei Davi nascido em pobreza.
IDADES MARCANTES Ao contrário de Jesus que ensinava no tempo com a idade de 12, começou seu ministério com 30 e morreu aos 33, as idades marcantes de Gautama diferem das que os críticos clamam. Ele terminou sua educação aos 15, casou-se aos 16, se tornou um monge aos 29, alcançou a iluminação aos 35, e morreu aos 80.[40]
CRUCIFICAÇÃO Apesar de críticos clamarem alguns relatos vagos mencionando Gautama ser crucificado, eu não posso achar menção disto em nenhuma fonte Budista. De fato, somos informados que Gautama morreu de causas naturais na idade de 80. Seus seguidores o acompanharam a um rio e o proveram com uma cama.
"'Sejam tão bons de me estender uma cama... Estou cansado e desejo deitar-me...' Então o [Buda] caiu em uma profunda meditação, e tendo passado pelas quatro jhanas, entrou no Nirvana."[41]
RESSURREIÇÃO E ASCENÇÃO Depois de sua morte, o corpo de Gautama foi cremado.[42]
"E eles queimaram os restos do Abençoado assim como fariam com o corpo de um rei dos reis."[43]
Se diz que Gautama transcendeu todos os níveis de meditação em seu leito de morte antes de atingir o Nirvana. Mas de acordo com o Budismo, Nirvana não é um lugar físico, mas um estado mental. Como mencionamos em Krishna, o conceito de Buda transcendendo até o Nirvana difere grandemente do Céu cristão.
SIMILARIDADES ERRÔNEAS CLAMADAS POR CRÍTICOS:
Ele alimentou uma multidão com uma cesta de bolos. Não há menção disto em qualquer texto budista.
Transfiguração no Monte. Apesar de Gautama ter atingido iluminação espiritual, ele não experimentou uma transfiguração física. Nem isto aconteceu em um monte - Buda obteve sua iluminação debaixo de uma árvore Bodhi[44].
Esmagando a cabeça de uma serpente. Como Krishna, Buda nunca foi referido com este título mas um conto vem à tona em um texto posterior que menciona ele literalmente assassinando uma serpente. Mas como declarado, isto era um título metafórico de Jesus.
Votos de pobreza. Apesar de alguns cristãos poderem ter tomado votos de pobreza, isto nunca foi dito de Jesus. Ele apenas avisou como o amor a possessões terrenas poderia mudar nosso foco para longe das coisas celestiais. Mateus 6:19-24.
Títulos similares: Bom Pastor, Carpinteiro, Alfa e Ômega, Que leva os Pecados, Deus de deuses, Mestre, Luz do Mundo, Redentor, Eterno a Eterno, etc. Mas Gautama nunca clamou ser uma deidade, fazendo estes títulos obviamente falsos. Os únicos títulos que ele compartilhava com Jesus que eu pude encontrar em textos budistas eram Senhor, Mestre e Santo.
EM CONCLUSÃO Por que o Budismo compartilha muitos conceitos com o Hinduísmo (e originou-se na aproximada vizinhança), há na verdade mais similaridades entre as histórias de Buda e Krishna que Buda e Jesus.
Hórus
De acordo com a mitologia egípcia, originalmente se cria que Hórus[45] era filho de Ra[46] e Hathor[47] e o marido/irmão de Ísis[48]. Depois ele foi visto como o filho de Osíris[49] e Ísis assim que Hathor e Ísis foram unidas em um ser. Hórus era considerado o deus do céu, sol, e lua representado por um homem com uma cabeça de falcão.
NASCIMENTO VIRGINAL Há dois relatos de nascimento relacionados a Hórus (nenhum mostra um nascimento virginal):
Versão 1: Hathor, a personificação materna da Via Láctea, se diz que concebeu Hórus mas somos informados que seu esposo, Ra, era um deus do sol egípcio. Hathor (uma deusa do céu) era representada pela vaca cujo leite produziu a Via Láctea. Pela vontade se seu esposo Ra, ela deu a luz a Hórus:
"Eu, Hathor de Tebas, senhora das deusas, concedi a ele um nascimento na presença [do deus]... Hathor de Tebas, que se encarnou na forma de uma vaca e uma mulher." Fonte[50] e Fonte[51]
Versão 2: Quando examinamos Ísis como a mãe de Hórus, somos informados que Ísis não era uma virgem, mas a viúva de Osíris. Ísis praticou magia para ressuscitar Osíris dos mortos assim ela poderia dar a luz a um filho que pudesse vingar sua morte. Ísis então se engravidou do esperma de seu marido morto. Novamente, nenhum nascimento virginal ocorreu:
"[Ísis] fez lenvantar-se o impotente membro [pênis] daquele cujo coração descansava, ela extraiu dele sua essência [esperma], e ela fez deste um herdeiro [Hórus]." Fonte[52] e Fonte[53]
A UNIDADE DO PAI E O FILHO Críticos sugerem que a Trindade cristã foi adaptada da noção de Osíris, Ra e Hórus sendo um deus em essência. Por Hórus ter nascido depois da morte de Osíris, chegou-se a acreditar que ele era a ressurreição, ou reencarnação de Osíris:
"Ele te vingou em seu nome de Hórus, o filho que vingou seu pai."[54]
Através dos séculos, os egípcios eventualmente consideraram Osíris e Hórus como um e o mesmo. Contudo, esta comparação de filho-como-pai parece mais próxima a metamorfose de Hathor em Ísis do que da Trindade cristã. Nós vemos Hórus primeiro como o filho de Ra, então sendo o equivalente de Ra, então Ra finalmente se tornando apenas um aspecto de Hórus. Igualmente a Hathor e Ísis, nós simplesmente vemos uma fusão de um ser em outro. Na mitologia egípcia, cada deus tinha um distinto começo por ser concebido por outros deuses. Na teologia cristã, Deus e Jesus sempre existiram como um e o mesmo, não tendo nem princípio nem fim. O nascimento de Jesus não representa Sua criação - somente Seu advento na forma humana. Além do mais, o conceito de pai-filho não foi criado por cristãos do primeiro século. Profecias no Velho Testamento referiam ao futuro Messias como o Filho de Deus, até 1000 anos antes do nascimento de Cristo. 1 Crônicas 17:13-14
CRUCIFICAÇÃO E RESSURREIÇÃO Nunca se disse que Hórus foi crucificado, nem mesmo de ter morrido. A única conexão que nós podemos fazer de Hórus sendo ressuscitado é se nós considerarmos a eventual fusão de Hórus e Osíris. Mas tal teoria resulta em um beco sem saída, aparentemente notado pelos egípcios já que eles posteriormente alteraram suas crenças para arrumar as contradições. No conto egípcio, Osíris é ou desmembrado por Seth em uma batalha ou selado em uma arca e afogado no Nilo. Ísis então reúne o corpo de Osíris novamente e ressuscita Osíris para conceber um herdeiro que irá vingar a morte de Osíris (apesar de que tecnicamente Osíris nunca é de fato ressuscitado já que ele é proibido de retornar ao mundo dos vivos). Fonte[55] e Fonte[56]
"[Set] trouxe uma bem formada e decorada arca, que ele mandou fazer de acordo com as medidas do corpo do rei... Set proclamou que ele presentearia a arca àquele cujo corpo coubesse em suas proporções com exatidão... Então Osíris veio. Ele deitou dentro da arca, e a preencheu em cada parte. Mas afetuosamente foi seu triunfo ganho naquela hora negra que foi sua morte. Antes que ele pudesse levantar seu corpo, os malignos seguidores de Set pularam de repente para frente e fecharam a tampa, a qual eles pregaram rapidamente e soldaram com chumbo. Assim a ricamente decorada arca se tornou o caixão do bom rei Osíris, de quem partiu o fôlego de vida."[57]
NASCIDO EM 25 DE DEZEMBRO O nascimento de Hórus foi na verdade celebrado durante o mês de Khoiak[58], (Outubro/Novembro). Apesar de alguns críticos clamarem que Hórus nasceu no solstício de inverno, isto mostra mais uma relação a outras religiões pagãs que consideravam os solstícios sagrados.
DOZE DISCÍPULOS Superficialmente esta similaridade parece exata até nós vermos que os "discípulos" de Hórus não eram discípulos exatamente - eles eram os doze signos do zodíaco que ficaram associados com Hórus, um deus do céu. Contudo os discípulos de Jesus eram homens reais que viveram e morreram, cujos escritos existem até hoje, e cujas vidas são gravadas por historiadores. Pelos "discípulos" de Hórus serem meramente signos do zodíaco, eles nunca ensinaram suas filosofias ou espalharam seus ensinos. O fato de que há doze signos do zodíaco (doze meses) comparado aos doze apóstolos de Jesus é uma coincidência insignificante.
ENCONTROS NAS MONTANHAS Críticos apontam a similaridade de tanto Jesus e Hórus tendo um encontro no topo de uma montanha com seus inimigos. Ao invés de dissecar isto pedaço por pedaço, eu simplesmente darei cada versão dos eventos e deixarei o leitor observar as diferenças (óbvias):
Jesus: Depois de Jesus completar Seu jejum no deserto, Satã tenta Jesus oferecendo a Ele todos os reinos do mundo se Jesus concordar em adorá-lo, mas Jesus recusa. Mateus 4:1-11
Hórus: Durante batalha, Hórus corta um dos testículos de Set enquanto Set arrancou os olhos de Hórus. Set depois tentou provar seu domínio iniciando um trato com Hórus. Hórus pegou o sêmen de Set em sua mão e o jogou em um rio próximo. Hórus posteriormente se masturbou e espalhou seu sêmen sobre as alfaces que Set consome. Tanto Set e Hórus compareceram diante dos deuses para proclamar seu direito de reinar o Egito. Quando Set clamou dominação sobre Hórus, seu sêmen foi encontrado no rio. Quando a dominação de Hórus foi considerada, seu sêmen foi encontrado dentro de Set, então Hórus conseguiu reinar o Egito:
"Ó, aquele castrado! Ó este homem! Ó aquele que incita ele que incita, entre vocês dois! Estes - esta primeira corporação da companhia do justificado... Nasceu antes do olho de Hórus ser arrancado, antes dos testículos de Set serem cortados."[59] "É o dia em que Hórus lutou com Set, que jogou imoralidades na face de Hórus, e quando Hórus destruiu os poderes de Set."[60] "Então [Set] apareceu diante do conselho divino e clamou o trono. Mas os deuses deram julgamento que Hórus era o rei por justiça, e ele estabeleceu seus poderes na terra do Egito, e se tornou um sábio e forte governante como seu pai Osíris."[61]
Exclamação cética: A similaridade entre os nomes Satã e Set possuem algum significado?
Resposta: Os variáveis nomes de Set incluem Seth, Sutekh, Setesh, e Seteh. A raiz Set é usualmente considerada ser traduzida por fascinador ou pilar estável. Os diferentes sufixos de seu nome adicionam o significado de majestoso, supremo e deserto. O nome Satã vem da raiz semítica Stn que representa oposição. Diante deste caso, o nome original de Satã era Lúcifer, ou anjo de luz. O termo Satã representa um adversário geral, daí sua identidade aceita. Apesar de ambos os nomes consistirem de um S e um T, seus significados não possuem nada em comum. A pronúncia é só um resultado das raízes originais das palavras que representam seus caracteres. Fonte[62] e Fonte[63]
TÍTULOS SIMILARES Críticos alegam que Hórus mantinha títulos similares usados para identificar Jesus, tais como Messias, Salvador, Filho do Homem, Bom Pastor, o Caminho, a Verdade, a Luz e a Palavra Viva. Contudo eu não posso achar evidências destes nomes sendo usados em referência a Hórus. Eu tenho especial suspeita da palavra Messias, já que ela é de origem hebraica.
EM CONCLUSÃO Nós podemos ver que as diferenças entre Jesus e Hórus excedem em peso qualquer correlação superficial.
Nesta seção, vamos investigar as alegadas similaridades entre Jesus e outras deidades que deixam os críticos especulando que aspectos da vida de Jesus foram emprestadas de outras figuras da antiguidade. Depois de examinar os reais textos das religiões em questão, descobre-se que muitas similaridades sequer existem mas foram fabricadas por autores que contam com a ignorância sobre religiões extrangeiras do leitor.
O esboço desta discussão é apresentado a seguir:
1) Introdução
2) Cuidados para o discernimento
3) Krishna
4) Buda
5) Hórus
6) Zoroastro
7) Mitra
8) Attis
9) Dionísio-Baco
10) Alegadas Deidades Crucificadas
11) Conclusão
Introdução
Se você procurar a internet por similaridades entre Jesus e deidades pagãs, você encontrará incontáveis resultados apresentando o mesmo material errôneo que não fornece nenhuma fonte religiosa original para validar seus clamores. Contudo, se você procurar os textos religiosos das figuras em questão você será confrontado com informação honesta que revela que o clamor de que a história de Jesus foi roubada de mitos pagãos é expressamente falso. Para a conveniência do leitor, eu forneço links por toda esta discusão aos textos originais, assim você poderá ver pessoalmente que a "Teoria da Cópia Pagã" foi completamente fabricada.
Declaração cética: mas estas figuras existiram antes da alegada vida de Jesus. Somente a cronologia faz esta discussão inútil.
Resposta: Um fato importante a ter em mente enquanto ler esta seção é a quantidade aproximada de 300 profecias messiânicas detalhadas a respeito da vida, morte e ministério de Jesus no Velho Testamento. As profecias datam de aproximadamente 450 a 1500 anos antes de Seu nascimento. A acusação de cristãos plagiando os registros de outras figuras no primeiro século ignoram o fato que conceitos como nascimento virginal, a ressurreição, e uma relação Pai-Filho precedem muitas das figuras neste artigo.
Também, muitos dos textos religiosos contendo as figuras e as alegadas similaridades clamadas por críticos são posteriores à finalização da Bíblia Cristã. Muitos textos a respeito destas figuras foram adicionados com o passar dos séculos, com aspectos de suas vidas se tornando mais espetaculares e suspeitosamente similares ao Cristianismo. Uma importante diferença entre Jesus e outras figuras neste artigo é a existência de fatos verificáveis sobre a vida de Jesus: nós conhecemos aproximadamente o ano de Seu nascimento, numerosos registros existem que verificam Sua existência, eventos históricos acurados que ocorreram por volta de Seu tempo de vida como mencionados nos textos cristãos, e nós podemos traçar as origens das crenças judaico-cristãs. Muitas outras figuras em questão não possuem ponto de origem documentado e não mencionam datas ou datas aproximadas de quanto os alegados eventos ocorreram.
Não obstante, assim que nós mostrarmos que os clamores de cópia são falsos, o argumento de quem veio primeiro se mostra irrelevante.
Declaração cética: Como a menção de eventos históricos prova a exatidão da Bíblia? Muitos autores de ficção incorporam pessoas reais ou lugares em seus trabalhos para dar ao enredo um sentimento de veracidade. Como a Bíblia seria diferente?
Resposta: Exatidão histórica sozinha não é prova da inerrância Bíblica mas ela atesta sua confiabilidade. Se a Bíblia mencionasse apenas localizações e pessoas espúrias como muitos dos textos pagãos fazem, certamente isto iria diminuir sua autenticidade.
Cuidados para o discernimento
Eu quero que vocês tenham as seguintes coisas em mente na próxima vez que forem apresentados à teoria de cópia pagã. Pergunte a si mesmo as seguintes perguntas baseadas em lógica e verá que muitos clamores instantaneamente desintegram.
TERMINOLOGIA Uma coisa para se alertar ao ser apresentado com os clamores de cópia é o uso de terminologia Judaico-cristã. Houve muitas religiões através da história cujos membros participavam em banhos rituais, mas não era batismo. Grupos políticos e religiosos podem ter celebrado refeições comunitárias mas não era uma Eucaristia. Seguidores podem considerar seu deus um salvador de algum tipo mas eles não eram chamados de Messias. Religiões podem falar de uma vida após a morte mas eles não consistem de lugares conhecidos como Céu e Inferno. Críticos podem usar tais termos para fazer suas conexões parecer mais fortes mas este é um uso errado de terminologia pois estas palavras são usualmente de origens judaico-cristãs.
TEMPO Quando apresentado com evidência comparativa, pergunte a si mesmo:
1) A figura precede as profecias messiânicas do Velho Testamento? (muitos não precedem)
2) O tempo da evidência precede o Cristianismo? (muitos textos religiosos e ajudas são posteriores ao Cristianismo)
3) A figura precede a vida de Jesus? (figuras como Apolônio de Tiana não precedem)
LOCALIZAÇÃO Se críticos clamam que uma figura da América do Sul, por exemplo, (como Quetzalcoatl) influenciou o Cristianismo, é obviamente um falso clamor se nós acreditamos que as Américas ainda não haviam sido descobertas.
SIMBOLISMO Se pergunte que simbolismo existe por trás de tais paralelos. Como muitos grupos políticos e religiosos da antiguidade, uma seita pode ter celebrado uma refeição comunitária mas ela não tinha o mesmo significado que uma Eucaristia Cristã. Membros podem considerar sua deidade um salvador mas eles não consideram a figura um salvador do pecado e da perdição, etc.
FONTES Veja se os clamores se baseiam ou não em textos sagrados reais da religião em questão (muitos raramente baseiam-se). Muitas referências simplesmente citam fontes secundárias de autores do mesmo gênero. Quando eles citam uma fonte religiosa, muitos críticos não especificam o livro, volume ou verso embora eles prontamente citem exatamente onde a "cópia" pode ser encontrada na Bíblia Cristã. Pergunte por referências específicas sobre onde a evidência pode ser encontrada nos reais textos religiosos. Por fim, como poderemos ver através desta discussão, muitos textos religiosos não possuem um cânon oficial como a Bíblia Cristã. Seus textos foram admitidamente alterados e adicionados durante os séculos. Quando críticos citam uma fonte de outro texto, pergunte a si mesmo se esta evidência é encontrada ou não em um texto que seja anterior ao Cristianismo (muitos não são).
Krishna
No Hinduísmo, Krishna[1] é crido ser o oitavo avatar de Vishnu[2], o segundo aspecto da trindade Hindu. Quase toda correlação entre Krishna e Jesus pode ser traçada a Kersey Graves[3], um autor do século 19 que acreditava que o Cristianismo foi criado de mitos pagãos. Apesar de seus livros terem sido provados por eruditos serem falsos e pobremente pesquisados[4], muitos ainda referem ignorantemente a seus argumentos não sabendo que eles são facilmente refutados simplesmente comparando a Bíblia aos textos Hindus.
A DEFINIÇÃO DE KRISHNA Apesar de muitos críticos alegarem que Krishna significa Cristo, Krishna[5] em Sânscrito na verdade é traduzido por (O) Negro pois se acredita que Krishna possuía uma pele negro-azulada. A palavra Cristo[6] é traduzida literalmente por Ungido. Quando céticos, por sua vez, soletram Krishna como Chrishna ou Christna, este é uma espalhafatosa tentativa de espalhar mais desinformação e reforçar suas teorias errôneas.
NASCIMENTO VIRGINAL Um nascimento virginal nunca é atribuído a Krishna já que seus pais deram antes a luz a sete crianças. Além disto, o nascimento virginal não era um conceito novo inventado por cristãos. O livro de Isaías[7] (escrito cerca de 700 A.C.) falou de um Messias que nasceria de uma virgem. Esta profecia estava em circulação 700 anos antes de Jesus e pelo menos 100 anos antes de Krishna (Isaías 7:14). Críticos clamam que Krishna nasceu da virgem Maia mas de acordo com os textos hindus, ele era o oitavo filho da Princesa Devaki[8] e seu marido Vasudeva[9]: "Você nasceu dos divinos Devaki e Vasudeva para a proteção de Brahma na terra." Mahabharata Bk 12, XLVIII[10]
MASSACRE DE CRIANÇAS Críticos clamam que um governante tirano emitiu um decreto para matar todas as crianças do sexo masculino anteriores ao nascimento de Krishna mas a lenda hindu diz que os seis primeiros filhos de Devaki foram assassinados por seu primo, Rei Kamsa[11], por causa de uma profecia que previa sua morte pelas mãos de um de seus filhos. Diferente de Herodes que emitiu um decreto para assassinar todas as crianças do sexo masculino abaixo de dois anos, a versão hindu nos diz que Kamsa alvejava apenas os filhos de Devaki. Ele nunca emitiu um decreto para matar indiscriminadamente crianças do sexo masculino: "Assim os seis filhos nasceram de Devaki e Kamsa, também, matou estes seis filhos assim que eles nasceram." Bhagavata, Bk 4, XXII:7[12]
FUGA DOS PAIS Críticos clamam que enquanto os pais de Krishna fugiram para Mathura para evitar Kamsa, os pais de Jesus fugiram para Muturea para evitar Herodes. Mas a Bíblia diz que Maria e José fugiram para o Egito - não para um lugar desconhecido chamado Muturea. Além disto, os textos hindus nos dizem que os pais de Krishna nunca tiveram uma chance de escapar - eles foram aprisionados por Kamsa assim ele poderia matar Krishna assim que nascesse: "Que faltas cometeram [Vasudeva] e sua esposa Devaki? Por que Kamsa matou as seis crianças de Devaki? E por qual razão [Vishnu] se encantou com o o filho de Vasudeva na prisão de Kamsa?" Bhagavata, Bk 4, I:4-5[13] e Fonte[14]
PASTORES, SÁBIOS, UMA ESTRELA E UMA MANJEDOURA Nenhuma menção a pastores ou sábios aparece no nascimento de Krishna. Krishna nasceu em uma prisão (não um estábulo como críticos sugerem) onde seus pais deram a luz a ele em segredo. Seria improvável que tais visitantes chegassem somente para alertar Kamsa da presença de Krishna!
PAIS CARPINTEIROS Como o pai terreno de Jesus, se dizia também que o pai de Krishna era carpinteiro. Mas em nenhum lugar dos textos hindus se diz que Vasudeva era um carpinteiro. De fato, nós somos informados que ele era um nobre nas cortes de Mathura[15] já que ele era casado com a Princesa Devaki. Quando Krishna fugiu da ira de Kamsa com seus pais adotivos, somos informados que seu pai adotivo Nanda[16] era um vaqueiro: "Você é o mais amado de Nanda, o vaqueiro" Bhagavata, Bk 8, I, pg 743[17]
A CRUCIFICAÇÃO Apesar de críticos clamarem que Krishna foi crucificado, isto não é mencionado em lugar algum nos textos hindus. Pelo contrário, somos informados exatamente como ele morre: Krishna está meditando na floresta quando ele é acidentalmente atingido nos pés por uma flecha de um caçador. Céticos realmente tentam interpretar isto forçadamente clamando que a flecha o empalou a uma árvore, assim o crucificando. Eles também apontam a similaridade entre sua ferida ser no pé e nas feridas mãos e pés de Jesus. Contudo, se eu estava cravando minhas iniciais em uma árvore e acidentalmente empalar meu punho, seria um absurdo considerar isto uma crucificação. Esta história tem mais relação com a mitologia de Aquiles do que outra coisa: "Um forte caçador de nome Jara então chegou ali, desejoso de um gamo. O caçador, confundindo [Krishna], que estava estendido na terra em alta Yoga, com um gamo, o feriu no calcanhar com com uma flecha e rapidamente veio ao local para capturar sua presa." Mahabharata, Book 16, 4[18]
A RESSURREIÇÃO Apesar de críticos clamarem que Krishna desceu para a sepultura por três dias e apareceu a muitas testemunhas, nenhuma evidência disto existe. Pelo contrário, o verdadeiro relato diz que Krishna imediatamente retornou à vida e falou somente ao caçador, perdoando-o por suas ações: "Ele [o caçador] tocou os pés de [Krishna]. O Superior-Espírito o confortou e então ascendeu para o alto, enchendo o céu inteiro com esplendor... [Krishna] alcançou sua própria região inconcebível." Mahabharata, Book 16, 4[19] Algumas óbvias diferenças entre as ressurreições de Jesus e Krishna são as seguintes:
A ressurreição de Jesus derrotou o poder do pecado e morte. A ressurreição de Krishna não teve nenhum efeito real na humanidade.
Jesus apareceu a aproximadamente 500 testemunhas no Novo Testamento. Krishna apareceu somente ao caçador.
Jesus levantou dos mortos três dias depois. Krishna imediatamente retornou à vida.
Jesus não ascendeu aos céus até depois da Grande Comissão. Krishna imediatamente "ascendeu" para a vida após a morte.
Jesus sabia o que haveria de acontecer. Krishna não teve nenhuma previsão a respeito de sua morte.
Jesus ascendeu a um reino físico (Céu). Krishna transcendeu para um estado mental (ou região inconcebível). Os conceitos entre Céu (Cristianismo) e Nirvana (Hinduísmo) diferem enormemente.
A ÚLTIMA CEIA É dito que Krishna celebrou uma última ceia mas duas razões oferecem evidência que isto nunca aconteceu:
Não há menção de Krishna tendo uma última ceia em qualquer dos textos hindus.
Porque Krishna não tinha nenhuma previsão de sua morte, não há nenhuma razão para que ele tivesse celebrado tal evento!
MOSTRADO COMO ESMAGANDO A CABEÇA DE UMA SERPENTE Gênesis 3:15 é uma profecia messiânica metafórica que se refere à batalha espiritual de Jesus com Satanás. Apesar de críticos clamarem que Krishna também foi referido como a semente da mulher esmagando a cabeça da serpente, esta frase nunca é usada com referência a Krishna. A única coisa que acontece é uma literal batalha que Krishna encontrou com serpentes reais. Mahabharata, Bk 7, LXXXI[20] e Mahabharata Book 8, XC[21]
POSSÍVEIS REFERÊNCIAS EM GERAL
Krishna era a encarnação humana de Vishnu. Isto parece de certa forma acurado, mas a real tríade Hindu consiste de Vishnu, Shiva e Brahma. Não Vishnu, Krishna e uma deidade espiritual.
Krishna era de origem real. (Enquanto Krishna nasceu direto da corte nobre de Mathura, Jesus era da linhagem real davídica mas nasceu em pobreza como filho de Maria e José.)
Krishna era visto como um Salvador. (Enquanto Jesus era um eterno-espiritual salvador que salvou Seu povo da perdição, Krishna era um salvador guerreiro-terreno que libertou seu povo do reinado tirânico de Kamsa).
Krishna frequentemente jejuava no deserto. A única possível referência que pude encontrar a tal coisa era que ele sempre saía à floresta para meditar.
REFERÊNCIAS ERRADAS EM GERAL
Krishna nasceu em uma caverna. De fato, nem Jesus ou Krishna nasceram em cavernas. Krishna nasceu em uma cela de prisão e a única referência de Jesus nascendo em uma caverna é em escritos não-canônicos.
Krishna viveu uma vida sem pecados. Enquanto que a Bíblia deixa claro que Jesus não cometeu nenhum pecado durante Sua vida, os textos hindus admitem a promiscuidade de Krishna e seus numerosos casos sexuais.
Krishna nasceu em 25 de Dezembro. Na verdade, a celebração do aniversário de Krishna, conhecido como o Krishna Janmaashtami[22], é celebrado no mês hindu de Bhadrapadha que corresponde ao mês de Agosto. Além disto, é improvável que Jesus tenha nascido nesta data. O Natal é somente celebrado nesta data por causa da tradição.
Krishna moveu uma pequena montanha para proteger uma vila de um desastre. Jesus declarou que se você tiver fé como um grão de mostarda você poderia dizer para a montanha se levantar e se jogar no oceano. Além da declaração de mover montanhas, qualquer um pode ver que estas duas declarações não possuem nada em comum. Um descreve um feito físico enquanto que o outro usa o mover de uma montanha como uma metáfora para o poder da fé.
CONCLUSÃO Os textos hindus foram admitidamente alterados e adicionados com o passar dos séculos. Muitas comparações dos novos e velhos textos a respeito da história de Krishna revelam muitos contos sendo adicionados em textos anteriores conhecidos como as Puranas (400-1000 D.C.), Bhagavata (400-1000 D.C.), e a Harivamsa, (100-1000 D.C.). Estes textos foram provados por estudiosos terem sido escritos depois da vida de Jesus.
Exclamação cética: De acordo com a tradição Hindu, se acredita que a Bhagavata Purana foi escrita por Vyasa cerca de 3100 A.C. Ela menciona o Rio Védico Sarasvati cerca de 30 vezes que se acredita ter secado por volta de 2000 A.C.
Resposta: Isto é frequentemente citado como argumento para uma data anterior da Bhagavata. Contudo não se mantém por várias razões. O fato da Bhagavata Purana mencionar o não existente Rio Védico Sarasvati não é prova maior de autoria anterior que se eu fosse escrever um romance centrado nos Jardins Suspensos da Babilônia. A menção de um rio antigo prova nada mais que o conhecimento de sua existência histórica. Também não há nenhum registro de qualquer destes textos existindo antes do primeiro século D.C. Mesmo quando os mais antigos textos Hindus estavam em circulação, os livros contendo vários detalhes da vida de Krishna não estavam incluídos. Finalmente, a linguagem e gramática da Bhagavata Purana não é consistente com as mais antigas linguagens da Índia.
Gautama (o Buda)
Se acredita que Gautama[23] viveu entre 563 - 483 A.C. Gautama nasceu em uma classe guerreira sob o sistema de castas da Índia e posteriormente atingiu a iluminação para se tornar o Buda (ou O Iluminado) e fundador do Budismo. Como Zoroastro (abaixo), muito pouco foi escrito sobre ele durante seu tempo de vida, com relatos se tornando mais incríveis com o passar do tempo.
