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O túmulo de Mordecai e da Rainha Ester
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04022011
O túmulo de Mordecai e da Rainha Ester
O túmulo de Mordecai e da Rainha Ester
Há alguns meses atrás, o regime iraniano, normalmente hostil no que toca às relações com Israel, deu o passo deveras anormal de adicionar um lugar sagrado judaico à sua lista de monumentos nacionais.
A 9 de Dezembro de 2008, periódicos iranianos relatavam que o túmulo de Mordecai e Ester, heróis da saga do Purim estariam desde então debaixo da protecção e responsabilidade do governo.
O facto trouxe uma nova notoriedade ao lugar, bastante conhecido dos judeus iranianos, mas totalmente desconhecido para os que vivem fora do país. E, com o Purim a ser celebrado esta semana, vale a pena referirmo-nos a esta relíquia do passado judaico.
O mausoléu que alberga o santuário de Mordecai e Ester consiste numa estrutura simples de tijolo coroada com uma cúpula, construída há cinco ou sete séculos atrás, sobre os locais de sepultamento. Situa-se a noroeste da cidade iraniana de Hamadan, que, por sua vez, está localizada a cerca de 335 Quilómetros a oeste da Teerão, a capital. De acordo com a tradição, acredita-se que Hamadan seja o lugar da cidade bíblica de Susã (Shushan), que desempenhou um papel central nos eventos descritos no Livro de Ester.
Ao longo dos tempos, diversos viajantes mencionaram o lugar, tendo sido o primeiro Benjamim de Tudela, o afamado explorador do século 12.
Os judeus iranianos reverenciavam o lugar, e muitos viajavam para Hamadan a fim de ali observar o Purim, fazendo a leitura do pergaminho de Ester no sepulcro. Outros, organizavam celebrações de família, como bar-mitzvahs ou a circuncisão dos seus filhos.
A porta do complexo, demasiado baixa, diz-se ter sido assim construída de forma intencional, de maneira a obrigar os visitantes a curvar a cabeça ao entrar, adoptando a necessária atitude de respeito. Dentro da câmara principal, adornada com inscrições hebraicas, estão depositados dois enormes troncos, ou caixas de madeira decoradas, debaixo das quais se diz estar os lugares de descanso de Mordecai e Ester.
Adjacente ao túmulo, uma pequena sinagoga, sendo o lugar considerado igualmente sagrado tanto por muçulmanos como por cristãos, que também aqui vêem orar.
Próximo do mausoléu, encontra-se uma grande cavidade no chão, que os judeus iranianos acreditam ser a entrada de um túnel que faz a ligação a Jerusalém.
Curiosamente, existe uma outra tradição que identifica o lugar da sepultura da Rainha Ester e de Mordecai, mas este situado nos arredores da aldeia de Baram, na Alta Galileia, perto de Safed, Israel.
Já em 1215, o Rabbi Menachem Ha-Hevroni escreveu que, enquanto percorria a Galileia, visitou o túmulo da Rainha Ester, "que, ainda em vida, deu ordens ao filho Ciro [não o Ciro bíblico] para a transportar para ali, a fim de ser sepultada." Mais tarde, o lugar era referenciado por peregrinos, que o mencionavam pelo facto de nele se realizarem celebrações de Purim.
Actualmente, crê-se que o túmulo está localizado nas ruínas de um edifício encontrado no Parque Nacional de Baram.
Depois da área ter sido conquistada na Guerra de Independência de Israel, um grupo de judeus de Safed organizou ali uma cerimónia no Purim de 1949, em que foi feita a leitura do pergaminho de Ester, para relembrar a antiquíssima tradição preservada pelas gerações anteriores.
Desta forma, há duas tradições que se opõem acerca do lugar onde estão sepultados os principais protagonistas da história do Purim, com uma delas a colocá-lo na Pérsia, e outra em Israel.
E enquanto não pudermos dizer com alguma certeza qual das duas tradições é mais autêntica ou correcta, de uma coisa podemos estar todos certos: os feitos destes dois grandes heróis judeus, nunca se apagarão da nossa memória colectiva, como o próprio Livro de Ester nos diz (9:28): "e que estes dias seriam lembrados e guardados geração após geração, família, província e cidade, e que estes dias de Purim se celebrariam entre os judeus, e que a memória deles nunca teria fim entre os de sua semente."
Traduzido e adaptado por Eduardo Fidalgo, de um artigo de Michael Freund publicado em Orthodox Union.
“Holocausto Iraniano”
Posted on janeiro 12, 2011 by roberto
O Irã dos Aiatolás e Ahmadinejad nega a existência do Holocausto. Neste domingo, um de seus acólitos, Mahmud al-Zahar, ideólogo do Hamas, disse que “o Holocausto é mentira e os crimes dos judeus provocam o antissemitismo”. O revisionismo histórico islâmico radical não para por aí. Neste fim de semana, o governo do Irã retirou o caráter religioso e a classificação oficial de local de peregrinação do túmulo, com mais de 2.500 anos, da Rainha Esther e de Mordechai (foto). É o primeiro passo para sua anunciada demolição pelos muçulmanos xiitas. A nota oficial publicada pela agência de notícias estatal iraniana, FARS, afirma que “Mordechai e Esther são responsáveis pelo massacre de 75 mil IRANIANOS, massacre este que os judeus celebram em Purim”. A FARS acrescenta que judeus do mundo inteiro visitam o local, inclusive israelenses que possuem outro passaporte. Um grupo de 250 universitários ligados à milícia radical Basij se juntou no local, em dezembro, e ameaçou demolir o túmulo, alegando que era uma retaliação pelos “danos que Israel infligiu à mesquita de Al Aqsa” (aliás, nenhum…). Nos livros de história em uso nas escolas iranianas está escrito que “Esther e Mordechai massacraram dezenas de milhares de não judeus e que o festival anual de Purim é para os judeus comemorarem o Holocausto Iraniano”. Os fatos descritos na História de Esther ocorreram 432 anos antes da Era Comum, portanto, cerca de 1.100 anos antes do surgimento do islã, não possuindo relação alguma com iranianos. A história conta o episódio de uma reação da comunidade judaica local escravizada sob domínio do Império Persa. No fim das contas, a demolição do túmulo destes dois hebreus servirá para remover um dos mais importantes marcos da presença judaica na área hoje conhecida como Irã, mais de 1.500 anos anterior à presença muçulmana e iraniana.
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