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TRÊS ERROS COMUNS ENTRE CRISTÃOS
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15022010
TRÊS ERROS COMUNS ENTRE CRISTÃOS
Os artigos abaixo abrangem os três grandes erros que a Reforma Protestante ficou devendo de nos corrigir: a questão do domingo em lugar do sábado (ou seu subproduto do que chamo de dianenhumismo/diaqualquerismo/tododiaísmo), o erro da crença na imortalidade da alma e a negligência em acatar os princípios bíblicos de saúde e alimentação. A análise doutrinária inicial é seguida por um conjunto de historietas didáticas, instrutivas e divertidas, que reforçarão os pontos salientados da VERDADE em contraste com os ERROS discutidos:
Pedro não tinha intenção de negar ao seu Senhor, mas na verdade, podemos comparar a sua atitude com a do Iscariotes--traição pura e simples, conquanto por motivação diferente e com resultados e conseqüências bem contrastantes.
No segundo caso, a situação tornou-se irreversível, e a morte física, brutal, chocante, serviu apenas para antecipar a outra morte, eterna, inescapável, exemplar, de quem leva a sua infâmia traiçoeira às últimas conseqüências.
Pedro também traiu a confiança do seu querido Mestre. Negou-O pensando em seu próprio interesse e segurança. Que papelão! Felizmente, ele encontrou o caminho de volta à plena comunhão com o Salvador pelo arrependimento sincero.
No mundo católico e protestante, Jesus e Seus ensinos são também negados em três situações flagrantes, três atitudes do Senhor que são interpretadas por tais religiosos em moldes que deixam a Cristo em situação bem difícil.
A primeira dessas ocorrências diz respeito a como Cristo encarou o mandamento do sábado. Textos vários produzidos por instrutores católicos e protestantes colocam a Jesus como um Ser indigno de confiança diante de Suas próprias afirmações. Sim, porque o Mestre afirmou de modo bastante claro:
“Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só i ou um só til, até que tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus” (Mat. 5:17-19)
E mais:
“. . . eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor” (João 15:10)
Mas será que o evangelista está fazendo uma declaração em termos absolutos ou expressando a acusação que os adversários de Cristo lhe assacavam?
Observemos alguns fatos: se Cristo literalmente fosse violador do sábado, Ele não só seria incoerente, como Se revelaria um pecador, pois “pecado é transgressão da lei” (1 João 3:4). Sendo que o sábado era da lei ainda vigente, Ele não teria como desconsiderá-lo, “e assim ensinar aos homens” sem fazer-Se um pecador. Conseqüentemente, o próprio Jesus teria que ser considerado “o menor no reino dos céus”, a se levar a sério Suas próprias palavras em Mateus 5:19.
À luz de tal texto, se Cristo violasse mesmo o sábado da lei divina, seria um hipócrita, pois recomenda a Seus ouvintes não só para que respeitem os mandamentos “por menor que seja” (e o sábado era um dos principais mandamentos da lei), enquanto Ele não seguia Suas próprias instruções!
Ele seria ainda um mentiroso, dizendo que guardava “os mandamentos do Meu Pai”. Assim, corria grande risco ao fazer o desafio que encontramos em João 8:46, “Quem dentre vós me convence de pecado?” Se Ele fosse um violador do sábado qualquer dos Seus ouvintes logo se manifestaria, dizendo: “Esta é fácil: Tu violas o mandamento do sábado”!
Mas o texto de João 5:18 não traz mesmo a clara informação de que Ele violava o sábado? Sim, João expressa duas acusações comuns contra Cristo:
a) de que Ele violava o sábado;
b) de que Ele Se fazia ilegitimamente igual a Deus.
Contudo, Ele podia declarar-Se igual a Deus legitimamente, mas era acusado de fazer isso ilegitimamente. O que João deixa em registro, portanto, é o teor das acusações principais com que O rotulavam.
É realmente impressionante como alguns cristãos católicos e protestantes tão facilmente tomam o partido dos acusadores de Cristo nas Suas disputas com a liderança judaica quanto ao sábado. Já disse e repito que reconheço plenamente o direito dos que fazem tal escolha. Ao mesmo tempo, porém, declaro que particularmente prefiro ficar do lado de Jesus.
O problema todo é muito simples de resolver: basta entender que o teor dos debates do Cristo com a liderança judaica não era quanto a SE deviam guardar o sábado, nem QUANDO fazê-lo, e sim COMO observar o “dia do Senhor” no devido espírito. Eles não corrompiam só o sentido desse mandamento, como também do 5o. do Decálogo, e da prática de dizimar, como veremos mais adiante.
Superada esta dificuldade de entendimento, teremos o Pedro católico e protestante em lágrimas abundantes, arrependido pela ousadia de insinuar um pecado desse tipo ao próprio “Senhor do sábado”? Ele assim Se declarou, não porque tinha direito de fazer o que quisesse com o sábado (como instrutores do meio católico e protestante interpretam às vezes) mas porque mostrava ter autoridade para apontar as distorções dos líderes de Judá quanto aos mandamentos divinos. Afinal, tais líderes não viviam cobrando Dele, “com que autoridade fazes isso”? E assim como corrompiam o sentido do mandamento do sábado, faziam o mesmo com o 5o. mandamento (ver Marcos 7:9-12).
Também eram tão fiéis no cumprimento do princípio do dizimar, mas perdiam de vista o verdadeiro caráter do mesmo (ver Mateus 23:23). Daí que Cristo lhes disse: “. . . invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição que vós transmitistes; também muitas outras coisas semelhantes fazeis” (Mar. 7:13).
Podemos dizer que assim como Cristo expulsou os cambistas do Templo, Ele expulsou do sábado os excessos e distorções que ao mandamento haviam aplicado os líderes judaicos, tornando a prática do sábado um fardo penoso para o povo. Fazia-o porque era zeloso para com as coisas de Deus.
As palavras de Cristo, “o que entra pela boca não contamina o homem. . .” são entendidas como uma declaração de “liberou geral” quanto às leis alimentares. Há, porém, quatro dificuldades para tal raciocínio:
1 - Se Jesus está “purificando” supostos alimentos imundos naquela refeição, Seu ato foi inútil porque tratava-se de uma refeição judaica, na qual não haveria carnes imundas.
2 - Cristo estaria abolindo a lei de restrições alimentares ANTES DA HORA, pois as regras sobre alimentação não foram abolidas na cruz?
3 - Cristo estaria ensinando algo contrário à lei divina “ainda” vigente, com o que teria que ser, Ele próprio, considerado “o mínimo no reino dos céus” à luz de Suas palavras em Mateus 5:19.
4 - Cristo diz que o que eles estavam requerendo tinha que ver com a tradição deles, não com a lei divina. E até ressalta que eles anulavam o que Deus determinou dadas ao que os próprios críticos chamaram de “tradições dos anciãos”, não de mandamento divino.
Ademais, a noção de que tais leis foram abolidas quando da morte de Cristo na cruz não faz sentido diante do fato de que não eram leis cerimoniais, e não apontavam à Sua morte expiatória. Alguns alegam que simbolizavam a separação entre judeus e gentios, mas isso é ilógico, porque Deus não manteria em Sua lei um aspecto de sentimentos humanos negativos, o preconceito racial e xenofobia, já que se declara que Ele é um Deus que “não faz acepção de pessoas”. Também isso significaria mudar o enfoque de Cristo e Seu papel redentor para o homem pecador, num suposto simbolismo dessas regras legais.
Seja como for, o fato é que Pedro, muito após a cruz, indicou que não aprendera com Jesus, nem com seus companheiros apostólicos, o “liberou geral” quanto às leis de restrições alimentares na visão do lençol (Atos 10). Ele não entendeu a princípio a visão (vs. 17), e quando a entendeu (vs. 28), não deixou a mínima pista de que o seu sentido fizesse a mínima referência a tal suposto “liberou geral”--apenas não devia considerar os gentios como imundos (ver também 11:17ss). Ele refere-se indiretamente ao episódio ao discursar quando do concílio de Jerusalém, e fala em “purificação”, mas não de carnes imundas, e sim dos corações dos gentios (Atos 15:7-9).
Mas um golpe de morte sobre a noção de “liberou geral” das regras alimentares no Novo Testamento temos em Hebreus 8:6-10, onde nos é informado sobre a passagem do Velho para o Novo Concerto, quando Deus escreve Suas leis nos corações e mentes dos que aceitam os termos desse Novo Concerto [Novo Testamento]. Não é jamais dito que nesse ato Ele deixa de fora essas leis de restrições alimentares!
Ademais, João no Apocalipse, escrito pelo final do 1o. século da Igreja Cristã, fala em Apocalipse 18:2: “Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e destestável”.
Se Deus eliminou inteiramente todas as limitações quanto às regras alimentares, como o apóstolo ainda fala em “ave imunda”? Essa é uma dificuldade adicional para a qual os advogados do “liberou geral” quanto às leis de restrições alimentares não têm solução.
Colocam a Deus mandando uma mensagem ao rei de Israel Saul, que já havia rejeitado, mediante uma feiticeira, no episódio da visita de tal rei à mulher de En-dor (1 Sam. 16:14; 28:6).
Se Deus estabeleceu claramente a ordem de que o Seu povo não recorresse a prognosticadores, feiticeiros e agoureiros, NEM QUEM CONSULTE OS MORTOS (Deut. 18:9-10), e até decretou que os praticantes de tais coisas fossem mortos (Lev. 24:27), como iria Ele mesmo passar por cima de Suas ordens, e o Cristo fazer exatamente o que se proibiu, promovendo praticamente uma sessão espírita sobre o monte, comunicando-Se com a “alma” de Moisés, ao mesmo tempo tratando com Elias em corpo ressurreto?
Para certos religiosos, porém, Cristo costumava mesmo não levar a sério a lei divina, como já vimos nas duas primeiras negações. Então, não fará diferença Ele violar novamente a lei no caso do episódio do Monte da Transfiguração.
O que se dá nessa ocasião, porém, é um diálogo entre Cristo, o Moisés ressurreto e o Elias que havia sido arrebatado em vida para o céu.
Que Moisés ressuscitou se pode deduzir pela briga cósmica entre Miguel e Satanás a respeito do corpo de Moisés (Judas 9), e pelas palavras de Paulo de que “a morte reinou de Adão até Moisés” (Rom. 5:14). Certamente Satanás não teria nenhum interesse em brigar por um cadáver. Sua briga dizia respeito ao corpo ressurreto de Moisés pois até ali ele mantinha o poder absoluto sobre a morte (Heb. 2:14). Com a ressurreição de Moisés dava-se o primeiro desafio a seu “império da morte”, e Satanás não se conformava com isso, daí que lutou para manter o patriarca bíblico prisioneiro de seu reino de trevas.
O apóstolo Paulo deixou bem claro que a vitória sobre a morte se dá pela ressurreição final, não pela posse de uma alma imortal que sobrevive à morte do corpo (1 Cor. 15:53-55).
Resta ver se o cantar do galo da realidade exposta do ensino bíblico quanto a essas questões levará o “Pedro” do protestantismo e catolicismo a uma percepção do seu erro e a genuíno arrependimento e dedicação à causa da verdade.
Jesus teve uma entrevista, registrada em João 21, com o arrependido e, certamente, envergonhado Pedro após a Ressurreição. Ele pretendia transmitir a Seu amado discípulo a garantia de Seu amor e perdão diante de seu sincero arrependimento, mas ao mesmo tempo recomendou-lhe tantas vezes quantas ele O traiu: “Apascenta as Minhas ovelhas”.
O pasto a que um pastor dedicado encaminharia essas ovelhas deve ser o mais saudável e nutritivo, para que elas cresçam firmes e saudáveis.
O tríplice erro da negligência na observância das leis divinas sobre o sábado e as regras de alimentação, bem como o ensino originário do paganismo e derivado da primeira mentira satânica sobre este planeta--”É certo que não morrereis” (Gên. 3:4)--devem ser postos de parte. Do contrário, essa tríplice negação do Mestre não se identificará em nada com o temporário problema espiritual de Pedro, assemelhando-se mais à traição do Iscariotes, que foi definitiva e fatal.
Deus ilumine os que ainda negam ao Mestre nesses três lamentáveis erros a que ainda estão presos na sua grande maioria os católicos e protestantes. -- Artigo do Prof. Azenilto G. Brito
TAL COMO PEDRO, CATÓLICOS E PROTESTANTES NEGAM A CRISTO TRÊS VEZES
Pedro não tinha intenção de negar ao seu Senhor, mas na verdade, podemos comparar a sua atitude com a do Iscariotes--traição pura e simples, conquanto por motivação diferente e com resultados e conseqüências bem contrastantes.
No segundo caso, a situação tornou-se irreversível, e a morte física, brutal, chocante, serviu apenas para antecipar a outra morte, eterna, inescapável, exemplar, de quem leva a sua infâmia traiçoeira às últimas conseqüências.
Pedro também traiu a confiança do seu querido Mestre. Negou-O pensando em seu próprio interesse e segurança. Que papelão! Felizmente, ele encontrou o caminho de volta à plena comunhão com o Salvador pelo arrependimento sincero.
No mundo católico e protestante, Jesus e Seus ensinos são também negados em três situações flagrantes, três atitudes do Senhor que são interpretadas por tais religiosos em moldes que deixam a Cristo em situação bem difícil.
