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A Influência da Patristica e a Escolástica na Educação na Idade Média Empty A Influência da Patristica e a Escolástica na Educação na Idade Média




Patrística»: Âmbito e definições

Dra. Teresa Pereira


A Influência da Patristica e a Escolástica na Educação na Idade Média 5Ainda que pareça tratar-se, segundo a opinião de alguns, de uma só e mesma área de estudo, a «Patrologia» e a «Teologia Patrística » possuem, no entanto, âmbitos bem determinados.

A «Instrução sobre o Estudo dos Padres da Igreja na Formação Sacerdotal» (IEP), publicada em Roma pela Congregação para a Educação Católica, em 10 de Novembro de 1989, distingue uma e outra, muito embora não deixe de as relacionar intimamente.

Assim, no nº 49, afirma que «a Patrística ocupa-se do pensamento teológico dos Padres» e «a Patrologia tem por objeto a vida e os escritos dos mesmos». Deste modo, enquanto a primeira possui um carácter doutrinal e, portanto, teológico, a segunda move-se mais no contexto da indagação histórica e da informação bibliográfica e literária. Tanto uma como outra distinguem-se, por sua vez, da Literatura Cristã Antiga, que se ocupa apenas dos aspectos estilísticos e filológicos dos escritores cristãos da antiguidade.

O criador do termo «Patrologia» foi o luterano J. Gerhard (+ 1637), na sua obra póstuma «Patrologia sive de primitivae ecclesiae christianae doctorum vita ac lucubrationibus oposculum», datada de 1653. O termo surgiu no contexto apologético da Reforma e com o objetivo de apelar para o testemunho dos Padres da Igreja como forma de justificação das idáias discutidas pelos reformadores e como resposta à «antiguidade» e consequente «autoridade» dos mesmos reformadores.

O termo «Patrologia» passou então a expressar, sobretudo, o estudo histórico e literário (vida e obra) dos escritores cristãos antigos, tratando-se assim de uma disciplina de carácter eminentemente histórico, cujas principais funções são:

a) Dar a conhecer a vida e a formação dos Padres e outros escritores eclesiásticos, tendo em conta o contexto que originou a composição das suas obras;

b) Estabelecer a lista dos seus escritos, distinguindo os verdadeiros dos falsos;

c) Apreciar o carácter e a importância das suas obras;

d) Expor os aspectos doutrinais mais importantes.

Na sua origem, o termo «Patrística» é um adjetivo ligado à Teologia. Surgiu também no século XVII entre teólogos luteranos e católicos para subdividir a Teologia em «bíblica, patrística, escolástica, simbólica e especulativa».

Deste modo, a «Teologia Patrística» tem por finalidade aprofundar, com fidelidade, o pensamento dos Padres da Igreja, para participar da compreensão que eles alcançaram dos mistérios da fé cristã.

Não se trata, portanto, de uma mera sistematização do pensamento patrístico, mas de uma verdadeira teologia, na medida em que procura compreender o mistério revelado e o desígnio de Deus, tendo como fonte e guia os Padres da Igreja [1].

Denomina-se, além disso, de patrística a época dos Padres da Igreja, que culminou no século VI, no Ocidente, com Santo Isidoro de Sevilha (+ 636) [2] e no Oriente, no século VIII, com São João Damasceno (+ 749).

Tratam-se efetivamente de oito séculos muito ricos do ponto de vista da reflexão teológica, constituindo, por isso, a época patrística ou época dos Padres, o «pilar» da construção teológica posterior.




Notas:

[1] Para um maior aprofundamento destas definições, Cf. L. PADOVESE, Op. Cit. 21-25; J. QUASTEN, Patrología I. Hasta el Concilio de Nicea (BAC, Madrid 1984) 1-6; A. di Berardino (dir.), Patrologia-Patristica, in Diccionario Patristico y de la antigüedad cristiana (DPAC) II (Verdad e imagen, Salamanca 1998) 1711-1712.

[2] Ainda que alguns autores queiram determinar o fim da época patrística no Ocidente com S. Beda Venerável (+ 735), não parece ser, pois, uma opinião unânime...

Introdução

Na idade media houve duas correntes educacionais que inspiraram a forma de educar o povo deste período, a Patrística que consistia na elaboração doutrinal das verdades de fé do Cristianismo e na sua defesa contra os ataques dos "pagãos" e contra as heresias e a Escolástica que surgiu da necessidade de responder às exigências da fé, essas duas correntes educacionais filosoficas são duas formas da igreja manipular da forma como quisesse seu poder dentro da sociedade, porém não devemos deixar de mostrar que apesar de serem duas correntes que manipulavam, foram tambem as únicas formas de transmitir ao povo (geralmente o clero) o saber e desta forma passar para os dias de hoje os ensinamentos daquela época.