NASCIMENTO VIRGINAL Gautama nasceu de Suddhodana[24] e sua esposa havia vinte anos, Maya[25]. Apesar de críticos clamarem que Maya era uma virgem, nós devemos assumir que ela não era já que ela era a esposa favorita do rei. Também, Os Atos do Buda[26] confirmam que Maya e Suddhodana tinham relações sexuais (os dois provaram os deleites do amor...), apesar de que sinto que é justo apontar que a maioria das traduções Inglesas não contém esta declaração. Um detalhado registro do nascimento de Gautama pode ser encontrado aqui[27]. Apesar de Maya ser retratada como sendo virtuosa e de mente pura, o conceito de virginal não é nunca mencionado a respeito do nascimento de Buda. No máximo, foi uma transferência de útero como na história de Krishna:
O mais excelente de todos os Bodhisattvas caiu diretamente de seu lugar entre os residentes do céu de Tushita, e movendo-se rapidamente através dos três mundos, repentinamente tomou a forma de um grande elefante de seis presas tão branco como o Himalaia, e entrou no útero de Maya. Buddha Karita 1:18[28]
Exclamação Cética: A semelhança entre os nomes Maya e Maria possui algum significado?
Resposta: Apesar de similares em suas traduções, sua forma original e traduções são completamente diferentes. Maya, do Sânscrito, significa Ilusão, enquanto que Maria (Maryam) é traduzido do hebreu como Amargo.
SÁBIOS Não pude achar menção de sábios em qualquer texto Budista mas eu achei o seguinte em escritos pós-cristãos:
Versão 1: Um ascético[29] (não sábio) visita o rei para repetir a informação que ele recebeu dos deuses que seu filho se tornaria um grande líder religioso. Depois de ouvir isto, Brâmanes[30] (não sábios) decidiram dedicar seus filhos dependendo do resultado da profecia.
"Um filho tem nascido na família de Suddhodana o rei. Trinta e cinco anos a partir de agora ele se tornará um Buda... Se o jovem príncipe se tornará um Buda ou um rei, nós daremos cara um um filho: assim se ele se tornar um Buda, ele será seguido e cercado por monges da casta guerreira; e se se tornar um rei, por nobres da casta guerreira." Jataka I:55,57[31]
Versão 2: No nascimento de Gautama, um vidente (não um sábio) diz a Suddhodana que Gautama se tornará um grande líder religioso:
"O grande vidente veio ao palácio do rei. 'Seu filho tem nascido para o bem do supremo conhecimento. Tendo abandonado seu reino, indiferente a todos objetos mundanos, ele irá brilhar como um sol de conhecimento para destruir a escuridão no mundo.'" Buddha-Karita 1:54,62,74[32]
PRESENTEADO COM OURO, INCENSO E MIRRA Novamente, não encontrei nenhuma menção a tal ocorrência exceto por uma forçada correlação em uma escritura pós-cristã. Somos informados que os deuses (não sábios) presentearam Gautama sândalo, chuva, lírios aquáticos e flores de lótus (Símbolos budistas). Isto não seria surpresa já que nascimentos reais eram frequentemente celebrados com festivais e presentes!
"Assim que ele nasceu O De Mil-Olhos o tomou gentilmente, brilhante como um pilar de ouro. Duas puras correntes de água caíram do céu sobre sua cabeça com pilhas de flores de Mandara. Os senhores-yaksha ficaram ao seu redor, o guardando com lótus de ouro em suas mãos. Os grandes dragões fitaram com olhos de concentrada devoção, e o abanou e espalharam flores Mandara sobre ele. E de um céu sem nuvens caiu uma chuva cheia de lótus e lírios aquáticos, e perfumadas com sândalos." Buddha Karita 1:27,36,38,40[33]
GUIADOS POR UMA ESTRELA Não há menção de um sinal celestial mas eu achei similaridades forçadas em textos pós-cristãos:
Versão 1: Os Brâmanes procuravam por sinais do Buda[34] em Gautama para determinar se ele seria um rei ou líder religioso. Os sinais não implicavam em presságios celestiais mas marcas físicas que um Buda deveria ter:
"Eles pediram [os Brâmanes] para observar as marcas e características da futura pessoa do Buda, e para profetizar sua fortuna. Se um homem possuindo tais marcas e características continuar na vida do chefe de família, ele se tornará um Monarca Universal. Se ele se retirar do mundo, ele se torna um Buda." Jataka 1:56[35]
Versão 2: Apesar dos deuses enviaram sinais miraculosos através da natureza, nunca se diz que o aparecimento de uma estrela guiou o profeta. Contudo, somos informados precisamente que sinais são:
"Duas correntes de água jorrando do céu, iluminada como os raios de lua, tendo o poder do calor e do frio, caindo sobre a benigna cabeça daquele inigualável para dar refresco a seu corpo... Os deuses mantiveram um guarda-chuvas branco no céu e murmurou as mais altas bênçãos em sua suprema sabedoria... Então tendo conhecido por sinais e através do poder de suas penitências este nascimento daquele que destruirá todos os nascimentos, o grande vidente Asita veio ao palácio do rei. Assim o grande vidente olhou o filho do rei maravilhado, seu pé marcado com uma roda, seus dedos das mãos e dos pés palmados, com um círculo de cabelo entre suas sobrancelhas e sinais de vigor como um elefante." Buddha Karita 1:35,37,5465[36]
25 DE DEZEMBRO O nascimento de Gautama é na verdade celebrado na primavera no mês de Vesak[37] por seus seguidores (apesar de já termos mostrado que esta data é insignificante para Jesus).
TENTATIVA DE MATÁ-LO POR UM REI MAU Não há menção de um atentado contra a vida de Gautama. A única coisa que somos informados é que seu pai real tentou persuadi-lo de se afastar de uma vida de servidão religiosa por seduzi-lo com privilégios reais. Quando o profeta disse ao rei que seu filho veria quatro sinais o guiando para sua chamada religiosa, o rei ordenou os guardas a cercá-lo para prevenir tal evento.[38]
"Então disse o rei, 'O que deve ver meu filho, que o fará se retirar do mundo?' 'Os quatro sinais.' 'Que quatro?' 'Um decrépito homem velho, um homem doente, um homem morto e um monge.' 'Deste dia em diante,' disse o rei, 'tais pessoas não são permitidas a se aproximar de meu filho. Eu nunca deixarei meu filho se tornar um Buda. O que eu quero ver é meu filho exercendo seu soberano governo e autoridade...' E quando ele falou assim, ele colocou guardas em uma distância de um quarto de légua em cada uma das quatro direções, para que nenhum destes quatro tipos de homens possam ficar às vistas de seu filho." Jataka 1:57[39]
LINHAGEM REAL Como Krishna, Gautama era um descendente real imediato nascido em privilégios. Jesus era um distante descendente do Rei Davi nascido em pobreza.
IDADES MARCANTES Ao contrário de Jesus que ensinava no tempo com a idade de 12, começou seu ministério com 30 e morreu aos 33, as idades marcantes de Gautama diferem das que os críticos clamam. Ele terminou sua educação aos 15, casou-se aos 16, se tornou um monge aos 29, alcançou a iluminação aos 35, e morreu aos 80.[40]
CRUCIFICAÇÃO Apesar de críticos clamarem alguns relatos vagos mencionando Gautama ser crucificado, eu não posso achar menção disto em nenhuma fonte Budista. De fato, somos informados que Gautama morreu de causas naturais na idade de 80. Seus seguidores o acompanharam a um rio e o proveram com uma cama.
"'Sejam tão bons de me estender uma cama... Estou cansado e desejo deitar-me...' Então o [Buda] caiu em uma profunda meditação, e tendo passado pelas quatro jhanas, entrou no Nirvana."[41]
RESSURREIÇÃO E ASCENÇÃO Depois de sua morte, o corpo de Gautama foi cremado.[42]
"E eles queimaram os restos do Abençoado assim como fariam com o corpo de um rei dos reis."[43]
Se diz que Gautama transcendeu todos os níveis de meditação em seu leito de morte antes de atingir o Nirvana. Mas de acordo com o Budismo, Nirvana não é um lugar físico, mas um estado mental. Como mencionamos em Krishna, o conceito de Buda transcendendo até o Nirvana difere grandemente do Céu cristão.
SIMILARIDADES ERRÔNEAS CLAMADAS POR CRÍTICOS:
Ele alimentou uma multidão com uma cesta de bolos. Não há menção disto em qualquer texto budista.
Transfiguração no Monte. Apesar de Gautama ter atingido iluminação espiritual, ele não experimentou uma transfiguração física. Nem isto aconteceu em um monte - Buda obteve sua iluminação debaixo de uma árvore Bodhi[44].
Esmagando a cabeça de uma serpente. Como Krishna, Buda nunca foi referido com este título mas um conto vem à tona em um texto posterior que menciona ele literalmente assassinando uma serpente. Mas como declarado, isto era um título metafórico de Jesus.
Votos de pobreza. Apesar de alguns cristãos poderem ter tomado votos de pobreza, isto nunca foi dito de Jesus. Ele apenas avisou como o amor a possessões terrenas poderia mudar nosso foco para longe das coisas celestiais. Mateus 6:19-24.
Títulos similares: Bom Pastor, Carpinteiro, Alfa e Ômega, Que leva os Pecados, Deus de deuses, Mestre, Luz do Mundo, Redentor, Eterno a Eterno, etc. Mas Gautama nunca clamou ser uma deidade, fazendo estes títulos obviamente falsos. Os únicos títulos que ele compartilhava com Jesus que eu pude encontrar em textos budistas eram Senhor, Mestre e Santo.
EM CONCLUSÃO Por que o Budismo compartilha muitos conceitos com o Hinduísmo (e originou-se na aproximada vizinhança), há na verdade mais similaridades entre as histórias de Buda e Krishna que Buda e Jesus.
Hórus
De acordo com a mitologia egípcia, originalmente se cria que Hórus[45] era filho de Ra[46] e Hathor[47] e o marido/irmão de Ísis[48]. Depois ele foi visto como o filho de Osíris[49] e Ísis assim que Hathor e Ísis foram unidas em um ser. Hórus era considerado o deus do céu, sol, e lua representado por um homem com uma cabeça de falcão.
NASCIMENTO VIRGINAL Há dois relatos de nascimento relacionados a Hórus (nenhum mostra um nascimento virginal):
Versão 1: Hathor, a personificação materna da Via Láctea, se diz que concebeu Hórus mas somos informados que seu esposo, Ra, era um deus do sol egípcio. Hathor (uma deusa do céu) era representada pela vaca cujo leite produziu a Via Láctea. Pela vontade se seu esposo Ra, ela deu a luz a Hórus:
"Eu, Hathor de Tebas, senhora das deusas, concedi a ele um nascimento na presença [do deus]... Hathor de Tebas, que se encarnou na forma de uma vaca e uma mulher." Fonte[50] e Fonte[51]
Versão 2: Quando examinamos Ísis como a mãe de Hórus, somos informados que Ísis não era uma virgem, mas a viúva de Osíris. Ísis praticou magia para ressuscitar Osíris dos mortos assim ela poderia dar a luz a um filho que pudesse vingar sua morte. Ísis então se engravidou do esperma de seu marido morto. Novamente, nenhum nascimento virginal ocorreu:
"[Ísis] fez lenvantar-se o impotente membro [pênis] daquele cujo coração descansava, ela extraiu dele sua essência [esperma], e ela fez deste um herdeiro [Hórus]." Fonte[52] e Fonte[53]
A UNIDADE DO PAI E O FILHO Críticos sugerem que a Trindade cristã foi adaptada da noção de Osíris, Ra e Hórus sendo um deus em essência. Por Hórus ter nascido depois da morte de Osíris, chegou-se a acreditar que ele era a ressurreição, ou reencarnação de Osíris:
"Ele te vingou em seu nome de Hórus, o filho que vingou seu pai."[54]
Através dos séculos, os egípcios eventualmente consideraram Osíris e Hórus como um e o mesmo. Contudo, esta comparação de filho-como-pai parece mais próxima a metamorfose de Hathor em Ísis do que da Trindade cristã. Nós vemos Hórus primeiro como o filho de Ra, então sendo o equivalente de Ra, então Ra finalmente se tornando apenas um aspecto de Hórus. Igualmente a Hathor e Ísis, nós simplesmente vemos uma fusão de um ser em outro. Na mitologia egípcia, cada deus tinha um distinto começo por ser concebido por outros deuses. Na teologia cristã, Deus e Jesus sempre existiram como um e o mesmo, não tendo nem princípio nem fim. O nascimento de Jesus não representa Sua criação - somente Seu advento na forma humana. Além do mais, o conceito de pai-filho não foi criado por cristãos do primeiro século. Profecias no Velho Testamento referiam ao futuro Messias como o Filho de Deus, até 1000 anos antes do nascimento de Cristo. 1 Crônicas 17:13-14
CRUCIFICAÇÃO E RESSURREIÇÃO Nunca se disse que Hórus foi crucificado, nem mesmo de ter morrido. A única conexão que nós podemos fazer de Hórus sendo ressuscitado é se nós considerarmos a eventual fusão de Hórus e Osíris. Mas tal teoria resulta em um beco sem saída, aparentemente notado pelos egípcios já que eles posteriormente alteraram suas crenças para arrumar as contradições. No conto egípcio, Osíris é ou desmembrado por Seth em uma batalha ou selado em uma arca e afogado no Nilo. Ísis então reúne o corpo de Osíris novamente e ressuscita Osíris para conceber um herdeiro que irá vingar a morte de Osíris (apesar de que tecnicamente Osíris nunca é de fato ressuscitado já que ele é proibido de retornar ao mundo dos vivos). Fonte[55] e Fonte[56]
"[Set] trouxe uma bem formada e decorada arca, que ele mandou fazer de acordo com as medidas do corpo do rei... Set proclamou que ele presentearia a arca àquele cujo corpo coubesse em suas proporções com exatidão... Então Osíris veio. Ele deitou dentro da arca, e a preencheu em cada parte. Mas afetuosamente foi seu triunfo ganho naquela hora negra que foi sua morte. Antes que ele pudesse levantar seu corpo, os malignos seguidores de Set pularam de repente para frente e fecharam a tampa, a qual eles pregaram rapidamente e soldaram com chumbo. Assim a ricamente decorada arca se tornou o caixão do bom rei Osíris, de quem partiu o fôlego de vida."[57]
NASCIDO EM 25 DE DEZEMBRO O nascimento de Hórus foi na verdade celebrado durante o mês de Khoiak[58], (Outubro/Novembro). Apesar de alguns críticos clamarem que Hórus nasceu no solstício de inverno, isto mostra mais uma relação a outras religiões pagãs que consideravam os solstícios sagrados.
DOZE DISCÍPULOS Superficialmente esta similaridade parece exata até nós vermos que os "discípulos" de Hórus não eram discípulos exatamente - eles eram os doze signos do zodíaco que ficaram associados com Hórus, um deus do céu. Contudo os discípulos de Jesus eram homens reais que viveram e morreram, cujos escritos existem até hoje, e cujas vidas são gravadas por historiadores. Pelos "discípulos" de Hórus serem meramente signos do zodíaco, eles nunca ensinaram suas filosofias ou espalharam seus ensinos. O fato de que há doze signos do zodíaco (doze meses) comparado aos doze apóstolos de Jesus é uma coincidência insignificante.
ENCONTROS NAS MONTANHAS Críticos apontam a similaridade de tanto Jesus e Hórus tendo um encontro no topo de uma montanha com seus inimigos. Ao invés de dissecar isto pedaço por pedaço, eu simplesmente darei cada versão dos eventos e deixarei o leitor observar as diferenças (óbvias):
Jesus: Depois de Jesus completar Seu jejum no deserto, Satã tenta Jesus oferecendo a Ele todos os reinos do mundo se Jesus concordar em adorá-lo, mas Jesus recusa. Mateus 4:1-11
Hórus: Durante batalha, Hórus corta um dos testículos de Set enquanto Set arrancou os olhos de Hórus. Set depois tentou provar seu domínio iniciando um trato com Hórus. Hórus pegou o sêmen de Set em sua mão e o jogou em um rio próximo. Hórus posteriormente se masturbou e espalhou seu sêmen sobre as alfaces que Set consome. Tanto Set e Hórus compareceram diante dos deuses para proclamar seu direito de reinar o Egito. Quando Set clamou dominação sobre Hórus, seu sêmen foi encontrado no rio. Quando a dominação de Hórus foi considerada, seu sêmen foi encontrado dentro de Set, então Hórus conseguiu reinar o Egito:
"Ó, aquele castrado! Ó este homem! Ó aquele que incita ele que incita, entre vocês dois! Estes - esta primeira corporação da companhia do justificado... Nasceu antes do olho de Hórus ser arrancado, antes dos testículos de Set serem cortados."[59] "É o dia em que Hórus lutou com Set, que jogou imoralidades na face de Hórus, e quando Hórus destruiu os poderes de Set."[60] "Então [Set] apareceu diante do conselho divino e clamou o trono. Mas os deuses deram julgamento que Hórus era o rei por justiça, e ele estabeleceu seus poderes na terra do Egito, e se tornou um sábio e forte governante como seu pai Osíris."[61]
Exclamação cética: A similaridade entre os nomes Satã e Set possuem algum significado?
Resposta: Os variáveis nomes de Set incluem Seth, Sutekh, Setesh, e Seteh. A raiz Set é usualmente considerada ser traduzida por fascinador ou pilar estável. Os diferentes sufixos de seu nome adicionam o significado de majestoso, supremo e deserto. O nome Satã vem da raiz semítica Stn que representa oposição. Diante deste caso, o nome original de Satã era Lúcifer, ou anjo de luz. O termo Satã representa um adversário geral, daí sua identidade aceita. Apesar de ambos os nomes consistirem de um S e um T, seus significados não possuem nada em comum. A pronúncia é só um resultado das raízes originais das palavras que representam seus caracteres. Fonte[62] e Fonte[63]
TÍTULOS SIMILARES Críticos alegam que Hórus mantinha títulos similares usados para identificar Jesus, tais como Messias, Salvador, Filho do Homem, Bom Pastor, o Caminho, a Verdade, a Luz e a Palavra Viva. Contudo eu não posso achar evidências destes nomes sendo usados em referência a Hórus. Eu tenho especial suspeita da palavra Messias, já que ela é de origem hebraica.
EM CONCLUSÃO Nós podemos ver que as diferenças entre Jesus e Hórus excedem em peso qualquer correlação superficial.
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Alegadas similaridades entre Cristo e divindades pagãs :: Comentários
Zoroastro
Zoroastro[64] era um profeta iraniano e fundador do Zoroastrismo. Apesar da datação de sua vida ser fervorosamente debatido, acredita-se que ele seja contemporâneo do Rei Hystaspes[65], fazendo do sexto século A.C. a datação mais provável. Evidência é mostrada através da Avesta[66] que menciona conversas pessoais entre os dois. Um exemplo é como se segue:
"'Eu sou um homem piedoso, que fala palavras de bênçãos,' assim diste Zarathustra ao jovem rei Vishtaspa 'Ó jovem rei Vishtaspa! [Eu o abençôo]" Vishtasp Yasht, 1[67]
NASCIMENTO VIRGINAL Não há menção de um nascimento virginal em qualquer texto Zoroastriano nem os eventos do nascimento de Zoroastro parecem ter qualquer relação com Jesus. O verdadeiro registro a respeito de seu nascimento são dados abaixo:
Versão 1: Os pais de Zoroastro (Dukdaub e Pourushasp) eram um casal casado normal que conceberam um filho por meios naturais. Zoroastro é descrito como rindo quando nasceu, ao mesmo tempo tendo uma visível e brilhante aura ao seu redor:
"[Zoroastro] veio para a posteridade...que é Pourushasp, seu pai, e Dukdaub que é sua mãe. E também enquanto ele está nascendo e pela duração da vida, ele produziu radiância, luz e brilho do lugar de sua própria morada..." Denkard, Bk 5 2:1-2
Versão 2: Em um texto posterior, um embelezamento é adicionado pelos seguidores zoroastristas. Somos informados que Ahura Mazda[68] (a principal divindade do Zoroastrismo) implanta a alma de Zoroastro na planta sagrada Haoma[69] e através do leite da planta Zoroastro nasce.
TENTADO NO DESERTO Se diz também que Zoroastro é tentado por um espírito maligno a renunciar sua fé com a promessa de receber poder sobre as nações. Contudo, esta história é encontrada no Vendidad[70], o texto zoroastrista que lista as leis a respeito de demônios, escritas algum tempo entre 250 a 650 D.C. (séculos depois da vida de Jesus):
"Novamente para ele diz o Criador do mundo maligno, Angra Mainyu: 'Não destrua minhas criaturas, Ó santo Zarathushtra... Renuncie a boa Religião dos adoradores de Mazda, e você ganhará um beneficio de... o governante das nações.'" Vendidad Fargad 19:6[71]
SEMENTE DA MULHER O Velho Testamento cristão se refere ao salvador da humanidade nascendo de uma mulher. Críticos clamam que este conceito foi roubado de Zoroastro cujo nome significa semente da mulher. Aparentemente ninguém investigou este clamor porque o nome é um antigo composto iraniano de zareta (velho, fraco) e ustra (camelo). Seu nome persa original Zarathushtra (Zoroastro é a tradução Grega/Portuguesa) literalmente é traduzida como dono dos fracos camelos. Fonte[72] e Fonte[73]. Também se alega que Zoroastro era chamado de A Palavra Feita Carne e A Palavra Viva, mas não existem tais referências.
MINISTÉRIO COMEÇOU AOS 30 Como Jesus, acredita-se que Zoroastro iniciou seus ensinamentos na idade de 30. Apesar de Zoroastro tecnicamente sair para isolamento na idade de 30 para iniciar seus ensinos, ele foi afastado e ignorado por 12 anos até sua religião ser aceita pelo Rei Vishtaspa. Jesus, pelo contrário, atraiu seguidores instantaneamente. Acredita-se que Zoroastro foi morto por volta da idade de 77 enquanto Jesus foi morto por volta de 33. Além do mais este fato sobre Zoroastro não é mencionado até textos tardios datados por volta de 225 D.C. (quase 200 anos depois que o Cristianismo já estava em circulação).
EUCARISTIA Apesar de críticos clamarem que o conceito de comunhão com pão e vinho originou-se com Zoroastro, não existe tais celebrações. Apesar dos sacerdotes aceitarem sacrifícios de carne, flores, leite, pão, fruta e água sagrada, não havia comunhão simbólica feita pelos seguidores de Zoroastro além de beber o suco da sagrada planta Haoma (mas isto não mantinha o significado corpo-sangue da Eucaristia cristã). Fonte[74]
ENSINOS RELIGIOSOS Críticos apontam as similaridades entre o sistema básico de crença do Zoroastrismo e do Cristianismo. Superficialmente, há várias correlações entre os dois até que eles sejam examinados mais profundamente:
1. Ambos ensinam uma batalha espiritual entre bem e mal. Verdade, mas isto é verdade para quase todas as religiões. O maior deus do Zoroastrismo é Ahura Mazda enquanto que o maior Deus da crença judaico-cristã é Yahweh. O arqui-inimigo do Zoroastrismo é Angra Mainyu enquanto que no Cristianismo o arqui-inimigo é conhecido como Satanás. O Zoroastrismo também ensina o dualismo das duas figuras enquanto que o Cristianismo ensina a subordinação de Satanás a Deus.
2. Salvação. Zoroastrismo ensina que todos os homens serão julgados de acordo com suas obras no julgamento final. Cristianismo ensina que os homens serão julgados segundo sua aceitação de Cristo.
3. Julgamento. Zoroastrismo ensina que todos os homensno finalserão salvos. Cristianismo ensina que o destino dos pecadores é eterno.
4. Monoteísmo. Zoroastro originalmente ensinou o conceito de um deus, mas os sacerdotes zoroastristas, para fazer a religião mais atraente, depois adicionaram várias outras divindades.
5. Ressurreição de todos os homens. Zoroastristas ensinam a eventual ressurreição de todos os homens no fim dos tempos. Cristianismo também ensina isto, mas isto para o julgamento de almas e o reinado dos justos no reino milenar.
ELE FOI MORTO PELOS PECADOS DA HUMANIDADE Se acredita que Zoroastro foi morto na idade de 77 depois de ser assassinado em um altar de seus templos por invasores turanianos (apesar disto ser debatido). Apesar disto, nunca se acreditou que sua morte expiou pecados ou manteve qualquer outro significado espiritual
EM CONCLUSÃO A maioria dos textos zoroastristas foram escritos séculos depois dos textos cristãos. Os relatos da vida de Zoroastro que existem antes do tempo de Jesus (os Gathas[75]) consistem principalmente de vagos escritos poéticos que dizem muito pouco sobre sua vida. Os atos incríveis associados a ele foram adicionados por sacerdotes zoroastristas desejando fazer da religião mais apelativa.
Mithras
Mithras, não deve ser confundido com Mitra (um anjo guerreiro da antiga Pérsia), era a divindade maior do Mithraísmo[76]. Tentando juntar as atuais lendas relacionadas a Mithras é difícil já que as mais antigas evidências relacionadas a ele são encontradas somente em relevos artísticos - os textos originais a respeito do Mithraísmo há muito tempo se perderam, deixando para trás somente fragmentos. Para esta discussão, vamos nos focar no Mithraísmo romano já que é este Mithraísmo que os críticos clamam ser a inspiração para Jesus (apesar desta alegação poder ser facilmente ser erradicada mostrando que a maioria dos textos contendo as alegadas conexões são posteriores aos textos cristãos). Além do mais, o Mithraísmo romano surgiu séculos depois da existência das profecias messiânicas hebraicas.
Nota: A autoridade original no Mithraísmo era Franz Cumont que acreditou que o Mitra da antiga Pérsia e o Mithras do Mithraísmo era um e o mesmo. A maior parte de sua pesquisa foi compilada no século 19 e, por causa dele ser o primeiro estudioso conhecido a explorar a religião morta do Mithraísmo, sua pesquisa continuou indisputada por um bom tempo. Se você analisar as publicações até o começo do século 20, poderá ver que as descobertas de Cumont foram aceitas sem debate. Foi somente depois das investigações recentes de diferentes historiadores e arqueólogos que muitas das teorias de Cumont foram refutadas. Para ver o que digo, leia este artigo[77] da Enciclopédia Britannica que é baseada nas teorias de Cumont em comparação com pesquisas mais modernas.
NASCIMENTO EM UMA CAVERNA Como dito anteriormente, não há menção de Jesus nascendo em uma caverna em lugar algum nas Escrituras canônicas. Quanto a Mithras, ele também não nasceu em uma caverna, mas de uma rocha sólida.
NASCIMENTO EM DEZEMBRO Muitos festivais religiosos são consolidados com em um feriado para coincidir com o solstício de inverno. O Natal é celebrado em 25 de dezembro por tradição. Este argumento já prova ser insignificante já que não há nada nas Escrituras que mencionam esta data.
ASSISTIDO POR PASTORES O mais antigo relato do nascimento de Mithras é encontrado em um relevo mostrando-o emergindo de uma rocha com a ajuda de homens que certamente pareciam ser pastores (o que é interessante considerando que se supunha que seu nascimento deveria preceder a criação dos humanos!). Mas este pequeno detalhe foi adicionado depois, aparentemente por aqueles que não notaram a contradição. Além do mais, este relevo[78] é datado do quarto século D.C.!
NASCIMENTO VIRGINAL Não há menção de nascimento virginal no Mithraísmo. Os mais antigos relevos mostram um Mithras adulto emergindo de uma rocha (como mostrado nas três ilustrações ao lado).
DOZE DISCÍPULOS Mithras não teve doze discípulos, mas eu posso relacionar uma similaridade forçada a esta alegação. Em dois dos relevos ao lado, Mithras é cercado por doze signos do zodíaco. Clamando que Mithras teve doze discípulos porque há doze signos do zodíaco é a conexão que críticos tentam fazer. Os críticos simplesmente vêem doze seres e clamam que as figuras eram discípulos. Alguns vão tão longe a ponto de defender sua posição por imitar a teoria de Franz Cumont, clamando que as figuras eram na verdade os doze discípulos de Mithras vestidos com fantasias de zodíaco! Como eles fazem estas conexões é desconhecido já que não há inscrições acompanhando os relevos originais.
GRANDE PROFESSOR Eu não posso achar nenhuma menção em qualquer texto ou relevo mostrando Mithras sendo um mestre viajante. Apesar disto, isto pareceria dificilmente significante já que muitas lendas falam da humanidade recebendo sabedoria de seus deuses.
REMISSÃO DE PECADOS O clamor a respeito de Mithras remindo pecados me faz perguntar, como? Não há menção a isto em qualquer registro. Mithras sacrifica um touro sagrado para criar vida mas eu vejo nenhuma referência à remissão de pecados, a remissão de pecados através do sangue, ou Mithras remindo pecados. Alguns tentam fundir o touro com Mithras em um ser mas este conceito é rejeitado unanimemente pelos estudiosos de Mithras.
ÚLTIMA CEIA Há dois relevos que mostram Mithras celebrando um banquete. O primeiro relevo mostra Mithras e Hélios jantando juntos depois do sacrifício do touro. O outro mostra Mithras jantando com o sol antes de ascender ao paraíso com os outros deuses. Mas por alguma razão o conto se torna distorcido com Mithras dizendo a seus (imaginários) discípulos, "Aquele que não comer meu corpo ou beber meu sangue de forma que ele possa ser um comigo e eu com ele, não será salvo." Ainda que esta citação foi adicionada séculos depois durante a idade média e nem mesmo é atribuída a Mithras!
CRUCIFICAÇÃO Apesar de críticos clamarem que Mithras foi crucificado, não há menção disto nos relevos ou textos. De fato, nenhuma morte é associada a Mithras, muito menos crucificação. Somos informados que ele completou sua missão terreste e então é levado ao paraíso em uma carruagem - vivo e bem.
DOMINGO COMO DIA SAGRADO Isto parece ser correto, pelo menos para o Mithraísmo romano. Mas considerando que quase toda religião usava Sábado ou Domingo como dia sagrado, havia uma chance de 50% deles acertarem o alvo - ou pelo menos uma chance de 1/7 para o número de dias em uma semana. Cristãos selecionaram o Domingo como seu dia sagrado somente porque era o dia da ressurreição de Cristo.
TÍTULOS SIMILARES Eu achei algumas similaridades mas os clamores que os críticos fazem parecem ser manipulados de suas formas originais - não havia pontos exatos na lista de nomes dos críticos. Eu também listei outros títulos que são frequentemente citados mas provados incorretos:
Salvador, Redentor, Messias. Mithras nunca é referido como qualquer um destes. Como poderia já que ele nunca serviu a este propósito? Messiah[79] é também uma palavra hebraica que te faz imaginar qual seria a fonte para esta alegação.