A primeira dessas ocorrências diz respeito a como Cristo encarou o mandamento do sábado. Textos vários produzidos por instrutores católicos e protestantes colocam a Jesus como um Ser indigno de confiança diante de Suas próprias afirmações. Sim, porque o Mestre afirmou de modo bastante claro:
“Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só i ou um só til, até que tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus” (Mat. 5:17-19)
E mais:
“. . . eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor” (João 15:10)
Primeira Negação
Os referidos instrutores passam por cima do que Jesus afirma, especialmente nos vs. 19 de Mateus 5 e alegam que Ele violava o sábado! É verdade, em João 5:18 é dito que os judeus queriam matá-lo “. . . porque não só violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”.Mas será que o evangelista está fazendo uma declaração em termos absolutos ou expressando a acusação que os adversários de Cristo lhe assacavam?
Observemos alguns fatos: se Cristo literalmente fosse violador do sábado, Ele não só seria incoerente, como Se revelaria um pecador, pois “pecado é transgressão da lei” (1 João 3:4). Sendo que o sábado era da lei ainda vigente, Ele não teria como desconsiderá-lo, “e assim ensinar aos homens” sem fazer-Se um pecador. Conseqüentemente, o próprio Jesus teria que ser considerado “o menor no reino dos céus”, a se levar a sério Suas próprias palavras em Mateus 5:19.
À luz de tal texto, se Cristo violasse mesmo o sábado da lei divina, seria um hipócrita, pois recomenda a Seus ouvintes não só para que respeitem os mandamentos “por menor que seja” (e o sábado era um dos principais mandamentos da lei), enquanto Ele não seguia Suas próprias instruções!
Ele seria ainda um mentiroso, dizendo que guardava “os mandamentos do Meu Pai”. Assim, corria grande risco ao fazer o desafio que encontramos em João 8:46, “Quem dentre vós me convence de pecado?” Se Ele fosse um violador do sábado qualquer dos Seus ouvintes logo se manifestaria, dizendo: “Esta é fácil: Tu violas o mandamento do sábado”!
Mas o texto de João 5:18 não traz mesmo a clara informação de que Ele violava o sábado? Sim, João expressa duas acusações comuns contra Cristo:
a) de que Ele violava o sábado;
b) de que Ele Se fazia ilegitimamente igual a Deus.
Contudo, Ele podia declarar-Se igual a Deus legitimamente, mas era acusado de fazer isso ilegitimamente. O que João deixa em registro, portanto, é o teor das acusações principais com que O rotulavam.
É realmente impressionante como alguns cristãos católicos e protestantes tão facilmente tomam o partido dos acusadores de Cristo nas Suas disputas com a liderança judaica quanto ao sábado. Já disse e repito que reconheço plenamente o direito dos que fazem tal escolha. Ao mesmo tempo, porém, declaro que particularmente prefiro ficar do lado de Jesus.
O problema todo é muito simples de resolver: basta entender que o teor dos debates do Cristo com a liderança judaica não era quanto a SE deviam guardar o sábado, nem QUANDO fazê-lo, e sim COMO observar o “dia do Senhor” no devido espírito. Eles não corrompiam só o sentido desse mandamento, como também do 5o. do Decálogo, e da prática de dizimar, como veremos mais adiante.
Superada esta dificuldade de entendimento, teremos o Pedro católico e protestante em lágrimas abundantes, arrependido pela ousadia de insinuar um pecado desse tipo ao próprio “Senhor do sábado”? Ele assim Se declarou, não porque tinha direito de fazer o que quisesse com o sábado (como instrutores do meio católico e protestante interpretam às vezes) mas porque mostrava ter autoridade para apontar as distorções dos líderes de Judá quanto aos mandamentos divinos. Afinal, tais líderes não viviam cobrando Dele, “com que autoridade fazes isso”? E assim como corrompiam o sentido do mandamento do sábado, faziam o mesmo com o 5o. mandamento (ver Marcos 7:9-12).
Também eram tão fiéis no cumprimento do princípio do dizimar, mas perdiam de vista o verdadeiro caráter do mesmo (ver Mateus 23:23). Daí que Cristo lhes disse: “. . . invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição que vós transmitistes; também muitas outras coisas semelhantes fazeis” (Mar. 7:13).
Podemos dizer que assim como Cristo expulsou os cambistas do Templo, Ele expulsou do sábado os excessos e distorções que ao mandamento haviam aplicado os líderes judaicos, tornando a prática do sábado um fardo penoso para o povo. Fazia-o porque era zeloso para com as coisas de Deus.
Segunda Negação
Outra traição a Cristo de católicos e protestantes diz respeito à incorreta compreensão das palavras do Salvador em Marcos 7:1-23--o relato do que Ele declarou quando os fariseus criticaram Seus discípulos por não cumprirem certos rituais purificadores requeridos por suas regras tradicionais, antes das refeições.As palavras de Cristo, “o que entra pela boca não contamina o homem. . .” são entendidas como uma declaração de “liberou geral” quanto às leis alimentares. Há, porém, quatro dificuldades para tal raciocínio:
1 - Se Jesus está “purificando” supostos alimentos imundos naquela refeição, Seu ato foi inútil porque tratava-se de uma refeição judaica, na qual não haveria carnes imundas.
2 - Cristo estaria abolindo a lei de restrições alimentares ANTES DA HORA, pois as regras sobre alimentação não foram abolidas na cruz?
3 - Cristo estaria ensinando algo contrário à lei divina “ainda” vigente, com o que teria que ser, Ele próprio, considerado “o mínimo no reino dos céus” à luz de Suas palavras em Mateus 5:19.
4 - Cristo diz que o que eles estavam requerendo tinha que ver com a tradição deles, não com a lei divina. E até ressalta que eles anulavam o que Deus determinou dadas ao que os próprios críticos chamaram de “tradições dos anciãos”, não de mandamento divino.
Ademais, a noção de que tais leis foram abolidas quando da morte de Cristo na cruz não faz sentido diante do fato de que não eram leis cerimoniais, e não apontavam à Sua morte expiatória. Alguns alegam que simbolizavam a separação entre judeus e gentios, mas isso é ilógico, porque Deus não manteria em Sua lei um aspecto de sentimentos humanos negativos, o preconceito racial e xenofobia, já que se declara que Ele é um Deus que “não faz acepção de pessoas”. Também isso significaria mudar o enfoque de Cristo e Seu papel redentor para o homem pecador, num suposto simbolismo dessas regras legais.
Seja como for, o fato é que Pedro, muito após a cruz, indicou que não aprendera com Jesus, nem com seus companheiros apostólicos, o “liberou geral” quanto às leis de restrições alimentares na visão do lençol (Atos 10). Ele não entendeu a princípio a visão (vs. 17), e quando a entendeu (vs. 28), não deixou a mínima pista de que o seu sentido fizesse a mínima referência a tal suposto “liberou geral”--apenas não devia considerar os gentios como imundos (ver também 11:17ss). Ele refere-se indiretamente ao episódio ao discursar quando do concílio de Jerusalém, e fala em “purificação”, mas não de carnes imundas, e sim dos corações dos gentios (Atos 15:7-9).
Mas um golpe de morte sobre a noção de “liberou geral” das regras alimentares no Novo Testamento temos em Hebreus 8:6-10, onde nos é informado sobre a passagem do Velho para o Novo Concerto, quando Deus escreve Suas leis nos corações e mentes dos que aceitam os termos desse Novo Concerto [Novo Testamento]. Não é jamais dito que nesse ato Ele deixa de fora essas leis de restrições alimentares!
Ademais, João no Apocalipse, escrito pelo final do 1o. século da Igreja Cristã, fala em Apocalipse 18:2: “Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e destestável”.
Se Deus eliminou inteiramente todas as limitações quanto às regras alimentares, como o apóstolo ainda fala em “ave imunda”? Essa é uma dificuldade adicional para a qual os advogados do “liberou geral” quanto às leis de restrições alimentares não têm solução.
Terceira Negação
Finalmente, a terceira forma pela qual protestantes e católicos negam a Cristo é quando interpretam erradamente o Seu diálogo com a suposta alma de Moisés sobre o Monte da Transfiguração. Com isso novamente estão colocando o Salvador em situação bem complicada. Aliás, o próprio Deus Pai se vê em maus lençóis noutra interpretação, pois os membros da Divindade são apresentados virtualmente como seguindo o mau exemplo dos ditadores de todas as épocas, que se põem acima da lei. “L’État c’est moi” [o Estado sou eu], dizia um dos soberanos franceses de eras passadas. Colocam a Deus mandando uma mensagem ao rei de Israel Saul, que já havia rejeitado, mediante uma feiticeira, no episódio da visita de tal rei à mulher de En-dor (1 Sam. 16:14; 28:6).
Se Deus estabeleceu claramente a ordem de que o Seu povo não recorresse a prognosticadores, feiticeiros e agoureiros, NEM QUEM CONSULTE OS MORTOS (Deut. 18:9-10), e até decretou que os praticantes de tais coisas fossem mortos (Lev. 24:27), como iria Ele mesmo passar por cima de Suas ordens, e o Cristo fazer exatamente o que se proibiu, promovendo praticamente uma sessão espírita sobre o monte, comunicando-Se com a “alma” de Moisés, ao mesmo tempo tratando com Elias em corpo ressurreto?
Para certos religiosos, porém, Cristo costumava mesmo não levar a sério a lei divina, como já vimos nas duas primeiras negações. Então, não fará diferença Ele violar novamente a lei no caso do episódio do Monte da Transfiguração.
O que se dá nessa ocasião, porém, é um diálogo entre Cristo, o Moisés ressurreto e o Elias que havia sido arrebatado em vida para o céu.
Que Moisés ressuscitou se pode deduzir pela briga cósmica entre Miguel e Satanás a respeito do corpo de Moisés (Judas 9), e pelas palavras de Paulo de que “a morte reinou de Adão até Moisés” (Rom. 5:14). Certamente Satanás não teria nenhum interesse em brigar por um cadáver. Sua briga dizia respeito ao corpo ressurreto de Moisés pois até ali ele mantinha o poder absoluto sobre a morte (Heb. 2:14). Com a ressurreição de Moisés dava-se o primeiro desafio a seu “império da morte”, e Satanás não se conformava com isso, daí que lutou para manter o patriarca bíblico prisioneiro de seu reino de trevas.
O apóstolo Paulo deixou bem claro que a vitória sobre a morte se dá pela ressurreição final, não pela posse de uma alma imortal que sobrevive à morte do corpo (1 Cor. 15:53-55).
Resta ver se o cantar do galo da realidade exposta do ensino bíblico quanto a essas questões levará o “Pedro” do protestantismo e catolicismo a uma percepção do seu erro e a genuíno arrependimento e dedicação à causa da verdade.
Jesus teve uma entrevista, registrada em João 21, com o arrependido e, certamente, envergonhado Pedro após a Ressurreição. Ele pretendia transmitir a Seu amado discípulo a garantia de Seu amor e perdão diante de seu sincero arrependimento, mas ao mesmo tempo recomendou-lhe tantas vezes quantas ele O traiu: “Apascenta as Minhas ovelhas”.
O pasto a que um pastor dedicado encaminharia essas ovelhas deve ser o mais saudável e nutritivo, para que elas cresçam firmes e saudáveis.
O tríplice erro da negligência na observância das leis divinas sobre o sábado e as regras de alimentação, bem como o ensino originário do paganismo e derivado da primeira mentira satânica sobre este planeta--”É certo que não morrereis” (Gên. 3:4)--devem ser postos de parte. Do contrário, essa tríplice negação do Mestre não se identificará em nada com o temporário problema espiritual de Pedro, assemelhando-se mais à traição do Iscariotes, que foi definitiva e fatal.
Deus ilumine os que ainda negam ao Mestre nesses três lamentáveis erros a que ainda estão presos na sua grande maioria os católicos e protestantes. -- Artigo do Prof. Azenilto G. Brito
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Inscrição : 19/04/2008
TRÊS ERROS COMUNS ENTRE CRISTÃOS :: Comentários
Neste debate dos três grandes erros em que incorre a cristandade, após várias participações em diferentes fóruns e grupos de discussão, apresentando vários argumentos e enfrentando as mais variadas formas de contestação, com alguns criando verdadeiras “novidades” exegéticas (como a de que agora só nos resta obedecer a “lei do amor ao próximo”, e até ser um cristão só em casa) resolvi criar certos relatos “didáticos”, para transmitir de modo mais eficaz os ensinos bíblicos. São relatos fictícios mas instrutivos, tendo também alguns lances divertidos.
Exporei abaixo minha série desses relatos que, como verão, abrangem os três erros que mencionei e que são acatados pela cristandade moderna: a guarda do domingo (ou seu subproduto do dianenhumismo/diaqualquerismo/tododiaísmo), a crença na imortalidade da alma e a questão das negligenciadas regras alimentares.
Vamos começar com uma historieta sobre um provável diálogo entre Adão e Eva:
- Adão, eu acho que você está me traindo com outra. . .
- Como pode ser, querida, se só existe você de mulher no mundo?!. . .
- Pois então como explica que por três sábados, o dia que devemos dedicar ao Criador, você sai dizendo que vai trabalhar. Eu tenho para mim que isso é desculpa para encontrar a outra no fim de semana.
- Não, querida esposa, deixe-me explicar: ocorre que eu também sou profeta e vejo as coisas futuras. E numa de minhas visões aprendi com uns teólogos chamados ‘dispensacionalistas’ que o sábado é coisa só para os judeus. Então, como há tanta coisa para fazer no jardim, resolvi trabalhar também aos sétimos dias.
- Ah, então é por isso que quando você chega em casa, está tão esgotado que vai logo para nossa cama de folhas macias, pega no sono profundo e nem se dá conta de que tem uma esposa carente do lado. . .
André era um veterano pescador no Mar da Galiléia, lá pelos idos do ano 60 AD. Ele possuía um barco de pesca em sociedade com dois outros amigos de infância, Daniel e Mordecai.