Essas duas correntes foram de extrema importancia para que a famosa expressão Dark Ages não fosse mesmo o segundo nome da idade média, pois nesses doid tipos de correntes houveram pensamentos que perduram até hoje

Então no decorrer do trabalho essas duas visões serão discutidas de formas mais aprofundadas e como elas influenciaram para a questão da práxis nos dias de hoje.

A Dark Ages, Idade Média a idade das trevas?

Chama-se Idade Média o período da história européia compreendido aproximadamente entre a queda do Império Romano do Ocidente e o período histórico determinado pela afirmação do capitalismo sobre o modo de produção feudal, o florescimento da cultura renascentista e os grandes descobrimentos.

A Idade Média divide-se em duas etapas bem distintas: a alta Idade Média, que vai da formação dos reinos germânicos, a partir do século V, até a consolidação do feudalismo, entre os séculos IX e XII; e a baixa Idade Média, que vai até ao século XV, caracterizada pelo crescimento das cidades, a expansão territorial e o florescimento do comércio.

Considerada desde o Renascimento como período obscurantista e decadente, só em meados do século XIX a Idade Média passou a ser entendida como etapa necessária da história da civilização ocidental. Na verdade, durante cerca de um milênio, a Europa medieval passou por lentas mudanças econômicas e políticas que, no entanto, prepararam o caminho da modernidade.

Educação da idade média

Como já foi citado quem controlava a educação era o clero católico. No século IX, fundaram-se escolas junto as catedrais. Logo em seguida, vieram as universidades. Sendo que algumas delas são conhecidas até hoje, com exemplo: Oxford e Cambrigde. Mas em todas as faculdades da época , a influência da igreja era forte. As aulas eram ministradas em latim, e algumas das matérias de estudo eram: teologia ( filosofia),ciências, letras, direito e medicina.O curso era composto pelo triarium, nesta se ensinava gramática, retórica e lógica; o quadriarium, esta parte ensinava aritmética, geometria, astronomia e música.
No final do curso , os alunos já podiam se preparar profissionalmente nas "escolas de artes liberais", ou continuar nas áreas da medicina, direito ou teologia.As universidades tinham vários privilégios como: ensinar seus graduados, isenção de impostos , isenção do serviço militar, além do direito de julgamento especial em foro acadêmico para seus membros. Estas vantagens eram sempre garantidas ou pelo imperador ou pelo Papa, que na época eram as maiores autoridades.

A Patrística na Educação

"A Patrística baseada em Platão, foi uma das primeiras formas de cultura e educação na Alta Idade Média" (MOSER, 2008), como é visto a Patrística foi uma das primeiras correntes a ensinar na Idade média, era uma filosofia que surgiu como forma de evitar heresias, essa forma de combater as religiões pagãs fez com que os padres tivessem que buscar argumentação nos fundamentos filosóficos gregos "extraindo dela argumentação que justificasse a interpretação pagã da nova religião/ filosofia." (MOSER, 2008)

"A patrística auxilia a exposição racional da doutrina religiosa, preocupando-se principalmente com a relação entre fé e ciência, com a vida moral, com a natureza de Deus e da alma." (SCHINEIDER, 2007), ou seja, une a fé com a ciência, de grosso modo faz a fé (religião) ter base na filosofia e até nas ciências.

O maior nome desta corrente é Santo Agostinho, que unia a filosofia e a religião, com isso formando sua própria filosofia que se baseava em conhecimento, a sabedoria, e a amizade.

Agostinho colaborou na educação para o reconhecimento de que, paralelamente à conquista do domínio dos conteúdos, o aluno precisa ser orientado a relacionar esse conhecimento a uma realidade maior onde se torna indispensável à formação de valores que prezam a integração e a verdade.

A escolástica na educação

O ensino escolástico na época medieval contribuiu para a manutenção do poder da Igreja Católica em relação a formação não só eclesiástica pois versava por interligar a fé a razão. Acabou simultaneamente por gerir através das escolas monásticas e catedralísticas a produção filosófica e literária a mentalidade medieval em suas relações sociais, econômicas e culturais.(SANDRELLI, 2009)

Como foi exposta anteriormente, a corrente patrística foi um uso da igreja para se manter no poder devido a forma da educação, e a segunda corrente dominante daquela época foi herdeira dessa herança de monopólio do poder, a escolástica visava manter o poder que a patrística tinha estabelecido.

"A escolástica era um tipo de vida intelectual e educativa que predominou entre os séculos XI e XV, contribuindo para o estabelecimento das universidades. Produziu um acervo literário extensivo. Tinha como premissa justificar a fé a partir da razão, revigorando a religiosidade exaltando a Igreja através dos argumentos intelectuais." (SANDRELLI, 2009)

Essa corrente teve três fases distintas até sua queda onde a Igreja perdeu poder tanto para o estado quanto para o protestantismo.