Cordeiro de Deus, Bom Pastor. Céticos tentam usar a representação de Mithras segurando o touro sagrado sobre seus ombros como evidência mas isto é um absurdo já que o touro foi morto! Além do mais, o Velho Testamento referencia cordeiros e pastores muito antes do Mithraísmo ter surgido.
Filho de Deus. Eu tecnicamente não encontrei este mas eu darei uma palhinha se você considerar Mithras como o filho de Ahura Mazda.
O Caminho da Verdade e Luz, Luz do Mundo. Apesar dos nomes não serem exatamente iguais eu encontrei anjo guerreiro e luz, mas estes são associados com o Mithras iraniano - não o Mithras romano do Mithraísmo.
Leão. Novamente, não exatamente igual, mas eu encontrei uma associação ao leão celestial, referindo-se ao signo de Leão. Mas como a referência dos cordeiros, o Velho Testamento menciona o Leão de Judá muito tempo antes do Mithraísmo sequer existir.
A Palavra Viva. Mithras é algumas vezes chamado de logos que significa palavra, mas nunca como a palavra viva.
Mediador. Mithras era o mediador entre bem e mal enquanto que Jesus é o mediador entre Deus e homem.
COMPARAÇÕES TEOLÓGICAS Eu consolidei as similaridades que são padrão na maioria das religiões em uma seção. Na falta de um título melhor, nós chamaremos isto de nossa lista de declarando o óbvio:
1. Mithraísmo tinha um forte senso de comunidade entre seus membros (somente homens eram permitidos como membros, por falar nisto)
2. Mithraísmo ensinou a imortalidade da alma humana (da mesma forma o Judaísmo que precedeu o Mithraísmo)
3. Mithraísmo punha ênfase em viver uma vida ética e moral (da mesma forma o Judaísmo que precedeu o Mithraísmo)
4. Mithraísmo cria no conceito de bem versus mal (da mesma forma o Judaísmo que precedeu o Mithraísmo)
5. Mithraísmo ensinou que toda a vida brotou de deus(es) (da mesma forma o Judaísmo que precedeu o Mithraísmo)
6. Mithras fez vários atos miraculosos
7. Mithraísmo ensinou a destruição finalda terra
SIMILARIDADES ERRÔNEAS As seguintes similaridades gerais não existem nem nos antigos relevos de Mithras ou em qualquer versão dos textos sobreviventes:
1. Mithras iniciou seu ministério à idade de 30 anos (nenhuma referência a qualquer idade é mencionada).
2. Mithras foi enterrado em uma tumba (Vivo, eu suponho?). A única referência que eu pude achar para isto era que todo ano durante o solstício de inverno, ele era supostamente renascido de uma rocha (mas esta lenda foi adicionada depois).
3. Uma Santa Trindade (Mesmo com toda sorte de novos deuses se tornando associados com o Mithraísmo com o passar do tempo, não pude achar menção de quaisquer deuses formando uma específica trindade).
CONCLUSÃO Mais uma vez, as alegadas similaridades não ou superficiais, completamente fabricadas ou forçadas para fazer uma igualdade.
Attis
Attis[80] foi adorado como deidade onde conhecemos hoje como a moderna Turquia, com seu culto depois espalhando através do Império Romano. A maioria das alegadas similaridades entre Attis e Jesus parecer ser ou manipulada ou completamente fabricada. Depois de ler esta seção, tenho certeza que você irá concordar que as alegações Jesus-Attis são as mais absurdas de todas.
25 DE DEZEMBRO Nós já mostramos a insignificância deste argumento em relação ao Cristianismo. Além do mais, não há menção desta data tendo qualquer relação com Attis - ele é associado com o retorno anual da primavera.
NASCIMENTO VIRGINAL De acordo com a lenda, Agdistis[81], um monstro hermafrodita, levantou-se da terra como um descendente de Zeus[82]. Agdistis gera o rio Sangarius[83] que revelou a ninfa, Nana[84], que ou traz uma amêndoa em seu peito e se torna grávida pela amêndoa ou se senta debaixo de uma árvore onde uma amêndoa cai em seu colo e a engravida. Nana depois abandona a criança que é cuidada por uma cabra. Somos levados a assumir que Attis é concebido de uma semente de amêndoa que cai de uma árvore como resultado do sêmen derramado de Zeus.
CRUCIFICAÇÃO Esta similaridade é completamente falsa. Attis se castrou debaixo de um pinheiro depois de ser feito insano antes de seu casamento com Agdistis quando ele-ela se enamora dele. Seu sangue flui pelo chão através de seu órgãoferido e gera um trecho de violetas. Críticos tentam associar a morte de Attis debaixo de uma árvore com a morte de Jesus em uma "árvore". Eles também tentam conectar o sangue de Jesus saindo de suas feridas com o sangue de Attis causado por sua auto-castração.
RESSURREIÇÃO Em uma versão, Agdistis é tomado de remorso por suas ações e pede a Zeus que preserve o belo corpo de Attis de forma que ele nunca se decomponha. Nenhuma ressurreição ocorre para Attis. Em outro relato, Agdistis e a Grande Mãe[85] (ou Cibele[86]) leva o pinheiro para uma caverna onde ambos se lamentam pela morte de Attis. A história de ressurreição não surge até muito tempo depois quando Attis é transformado em um pinheiro.
REMISSÃO DE PECADOS Críticos clamam que Attis foi morto para a salvação da humanidade mas não há evidência disto. Nós somos informados que Attis foi originalmente um espírito de árvore representando um deus da vegetação. Sua morte e transformação em um pinheiro representou a vida de uma planta que morre no inverno somente para florescer na primavera. A primeira menção de Attis em relação a ser um salvador não aparece até o sexto século D.C. - muito tarde para ser considerado uma inspiração para o Cristianismo.
ENTERRO EM UMA TUMBA A única referência a respeito de um enterro em uma tumba é quando Attis (como um pinheiro) é levado para a caverna da Grande Mãe. Mas a caverna é seu lar - não uma tumba.
UNIÃO PAI-FILHO Novamente, não existe tal relação. A única conecção forçada que podemos fazer é a crença que Attis era o neto de Zeus. Nós podemos concluir do que já sabemos de Attis que isto é uma adaptação. Nunca se acreditou que Zeus e Attis eram cridos ser um e o mesmo, muito menos em igual nível.
EUCARISTIA Críticos clamam que os seguidores de Attis celebravam o deus com uma comunhão de vinho e pão. A única menção de tal atividade é quando eles deveriam comer uma refeição santificada por tamborins e címbalos sagrados, apesar de que nunca é mencionado o que eles comiam. Críticos especulavam que era pão e vinho mas isto é improvável considerando que o vinho era restringido durante os festivais de Attis.
CONCLUSÃO As únicas coisas que nós realmente vemos continuando com o pobre Attis é uma grande quantidade de mutilação genital, ressurreições de pinheiros, e descendentes de rios dando a luz a partir de nozes... Nozes certamente vêm à mente em respeito a quem foram que colocam estas duas figuras juntas.
Dionísio (Baco)
Dionísio[87] é mais conhecido como o deus patrono do vinho, apesar de ser considerado o patrono grego e romano de muitos títulos. Isto permite aos críticos fazerem a conecção ilógica entre Dionísio ser o deus do vinho e Jesus bebendo vinho.
NASCIMENTO EM 25 DE DEZEMBRO Não há registros desta data sendo significante para Dionísio. Como Attis, Dionísio é associado com o retorno anual da primavera.
NASCIMENTO VIRGINAL Há dois relatos de nascimento a respeito de Dionísio (nenhum implica em um nascimento virginal):
1. Zeus engravida uma mulher mortal, Semele[88], às custas dos ciúmes de Hera[89]. Hera convence Semele a pedir Zeus para revelar sua glória a ela mas por que nenhum mortal pode olhar para os deuses e viver, Semele é instantaneamente incinerada. Zeus então pega o feto Dionísio e o costura em sua própria coxa até seu nascimento. Fonte[90]
2. Dionísio é o produto de Zeus e Perséfone[91]. Hera se torna insanamente ciumenta e tenta destruir a criança o enviando para os Titãs para matá-lo. Zeus vem salvá-lo mas é muito tarde - os Titãs comeram tudo, menos o coração de Dionísio. Zeus então pega o coração e o implanta no útero de Semele. Como podemos ver, nenhum nascimento virginal ocorre, mas é assim que Dionísio é conhecido como uma deidade do renascimento já que é nascido duas vezes do útero. Fonte[92]
MESTRE VIAJANTE É dito que Dionísio viajou para muito longe (enquanto que Jesus concentrou Seu ministério na Judéia) para ensinar aos homens "os segredos do vinho " (como fazer vinho) e para espalhar seus ritos religiosos. Nunca se creu que ele fosse um mestre espiritual como Jesus.
EUCARISTIA Para celebrar o renascimento de Dionísio depois de ser devorado pelos Titãs[93], membros do culto tomariam ou uma vida humana ou animal, cortariam a vítima membro a membro, e comiam a carne crua. O sacrifício deveria ser comido em uma forma canibalística para que os seguidores pudessem pagar uma homenagem a seu deus. Contudo esta história se relaciona mais com os mitos a respeito de Tantalus que as comunhões cristãs.
ENTRADA TRIUNFANTE Críticos clamam que Dionísio é frequentemente mostrado como montado em uma mula em meio a pessoas balançando galhos de heras. Contudo, esta é somente uma descrição de sua regular comitiva que viajava com ele (não uma específica entrada pré-paixão). Estes indivíduos eram bacantes[94] e sátiros[95] que seguiriam Dionísio com galhos entrelaçados de hera e uvas - símbolos cúlticos representantes do deus do vinho. Jesus por outro lado teve uma específica triunfante entrada depois de entrar em Jerusalém enquanto a população humana balançava galhos de palmeiras (símbolos judaicos). Eu também achei uma profecia messiânica em Gênesis 49:11 (escrita aproximadamente em 1400 A.C. - bem antes de Dionísio) que prediz que Jesus (literalmente) amarraria seu jumento em uma vinha e (simbolicamente) lavaria suas roupas no vinho (uma referência a Sua morte). Não que eu esteja acusando os gregos/romanos de criar uma deidade baseada em uma simples passagem bíblica, mas se quisermos ser técnicos, a Bíblia agrupa estes três objetos muito antes de Dionísio ser um brilho nos olhos da mitologia.
ÁGUA EM VINHO Dionísio era o deus da mitologia que deu ao rei Midas o poder de transformar o que ele tocasse em ouro. Da mesma forma, ele deu às filhas do Rei Anius o poder de transformar o que for que elas tocassem em vinho, milho ou óleo. Considerando que Dionísio era o deus do vinho, isto não seria surpresa. No entanto, apesar de que há relatos onde Dionísio de forma sobrenatural preenche barris com vinho, o ato de transformar água em vinho nunca acontece.
RESSURREIÇÃO O relato de "ressurreição" de Dionísio se origina do conto dele renascer depois do ataque dos Titãs. Como podemos ver, isto não tem nada a ver com a história de ressurreição de Jesus. Além do mais, somos informados de que depois que Dionísio terminou de ensinar seus discípulos seus ritos religiosos, ele ascendeu ao Monte Olimpo para ficar com outras deidades - vivo e bem. Seu renascimento infantil, como Attis, é símbolo do ciclo da vegetação - não a remissão de pecados.
TÍTULOS SIMILARES A seguir há uma lista dos alegados títulos que se clama que Dionísio compartilhava com Jesus. Apesar de que no passado nós fomos capazes de mostrar algumas similaridades obscuras, esta é uma lista de óbvia fabricação:
Rei dos Reis. Dionísio era apenas uma semi-deidade. Zeus era o deus principal de acordo com a mitologia.
Único Filho. Zeus teve muitas relações com mulheres onde ele foi pai de vários outros filhos.
Alfa e Ômega. Dionísio tinha um distinto princípio para sua existência.
Cordeiro de Deus. Dionísio é associado com um touro, serpente, vinho e hera, mas nunca com um cordeiro.
Os títulos que eu encontrei para Dionísio são O Touro, O Atirador de Cabras, A Tocha, Dionísio do Monte, Comedor de Carne, Dionísio do Vinho e Salvador (apesar de que o termo salvador foi atribuído mais tarde a Dionísio por prometer prazer carnal na vida após a morte. A única pessoa que ele salvou do Hades foi sua mãe, Semele).
EM CONCLUSÃO É um absurdo considerar Dionísio como um inspirador para Jesus. Mesmo que os judeus tivessem noção das fábulas a respeito de Dionísio, é improvável que eles usassem este conhecimento para criar o caráter de seu Messiah.
Alegadas deidades crucificadas
Vamos agora examinar uma lista de alegadas deidades que céticos clamam ter sido também crucificadas. Novamente, estas acusações vem até nós de Kersey Graves em seu trabalho já provado errado, Os Dezesseis Salvadores Crucificados.
OSÍRIS: Como explicamos acima, se diz que Osíris morreu após ser enganado por Set. Ele foi preso em um baú e então jogado no Nilo. Também, junto com tudo que eu encontrei, a lenda de Osíris existiu muito tempo antes da crucificação ser inventada!
QUETZALCOATL: Esta alegação é de certa forma engraçada para mim já que Quetzalcoatl[96] era um antigo deus da América do Sul. Como críticos clamam que ele foi uma inspiração para Cristo está além de minha compreensão, já que as Américas não tinham sido descobertas ainda! Além disto, nunca se diz que Quetzalcoatl foi crucificado. Uma lenda declara que ele se queimou vivo de remorso por dormir com uma princesa celibatária enquanto outra nos diz que ele foi consumido por fogo enviado por deuses.
KRISHNA: Novamente, nós já mostramos como se diz que Krishna morreu: Ele foi morto depois de acidentalmente ser atingido por uma flecha de um caçador, enquanto meditava.
TAMMUZ/DUMUZID: Tammuz[97] supostamente foi morto por demônios enviados por Ishtar depois que ela o encontrou em seu trono. Novamente, os mitos a respeito de Tammuz parecem existir antes da prática da crucificação.
ALCESTIS: De acordo com a lenda, Alcestis[98] concordou em morrer no lugar do marido depois que ele fez um acordo com os deuses. Quando o tempo chegou, Alcestis é descrita como estando na cama. Os deuses foram tocados por sua devoção, ficaram com pena dela, e a reuniram com seu marido.
ATTIS: Como já mostramos, se diz que Attis sangrou até a morte depois de ter se castrado.
ESUS/HESUS: A única coisa que pude achar a respeito de Esus[99] (não deve ser confundido pela tradução Portuguesa Jesus) é que seus seguidores participavam de sacrifícios humanos por pendurar uma vítima de uma árvore (não uma crucificação) depois de estripá-lo. Não pude achar nenhuma menção de Esus (algumas vezes associado com os deuses Mercúrio e Marte) sofrendo a morte.
DIONÍSIO: O relato de morte que nós já discutimos em relação a Dionísio o mostra sendo comido vivo pelos Titãs durante sua infância.
INDRA: Em um relato, Indra[100] é engolido vivo pela serpente, Vritra, que depois o cospe fora ao comando de outros deuses. Por que eventualmente ele é salvo, não há de fato nenhum relato de morte a respeito de Indra (muito menos de crucificação).
PROMETEUS: Prometeus[101] foi punido por Zeus sendo acorrentado a uma montanha onde uma águia poderia vir e comer seu fígado diariamente. Posteriormente, Prometeus seria libertado de seu tormento por Hércules.
MITHRAS: Como já declarado neste artigo, nunca se disse que Mithras experimentou a morte mas foi carregado para o céu em uma carruagem, vivo e bem.
QUIRINO: Não pude achar menção de Quirino[102] experimentando a morte. Mesmo quando associado com Rômulo[103] não há relato de morte já que se diz que Rômulo foi levado ao céu ainda vivo. Para explicar este desaparecimento, muitos acusaram o senado de sua morte. Apesar disto, não se fala de nenhuma crucificação ocorrendo.
BEL: Frequentemente associado com Zeus, não pude achar nenhuma menção do babilônico Bel[104] experimentando a morte.
BALI (MAHABALI): É dito que Bali[105] foi forçado a descer (corporalmente) ao submundo depois de ser enganado por Vamana[106], um avatar de Vishnu. Em alguns relatos, se diz que Bali foi solto e coroado rei. De qualquer forma, nenhuma crucificação acontece.
ORFEU: É dito que Orfeu[107] foi morto pelos bacantes enlouquecidos de Dionísio depois de recusar adoração a qualquer deus exceto Apolo.
IAO & WITTOBA: Não pude achar informação sobre as mortes destas duas figuras em qualquer fonte original publicada então eu me contenho de comentar agora para prevenir rumores. Se algum de meus leitores puder me dar referência a reais textos religiosos ou de primeira mão contendo estas duas figuras, eu ficarei feliz de analisá-los. Até lá, eu evitarei postar links onlines até que eu possa verificar a informação.
Conclusão
Apesar de outros autores irem longe para investigar os clamores listados nesta discussão, minha missão era fornecer uma breve sinopse que poderia ajudar o leitor a distinguir entre fatos e ficção. Uma vez que o leitor chegue até as fontes reais eles irão imaginar como tais clamores sequer se originaram. Se algum dos críticos se preocuparam em buscar os fatos por si próprios antes de contribuir para a propaganda, eles seriam capazes de rejeitar tais clamores imediatamente.
Certas coincidências entre Jesus e outras figuras podem ser esperadas por absoluta probabilidade.
Como um exemplo moderno, vamos dar uma olhada em algumas coincidências entre Kennedy e Lincoln como tomadas daqui[108]:
Lincoln foi eleito para o congresso em 1846. Kennedy foi eleito para o congresso em 1946 (Enquanto Kennedy teve sucesso instantâneo na política legislativa e executiva, Lincoln sofreu muitas derrotas).
Lincoln foi eleito presidente em 1860. Kennedy foi eleito presidente em 1960. (Considerando que as eleições presidenciais são feitas a cada quatro anos, isto só é possível em uma a cada 20).
Os nomes Lincoln e Kennedy contém sete letras (Até que nós consideremos seus primeiros nomes que destrói este paralelo).
Ambos foram presidentes durante tempos de grandes mudanças nos direitos civis (Assim foram seus sucessores e vários outros presidentes).
Ambos presidentes foram mortos por uma bala de um assassino em uma sexta-feira (isto só tem uma chance em sete).
Ambos assassinos foram conhecidos por três nomes consistindo de 15 letras (Cada homem não foi sempre referido pelos três nomes. Isto surgiu principalmente depois que eles ganharam notoriedade seguindo os assassinatos).
Ambos assassinos foram mortos antes de seu julgamento (Ambos foram mortos quando capturados. Oswald foi morto dias depois de sua prisão).
Ambos homens foram sucedidos por homens com o sobrenome Johnson (Considerando a popularidade do sobrenome Johnson entre homens brancos, não seria mais que coincidência ao comparar dois mulçumanos que compartilham o nome Mohammed.)
Estas coincidências podem parecer assustadoras a princípio mas realmente não são tão impressionantes assim que dissecadas. Mas em 2000 anos, será que as civilizações futuras vão olhar para trás nos "antigos americanos" e acusar Kennedy de ser uma ficção de nossas imaginações? Vai parecer que estávamos tão intrigados com Abraham Lincoln que nós inventamos um personagem para espelhar um grande herói americano? A mente inteligente que está desejosa de pesquisar e procurar pela verdade por trás de tal propaganda poderá facilmente encontrá-la.
Traduzido por Gustavo, do site: http://www.thedevineevidence.com/jesus_similarities.html
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[1] http://www.reference.com/browse/columbia/Krishna
[2] http://www.pantheon.org/articles/v/vishnu.html
[3] http://www.reference.com/browse/wiki/Kersey_Graves
[4] http://www.spirithistory.com/kgraves.html
[5] http://www.reference.com/browse/columbia/Krishna
[6] http://dictionary.reference.com/search?q=Christ
[7] http://www.reference.com/browse/columbia/Isaiah
[8] http://www.pantheon.org/articles/d/devaki.html
[9] http://www.pantheon.org/articles/v/vasudeva.html
[10] http://www.sacred-texts.com/hin/m12/m12a047.htm
[11] http://www.reference.com/browse/wiki/Kamsa
[12] http://www.sacred-texts.com/hin/db/bk04ch22.htm
[13] http://www.sacred-texts.com/hin/db/bk04ch01.htm
[14] http://en.wikipedia.org/wiki/Krishnajanmabhoomi
[15] http://www.reference.com/browse/columbia/Mathura
[16] http://www.reference.com/browse/wiki/Nanda_%28mythology%29
[17] http://www.sacred-texts.com/hin/db/bk08ch01.htm
[18] http://www.sacred-texts.com/hin/m16/m16004.htm
[19] http://www.sacred-texts.com/hin/m16/m16004.htm
[20] http://www.sacred-texts.com/hin/m07/m07078.htm
[21] http://www.sacred-texts.com/hin/m08/m08090.htm
[22] http://www.reference.com/browse/wiki/Krishna_Janmaashtami
[23] http://www.reference.com/browse/columbia/Buddha
[24] http://www.reference.com/browse/wiki/Suddhodana
[25] http://www.pantheon.org/articles/m/maya.html
[26] http://www.upf.es/materials/huma/central/historia/xinamon/docums/budisdoc/carita.htm
[27] http://www.sacred-texts.com/bud/sbe19/sbe1903.htm
[28] http://www.sacred-texts.com/bud/sbe49/sbe4903.htm
[29] http://dictionary.reference.com/search?q=ascetic
[30] http://dictionary.reference.com/search?q=Brahmans
[31] http://www.sacred-texts.com/bud/bits/bits005.htm
[32] http://www.sacred-texts.com/bud/sbe49/sbe4903.htm
[33] http://www.sacred-texts.com/bud/sbe49/sbe4903.htm
[34] http://en.wikipedia.org/wiki/Buddha#32_Marks_of_the_Buddha
[35] http://www.sacred-texts.com/bud/bits/bits005.htm
[36] http://www.sacred-texts.com/bud/sbe49/sbe4903.htm
[37] http://www.reference.com/browse/wiki/Vesak
[38] http://en.wikipedia.org/wiki/Suddhodana
[39] http://www.sacred-texts.com/bud/bits/bits005.htm
[40] http://www.mahidol.ac.th/budsir/life_02.htm
[41] http://www.sacred-texts.com/bud/btg/btg98.htm
[42] http://www.mahidol.ac.th/budsir/life_10.htm
[43] http://www.sacred-texts.com/bud/btg/btg98.htm
[44] http://www.reference.com/browse/wiki/Bodhi_tree
[45] http://www.pantheon.org/articles/h/horus.html
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[47] http://www.pantheon.org/articles/h/hathor.html
[48] http://www.pantheon.org/articles/i/isis.html
[49] http://www.pantheon.org/articles/o/osiris.html
[50] http://www.sacred-texts.com/egy/tut/tut05.htm
[51] http://www.pantheon.org/articles/h/hathor.html
[52] http://www.sacred-texts.com/egy/leg/leg22.htm
[53] http://www.pantheon.org/articles/i/isis.html
[54] http://www.sacred-texts.com/egy/leg/leg08.htm
[55] http://www.sacred-texts.com/egy/pyt/pyt54.htm
[56] http://www.pantheon.org/articles/o/osiris.html
[57] http://www.sacred-texts.com/egy/eml/eml05.htm
[58] http://www.digitalegypt.ucl.ac.uk/ideology/khoiak.html
[59] http://www.sacred-texts.com/egy/pyt/pyt37.htm
[60] http://www.sacred-texts.com/egy/ebod/ebod18.htm
[61] http://www.sacred-texts.com/egy/eml/eml05.htm
[62] http://en.wikipedia.org/wiki/Set_%28mythology%29#Desert_god
[63] http://en.wikipedia.org/wiki/Satan
[64] http://www.bartleby.com/65/zo/Zoroaste.html
[65] http://www.bartleby.com/65/hy/Hystaspe.html
[66] http://www.reference.com/browse/wiki/Avesta
[67] http://www.avesta.org/fragment/vytsbe.htm
[68] http://www.pantheon.org/articles/a/ahura_mazda.html
[69] http://www.pantheon.org/articles/h/haoma.html
[70] http://en.wikipedia.org/wiki/Avesta_(Zoroastrianism)#Vendidad
[71] http://www.avesta.org/vendidad/vd19sbe.htm#section1
[72] http://www.avesta.org/znames.htm
[73] http://www.cais-soas.com/CAIS/Religions/iranian/Zarathushtrian/zoroaster_name.htm
[74] http://www.pantheon.org/articles/h/haoma.html
[75] http://en.wikipedia.org/wiki/Gathas
[76] http://www.reference.com/browse/wiki/Mithraism
[77] http://83.1911encyclopedia.org/M/MI/MITHRAS.htm
[78] http://images.search.yahoo.com/search/images/view?back=http%3A%2F%2Fimages.search.yahoo.com%2Fsearch%2Fimages%3Fp%3DMithras%2B%26ei%3DUTF-8%26x%3Dwrt&w=500&h=429&imgurl=harpy.uccs.edu%2Froman%2Fmithras2.jpg&rurl=http%3A%2F%2Fbubba.uccs.edu%2Froman%2Fhtml%2Freligion.html&size=49.2kB&name=mithras2.jpg&p=Mithras&type=jpeg&no=9&tt=3,654&ei=UTF-8
[79] http://en.wikipedia.org/wiki/Messiah
[80] http://www.reference.com/browse/columbia/Attis
[81] http://www.pantheon.org/articles/a/agdistis.html
[82] http://www.pantheon.org/articles/z/zeus.html
[83] http://en.wikipedia.org/wiki/Sangarius
[84] http://en.wikipedia.org/wiki/Nana_%28mythology%29
[85] http://www.pantheon.org/articles/g/great_mother.html
[86] http://www.pantheon.org/articles/c/cybele.html
[87] http://www.pantheon.org/articles/d/dionysus.html
[88] http://www.reference.com/browse/columbia/Semele
[89] http://www.reference.com/browse/columbia/Hera
[90] http://www.pantheon.org/articles/s/semele.html
[91] http://www.pantheon.org/articles/p/persephone.html
[92] http://www.pantheon.org/articles/d/dionysus.html
[93] http://en.wikipedia.org/wiki/Titans
[94] http://www.reference.com/browse/columbia/maenads
[95] http://www.reference.com/browse/columbia/satyr
[96] http://www.reference.com/browse/columbia/Quetzalc
[97] http://www.reference.com/browse/columbia/Tammuz
[98] http://www.reference.com/browse/columbia/Alcestis
[99] http://www.reference.com/browse/wiki/Esus
[100] http://www.pantheon.org/articles/i/indra.html
[101] http://www.pantheon.org/articles/p/prometheus.html
[102] http://www.pantheon.org/articles/q/quirinus.html
[103] http://www.reference.com/browse/columbia/Romulus
[104] http://www.pantheon.org/articles/b/bel.html
[105] http://www.pantheon.org/articles/b/bali.html
[106] http://www.pantheon.org/articles/v/vamana.html
[107] http://www.pantheon.org/articles/o/orpheus.html
[108] http://www.snopes.com/history/american/linckenn.htm
Zoroastro[64] era um profeta iraniano e fundador do Zoroastrismo. Apesar da datação de sua vida ser fervorosamente debatido, acredita-se que ele seja contemporâneo do Rei Hystaspes[65], fazendo do sexto século A.C. a datação mais provável. Evidência é mostrada através da Avesta[66] que menciona conversas pessoais entre os dois. Um exemplo é como se segue:
"'Eu sou um homem piedoso, que fala palavras de bênçãos,' assim diste Zarathustra ao jovem rei Vishtaspa 'Ó jovem rei Vishtaspa! [Eu o abençôo]" Vishtasp Yasht, 1[67]
NASCIMENTO VIRGINAL Não há menção de um nascimento virginal em qualquer texto Zoroastriano nem os eventos do nascimento de Zoroastro parecem ter qualquer relação com Jesus. O verdadeiro registro a respeito de seu nascimento são dados abaixo:
Versão 1: Os pais de Zoroastro (Dukdaub e Pourushasp) eram um casal casado normal que conceberam um filho por meios naturais. Zoroastro é descrito como rindo quando nasceu, ao mesmo tempo tendo uma visível e brilhante aura ao seu redor:
"[Zoroastro] veio para a posteridade...que é Pourushasp, seu pai, e Dukdaub que é sua mãe. E também enquanto ele está nascendo e pela duração da vida, ele produziu radiância, luz e brilho do lugar de sua própria morada..." Denkard, Bk 5 2:1-2
Versão 2: Em um texto posterior, um embelezamento é adicionado pelos seguidores zoroastristas. Somos informados que Ahura Mazda[68] (a principal divindade do Zoroastrismo) implanta a alma de Zoroastro na planta sagrada Haoma[69] e através do leite da planta Zoroastro nasce.
TENTADO NO DESERTO Se diz também que Zoroastro é tentado por um espírito maligno a renunciar sua fé com a promessa de receber poder sobre as nações. Contudo, esta história é encontrada no Vendidad[70], o texto zoroastrista que lista as leis a respeito de demônios, escritas algum tempo entre 250 a 650 D.C. (séculos depois da vida de Jesus):
"Novamente para ele diz o Criador do mundo maligno, Angra Mainyu: 'Não destrua minhas criaturas, Ó santo Zarathushtra... Renuncie a boa Religião dos adoradores de Mazda, e você ganhará um beneficio de... o governante das nações.'" Vendidad Fargad 19:6[71]
SEMENTE DA MULHER O Velho Testamento cristão se refere ao salvador da humanidade nascendo de uma mulher. Críticos clamam que este conceito foi roubado de Zoroastro cujo nome significa semente da mulher. Aparentemente ninguém investigou este clamor porque o nome é um antigo composto iraniano de zareta (velho, fraco) e ustra (camelo). Seu nome persa original Zarathushtra (Zoroastro é a tradução Grega/Portuguesa) literalmente é traduzida como dono dos fracos camelos. Fonte[72] e Fonte[73]. Também se alega que Zoroastro era chamado de A Palavra Feita Carne e A Palavra Viva, mas não existem tais referências.
