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[LIVRO] O que é darwinismo  Nelio%2Bbizzo%2Bo%2Bque%2Be%2Bdarwinismo


O que é darwinismo


Certa feita, ao fazer menção de um antigo livrinho do biólogo Nélio Marco Vicenzo Bizzo, alguns darwinistas chagaram a duvidar da veracidade das críticas ali expostas.

O livrinho que tem por título “O que é Darwinismo”, foi publicado em 1987 pela antiga Editora Brasiliense, sendo parte da conhecida Coleção Primeiros Passos. Como já se passaram mais de vinte anos, talvez o autor tenha atenuado suas críticas ao darwinismo ou, quiçá, abjurado de tudo o que escreveu. Vá lá, mudar faz parte da natureza humana, inclusive dos mestres e doutores.



[LIVRO] O que é darwinismo  Nelio%2Bbizzo%2Bbiografia Seja como for, transcrevo a seguir alguns pontos abordados no referido livro, pontos estes que se chocam frontalmente com a visão predominante no âmbito do darwinismo, que pinta um Darwin com cores que não parecem corresponder com a realidade. Vejamos:

A HISTÓRIA OFICIAL
“Atualmente reconhece-se que Darwin tenha sido o primeiro cientista a fazer uma tentativa séria de resentar os fatos evolutivos como sendo devidos a um equilíbrio de forças em conflito. A teoria evobitiva atual deve mais a Darwin do que a qualquer outro evolucionista e foi construída em torno dos conceitos essenciais contidos no seu genial Origem das Espécies.

Você acredita mesmo nesta bela estorinha? Seus livros escolares, seus professores, os vestibulares, acreditam. Se você já está satisfeito, feche o livro. Mas, por outro lado, se você quer saber de uma séria de fatos que não estão de acordo com a versão oficial do darwinismo, então vá adiante!” (p. 17).


A OUTRA HISTÓRIA
“Na história do darwinismo, os “conceitos essenciais de Darwin” são apresentados de maneira bastante coerente, e numa seqüência gradativa. Não aparecem contradições, hesitações ou falhas graves. O darwinismo parece ser uma teoria que foi “crescendo”, amadurecendo lentamente, dentro de um processo que se parece muito com o seu próprio objeto de estudo: a lenta evolução dos seres vivos. A teoria, de uma certa forma, se apresenta como um tipo de produto da natureza, e não do homem.

Por outro lado, salta aos olhos o fato de a teoria pretender ser inteiramente independente da influência da sociedade da época. Ela se submeteria apenas à lógica da natureza.

No entanto, uma análise um pouco mais cuidadosa da obra de Charles Darwin nos revela uma série de hesitações, contradições e falhas que podem ser consideradas graves. Além disso, traz em seu interior todos os elementos da sociedade na qual foi construída. Assim, passa a ter as feições de um produto do homem, e não da natureza” (p. 19).

DARWIN E O LAMARCKISMO
“Apesar de Darwin ter manifestado, como vimos, aversão às idéias de Lamarck, jamais as contestou; pelo menos em seus elementos centrais. Muito pelo contrário: procurou desenvolvê-las e sofisticá-las. Isto não pode ser atribuído a uma simples “fase” da vida do mestre. O Origem nasceu lamarckista e assim permaneceu. Este é um fato que os seguidores de Darwin omitiram deliberadamente” (p. 19).

“A ORIGEM DAS ESPÉCIE”, O FALSO BEST-SELLER
“Na verdade, quando o Origem das Espécies foi lançado no houve grande impacto, tendo sido confundido com uma nova versão do Vestígios. O fato de ter-se esgotado no mesmo dia pode ser parcialmente explicado por isso e pelo fato de a tiragem ter sido reduzida (1250 exemplares). Aliás, a informação de que “se esgotou no mesmo dia” parece conter um pouco de exagero

O livro foi lançado em meados de novembro de 1859 e Darwin só soube que estava tendo boa saída dois meses depois, através de uma carta recebida por sua esposa...

De qualquer forma, o livro de Darwin não foi propriamente um best-seller. De 1859 a 1876, foram vendidos 16 mil exemplares na Inglaterra, ou seja, uma média inferior a um milhar por ano.

Talvez isto se deva ao fato de o Origem das Espécies não conter, rigorosamente, nenhuma grande novidade. A defesa da idéia da evolução, como vimos, não era um fato original. Os mecanismos evolutivos, absolutamente todos, também já tinham sido apresentados anteriormente” (p. 26, 27).