Eles iam juntos à sinagoga todo sábado, com suas esposas e filhos. Eram zelosos e dedicados israelitas, mas quando ouviram a pregação do evangelho, de um famoso ex-fariseu que se convertera à fé cristã, chamado Paulo, logo aceitaram a mensagem do Messias.
Eles decidiram tornar-se cristãos, e dedicaram suas vidas a servirem ao Mestre. Mas Daniel julgou que a Ressurreição de Cristo era um evento essencial e tão marcante na história sagrada que, em sua consciência, convencera-se de que tinha que dedicar o dia em que Cristo ressuscitou como o tempo de adoração especial ao Criador. Assim, ele decidiu que iria daí em diante observar o primeiro dia da semana, e nesse dia não iria sair para pescaria com seus companheiros. Mas os demais tomaram posições diversas.
Mordecai insistia em que o dia a ser observado continuava sendo o mesmo, o sábado, de pôr-de-sol a pôr-de-sol. Nada mudou no texto da lei divina com respeito aos 10 Mandamentos com a vinda do Messias. Afinal, não ensinara Ele que não veio abolir a lei, e sim cumpri-la, e não recomendou o seu fiel cumprimento da parte daqueles aos quais denominou “sal da terra”, “luz do mundo”, e aos quais ensinou a oração do Pai Nosso? Já André sentia que em sua consciência, a melhor maneira de honrar a Deus era não guardando dia nenhum! Assim, ele se dispunha a trabalhar todos os sete dias para ganhar o pão de cada dia mediante a atividade de pesca.
Problemas começaram a surgir entre os amigos tão unidos de outrora. Mordecai não trabalharia no sábado, como desejava Daniel, que, por seu turno, não iria atuar na atividade de pesca no dia que sua consciência determinava dever ser dedicado ao Senhor, que era o primeiro dia da semana. E adotara a variante de contagem de tempo romana, de meia-noite a meia-noite, contrariando o pensamento tanto de Mordecai quanto de André. Aliás, Mordecai indagou-lhe por que acatara a contagem de tempo dos seus inimigos romanos, considerando o início do dia à meia-noite, e não segundo a tradição milenar de Israel. Daniel não soube explicar isso, com o que os demais começaram a considerá-lo um “traidor”, que estava pendendo para o lado dos odiados dominadores de sua terra, seguindo esse costume a eles estranho.
A atividade de pesca requeria os três atuando juntos. Só um ou dois não dariam conta de todo o trabalho de conduzir o barco, observar os cardumes de peixe, lançar e recolher a rede, preparar os peixes para venda ao público, consertar as redes com rompimentos. . . A equipe de três já estava formada há anos, e sempre funcionou bem, com todos parando as atividades antes do pôr-do-sol da sexta-feira, para dedicar ao Senhor o Seu santo dia. Agora as coisas se complicaram para o ativo trio de pescadores.
O pior é que entre os familiares também divisões sérias começaram a se manifestar. Os filhos de André acharam ótima a idéia de não ter que dedicar dia nenhum ao Senhor. Assim, podiam brincar à vontade todos os dias, sem terem que ir a reuniões religiosas. E influenciaram os filhos dos demais na mesma linha de pensamento. Afinal, se André, que era o mais velho deles, tinha na sua consciência essa convicção de dianenhumismo como a melhor atitude de um cristão, por que não seguir sua “sábia” direção?
Mas suas mães não julgavam ser uma boa idéia que os filhos ficassem sem atividade religiosa regular cada semana. Não viam que isso iria ajudá-los a se tornarem bons cidadãos e úteis à Igreja. A esposa de Daniel queria que os filhos a acompanhassem à Escola Dominical. Ela julgava ter que seguir a liderança do marido, embora intimamente não estivesse convencida da validade de adotar um dia de culto diverso do que estabelecia a lei, e que sempre observara fielmente com o marido e filhos antes de aceitarem a fé cristã. Ademais, ela sabia que aquele dia era dedicado por muitos pagãos ao deus falso que adoravam--o sol. Como adotar algo assim do paganismo, conhecedora também que era dos tantos problemas da nação de Israel ao longo da história por tais envolvimentos?
Por sua vez, a esposa de Mordecai queria que os filhos fossem com ela à Escola Sabatina, pois o dia de observância na sua convicção não havia sofrido qualquer alteração na passagem do Velho para o Novo Concerto. Contudo, os filhos não queriam saber nem de Escola Dominical ou Escola Sabatina. Eles estavam mesmo convencidos das virtudes do dianenhumismo, segundo o pensamento do veterano pescador André.
Já André não sabia o que fazer, pois julgava que suas convicções de dianenhumismo não precisavam necessariamente ser seguidas pelos mais jovens. Parecia muita coincidência que todos os menores queriam modelar a vida religiosa segundo o seu exemplo, não dedicando dia nenhum às coisas de Deus. E no campo profissional, não conseguiam também chegar a um acordo.
Como era necessário que todos os três atuassem juntos, pensaram em desfazer a sociedade e encontrar substitutos para comporem novos trios. Daí Mordecai consultou Bartolomeu e Elias, velhos amigos da sinagoga que também haviam aderido ao cristianismo, sob influência das prédicas de Paulo. Mas o primeiro decidiu na sua consciência que o dia que dedicaria a Deus seria sexta-feira, julgando que talvez o dia da morte de Cristo é que merecia ser lembrado semanalmente. Quanto ao segundo, defendia a guarda da terça-feira, e quando lhe pediam para justificar tal decisão, ele não tinha meios de explicar: “É uma questão de que eu sinto assim. Minha consciência estabeleceu isso, então sigo tal sentimento. . . Terça-feira é o meu dia de dedicação a Deus”. E quando lhe perguntavam onde ia à Igreja ele explicou que naquela cidade não havia ainda nenhum grupo estabelecido de terça-feiristas. Ele era o primeiro adepto de tal corrente, e estava esperando ver quem mais fosse assim “tocado” em sua consciência, para juntos se reunirem no dia que decidiram ser o ideal para dedicar ao Senhor. . .
Destarte, no pequeno vilarejo de pescadores, junto ao Mar da Galiléia, a recém-estabelecida comunidade cristã não conseguia chegar a um consenso quanto à forma de dedicar tempo ao Senhor. E o pior eram as discordâncias envolvendo as esposas e filhos desses também. . .
E o dia de ir à Igreja era uma confusão. Onde estavam reunidos os crentes da 4a. feira como “dia do Senhor”? O pastor do grupo de quinta-feiristas, que estava sendo disputado pelos adeptos da segunda-feira para pastoreá-los também? E os dianenhumistas que não iam a Igreja nenhuma, só trabalhavam direto todos os dias, terminavam esgotados física e mentalmente ao fim de poucos meses . . . Isso perturbava o seu sistema nervoso e provocava atritos com esposas e vizinhos, ociosidade dos mais jovens, falta de motivação pela comunhão com os demais crentes, já que não iam à Igreja, a não ser em breves reuniões no dia que lhes desse na veneta. . .
Finalmente, alguém resolveu confrontar os muitos dianenhumistas, que constituíam a esmagadora maioria dos moradores daquela região, principalmente jovens, adolescentes e crianças. Encontraram um que se dizia pastor do grupo, mas não era assalariado porque nunca se reuniam para levantarem ofertas e dízimos com que sustentar o trabalho. Aliás, não havia trabalho religioso organizado entre tais. Afinal, dianenhumismo não envolve dia nenhum mesmo!
O pastor dianenhumista tentou justificar sua atitude de não dedicarem nenhum dia ao Senhor alegando que agora só os regia o mandamento único da fé cristã, segundo Jesus e Paulo teriam ensinado: amar o próximo como a si mesmos. Então, essa questão de 4o. mandamento era do tempo em que a lei do “amor a Deus sobre todas as coisas” ainda vigorava. Como agora viviam sob o Novo Concerto do mandamento único do amor ao próximo, não precisavam de observar dia nenhum, princípio que se ligava a esse aspecto de uma lei ultrapassada, e até desnecessária nesses novos tempos de tanta “iluminação”.
E nessa “iluminação”, eles foram evoluindo, cada vez buscando maior solidariedade entre os vários integrantes da comunidade dianenhumista, a ponto de concluírem que nem precisavam de Deus nenhum. Tornaram-se ateus, incentivando, porém, o princípio da solidariedade humana como um novo alvorecer da humanidade. Assim, nessa visão da “alba”, ou seja, do nascer da luz pela manhã, eles ficaram conhecidos como albaneses, e, de fato, a primeira nação oficialmente atéia do mundo se chamou Albânia, onde era proibido escrever o nome de Deus, ou fazer a mínima menção a Sua Pessoa.
Está aí a história pouco conhecida de como surgiu essa nação sobre a face da Terra. O seu grande líder, Enver Hoxha, já morreu. Os albaneses o idolatravam e consideravam o genuíno Cristo que traria a luz da alba, ou alvorecer, a todos os moradores do planeta. O único problema é que o tal morreu, mas passaram-se mais de três dias, e ele não saiu da sepultura! Com isso a própria Albânia terminou abolindo as rígidas leis anti-religiosas, e lá existem hoje muitos cristãos que adoram a Deus e crêem na validade do mandamento de amá-Lo de toda alma, força e entendimento. Aleluia!
Exporei abaixo minha série desses relatos que, como verão, abrangem os três erros que mencionei e que são acatados pela cristandade moderna: a guarda do domingo (ou seu subproduto do dianenhumismo/diaqualquerismo/tododiaísmo), a crença na imortalidade da alma e a questão das negligenciadas regras alimentares.
Vamos começar com uma historieta sobre um provável diálogo entre Adão e Eva:
Adão e Eva e o Sábado
Conta-se que Eva um dia chegou para Adão e disse:- Adão, eu acho que você está me traindo com outra. . .
- Como pode ser, querida, se só existe você de mulher no mundo?!. . .
- Pois então como explica que por três sábados, o dia que devemos dedicar ao Criador, você sai dizendo que vai trabalhar. Eu tenho para mim que isso é desculpa para encontrar a outra no fim de semana.
- Não, querida esposa, deixe-me explicar: ocorre que eu também sou profeta e vejo as coisas futuras. E numa de minhas visões aprendi com uns teólogos chamados ‘dispensacionalistas’ que o sábado é coisa só para os judeus. Então, como há tanta coisa para fazer no jardim, resolvi trabalhar também aos sétimos dias.
- Ah, então é por isso que quando você chega em casa, está tão esgotado que vai logo para nossa cama de folhas macias, pega no sono profundo e nem se dá conta de que tem uma esposa carente do lado. . .
Cristãos Primitivos Divergem Sobre Tempo a Dedicar a Deus
Um relato fictício, de conteúdo bem instrutivo, em homenagem aos amigos dos novos tempos do ‘samba do mandamento só’ e do dianenhumismo/diaqualquerismo/tododiaísmo:André era um veterano pescador no Mar da Galiléia, lá pelos idos do ano 60 AD. Ele possuía um barco de pesca em sociedade com dois outros amigos de infância, Daniel e Mordecai.
Eles iam juntos à sinagoga todo sábado, com suas esposas e filhos. Eram zelosos e dedicados israelitas, mas quando ouviram a pregação do evangelho, de um famoso ex-fariseu que se convertera à fé cristã, chamado Paulo, logo aceitaram a mensagem do Messias.
Eles decidiram tornar-se cristãos, e dedicaram suas vidas a servirem ao Mestre. Mas Daniel julgou que a Ressurreição de Cristo era um evento essencial e tão marcante na história sagrada que, em sua consciência, convencera-se de que tinha que dedicar o dia em que Cristo ressuscitou como o tempo de adoração especial ao Criador. Assim, ele decidiu que iria daí em diante observar o primeiro dia da semana, e nesse dia não iria sair para pescaria com seus companheiros. Mas os demais tomaram posições diversas.
Mordecai insistia em que o dia a ser observado continuava sendo o mesmo, o sábado, de pôr-de-sol a pôr-de-sol. Nada mudou no texto da lei divina com respeito aos 10 Mandamentos com a vinda do Messias. Afinal, não ensinara Ele que não veio abolir a lei, e sim cumpri-la, e não recomendou o seu fiel cumprimento da parte daqueles aos quais denominou “sal da terra”, “luz do mundo”, e aos quais ensinou a oração do Pai Nosso? Já André sentia que em sua consciência, a melhor maneira de honrar a Deus era não guardando dia nenhum! Assim, ele se dispunha a trabalhar todos os sete dias para ganhar o pão de cada dia mediante a atividade de pesca.
Problemas começaram a surgir entre os amigos tão unidos de outrora. Mordecai não trabalharia no sábado, como desejava Daniel, que, por seu turno, não iria atuar na atividade de pesca no dia que sua consciência determinava dever ser dedicado ao Senhor, que era o primeiro dia da semana. E adotara a variante de contagem de tempo romana, de meia-noite a meia-noite, contrariando o pensamento tanto de Mordecai quanto de André. Aliás, Mordecai indagou-lhe por que acatara a contagem de tempo dos seus inimigos romanos, considerando o início do dia à meia-noite, e não segundo a tradição milenar de Israel. Daniel não soube explicar isso, com o que os demais começaram a considerá-lo um “traidor”, que estava pendendo para o lado dos odiados dominadores de sua terra, seguindo esse costume a eles estranho.
A atividade de pesca requeria os três atuando juntos. Só um ou dois não dariam conta de todo o trabalho de conduzir o barco, observar os cardumes de peixe, lançar e recolher a rede, preparar os peixes para venda ao público, consertar as redes com rompimentos. . . A equipe de três já estava formada há anos, e sempre funcionou bem, com todos parando as atividades antes do pôr-do-sol da sexta-feira, para dedicar ao Senhor o Seu santo dia. Agora as coisas se complicaram para o ativo trio de pescadores.