MINISTÉRIO COMEÇOU AOS 30 Como Jesus, acredita-se que Zoroastro iniciou seus ensinamentos na idade de 30. Apesar de Zoroastro tecnicamente sair para isolamento na idade de 30 para iniciar seus ensinos, ele foi afastado e ignorado por 12 anos até sua religião ser aceita pelo Rei Vishtaspa. Jesus, pelo contrário, atraiu seguidores instantaneamente. Acredita-se que Zoroastro foi morto por volta da idade de 77 enquanto Jesus foi morto por volta de 33. Além do mais este fato sobre Zoroastro não é mencionado até textos tardios datados por volta de 225 D.C. (quase 200 anos depois que o Cristianismo já estava em circulação).
EUCARISTIA Apesar de críticos clamarem que o conceito de comunhão com pão e vinho originou-se com Zoroastro, não existe tais celebrações. Apesar dos sacerdotes aceitarem sacrifícios de carne, flores, leite, pão, fruta e água sagrada, não havia comunhão simbólica feita pelos seguidores de Zoroastro além de beber o suco da sagrada planta Haoma (mas isto não mantinha o significado corpo-sangue da Eucaristia cristã). Fonte[74]
ENSINOS RELIGIOSOS Críticos apontam as similaridades entre o sistema básico de crença do Zoroastrismo e do Cristianismo. Superficialmente, há várias correlações entre os dois até que eles sejam examinados mais profundamente:
1. Ambos ensinam uma batalha espiritual entre bem e mal. Verdade, mas isto é verdade para quase todas as religiões. O maior deus do Zoroastrismo é Ahura Mazda enquanto que o maior Deus da crença judaico-cristã é Yahweh. O arqui-inimigo do Zoroastrismo é Angra Mainyu enquanto que no Cristianismo o arqui-inimigo é conhecido como Satanás. O Zoroastrismo também ensina o dualismo das duas figuras enquanto que o Cristianismo ensina a subordinação de Satanás a Deus.
2. Salvação. Zoroastrismo ensina que todos os homens serão julgados de acordo com suas obras no julgamento final. Cristianismo ensina que os homens serão julgados segundo sua aceitação de Cristo.
3. Julgamento. Zoroastrismo ensina que todos os homensno finalserão salvos. Cristianismo ensina que o destino dos pecadores é eterno.
4. Monoteísmo. Zoroastro originalmente ensinou o conceito de um deus, mas os sacerdotes zoroastristas, para fazer a religião mais atraente, depois adicionaram várias outras divindades.
5. Ressurreição de todos os homens. Zoroastristas ensinam a eventual ressurreição de todos os homens no fim dos tempos. Cristianismo também ensina isto, mas isto para o julgamento de almas e o reinado dos justos no reino milenar.
ELE FOI MORTO PELOS PECADOS DA HUMANIDADE Se acredita que Zoroastro foi morto na idade de 77 depois de ser assassinado em um altar de seus templos por invasores turanianos (apesar disto ser debatido). Apesar disto, nunca se acreditou que sua morte expiou pecados ou manteve qualquer outro significado espiritual
EM CONCLUSÃO A maioria dos textos zoroastristas foram escritos séculos depois dos textos cristãos. Os relatos da vida de Zoroastro que existem antes do tempo de Jesus (os Gathas[75]) consistem principalmente de vagos escritos poéticos que dizem muito pouco sobre sua vida. Os atos incríveis associados a ele foram adicionados por sacerdotes zoroastristas desejando fazer da religião mais apelativa.
Mithras
Mithras, não deve ser confundido com Mitra (um anjo guerreiro da antiga Pérsia), era a divindade maior do Mithraísmo[76]. Tentando juntar as atuais lendas relacionadas a Mithras é difícil já que as mais antigas evidências relacionadas a ele são encontradas somente em relevos artísticos - os textos originais a respeito do Mithraísmo há muito tempo se perderam, deixando para trás somente fragmentos. Para esta discussão, vamos nos focar no Mithraísmo romano já que é este Mithraísmo que os críticos clamam ser a inspiração para Jesus (apesar desta alegação poder ser facilmente ser erradicada mostrando que a maioria dos textos contendo as alegadas conexões são posteriores aos textos cristãos). Além do mais, o Mithraísmo romano surgiu séculos depois da existência das profecias messiânicas hebraicas.
Nota: A autoridade original no Mithraísmo era Franz Cumont que acreditou que o Mitra da antiga Pérsia e o Mithras do Mithraísmo era um e o mesmo. A maior parte de sua pesquisa foi compilada no século 19 e, por causa dele ser o primeiro estudioso conhecido a explorar a religião morta do Mithraísmo, sua pesquisa continuou indisputada por um bom tempo. Se você analisar as publicações até o começo do século 20, poderá ver que as descobertas de Cumont foram aceitas sem debate. Foi somente depois das investigações recentes de diferentes historiadores e arqueólogos que muitas das teorias de Cumont foram refutadas. Para ver o que digo, leia este artigo[77] da Enciclopédia Britannica que é baseada nas teorias de Cumont em comparação com pesquisas mais modernas.
NASCIMENTO EM UMA CAVERNA Como dito anteriormente, não há menção de Jesus nascendo em uma caverna em lugar algum nas Escrituras canônicas. Quanto a Mithras, ele também não nasceu em uma caverna, mas de uma rocha sólida.
NASCIMENTO EM DEZEMBRO Muitos festivais religiosos são consolidados com em um feriado para coincidir com o solstício de inverno. O Natal é celebrado em 25 de dezembro por tradição. Este argumento já prova ser insignificante já que não há nada nas Escrituras que mencionam esta data.
ASSISTIDO POR PASTORES O mais antigo relato do nascimento de Mithras é encontrado em um relevo mostrando-o emergindo de uma rocha com a ajuda de homens que certamente pareciam ser pastores (o que é interessante considerando que se supunha que seu nascimento deveria preceder a criação dos humanos!). Mas este pequeno detalhe foi adicionado depois, aparentemente por aqueles que não notaram a contradição. Além do mais, este relevo[78] é datado do quarto século D.C.!
NASCIMENTO VIRGINAL Não há menção de nascimento virginal no Mithraísmo. Os mais antigos relevos mostram um Mithras adulto emergindo de uma rocha (como mostrado nas três ilustrações ao lado).
DOZE DISCÍPULOS Mithras não teve doze discípulos, mas eu posso relacionar uma similaridade forçada a esta alegação. Em dois dos relevos ao lado, Mithras é cercado por doze signos do zodíaco. Clamando que Mithras teve doze discípulos porque há doze signos do zodíaco é a conexão que críticos tentam fazer. Os críticos simplesmente vêem doze seres e clamam que as figuras eram discípulos. Alguns vão tão longe a ponto de defender sua posição por imitar a teoria de Franz Cumont, clamando que as figuras eram na verdade os doze discípulos de Mithras vestidos com fantasias de zodíaco! Como eles fazem estas conexões é desconhecido já que não há inscrições acompanhando os relevos originais.
GRANDE PROFESSOR Eu não posso achar nenhuma menção em qualquer texto ou relevo mostrando Mithras sendo um mestre viajante. Apesar disto, isto pareceria dificilmente significante já que muitas lendas falam da humanidade recebendo sabedoria de seus deuses.
REMISSÃO DE PECADOS O clamor a respeito de Mithras remindo pecados me faz perguntar, como? Não há menção a isto em qualquer registro. Mithras sacrifica um touro sagrado para criar vida mas eu vejo nenhuma referência à remissão de pecados, a remissão de pecados através do sangue, ou Mithras remindo pecados. Alguns tentam fundir o touro com Mithras em um ser mas este conceito é rejeitado unanimemente pelos estudiosos de Mithras.
ÚLTIMA CEIA Há dois relevos que mostram Mithras celebrando um banquete. O primeiro relevo mostra Mithras e Hélios jantando juntos depois do sacrifício do touro. O outro mostra Mithras jantando com o sol antes de ascender ao paraíso com os outros deuses. Mas por alguma razão o conto se torna distorcido com Mithras dizendo a seus (imaginários) discípulos, "Aquele que não comer meu corpo ou beber meu sangue de forma que ele possa ser um comigo e eu com ele, não será salvo." Ainda que esta citação foi adicionada séculos depois durante a idade média e nem mesmo é atribuída a Mithras!
CRUCIFICAÇÃO Apesar de críticos clamarem que Mithras foi crucificado, não há menção disto nos relevos ou textos. De fato, nenhuma morte é associada a Mithras, muito menos crucificação. Somos informados que ele completou sua missão terreste e então é levado ao paraíso em uma carruagem - vivo e bem.
DOMINGO COMO DIA SAGRADO Isto parece ser correto, pelo menos para o Mithraísmo romano. Mas considerando que quase toda religião usava Sábado ou Domingo como dia sagrado, havia uma chance de 50% deles acertarem o alvo - ou pelo menos uma chance de 1/7 para o número de dias em uma semana. Cristãos selecionaram o Domingo como seu dia sagrado somente porque era o dia da ressurreição de Cristo.
TÍTULOS SIMILARES Eu achei algumas similaridades mas os clamores que os críticos fazem parecem ser manipulados de suas formas originais - não havia pontos exatos na lista de nomes dos críticos. Eu também listei outros títulos que são frequentemente citados mas provados incorretos:
Salvador, Redentor, Messias. Mithras nunca é referido como qualquer um destes. Como poderia já que ele nunca serviu a este propósito? Messiah[79] é também uma palavra hebraica que te faz imaginar qual seria a fonte para esta alegação.
Cordeiro de Deus, Bom Pastor. Céticos tentam usar a representação de Mithras segurando o touro sagrado sobre seus ombros como evidência mas isto é um absurdo já que o touro foi morto! Além do mais, o Velho Testamento referencia cordeiros e pastores muito antes do Mithraísmo ter surgido.
Filho de Deus. Eu tecnicamente não encontrei este mas eu darei uma palhinha se você considerar Mithras como o filho de Ahura Mazda.
O Caminho da Verdade e Luz, Luz do Mundo. Apesar dos nomes não serem exatamente iguais eu encontrei anjo guerreiro e luz, mas estes são associados com o Mithras iraniano - não o Mithras romano do Mithraísmo.
Leão. Novamente, não exatamente igual, mas eu encontrei uma associação ao leão celestial, referindo-se ao signo de Leão. Mas como a referência dos cordeiros, o Velho Testamento menciona o Leão de Judá muito tempo antes do Mithraísmo sequer existir.
A Palavra Viva. Mithras é algumas vezes chamado de logos que significa palavra, mas nunca como a palavra viva.
Mediador. Mithras era o mediador entre bem e mal enquanto que Jesus é o mediador entre Deus e homem.
COMPARAÇÕES TEOLÓGICAS Eu consolidei as similaridades que são padrão na maioria das religiões em uma seção. Na falta de um título melhor, nós chamaremos isto de nossa lista de declarando o óbvio:
1. Mithraísmo tinha um forte senso de comunidade entre seus membros (somente homens eram permitidos como membros, por falar nisto)
2. Mithraísmo ensinou a imortalidade da alma humana (da mesma forma o Judaísmo que precedeu o Mithraísmo)
3. Mithraísmo punha ênfase em viver uma vida ética e moral (da mesma forma o Judaísmo que precedeu o Mithraísmo)
4. Mithraísmo cria no conceito de bem versus mal (da mesma forma o Judaísmo que precedeu o Mithraísmo)
5. Mithraísmo ensinou que toda a vida brotou de deus(es) (da mesma forma o Judaísmo que precedeu o Mithraísmo)
6. Mithras fez vários atos miraculosos
7. Mithraísmo ensinou a destruição finalda terra
SIMILARIDADES ERRÔNEAS As seguintes similaridades gerais não existem nem nos antigos relevos de Mithras ou em qualquer versão dos textos sobreviventes:
1. Mithras iniciou seu ministério à idade de 30 anos (nenhuma referência a qualquer idade é mencionada).
2. Mithras foi enterrado em uma tumba (Vivo, eu suponho?). A única referência que eu pude achar para isto era que todo ano durante o solstício de inverno, ele era supostamente renascido de uma rocha (mas esta lenda foi adicionada depois).
3. Uma Santa Trindade (Mesmo com toda sorte de novos deuses se tornando associados com o Mithraísmo com o passar do tempo, não pude achar menção de quaisquer deuses formando uma específica trindade).
CONCLUSÃO Mais uma vez, as alegadas similaridades não ou superficiais, completamente fabricadas ou forçadas para fazer uma igualdade.
Attis
Attis[80] foi adorado como deidade onde conhecemos hoje como a moderna Turquia, com seu culto depois espalhando através do Império Romano. A maioria das alegadas similaridades entre Attis e Jesus parecer ser ou manipulada ou completamente fabricada. Depois de ler esta seção, tenho certeza que você irá concordar que as alegações Jesus-Attis são as mais absurdas de todas.
25 DE DEZEMBRO Nós já mostramos a insignificância deste argumento em relação ao Cristianismo. Além do mais, não há menção desta data tendo qualquer relação com Attis - ele é associado com o retorno anual da primavera.
NASCIMENTO VIRGINAL De acordo com a lenda, Agdistis[81], um monstro hermafrodita, levantou-se da terra como um descendente de Zeus[82]. Agdistis gera o rio Sangarius[83] que revelou a ninfa, Nana[84], que ou traz uma amêndoa em seu peito e se torna grávida pela amêndoa ou se senta debaixo de uma árvore onde uma amêndoa cai em seu colo e a engravida. Nana depois abandona a criança que é cuidada por uma cabra. Somos levados a assumir que Attis é concebido de uma semente de amêndoa que cai de uma árvore como resultado do sêmen derramado de Zeus.
CRUCIFICAÇÃO Esta similaridade é completamente falsa. Attis se castrou debaixo de um pinheiro depois de ser feito insano antes de seu casamento com Agdistis quando ele-ela se enamora dele. Seu sangue flui pelo chão através de seu órgãoferido e gera um trecho de violetas. Críticos tentam associar a morte de Attis debaixo de uma árvore com a morte de Jesus em uma "árvore". Eles também tentam conectar o sangue de Jesus saindo de suas feridas com o sangue de Attis causado por sua auto-castração.
RESSURREIÇÃO Em uma versão, Agdistis é tomado de remorso por suas ações e pede a Zeus que preserve o belo corpo de Attis de forma que ele nunca se decomponha. Nenhuma ressurreição ocorre para Attis. Em outro relato, Agdistis e a Grande Mãe[85] (ou Cibele[86]) leva o pinheiro para uma caverna onde ambos se lamentam pela morte de Attis. A história de ressurreição não surge até muito tempo depois quando Attis é transformado em um pinheiro.
REMISSÃO DE PECADOS Críticos clamam que Attis foi morto para a salvação da humanidade mas não há evidência disto. Nós somos informados que Attis foi originalmente um espírito de árvore representando um deus da vegetação. Sua morte e transformação em um pinheiro representou a vida de uma planta que morre no inverno somente para florescer na primavera. A primeira menção de Attis em relação a ser um salvador não aparece até o sexto século D.C. - muito tarde para ser considerado uma inspiração para o Cristianismo.
ENTERRO EM UMA TUMBA A única referência a respeito de um enterro em uma tumba é quando Attis (como um pinheiro) é levado para a caverna da Grande Mãe. Mas a caverna é seu lar - não uma tumba.
UNIÃO PAI-FILHO Novamente, não existe tal relação. A única conecção forçada que podemos fazer é a crença que Attis era o neto de Zeus. Nós podemos concluir do que já sabemos de Attis que isto é uma adaptação. Nunca se acreditou que Zeus e Attis eram cridos ser um e o mesmo, muito menos em igual nível.
EUCARISTIA Críticos clamam que os seguidores de Attis celebravam o deus com uma comunhão de vinho e pão. A única menção de tal atividade é quando eles deveriam comer uma refeição santificada por tamborins e címbalos sagrados, apesar de que nunca é mencionado o que eles comiam. Críticos especulavam que era pão e vinho mas isto é improvável considerando que o vinho era restringido durante os festivais de Attis.
CONCLUSÃO As únicas coisas que nós realmente vemos continuando com o pobre Attis é uma grande quantidade de mutilação genital, ressurreições de pinheiros, e descendentes de rios dando a luz a partir de nozes... Nozes certamente vêm à mente em respeito a quem foram que colocam estas duas figuras juntas.
Dionísio (Baco)
Dionísio[87] é mais conhecido como o deus patrono do vinho, apesar de ser considerado o patrono grego e romano de muitos títulos. Isto permite aos críticos fazerem a conecção ilógica entre Dionísio ser o deus do vinho e Jesus bebendo vinho.
NASCIMENTO EM 25 DE DEZEMBRO Não há registros desta data sendo significante para Dionísio. Como Attis, Dionísio é associado com o retorno anual da primavera.
NASCIMENTO VIRGINAL Há dois relatos de nascimento a respeito de Dionísio (nenhum implica em um nascimento virginal):
1. Zeus engravida uma mulher mortal, Semele[88], às custas dos ciúmes de Hera[89]. Hera convence Semele a pedir Zeus para revelar sua glória a ela mas por que nenhum mortal pode olhar para os deuses e viver, Semele é instantaneamente incinerada. Zeus então pega o feto Dionísio e o costura em sua própria coxa até seu nascimento. Fonte[90]
2. Dionísio é o produto de Zeus e Perséfone[91]. Hera se torna insanamente ciumenta e tenta destruir a criança o enviando para os Titãs para matá-lo. Zeus vem salvá-lo mas é muito tarde - os Titãs comeram tudo, menos o coração de Dionísio. Zeus então pega o coração e o implanta no útero de Semele. Como podemos ver, nenhum nascimento virginal ocorre, mas é assim que Dionísio é conhecido como uma deidade do renascimento já que é nascido duas vezes do útero. Fonte[92]
MESTRE VIAJANTE É dito que Dionísio viajou para muito longe (enquanto que Jesus concentrou Seu ministério na Judéia) para ensinar aos homens "os segredos do vinho " (como fazer vinho) e para espalhar seus ritos religiosos. Nunca se creu que ele fosse um mestre espiritual como Jesus.
EUCARISTIA Para celebrar o renascimento de Dionísio depois de ser devorado pelos Titãs[93], membros do culto tomariam ou uma vida humana ou animal, cortariam a vítima membro a membro, e comiam a carne crua. O sacrifício deveria ser comido em uma forma canibalística para que os seguidores pudessem pagar uma homenagem a seu deus. Contudo esta história se relaciona mais com os mitos a respeito de Tantalus que as comunhões cristãs.
ENTRADA TRIUNFANTE Críticos clamam que Dionísio é frequentemente mostrado como montado em uma mula em meio a pessoas balançando galhos de heras. Contudo, esta é somente uma descrição de sua regular comitiva que viajava com ele (não uma específica entrada pré-paixão). Estes indivíduos eram bacantes[94] e sátiros[95] que seguiriam Dionísio com galhos entrelaçados de hera e uvas - símbolos cúlticos representantes do deus do vinho. Jesus por outro lado teve uma específica triunfante entrada depois de entrar em Jerusalém enquanto a população humana balançava galhos de palmeiras (símbolos judaicos). Eu também achei uma profecia messiânica em Gênesis 49:11 (escrita aproximadamente em 1400 A.C. - bem antes de Dionísio) que prediz que Jesus (literalmente) amarraria seu jumento em uma vinha e (simbolicamente) lavaria suas roupas no vinho (uma referência a Sua morte). Não que eu esteja acusando os gregos/romanos de criar uma deidade baseada em uma simples passagem bíblica, mas se quisermos ser técnicos, a Bíblia agrupa estes três objetos muito antes de Dionísio ser um brilho nos olhos da mitologia.
ÁGUA EM VINHO Dionísio era o deus da mitologia que deu ao rei Midas o poder de transformar o que ele tocasse em ouro. Da mesma forma, ele deu às filhas do Rei Anius o poder de transformar o que for que elas tocassem em vinho, milho ou óleo. Considerando que Dionísio era o deus do vinho, isto não seria surpresa. No entanto, apesar de que há relatos onde Dionísio de forma sobrenatural preenche barris com vinho, o ato de transformar água em vinho nunca acontece.
RESSURREIÇÃO O relato de "ressurreição" de Dionísio se origina do conto dele renascer depois do ataque dos Titãs. Como podemos ver, isto não tem nada a ver com a história de ressurreição de Jesus. Além do mais, somos informados de que depois que Dionísio terminou de ensinar seus discípulos seus ritos religiosos, ele ascendeu ao Monte Olimpo para ficar com outras deidades - vivo e bem. Seu renascimento infantil, como Attis, é símbolo do ciclo da vegetação - não a remissão de pecados.
TÍTULOS SIMILARES A seguir há uma lista dos alegados títulos que se clama que Dionísio compartilhava com Jesus. Apesar de que no passado nós fomos capazes de mostrar algumas similaridades obscuras, esta é uma lista de óbvia fabricação:
Rei dos Reis. Dionísio era apenas uma semi-deidade. Zeus era o deus principal de acordo com a mitologia.
Único Filho. Zeus teve muitas relações com mulheres onde ele foi pai de vários outros filhos.
Alfa e Ômega. Dionísio tinha um distinto princípio para sua existência.
Cordeiro de Deus. Dionísio é associado com um touro, serpente, vinho e hera, mas nunca com um cordeiro.
Os títulos que eu encontrei para Dionísio são O Touro, O Atirador de Cabras, A Tocha, Dionísio do Monte, Comedor de Carne, Dionísio do Vinho e Salvador (apesar de que o termo salvador foi atribuído mais tarde a Dionísio por prometer prazer carnal na vida após a morte. A única pessoa que ele salvou do Hades foi sua mãe, Semele).
EM CONCLUSÃO É um absurdo considerar Dionísio como um inspirador para Jesus. Mesmo que os judeus tivessem noção das fábulas a respeito de Dionísio, é improvável que eles usassem este conhecimento para criar o caráter de seu Messiah.
Alegadas deidades crucificadas
Vamos agora examinar uma lista de alegadas deidades que céticos clamam ter sido também crucificadas. Novamente, estas acusações vem até nós de Kersey Graves em seu trabalho já provado errado, Os Dezesseis Salvadores Crucificados.
OSÍRIS: Como explicamos acima, se diz que Osíris morreu após ser enganado por Set. Ele foi preso em um baú e então jogado no Nilo. Também, junto com tudo que eu encontrei, a lenda de Osíris existiu muito tempo antes da crucificação ser inventada!
QUETZALCOATL: Esta alegação é de certa forma engraçada para mim já que Quetzalcoatl[96] era um antigo deus da América do Sul. Como críticos clamam que ele foi uma inspiração para Cristo está além de minha compreensão, já que as Américas não tinham sido descobertas ainda! Além disto, nunca se diz que Quetzalcoatl foi crucificado. Uma lenda declara que ele se queimou vivo de remorso por dormir com uma princesa celibatária enquanto outra nos diz que ele foi consumido por fogo enviado por deuses.
KRISHNA: Novamente, nós já mostramos como se diz que Krishna morreu: Ele foi morto depois de acidentalmente ser atingido por uma flecha de um caçador, enquanto meditava.
TAMMUZ/DUMUZID: Tammuz[97] supostamente foi morto por demônios enviados por Ishtar depois que ela o encontrou em seu trono. Novamente, os mitos a respeito de Tammuz parecem existir antes da prática da crucificação.
ALCESTIS: De acordo com a lenda, Alcestis[98] concordou em morrer no lugar do marido depois que ele fez um acordo com os deuses. Quando o tempo chegou, Alcestis é descrita como estando na cama. Os deuses foram tocados por sua devoção, ficaram com pena dela, e a reuniram com seu marido.
ATTIS: Como já mostramos, se diz que Attis sangrou até a morte depois de ter se castrado.
ESUS/HESUS: A única coisa que pude achar a respeito de Esus[99] (não deve ser confundido pela tradução Portuguesa Jesus) é que seus seguidores participavam de sacrifícios humanos por pendurar uma vítima de uma árvore (não uma crucificação) depois de estripá-lo. Não pude achar nenhuma menção de Esus (algumas vezes associado com os deuses Mercúrio e Marte) sofrendo a morte.
DIONÍSIO: O relato de morte que nós já discutimos em relação a Dionísio o mostra sendo comido vivo pelos Titãs durante sua infância.
INDRA: Em um relato, Indra[100] é engolido vivo pela serpente, Vritra, que depois o cospe fora ao comando de outros deuses. Por que eventualmente ele é salvo, não há de fato nenhum relato de morte a respeito de Indra (muito menos de crucificação).
PROMETEUS: Prometeus[101] foi punido por Zeus sendo acorrentado a uma montanha onde uma águia poderia vir e comer seu fígado diariamente. Posteriormente, Prometeus seria libertado de seu tormento por Hércules.
MITHRAS: Como já declarado neste artigo, nunca se disse que Mithras experimentou a morte mas foi carregado para o céu em uma carruagem, vivo e bem.
QUIRINO: Não pude achar menção de Quirino[102] experimentando a morte. Mesmo quando associado com Rômulo[103] não há relato de morte já que se diz que Rômulo foi levado ao céu ainda vivo. Para explicar este desaparecimento, muitos acusaram o senado de sua morte. Apesar disto, não se fala de nenhuma crucificação ocorrendo.
BEL: Frequentemente associado com Zeus, não pude achar nenhuma menção do babilônico Bel[104] experimentando a morte.
BALI (MAHABALI): É dito que Bali[105] foi forçado a descer (corporalmente) ao submundo depois de ser enganado por Vamana[106], um avatar de Vishnu. Em alguns relatos, se diz que Bali foi solto e coroado rei. De qualquer forma, nenhuma crucificação acontece.
ORFEU: É dito que Orfeu[107] foi morto pelos bacantes enlouquecidos de Dionísio depois de recusar adoração a qualquer deus exceto Apolo.
IAO & WITTOBA: Não pude achar informação sobre as mortes destas duas figuras em qualquer fonte original publicada então eu me contenho de comentar agora para prevenir rumores. Se algum de meus leitores puder me dar referência a reais textos religiosos ou de primeira mão contendo estas duas figuras, eu ficarei feliz de analisá-los. Até lá, eu evitarei postar links onlines até que eu possa verificar a informação.
Conclusão
Apesar de outros autores irem longe para investigar os clamores listados nesta discussão, minha missão era fornecer uma breve sinopse que poderia ajudar o leitor a distinguir entre fatos e ficção. Uma vez que o leitor chegue até as fontes reais eles irão imaginar como tais clamores sequer se originaram. Se algum dos críticos se preocuparam em buscar os fatos por si próprios antes de contribuir para a propaganda, eles seriam capazes de rejeitar tais clamores imediatamente.
Certas coincidências entre Jesus e outras figuras podem ser esperadas por absoluta probabilidade.
Como um exemplo moderno, vamos dar uma olhada em algumas coincidências entre Kennedy e Lincoln como tomadas daqui[108]:
Lincoln foi eleito para o congresso em 1846. Kennedy foi eleito para o congresso em 1946 (Enquanto Kennedy teve sucesso instantâneo na política legislativa e executiva, Lincoln sofreu muitas derrotas).
Lincoln foi eleito presidente em 1860. Kennedy foi eleito presidente em 1960. (Considerando que as eleições presidenciais são feitas a cada quatro anos, isto só é possível em uma a cada 20).
Os nomes Lincoln e Kennedy contém sete letras (Até que nós consideremos seus primeiros nomes que destrói este paralelo).
Ambos foram presidentes durante tempos de grandes mudanças nos direitos civis (Assim foram seus sucessores e vários outros presidentes).
Ambos presidentes foram mortos por uma bala de um assassino em uma sexta-feira (isto só tem uma chance em sete).
Ambos assassinos foram conhecidos por três nomes consistindo de 15 letras (Cada homem não foi sempre referido pelos três nomes. Isto surgiu principalmente depois que eles ganharam notoriedade seguindo os assassinatos).
Ambos assassinos foram mortos antes de seu julgamento (Ambos foram mortos quando capturados. Oswald foi morto dias depois de sua prisão).
Ambos homens foram sucedidos por homens com o sobrenome Johnson (Considerando a popularidade do sobrenome Johnson entre homens brancos, não seria mais que coincidência ao comparar dois mulçumanos que compartilham o nome Mohammed.)
Estas coincidências podem parecer assustadoras a princípio mas realmente não são tão impressionantes assim que dissecadas. Mas em 2000 anos, será que as civilizações futuras vão olhar para trás nos "antigos americanos" e acusar Kennedy de ser uma ficção de nossas imaginações? Vai parecer que estávamos tão intrigados com Abraham Lincoln que nós inventamos um personagem para espelhar um grande herói americano? A mente inteligente que está desejosa de pesquisar e procurar pela verdade por trás de tal propaganda poderá facilmente encontrá-la.
