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A Estrutura das Revoluções Científicas

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A Estrutura das Revoluções Científicas Empty A Estrutura das Revoluções Científicas




Thomas Samuel Kuhn (Cincinnati, 18 de Julho 1922 - Cambridge, 17 de Junho 1996) foi um físico dos Estados Unidos da América cujo trabalho incidiu sobre história e filosofia da ciência, tornando-se um marco importante no estudo do processo que leva ao desenvolvimento científico. Kuhn nasceu a 18 de Junho de 1922, em Cincinnati, em Ohio, EUA. Formou-se em Física em 1943, pela Universidade de Harvard. Recebeu desta mesma instituição o grau de Mestre em 1946 e o grau de Doutor em 1949, ambos na área de Física. Seu primeiro livro foi A Revolução Copernicana, publicado em 1957. Mas foi em 1962, com a publicação do livro Estrutura das Revoluções Científicas que Kuhn tornou-se conhecido não mais como um físico, mas como um intelectual voltado para a história e a filosofia da ciência. Em uma entrevista cedida à filósofa italiana Giovanna Borradori, no ano de 1965, em Londres, Thomas Kuhn explica sinteticamente seu percurso acadêmico até a construção deste texto, que se tornaria o referencial de discussão entre os filósofos da ciência.

Até a década de 60, a filosofia da ciência esteve dominada por uma visão fortemente evolucionista e por uma clara separação entre a observação dos fatos – neutra e objetiva - e a teoria ou modelo que os explicam. Buscava-se um critério claro de separação entre as teorias científicas e as teorias metafísicas que, para muitos autores, eram consideradas carentes de significado. Este critério estava geralmente relacionado com a testabilidade das teorias científicas: para alguns autores uma teoria era científica se era possível, ainda que difícil, verificá-la, provar que ela era verdadeira; para outros, a teoria era científica se era possível falseá-la e para outros ainda se qualquer uma dessas coisas era possível.

Thomas Kuhn teve um papel revolucionário neste debate (que aqui foi descrito de maneira breve e simplista) na medida em que considerou impossível essa neutralidade observacional. Para ele, que baseia sua argumentação na psicologia da Gestalt, o reconhecimento e a percepção de algo estão intrinsecamente relacionados com a visão de mundo que o cientista (ou qualquer outra pessoa) desenvolveram em toda a sua história de vida:

"A criança que transfere a aplicação da palavra ‘mamãe’ de todos os seres humanos para todas as mulheres e então para a sua mãe não está apenas aprendendo o que mamãe significa ou quem é a sua mãe. Simultaneamente está aprendendo algumas das diferenças entre homens e mulheres, bem como algo sobre a maneira na qual todas as mulheres, exceto uma, comportam-se em relação a ela."

Kuhn, dessa forma, acredita ser impossível explicar a ciência de um determinado momento simplesmente pela análise dos axiomas que os cientistas assumem, da teoria que eles supõem ser correta. Uma teoria axiomática não tem utilidade nenhuma se o cientista não é capaz de reconhecer os objetos da natureza aos quais ela se refere. E estes objetos são diferentes para a ciência de cada época: não considerar o Sol e sim a Terra como um planeta – como fizeram os copernicanos – transformar o que antes era ar desflogistizado em oxigênio como fez Lavoisier – não significa apenas uma mudança de nome (que, se fosse só isso, não precisaria ser feita) mas uma alteração total na forma como se vê a natureza e como se acredita que os seus componentes se inter-relacionam.

Por isso, a chave conceitual que para Kuhn é capaz de explicar a ciência e suas transformações históricas é a idéia de paradigma. Um paradigma é fundamentalmente um exemplo, baseado nas realizações científicas universalmente aceitas, de como resolver problemas. Ele inclui não só um modelo teórico como o tipo de problemas que devem ser considerados, as formas de solucioná-los e os instrumentos que podem ser utilizados em experiências. Não é um conhecimento rigoroso, é tácito, flexível e vai sendo melhor elaborado no desenvolvimento da ciência que o reconhece. É fundamentalmente nos momentos de crise que, pela necessidade de descobrir onde exatamente o paradigma está falhando, ele acaba se tornando mais rigoroso.