O pior é que entre os familiares também divisões sérias começaram a se manifestar. Os filhos de André acharam ótima a idéia de não ter que dedicar dia nenhum ao Senhor. Assim, podiam brincar à vontade todos os dias, sem terem que ir a reuniões religiosas. E influenciaram os filhos dos demais na mesma linha de pensamento. Afinal, se André, que era o mais velho deles, tinha na sua consciência essa convicção de dianenhumismo como a melhor atitude de um cristão, por que não seguir sua “sábia” direção?
Mas suas mães não julgavam ser uma boa idéia que os filhos ficassem sem atividade religiosa regular cada semana. Não viam que isso iria ajudá-los a se tornarem bons cidadãos e úteis à Igreja. A esposa de Daniel queria que os filhos a acompanhassem à Escola Dominical. Ela julgava ter que seguir a liderança do marido, embora intimamente não estivesse convencida da validade de adotar um dia de culto diverso do que estabelecia a lei, e que sempre observara fielmente com o marido e filhos antes de aceitarem a fé cristã. Ademais, ela sabia que aquele dia era dedicado por muitos pagãos ao deus falso que adoravam--o sol. Como adotar algo assim do paganismo, conhecedora também que era dos tantos problemas da nação de Israel ao longo da história por tais envolvimentos?
Por sua vez, a esposa de Mordecai queria que os filhos fossem com ela à Escola Sabatina, pois o dia de observância na sua convicção não havia sofrido qualquer alteração na passagem do Velho para o Novo Concerto. Contudo, os filhos não queriam saber nem de Escola Dominical ou Escola Sabatina. Eles estavam mesmo convencidos das virtudes do dianenhumismo, segundo o pensamento do veterano pescador André.
Já André não sabia o que fazer, pois julgava que suas convicções de dianenhumismo não precisavam necessariamente ser seguidas pelos mais jovens. Parecia muita coincidência que todos os menores queriam modelar a vida religiosa segundo o seu exemplo, não dedicando dia nenhum às coisas de Deus. E no campo profissional, não conseguiam também chegar a um acordo.
Como era necessário que todos os três atuassem juntos, pensaram em desfazer a sociedade e encontrar substitutos para comporem novos trios. Daí Mordecai consultou Bartolomeu e Elias, velhos amigos da sinagoga que também haviam aderido ao cristianismo, sob influência das prédicas de Paulo. Mas o primeiro decidiu na sua consciência que o dia que dedicaria a Deus seria sexta-feira, julgando que talvez o dia da morte de Cristo é que merecia ser lembrado semanalmente. Quanto ao segundo, defendia a guarda da terça-feira, e quando lhe pediam para justificar tal decisão, ele não tinha meios de explicar: “É uma questão de que eu sinto assim. Minha consciência estabeleceu isso, então sigo tal sentimento. . . Terça-feira é o meu dia de dedicação a Deus”. E quando lhe perguntavam onde ia à Igreja ele explicou que naquela cidade não havia ainda nenhum grupo estabelecido de terça-feiristas. Ele era o primeiro adepto de tal corrente, e estava esperando ver quem mais fosse assim “tocado” em sua consciência, para juntos se reunirem no dia que decidiram ser o ideal para dedicar ao Senhor. . .
Destarte, no pequeno vilarejo de pescadores, junto ao Mar da Galiléia, a recém-estabelecida comunidade cristã não conseguia chegar a um consenso quanto à forma de dedicar tempo ao Senhor. E o pior eram as discordâncias envolvendo as esposas e filhos desses também. . .
E o dia de ir à Igreja era uma confusão. Onde estavam reunidos os crentes da 4a. feira como “dia do Senhor”? O pastor do grupo de quinta-feiristas, que estava sendo disputado pelos adeptos da segunda-feira para pastoreá-los também? E os dianenhumistas que não iam a Igreja nenhuma, só trabalhavam direto todos os dias, terminavam esgotados física e mentalmente ao fim de poucos meses . . . Isso perturbava o seu sistema nervoso e provocava atritos com esposas e vizinhos, ociosidade dos mais jovens, falta de motivação pela comunhão com os demais crentes, já que não iam à Igreja, a não ser em breves reuniões no dia que lhes desse na veneta. . .
Finalmente, alguém resolveu confrontar os muitos dianenhumistas, que constituíam a esmagadora maioria dos moradores daquela região, principalmente jovens, adolescentes e crianças. Encontraram um que se dizia pastor do grupo, mas não era assalariado porque nunca se reuniam para levantarem ofertas e dízimos com que sustentar o trabalho. Aliás, não havia trabalho religioso organizado entre tais. Afinal, dianenhumismo não envolve dia nenhum mesmo!
O pastor dianenhumista tentou justificar sua atitude de não dedicarem nenhum dia ao Senhor alegando que agora só os regia o mandamento único da fé cristã, segundo Jesus e Paulo teriam ensinado: amar o próximo como a si mesmos. Então, essa questão de 4o. mandamento era do tempo em que a lei do “amor a Deus sobre todas as coisas” ainda vigorava. Como agora viviam sob o Novo Concerto do mandamento único do amor ao próximo, não precisavam de observar dia nenhum, princípio que se ligava a esse aspecto de uma lei ultrapassada, e até desnecessária nesses novos tempos de tanta “iluminação”.
E nessa “iluminação”, eles foram evoluindo, cada vez buscando maior solidariedade entre os vários integrantes da comunidade dianenhumista, a ponto de concluírem que nem precisavam de Deus nenhum. Tornaram-se ateus, incentivando, porém, o princípio da solidariedade humana como um novo alvorecer da humanidade. Assim, nessa visão da “alba”, ou seja, do nascer da luz pela manhã, eles ficaram conhecidos como albaneses, e, de fato, a primeira nação oficialmente atéia do mundo se chamou Albânia, onde era proibido escrever o nome de Deus, ou fazer a mínima menção a Sua Pessoa.
Está aí a história pouco conhecida de como surgiu essa nação sobre a face da Terra. O seu grande líder, Enver Hoxha, já morreu. Os albaneses o idolatravam e consideravam o genuíno Cristo que traria a luz da alba, ou alvorecer, a todos os moradores do planeta. O único problema é que o tal morreu, mas passaram-se mais de três dias, e ele não saiu da sepultura! Com isso a própria Albânia terminou abolindo as rígidas leis anti-religiosas, e lá existem hoje muitos cristãos que adoram a Deus e crêem na validade do mandamento de amá-Lo de toda alma, força e entendimento. Aleluia!
O PRIMEIRO DIA NO CÉU
Ao conversarem, descobrem que procedem da mesma cidade, digamos, Belo Horizonte, MG.
O primeiro santo dirige-se ao segundo: “Então você era de Belo Horizonte como eu? Certamente os horizontes aqui são muito mais belos, não é verdade? Mas que coincidência de nos termos encontrado no primeiro dia aqui neste bendito lugar. . .”
“É verdade, meu concidadão desta maravilhosa e gloriosa pátria celeste. Mas, conte-me como foi sua experiência na vida que o trouxe até aqui. . .
“Bem, sabe, eu era um grande pecador e cometi muitos erros na vida. Mas um dia, aceitei o evangelho, arrependi-me de meus pecados e os confessei, e pela graça do Todo-Poderoso aceitei a meu Salvador, e agora estou aqui desfrutando as glórias deste Paraíso inigualável. Não fosse exclusivamente pelo favor imerecido do Alto eu não estaria aqui, mas seria cinzas1, como as que estão sob os nossos pés. Agora, conte-me como foi a sua experiência.
“Oh, eu também dependi da graça divina, mas não tanto como no seu caso pois contei com ela apenas para o perdão de meus pecados passados. A partir disso obtive assistência celestial em desenvolver um caráter perfeito e assim alcancei a perfeição ontológica, ao ponto de até orar o Pai Nosso numa versão mais curta: eu não precisava dizer--‘perdoa as nossas dívidas’--uma vez que não tinha mais dívidas a serem perdoadas. . . .
“Sem dúvida fazer a oração do Pai Nosso mais curta economizava bastante tempo, dependendo de quantas vezes a proferia, não é mesmo? Mas fale mais dessa sua bela experiência. . .”
“Oh, sim, eu economizei muito tempo pois orava bastante. Eu não me inibia de parar nas praças e esquinas para orar em voz alta, dando a outros o testemunho do que é uma vida de oração de quem está se santificando mais e mais. E sendo que eu nada mais tinha a fazer naquele ambiente cheio de pecadores e cristãos imperfeitos, não me restava senão ter assegurado um lugar aqui. . . .
“Ademais, comparando nossas experiências, eu diria que, sendo que você dependeu totalmente da misericórdia divina e nunca atingiu a perfeição, sinto-me inclinado a pronunciar as palavras de Isaías: “Não te achegues a mim, porque sou mais santo do que tu”. Agora, com a sua permissão . . .” 2
Isso, porém, ocorreu na divisão celestial dos salvos ao tempo da “dispensação da graça”. Uma alta montanha dividia a seção dos que viviam na “dispensação da lei”--os que foram salvos ao tempo do Antigo Testamento.
Lá também dois dos santos conversam:
“Então, meu irmão, quer dizer que você era do tempo de Davi? Pois eu fui da época de Jeroboão, e tive a tristeza de ver a nação de Israel dividindo-se em dois reinos--do norte e do sul”.
“Pois é, foi uma lástima ter acontecido aquilo, mas o importante é que, a despeito de sermos de povos que se confrontaram nesse conflito, estamos agora aqui unidos, não é verdade?”
“Bem, temos essa divisão dos salvos pela graça e dos salvos pelo regime da lei, o que também me parece estranho. Eu esperava que não houvesse tais divisões aqui no céu”.
“É mesmo, e entre os que viveram na ‘dispensação da graça’ há ainda os que foram salvos pela misericórdia divina, lá do Distrito dos Humildes, e os que conseguiram a perfeição ontológica por seus próprios esforços. . .
“Deveras, mas conte-me quantos sacrifícios você teve que fazer para ganhar o seu lugar aqui no céu. Eu gastei uma fortuna com sacrifício de bois, e vacas, e touros, e bezerros, e bodes, e cordeiros. . .”
“Bem, eu era pobre e não tinha meios de adquirir tantos animais assim. Mas havia os sacrifícios para os pobres, de pombas e rolinhas, contudo, eu muitas vezes nem tinha dinheiro para sequer comprar esses animaizinhos mais baratos”.
“Então, como fazia, meu irmão?”
“Eu saía em caça dessas aves, e o que armei de arapuca para apanhar pombas e rolinhas, nem imagina. . .”
“Puxa, ainda bem que havia essa provisão para os pobres, e até os pais de Jesus, que eram pobres, puderam oferecer no Templo esses animaizinhos mais em conta. . .”3
“É mesmo! E que sorte dos cristãos, depois, já que o sistema de sacrifícios de animais cessou. Principalmente mais tarde na história, quando o preço desses animais subiu tanto”.
“Pois é, além de ser difícil conseguir animais perfeitos. E a certa altura ficou até perigoso lidar com esses bichos”.
“Perigoso por quê?”
“Ora, não ouviu falar das pragas de febre aftosa, doença da vaca louca e da gripe das aves que afetou o planeta nos tempos finais da história? Ficou cada vez mais difícil encontrar animais perfeitos para sacrifícios”.
“Oh, de fato! Foi mesmo muita sorte que o sistema de salvação por prática das leis cerimoniais terminou. Sem dúvida, pertencer à era cristã saía bem mais em conta para se conseguir a salvação. . .”
“Bem, não sei não. . . E o dinheiro todo que alguns cristãos investiam em missas do 7o. dia, 1 mês, 1 ano para apressar a saída de seus parentes do Purgatório?”
“Mas essa teoria é discutível. . . Você conheceu aqui alguém que veio do Purgatório depois de tanto pagamento em intenção de suas almas?”
“Para dizer a verdade, ainda não, Mas a gente chegou há pouco aqui, hoje é nosso primeiro dia. . . Quem sabe vamos ficar conhecendo com o passar do tempo”.
“É mesmo, afinal temos toda a eternidade para nos conhecer uns aos outros. . .”
“Até mais, compadre, pois hoje temos a reunião mensal da lua nova4 e vamos ouvir o coral dos salvos do paganismo. Esse é um grupo muito especial, dos que não conheceram nada sobre Jesus pois viviam fora do círculo religioso de cristãos e judeus”.
“Ah, sim, é verdade. . . Eu ouvi falar que eles têm um belíssimo hino de louvor onde fazem a pergunta: “Que feridas são estas nas Tuas mãos?”
“Pois um anjo me contou que no sermão do próximo sábado Jesus vai dar a resposta à pergunta deles e dizer: ‘Estas são feridas com que fui ferido na casa dos meus irmãos’”.5
“Muito lindo pensar em tantos que, por pura misericórdia divina, sem conhecerem plenamente o evangelho, foram salvos porque tinham a lei da consciência que lhes apontava ao Criador e Seu amor. Soube que o Apóstolo Paulo discutiu isso em uma epístola que escreveu aos romanos”.6
“Isso mesmo. . . Bem, meu irmão, até mais. A gente se vê outra vez por aí, junto a algum dos parques floridos às margens do rio da água da vida,7 quando houver um piquenique de junta-panelas num sábado à tarde”.
“Está bem, vamos ver se até lá encontramos alguém que veio do Purgatório para nos contar como foi a vida deles por lá. Acho que se for verdade essa teoria, deve haver os que sofreram mais e os que sofreram menos para pagar suas culpas”.