Traduzido por Gustavo, do site: http://www.thedevineevidence.com/jesus_similarities.html
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[1] http://www.reference.com/browse/columbia/Krishna
[2] http://www.pantheon.org/articles/v/vishnu.html
[3] http://www.reference.com/browse/wiki/Kersey_Graves
[4] http://www.spirithistory.com/kgraves.html
[5] http://www.reference.com/browse/columbia/Krishna
[6] http://dictionary.reference.com/search?q=Christ
[7] http://www.reference.com/browse/columbia/Isaiah
[8] http://www.pantheon.org/articles/d/devaki.html
[9] http://www.pantheon.org/articles/v/vasudeva.html
[10] http://www.sacred-texts.com/hin/m12/m12a047.htm
[11] http://www.reference.com/browse/wiki/Kamsa
[12] http://www.sacred-texts.com/hin/db/bk04ch22.htm
[13] http://www.sacred-texts.com/hin/db/bk04ch01.htm
[14] http://en.wikipedia.org/wiki/Krishnajanmabhoomi
[15] http://www.reference.com/browse/columbia/Mathura
[16] http://www.reference.com/browse/wiki/Nanda_%28mythology%29
[17] http://www.sacred-texts.com/hin/db/bk08ch01.htm
[18] http://www.sacred-texts.com/hin/m16/m16004.htm
[19] http://www.sacred-texts.com/hin/m16/m16004.htm
[20] http://www.sacred-texts.com/hin/m07/m07078.htm
[21] http://www.sacred-texts.com/hin/m08/m08090.htm
[22] http://www.reference.com/browse/wiki/Krishna_Janmaashtami
[23] http://www.reference.com/browse/columbia/Buddha
[24] http://www.reference.com/browse/wiki/Suddhodana
[25] http://www.pantheon.org/articles/m/maya.html
[26] http://www.upf.es/materials/huma/central/historia/xinamon/docums/budisdoc/carita.htm
[27] http://www.sacred-texts.com/bud/sbe19/sbe1903.htm
[28] http://www.sacred-texts.com/bud/sbe49/sbe4903.htm
[29] http://dictionary.reference.com/search?q=ascetic
[30] http://dictionary.reference.com/search?q=Brahmans
[31] http://www.sacred-texts.com/bud/bits/bits005.htm
[32] http://www.sacred-texts.com/bud/sbe49/sbe4903.htm
[33] http://www.sacred-texts.com/bud/sbe49/sbe4903.htm
[34] http://en.wikipedia.org/wiki/Buddha#32_Marks_of_the_Buddha
[35] http://www.sacred-texts.com/bud/bits/bits005.htm
[36] http://www.sacred-texts.com/bud/sbe49/sbe4903.htm
[37] http://www.reference.com/browse/wiki/Vesak
[38] http://en.wikipedia.org/wiki/Suddhodana
[39] http://www.sacred-texts.com/bud/bits/bits005.htm
[40] http://www.mahidol.ac.th/budsir/life_02.htm
[41] http://www.sacred-texts.com/bud/btg/btg98.htm
[42] http://www.mahidol.ac.th/budsir/life_10.htm
[43] http://www.sacred-texts.com/bud/btg/btg98.htm
[44] http://www.reference.com/browse/wiki/Bodhi_tree
[45] http://www.pantheon.org/articles/h/horus.html
[46] http://www.pantheon.org/articles/r/re.html
[47] http://www.pantheon.org/articles/h/hathor.html
[48] http://www.pantheon.org/articles/i/isis.html
[49] http://www.pantheon.org/articles/o/osiris.html
[50] http://www.sacred-texts.com/egy/tut/tut05.htm
[51] http://www.pantheon.org/articles/h/hathor.html
[52] http://www.sacred-texts.com/egy/leg/leg22.htm
[53] http://www.pantheon.org/articles/i/isis.html
[54] http://www.sacred-texts.com/egy/leg/leg08.htm
[55] http://www.sacred-texts.com/egy/pyt/pyt54.htm
[56] http://www.pantheon.org/articles/o/osiris.html
[57] http://www.sacred-texts.com/egy/eml/eml05.htm
[58] http://www.digitalegypt.ucl.ac.uk/ideology/khoiak.html
[59] http://www.sacred-texts.com/egy/pyt/pyt37.htm
[60] http://www.sacred-texts.com/egy/ebod/ebod18.htm
[61] http://www.sacred-texts.com/egy/eml/eml05.htm
[62] http://en.wikipedia.org/wiki/Set_%28mythology%29#Desert_god
[63] http://en.wikipedia.org/wiki/Satan
[64] http://www.bartleby.com/65/zo/Zoroaste.html
[65] http://www.bartleby.com/65/hy/Hystaspe.html
[66] http://www.reference.com/browse/wiki/Avesta
[67] http://www.avesta.org/fragment/vytsbe.htm
[68] http://www.pantheon.org/articles/a/ahura_mazda.html
[69] http://www.pantheon.org/articles/h/haoma.html
[70] http://en.wikipedia.org/wiki/Avesta_(Zoroastrianism)#Vendidad
[71] http://www.avesta.org/vendidad/vd19sbe.htm#section1
[72] http://www.avesta.org/znames.htm
[73] http://www.cais-soas.com/CAIS/Religions/iranian/Zarathushtrian/zoroaster_name.htm
[74] http://www.pantheon.org/articles/h/haoma.html
[75] http://en.wikipedia.org/wiki/Gathas
[76] http://www.reference.com/browse/wiki/Mithraism
[77] http://83.1911encyclopedia.org/M/MI/MITHRAS.htm
[78] http://images.search.yahoo.com/search/images/view?back=http%3A%2F%2Fimages.search.yahoo.com%2Fsearch%2Fimages%3Fp%3DMithras%2B%26ei%3DUTF-8%26x%3Dwrt&w=500&h=429&imgurl=harpy.uccs.edu%2Froman%2Fmithras2.jpg&rurl=http%3A%2F%2Fbubba.uccs.edu%2Froman%2Fhtml%2Freligion.html&size=49.2kB&name=mithras2.jpg&p=Mithras&type=jpeg&no=9&tt=3,654&ei=UTF-8
[79] http://en.wikipedia.org/wiki/Messiah
[80] http://www.reference.com/browse/columbia/Attis
[81] http://www.pantheon.org/articles/a/agdistis.html
[82] http://www.pantheon.org/articles/z/zeus.html
[83] http://en.wikipedia.org/wiki/Sangarius
[84] http://en.wikipedia.org/wiki/Nana_%28mythology%29
[85] http://www.pantheon.org/articles/g/great_mother.html
[86] http://www.pantheon.org/articles/c/cybele.html
[87] http://www.pantheon.org/articles/d/dionysus.html
[88] http://www.reference.com/browse/columbia/Semele
[89] http://www.reference.com/browse/columbia/Hera
[90] http://www.pantheon.org/articles/s/semele.html
[91] http://www.pantheon.org/articles/p/persephone.html
[92] http://www.pantheon.org/articles/d/dionysus.html
[93] http://en.wikipedia.org/wiki/Titans
[94] http://www.reference.com/browse/columbia/maenads
[95] http://www.reference.com/browse/columbia/satyr
[96] http://www.reference.com/browse/columbia/Quetzalc
[97] http://www.reference.com/browse/columbia/Tammuz
[98] http://www.reference.com/browse/columbia/Alcestis
[99] http://www.reference.com/browse/wiki/Esus
[100] http://www.pantheon.org/articles/i/indra.html
[101] http://www.pantheon.org/articles/p/prometheus.html
[102] http://www.pantheon.org/articles/q/quirinus.html
[103] http://www.reference.com/browse/columbia/Romulus
[104] http://www.pantheon.org/articles/b/bel.html
[105] http://www.pantheon.org/articles/b/bali.html
[106] http://www.pantheon.org/articles/v/vamana.html
[107] http://www.pantheon.org/articles/o/orpheus.html
[108] http://www.snopes.com/history/american/linckenn.htm
Documentário: Em Defesa de Cristo
Publicado em fevereiro 5, 2010 por Seventh Day
Os evangelhos biblicos são documentos confiáveis? Cristo realmente existiu? Há alguma razão para se crer que a ressurreição de Jesus foi um evento histórico verdadeiro? Neste documentário, Lee Strobel apresenta uma pesquisa detalhada sobre as evidências históricas da existência de Jesus, seu ministério, morte e ressurreição. Este vídeo, baseado no livro Em Defesa de Cristo (Editora Vida), é indispensável a toda pessoa que deseja conhecer melhor o que há de concreto em pesquisa histórica sobre este judeu palestino do século I.
Para assistir ao documentário clique sobre os links abaixo:
Parte 01 / Parte 02 / Parte 03 / Parte 04 / Parte 05 / Parte 06 / Parte 07 / Parte 08
Publicado em fevereiro 5, 2010 por Seventh Day
Os evangelhos biblicos são documentos confiáveis? Cristo realmente existiu? Há alguma razão para se crer que a ressurreição de Jesus foi um evento histórico verdadeiro? Neste documentário, Lee Strobel apresenta uma pesquisa detalhada sobre as evidências históricas da existência de Jesus, seu ministério, morte e ressurreição. Este vídeo, baseado no livro Em Defesa de Cristo (Editora Vida), é indispensável a toda pessoa que deseja conhecer melhor o que há de concreto em pesquisa histórica sobre este judeu palestino do século I.
Para assistir ao documentário clique sobre os links abaixo:
Parte 01 / Parte 02 / Parte 03 / Parte 04 / Parte 05 / Parte 06 / Parte 07 / Parte 08
Osíris e Hórus: Protótipos do Jesus da Fé?
Publicado em fevereiro 10, 2010 por Seventh Day
Resumo: O presente artigo analisa a proposição de que a narrativa da vida de Jesus Cristo apresentada no Novo Testamento consiste numa transposição detalhada do mito egípcio dos deuses Osíris e Hórus, conseqüentemente não podendo ser caracterizada como verdade histórica. Inicialmente, o autor descreve e comenta o que é possível se conhecer acerca do mito de Osíris-Hórus principalmente a partir das fontes originais hieroglíficas e pictográficas. Em seguida, examina os principais argumentos utilizados pelos defensores da idéia de um “Jesus mítico” derivado dos relatos religiosos do antigo Egito. O objetivo central do trabalho é o de verificar a plausibilidade de tais argumentos, analisando se realmente são válidos como prova de que o Jesus dos Evangelhos é, na verdade, um mito.
Introdução
Em junho de 2007 foi lançado no serviço Google Vídeo da Internet um documentário independente denominado Zeitgeist,1 produzido pelo diretor norte-americano Peter Joseph. Devido ao seu conteúdo agressivo, polêmico e intrigante, tornou-se, em poucos meses, um fenômeno de audiência (8 milhões de acessos somente até novembro daquele ano).
O filme se divide em duas partes, a primeira das quais foi ironicamente intitulada “The Greatest Story Ever Told” (“A Maior História Já Contada”), em referência a uma das mais célebres obras cinematográficas sobre a história de Jesus Cristo. Nessa seção o diretor trabalha a idéia de que o Jesus divino da fé cristã é um híbrido literário, astrológico e mitológico. De acordo com o filme, a biografia de Jesus nos evangelhos canônicos teria sido construída a partir da junção de aspectos variados de uma grande quantidade de lendas da antigüidade. A tese do autor é a de que o culto a Jesus faz parte de um estratagema especificamente forjado nos primeiros séculos da era cristã pelas autoridades seculares e religiosas com o intuito de sujeitar e explorar os povos.
O presente artigo pretende explorar um dos mais importantes mitos relacionados pelo documentário Zeitgeist como prototípicos da história de Jesus descrita nos evangelhos: a lenda egípcia dos deuses Osíris e Hórus. A primeira parte do trabalho contém uma tentativa de reconstrução do mito egípcio a partir das fontes originais hieroglíficas e pictóricas disponíveis na atualidade pelo esforço de arqueólogos e egiptólogos. Também são aproveitadas observações de diversos autores especializados em mitologia egípcia.
Traçado o resumo do mito de Osíris-Hórus em seus aspectos mais importantes, o artigo investiga, na seqüência, os principais argumentos utilizados na defesa de que a história do Jesus adorado pelos cristãos deriva da narrativa egípcia, cujos registros são vários séculos mais antigos do que os evangelhos. A análise pretende levantar o que existe de plausível nessas colocações e o que pode ser descartado a partir da comparação dos aspectos de uma narrativa com os da outra. O objetivo final é o de verificar se os argumentos são válidos como prova de que o Jesus dos evangelhos é, na verdade, um mito.
O principal expoente dentre os autores que advogam a tese do “Cristo mítico” com base no estudo do mito de Osíris-Hórus, é o egiptologista inglês Gerald Massey,2 cujos argumentos foram publicados, pela primeira vez, no final do século 19. Três obras suas são citadas como fontes para o documentário Zeitgeist.3 Outros estudiosos que igualmente se opõem à veracidade histórica do Jesus da fé devido à suposta derivação da narrativa egípcia também foram pesquisados para este artigo,4 mas como suas colocações praticamente transcrevem o material produzido de antemão por Massey, a análise tomou como objeto majoritariamente a obra deste último autor.
O tema é, sem dúvida, importante para os dias de hoje. O cristianismo é a maior religião do planeta em número de adeptos. Sua legitimação depende da total veracidade dos eventos da vida de Jesus Cristo narrados nos evangelhos, tornando-se óbvias as implicações de uma desconstrução da unidade narrativa evangélica que revele a história bíblica como não passando de expressão mítica. Diante da acusação feita contra o cristianismo como sendo um instrumento de controle e coação das massas usado pelos poderes políticos e eclesiásticos, torna-se em extremo relevante verificar se a história que serve de base àquela religião é verossímil e merece confiança.
Uma tentativa de reconstrução do mito de Osíris-Hórus
O culto funerário do deus Osíris, no qual o deus Hórus e outras divindades do panteão egípcio tomam parte relevante, ganhou enorme preponderância no Egito a partir da fase histórica denominada de Médio Império (2160-1580 a.C.). Ele enfatiza dois dos elementos mais especialmente focados pela religiosidade humana: a ressurreição e o juízo pós-morte.
Antes que se esboce aqui o mito em questão, será extremamente útil para o propósito deste trabalho esclarecer que a literatura religiosa do antigo Egito foi trazida à luz de forma bastante fragmentária pelas descobertas arqueológicas, e, portanto, não apresenta uma conveniente sistematização das narrativas mitológicas desenvolvidas nessa região em passado tão distante, que remonta a milhares de anos antes de Cristo. Em não poucos casos, do estudo e comparação dos textos encontrados nos papiros, paredes, colunas e objetos extrai-se significação enigmática ou mesmo algum grau de contradição entre as informações. Para uma idéia dessa dificuldade, observe-se os seguintes comentários:
Os Textos da Pirâmide exprimem quase exclusivamente as concepções relativas ao destino do rei depois da morte. Apesar do esforço dos teólogos, a doutrina não está perfeitamente sistematizada. Descobre-se uma certa oposição entre concepções paralelas e, por vezes, antagônicas.5
As grandes composições religiosas, tais como o Livro dos Mortos , chegaram até nós num triste estado e estão cheias de enigmas; a sua fraseologia oca, as suas metáforas extravagantes, os seus jogos etimológicos se chocam, quando não são ininteligíveis ou destituídos de sentido. … Muitas figuras divinas foram transformadas pela mitologia até ficarem irreconhecíveis.6
Tal situação por si já constitui uma barreira colossal à tentativa de encontrar uma contrapartida no mito egípcio de Osíris-Hórus para os diversos detalhes da vida de Jesus. Destacado esse ponto, passa-se agora à recuperação do mito egípcio em suas linhas gerais.
Osíris e Hórus eram, em princípio, adorados como divindades solares. Há vários exemplos de representação desses deuses tanto identificados com o disco solar, quanto levando o disco solar sobre a cabeça.7 Além disso, freqüentemente esses deuses são tomados um pelo outro.8
A narrativa do mito osiriano pode ser reconstituída apenas de forma fragmentária a partir das fontes antigas, principalmente dos textos e imagens do chamado Livro dos Mortos . Esses textos apresentam Osíris como sendo previamente mortal e tendo sido assassinado pelo seu invejoso irmão, o deus Set.9 Ísis é a esposa sofredora que localiza o corpo sem vida do marido e coabita com ele por meio de feitiçaria, concebendo uma criança: o deus Hórus.10 Esse filho é criado pela deusa longe das vistas de Set, em um lugar secreto entre os pântanos de papiro do delta do Nilo.
Novo ato do drama tem início quando Set, descobrindo o esconderijo, aprisiona mãe e filho em uma casa, da qual ambos escapam ajudados pelo deus Tot. Em sua fuga, são protegidos por sete escorpiões, um dos quais pica seu filho, que vem a morrer. Então ela e sua irmã Néftis clamam a ajuda do deus Rá, o qual envia Tot com palavras mágicas que restauram Hórus à vida e à saúde.11
Interessante como possa parecer, a lenda da ressurreição de Hórus é um episódio periférico em relação ao ponto central do mito: a ressurreição de Osíris.12 Certos autores sugerem que a força de apelo do mito está na crença de que Osíris fora inicialmente um ser humano (o rei do Egito, conforme a exposição de Plutarco)13 que foi morto de maneira vil, mas ressuscitou para ser o senhor supremo do mundo inferior, o grande juiz dos mortos.
Uma tradição sobre a ressurreição de Osíris informa que seu corpo foi reconstituído por Ísis, Hórus e Anúbis,14 agindo sob instruções do deus Tot: Boa porção de cerimônias mágicas parecem ter sido introduzidas no processo, as quais, por sua vez, passaram a ser utilizadas pelos sacerdotes no caso de todo egípcio morto em conexão com o embalsamamento e sepultamento do morto na esperança da ressurreição. Osíris, entretanto, foi reputado como a causa principal da ressurreição humana, sendo ele capaz de conferir vida após a morte por havê-la alcançado.15
Com relação ao retorno de Osíris à vida, é notável a ênfase dada ao respeito filial de Hórus pela memória do pai assassinado, atitude cuja lembrança conquistou muita honra entre os egípcios. Saussaye informa que foi Hórus quem fixou os detalhes da mumificação16 do deus, estabelecendo o padrão para todo filho egípcio piedoso. A esse respeito, ele foi considerado o “ajudador dos mortos” (tal como havia sido o auxiliador de Osíris), e tido como o mediador entre eles e os juízes do Duat . Assim, os seres humanos passaram a ansiar pela assistência de Hórus após a morte como guia ao mundo inferior, e também por sua atuação como mediador no juízo a favor deles.17
Após a ressurreição de Osíris, ocorre uma batalha entre Hórus e Set pelo trono do falecido rei.18 Essa batalha é vencida por Hórus, que então desce à terra dos mortos para dar a Osíris a boa notícia de sua coroação como legítimo sucessor do pai.19 Finalmente, há um aspecto bastante interessante em relação à morte de Osíris e a vitória de Hórus sobre as forças do mal, encarnadas em Set. A história de Osíris e Hórus era reencenada em cada processo de morte e sucessão do rei no trono do Egito. No entanto, Osíris progressivamente tornou-se o modelo exemplar não somente para os soberanos, mas também para cada indivíduo. Seguindo o seu exemplo, os falecidos conseguem transformar-se em “almas”, ou seja, em seres espirituais perfeitamente integrados.20
Análise da comparação de Jesus com Osíris-Hórus
Traçado um esboço geral do mito de Osíris-Hórus em seus aspectos mais importantes, passa-se agora à menção e análise dos principais argumentos pelos quais diversos autores têm proposto que a narrativa encontrada nos evangelhos acerca de Jesus Cristo deve ser encarada como uma recuperação posterior do mito egípcio.
Para S. Brandon, “em termos de fenomenologia das religiões, Osíris é uma prefiguração de Cristo como deus morto e ressuscitado, e como salvador, embora sua morte não fosse interpretada em sentido soteriológico”.21 De acordo com esse argumento, retomando o mito do deus Osíris – que passou pelo estágio humano,22 foi morto de maneira violenta e ressuscitou, passando a ser o juiz-salvador da humanidade –, os evangelhos também apresentariam um deus-homem (Jesus Cristo) que morre de forma chocante e ressurge para ser juiz-salvador do mundo.
Seria incorreto negar a existência de certa semelhança. No entanto, alguns contrastes em detalhes fundamentais de ambas as histórias são irreconciliáveis:
1) No mito egípcio, Osíris é filho de uma divindade inferior, Geb (o deus da terra), amante de Nut, que é a esposa infiel de Rá, o chefe supremo dos deuses. Outros quatro irmãos gêmeos são com ele gestados – Ísis, Néftis, “Hórus, o ancião”, e Set, sendo que Ísis é a consorte de Osíris desde o ventre materno. De Osíris e Ísis nasce o deus “Hórus, o filho”, enquanto o deus Anúbis nasce de um relacionamento extra-conjugal de Osíris com sua irmã Néftis.23 Esse complicado emaranhado politeísta no qual Osíris se encontra envolvido, bem como a marcante atribuição aos deuses de caracteres naturalistas24 e de paixões humanas inferiores – especialmente do sexo adúltero e incestuoso – destoa radicalmente da singularidade exclusivista e da moralidade de Cristo nos evangelhos. Ele é descrito como Deus, junto com Deus-Pai (João 1:1-3),25 e, em sua encarnação, como o único de sua espécie (do grego monoguenês , cf. João 3:16). Quanto a Ele não há referência a consortes ou descendentes, pois sua encarnação se deu pelo propósito específico da redenção do mundo (João 3:17). Sua ética conjugal exclui a possibilidade do adultério como algo tolerável entre os homens (Mateus 19), do que se deduz que tal prática é incompatível com a divindade.
2) O Osíris “humano” antes do assassinato é identificado com o primeiro faraó do Egito, responsável pela organização do reino temporal. Mas Jesus Cristo, em sua encarnação, nasce e é criado no modesto ambiente de uma família judaica pobre. Em nenhum momento de sua vida e ministério terrestres Ele reivindica para si trono temporal, uma vez que seu reino não estaria neste mundo, sendo de outra natureza (João 18:36).
3) A mais importante diferença entre Osíris e Jesus Cristo diz respeito à missão soteriológica de cada um. Não há espaço para a doutrina da expiação do pecado no culto egípcio, enquanto ela é o ponto central da religião judaico-cristã. Osíris é enganado e assassinado por seu irmão Set, ao passo que Jesus Cristo é senhor de sua morte, conhecendo-a de antemão e voluntariamente rumando em direção a ela. Osíris é salvador da humanidade apenas no sentido da sua ressurreição, que abre precedente para as demais ressurreições; relativamente à sua fase humana não há referência a qualquer missão redentiva, e, ao tornar-se o grande juiz dos mortos no mundo inferior, outros deuses é que defendem a alma do defunto perante ele. Por outro lado, a salvação provida por Cristo é bem mais ampla: Ele sela sua posição como salvador do mundo por ocasião da consumação de sua morte, a qual substitui a humanidade culpada no castigo pelos pecados, apagando-os (1 Coríntios 15:3); pela graça de Deus os seres humanos que confessam seus pecados e aceitam o sacrifício expiatório de Cristo são tornados justos e, por ocasião do juízo, poderão comparecer irrepreensíveis perante a divindade (1 João 1:9); a obra salvífica de Jesus prossegue no Céu após a sua ressurreição, onde Ele realiza um ministério intercessor a favor dos pecadores com base ainda no seu sacrifício (Hebreus 7:25). No culto osiriano, por outro lado, sem o benefício da expiação, o falecido simplesmente tem suas obras pesadas numa balança diante de Osíris pelo deus Anúbis.26
4) Decorrendo da questão exposta acima, emerge uma quarta divergência: no Livro dos Mortos não existe uma única linha que permita supor a possibilidade de a alma vir a se perder por ocasião do juízo.27 No Novo Testamento, ao contrário, a previsão de perdição eterna para os que não aceitarem o plano divino é constante e incisiva (Mateus 25:31-46; Marcos 16:16; 2 Tessalonicences 1:7-9).
Outro argumento diretamente relacionado a Osíris vem do professor de mitologia comparada Joseph Campbell, e é, para dizer o mínimo, indigno do renome desse especialista. Sempre tomando como base o texto de Plutarco ( De Iside et Osiride ), o autor sugere que a transformação de Ísis em andorinha – quando esta sobrevoa com lamentações a árvore que envolve o sarcófago com o corpo de Osíris recém descoberto – constitui uma antecipação da imagem do Espírito Santo descendo, corporificado numa pomba, sobre Jesus no seu batismo.28 O fundamento para tal analogia é por demais frágil.
Não é apenas com Osíris que Jesus Cristo é comparado. Muitas colocações que vinculam a narrativa evangélica à religião egípcia se centralizam na figura de “Hórus, o filho”. Antes de abordá-los será proveitoso considerar uma observação mencionada pelo erudito ateu John G. Jackson, destacado defensor da idéia do “Cristo mítico”:
Em linhas gerais, o deus-sol Hórus pode ser distinguido de seu homônimo, o filho de Osíris, pela posse de certos títulos que variam de acordo com as províncias ou cidades nas quais ele era adorado. Com o passar do tempo, cada uma das diferentes formas do deus-sol Hórus, diferenciada das outras por um distinto epíteto, veio a ser considerada como uma divindade independente, e freqüentemente encontramos muitas divindades duplicadas sendo adoradas contemporaneamente, como se elas não tivessem relação uma com a outra, em períodos posteriores da história do Egito.29
A consideração acima leva à conclusão de que a recuperação na atualidade do mito original de Hórus, dada a diversidade de formas (com suas características peculiares) desse deus adoradas pelos egípcios ao longo dos séculos, é tarefa complicadíssima que não pode ser satisfeita senão de modo imperfeito.30 Feita essa ressalva, continua-se a análise.
Para começar, Campbell afirma que a figura de Maria como mãe da criança salvadora já era encontrada na história de Ísis e Hórus. “ O antigo modelo para a Madona, na verdade, é Ísis amamentando Hórus”,31 diz o especialista em mitologia comparada. Tal afirmação merece crédito, pelo menos em parte. É fato arqueologicamente comprovado que o culto à deusa Ísis foi incorporado à religião romana e sobreviveu até o início da oficialização do cristianismo por Constantino, no quarto século d.C., havendo templos dedicados à deusa Ísis em cidades como Roma e Pompéia. Quando o culto a Maria, fundado em premissas extra-bíblicas, começou a estabelecer-se em definitivo na igreja cristã do início da Idade Média,32 ele acabou por incorporar certos elementos do culto de Ísis e de outras deusas, e, de certa forma, passou mesmo a identificar-se com esses cultos.33 Dessa forma, não é extraordinário que as esculturas medievais da virgem Maria amamentando o menino Jesus guardem grande semelhança com as esculturas de Ísis amamentando seu filho Hórus.34 No entanto, esse sincretismo tardio não pode ser usado como evidência de que a história do nascimento de Jesus é uma repetição modificada da história do nascimento de Hórus, já que a adoração a Maria é uma prática estranha à Bíblia. Quanto à identificação de Maria com Ísis com base no fato de haver engravidado de Deus, três aspectos enfraquecem significativamente o argumento: 1) a diferença brutal entre a forma como aconteceu a concepção em cada uma das narrativas;35 2) o fato de que Maria dos evangelhos é a humilde serva humana que aceita passivamente uma determinação divina, enquanto Ísis é uma poderosa deusa que deliberadamente coabita com um deus em estado de passividade; e 3) Maria é uma virgem ainda não desposada, enquanto Ísis é a esposa que já vivia maritalmente com seu esposo divino antes que Set o matasse.
Considera-se, a partir de agora, os principais pontos abordados na comparação do evangelho com o mito osiriano feita por Gerald Massey, ferrenho promotor da tese de que o culto a Jesus Cristo é uma continuação da religião solar egípcia. Um dos primeiros argumentos que figuram em Ancient Egypt, Light of the World dirige a atenção para a iconografia cristã primitiva e medieval, que consagrou as imagens de Jesus (e, evidentemente, de Maria e dos diversos outros santos) com o halo redondo de luz sobre a cabeça, o que seria uma reminiscência do disco solar sobre a cabeça de Rá e Hórus.36 Há grande probabilidade de o argumento, como no caso anterior, ser procedente,37 mas apenas em relação à religião cristã desenvolvida a partir do século quarto, não à dos tempos apostólicos. Pode-se assegurar documentalmente que Constantino cristianizou o Império Romano por meio da fusão da religião de Cristo com o culto aos deuses tradicionalmente venerados pelo povo. Dessa forma, à semelhança do que ocorreu no caso de Maria, o culto à divindade solar foi perpetuado no império através da adoração a Jesus Cristo.38 Uma vez que a cultura religiosa romana havia assimilado elementos do culto egípcio, não é difícil admitir que alguns desses elementos, quando efetuada a mescla com o cristianismo, tenham realmente sido transferidos à pessoa divina de Cristo. Mas vale ressaltar uma vez mais: tal sincretismo, muito posterior ao relato dos evangelhos, não pode ser usado como argumento comprometedor da veracidade histórica da narrativa da vida de Jesus.
Alguns raciocínios de Massey são tão complicados – e, por vezes, inusitados –, que se tornam difíceis de acompanhar. Por exemplo, ele assegura que a palavra grega Cristós (“ungido”) deriva de uma antiga palavra egípcia para múmia, krst .39 Sua pretensão é a de que o ritual do embalsamamento e mumificação, que encontra no mito do deus-defunto Osíris seu grande modelo e protótipo, é repetido simbolicamente na unção de Jesus em duas ocasiões: em seu batismo e, mais especialmente, no episódio da unção em Betânia (Marcos 14:1-9), no qual o próprio Cristo afirma que Maria Madalena o havia ungido para a sua sepultura (v. 8). Massey acredita que, assim como a mumificação (processo no qual se utilizava grande quantidade de óleos aromáticos) prenunciava no mito egípcio a ressurreição luminosa de Osíris como rei-juiz e a inauguração do ministério de guia e intercessão de Hórus, igualmente na história “mítica” de Jesus sua unção abre para Ele o caminho para uma nova e luminosa fase divina a partir da ressurreição.
Em primeiro lugar, cumpre esclarecer que a palavra Cristós é o termo grego utilizado como sinônimo para a palavra hebraica Mashiah (“Messias, ungido”), que, em diversas passagens do Antigo Testamento, refere-se à pessoa de Cristo com séculos de antecipação.40 Mesmo que se pudesse comprovar de forma cabal (e não é) uma derivação etimológica do termo grego a partir da palavra egípcia, isso não seria evidência comprometedora do evangelho, pois Cristós é apenas o sinônimo para a palavra hebraica mais antiga. Em segundo lugar, o autor parece tentar encaixar de forma um tanto forçada os detalhes da narrativa dos evangelhos no ritual de mumificação de Osíris.41 Entretanto, ambos os episódios citados por Massey possuem nos evangelhos significação toda particular, e as delicadas nuances envolvidas em cada um deles42 reduzem sensivelmente a possibilidade de que derivem do mito da unção da múmia osiriana.
Outro ponto em que Massey insiste repetidamente é o de que Hórus no mito aparece em dois estágios de idade, infante e adulto, sem que haja qualquer menção do que ocorreu no período transcorrido entre esses estágios. “Era um mistério genuinamente egípcio o de um menino que, aos 12 anos de idade transforma-se, de repente, em um adulto de 30”, afirma o egiptólogo, tentando estabelecer um vínculo com o fato de a Bíblia silenciar quanto aos eventos transcorridos durante os anos da juventude e início da maturidade de Jesus.43 Como ele pode saber, entretanto, que o Hórus do mito tinha exatamente 12 anos quando foi restaurado à vida (o último evento mencionado antes que ele apareça como o vingador de seu pai) e 30 quando de sua batalha contra Set? Aparentemente, o autor está apenas especulando ao explorar de modo forçado uma coincidência que parece secundária.