Nem todas as ciências seguem um paradigma único. Nas ciências humanas especialmente é muito comum a existência de diversos paradigmas que competem entre si. As ciências que num dado momento histórico encontraram um paradigma dominante são chamadas "ciência normal". Nelas, pode acontecer de um paradigma entrar em crise e ser substituído por outro num processo que Kuhn chama de Revolução Científica. Porém, segundo Kuhn, é muito difícil que uma ciência abandone um paradigma sem substituí-lo por outro. Se um cientista decide, ainda que com boas razões, abandonar sua certeza sobre como é o mundo sem substituí-lo por nada, a única conseqüência disso é que ele deixa de ser cientista. A ciência normal porém segue forte.

A Estrutura das Revoluções Científicas

A Estrutura das Revoluções Científicas (Thomas Kuhn, 1962) é uma análise sobre a história da ciência. Sua publicação estabelece um marco na sociologia do conhecimento (ver epistemologia), popularizando os termos paradigma e mudança de paradigma.

Foi publicado primeiramente como monografia na Enciclopédia Internacional da Ciência Unificada (International Encyclopedia of Unified Science), e logo como livro pela editora da Univesidade de Chicago no ano de 1962. Em 1969, Kuhn agregou um apêndice de modo a responder às críticas que havia recebido por conta da primeira edição.

Kuhn declara que a gênese das idéias do livro ocorreu em 1947, quando lhe foi encomendado ministrar uma curso de ciência para estudantes de Humanidades, enfocando-se em casos de estudos históricos. Mais tarde, declararia que ate o momento nunca haia lido nenhum documento antigo sobre temas científicos. A Física de Aristóteles era notavelmente diferente da obra de Newton no que concerne aos conceitos de matéria e movimento -- chegando a conclusão de que os conceitos de Aristóteles não eram "mais limitados" ou "piores" que os de Newton, apenas diferentes.

Sinopse

Enfoque

Kuhn adota um enfoque de História da Ciência e da Filosofia da ciência centrado em questões conceituais relacionadas aos tipos de idéias que são concebíveis em determinado momento, aos tipos de estratégias e opções intelectuais disponíveis às pessoas durante certo período, assim como a importância de não atribuir modelos de pensamento modernos a autores históricos. A partir desta posição, argumenta que a evolução da teoria científica não provém da mera acumulação de "feitos", senão que de um grupo de circunstâncias e possibilidades intelectuais sujeitas a mudança.

Exemplos históricos

Kuhn ilustra suas idéias utilizando exemplos extraídos da história da ciência.

Assim, em um momento particular da história da Química, alguns cientistas começam a explorar o conceito de átomo. Muitas substâncias, ao serem aquecidas, apresentam a tendência de separar-se nos elementos que as compõem. Tempos atrás, uma mistura de água e álcool seria classificada como um composto químico. Na atualidade considera-se como uma mistura, porém não haveria razão para suspeitar que não fora um composto. A água e o álcool não se separam espontaneamente. porém podem ser separados por meio de aquecimento. A água e o álcool podem se combinar em qualquer proporção.

Um químico que favorecesse a teoria atomista consideraria que todos os compostos cujos elementos se combinam em proporções fixas apresentariam um comportamento normal, e toda exceção seria considerada uma anomalia que poderia ser explicada posteriormente (no futuro).

Porém, por outro lado, se um químico acreditasse que as teorias atomistas da matéria são falsas, todos os compostos cujos elementos se combinassem em proporções fixas seriam considerados anomalias que poderiam ser explicadas em algum momento posterior (no futuro), e todos os compostos cujos elementos poderiam ser combinados em qualquer proporção apresentariam o comportamento normal para um composto.

Hoje em dia o consenso favorece o ponto de vista do atomismo. Porém, se nos ativéssemos a pensar o problema utilizando somente o conhecimento disponível neste momento, ambas seriam defensáveis (ver conceito de composto químico).

A Revolução de Copérnico

Acaso o exemplo mais famoso de revolução no pensamento científico é De Revolutionibus Orbium Coelestium de Copérnico. Na escola Ptolomaica se utilizavam os ciclos e epiciclos (junto com alguns conceitos adicionais) para construir un modelo explicativo dos movimentos dos planetas em um universo cujo centro era uma Terra imóvel. Dado o conhecimento da época, era o enfoque mais plausível. A medida que as observações astronômicas se fizeram mais precisas, a complexidade dos mecanismos cíclicos e epicíclicos ptolomaicos tiveram de incrementar-se para fazer coincidir seus resultados (predições) com os das posições observadas para cada planeta. Copérnico propôs um sistema que tinha o Sol como centro, ao redor do qual orbitavam os planetas, um dos quais era a Terra. Seus contemporâneos rechaçaram sua cosmologia, e com pleno direito, segundo Kuhn, dado que a cosmologia de Copernico carecia de credibilidade.