Historicamente, a escolástica pode dividir-se em três períodos: Escolástica primitiva (sécs. IX ao XII); Escolástica média (sécs. XII e XIII) e Escolástica tardia (sécs. XIV e XV).

Escolástica primitiva - inícia-se com o renascimento carolíngio e com o ressurgimento da escola que então se verifica. Aí se desenvolve um método de ensino que posteriormente será elaborado nos seus mínimos detalhes, constituído pelas quaestiones (problemas sujeitos a exame) e disputationes (exposição de argumentos a favor ou contra). As grandes disputas centram-se então em torno de dois problemas fundamentais: o problema da relação entre a fé e a razão (entre entre dialécticos, partidários da razão, e anti-dialécticos, defensores da fé) e a polémica dos universais.

Escolástica média - surgem diversos tipos de escolas (inclusivé as primeira universidades) e inicia-se um intenso trabalho de tradução (principalmente na Península Ibérica) que vai possibilitar o conhecimento dos clássicos gregos e latinos, concretamente, a filosofia natural e a metafísica de Aristóteles, juntamente com as obras dos seus comentaristas gregos e árabes. No século XIII, com a introdução, em Paris, da filosofia árabe, representada pelo contributo dado por Averróis enquanto comentador de Aristoteles, inicia-se uma tendência denominada averroísmo latino, que preconiza, entre outras, a defesa da tese da dupla verdade (fé e a razão são verdades independentes e igualmente legítimas). Com a reestruturação das ordens religiosas e a criação das ordens franciscana e dominicana, a escolástica alcançou o seu ponto culminante, representado fundamentalmente pela obra de S. Tomás de Aquino, membro da escola dominicana, que adaptou, seguindo de perto Averróis, a filosofia de Aristóteles ao pensamento cristão. Pelo contrário, a escola franciscana, de que S Boaventura é um representante maior, é inspirada no neoplatonismo e na filosofia de Santo Agostinho.

Escolástica tardia - o séc. XIV caracteriza-se pela separação definitiva entre a filosofia e a teologia. A teologia mantém-se em vigor na escola franciscana, representada por Duns Escoto e G. de Occam, e a filosofia instala-se no empírico, no particular e no sensível. A escolástica conhece antão um notável florescimento em Espanha e Portugal, dinamizado pelas ordens dominicana e dos Jesuítas, orientadas para a nova interpretação que se fez da teoria de S. Tomás em Itália. O dominicano F. de Vitoria fundou uma escola de Salamanca em que se formaram notáveis teólogos tomistas, os quais, juntamente com os jesuítas de Coimbra e F. Suárez, em polémica com o escotismo e o nominalismo, defenderam uma síntese de escolástica tradicional com as novas tendências de pensamento da época.(POMBO, 2008)

A Escolástica assim como a Patrística, enquanto instrumento de ensino filosófico e literário influenciou a sociedade medieval em seu universo mental, social e cultural por trazer à torna uma renovação dos dogmas católicos unindo a fé à razão conseguindo enaltecer o catolicismo através de sua doutrina cristã e orientação dos pensadores antigos, conseguiu arregimentar mais ainda seu poder através do ensinar e rezar os bons costumes.

Considerações finais

Foi exposto que as duas correntes filosóficas que permearam a educação na Idade Média foram a Patrística e a Escolástica, foi visto também que essa duas correntes foram instrumentos para monopolização do poder na Europa, mas muito se deve a elas pelo seguinte fato: elas foram a chave da educação na chamada Idade das Trevas e também foram que uniram de certo modo e tempo as ciências e a religião, ou seja, para que a religião se alavancasse os religiosos tiveram que se embasar na filosofia que nada acredita, além disso foi nessa época que houveram grande faculdades e com isso pensadores que permeavam a fé em conjunto com a razão.

Então a patrística e a escolástica foram sim uma forma de controle mas foram as grandes fontes ou formas educacionais da idade média.

Referências

MOSER, Giancarlo. História da Educação, caderno de atividades. Indaial: Asselvi, 2008.

SANDRELLI, Ilinane. A Escolástica como Instrumento de Ensino Filosófico e Literário na Idade Média. Disponível em: . Acesso em: 20 nov 2009.


SCHNEIDER. Cátia Regina de Oliveira. A Educação na Idade Média. Disponível em:. Acesso em: 19 nov 2009.

POMBO, Olga. Modelos de Escola na Idade Média. Disponível em: < http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/modelos/index.htm>. Acesso em: 20 nov 2009.
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