“Pois é, tudo dependeu de quanto seus parentes investiram neles, Para muitos as coisas puderam ser bem mais fáceis do que para outros. . .”
“Sem dúvida. Bem, um abraço, e até mais. . .”
________________
1 Malaquias 4:1-3
2 Isaías 65:5
3 Lucas 2:23
4 Isaías 66:22, 23
5 Zacarias 13:6
6 Romanos 2:14-16
7 Apocalipse 22:1
A Perigosa Vida dos Cristãos na Era “Intermediária” dos Primórdios da Igreja
Reflexão séria e solene sobre as implicações lógicas de certos ensinos comuns entre cristãos contemporâneos (por incrível que pareça. . .)Se non è vero, è bene trovato
André era um dedicado cristão dos primeiros tempos do cristianismo, em Roma, mas um pouco nervoso. Com ele não havia brincadeira. Se alguém pisasse no seu calo, ele partia para a briga e enfiava sem dó a faca ponteaguda, que trazia presa na cintura, no ventre do adversário. Daí, fazia uma marca no cabo, assinalando mais uma vítima fatal de seu destemperamento de espírito. Já havia umas oito marcas na sua arma letal.Os outros membros da Igreja buscavam tratá-lo bem, quando em contato direto com ele, mas na maioria dos casos buscavam era manter distância. Afinal, quem gostaria de morrer assim tão ingloriamente? Aquela era a época intermediária entre a cruz de Cristo--quando os 10 Mandamentos foram inteiramente abolidos--até o mandamento “não matarás” ser restaurado pelo ano 56-58 AD, quando Paulo o menciona em sua epístola aos Romanos (13:8-10). . .
O clima naqueles tempos entre os cristãos era bem carregado, porque não só se matavam uns aos outros a três por dois, mas quem não cuidasse bem de suas propriedades, seria roubado impunemente até por seus irmãos da Igreja. E mesmo os líderes das congregações avançavam sobre dízimos e ofertas tranqüilamente, porque o mandamento “não furtarás” também só foi restaurado junto com o “não matarás”. Sem falar nos escândalos de adultérios e desenfreada cobiça pela mulher e coisas do próximo que prevalecia entre os crentes. Era um “salve-se quem puder” medonho, até Paulo escrever a epístola regulamentadora da ética cristã, primeiro aos romanos, e com o passar do tempo, atingindo as demais igrejas noutras cidades e províncias.
Levou tempo para que esses deslizes morais fossem eliminados, mas os blasfemadores, que falavam o nome de Deus em qualquer ocasião, não paravam com suas palavras desrespeitosas. Afinal, nem Paulo nem os demais apóstolos lembraram-se de referir tal mandamento objetivamente entre os demais “restaurados” ipsis literis do Decálogo. E os filhos desrespeitavam livremente os pais, xingavam-nos, jogavam alimentos que não apreciavam na cara das mães que os prepararam. Afinal, só pelo ano 60, ao escrever aos efésios (Efé. 6:1-3) é que Paulo restaurou o “primeiro mandamento com promessa”, o que fora o quinto do Decálogo nos velhos tempos da “dispensação da lei”. Levou também algum tempo para ficar definida essa questão até a carta aos efésios circular entre todos. Até lá, pais e mães passaram grandes agonias nas mãos dos filhos. . .
Mas os crentes de Jerusalém tinham problemas maiores ainda. O concílio de Jerusalém, ocorrido alguns anos antes da escrita do livro de Atos (61 AD), definiu um Tetrálogo como únicas regras que deveriam reger a vida cristã. Esse Tetrálogo proibia só um mandamento “moral”--os pecados sexuais. Indiretamente tratava também dos ídolos ao condenar “carnes oferecidas a ídolos” dentre as demais três regras, que abrangiam ainda a proibição de comer sangue e carne sufocada (ver Atos 15:20 e 29).
Estranhamente nada havia nesse Tetrálogo contra falar mal dos outros, desrespeitar os pais, não roubar, não cobiçar as coisas alheias, não profanar o nome de Deus em vão e, logicamente, nada sobre o sábado (ou domingo!).
Era uma bagunça total, pelo que se deduz dos ensinos de certos teólogos contemporâneos, adeptos do semi-antinomismo dispensacionalista. Segundo tais ensinos, quem busca respeitar os mandamentos do Decálogo, abstendo-se de matar, roubar, falar mal do próximo e guardar o sábado, estariam situando-se “debaixo da lei”, daí que aqueles cristãos primitivos faziam questão de atropelar e passar por cima de todas aquelas regras que Deus pronunciou solenemente ao povo sobre o monte Sinai.
Ninguém queria ficar “debaixo” daquelas leis. . . Nada daquilo se aplicaria aos cristãos, já que TODA A LEI fora abolida na cruz, a não ser as regras do Tetrálogo, pelas quais buscavam reger suas vidas. E isso só desde o concílio de Jerusalém. . . E mesmo as normas da “lei áurea”, proferidas por Cristo, imaginava-se que somente valiam até Cristo morrer na cruz, pois ela era aplicável a todos os preceitos, desde que Moisés mesmo as havia primeiro declarado, em Levítico 19:18 e Deuteronômio 6:5. E a lei TODA fora abolida quando Cristo proferiu o “Está consumado”. Isso incluiria a sua síntese, a “lei áurea”, até Paulo também respaldá-la nas suas instruções quando restaurando normas do Decálogo.
As coisas hoje mudaram bastante, já que contamos com o Novo Testamento completo. Tudo que era estabelecido no Decálogo, foi sendo restaurado pouco a pouco, até estar de novo valendo para os cristãos, ou seja, menos o princípio do sábado sobre que ainda há certa ambigüidade--há os que insistem em que se observe o domingo como “sábado cristão”, outros alegam que não há dia nenhum para observar, outros mais dizem que se deve dedicar ao Senhor TODOS os dias, e não um em particular. Só que, na prática, esses não dedicam dia nenhum, porque precisam trabalhar e ganhar a vida. Como vão dedicar, ou “santificar”, todos os dias a Deus?
Essas restaurações de mandamentos requereram certo prazo para conclusão, e mesmo hoje não está clara a obrigatoriedade do que proíbe falar o nome de Deus em vão, pois não consta claramente de qualquer dos escritos de Paulo ou dos demais apóstolos a respeito. Há somente uma referência bem indireta em Tiago 5:12.
E os cristãos também poderiam até participar de sessões espíritas livremente. Onde aparece qualquer proibição de consultar os mortos no Novo Testamento? Os pastores em geral condenam, porém, essas práticas ainda que não claramente estabelecidas no Novo Testamento como regras para os cristãos seguirem. Agora, se há uma regra jamais estabelecida no Novo Testamento que insistem em que seja fielmente cumprida é a da “lei do dízimo”. Sobre esta jamais abriram mão, mesmo quando não é mencionada como regra cristã em qualquer das epístolas paulinas, ou dos demais apóstolos.
Do sábado nada querem saber, pois a alegação é não ser normatizada para os cristãos. Ora, mas . . . e o dízimo?! Bem, esta já é outra história. . .
E assim caminha a cristandade.
“Tudo Quanto Se Move”--História Tragicômica de Tempos Imemoriais
Sangue jorra solto tingindo a veste branca de Dodanim, que está nas últimas. O caçador se aproxima com sua machadinha de pedra ponteaguda e aplica um golpe de misericórdia sobre a jugular do moribundo filho de Joctã. Daí, deixa o resto do sangue correr sobre o chão, cobre-o com pó, e vai para casa, dando um jeito de carregar tanto o garoto quanto o cordeiro.
O pobrezinho, foi caçado e levado para a casa do caçador com as certeiras e quase infalíveis flechadas de Abimael. A caça será logo transformada em jantar para a sua numerosa família de quinze filhos, setenta e dois netos e quatro bisnetos.
Joctã era um influente líder de outra tribo e não se conforma com o ato de Abimael. Um confronto se torna inevitável, e o dirigente da sua aldeia recomenda-lhe que leve o caso ao respeitadíssimo sumo-sacerdote Melquisedeque para superar a pendência.
O famoso sumo-sacerdote ouve o caso, mas somente diz para o desolado pai: “Sinto muito, amigo, mas ‘dura lex, sed lex’“.
“Como é?!” Joctã não entendeu nada da parte final da fala de Melquisedeque. Ele usara uma declaração que milênios depois seria utilizada no direito romano. Ocorre que ele, além de consagrado sumo-sacerdote, era também profeta e tinha o dom de línguas. . . Assim, antecipava profeticamente uma sentença latina, e a emitiu naqueles tempos bem remotos para o queixoso pai da terra mesopotâmica.
“O que disse!?” repetiu confuso Joctã.
“Oh, desculpe-me. Eu quis dizer que a lei é dura, mas é a lei, tem que ser cumprida. Veja que durante a estação de caça ‘tudo quanto se move’ aplica-se a qualquer um [Gên. 9]. Assim, salve-se quem puder! Só quando mais tarde essa lei for regulamentada e ficar claro que o “tudo que se move” refere-se somente a animais abatidos vivos (e que devem constar da lista de animais limpos), em contraste com os que se encontram mortos por outras feras ou doença nos campos, haverá mais segurança para os humanos [Êxo. 22: 31; Lev. 22: 8]. Portanto, nada posso fazer pelo seu caso”.
Joctã fica desolado e volta para casa muito contrariado. A esposa vai ao seu encontro e já vem dizendo: “Estamos sem carne para o fim de semana. É melhor você tomar o seu arco e flecha e ir em busca de caça nova”.
“Ah!” pensa Joctã, “já que as coisas são assim, vou tratar de ficar à espreita perto da casa de Abimael, abatar um de seus filhos e fazer o mesmo que ele fez conosco. Só que vou arranjar um de seus filhos maiores para nos banquetearmos em casa por mais tempo. . .”
Eram duros aqueles tempos pós-diluvianos, especialmente em vista de que a lavoura ainda dava os primeiros passos de recuperação das invasoras águas do grande cataclismo”.
Comendo e Bebendo . . . Para a Glória de Quem Mesmo?
Filipe e Mateus eram amigos inseparáveis, membros da igreja cristã da cidade portuária de Corinto, lá por meados do ano 58 AD. Filipe era um cristão “forte” e fervoroso para quem não fazia diferença utilizar-se ou não de comidas sacrificadas a ídolos, aceitando a visão de Paulo de que “o ídolo em si nada é”. Já Mateus tinha na consciência um repúdio a tudo que fosse relacionado com idolatria, e não aceitava de modo algum o consumo de carnes sacrificadas a ídolos, que se vendiam nos mercados da cidade.Filipe sabia bem dos sentimentos do amigo, e evitava comer perto dele, ou em sua companhia, qualquer coisa que soubesse ter sido sacrificada a ídolos.
Certo dia, ambos foram convidados a almoçar na casa de um grego bem conhecido na comunidade, chamado Macário. Ele também se havia convertido ao evangelho, e entendia que não só se podia comer de tudo que se vendia no mercado, mas que isso incluía até as carnes que os judeus sempre consideraram imundas.
Alguns cristãos gentios começaram a interpretar certos escritos de Paulo, que circulavam entre as diferentes igrejas, de um modo um tanto liberal: “Ora, afinal de contas que mal há em comer um leitãozinho assado?”, comentara Macário em conversa com os amigos tempos passados. E até contou que de vez em quando comprava ratazanas que se vendiam no açougue perto do porto, caçadas por pessoas pobres ou marinheiros de folga. Como na área do porto havia muitos armazéns onde se guardavam produtos agrícolas, havia ratos enormes circulando sempre por ali, em busca de restos de cargas alimentícias que ficavam pelas beiras dessas sessões portuárias.
A reação de Mateus ao ouvir isso tinha sido: “Comer rato?! Mas o que é isso, irmão Macário! Nunca leu no livro de Isaías a clara condenação aos que comem carne de porco e rato?!”
“Ora, meu irmão, os tempos mudaram”, intervém Filipe, dando razão ao amigo Macário. “Paulo diz que se formos convidados a comer na casa de alguém, não se deve perguntar nada por causa da consciência. Assim, creio que podemos comer de tudo”.
Quando chegaram à casa do grego e já estavam à mesa, Macário dirigiu-se a Mateus: “Eu sei, irmão Mateus, de seus escrúpulos contra coisas oferecidas a ídolos, mas pode ficar tranqüilo que aqui nesta mesa nada há que seja de tal origem”. Com isso ambos os amigos sentiram-se mais à vontade para partilharem da farta mesa do estrangeiro.
Macário era o que se chamaria hoje em dia de “um bom garfo” e deliciava-se com as carnes de vários tipos e sabores que estavam dispostas em diferentes pratos e bandejas, umas mais vermelhas, outras mais claras, algumas mais macias, outras mais fibrosas. . . Mateus ia comendo as saladas, cereais e frutas, mas não se encorajava em servir-se de nenhum dos pratos cárneos.
“Amigo Mateus, não sabe o que está perdendo! Prove este assado aqui que está uma delícia!”
“Não, obrigado, Filipe, eu ficarei só com minhas verduras, cereais e frutas por enquanto”.
“Você sabe bem da instrução de não se perguntar nada--ir comendo de tudo, pois, afinal de contas, o Cristo não disse que o que entra na boca não contamina o homem?”
“Você sabe, Filipe, que não concordo com essa interpretação, pois o mesmo Cristo também disse que não veio abolir a lei, e sim cumpri-la. E disse que quem ensinasse a mínima coisa que contradissesse a lei, seria considerado ‘mínimo no reino dos céus’. Como Ele mesmo ensinaria algo assim? Então o Mestre é que teria de ser considerado mínimo no reino dos céus, faz sentido isso?!”