Kuhn ilustra como a mudança de paradigma só foi possível quando Galileo Galilei introduziu suas novas idéias para o movimento. Intuitivamente sabemos que quando um objeto é posto em movimento, eventualmente se detém. Aristóteles sustentava que isto se devia a uma propriedade da Natureza: para que o movimento se mantenha, algo deve continuar pondo o objeto em movimento (deveria haver algo que "empurrasse" o objeto enquanto se movesse, de modo a que não se detivesse). Para o conhecimento disponível na época, era a hipótese mais sensata e razoável.

Galilei propôs uma alternativaradical para explicar o feito de que o movimento se detinha: suponhamos, dizia, que os objetos móveis eventualmente se detivessem porque estavam sujeitos a determinada fricção. Galilei carecia de equipamento para confirmar objetivamente sua conjectura, porém sugeriu que sem a fricção que freasse o objeto móvel, sua tendência inerente seria a de manter a mesma velocidade sem necessidade de aplicar-lhe nenhuma força adicional.

O enfoque ptolomaico, que utilizava os ciclos e epiciclos começou a apresentam problemas: o constante crescimento na complexidade que se requeria para dar conta dos fenömenos observados parecia não ter fim.

Johannes Kepler foi o primeiro a abandonar o paradigma ptolomaico e suas ferramentas conceituais. Começou a explorar a possibilidade de que Marte tivesse uma órbita elíptica ao invés de uma circular. Se assim fosse, a velocidade angular não poderia mais ser constante. Resultou porém ser muito difícil encontrar uma fórmula matemática que descrevesse a forma em que se modificava a velocidade angular. Depois de anos de incessantes e infrutíferos cálculos, Kepler encontrou aquela que hoje conhecemos como a segunda das leis de Kepler.

A conjectura de Galilei era simplesmente isto, uma conjectura. Também assim foi a cosmologia de Kepler. Porém cada uma delas aumentou a credibilidade da outra, e juntas mudaram a percepção da comunidade científica. Mais adiante, Issac Newton demonstrou que as três de leis de Kepler podiam ser derivadas de uma única teoria do movimento e do movimento planetário. Newton unificou e solidificou a mudança de paradigma iniciada por Galelei e Kepler.

Coerência

Um dos objetivos da ciência é encontrar modelos que dêem conta da maior quantidade de observações dentro de um marco coerente. A reformulação da natureza do movimento levada a cabo por Galilei, junto a cosmologia de Kepler, representam um marco coerente capaz de rivalizar com o Aristotélico/Ptolomaico.

Uma vez que ocorre a mudança de paradigma, é necessário reescrever os livros-texto. A história da ciência é habitualmente reescrita e apresentada como a sorte de um processo que inevitavelmente conduz ao marco conceitual estabelecido em um momento. Existe a crença implícita de que todo fenômeno de momento carente de explicação, poderá ser explicado no futuro dentro do marco conceitual estabelecido. Kuhn diz que os cientistas passam a maior parte de sua carreira (senão toda ela) resolvendo "quebra-cabeças". E o fazem com grande tenacidade, dado que os êxitos do marco conceitual estabelecido tendem a gerar uma grande confiança no enfoque adotado, garantindo que existe um solução para o "quebra-cabeça", por mais difícil que seja. Este processo é chamado ciência normal.

Quando um paradigma é exigido até o seu limite, as anomalias -- quer dizer, a incapacidade de dar conta dos fenômenos observados -- começam a acumular-se. A gravidade destas anomalias é julgada por aqueles que praticam a disciplina em questão. Algumas podem ser desprezadas como erros de observação, enquanto outras podem requerer alguns pequenos ajustes do paradigma atual que as explicaria nesse momento. Porém apesar do número ou gravidade das anomalias que persistam ou se acumulem, os cientistas não perdem sua fé no paradigma enquanto não exista uma alternativa convincente; perder a fé em que todo o problema tem uma solução equivaleria a deixar de ser científico.

Em qualquer comunidade científica há indivíduos que se arriscam mais que a maioria. São os que, considerando que existe de fato uma crise, adotam o que Kuhn denomina ciência revolucionária, procurando encontrar alternativas às suposições aparentemente óbvias e inqüestionáveis nas quais se embasa o paradigma estabelecido. Isto dará lugar a um marco conceitual que rivaliza com este. O novo paradigma proposto pareceria possuir numerosas anomalias, em parte devido a estar ainda incompleto. A maioria da comunidade científica se oporá a qualquer mudança conceitual, e de acordo com Kuhn, fará bem em fazê-lo.