Também se afigura como pura especulação a denúncia feita por Massey de que a história de Jesus é um híbrido literário onde teriam sido enxertados certos aspectos da astrologia egípcia, à qual o mito osiriano se encontrava amalgamado.44 Para o autor, a escolha do número 12 para quantificar os discípulos que acompanharam Jesus em seu ministério indica uma clara referência dos escritores dos evangelhos aos signos do zodíaco egípcio. Massey afirma que Hórus, como o deus solar, é a figura central do esquema astrológico, funcionando como um “professor”45 dos outros deuses. Suas considerações podem ser sintetizadas no seguinte trecho:
Nós queremos, então, mostrar que os típicos 12, chamados apóstolos ou discípulos, numa linguagem mais antiga, origiaram-se de 12 personagens que representavam doze poderes estelares na mitologia astronômica, aos quais foram dados tronos para serem governantes em 12 signos do zodíaco ou no céu. Estes são designados como os 12 preservadores ou salvadores do tesouro da luz. Eles formam o ciclo de 12 deuses menores em torno do deus-sol no cume do monte.46
A fragilidade da argumentação astrológica acima descrita é flagrante, uma vez que o aparecimento do horóscopo é tardio no Egito. Foi apenas no período dos Ptolomeus (323 a 31 a.C.) que os egípcios adotaram o esquema astrológico do zodíaco babilônico, e isto pela via indireta grega.47 É impossível indicar com exatidão – e isto o próprio Massey reconhece – os deuses do panteão egípcio que compunham o zodíaco, pois os vestígios arqueológicos apontam em diversas direções. Assim, ora temos Hórus incluído na lista, ora fora dela. Rá está presente em algumas representações, em outras não. A lista sugestiva de Massey exclui Tot, que, no entanto, aparece em diversos círculos zodiacais.48 Não se pode afirmar com segurança, portanto, que o Jesus dos evangelhos é o Hórus solar do zodíaco egípcio.
Diversos argumentos na obra de Massey não podem ser levados a sério, tão desprovidos estão de fundamento sensato.49 Uma última colocação do autor, no entanto, merece ser explorada: com base no mito osiriano recontado por Plutarco, o autor defende que assim como a morte de Osíris é precedida pela traição executada por alguém muito próximo a ele (seu irmão gêmeo Set), também a morte de Jesus é precedida nos evangelhos pela traição perpetrada por alguém muito próximo (seu discípulo Judas).50 Ainda de acordo com ele, ambos os traidores desejam auferir vantagem de seu reprovável ato, e, em ambas as narrativas, a traição acontece em meio a um banquete, que é a “última ceia”.51 Não se pode negar que haja similaridades, como também não se deve ignorar a probabilidade de tais semelhanças constituírem meras coincidências, e não necessariamente impliquem numa recontagem da história anterior. De qualquer modo, existem diferenças marcantes nesse caso: 1) Set trama e executa a morte de Osíris, enquanto Judas trai seu mestre sem vistas à sua morte; 2) no mito egípcio não há em Set, ao ocupar o trono do irmão morto, o mínimo traço de consciência pesada, enquanto a história do remorso e suicídio de Judas é um evento importante nos evangelhos; e 3) o banquete dos deuses referido por Plutarco, na medida em que é uma ocasião de lazer festivo regado a muita bebida embriagante, parece diametralmente oposto à singela, restrita e reverente ceia pascal que antecede a prisão de Jesus, cujo significado espiritual é um aspecto vital no Novo Testamento.
Conclusão
A comparação da história de Jesus narrada nos evangelhos com a história de Osíris-Hórus destacada na religião do Egito, permite concluir o seguinte: as tentativas de atribuir ao relato neotestamentário a condição de transposição literária do antigo mito egípcio simplesmente não se sustentam.
Em primeiro lugar, o mito egípcio tal como era conhecido na época do Antigo Império não se deixa recompor senão de modo muito fragmentário e cheio de lacunas. Diferentes tradições do mito desenvolveram-se paralelamente e sabe-se que, ao longo dos séculos, o mito sofreu alterações que muito provavelmente devem ter contribuído para descaracterizar sensivelmente a história original. O único relato contendo uma sistematização do mito provindo da antigüidade é uma obra tardia do primeiro século d.C.
Em segundo lugar, muitos dos argumentos utilizados pelos advogadores da idéia do “Jesus Mítico” concentram-se em aspectos de uma fase da religião cristã em que os princípios bíblicos sofreram um processo de mescla com elementos da cultura religiosa do Império Romano, à qual, por sua vez, já se haviam amalgamado diversos aspectos cultuais de outras nações, inclusive a egípcia. Nesse caso, a presença de certos detalhes da religião egípcia misturadas ao culto cristão após o quarto século não servem de argumento válido contra a veracidade histórica da narrativa da vida de Jesus segundo aparece nos evangelhos.
Finalmente, a análise das comparações específicas dos eventos narrados no Novo Testamento com o mito egípcio de Osíris-Hórus revela muita especulação e conclusões mal fundamentadas por parte dos defensores da tese do “Jesus mítico”. Gerald Massey, que, mais de um século após a sua morte, continua sendo o grande expoente desse grupo, traçou paralelos tão forçados, que chegam a ser absurdos. Quando algumas das semelhanças por ele apontadas realmente procedem em relação a um evento ou doutrina, tem-se, ao mesmo tempo, diversos outros aspectos tão completamente diferentes, que relegam aquelas similaridades ao terreno das coincidências. Além disso, dentro da bibliografia pesquisada para este artigo, uma leitura das obras que apresentam o Jesus divino do cristianismo como derivando do mito osiriano (desde Massey no século 19, até, por exemplo, Tom Harpur, que ainda vive nos dias atuais), revela uma característica marcante em todas elas: a quase total ausência de referências às fontes documentais originais.
Sendo assim, o presente estudo permite concluir que a veracidade histórica dos eventos narrados nos quatro evangelhos do Novo Testamento acerca da vida de Jesus Cristo, adorado como Deus pelos cristãos durante os últimos 2 mil anos de história, não pode ser contraditada com base na comparação entre esses eventos e a mitologia egípcia.
Artigo de Renato Groger – Pastor e Jornalista. Diretor da Imprensa Universitária Adventista (UNASPRESS)
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Notas
1 Zeitgeist é um termo alemão cuja tradução em português é “ espírito de época” ou “ espírito do tempo” . O Zeitgeist significa, em suma, o conjunto do clima intelectual e cultural do mundo, numa certa época, ou as características genéricas de um determinado período de tempo ( Wikipedia , enciclopédia virtual, acessada em 18/11/2008, ver verbete “zeitgeist” ).
2 Gerald Massey (1828-1907) é o nome mais freqüentemente citado como fonte pelos autores que defendem a narrativa bíblica da vida de Jesus como sendo o mito de Hórus recontado. Em sua obra Ancient Egypt, Light of the World (Whitefish, Montana: Kessinger Publishing, 1990), um exaustivo estudo da religião egípcia com mais de 900 páginas – republicado até os dias de hoje –, o autor traça diversos paralelos entre Jesus e Hórus.
3 No website oficial do filme, http://www.zeitgeistmovie.com/sources.htm, são listadas, além de Ancient Egypt, Light of the World , as seguintes obras de Massey: The Historical Jesus and the Mythical Christ ( New York: Cosimo Classics, 2006) e Egyptian Book of the Dead and the Mysteries of Amenta ( Mineola, NY: Dover Publications, s.d.) .
4 Além do material de Gerald Massey, as obras pesquisadas foram as seguintes: Acharya S, The Christ Conspiracy: The Great Story Ever Sold (Kempton: Adventures Unlimited Press, 1999); Joseph Campbell, O Poder do Mito (São Paulo: Palas Athena, 1990); Edward Carpenter, Pagan and Christian Creeds: Their Origin and Meaning (San Diego: Book Tree Publishing, 1998); Tom Harpur, The Pagan Christ (New York: Walker & Company, 2005) e John G. Jackson, Christianity Before Christ (Austin: American Atheist Press, 1985). Massey apresenta o estudo mais exaustivo.
5 Mircea Eliade, História das Crenças e das Idéias Religiosas , tomo 1, vol. 1 (Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1983), 120. Os Textos da Pirâmide são uma coleção de textos egípcios religiosos da época do Antigo Império que constituem os mais antigos escritos sagrados de que se tem notícia no mundo. Os Textos da Pirâmide eram reservados exclusivamente ao faraó e não continham ilustrações. As magias ou cânticos presentes nessa coleção objetivavam proteger o faraó contra a corrupção, preservando seu corpo após a morte e ajudando-o a alcançar o paraíso.
6 Chantepie de La Saussaye, História das Religiões (Lisboa: Editorial Inquerito, 1940), 106. O Livro dos Mortos era uma coletânia de feitiços, fórmulas mágicas, orações, hinos e litanias escritos em rolos de papiro que eram depositados ao lado das múmias nos túmulos. O objetivo desses escritos era o de ajudar o falecido em sua viagem pelo mundo subterrâneo até o paraíso chamado Duat .
7 Veja, por exemplo, um fragmento do texto da seção 126 do Livro dos Mortos com respeito a Hórus: “Honra a vós, oh deuses, de corpos isentos de maldade, que vivis de justiça e de verdade e vos nutris delas na presença do deus Hórus, que habita em seu divino disco ” (Juan A. G. Larraya, trad., El Libro de los Muertos [Barcelona: José Janés Editor, 1953], 203, grifo acrescentado). Cumpre colocar que a tradução do Livro dos Mortos utilizada como fonte neste artigo foi produzida por Larraya a partir do material da chamada Terceira Recensão (ou Recensão Tebana), que se apresenta na forma de papiros que estiveram em uso da 18ª à 20ª dinastia. Esses papiros apresentam grande número de vinhetas ilustrativas com as cenas de juízo. Na realidade, na raiz desses mitos encontra-se o fascínio humano pelos eventos naturais. Assim, Osíris representa em sua morte o sol se pondo, enquanto que o filho Hórus, que lhe assume trono, representa o sol nascente.
8 Note a forma como se estabelece ora a identidade, ora a relação filial entre Rá e Osíris na seção 21 do Livro dos Mortos : “Ontem és Osíris, amanhã és Rá, … no dia em que comemoramos o festival do encontro do defunto Osíris com seu pai Rá. … És Osíris, ou como outros dizem, Rá é seu nome” (ibid., 49).
9 As representações do deus Osíris exibem-no como “o deus-defunto redivivo”, geralmente com o corpo envolto nas bandagens e em posição estática, ao contrário dos outros deuses, que aparecem caminhando ou realizando outros atos. Observe a seguinte passagem da seção 51 do Livro dos Mortos : “Oh, tu que não podes te mover [referindo-se aqui ao defunto que se apresenta diante do tribunal divino], semelhantemente a Osíris. … Oh, tu, cujos membros não se movem, como os de Osíris” (Larraya, El libro de los Muertos , 98). Uma tradição importante registra que Set encontra o corpo de Osíris e o esquarteja em 14 partes, as quais, com exceção do membro viril, são localizadas e sepultadas por Ísis (Pepi 2, linha 1.867).
10 O mais completo relato antigo da concepção do deus Hórus foi decifrado por E. Wallis Budge no início do século 20 a partir dos hieróglifos da Estela de Amenmose (Museu do Louvre, Paris, C286). O texto integral da estela foi originalmente publicado pelo especialista em 1912, na obra Legends of the Gods , e se encontra reproduzido no site da web http://www.sacred-texts.com/egy/leg/leg22.htm (acessado em 20/09/2008). A versão é corroborada por certas passagens dos Textos da Pirâmide . Veja, por exemplo, Pepi 1, linha 475, e Pepi 2, linha 1.263, onde se lê, respectivamente: “Tua irmã mais velha [de Osíris] tomou teu corpo em seus braços, … e o estreitou ao peito quando o achou jazendo sobre a planície de Netat”, e “Tua irmã Ísis veio a ti rejubilando de amor por ti. Tu te uniste a ela, tua semente entrou nela. Ela concebeu na forma da estrela Sótis, que é Hórus, o filho que vingou seu pai” (http://www.sacred-texts.com/egy/pyt/index.htm, acessado em 20/09/2008).
11 A lenda da ressurreição de Hórus se encontra especialmente preservada entre os encantamentos da Estela Matternich, hoje exposta no Metropolitan Museum of Art, de Nova York. Uma boa tradução, com comentário de E. Wallis Budge, pode ser encontrada no site http://www.sacred-texts.com/egy/leg/leg11.htm.
12 As alusões à participação de Hórus e Ísis na ressurreição de Osíris são esparsas, difíceis de reconstituir. Nas paredes do grande templo da deusa Hátor, em Dendera (Egito), podem-se observar cenas em que Osíris aparece ora levantando-se na presença de Hórus (http://commons. wikimedia.org/wiki/Image: Osiris_Horus_Dendera_Temple.jpg, acessado em 26/09/2008); ora na de Hórus e Ísis (http://commons.wikimedia.org/wiki/Image:Denderah_Isis_resuscite_Osiris.jpg). Segundo os Textos da Pirâmide , Hórus encontra-o num estado de torpor inconsciente e consegue reanimá-lo: “Osíris, olha! Osíris, escuta! Levanta-te! Ressuscita!” (Pepi 1, linha 258) e “Osíris! Tu partiste, mas retornaste; adormeceste, mas foste despertado: morreste, mas de novo vives” (Pepi 2, linha 1.004).
13 Plutarco, tendo vivido entre a segunda metade do primeiro século e início do segundo, é considerado um dos principais representantes da última fase da literatura grega antiga. A partir de um período passado no Egito, o escritor produziu um tratado sobre a religião egípcia denominado De Iside et Osiride , o qual é a única tentativa antiga de sistematização do culto osiriano, e, por isso mesmo, extremamente prestigiado entre os egiptólogos. Em resumo, o texto de Plutarco relata que Osíris nasce de um relacionamento adúltero entre a deusa Nut (esposa de Rá, o comandante de todos os deuses) e Seb, o deus da terra. Seus irmãos gêmeos são Hórus (chamado “o ancião”, não devendo ser confundido com o Hórus filho de Ísis), Set, Néftis e Ísis, sendo esta última deusa sua consorte já desde o ventre materno. Osíris é considerado o primeiro governante do Egito, o responsável pelas primeiras leis e início do processo de civilização do país. No entanto, seu irmão Set (a encarnação do mal), inveja-lhe a posição eminente e prepara para ele uma ardilosa armadilha. Durante um banquete em honra de Osíris, o rei é preso em um sarcófago, que é lacrado e atirado no Nilo. Set, então assume o trono real e a rainha Ísis se torna uma fugitiva do reino, passando a procurar o amado por toda a parte. Depois de algum tempo, Ísis consegue resgatar o corpo de Osíris, mas enquanto a deusa está ocupada em buscar seu filho Hórus, que havia deixado sob os cuidados do deus Tot, Set o descobre e o desmembra em 14 partes, que são espalhadas por diferentes lugares da terra. Navegando em um barco de papiro, a sofredora Ísis encontra os pedaços e os sepulta cada um em seu próprio lugar. A narrativa conclui com o espírito de Osísis retornando do além (o mundo inferior, chamado Duat), onde fora entronizado como rei dos mortos, e aparecendo em sonhos ao filho já adulto. Seu objetivo era o de encorajá-lo e treiná-lo para a batalha de vingança contra Set, a qual é vencida por Hórus. Set, num desesperado esforço, ainda tenta acusar Hórus diante dos deuses, qualificando-o como filho ilegítimo, mas aqueles não lhe dão crédito (esse resumo foi elaborado com base na tradução para o inglês feita por Frank Cole Babbitt [1937] a partir do original grego da obra De Iside et Osiride , obtida na webpage http://penelope. uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Plutarch/Moralia/Isis_and_Osiris*/home.html [acessada em 08/09/ 2008], sendo que a narrativa do mito de Osíris se encontra especialmente nos primeiros 19 capítulos do texto). Lewis Spence ( Ancient Egyptian Myths and Legends [Mineola, NY: Dover Publications, s.d.], 4) afirma que, apesar de seu valor inequívoco, De Iside et Osiride é obra comparativamente tardia e, portanto, não pode ser tomada como autoridade incontestável.
14 A narrativa de Plutarco (veja nota 13) conta que Anúbis era filho de Osíris com sua irmã Néftis, a qual o deus amou pensando tratar-se de Ísis. Temendo a perseguição de Set, a mãe escondeu a criança, mas Ísis a encontrou com a ajuda de cães, e a criou como seu assistente e guardião. Era representado com a cabeça de chacal e tido como protetor dos deuses.
15 Spence, Ancient Egyptian Myths and Legends , 79. A esse respeito veja a seção 153 do Livro dos Mortos : “Honra a ti, oh Osíris, meu divino pai! Embalsama meus membros para que eu não pereça nem venha a extinguir-me. … Honra a ti, oh Osíris, meu divino pai, que conserva teu ser com teus membros. Não decaíste, não te converteste em bichos, não foste à corrupção ou à podridão. … meus membros gozarão de perdurável existência. Não decairei, não me corromperei, não apodrecerei, nem me converterei em bichos. Não verei a decomposição na presença do deus” (Larraya, trad., El Libro de los Muertos , 268-269).
16 A mumificação, conforme elucida Saussaye ( História das Religiões , 132), não é uma inovação da doutrina osiriana, sendo praticada no Egito desde a mais alta antigüidade. Está relacionada com as noções primitivas da alma, mas foi explicada pela doutrina osiriana. Uma vez que o morto foi preparado à maneira de Osíris, revive como Osíris. Sendo assim, os ritos funerários difundidos a partir do Médio Império têm, indubitavelmente, sua origem na doutrina osiriana: o fim da viagem, para o defunto, é o reino de Osíris.
17 E. A. Wallis Budge, The Gods of the Egyptians , vol. 1 (Mineola, NY: Dover Publications, s.d.), 490. De acordo com as vinhetas pintadas nos papiros que compõem o Livro dos Mortos (Larraya, trad., El Libro de los Muertos , xvi e xvii), enquanto o deus Anúbis tinha sob sua responsabilidade pesar na divina balança o coração do falecido diante do tribunal presidido por Osíris, Hórus era quem o conduzia pela mão até diante do trono do governador do Duat (veja reprodução de algumas dessas ilustrações no site http://www.answers.com/topic/horus, acessado em 12/10/2008). Ali, Hórus proclamava a integridade do falecido diante de Osíris e suplicava que a divindade o aceitasse e “lhe proporcionasse um corpo espiritual, imortal e incorruptível, ou, em outras palavras, que o transformasse em um ‘Osíris’”. Aceita a sua demanda, o falecido podia com inteira liberdade usufruir de sua vida após a morte.
18 O papiro Chester Beatty I, conservado na Biblioteca Chester Beatty, em Dublin, contém uma detalhada narrativa datada do 12º século a.C. acerca da contenda entre esses dois deuses pelo trono de Osíris, na qual são apresentadas as cenas do julgamento do caso pelos deuses. Uma boa tradução dos hieróglifos desse material para o inglês aparece em William Kelly Simpson (ed.), The Literature of Ancient Egypt (New Haven: Yale University Press, 1972), disponível na webpage http://www.nefertiti.iwebland.com/texts/horus_and_seth.htm (acessada em 12/10/2008). O documento, no entanto, não destaca tanto a questão da vingança (como o faz, por exemplo, o Livro dos Mortos ), mas a do direito ao trono. Além disso, deve ser observado o fato de que Set é considerado ora tio, ora irmão de Hórus no texto, o que sugere uma mescla de lendas diferentes. A vitória de Hórus é descrita em certos trechos do Livro dos Mortos. Observe o capítulo 140: “Sou Hórus … Ninguém tem autoridade sobre ele, potente é o seu olho contra seus inimigos; vingou seu imortal pai, destruiu a inundação de sua mãe, derrotou seus adversários, apagou a violência … Sou vigoroso pela força que me protege, sou filho de Osíris e meu pai divino escuda seu corpo com poder e robustez” (Larraya, trad., El Libro de los Muertos , 232); o capítulo 162: “Salve, Osíris; sou teu filho. Venho trazendo aferrolhados os diabos de Set”(ibid., 305); e, finalmente, o capítulo 92: “Hórus se converteu em príncipe divino da Barca do Sol e a ele foi entregue o trono de seu pai Osíris, e Set, essa criatura de Nut, encontra-se prostrado pelas cadeias que para mim havia forjado” (ibid., 153).
19 Segundo Jack Finegan ( Myth and Mystery [Grand Rapids, MI: Baker Book House, 1989], 49), a partir daqui o mito se divide em duas variantes, uma das quais mostra Hórus e Set passando a governar partes diferentes do país (Hórus, o baixo Egito, e Set, o alto Egito). Na outra, Set é banido para o deserto e Hórus governa sozinho. Já no papiro Chester Beatty I (citado na nota acima), a narrativa da batalha entre Hórus e Set termina com o deus Rá, o chefe supremo do panteão egípcio, fazendo um pedido muito peculiar à Enéade (a assembléia dos deuses ): “Permiti que Set, filho de Nut, me seja dado para que habite comigo e esteja em minha companhia como um filho. Ele tornará ao céu e será temido.” Os Textos da Pirâmide apresentam outra versão do término do conflito: os deuses condenam Set, convertido numa barca, a carregar o corpo inanimado de Osíris pelas águas do rio Nilo (Pepi 1, linha 626-27, 651-52 etc.). De acordo com Eliade, “Set não pode ser definitivamente eliminado, pois também encarna [à semelhança dos outros deuses] uma força irredutível” ( Eliade, História das Crenças e das Idéias Religiosas , 123 ).
20 Eliade, História das Crenças e das Idéias Religiosas , 125.
21 S. Brandon, Diccionario de Religiones Comparadas (Madri: Ediciones Cristandad, 1975), 1118.
22 Larraya sustenta no prefácio de sua tradução do Livro dos Mortos que Rá e os outros autênticos personagens divinos se acham cercados dos atributos de eternidade, majestade, glória e poder. Esses traços distintivos confeririam a eles um distanciamento incomensurável dos seres “efêmeros” (humanos, mortais), que lhes estariam prestando uma temerosa adoração por conhecerem seus atributos, mas não a sua essência. Osíris, ao contrário, “está bem próximo ao homem e ao humano. Desde épocas primitivas é pessoal, acessível, cognoscível, inclinado a comover-se ante as ardentes súplicas dos mortais que aspiram à vida eterna. É uma divindade intermediária e compreensiva devido à sua experiência mortal” (Larraya, El Libro de los Muertos , xi).
23 Os eventos são postos em ordem por Plutarco em seu De Iside et Osiride (http://penelope. uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Plutarch/Moralia/Isis_and_Osiris*/home.html, acessada em 08/09/ 2008).
24 Veja, por exemplo, no capítulo 21 do Livro dos Mortos : “Osíris, como outros dizem, é o falo de Rá, com o qual ele se uniu a si mesmo”. A atribuição de traços naturalistas aos deuses por vezes chega às raias da mais absoluta sordidez. Um detalhe totalmente estranho à maneira como a Bíblia aborda a figura divina de Jesus, pode ser lido, por exemplo, no texto egípcio do já citado Papiro Chester Beatty I (http://www.nefertiti.iwebland.com/texts/horus_and_seth.htm). Em determinado ponto da contenda entre Hórus e Set pelo trono de Osíris, Set enganosamente propõe a paz com Hórus. Após uma festa, aproveitando-se do sono pesado do filho de Osíris, Set aproxima-se sorrateiramente e tenta ejacular entre as suas coxas, mas, acordando a tempo, Hórus colhe o sêmen em suas mãos. Consternada com o ocorrido, Ísis corta as mãos de Hórus e lhe fabrica outras novas. Em seguida, a deusa aplica determinado ungüento sobre o membro do filho, provocando-lhe a ereção e colhendo seu sêmem em um jarro. O material, então, é misturado pela deusa em segredo à comida de Set, que acaba por engoli-lo.
25 A tríade representada pela família Osíris-Ísis-Hórus do politeísmo egípcio, freqüentemente mencionada em certos círculos como argumento comprobatório do equívoco da doutrina cristã da trindade, não pode ser comparada à relação de co-existência, onisciência, onipresença e onipotência igualmente partilhada pelas pessoas do Deus-Pai, Deus-Filho e Deus-Espírito Santo, que compõem a divindade monoteísta triúna caracterizada nas páginas do Novo Testamento.
26 Essa forma egípcia de entender o juízo universal pode ter, de alguma forma, migrado para as religiões de outras nações do mundo antigo e alcançado, assim, o sistema doutrinário católico romano medieval, que também preservava a idéia da balança de Deus pesando as ações dos homens. Uma redescoberta dos ensinos do Novo Testamento quanto à expiação dos pecados e da disposição da graça de Deus só ocorreu no cristianismo durante o período da Reforma Protestante, no século 16.
27 Saussaye, História das Religiões , 136, e Larraya, El Libro de los Muertos , xvii.
28 Joseph Campbell, O Poder do Mito (São Paulo: Palas Athena, 1990), 194.
29 James G. Frazer, The Worship of Nature (Nova York: University Books), 566-567, citado por John G. Jackon, Christianity Before Christ (Texas: American Atheist Press, 1985), 113.
30 Compare com as notas 5 e 6. Saussaye acrescenta que o mito de Hórus “tornou-se irreconhecível. … os textos abundam em contradições e absurdos que, examinados superficialmente, podem passar por profunda sabedoria” (Saussaye, História das Religiões , 139). Em seu trabalho de decifração dos textos antigos, o egiptólogo e orientalista Sir Ernest A. Wallis Budge (1857-1934) descobriu pelo menos 13 formas diferentes do deus Hórus, a sua maior parte representada com cabeça de falcão (Budge, The Gods of the Egyptians , 466-499).
31 Ibid., 192.
32 Os evangelhos não fazem nenhuma previsão para este culto. Eles apresentam Maria como sendo uma mulher agraciada com um dom maravilhoso do Céu (ser a mãe do Messias predito nas profecias do Antigo Testamento), constituindo apenas o veículo humano amorosa e honrosamente utilizado por Deus para a introdução da pessoa divina do Filho no mundo como um homem. O próprio Jesus Cristo procurou desfazer os equívocos quanto à sua filiação, não deixando espaço para a hipótese de Maria manter em referência a Ele qualquer espécie de relação diferente da de qualquer outro ser humano pecador necessitado da salvação por Ele estendida (veja, por exemplo, as passagens de Lucas 2:39-49 e Marcos 3:31-35). Paulo escreveu que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3:23) e que “há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1 Timóteo 2:5). A adoração a Maria como figura divina é completamente estranha ao cristianismo do período imediatamente posterior à morte de Jesus Cristo. Isto se evidencia, em primeiro lugar, da leitura do livro de Atos dos Apóstolos e das cartas apostólicas anexadas ao cânon do Novo Testamento, e, em segundo lugar, da apreciação da própria história do cristianismo. Foi apenas em 431 d.C., por ocasião do Concílio de Éfeso, que se começou a configurar oficialmente tal culto, com base no dogma da maternidade divina de Maria, pelo qual a igreja conferiu à mãe de Jesus a prerrogativa de intercessora dos crentes. Posteriormente, o segundo Concílio de Constantinopla (553 d.C.) introduziu o dogma da virgindade perpétua. Para maiores detalhes quanto à evolução histórica dos dogmas referentes a Maria, ver José M. Rocha, “O culto a Maria: uma criação do papado” em Parousia , ano 4, nº 1 (Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2005), 53-62.
33 Campbell menciona que por ocasião do Concílio de Éfeso (431 d.C.), um grande grupo de adoradores da deusa Diana, para cujo culto fora erigido um dos templos mais famosos da antigüidade, aglomerou-se em torno do local de reunião, e pôs-se a gritar, em reverência a Maria: “A deusa, a deusa, certamente ela é a deusa!” ( Campbell, O Poder do Mito , 195) .
34 Ver um exemplo de escultura de Ísis amamentando Hórus em http://www.artgallery. sa.gov.au/MediaCentreEgyptLouvre2007/MediaImagesEgypt.html (assessado em 16/11/2008).
35 Ver resumo do mito osiriano exposto anteriormente.
36 Gerald Massey, Ancient Egypt, Light of the World , 218-219.
37 Não é possível provar de forma cabal que a auréola de luz da iconografia cristã é realmente o mesmo disco solar ligado aos deuses da mitologia egípcia. Essa afirmação está no campo das hipóteses.
38 Veja, por exemplo, o seguinte trecho da lei dominical editada por Constantino em 7 de março de 321 d.C: “Que os magistrados e o povo que reside nas cidades descansem no venerável Dia do Sol, e que todas as portas sejam fechadas. No campo, porém, que as pessoas ocupadas na agricultura possam livre e legalmente continuar suas atividades; porque amiúde sucede que nenhum outro dia é mais adequado para a semeadura do cereal ou para o cultivo de vinhas; para que não seja perdido pela negligência o momento oportuno para tais operações que é concedido pela munificência do Céu” (Codex Justinianus, iii, Tit. 12.3, citado por Kenneth Strand, “Como o domingo tornou-se o popular dia de culto” em Parousia , ano 4, vol. 1 [Engenheiro Coelho: Unaspress, 2005], 68). Essa lei foi o primeiro grande passo para a completa substituição do descanso no sétimo dia legado pela Bíblia e pelos primeiros apóstolos, pela obrigatoriedade da guarda do domingo na igreja cristã. Para mais detalhes quanto à introdução do culto solar no cristianismo, ver Carlyle Haynes, Do Sábado para o Domingo (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2001), 34-52.
39 Massey, Ancient Egypt , 217. O escritor menciona uma pintura gnóstica dos primeiros séculos da era cristã nas catacumbas de Roma (que não pôde ser localizada pelo autor deste artigo), na qual o menino Jesus é representado envolto em bandagens, como uma múmia, repousando em uma espécie de sarcófago e tendo o halo redondo de luz sobre a cabeça.