“Ora, não vamos discutir questões teológicas num momento destes, pois isso não faz bem à digestão. . .”, reagiu Filipe.
“É mesmo”, comentou o anfitrião. “Sou muito pela liberdade cristã. Mas eu sei que vocês judeus, mesmo quando convertidos ao cristianismo, ainda conservam muitas tradições do judaísmo. Eu como gentio sinto-me livre desses condicionamentos. Ademais, nosso amado apóstolo Paulo não disse que os únicos pecados dentro do corpo que nos devem preocupar são os de caráter sexual?”
“De fato, irmão Macário”, confirmou Filipe, “nada além disso nos deve incomodar. Por favor, me passe o prato com esse guisado de carnes mais claras. Provei só um pouquinho antes e a achei maravilhosa. . .”
“Oh, sim, aqui está. Sirva-se à vontade. E veja que temos aqui a versão grega do nosso tradicional pão pita. Com esse molho que a minha esposa preparou fica delicioso. E não há melhor acompanhamento para as carnes”.
Filipe ia se servindo livremente enquanto Mateus olhava meio ressabiado, imaginando de onde aquela variedade de carnes teria procedido. Mas nada perguntou, e continuou com os seus vegetais.
“Mateus, experimente o pão com o molho que está muito gostoso. Não há nada de carne aqui, não é, irmão Macário?”
“Em certo sentido, não. . .”, respondeu o anfitrião.
Mateus achou aquela resposta meio ambígua e preferiu valer-se de um dos pães, mas dispensou a vasilha de molho que Filipe gentilmente aproximou-lhe do prato. “Fico mesmo só com o pão, obrigado”.
Assim foram comendo e conversando, se bem que a conversa era dominada pelo dono da casa e Filipe. Mateus quase nada dizia, preferindo manter-se como mero ouvinte.
Os dois comensais conversadores iam deglutindo uma porção após outra, regadas pelo vinho importado da distante Grécia. O grego mostrava grande apreciação pelo produto de sua terra natal, sorvendo um copo após outro.
“Puxa, vocês hão de convir que os meus compatriotas são excelentes fabricantes de vinho, não acham?”, comentou Macário.
“É, sem dúvida o vinho é de excelente qualidade, mas eu não sou muito dado a bebida, e assim só estou provando pequenas doses”, reagiu Filipe.
“Ora, qual nada, irmão Filipe. Comamos e bebamos que amanhã teremos mais para desfrutar! Vamos lá, façamos um brinde à liberdade cristã. . .”
Filipe e o anfitrião tocaram-se os copos no alto, num brinde que Mateus apenas observou sem participar da celebração.
Macário seguia cada vez mais animado na conversa, contando casos e mais casos de sua Grécia natal. Os dois amigos judeus já haviam terminado de comer, mas o anfitrião continuava servindo-se dos alimentos e, principalmente do vinho.
Os amigos se entreolharam a certa altura, pensando num compromisso que teriam logo em seguida. Fizeram menção de despedir-se, mas Macário os interrompeu e não os deixava sair. Tinha uma história atrás da outra para contar, entremeadas de generosos goles do vinho.
E os relatos iam ficando cada vez mais escabrosos e estranhos, além de repetidos, pois àquelas alturas Macário já não parecia mais ter uma coordenação mental precisa.
“Bem, amigo, a conversa está boa, mas precisamos mesmo sair porque temos alguns negócios a resolver. . .”, tentou interromper Filipe.
“Mas o que é isso?! Já se vão tão cedo?! Prove mais uma perninha assada de ratazana, ou que tal essa cauda de cobra cozida na manteiga?”
“Ratazana?! Cobra?!”, espantou-se Filipe.
“É isso. . . . Os pratos de que você mais se serviu eram de carne de rato e cobras, e o molho que passou no pão é uma mistura de baratas e minhocas que minha esposa preparou. Não achou uma delícia?”
Mateus virou-se de costas e levantando os olhos para o teto, disse em voz baixa, meneando a cabeça: “Eu sabia! . . .”
A expressão de perplexidade de Filipe transforma-se em ar de puro desespero. Pede licença e corre para o banheiro. O fiel amigo Mateus o acompanha até a porta que nem foi fechada. Filipe inclina a cabeça sobre o buraco no chão, de bordas cimentadas, que constituía o vaso sanitário, e despeja um jato de vômito. . .
“É isso aí, viva a liberdade cristã!. . .”, ironiza Mateus.
Filipe só olha de esguelho para o amigo em rápida pausa, mas suas agonias interiores não parecem ter fim. Sua reação é somente mais descarga de vômito e cusparadas seguidas por gemidos . . .
O dono da casa nem percebe da sala de jantar o que se passa. Cantava com voz carregada, inteiramente desafinado, um hino cristão falando em liberdade. Finalmente levanta-se cambaleante e atira-se sobre a cama, caindo num sono profundo e “enebriante”.
A esposa é que despede a dupla de amigos. Filipe não sabia onde enfiar a cara, de tanto embaraço, mas ainda consegue balbuciar algum agradecimento pelo convite para a refeição. Quando alcançam certa distância, Filipe segura na mão de Mateus e quase em lágrimas comenta:
“Não, isso não é liberdade cristã, e sim uma escravidão terrível a falsas filosofias que não podem representar o que Deus deseja de melhor para os Seus filhos”.
“Agora você disse tudo”, foi o único comentário de Mateus, certo de que dali em diante o amigo saberia escolher os alimentos adequados de que servir-se, bem como ser mais cuidadoso em sua interpretação das Escrituras.
Algumas semanas depois ambos são convidados a comparecer à casa de Macário, mas não era para novo almoço, e sim para o seu funeral! Seus maus hábitos alimentares, aliados ao descontrole no uso de bebidas alcoólicas, precipitaram-lhe a morte por causa de colesterol elevado e os problemas associados a isso.
Os médicos da época certamente não conheciam a terminologia moderna, e constava oficialmente que ele teria morrido de “nó nas tripas”.
O fato é que Macário foi vítima de glutonaria e bebedice, males alistados por Paulo como pecados dos que não vivem segundo o Espírito. São coisas que ocorrem “dentro do corpo” e que matam, não importa a nomenclatura que se empregue como causa mortis.
O Trágico Dilema do Marceneiro Jaime
Ele costumava assistir aos programas dominicais numa Igreja Evangélica a vários quarteirões de sua casa, dedicando o domingo a tais atividades, bem como a passeios com a família, visitas a parentes e amigos e outras atividades compatíveis com os costumes cristãos quanto ao dia de observância. Mas o volume de trabalhos e prazos de entrega começaram a assoberbá-lo, e ele se viu forçado a falhar na freqüência às reunões da Igreja nos domingos pela manhã, deixando para fazê-lo à noite.
A esposa, dona Diva, reclamou dele a ausência às reuniões matinais da Igreja, e disse-lhe que não achava certo ele falhar aos cultos por causa de trabalhos. Mas ele sempre explicava que não tinha outra opção—as encomendas eram de gente importante da comunidade e ele não podia desapontar seus bons clientes, falhando em atender os prazos de entrega. “Eu estarei indo com vocês aos cultos da noite, então não há problema. Não estou deixando a congregação ‘como é costume de alguns’, como diz Hebreus 10:25”, ele buscava se explicar.
Sua ausência na Escola Dominical e outras reuniões do domingo de manhã começou a ser notada, e seus irmãos da Igreja sempre perguntavam à esposa e filhos sobre o paradeiro do bem-conceituado profissional das madeiras. Eles ficavam meio sem jeito de dizer que ele ficara em casa trabalhando, mas não tinham meios de evitar declará-lo. “Bem, mas se ele vem aos trabalhos da noite, está tudo bem. . .”, disse certa vez o pastor.
“Irmão, eu gostaria até de lhe fazer uma pergunta”, disse dona Diva ao pastor. “Pois não, minha irmã, sou todo ouvidos. . .”
“O irmão mesmo disse que se o meu marido vem aos cultos da noite, não há problema quanto a suas faltas nos programas matinais. Mas não diz a Bíblia que o mandamento do dia de repouso é para ser totalmente isento de qualquer trabalho?”
“Bem, cara irmã, os tempos mudaram. Hoje a vida moderna é bem mais agitada e as exigências da sociedade fazem com que muitos tenham que trabalhar mais do que se costumava em décadas passadas. O importante é ele não perder o contato com a igreja, vir aprender com os sermões e participar conosco dos cânticos e orações quando puder”.
“Mas não disse Jesus que ‘o sábado foi feito por causa do homem’? Não significa isso que é para ter esse como um dia realmente especial, dedicado às coisas de Deus e à família?”
“Bem, note que Jesus também disse, ‘não o homem por causa do sábado’, o que significa que não há tanta exigência em nossos tempos de observar o dia de repouso nos moldes do sábado da lei mosaica”.
“E o que me diz da Confissão de Fé de nossa denominação, que ordena que se dediquem os momentos todos do dia do Senhor a Deus, sem atividades seculares ou recreativas?”
“Irmã, esse documento foi emitido séculos atrás, quando os tempos eram outros. Temos que evoluir, segundo a marcha da sociedade, como já lhe acentuei”. Ademais, não se esqueça que o nosso sábado agora é Cristo.
“Bem, mas se tal princípio pode ser desprezado por ser de tempos antigos, então outros mais não poderiam também sofrer ajustes, segundo a marcha da sociedade?” insistia dna. Lídia. “Veja que há igrejas hoje em dia que, com base nesse raciocínio, estão abençoando uniões homossexuais, e até nomeando pastores que são declaradamente desse estilo de vida. Acha que isso é justificável?”
“Ora, minha querida irmã, isso já é um tanto extremo, não acha? A Bíblia é clara em condenar o homossexualismo”.
“Mas a mesma Bíblia não é clara quanto a que Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo para deixar um exemplo para o homem?”
“Sabe, essa idéia já é ultrapassada. . . Não se pode dizer que o sábado foi estabelecido na criação do mundo, como os sabatistas pregam. O sábado é um símbolo do descanso da salvação que o crente desfruta, nada de seguir regras legais da lei mosaica. . .”
“Mas Lutero, Calvino, Wesley e os documentos confessionais mais representativos das Igrejas evangélicas dizem isso. . . Será que é tudo coisa ultrapassada? Onde está o limite do que ainda vale e não mais vale, dos ensinos de líderes cristãos e documentos históricos das Igrejas, que sempre buscaram dar razões bíblicas para seus conceitos?”
“Minha irmã, veja eu tenho um mestrado em Teologia e deve confiar no que lhe digo. A gente agora deve agir segundo o Espírito nos indica, sem mais códigos do que fazer e não fazer, como se dava no tempo do Velho Testamento. . .”
“Está bem, vou estudar de novo minha Bíblia para ver se o Espírito me ilumina quanto a isso. . .”
“Pois faz muito bem, faça-o, mas concentre-se no Novo Testamento pois o Velho Testamento não mais nos serve tanto. Lembre-se que Jesus disse que agora o Seu novo mandamento é o do amor, não mais a lei de Moisés. . .”
Chegando em casa, dona Diva resolve examinar exatamente o ponto levantado pelo pastor—o novo mandamento do “amor”. Ela não sabia onde encontrar na Bíblia, daí perguntou ao esposo, e este, após uma pequena pesquisa, localizou-lhe Marcos 12:28-34. Trata-se do texto em que o escriba pergunta a Jesus qual é o grande mandamento da lei, querendo apanhá-Lo contradizendo as tradições de Israel, e o que Jesus lhe diz, em vez de dar margem a críticas e acusações da parte do escriba, gera nele uma atitude de respeito pela resposta dada: “Muito bem, Mestre, disseste bem”. Cristo lhe repetiu a lei áurea, segundo a qual o grande mandamento da lei é amar a Deus sobre todas as coisas, e amar o próximo como a si mesmo.
Diva leu com interesse a relato, mas notou algo interessante. “Jesus aqui não contrariou o que pensava o escriba”, comentou ela com o marido. “Tanto que a reação dele foi de elogio às palavras de Cristo”. “Bem, de fato se procurar a referência ao pé da página verá que o texto aponta ao que Moisés já havia dito. Veja essa letrinha que está no fim da passagem”, respondeu seu marido.
Ele era um criterioso estudante da Bíblia, e toda noite tomava sua lição da Escola Dominical para estudá-la, sempre tomando a Bíblia como fundamento do estudo. Era uma forma em que buscava compensar as ausências à sua classe aos domingos. Assim é que ele descobriu por si só a “regra da letrinha miúda”, como ele chamava o seu costume de verificar as referências indicadas através de letrinhas dentro de textos ou ao fim dos mesmos, que conduziam a outras letrinhas ao rodapé que remetiam o leitor a textos paralelos.
“Mas então Jesus com esse ‘novo mandamento’ não está falando de nada novo”, percebeu dona Diva. “Ele falava do que já era da lei mosaica—o princípio do amor a Deus e ao próximo. . .”
[Conclui no próximo quadro]
[Conclusão do quadro anterior]
“Sim”, confirmou Jaime, “Ele disse mesmo que não veio abolir a lei, e sim cumpri-la”.
“Mas quanto dessa lei ainda é válida para nós cristãos? Eu me preocupo, como sabe, com o princípio do descanso semanal, que você não está levando a sério e que o pastor também deu a entender que não tem importância. Contudo, eu me lembro de ter lido no nosso documento confessional que os primeiros quatro mandamentos do Decálogo referem-se ao nosso relacionamento para com Deus, e os seis últimos tratam de nosso relacionamento para com o próximo. Isso ainda é válido?”