O MITO DA NEUTRALIDADE
“Finalmente, é necessário abordar um aspecto da teoria darwinista que talvez seja justamente o mais importante. Diz-se que Darwin aplicou o método científico com todo o rigor e imparcialidade. Assim, suas conclusões seriam independentes não apenas dos dogmas religiosos vigentes na época, mas de seus próprios juízos de valor e de quaisquer influências sociais. Em outras palavras, Darwin teria sido um observador neutro e imparcial.

Diz ele em sua autobiografia que, quando começou a estudar o material recolhido em sua viagem, procurou seguir uma metodologia clara: “Inspirei-me para este trabalho nos princípios de Bacon:
sem teoria preconcebida, colecionei fatos (muito especialmente aqueles relacionados com as espécies domésticas), distribuí questionários impressos, conversei com hábeis criadores e jardineiros e li enormemente”. Nota-se que possuía, ao menos, grande honestidade científica; não pretendia que suas convicções pessoais influenciassem o resultado, que deveria surgir naturalmente, da simples confrontação dos fatos. Seria isto possível?” (p. 39) ...

“A crença na herança dos caracteres adquiridos também parece remontar àquela época. No mesmo diário, quando fala dos habitantes da Terra do Fogo, diz: “A Natureza, que tudo prevê pela onipotência do hábito e dos seus efeitos hereditários, amoldou o fogueano ao clima e aos produtos de sua miseranda pátria.”

Aqui aparece uma faceta indisfarçável do modo de pensar de Darwin, que é sua visão colonialista, sua óptica estritamente britânica. Diante de sua vasta obra, tropeça-se a todo momento nessa sua forma particular de observar, principalmente nas passagens em que se refere aos povos “selvagens”...

As convicções íntimas de Darwin não deixam de aparecer em sua obra. Não poderia ser impermeável às influências sociais do meio em que viveu. E, por uma série de razões que veremos adiante, o meio social daquela época também não poderia ser impermeável a Darwin” (p. 40, 41).

VISÃO COLONIALISTA
“A Coroa inglesa tinha tomado consciência de que, para lucrar no estrangeiro, não era suficiente apenas ter dinheiro, mas, acima de tudo, conhecer a ambiente que vai ser explorado. Portanto, informaçôes de todo tipo eram fundamentais. O trabalho de naturalistas, como Darwin, era essencial para as pretensões coloniais das grandes potências, como a Inglaterra. Os Estados Unidos precisaram passar pela guerra do Vietnã para dar a devida importância ao trabalho dos naturalistas (p. 52).

“É muito provável que a tarefa de Darwin no fosse de encontrar minas, visto que nisso no tinha nenhuma experiência. Sua tarefa parecia consistir em observar, reconhecer os ambientes economicamente importantes para a Coroa Inglesa. Já naquela altura as matérias-primas eram cada vez mais necessárias para um país que passava por uma revolução industrial” (p. 53).

“A tarefa do Beagle e de sua tripulação, inclusive Darwin, era muito parecida com a dos satélites de sensoreamento remoto de hoje. É muito difícil saber com precisão quais os planos que o Almirantado e a Coroa tinham para a região. O próprio Darwin não fala em seu diário se devia seguir um roteiro predeterminado, mas pode-se inferir que a coincidência entre sua rota e as minas não seja casual. O que espanta é que ele não tenha desconfiado dos interesses do governo nas suas informações. Até o fim da vida falava do caráter filantrópico da expedição. Essa falta de percepção não parece ser um atributo comum aos maiores cientistas de todos os tempos...” (p. 54).

A LÓGICA DO CAPITAL
“Pelas passagens já reproduzidas e por tantas outras que se encontram em seus escritos, não resta dúvida de que Darwin era um cidadão orgulhoso de sua nacionalidade. Mais do que isto, estava convicto de que a sociedade baseada na competição generalizada era a única forma de se atingir o estágio “superior” de “civilização”. Ainda jovem, a bordo do Beagle, lamentou as relações igualitárias que os índios da Terra do Fogo mantinham. Escreveu ele em seu diário: “A perfeita igualdade entre os indivíduos que compõem as tribos da Terra do Fogo deverá retardar-lhes, por muito tempo, a civilização...” (p. 55).

“Não era só o mecanismo da seleção natural que reproduzia os elementos essenciais da sociedade inglesa. No darwinismo original, como vimos, as vantagens adquiridas por um indivíduo eram herdadas pelos descendentes. Darwin não entendia nada de herança biológica, mas no outro tipo de herança era “expert”. Tinha recebido verdadeira fortuna do pai (cerca de 250 mil dólares). Mesmo sem nunca ter trabalhado, conseguiu ampliá-la e seu destino era certo. Seus filhos a herdariam. O conceito de propriedade estava profundamente arraigado em Darwin e na sociedade em que vivia.