40 A esse respeito é relevante salientar que a história de Jesus narrada nos Evangelhos pode ser encontrada, em seus detalhes mais importantes, espalhada nos diversos trechos do Antigo Testamento. A data de elaboração desses textos sagrados hebraicos, após a descoberta dos chamados Manuscritos do Mar Morto , entre 1946 e 1956, pôde ser fixada com segurança em séculos antes de Cristo.
41 Ele chega a defender que o deus Anúbis é o protótipo da personagem de João Batista (Massey, Ancient Egypt, 219-220). Ele articula um raciocínio muito difícil de ser provado a partir dos textos egípcios originais, que é o seguinte: Anúbis é o precursor de Hórus na medida em que realiza o ritual da unção da múmia de Osíris. Por meio desse ritual Hórus estaria sendo confirmando como o “filho amado de Osíris”, tendo agora o direito de substituir o pai no trono. E tal como acontece com João Batista em relação a Jesus no texto dos evangelhos, Anúbis retira-se humildemente, após realizar sua missão, para que seja de Hórus toda a glória. Segundo Massey, Anúbis permanece sempre em uma zona intermediária, auxiliando o morto em sua passagem para o paraíso, mas nunca entrando no inefável lugar. Essa comparação é gratuita e improvável.
42 No episódio de Maria, por exemplo, existe uma importante ênfase no ato do ser humano em resposta a um maravilhoso amor concretizado no perdão divino.
43 Massey, Ancient Egypt , 226. A essa altura, o autor sustenta de forma mirabolante que Maria procurando pelo menino Jesus aos 12 anos (Lucas 2) corresponde a Ísis procurando os pedaços de seu esposo destroçado por Set, uma vez que a morte de Osíris exige que a criança-Hórus passe o quanto antes a “cuidar dos negócios” de seu Pai (Ibid., 796, cf. Lucas 2:49).
44 Ibid., 780-785.
45 O autor não menciona as fontes nas quais baseia essa idéia acerca de Hórus.
46 Massey, Ancient Egypt , 785. Quanto à sentença final do trecho reproduzido, cumpre informar que o autor alega que o episódio da transfiguração de Jesus Cristo (Mateus 17) nada mais é do que “o brilho solar adquirido pelo deus Hórus após descer ao paraíso para assumir o trono de seu pai, Osíris” (Ibid., 780).
47 Wikipedia , enciclopédia virtual, acessada em 17/11/2008, ver verbete “egyptian astrology”, baseado em Derek e Julia Parker, The New Compleat Astrologer (Nova York: Crescent Books, 1990)
48 Uma procura simples por imagens do zodíaco egípcio em um site de busca na Internet pode comprová-lo.
49 Alguns desses argumentos já foram expostos. Aqui estão relacionados outros, apenas para uma idéia: 1) Jesus expulsando os cambistas do templo, após a sua unção como filho amado no batismo, é Hórus combatendo os inimigos de Osíris e confirmando, assim, seus direitos como filho divino (Massey, Ancient Egypt , 798); 2) Jesus ressuscitando a Lázaro, que sai do sepulcro envolto em faixas, é Hórus levantando a múmia osiriana em sua ressurreição (ibid., 842); 3) O Espírito Santo corporificado em pomba por ocasião do batismo de Jesus representa o deus Rá, pai de Osíris, em sua forma de falcão com o disco solar sobre a cabeça (ibidem) e, neste caso, a trindade Pai-Fillho-Espírito Santo seria um espelho da tríade Rá-Osíris-Hórus do panteão egípcio.
50 Ibid., 868.
51 Para Massey, o corpo partido de Cristo representado pelo partir do pão na ordenança neotestamentária da Ceia do Senhor perpetua a antiga cerimônia egípcia da “refeição sagrada” tomada sobre o sarcófago de Osíris, o qual teve o seu corpo também partido para que os seres humanos pudessem ter a vida eterna (ibid., 221). Não há explicitação de fonte pesquisável no livro de Massey quanto a essa “refeição sagrada”, e o autor do presente artigo, em pesquisa particular, também não localizou nenhuma.
Publicado em fevereiro 10, 2010 por Seventh Day
Resumo: O presente artigo analisa a proposição de que a narrativa da vida de Jesus Cristo apresentada no Novo Testamento consiste numa transposição detalhada do mito egípcio dos deuses Osíris e Hórus, conseqüentemente não podendo ser caracterizada como verdade histórica. Inicialmente, o autor descreve e comenta o que é possível se conhecer acerca do mito de Osíris-Hórus principalmente a partir das fontes originais hieroglíficas e pictográficas. Em seguida, examina os principais argumentos utilizados pelos defensores da idéia de um “Jesus mítico” derivado dos relatos religiosos do antigo Egito. O objetivo central do trabalho é o de verificar a plausibilidade de tais argumentos, analisando se realmente são válidos como prova de que o Jesus dos Evangelhos é, na verdade, um mito.
Introdução
Em junho de 2007 foi lançado no serviço Google Vídeo da Internet um documentário independente denominado Zeitgeist,1 produzido pelo diretor norte-americano Peter Joseph. Devido ao seu conteúdo agressivo, polêmico e intrigante, tornou-se, em poucos meses, um fenômeno de audiência (8 milhões de acessos somente até novembro daquele ano).
O filme se divide em duas partes, a primeira das quais foi ironicamente intitulada “The Greatest Story Ever Told” (“A Maior História Já Contada”), em referência a uma das mais célebres obras cinematográficas sobre a história de Jesus Cristo. Nessa seção o diretor trabalha a idéia de que o Jesus divino da fé cristã é um híbrido literário, astrológico e mitológico. De acordo com o filme, a biografia de Jesus nos evangelhos canônicos teria sido construída a partir da junção de aspectos variados de uma grande quantidade de lendas da antigüidade. A tese do autor é a de que o culto a Jesus faz parte de um estratagema especificamente forjado nos primeiros séculos da era cristã pelas autoridades seculares e religiosas com o intuito de sujeitar e explorar os povos.
O presente artigo pretende explorar um dos mais importantes mitos relacionados pelo documentário Zeitgeist como prototípicos da história de Jesus descrita nos evangelhos: a lenda egípcia dos deuses Osíris e Hórus. A primeira parte do trabalho contém uma tentativa de reconstrução do mito egípcio a partir das fontes originais hieroglíficas e pictóricas disponíveis na atualidade pelo esforço de arqueólogos e egiptólogos. Também são aproveitadas observações de diversos autores especializados em mitologia egípcia.
Traçado o resumo do mito de Osíris-Hórus em seus aspectos mais importantes, o artigo investiga, na seqüência, os principais argumentos utilizados na defesa de que a história do Jesus adorado pelos cristãos deriva da narrativa egípcia, cujos registros são vários séculos mais antigos do que os evangelhos. A análise pretende levantar o que existe de plausível nessas colocações e o que pode ser descartado a partir da comparação dos aspectos de uma narrativa com os da outra. O objetivo final é o de verificar se os argumentos são válidos como prova de que o Jesus dos evangelhos é, na verdade, um mito.
O principal expoente dentre os autores que advogam a tese do “Cristo mítico” com base no estudo do mito de Osíris-Hórus, é o egiptologista inglês Gerald Massey,2 cujos argumentos foram publicados, pela primeira vez, no final do século 19. Três obras suas são citadas como fontes para o documentário Zeitgeist.3 Outros estudiosos que igualmente se opõem à veracidade histórica do Jesus da fé devido à suposta derivação da narrativa egípcia também foram pesquisados para este artigo,4 mas como suas colocações praticamente transcrevem o material produzido de antemão por Massey, a análise tomou como objeto majoritariamente a obra deste último autor.
O tema é, sem dúvida, importante para os dias de hoje. O cristianismo é a maior religião do planeta em número de adeptos. Sua legitimação depende da total veracidade dos eventos da vida de Jesus Cristo narrados nos evangelhos, tornando-se óbvias as implicações de uma desconstrução da unidade narrativa evangélica que revele a história bíblica como não passando de expressão mítica. Diante da acusação feita contra o cristianismo como sendo um instrumento de controle e coação das massas usado pelos poderes políticos e eclesiásticos, torna-se em extremo relevante verificar se a história que serve de base àquela religião é verossímil e merece confiança.
Uma tentativa de reconstrução do mito de Osíris-Hórus
O culto funerário do deus Osíris, no qual o deus Hórus e outras divindades do panteão egípcio tomam parte relevante, ganhou enorme preponderância no Egito a partir da fase histórica denominada de Médio Império (2160-1580 a.C.). Ele enfatiza dois dos elementos mais especialmente focados pela religiosidade humana: a ressurreição e o juízo pós-morte.
Antes que se esboce aqui o mito em questão, será extremamente útil para o propósito deste trabalho esclarecer que a literatura religiosa do antigo Egito foi trazida à luz de forma bastante fragmentária pelas descobertas arqueológicas, e, portanto, não apresenta uma conveniente sistematização das narrativas mitológicas desenvolvidas nessa região em passado tão distante, que remonta a milhares de anos antes de Cristo. Em não poucos casos, do estudo e comparação dos textos encontrados nos papiros, paredes, colunas e objetos extrai-se significação enigmática ou mesmo algum grau de contradição entre as informações. Para uma idéia dessa dificuldade, observe-se os seguintes comentários:
Os Textos da Pirâmide exprimem quase exclusivamente as concepções relativas ao destino do rei depois da morte. Apesar do esforço dos teólogos, a doutrina não está perfeitamente sistematizada. Descobre-se uma certa oposição entre concepções paralelas e, por vezes, antagônicas.5
As grandes composições religiosas, tais como o Livro dos Mortos , chegaram até nós num triste estado e estão cheias de enigmas; a sua fraseologia oca, as suas metáforas extravagantes, os seus jogos etimológicos se chocam, quando não são ininteligíveis ou destituídos de sentido. … Muitas figuras divinas foram transformadas pela mitologia até ficarem irreconhecíveis.6
Tal situação por si já constitui uma barreira colossal à tentativa de encontrar uma contrapartida no mito egípcio de Osíris-Hórus para os diversos detalhes da vida de Jesus. Destacado esse ponto, passa-se agora à recuperação do mito egípcio em suas linhas gerais.
Osíris e Hórus eram, em princípio, adorados como divindades solares. Há vários exemplos de representação desses deuses tanto identificados com o disco solar, quanto levando o disco solar sobre a cabeça.7 Além disso, freqüentemente esses deuses são tomados um pelo outro.8
A narrativa do mito osiriano pode ser reconstituída apenas de forma fragmentária a partir das fontes antigas, principalmente dos textos e imagens do chamado Livro dos Mortos . Esses textos apresentam Osíris como sendo previamente mortal e tendo sido assassinado pelo seu invejoso irmão, o deus Set.9 Ísis é a esposa sofredora que localiza o corpo sem vida do marido e coabita com ele por meio de feitiçaria, concebendo uma criança: o deus Hórus.10 Esse filho é criado pela deusa longe das vistas de Set, em um lugar secreto entre os pântanos de papiro do delta do Nilo.
Novo ato do drama tem início quando Set, descobrindo o esconderijo, aprisiona mãe e filho em uma casa, da qual ambos escapam ajudados pelo deus Tot. Em sua fuga, são protegidos por sete escorpiões, um dos quais pica seu filho, que vem a morrer. Então ela e sua irmã Néftis clamam a ajuda do deus Rá, o qual envia Tot com palavras mágicas que restauram Hórus à vida e à saúde.11
Interessante como possa parecer, a lenda da ressurreição de Hórus é um episódio periférico em relação ao ponto central do mito: a ressurreição de Osíris.12 Certos autores sugerem que a força de apelo do mito está na crença de que Osíris fora inicialmente um ser humano (o rei do Egito, conforme a exposição de Plutarco)13 que foi morto de maneira vil, mas ressuscitou para ser o senhor supremo do mundo inferior, o grande juiz dos mortos.
Uma tradição sobre a ressurreição de Osíris informa que seu corpo foi reconstituído por Ísis, Hórus e Anúbis,14 agindo sob instruções do deus Tot: Boa porção de cerimônias mágicas parecem ter sido introduzidas no processo, as quais, por sua vez, passaram a ser utilizadas pelos sacerdotes no caso de todo egípcio morto em conexão com o embalsamamento e sepultamento do morto na esperança da ressurreição. Osíris, entretanto, foi reputado como a causa principal da ressurreição humana, sendo ele capaz de conferir vida após a morte por havê-la alcançado.15
Com relação ao retorno de Osíris à vida, é notável a ênfase dada ao respeito filial de Hórus pela memória do pai assassinado, atitude cuja lembrança conquistou muita honra entre os egípcios. Saussaye informa que foi Hórus quem fixou os detalhes da mumificação16 do deus, estabelecendo o padrão para todo filho egípcio piedoso. A esse respeito, ele foi considerado o “ajudador dos mortos” (tal como havia sido o auxiliador de Osíris), e tido como o mediador entre eles e os juízes do Duat . Assim, os seres humanos passaram a ansiar pela assistência de Hórus após a morte como guia ao mundo inferior, e também por sua atuação como mediador no juízo a favor deles.17
Após a ressurreição de Osíris, ocorre uma batalha entre Hórus e Set pelo trono do falecido rei.18 Essa batalha é vencida por Hórus, que então desce à terra dos mortos para dar a Osíris a boa notícia de sua coroação como legítimo sucessor do pai.19 Finalmente, há um aspecto bastante interessante em relação à morte de Osíris e a vitória de Hórus sobre as forças do mal, encarnadas em Set. A história de Osíris e Hórus era reencenada em cada processo de morte e sucessão do rei no trono do Egito. No entanto, Osíris progressivamente tornou-se o modelo exemplar não somente para os soberanos, mas também para cada indivíduo. Seguindo o seu exemplo, os falecidos conseguem transformar-se em “almas”, ou seja, em seres espirituais perfeitamente integrados.20
Análise da comparação de Jesus com Osíris-Hórus
Traçado um esboço geral do mito de Osíris-Hórus em seus aspectos mais importantes, passa-se agora à menção e análise dos principais argumentos pelos quais diversos autores têm proposto que a narrativa encontrada nos evangelhos acerca de Jesus Cristo deve ser encarada como uma recuperação posterior do mito egípcio.
Para S. Brandon, “em termos de fenomenologia das religiões, Osíris é uma prefiguração de Cristo como deus morto e ressuscitado, e como salvador, embora sua morte não fosse interpretada em sentido soteriológico”.21 De acordo com esse argumento, retomando o mito do deus Osíris – que passou pelo estágio humano,22 foi morto de maneira violenta e ressuscitou, passando a ser o juiz-salvador da humanidade –, os evangelhos também apresentariam um deus-homem (Jesus Cristo) que morre de forma chocante e ressurge para ser juiz-salvador do mundo.
Seria incorreto negar a existência de certa semelhança. No entanto, alguns contrastes em detalhes fundamentais de ambas as histórias são irreconciliáveis:
1) No mito egípcio, Osíris é filho de uma divindade inferior, Geb (o deus da terra), amante de Nut, que é a esposa infiel de Rá, o chefe supremo dos deuses. Outros quatro irmãos gêmeos são com ele gestados – Ísis, Néftis, “Hórus, o ancião”, e Set, sendo que Ísis é a consorte de Osíris desde o ventre materno. De Osíris e Ísis nasce o deus “Hórus, o filho”, enquanto o deus Anúbis nasce de um relacionamento extra-conjugal de Osíris com sua irmã Néftis.23 Esse complicado emaranhado politeísta no qual Osíris se encontra envolvido, bem como a marcante atribuição aos deuses de caracteres naturalistas24 e de paixões humanas inferiores – especialmente do sexo adúltero e incestuoso – destoa radicalmente da singularidade exclusivista e da moralidade de Cristo nos evangelhos. Ele é descrito como Deus, junto com Deus-Pai (João 1:1-3),25 e, em sua encarnação, como o único de sua espécie (do grego monoguenês , cf. João 3:16). Quanto a Ele não há referência a consortes ou descendentes, pois sua encarnação se deu pelo propósito específico da redenção do mundo (João 3:17). Sua ética conjugal exclui a possibilidade do adultério como algo tolerável entre os homens (Mateus 19), do que se deduz que tal prática é incompatível com a divindade.
2) O Osíris “humano” antes do assassinato é identificado com o primeiro faraó do Egito, responsável pela organização do reino temporal. Mas Jesus Cristo, em sua encarnação, nasce e é criado no modesto ambiente de uma família judaica pobre. Em nenhum momento de sua vida e ministério terrestres Ele reivindica para si trono temporal, uma vez que seu reino não estaria neste mundo, sendo de outra natureza (João 18:36).
3) A mais importante diferença entre Osíris e Jesus Cristo diz respeito à missão soteriológica de cada um. Não há espaço para a doutrina da expiação do pecado no culto egípcio, enquanto ela é o ponto central da religião judaico-cristã. Osíris é enganado e assassinado por seu irmão Set, ao passo que Jesus Cristo é senhor de sua morte, conhecendo-a de antemão e voluntariamente rumando em direção a ela. Osíris é salvador da humanidade apenas no sentido da sua ressurreição, que abre precedente para as demais ressurreições; relativamente à sua fase humana não há referência a qualquer missão redentiva, e, ao tornar-se o grande juiz dos mortos no mundo inferior, outros deuses é que defendem a alma do defunto perante ele. Por outro lado, a salvação provida por Cristo é bem mais ampla: Ele sela sua posição como salvador do mundo por ocasião da consumação de sua morte, a qual substitui a humanidade culpada no castigo pelos pecados, apagando-os (1 Coríntios 15:3); pela graça de Deus os seres humanos que confessam seus pecados e aceitam o sacrifício expiatório de Cristo são tornados justos e, por ocasião do juízo, poderão comparecer irrepreensíveis perante a divindade (1 João 1:9); a obra salvífica de Jesus prossegue no Céu após a sua ressurreição, onde Ele realiza um ministério intercessor a favor dos pecadores com base ainda no seu sacrifício (Hebreus 7:25). No culto osiriano, por outro lado, sem o benefício da expiação, o falecido simplesmente tem suas obras pesadas numa balança diante de Osíris pelo deus Anúbis.26
4) Decorrendo da questão exposta acima, emerge uma quarta divergência: no Livro dos Mortos não existe uma única linha que permita supor a possibilidade de a alma vir a se perder por ocasião do juízo.27 No Novo Testamento, ao contrário, a previsão de perdição eterna para os que não aceitarem o plano divino é constante e incisiva (Mateus 25:31-46; Marcos 16:16; 2 Tessalonicences 1:7-9).
Outro argumento diretamente relacionado a Osíris vem do professor de mitologia comparada Joseph Campbell, e é, para dizer o mínimo, indigno do renome desse especialista. Sempre tomando como base o texto de Plutarco ( De Iside et Osiride ), o autor sugere que a transformação de Ísis em andorinha – quando esta sobrevoa com lamentações a árvore que envolve o sarcófago com o corpo de Osíris recém descoberto – constitui uma antecipação da imagem do Espírito Santo descendo, corporificado numa pomba, sobre Jesus no seu batismo.28 O fundamento para tal analogia é por demais frágil.
Não é apenas com Osíris que Jesus Cristo é comparado. Muitas colocações que vinculam a narrativa evangélica à religião egípcia se centralizam na figura de “Hórus, o filho”. Antes de abordá-los será proveitoso considerar uma observação mencionada pelo erudito ateu John G. Jackson, destacado defensor da idéia do “Cristo mítico”:
Em linhas gerais, o deus-sol Hórus pode ser distinguido de seu homônimo, o filho de Osíris, pela posse de certos títulos que variam de acordo com as províncias ou cidades nas quais ele era adorado. Com o passar do tempo, cada uma das diferentes formas do deus-sol Hórus, diferenciada das outras por um distinto epíteto, veio a ser considerada como uma divindade independente, e freqüentemente encontramos muitas divindades duplicadas sendo adoradas contemporaneamente, como se elas não tivessem relação uma com a outra, em períodos posteriores da história do Egito.29
A consideração acima leva à conclusão de que a recuperação na atualidade do mito original de Hórus, dada a diversidade de formas (com suas características peculiares) desse deus adoradas pelos egípcios ao longo dos séculos, é tarefa complicadíssima que não pode ser satisfeita senão de modo imperfeito.30 Feita essa ressalva, continua-se a análise.
Para começar, Campbell afirma que a figura de Maria como mãe da criança salvadora já era encontrada na história de Ísis e Hórus. “ O antigo modelo para a Madona, na verdade, é Ísis amamentando Hórus”,31 diz o especialista em mitologia comparada. Tal afirmação merece crédito, pelo menos em parte. É fato arqueologicamente comprovado que o culto à deusa Ísis foi incorporado à religião romana e sobreviveu até o início da oficialização do cristianismo por Constantino, no quarto século d.C., havendo templos dedicados à deusa Ísis em cidades como Roma e Pompéia. Quando o culto a Maria, fundado em premissas extra-bíblicas, começou a estabelecer-se em definitivo na igreja cristã do início da Idade Média,32 ele acabou por incorporar certos elementos do culto de Ísis e de outras deusas, e, de certa forma, passou mesmo a identificar-se com esses cultos.33 Dessa forma, não é extraordinário que as esculturas medievais da virgem Maria amamentando o menino Jesus guardem grande semelhança com as esculturas de Ísis amamentando seu filho Hórus.34 No entanto, esse sincretismo tardio não pode ser usado como evidência de que a história do nascimento de Jesus é uma repetição modificada da história do nascimento de Hórus, já que a adoração a Maria é uma prática estranha à Bíblia. Quanto à identificação de Maria com Ísis com base no fato de haver engravidado de Deus, três aspectos enfraquecem significativamente o argumento: 1) a diferença brutal entre a forma como aconteceu a concepção em cada uma das narrativas;35 2) o fato de que Maria dos evangelhos é a humilde serva humana que aceita passivamente uma determinação divina, enquanto Ísis é uma poderosa deusa que deliberadamente coabita com um deus em estado de passividade; e 3) Maria é uma virgem ainda não desposada, enquanto Ísis é a esposa que já vivia maritalmente com seu esposo divino antes que Set o matasse.
Considera-se, a partir de agora, os principais pontos abordados na comparação do evangelho com o mito osiriano feita por Gerald Massey, ferrenho promotor da tese de que o culto a Jesus Cristo é uma continuação da religião solar egípcia. Um dos primeiros argumentos que figuram em Ancient Egypt, Light of the World dirige a atenção para a iconografia cristã primitiva e medieval, que consagrou as imagens de Jesus (e, evidentemente, de Maria e dos diversos outros santos) com o halo redondo de luz sobre a cabeça, o que seria uma reminiscência do disco solar sobre a cabeça de Rá e Hórus.36 Há grande probabilidade de o argumento, como no caso anterior, ser procedente,37 mas apenas em relação à religião cristã desenvolvida a partir do século quarto, não à dos tempos apostólicos. Pode-se assegurar documentalmente que Constantino cristianizou o Império Romano por meio da fusão da religião de Cristo com o culto aos deuses tradicionalmente venerados pelo povo. Dessa forma, à semelhança do que ocorreu no caso de Maria, o culto à divindade solar foi perpetuado no império através da adoração a Jesus Cristo.38 Uma vez que a cultura religiosa romana havia assimilado elementos do culto egípcio, não é difícil admitir que alguns desses elementos, quando efetuada a mescla com o cristianismo, tenham realmente sido transferidos à pessoa divina de Cristo. Mas vale ressaltar uma vez mais: tal sincretismo, muito posterior ao relato dos evangelhos, não pode ser usado como argumento comprometedor da veracidade histórica da narrativa da vida de Jesus.
Alguns raciocínios de Massey são tão complicados – e, por vezes, inusitados –, que se tornam difíceis de acompanhar. Por exemplo, ele assegura que a palavra grega Cristós (“ungido”) deriva de uma antiga palavra egípcia para múmia, krst .39 Sua pretensão é a de que o ritual do embalsamamento e mumificação, que encontra no mito do deus-defunto Osíris seu grande modelo e protótipo, é repetido simbolicamente na unção de Jesus em duas ocasiões: em seu batismo e, mais especialmente, no episódio da unção em Betânia (Marcos 14:1-9), no qual o próprio Cristo afirma que Maria Madalena o havia ungido para a sua sepultura (v. 8). Massey acredita que, assim como a mumificação (processo no qual se utilizava grande quantidade de óleos aromáticos) prenunciava no mito egípcio a ressurreição luminosa de Osíris como rei-juiz e a inauguração do ministério de guia e intercessão de Hórus, igualmente na história “mítica” de Jesus sua unção abre para Ele o caminho para uma nova e luminosa fase divina a partir da ressurreição.
Em primeiro lugar, cumpre esclarecer que a palavra Cristós é o termo grego utilizado como sinônimo para a palavra hebraica Mashiah (“Messias, ungido”), que, em diversas passagens do Antigo Testamento, refere-se à pessoa de Cristo com séculos de antecipação.40 Mesmo que se pudesse comprovar de forma cabal (e não é) uma derivação etimológica do termo grego a partir da palavra egípcia, isso não seria evidência comprometedora do evangelho, pois Cristós é apenas o sinônimo para a palavra hebraica mais antiga. Em segundo lugar, o autor parece tentar encaixar de forma um tanto forçada os detalhes da narrativa dos evangelhos no ritual de mumificação de Osíris.41 Entretanto, ambos os episódios citados por Massey possuem nos evangelhos significação toda particular, e as delicadas nuances envolvidas em cada um deles42 reduzem sensivelmente a possibilidade de que derivem do mito da unção da múmia osiriana.
Outro ponto em que Massey insiste repetidamente é o de que Hórus no mito aparece em dois estágios de idade, infante e adulto, sem que haja qualquer menção do que ocorreu no período transcorrido entre esses estágios. “Era um mistério genuinamente egípcio o de um menino que, aos 12 anos de idade transforma-se, de repente, em um adulto de 30”, afirma o egiptólogo, tentando estabelecer um vínculo com o fato de a Bíblia silenciar quanto aos eventos transcorridos durante os anos da juventude e início da maturidade de Jesus.43 Como ele pode saber, entretanto, que o Hórus do mito tinha exatamente 12 anos quando foi restaurado à vida (o último evento mencionado antes que ele apareça como o vingador de seu pai) e 30 quando de sua batalha contra Set? Aparentemente, o autor está apenas especulando ao explorar de modo forçado uma coincidência que parece secundária.
Também se afigura como pura especulação a denúncia feita por Massey de que a história de Jesus é um híbrido literário onde teriam sido enxertados certos aspectos da astrologia egípcia, à qual o mito osiriano se encontrava amalgamado.44 Para o autor, a escolha do número 12 para quantificar os discípulos que acompanharam Jesus em seu ministério indica uma clara referência dos escritores dos evangelhos aos signos do zodíaco egípcio. Massey afirma que Hórus, como o deus solar, é a figura central do esquema astrológico, funcionando como um “professor”45 dos outros deuses. Suas considerações podem ser sintetizadas no seguinte trecho:
Nós queremos, então, mostrar que os típicos 12, chamados apóstolos ou discípulos, numa linguagem mais antiga, origiaram-se de 12 personagens que representavam doze poderes estelares na mitologia astronômica, aos quais foram dados tronos para serem governantes em 12 signos do zodíaco ou no céu. Estes são designados como os 12 preservadores ou salvadores do tesouro da luz. Eles formam o ciclo de 12 deuses menores em torno do deus-sol no cume do monte.46
A fragilidade da argumentação astrológica acima descrita é flagrante, uma vez que o aparecimento do horóscopo é tardio no Egito. Foi apenas no período dos Ptolomeus (323 a 31 a.C.) que os egípcios adotaram o esquema astrológico do zodíaco babilônico, e isto pela via indireta grega.47 É impossível indicar com exatidão – e isto o próprio Massey reconhece – os deuses do panteão egípcio que compunham o zodíaco, pois os vestígios arqueológicos apontam em diversas direções. Assim, ora temos Hórus incluído na lista, ora fora dela. Rá está presente em algumas representações, em outras não. A lista sugestiva de Massey exclui Tot, que, no entanto, aparece em diversos círculos zodiacais.48 Não se pode afirmar com segurança, portanto, que o Jesus dos evangelhos é o Hórus solar do zodíaco egípcio.
Diversos argumentos na obra de Massey não podem ser levados a sério, tão desprovidos estão de fundamento sensato.49 Uma última colocação do autor, no entanto, merece ser explorada: com base no mito osiriano recontado por Plutarco, o autor defende que assim como a morte de Osíris é precedida pela traição executada por alguém muito próximo a ele (seu irmão gêmeo Set), também a morte de Jesus é precedida nos evangelhos pela traição perpetrada por alguém muito próximo (seu discípulo Judas).50 Ainda de acordo com ele, ambos os traidores desejam auferir vantagem de seu reprovável ato, e, em ambas as narrativas, a traição acontece em meio a um banquete, que é a “última ceia”.51 Não se pode negar que haja similaridades, como também não se deve ignorar a probabilidade de tais semelhanças constituírem meras coincidências, e não necessariamente impliquem numa recontagem da história anterior. De qualquer modo, existem diferenças marcantes nesse caso: 1) Set trama e executa a morte de Osíris, enquanto Judas trai seu mestre sem vistas à sua morte; 2) no mito egípcio não há em Set, ao ocupar o trono do irmão morto, o mínimo traço de consciência pesada, enquanto a história do remorso e suicídio de Judas é um evento importante nos evangelhos; e 3) o banquete dos deuses referido por Plutarco, na medida em que é uma ocasião de lazer festivo regado a muita bebida embriagante, parece diametralmente oposto à singela, restrita e reverente ceia pascal que antecede a prisão de Jesus, cujo significado espiritual é um aspecto vital no Novo Testamento.
Conclusão
A comparação da história de Jesus narrada nos evangelhos com a história de Osíris-Hórus destacada na religião do Egito, permite concluir o seguinte: as tentativas de atribuir ao relato neotestamentário a condição de transposição literária do antigo mito egípcio simplesmente não se sustentam.