“Como assim, se isso é válido?” perguntou Jaime.
“Sim, porque o pastor me disse que o que ensinam os nossos artigos confessionais é coisa ultrapassada, mas será que não se aplica mais esse princípio?”
“Não há por que não se aplicar. Agora, realmente nossa Igreja não se incomoda muito quanto a seguir o princípio do dia de repouso. Desde que o crente não deixe de frequentar a Igreja num dos cultos, pelo menos, não há problema quanto a isso”.
“Bem, mas não disse Jesus que o sábado foi feito por causa do homem? Então não foi uma boa coisa estabelecer um dia para o descanso do homem?”
“Ah, já vem você com seus sermões sobre o meu regime de trabalho. . . O pastor não lhe esclareceu que nosso sábado agora é Cristo?”
“Não se trata de sermões, mas de coerência com o que diz a Palavra de Deus”. . .
“Já lhe expliquei que não deixo de ir no culto da noite. Ademais, se eu for seguir essa regra de sábado estarei sendo ‘legalista’ e negando a minha experiência de salvação em Cristo”.
“Onde a Bíblia fala de dedicar só umas horinhas por semana para as coisas de Deus em cumprimento desse princípio? O que quer dizer ‘santificar’, com relação ao dia de repouso a dedicar ao Senhor?”
“É, os crentes mais antigos levavam mais a sério essa questão. . .”
“Mas o que mudou e por quê, ou seja, com que ordem bíblica?”
“Segundo a Bíblia, estamos agora sob um novo concerto, sendo o velho ultrapassado. Veja Hebreus 8:13: ‘Dizendo: Novo pacto, ele tornou antiquado o primeiro. E o que se torna antiquado e envelhece, perto está de desaparecer’.
“Bem, vou ler direito essa questão de velho pacto/novo pacto e ver se entendo melhor esse assunto”, concluiu a esposa.
Jaime prosseguiu com seus trabalhos cada dia, incluindo os domingos, só parando à noite para o descanso, e aos domingos indo a igreja com a família. A esposa ainda não conseguia ver luz nas suas atitudes e no que o pastor lhe havia dito sobre os ensinos passados da denominação. Pois se o descanso semanal fora tão benéfico para aqueles que viviam em tempos menos trepidantes, por que agora, mais do que nunca, se faz necessário tal regime?, ficava ela a pensar. Sem falar no princípio de “santificar” um dia ao Senhor. Afinal, Ele não merece essa pausa semanal para dedicação de um dia inteiro só dedicado a Nele meditar e contemplar as Suas obras?
Buscando estudar a questão em profundidade, ela leu novamente o verso que o marido lhe havia indicado, mas resolveu ver o contexto. Daí, encontrou os vs. 6 a 10:
“Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de um melhor pacto, o qual está firmado sobre melhores promessas. Pois, se aquele primeiro fora sem defeito, nunca se teria buscado lugar para o segundo. Porque repreendendo-os, diz: Eis que virão dias, diz o Senhor, em que estabelecerei com a casa de Israel e com a casa de Judá um novo pacto. Não segundo o pacto que fiz com seus pais no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; pois não permaneceram naquele meu pacto, e eu para eles não atentei, diz o Senhor. Ora, este é o pacto que farei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor; porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu coração as escreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo”.
“Veja aqui uma coisa interessante, Jaime”, disse ela demonstrando certa ansiedade. “Esta passagem fala exatamente da mudança do velho para o novo pacto, que é o Novo Testamento. E diz que Deus mesmo escreve as Suas leis nos corações dos que aceitam a mensagem de salvação. Mas aqui não fala nada de ‘novas leis’, e sim das ‘Minhas leis’. Não vejo nenhuma informação de que nesse novo pacto qualquer das leis morais de Deus tenham sido deixadas de lado ou alteradas. Isso inclui a lei do princípio de descanso semanal”.
“Ora, mulher, lá vem você com sua incompreensão das coisas. Afinal, não é uma boa coisa que eu tenha essa renda extra, e assim pudemos comprar tantas coisas para a casa, como sua nova máquina de lavar roupas e a reforma da cozinha? Pois eu não poderia arcar com essas despesas, não fosse meus ganhos adicionais trabalhando também aos domingos de manhã e à tarde. . .”
“Bem, eu não sei, mas vamos deixar as coisas assim por enquanto. Vou depois estudar isso melhor para ver onde o que é dito na nossa Confissão de Fé realmente se tornou ultrapassado neste e outros pontos. . .”
E assim, o tempo foi passando e o marcineiro Jaime buscava não falhar nas reuniões de domingo à noite, trabalhando ainda vigorosamente os sete dias, sem parar. Contudo, ele começou a sentir falta de entusiasmo para sair no domingo à noite, cansado como se achava, e ia dormir mais cedo, com a esposa indo sozinha à igreja com os filhos. Somente esporadicamente ia a alguma reunião mais rápida pelo meio da semana. Com o tempo, porém, nem isso sentia mais desejo de fazer, tanto era o seu esgotamento e indisposição física.
Dentro de uns meses, aproximando-se o tempo de inverno, uma epidemia de gripe atacou a cidade e muita gente ficou de cama. Jaime não escapou disso, e mesmo tendo muitas encomendas para concluir, desabou fortemente doente. A esposa fez o que pôde para tratá-lo com chás caseiros e outras providências. Nada parecia ajudar, pois o seu sistema imunológico estava negativamente afetado.
Como não melhorava após vários dias de cama, terminou indo ver um médico. O profissional ficou alarmado de ver sua condição e perguntou-lhe sobre o seu regime de vida. Jaime confessou que trabalhava direto, sete dias por semana, só parando à noite para descansar.
O médico passou-lhe um sermão e tanto por sua negligência em ter um dia semanal de repouso, como que compensando pela falta de seu pastor fazê-lo. Jaime daí compreendeu o erro de sua prática contrária aos princípios bíblicos, mas sua condição era das piores. Ele voltou para casa com muitas receitas de remédio, e procurou tomá-los religiosamente. Mas o período de repouso que o médico lhe prescreveu ele não podia seguir. Afinal, eram tantas as encomendas com datas de entrega já atrasadas por sua enfermidade. Assim, caiu no batente novamente, e no domingo seguinte ainda tinha muito por fazer.
Trabalhou aquele domingo, e à noite nem se animou a sair de casa. Na segunda-feira, quando abriu a oficina, sentiu-se mal e teve que ser levado às pressas para o hospital. Um exame indicou uma úlcera estomacal bem avançada, sem falar numa forte pneumonia que o deixara fisicamente arrasado.
Ele foi hospitalizado de imediato, e ali ficava ainda mais aflito com suas encomendas de trabalhos deixadas sem cumprimento. Os dias se passaram, e ele ali preso ao leito hospitalar com sua condição só se complicando. Até que o médico teve que chamar a esposa e filhos e comunicar-lhes que ele não tinha muitas semanas mais de vida.
Foi muito chocante e triste para todos, mas o pobre homem realmente tinha ultrapassado os seus limites. No domingo seguinte um grupo de seus irmãos foi visitá-lo no seu leito de dor. Foi quando ele comentou: “Irmãos, eu sei que vou morrer em breve, mas digam ao pastor que cumpri plenamente as suas intruções sobre o simbolismo do sábado. Eu não o observei pois se o fizesse estaria negando a minha experiência de salvação. Afinal, ele deixou bem claro a minha esposa que o sábado é mero simbolismo de Cristo. Então, digam ao pastor que eu não fui ‘legalista’. Nada de sábado a observar, pois seria negar a salvação em Cristo. . .”
E assim, o marcineiro Jaime deu o seu último suspiro, vítima de debilidade física, aliada à debilidade de entendimento do sentido real do que ensina a Palavra de Deus.
ESSAS DESALMADAS MULHERES. . .
Mas dentro da linha de pensamento desses amigos, vamos imaginar a cena da morte de Adão. Ele viveu 930 anos, mas, coitado, . . . morreu! A Bíblia não diz, mas pensemos na hipótese de que Eva morreu primeiro. Afinal, ela tinha seus traumas que a torturavam mentalmente por toda a vida. A iniciativa de comer o fruto proibido e induzir o maridão a fazer o mesmo, depois ver a cena do filho amado Abel, tão religioso e trabalhador, morto pelo próprio irmão. . . Pobre Eva, a vida começou-lhe tão bela, mas as coisas se complicaram para a primeira mulher e mãe. Morreu meio de desgosto, bem antes de Adão.
Quando o nosso primeiro pai chegou no céu, conta-se que estava diante de São Pedro, nos portões de pérola dos páramos da glória. Enquanto esperava o seu registro nos livros de recepção celestial, comentava:
“Estou ansioso para rever minha amada esposa Eva. Sabe, ela foi criada como o mais belo animal sobre a Terra, e eu a amava muito. Tanto que sabia que ela havia caído no conto da fruta, que o capeta lhe armou. Mas eu não podia viver sem a sua companhia, e resolvi participar do esquema, desse no que desse. . . E no que deu foi bem mau, mas. . . paciência. . . .”
Como podem ver, Adão era um eterno romântico. . .
“Ora, Adão, você não sabe que aqui no céu não existem mulheres?”, disse-lhe o porteiro celestial.
“Como pode ser isto?! As mulheres não entram no céu? Perdem-se todas, então?!”
“Não, elas apenas entram no descanso eterno, tal como os animais. Veja bem, o Criador soprou nas suas narinas o fôlego de vida, e isso não foi feito nem nos animais, nem na mulher. . .”
“Bem, mas nem todos os animais têm mesmo narinas para que lhes fosse soprado esse fôlego. E também se o Criador fosse soprar nas narinas, ou seja em que parte for, de um por um dos animais, a obra da Criação iria levar muito mais do que sete dias. . .”
“Pois é, mas Eva não recebeu esse fôlego especial, que garantiu a você eternidade quando o seu corpo morreu. Aqui no céu temos um enorme e eterno ‘Clube do Bolinha’, para usar uma designação conhecida de alguns terráqueos.”
“Mas eu nunca poderia imaginar uma coisa dessas! Quer dizer que não entra mulher no céu?!”
“Exatamente, aqui mulher não entra. Veja que na Bíblia só aparecem homens como personagens que habitam o céu. Começa por Enoque--homem--que foi arrebatado em vida. Depois houve Elias--homem--que até apareceu no Monte da Transfiguração com Moisés, outro homem. No Apocalipse lemos sobre os 24 anciãos--todos homens. Não há nada de ‘anciãs’. . . A briga entre Miguel (nome de homem) e o diabo indica adicionalmente essa exclusividade masculina para habitantes do Paraíso. E acaso você já ouviu falar em ‘anja’, ‘serafina’, ‘querubina’? Isso nunca existiu. Aqui só há mesmo seres machos. . . .”
“O céu é um enorme convento, com a diferença que não se usa batina, e o canto não é gregoriano”, acrescentou um anjo auxiliar que assistia a Pedro nas portas do céu.”
Adão não entendeu muito bem essa história de convento, pois isso não era do seu tempo. Mesmo assim, comentou:
“Puxa, que coisa! Pobres mulheres. . . São então seres desalmados! . . . Bem que eu achava mesmo esquisito que as mulheres que eu conheci, e até gerei, não tinham muita piedade dos homens. Eles tinham que fazer tudo direitinho, segundo elas determinavam. . . Se não, o resultado era ir dormir no sofá. . . Isso me aconteceu algumas vezes. . .”
“Não se preocupe, Adão. Aqui você terá muita coisa para distrair sua atenção. Mulher é mesmo um bicho perigoso. Talvez o pensamento era não trazê-las para cá, pois já pensou se uma delas fosse cair noutra tentação e começasse toda a bagunça de novo?!”
“É, eu até entendo. . . Mas onde está minha mansão eterna que deve estar preparada para mim?”
“Oh, isso não existe ainda. Estão em construção para serem ocupadas a partir de quando ocorrer o Advento e os homens salvos ressuscitarem e vierem para cá”.
“Mas onde eu vou morar enquanto isso?!”
“Não se preocupe, há abundantes acomodações sob as árvores, e já que você tem tanta experiência como jardineiro, não ficará sem ocupação. Há muita obra de jardinagem para preparar junto às eternas moradas em construção”.
“Tudo bem, de fato eu preciso de muita ocupação para não ficar pensando na eterna perda de minha amada companheira”. . .
“Assim é que se fala. . .”, encerrou o diálogo o porteiro celestial, completando o registro de admissão do pioneiro homo sapiens na pátria celestial.
QUATRO FUNERAIS E NENHUM CASAMENTO
O título deste artigo inspira-se no título do filme que fez sucesso anos atrás, intitulado “Quatro Casamentos e Um Funeral”. O seu objetivo, porém, nada tem de cinematográfico, mas apresentar quatro situações hipotéticas de funerais, contrastando quatro diferentes perspectivas ideológicas sobre o além-túmulo com reflexões bíblicas que demonstram qual das perspectivas mais se harmoniza com a Palavra de Deus. Tal fato será evidente por si mesmo para um leitor atento que for até o fim na leitura dos diferentes textos:1o. - O fiel católico-romano morre e os familiares e amigos reúnem-se para o seu serviço funerário. Velas estão acesas em torno do caixão, pessoas choram intensamente junto ao esquife coberto de flores e coroas, tendo um grande crucifixo servindo como ornamentação adicional.
“Não chore, querida”, um dos visitantes consola a enlutada esposa. “Ele era um fiel católico, nunca perdia uma missa e sempre praticava boas obras. Acaso houve tempo para receber a extrema unção?”
“Sim, graças a Deus!”, responde a viúva. “O sacerdote conseguiu vê-lo ainda em vida e realizou os ritos finais”.