A teoria darwinista baseia-se fundamentalmente na suposição de que os organismos evoluem porque se adaptam às condições do ambiente. Pode haver visão mais cômoda para um jovem burguês almofadinha, interessado em manter a disciplina de seus empregados?” (p. 56).

O IMPACTO DO DARWINISMO
“A lógica darwinista trazia todos os elementos essenciais da sociedade inglesa. Não tinha intrinsecamente nenhum componente destoante, muito pelo contrário. Pessoas satisfeitas com a sociedade inglesa só podiam ver coerência na teoria. De cima a baixo” (p. 58).

O DARWINISMO E A BURGUESIA LIBERAL
“Se é verdade que o darwinismo é uma espécie de síntese da sociedade capitalista, é de se esperar que tenha tido grande aceitação em países que assim se organizavam. Essa organização facilitava o entendimento da lógica do mecanismo evolutivo proposto. Igualmente provável é que fosse propagandeado com mais força nos países onde a contradição Igreja X burguesia se aprofundava.

O testemunho da História é inequívoco. A apresentação da recente tradução para o português do Origem do Homem, um dos últimos livros escritos por Darwin, nos diz (...) a necessidade de traduzir pela primeira vez para a língua portuguesa uma obra que tem merecido lugar de destaque e aprovação de todo país civilizado (...) “De fato, o darwinismo alastrou-se como fogo em palha seca nos países que tomaram a Inglaterra como modelo” (p. 62).

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DARWIN E O HOMEM
“A idéia de que o darwinismo era uma doutrina que se aplicava apenas aos seres vivos não-humanos é outra versão absolutamente incorreta. No Origem das Espécies, Darwin passa comodamente ao largo das implicações de sua teoria com o homem. No entanto, no seu Origem do Homem, ele penetra na questão e, aí, suas opiniões deixam pouca margem de dúvida.

Darwin e seu primo Francis Galton, juntamente com uma série de pensadores seus contemporâneos, acreditavam que a “raça” humana poderia ser melhorada se fossem evitados “cruzamentos indesejáveis”. A sociedade era vista com uma clara divisão: de um lado, os membros “superiores”, sadios, inteligentes, ricos e, obviamente, brancos de outro, os membros “inferiores”, mal nutridos, doentes, pobres, de constituição racial duvidosa. Estes deveriam ser impedidos de se reproduzirem, pois acabariam por “rebaixar toda a raça”. A evolução biológica do homem poderia ser “acelerada”, imitando-se os mesmos rituais de seleção “vistos” na Natureza. Os mais aptos, evidentemente, estavam entre os indivíduos das classes dominantes.

Darwin chegava até a prever a completa extinção de raças inteiras, consideradas “inferiores”. Escreveu pouco antes da morte, numa carta de 1881:
“Eu poderia esforçar-me e mostrar o que a seleção natural fez e ainda faz para os progressos da civilização, mais do que aquilo que pareceis admitir. Lembrai-vos do perigo que correram as nações européias, alguns séculos atrás, de serem esmagadas pelos turcos e do quanto esta idéia nos parece ridícula hoje em dia. As raças mais civilizadas, que chamamos de caucásicas, bateram os turcos em campo raso na luta pela existência. Fazendo um relance sobre o mundo, sem olhar num porvir muito longínquo, quantas raças inferiores serão em breve eliminadas pelas raças que têm um grau de civilização superior!” (p. 68).


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“E comum dizer-se que Darwin no afirmou que o homem descendia do macaco. Isto está correto. Darwin dizia coisa muito pior. Seu racismo não o abandonava. Afirmava que o homem descendia dos selvagens! E não parava aí. Dizia que preferia descender de um forte e valente macaco, do que ter um desses selvagens como ancestral.

A aplicação de sua teoria ao homem, ou, mais propriamente, a extensão ao organismo humano dos valores burgueses de propriedade privada e acumulação, resultou no que se chamou eugenia. O melhoramento da raça através das recomendações da eugenia eram os ideais do nazismo. O Estado Nazista não era, portanto, nada mais que um Estado capitalista onde a melhoria do corpo dos cidadãos fazia parte da estratégia global de aumento de produtividade.Hitier garantia procriação aos cidadãos alemães que possuíssem cabelos loiros, boa estrutura, rosto estreito, queixo bem formado, nariz fino e arrebitado, olhos claros e profundos e pele de um branco rosado. Os homens selecionados poderiam ingressar na tropa de elite, a SS, e poderiam ter o número de filhos que desejassem, sem precisar casar. O Estado cuidaria de criar e educar tais crianças, segundo os ideais do nazismo” (p 70).

Crédito:
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Eduardo
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