Em primeiro lugar, o mito egípcio tal como era conhecido na época do Antigo Império não se deixa recompor senão de modo muito fragmentário e cheio de lacunas. Diferentes tradições do mito desenvolveram-se paralelamente e sabe-se que, ao longo dos séculos, o mito sofreu alterações que muito provavelmente devem ter contribuído para descaracterizar sensivelmente a história original. O único relato contendo uma sistematização do mito provindo da antigüidade é uma obra tardia do primeiro século d.C.
Em segundo lugar, muitos dos argumentos utilizados pelos advogadores da idéia do “Jesus Mítico” concentram-se em aspectos de uma fase da religião cristã em que os princípios bíblicos sofreram um processo de mescla com elementos da cultura religiosa do Império Romano, à qual, por sua vez, já se haviam amalgamado diversos aspectos cultuais de outras nações, inclusive a egípcia. Nesse caso, a presença de certos detalhes da religião egípcia misturadas ao culto cristão após o quarto século não servem de argumento válido contra a veracidade histórica da narrativa da vida de Jesus segundo aparece nos evangelhos.
Finalmente, a análise das comparações específicas dos eventos narrados no Novo Testamento com o mito egípcio de Osíris-Hórus revela muita especulação e conclusões mal fundamentadas por parte dos defensores da tese do “Jesus mítico”. Gerald Massey, que, mais de um século após a sua morte, continua sendo o grande expoente desse grupo, traçou paralelos tão forçados, que chegam a ser absurdos. Quando algumas das semelhanças por ele apontadas realmente procedem em relação a um evento ou doutrina, tem-se, ao mesmo tempo, diversos outros aspectos tão completamente diferentes, que relegam aquelas similaridades ao terreno das coincidências. Além disso, dentro da bibliografia pesquisada para este artigo, uma leitura das obras que apresentam o Jesus divino do cristianismo como derivando do mito osiriano (desde Massey no século 19, até, por exemplo, Tom Harpur, que ainda vive nos dias atuais), revela uma característica marcante em todas elas: a quase total ausência de referências às fontes documentais originais.
Sendo assim, o presente estudo permite concluir que a veracidade histórica dos eventos narrados nos quatro evangelhos do Novo Testamento acerca da vida de Jesus Cristo, adorado como Deus pelos cristãos durante os últimos 2 mil anos de história, não pode ser contraditada com base na comparação entre esses eventos e a mitologia egípcia.
Artigo de Renato Groger – Pastor e Jornalista. Diretor da Imprensa Universitária Adventista (UNASPRESS)
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Notas
1 Zeitgeist é um termo alemão cuja tradução em português é “ espírito de época” ou “ espírito do tempo” . O Zeitgeist significa, em suma, o conjunto do clima intelectual e cultural do mundo, numa certa época, ou as características genéricas de um determinado período de tempo ( Wikipedia , enciclopédia virtual, acessada em 18/11/2008, ver verbete “zeitgeist” ).
2 Gerald Massey (1828-1907) é o nome mais freqüentemente citado como fonte pelos autores que defendem a narrativa bíblica da vida de Jesus como sendo o mito de Hórus recontado. Em sua obra Ancient Egypt, Light of the World (Whitefish, Montana: Kessinger Publishing, 1990), um exaustivo estudo da religião egípcia com mais de 900 páginas – republicado até os dias de hoje –, o autor traça diversos paralelos entre Jesus e Hórus.
3 No website oficial do filme, http://www.zeitgeistmovie.com/sources.htm, são listadas, além de Ancient Egypt, Light of the World , as seguintes obras de Massey: The Historical Jesus and the Mythical Christ ( New York: Cosimo Classics, 2006) e Egyptian Book of the Dead and the Mysteries of Amenta ( Mineola, NY: Dover Publications, s.d.) .
4 Além do material de Gerald Massey, as obras pesquisadas foram as seguintes: Acharya S, The Christ Conspiracy: The Great Story Ever Sold (Kempton: Adventures Unlimited Press, 1999); Joseph Campbell, O Poder do Mito (São Paulo: Palas Athena, 1990); Edward Carpenter, Pagan and Christian Creeds: Their Origin and Meaning (San Diego: Book Tree Publishing, 1998); Tom Harpur, The Pagan Christ (New York: Walker & Company, 2005) e John G. Jackson, Christianity Before Christ (Austin: American Atheist Press, 1985). Massey apresenta o estudo mais exaustivo.
5 Mircea Eliade, História das Crenças e das Idéias Religiosas , tomo 1, vol. 1 (Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1983), 120. Os Textos da Pirâmide são uma coleção de textos egípcios religiosos da época do Antigo Império que constituem os mais antigos escritos sagrados de que se tem notícia no mundo. Os Textos da Pirâmide eram reservados exclusivamente ao faraó e não continham ilustrações. As magias ou cânticos presentes nessa coleção objetivavam proteger o faraó contra a corrupção, preservando seu corpo após a morte e ajudando-o a alcançar o paraíso.
6 Chantepie de La Saussaye, História das Religiões (Lisboa: Editorial Inquerito, 1940), 106. O Livro dos Mortos era uma coletânia de feitiços, fórmulas mágicas, orações, hinos e litanias escritos em rolos de papiro que eram depositados ao lado das múmias nos túmulos. O objetivo desses escritos era o de ajudar o falecido em sua viagem pelo mundo subterrâneo até o paraíso chamado Duat .
7 Veja, por exemplo, um fragmento do texto da seção 126 do Livro dos Mortos com respeito a Hórus: “Honra a vós, oh deuses, de corpos isentos de maldade, que vivis de justiça e de verdade e vos nutris delas na presença do deus Hórus, que habita em seu divino disco ” (Juan A. G. Larraya, trad., El Libro de los Muertos [Barcelona: José Janés Editor, 1953], 203, grifo acrescentado). Cumpre colocar que a tradução do Livro dos Mortos utilizada como fonte neste artigo foi produzida por Larraya a partir do material da chamada Terceira Recensão (ou Recensão Tebana), que se apresenta na forma de papiros que estiveram em uso da 18ª à 20ª dinastia. Esses papiros apresentam grande número de vinhetas ilustrativas com as cenas de juízo. Na realidade, na raiz desses mitos encontra-se o fascínio humano pelos eventos naturais. Assim, Osíris representa em sua morte o sol se pondo, enquanto que o filho Hórus, que lhe assume trono, representa o sol nascente.
8 Note a forma como se estabelece ora a identidade, ora a relação filial entre Rá e Osíris na seção 21 do Livro dos Mortos : “Ontem és Osíris, amanhã és Rá, … no dia em que comemoramos o festival do encontro do defunto Osíris com seu pai Rá. … És Osíris, ou como outros dizem, Rá é seu nome” (ibid., 49).
9 As representações do deus Osíris exibem-no como “o deus-defunto redivivo”, geralmente com o corpo envolto nas bandagens e em posição estática, ao contrário dos outros deuses, que aparecem caminhando ou realizando outros atos. Observe a seguinte passagem da seção 51 do Livro dos Mortos : “Oh, tu que não podes te mover [referindo-se aqui ao defunto que se apresenta diante do tribunal divino], semelhantemente a Osíris. … Oh, tu, cujos membros não se movem, como os de Osíris” (Larraya, El libro de los Muertos , 98). Uma tradição importante registra que Set encontra o corpo de Osíris e o esquarteja em 14 partes, as quais, com exceção do membro viril, são localizadas e sepultadas por Ísis (Pepi 2, linha 1.867).
10 O mais completo relato antigo da concepção do deus Hórus foi decifrado por E. Wallis Budge no início do século 20 a partir dos hieróglifos da Estela de Amenmose (Museu do Louvre, Paris, C286). O texto integral da estela foi originalmente publicado pelo especialista em 1912, na obra Legends of the Gods , e se encontra reproduzido no site da web http://www.sacred-texts.com/egy/leg/leg22.htm (acessado em 20/09/2008). A versão é corroborada por certas passagens dos Textos da Pirâmide . Veja, por exemplo, Pepi 1, linha 475, e Pepi 2, linha 1.263, onde se lê, respectivamente: “Tua irmã mais velha [de Osíris] tomou teu corpo em seus braços, … e o estreitou ao peito quando o achou jazendo sobre a planície de Netat”, e “Tua irmã Ísis veio a ti rejubilando de amor por ti. Tu te uniste a ela, tua semente entrou nela. Ela concebeu na forma da estrela Sótis, que é Hórus, o filho que vingou seu pai” (http://www.sacred-texts.com/egy/pyt/index.htm, acessado em 20/09/2008).
11 A lenda da ressurreição de Hórus se encontra especialmente preservada entre os encantamentos da Estela Matternich, hoje exposta no Metropolitan Museum of Art, de Nova York. Uma boa tradução, com comentário de E. Wallis Budge, pode ser encontrada no site http://www.sacred-texts.com/egy/leg/leg11.htm.
12 As alusões à participação de Hórus e Ísis na ressurreição de Osíris são esparsas, difíceis de reconstituir. Nas paredes do grande templo da deusa Hátor, em Dendera (Egito), podem-se observar cenas em que Osíris aparece ora levantando-se na presença de Hórus (http://commons. wikimedia.org/wiki/Image: Osiris_Horus_Dendera_Temple.jpg, acessado em 26/09/2008); ora na de Hórus e Ísis (http://commons.wikimedia.org/wiki/Image:Denderah_Isis_resuscite_Osiris.jpg). Segundo os Textos da Pirâmide , Hórus encontra-o num estado de torpor inconsciente e consegue reanimá-lo: “Osíris, olha! Osíris, escuta! Levanta-te! Ressuscita!” (Pepi 1, linha 258) e “Osíris! Tu partiste, mas retornaste; adormeceste, mas foste despertado: morreste, mas de novo vives” (Pepi 2, linha 1.004).
13 Plutarco, tendo vivido entre a segunda metade do primeiro século e início do segundo, é considerado um dos principais representantes da última fase da literatura grega antiga. A partir de um período passado no Egito, o escritor produziu um tratado sobre a religião egípcia denominado De Iside et Osiride , o qual é a única tentativa antiga de sistematização do culto osiriano, e, por isso mesmo, extremamente prestigiado entre os egiptólogos. Em resumo, o texto de Plutarco relata que Osíris nasce de um relacionamento adúltero entre a deusa Nut (esposa de Rá, o comandante de todos os deuses) e Seb, o deus da terra. Seus irmãos gêmeos são Hórus (chamado “o ancião”, não devendo ser confundido com o Hórus filho de Ísis), Set, Néftis e Ísis, sendo esta última deusa sua consorte já desde o ventre materno. Osíris é considerado o primeiro governante do Egito, o responsável pelas primeiras leis e início do processo de civilização do país. No entanto, seu irmão Set (a encarnação do mal), inveja-lhe a posição eminente e prepara para ele uma ardilosa armadilha. Durante um banquete em honra de Osíris, o rei é preso em um sarcófago, que é lacrado e atirado no Nilo. Set, então assume o trono real e a rainha Ísis se torna uma fugitiva do reino, passando a procurar o amado por toda a parte. Depois de algum tempo, Ísis consegue resgatar o corpo de Osíris, mas enquanto a deusa está ocupada em buscar seu filho Hórus, que havia deixado sob os cuidados do deus Tot, Set o descobre e o desmembra em 14 partes, que são espalhadas por diferentes lugares da terra. Navegando em um barco de papiro, a sofredora Ísis encontra os pedaços e os sepulta cada um em seu próprio lugar. A narrativa conclui com o espírito de Osísis retornando do além (o mundo inferior, chamado Duat), onde fora entronizado como rei dos mortos, e aparecendo em sonhos ao filho já adulto. Seu objetivo era o de encorajá-lo e treiná-lo para a batalha de vingança contra Set, a qual é vencida por Hórus. Set, num desesperado esforço, ainda tenta acusar Hórus diante dos deuses, qualificando-o como filho ilegítimo, mas aqueles não lhe dão crédito (esse resumo foi elaborado com base na tradução para o inglês feita por Frank Cole Babbitt [1937] a partir do original grego da obra De Iside et Osiride , obtida na webpage http://penelope. uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Plutarch/Moralia/Isis_and_Osiris*/home.html [acessada em 08/09/ 2008], sendo que a narrativa do mito de Osíris se encontra especialmente nos primeiros 19 capítulos do texto). Lewis Spence ( Ancient Egyptian Myths and Legends [Mineola, NY: Dover Publications, s.d.], 4) afirma que, apesar de seu valor inequívoco, De Iside et Osiride é obra comparativamente tardia e, portanto, não pode ser tomada como autoridade incontestável.
14 A narrativa de Plutarco (veja nota 13) conta que Anúbis era filho de Osíris com sua irmã Néftis, a qual o deus amou pensando tratar-se de Ísis. Temendo a perseguição de Set, a mãe escondeu a criança, mas Ísis a encontrou com a ajuda de cães, e a criou como seu assistente e guardião. Era representado com a cabeça de chacal e tido como protetor dos deuses.
15 Spence, Ancient Egyptian Myths and Legends , 79. A esse respeito veja a seção 153 do Livro dos Mortos : “Honra a ti, oh Osíris, meu divino pai! Embalsama meus membros para que eu não pereça nem venha a extinguir-me. … Honra a ti, oh Osíris, meu divino pai, que conserva teu ser com teus membros. Não decaíste, não te converteste em bichos, não foste à corrupção ou à podridão. … meus membros gozarão de perdurável existência. Não decairei, não me corromperei, não apodrecerei, nem me converterei em bichos. Não verei a decomposição na presença do deus” (Larraya, trad., El Libro de los Muertos , 268-269).
16 A mumificação, conforme elucida Saussaye ( História das Religiões , 132), não é uma inovação da doutrina osiriana, sendo praticada no Egito desde a mais alta antigüidade. Está relacionada com as noções primitivas da alma, mas foi explicada pela doutrina osiriana. Uma vez que o morto foi preparado à maneira de Osíris, revive como Osíris. Sendo assim, os ritos funerários difundidos a partir do Médio Império têm, indubitavelmente, sua origem na doutrina osiriana: o fim da viagem, para o defunto, é o reino de Osíris.
17 E. A. Wallis Budge, The Gods of the Egyptians , vol. 1 (Mineola, NY: Dover Publications, s.d.), 490. De acordo com as vinhetas pintadas nos papiros que compõem o Livro dos Mortos (Larraya, trad., El Libro de los Muertos , xvi e xvii), enquanto o deus Anúbis tinha sob sua responsabilidade pesar na divina balança o coração do falecido diante do tribunal presidido por Osíris, Hórus era quem o conduzia pela mão até diante do trono do governador do Duat (veja reprodução de algumas dessas ilustrações no site http://www.answers.com/topic/horus, acessado em 12/10/2008). Ali, Hórus proclamava a integridade do falecido diante de Osíris e suplicava que a divindade o aceitasse e “lhe proporcionasse um corpo espiritual, imortal e incorruptível, ou, em outras palavras, que o transformasse em um ‘Osíris’”. Aceita a sua demanda, o falecido podia com inteira liberdade usufruir de sua vida após a morte.
18 O papiro Chester Beatty I, conservado na Biblioteca Chester Beatty, em Dublin, contém uma detalhada narrativa datada do 12º século a.C. acerca da contenda entre esses dois deuses pelo trono de Osíris, na qual são apresentadas as cenas do julgamento do caso pelos deuses. Uma boa tradução dos hieróglifos desse material para o inglês aparece em William Kelly Simpson (ed.), The Literature of Ancient Egypt (New Haven: Yale University Press, 1972), disponível na webpage http://www.nefertiti.iwebland.com/texts/horus_and_seth.htm (acessada em 12/10/2008). O documento, no entanto, não destaca tanto a questão da vingança (como o faz, por exemplo, o Livro dos Mortos ), mas a do direito ao trono. Além disso, deve ser observado o fato de que Set é considerado ora tio, ora irmão de Hórus no texto, o que sugere uma mescla de lendas diferentes. A vitória de Hórus é descrita em certos trechos do Livro dos Mortos. Observe o capítulo 140: “Sou Hórus … Ninguém tem autoridade sobre ele, potente é o seu olho contra seus inimigos; vingou seu imortal pai, destruiu a inundação de sua mãe, derrotou seus adversários, apagou a violência … Sou vigoroso pela força que me protege, sou filho de Osíris e meu pai divino escuda seu corpo com poder e robustez” (Larraya, trad., El Libro de los Muertos , 232); o capítulo 162: “Salve, Osíris; sou teu filho. Venho trazendo aferrolhados os diabos de Set”(ibid., 305); e, finalmente, o capítulo 92: “Hórus se converteu em príncipe divino da Barca do Sol e a ele foi entregue o trono de seu pai Osíris, e Set, essa criatura de Nut, encontra-se prostrado pelas cadeias que para mim havia forjado” (ibid., 153).
19 Segundo Jack Finegan ( Myth and Mystery [Grand Rapids, MI: Baker Book House, 1989], 49), a partir daqui o mito se divide em duas variantes, uma das quais mostra Hórus e Set passando a governar partes diferentes do país (Hórus, o baixo Egito, e Set, o alto Egito). Na outra, Set é banido para o deserto e Hórus governa sozinho. Já no papiro Chester Beatty I (citado na nota acima), a narrativa da batalha entre Hórus e Set termina com o deus Rá, o chefe supremo do panteão egípcio, fazendo um pedido muito peculiar à Enéade (a assembléia dos deuses ): “Permiti que Set, filho de Nut, me seja dado para que habite comigo e esteja em minha companhia como um filho. Ele tornará ao céu e será temido.” Os Textos da Pirâmide apresentam outra versão do término do conflito: os deuses condenam Set, convertido numa barca, a carregar o corpo inanimado de Osíris pelas águas do rio Nilo (Pepi 1, linha 626-27, 651-52 etc.). De acordo com Eliade, “Set não pode ser definitivamente eliminado, pois também encarna [à semelhança dos outros deuses] uma força irredutível” ( Eliade, História das Crenças e das Idéias Religiosas , 123 ).
20 Eliade, História das Crenças e das Idéias Religiosas , 125.
21 S. Brandon, Diccionario de Religiones Comparadas (Madri: Ediciones Cristandad, 1975), 1118.
22 Larraya sustenta no prefácio de sua tradução do Livro dos Mortos que Rá e os outros autênticos personagens divinos se acham cercados dos atributos de eternidade, majestade, glória e poder. Esses traços distintivos confeririam a eles um distanciamento incomensurável dos seres “efêmeros” (humanos, mortais), que lhes estariam prestando uma temerosa adoração por conhecerem seus atributos, mas não a sua essência. Osíris, ao contrário, “está bem próximo ao homem e ao humano. Desde épocas primitivas é pessoal, acessível, cognoscível, inclinado a comover-se ante as ardentes súplicas dos mortais que aspiram à vida eterna. É uma divindade intermediária e compreensiva devido à sua experiência mortal” (Larraya, El Libro de los Muertos , xi).
23 Os eventos são postos em ordem por Plutarco em seu De Iside et Osiride (http://penelope. uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Plutarch/Moralia/Isis_and_Osiris*/home.html, acessada em 08/09/ 2008).
24 Veja, por exemplo, no capítulo 21 do Livro dos Mortos : “Osíris, como outros dizem, é o falo de Rá, com o qual ele se uniu a si mesmo”. A atribuição de traços naturalistas aos deuses por vezes chega às raias da mais absoluta sordidez. Um detalhe totalmente estranho à maneira como a Bíblia aborda a figura divina de Jesus, pode ser lido, por exemplo, no texto egípcio do já citado Papiro Chester Beatty I (http://www.nefertiti.iwebland.com/texts/horus_and_seth.htm). Em determinado ponto da contenda entre Hórus e Set pelo trono de Osíris, Set enganosamente propõe a paz com Hórus. Após uma festa, aproveitando-se do sono pesado do filho de Osíris, Set aproxima-se sorrateiramente e tenta ejacular entre as suas coxas, mas, acordando a tempo, Hórus colhe o sêmen em suas mãos. Consternada com o ocorrido, Ísis corta as mãos de Hórus e lhe fabrica outras novas. Em seguida, a deusa aplica determinado ungüento sobre o membro do filho, provocando-lhe a ereção e colhendo seu sêmem em um jarro. O material, então, é misturado pela deusa em segredo à comida de Set, que acaba por engoli-lo.
25 A tríade representada pela família Osíris-Ísis-Hórus do politeísmo egípcio, freqüentemente mencionada em certos círculos como argumento comprobatório do equívoco da doutrina cristã da trindade, não pode ser comparada à relação de co-existência, onisciência, onipresença e onipotência igualmente partilhada pelas pessoas do Deus-Pai, Deus-Filho e Deus-Espírito Santo, que compõem a divindade monoteísta triúna caracterizada nas páginas do Novo Testamento.
26 Essa forma egípcia de entender o juízo universal pode ter, de alguma forma, migrado para as religiões de outras nações do mundo antigo e alcançado, assim, o sistema doutrinário católico romano medieval, que também preservava a idéia da balança de Deus pesando as ações dos homens. Uma redescoberta dos ensinos do Novo Testamento quanto à expiação dos pecados e da disposição da graça de Deus só ocorreu no cristianismo durante o período da Reforma Protestante, no século 16.
27 Saussaye, História das Religiões , 136, e Larraya, El Libro de los Muertos , xvii.
28 Joseph Campbell, O Poder do Mito (São Paulo: Palas Athena, 1990), 194.
29 James G. Frazer, The Worship of Nature (Nova York: University Books), 566-567, citado por John G. Jackon, Christianity Before Christ (Texas: American Atheist Press, 1985), 113.
30 Compare com as notas 5 e 6. Saussaye acrescenta que o mito de Hórus “tornou-se irreconhecível. … os textos abundam em contradições e absurdos que, examinados superficialmente, podem passar por profunda sabedoria” (Saussaye, História das Religiões , 139). Em seu trabalho de decifração dos textos antigos, o egiptólogo e orientalista Sir Ernest A. Wallis Budge (1857-1934) descobriu pelo menos 13 formas diferentes do deus Hórus, a sua maior parte representada com cabeça de falcão (Budge, The Gods of the Egyptians , 466-499).
31 Ibid., 192.
32 Os evangelhos não fazem nenhuma previsão para este culto. Eles apresentam Maria como sendo uma mulher agraciada com um dom maravilhoso do Céu (ser a mãe do Messias predito nas profecias do Antigo Testamento), constituindo apenas o veículo humano amorosa e honrosamente utilizado por Deus para a introdução da pessoa divina do Filho no mundo como um homem. O próprio Jesus Cristo procurou desfazer os equívocos quanto à sua filiação, não deixando espaço para a hipótese de Maria manter em referência a Ele qualquer espécie de relação diferente da de qualquer outro ser humano pecador necessitado da salvação por Ele estendida (veja, por exemplo, as passagens de Lucas 2:39-49 e Marcos 3:31-35). Paulo escreveu que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3:23) e que “há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1 Timóteo 2:5). A adoração a Maria como figura divina é completamente estranha ao cristianismo do período imediatamente posterior à morte de Jesus Cristo. Isto se evidencia, em primeiro lugar, da leitura do livro de Atos dos Apóstolos e das cartas apostólicas anexadas ao cânon do Novo Testamento, e, em segundo lugar, da apreciação da própria história do cristianismo. Foi apenas em 431 d.C., por ocasião do Concílio de Éfeso, que se começou a configurar oficialmente tal culto, com base no dogma da maternidade divina de Maria, pelo qual a igreja conferiu à mãe de Jesus a prerrogativa de intercessora dos crentes. Posteriormente, o segundo Concílio de Constantinopla (553 d.C.) introduziu o dogma da virgindade perpétua. Para maiores detalhes quanto à evolução histórica dos dogmas referentes a Maria, ver José M. Rocha, “O culto a Maria: uma criação do papado” em Parousia , ano 4, nº 1 (Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2005), 53-62.
33 Campbell menciona que por ocasião do Concílio de Éfeso (431 d.C.), um grande grupo de adoradores da deusa Diana, para cujo culto fora erigido um dos templos mais famosos da antigüidade, aglomerou-se em torno do local de reunião, e pôs-se a gritar, em reverência a Maria: “A deusa, a deusa, certamente ela é a deusa!” ( Campbell, O Poder do Mito , 195) .
34 Ver um exemplo de escultura de Ísis amamentando Hórus em http://www.artgallery. sa.gov.au/MediaCentreEgyptLouvre2007/MediaImagesEgypt.html (assessado em 16/11/2008).
35 Ver resumo do mito osiriano exposto anteriormente.
36 Gerald Massey, Ancient Egypt, Light of the World , 218-219.
37 Não é possível provar de forma cabal que a auréola de luz da iconografia cristã é realmente o mesmo disco solar ligado aos deuses da mitologia egípcia. Essa afirmação está no campo das hipóteses.
38 Veja, por exemplo, o seguinte trecho da lei dominical editada por Constantino em 7 de março de 321 d.C: “Que os magistrados e o povo que reside nas cidades descansem no venerável Dia do Sol, e que todas as portas sejam fechadas. No campo, porém, que as pessoas ocupadas na agricultura possam livre e legalmente continuar suas atividades; porque amiúde sucede que nenhum outro dia é mais adequado para a semeadura do cereal ou para o cultivo de vinhas; para que não seja perdido pela negligência o momento oportuno para tais operações que é concedido pela munificência do Céu” (Codex Justinianus, iii, Tit. 12.3, citado por Kenneth Strand, “Como o domingo tornou-se o popular dia de culto” em Parousia , ano 4, vol. 1 [Engenheiro Coelho: Unaspress, 2005], 68). Essa lei foi o primeiro grande passo para a completa substituição do descanso no sétimo dia legado pela Bíblia e pelos primeiros apóstolos, pela obrigatoriedade da guarda do domingo na igreja cristã. Para mais detalhes quanto à introdução do culto solar no cristianismo, ver Carlyle Haynes, Do Sábado para o Domingo (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2001), 34-52.
39 Massey, Ancient Egypt , 217. O escritor menciona uma pintura gnóstica dos primeiros séculos da era cristã nas catacumbas de Roma (que não pôde ser localizada pelo autor deste artigo), na qual o menino Jesus é representado envolto em bandagens, como uma múmia, repousando em uma espécie de sarcófago e tendo o halo redondo de luz sobre a cabeça.
40 A esse respeito é relevante salientar que a história de Jesus narrada nos Evangelhos pode ser encontrada, em seus detalhes mais importantes, espalhada nos diversos trechos do Antigo Testamento. A data de elaboração desses textos sagrados hebraicos, após a descoberta dos chamados Manuscritos do Mar Morto , entre 1946 e 1956, pôde ser fixada com segurança em séculos antes de Cristo.
41 Ele chega a defender que o deus Anúbis é o protótipo da personagem de João Batista (Massey, Ancient Egypt, 219-220). Ele articula um raciocínio muito difícil de ser provado a partir dos textos egípcios originais, que é o seguinte: Anúbis é o precursor de Hórus na medida em que realiza o ritual da unção da múmia de Osíris. Por meio desse ritual Hórus estaria sendo confirmando como o “filho amado de Osíris”, tendo agora o direito de substituir o pai no trono. E tal como acontece com João Batista em relação a Jesus no texto dos evangelhos, Anúbis retira-se humildemente, após realizar sua missão, para que seja de Hórus toda a glória. Segundo Massey, Anúbis permanece sempre em uma zona intermediária, auxiliando o morto em sua passagem para o paraíso, mas nunca entrando no inefável lugar. Essa comparação é gratuita e improvável.
42 No episódio de Maria, por exemplo, existe uma importante ênfase no ato do ser humano em resposta a um maravilhoso amor concretizado no perdão divino.
43 Massey, Ancient Egypt , 226. A essa altura, o autor sustenta de forma mirabolante que Maria procurando pelo menino Jesus aos 12 anos (Lucas 2) corresponde a Ísis procurando os pedaços de seu esposo destroçado por Set, uma vez que a morte de Osíris exige que a criança-Hórus passe o quanto antes a “cuidar dos negócios” de seu Pai (Ibid., 796, cf. Lucas 2:49).
44 Ibid., 780-785.
45 O autor não menciona as fontes nas quais baseia essa idéia acerca de Hórus.
46 Massey, Ancient Egypt , 785. Quanto à sentença final do trecho reproduzido, cumpre informar que o autor alega que o episódio da transfiguração de Jesus Cristo (Mateus 17) nada mais é do que “o brilho solar adquirido pelo deus Hórus após descer ao paraíso para assumir o trono de seu pai, Osíris” (Ibid., 780).
47 Wikipedia , enciclopédia virtual, acessada em 17/11/2008, ver verbete “egyptian astrology”, baseado em Derek e Julia Parker, The New Compleat Astrologer (Nova York: Crescent Books, 1990)
48 Uma procura simples por imagens do zodíaco egípcio em um site de busca na Internet pode comprová-lo.
49 Alguns desses argumentos já foram expostos. Aqui estão relacionados outros, apenas para uma idéia: 1) Jesus expulsando os cambistas do templo, após a sua unção como filho amado no batismo, é Hórus combatendo os inimigos de Osíris e confirmando, assim, seus direitos como filho divino (Massey, Ancient Egypt , 798); 2) Jesus ressuscitando a Lázaro, que sai do sepulcro envolto em faixas, é Hórus levantando a múmia osiriana em sua ressurreição (ibid., 842); 3) O Espírito Santo corporificado em pomba por ocasião do batismo de Jesus representa o deus Rá, pai de Osíris, em sua forma de falcão com o disco solar sobre a cabeça (ibidem) e, neste caso, a trindade Pai-Fillho-Espírito Santo seria um espelho da tríade Rá-Osíris-Hórus do panteão egípcio.
50 Ibid., 868.
51 Para Massey, o corpo partido de Cristo representado pelo partir do pão na ordenança neotestamentária da Ceia do Senhor perpetua a antiga cerimônia egípcia da “refeição sagrada” tomada sobre o sarcófago de Osíris, o qual teve o seu corpo também partido para que os seres humanos pudessem ter a vida eterna (ibid., 221). Não há explicitação de fonte pesquisável no livro de Massey quanto a essa “refeição sagrada”, e o autor do presente artigo, em pesquisa particular, também não localizou nenhuma.
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