Para que uma comunidade científica alcance seu potencial ela necessita tanto de indivíduos inovadores como de indivíduos conservadores. Existem numerosos exemplos na história da ciência em que a confiança no marco conceitual estabelecido foi posteriormente corroborado. Aqueles cientistas que são excepcionalmente hábeis para reconhecer o potencia de uma teoria, serão os primeiros a preferir o novo paradigma. Esta etapa é seguida geralmente por um período no qual há quem se junte a um ou a outro paradigma. Mais adiante, se o paradigma proposto lograr êxito, unificar-se e solidificar-se, acaba por substituir o anterior, e dizemos que tem lugar uma mudança de paradigma.
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A Estrutura das Revoluções Científicas :: Comentários

Carlstadt

Mensagem Dom Jan 25, 2009 7:08 pm por Carlstadt

A percepção da anomalia permite a percepção da novidade

Durante todo o período em que há uma ciência normal existem problemas não resolvidos, eventos que contradizem as expectativas paradigmáticas. Porém, estes problemas não são considerados pelos cientistas como contra-exemplos, mas sim como quebra-cabeças a serem resolvidos. Há uma mudança no rumo da ciência normal quando um destes problemas, por diversos motivos, torna-se importante demais para ser deixado de lado. O quebra-cabeça então se transforma numa anomalia. Começa-se uma investigação na área onde houve esta anomalia para tentar transformá-la no esperado. Porém , essas experiências que geram descobertas nem sempre previstas provocam instabilidade na teoria vigente.

Período de crise

Não só as descobertas de anomalias, mas as teorias que procuram explicar o mesmo fenômeno, sob diferentes óticas geram esta instabilidade , que pode ser tratada como uma crise no modelo científico. Assim, o cientista , que procura dar respostas às perguntas partindo das regras ( conceitos, princípios matemáticos, instrumentos etc. ) estabelecidas, perde o apoio quando estas não servem mais como parâmetros. A técnica normal de análise é destruída , na medida em que diferentes versões da mesma teoria coexistem. Este período é detectado como um período de crise que só será resolvido quando uma única visão for aceita e as demais refutadas.

A Revolução Científica

Para muitas pessoas, sejam ou não cientistas, o ideal de como a ciência deve se transformar é evoluindo, cada nova teoria aperfeiçoando a antiga e se aproximando cada vez mais da verdade. Segundo quem acredita neste caminho, um exemplo desse ideal de ciência é a transformação, no início deste século, da teoria newtoniana para a de Einstein. A primeira pode ser entendida como um caso especial da segunda, já que é possível derivar as equações de Newton a partir das de Einstein apenas fazendo algumas limitações como, por exemplo, velocidades muito menores que a velocidade da luz.

Porém, existem, segundo Kuhn, alguns problemas nessa derivação das leis de Newton. Em primeiro lugar, para fazer essa derivação, é necessário restringir as leis de Newton, já que não se pode esperar que ele, em sua teoria, não tivesse a pretensão de explicar o movimento a altas velocidades. Em segundo lugar, e mais importante, os conceitos envolvidos nas duas teorias, apesar de representados pelo mesmo nome, têm significados completamente diferentes. Massa, por exemplo, é uma qualidade intrínseca da matéria para Newton , enquanto para Einstein depende do observador. Nesse sentido, as duas teorias são, não só completamente diferentes como até mesmo incomensuráveis.

É no sentido dessa incomensurabilidade que Kuhn rejeita a idéia de transformação linear em favor da idéia de "revolução científica". A escolha desse termo se deve a analogia com as revoluções políticas. Quando chega o momento de uma revolução política, os recursos para resolver os problemas em questão dentro do próprio sistema político se esgotam e, pela necessidade de transformar o sistema político em si, é necessário recorrer a meios externos à política, como, por exemplo, à persuasão de massas e à violência. Da mesma forma, na ciência, quando se esgotam os recursos internos a ciência normal, é necessário transformar o própria paradigma que guia as pesquisas e isto só pode ser feito recorrendo a argumentos externos à ciência. Assim, em momentos de competição entre dois paradigmas, se estabelece uma discussão de surdos em que cada cientista argumenta através do seu próprio paradigma para mostrar que seu paradigma é melhor. Não é possível demonstrar que um paradigma é melhor que outro, já que não existe uma base comum a partir da qual discutir.

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