“Que bom! Isso é uma grande garantia, mesmo assim vamos continuar rezando pela sua alma para que logo ocorra sua passagem do purgatório para o céu”.
“É verdade, temos que fazer nossa parte pelos queridos que partiram. Afinal, nunca se sabe quanta virtude reuniram para poderem ser aprovados junto ao trono divino. . .”
“Vocês promoverão missas do 7o. dia, de 1 mês, 1 ano, e assim por diante?”
“Não. Temos que nos garantir mesmo nas rezas porque gastamos todo o dinheiro que tínhamos com a doença e despesas hospitalares do falecido e nada sobrou para missas memoriais”.
“Tudo bem, façamos então uma corrente para rezar bastante pela alma do querido amigo, quem sabe até promovendo uma novena. . .”
“Você acha que isso realmente ajuda a compensar a falta de missas?”
“Bem, nunca se sabe de quanta oração se precisará nesses casos. Mas também não sabemos de quanta missa ele precisaria. Sabe, essas coisas da vida no além são mesmo um mistério insondável”.
“De fato, nossa religião é envolvida em muitos mistérios e não se tem uma clara explicação sobre o que se passa após a morte. Mas vamos confiar que as nossas santas tradições sejam certas e nos favoreçam. . .”
2o. - O dedicado espírita também encontra o seu dia final de existência terrena. Amigos e parentes reúnem-se na sala da família enlutada junto ao caixão.
“Meus pêsames, querida”, um cavalheiro dirige-se à enlutada viúva. “Não fique triste, ele apenas passou para outra esfera de existência. Em breve estará vivendo noutra forma, sem dúvida evoluindo a uma vida superior, não é verdade?”
“Bem, não sei se haverá de evoluir, permanecer no mesmo nível ou até regredir. Sabe, ele era um bom homem, mas tinha suas deficiências. . .”
“Todos somos imperfeitos, mas vamos evoluindo e aprendendo as lições que esta vida nos ensina. Geração após geração vai morrendo e renascendo segundo a lei inescapável da reencarnação”.
“Pois é, só que parece-me que cada geração que surge sobre a Terra é pior do que a anterior. . . Eu só vejo aumento do crime, injustiça, miséria, discórdia, divórcio, imoralidade. . . . Como explica isso?”
“Oh, mas veja quanto progresso se conseguiu neste mundo também--os avanços da ciência e tecnologia, a vitória sobre doenças, os direitos humanos, o fim da escravidão e discriminação racial. . .”
“Não sei não. . . O progresso científico tem-se refletido em armas cada vez mais sofisticadas e letais, a escravidão econômica com a exploração do homem pelo homem só tem aumentado, descobre-se a cura de uma doença mas novas e mortais enfermidades e epidemias eclodem por vários lugares. . .”
“Bem, temos a chance de mais tarde nos comunicar com a alma do falecido, daí conferimos com ele essas questões e saberemos qual a sua perspectiva de vida no outro mundo”.
“Mas a Bíblia que às vezes usamos não resolve esta questão?”
“Sim, o evangelho mostra Jesus dizendo a Nicodemos, ‘importa nascer de novo’. Isso, como sabe, é nossa melhor prova bíblica da reencarnação. Também João Batista é a reencarnação de Elias”.
“Eu gosto muito de ler a Bíblia, mas eis aí algo que não entendo: tanto Elias quanto João Batista foram homens santos usados por Deus. E após tantos séculos que os separaram, que evolução houve? Na verdade, Elias foi arrebatado em vida para o céu, e João Batista morreu decapitado. Ele até tinha posto em dúvida se Jesus era mesmo o Messias! Não vejo muita evolução do segundo em relação ao primeiro”. . .
“Bem, querida, acho que não deve perder muito tempo lendo a Bíblia que é um livro cheio de contradições. Dedique-se a ler as obras de Kardec que compreenderá melhor essas coisas do além”.
3o. - Na casa da família de evangélicos, um culto funerário se realiza em memória da frutífera existência de um dedicado presbítero da maior igreja evangélica do bairro. Cantam-se hinos e orações são proferidas de gratidão a Deus pela vida exemplar do falecido, e pela consolação dos familiares.
O pastor toma a palavra e faz um breve histórico da vida do morto que jaz num caixão simples, com flores e coroas, e uma Bíblia aberta sobre o peito. Era o seu exemplar predileto das Escrituras, mostrando marcas a caneta de anotações de versículos seletos e páginas revelando constante uso.
Ao final, o pastor e irmãos na fé do falecido dirigem-se à viúva, que derrama lágrimas mas sem revelar desespero.
“Minha querida irmã, sabemos que está muito triste pela partida de nosso inesquecível irmão, mas console-se com a certeza de que ele está agora rodeado pelos anjos, nos páramos da glória. Sua alma o deixou e ele partiu imediatamente para o céu onde Cristo prometeu que tinha ido preparar moradas para os Seus fiéis”.
“Será que ele está pensando em nós aqui na Terra, pastor?”
“Oh, não. Quando se chega lá, diz a Bíblia ‘não há lembrança das coisas passadas’“.
“Mas isso me parece tão esquisito! Então, quando eu morrer daqui a alguns anos e for para lá, ele não se lembrará de mim, nem me reconhecerá?”
“Bem, irmã, a Bíblia não fala muito sobre isso, mas talvez após a ressurreição poderemos reconhecer uns aos outros pois então teremos corpos que nos tornarão mais reconhecíveis”.
“Afinal, eu não entendo isso também. Para que vai haver ressurreição se as almas dos salvos já estão na glória celestial, e as almas dos perdidos já estão no fogo do inferno?”
“Cara irmã, as coisas não reveladas não são para o nosso conhecimento, somente o que foi revelado. Naquele dia saberemos direitinho como é tudo isso sobre a vida na eternidade. . .”
“E é verdade que os que estão no céu vão ver tudo o que se passa no inferno, pois de um local se pode ver o outro?”
“É o que nos ensina a história do rico e Lázaro em Lucas 16:1-31”.
“Mas como uma mãe poderá ser feliz se desde o céu contemplará eternamente um filho querido que foi um bom moço, só não aceitou o evangelho, sofrendo torturas indescritíveis no fogo eterno?”
“Minha irmã, como eu disse, fiquemos apenas com aquilo que nos foi revelado. Aceite pela fé o que não consegue entender sobre esse tema, e um dia tudo se esclarecerá”.
4o. - Na casa da família adventista do sétimo dia igualmente um culto funerário está em andamento, dirigido pelo pastor.
O 1o. ancião lê um breve histórico da vida do falecido contando episódios de seu dedicado serviço evangelístico, as almas que conseguiu ganhar para Cristo, o bom exemplo de dedicação cristã que deixou.
Ao final, o pastor, oficiais da igreja presentes (anciãos, diáconos, diaconisas, secretário, tesoureiro) e demais membros apresentam suas condolências à viúva que revela profunda tristeza, mas também sem demonstrar desespero.
“Querida irmã, conhece as claras promessas da Palavra de Deus, ‘Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus mediante Jesus, trará juntamente em Sua companhia os que dormem’“.
“Sim, pastor. Meu marido sabia em quem tinha crido. Ele gostava muito do texto de Paulo em 2 Timóteo 4, vs. 7 e 8: ‘Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a Sua vinda’“.
“É isso mesmo, querida irmã. Ele está agora desfrutando o sono da morte, dormindo no Senhor até aquele glorioso dia da ressurreição, quando ‘Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?’ -- 1 Coríntios 15:52-55”.
EU ME COMPROMETO. . .
Diante de tantas discussões que temos tido aqui, e em vista do que assinalei neste tópico onde apontamos as três maiores falhas em corrigir erros do passado que a Reforma Protestante negligenciou cumprir e se refletem nos ensinos de cristãos protestantes-evangélicos modernos, resolvi, em resposta a certas alegações noutro fórum, assumir um compromisso com seus participantes. Até aqui não obtive um feedback completo, mas achei que valeria a pena reproduzir aqui o que propusemos lá.
Considero que há três grandes erros que a Reforma Protestante, por revolucionário que haja sido tal movimento e por importantes verdades bíblicas que tenha trazido a lume, falhou lamentavelmente em restaurar, três pontos de indiscutível importância:[/size]
* A troca do sábado bíblico pelo domingo pagão (ou o seu subproduto do mais moderno e “user friendly” dianenhumismo/diaqualquerismo/tododiaísmo).
* A crença na doutrina de origem pagã da imortalidade da alma e conseqüente tese do inferno eterno (em termos de tempo) para os réprobos.
* A negligência quanto às leis dietéticas das Escrituras, entendendo-se erradamente que tenham cessado na cruz, o que não é verdade porque não têm o mínimo caráter prefigurativo, cerimonial.
Mas eu me comprometo solenemente a mudar inteiramente de posição se me superarem apenas cinco quesitos para cada um destes pontos:
A - Sobre a questão da lei e do sábado:
1 - Se me provarem convincentemente que devo renunciar à observância do dia que Jesus declarou ter sido estabelecido “por causa do homem”, não sendo absolutamente no sentido do “homem judaico”, e sim do mesmo homem que deixa pai e mãe e une-se a sua mulher (a mesmo palavra original para homem, anthropós, consta de Mat. 19:5, 6, mas casamento é coisa só para judeu?)
Obs.: Também gostaria que me explicassem se o sábado foi estabelecido para o BEM ou para o MAL do homem. Se foi para o bem, por que Deus restringiria tal benefício só para os filhos de Israel, quando Ele antes disse que o sábado se aplicaria também aos estrangeiros, já que o Seu propósito era, como diz em Isa. 56:2-7, tornar a Sua casa “casa de oração para todos os povos”?
2 - Se me explicarem convincentemente por que devo desprezar a posição clássica, histórica, e ainda OFICIAL das Igrejas cristãs protestantes ao longo dos séculos que sempre ensinaram que os 10 Mandamentos TODOS prosseguem sendo a norma de conduta cristã.
Obs.: Também gostaria que me explicassem para que servem as Confissões de Fé, Credos, Catecismos e Declarações Doutrinárias das várias Igrejas, se os membros não as levam mais a sério, sendo ainda seus documentos confessionais oficiais (pelo menos no que ensinam sobre o tema da lei e do dia de repouso).
3 - Se me demonstrarem convincentemente que devo, além de desprezar as posições históricas desses cristãos, acatar a visão semi-antinomista dispensacionalista, de ensinadores de fins do século XIX e princípio do século XX que pregam uma confusa e caótica teologia de “lei abolida” e “dispensação da graça” que teria suplantado a supostamente obsoleta “dispensação da lei”.
Obs.: Também gostaria que soubessem me superar o dilema que essa gente enfrenta de não saberem precisar como se salvavam os pecadores ao tempo do Antigo Testamento, porque se ainda não havia começado a prevalecer a “graça”, teriam que admitir a aberração teológica de que eram salvos pela lei!
4 - Se me justificarem por que devo manter a tradição de dedicar a Deus um dia de origem pagã, o dies solis--dia do sol--transformado no domingo pela tradição católica, que a Igreja Católica diz ter sido mudado por ela e que os protestantes lhe prestam uma homenagem semanal ao observarem ou terem suas principais reuniões de adoração em tal dia.
Obs.: Também gostaria que me explicassem por que, se condenam o culto às imagens promovido por tal Igreja, que para tanto alterou os termos da lei dos Dez Mandamentos eliminando o 2o. deles, ocorre essa incoerência de aceitarem a outra alteração dos mesmos dez mandamentos--a mudança do sábado para o domingo.
5 - Se igualmente me explicarem de forma convincente por que, sendo que na Nova Terra está profetizado que o mandamento do sábado continuará a ser observado eternamente pelos remidos (Isa. 66:22, 23)--já que é uma terra “em que habita justiça”, sem mais pecado nem pecadores (2a. Ped. 3:13)--por que não o faremos aqui também dentro do processo de santificação que nos prepara para a eterna morada ali?
Obs.: O que eu digo no ponto 5 de modo nenhum deve ser interpretado como busca de salvação pela guarda do sábado, pois a obediência aos mandamentos divinos, que Paulo claramente disse ser uma obrigação para os cristãos (ver 1 Cor. 7:19), não entra no campo da justificação, e sim no da santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor (Heb. 12:14).
B - Sobre a questão da natureza e destino humanos:
1 - Se me provarem que Deus colocou uma alma imortal ao criar o homem (sendo que este nem precisaria disso pois a morte não foi prevista no plano original de Deus, e sim a vida física do homem, eternamente preservada no Paraíso físico).
Obs.: Também gostaria de saber como explicam a contradição entre a crença na imortalidade da alma e na ressurreição final dos mortos. Para quê ressurreição, se todos já estão desfrutando as glórias da vida no além túmulo?
2 - Se me mostrarem descrições bíblicas claras (não em textos parabólicos ou simbólicos) de almas conscientes deixando o corpo na morte e partindo para o céu, inferno, purgatório ou qualquer outro “departamento do além” que a teologia popular criou.
Obs.: Também gostaria que me explicassem para quê deve haver um juízo final, já que na morte salvos e perdidos seguem para seus respectivos destinos. . .
3 - Se me citarem descrições bíblicas claras de almas ou espíritos voltando de algum lugar do além para reincorporarem quando da ressurreição final.
Obs.: Também gostaria que me explicassem por que há um toque de trombeta e o ouvir da voz de Arcanjo para despertar os mortos, sendo que essas almas suposta e certamente já viriam do céu com Jesus bem despertas. . .
4 - Se me demonstrarem como os corpos dos ímpios que ressuscitam têm capacidade de serem eternamente refratários ao fogo, pois somente os remidos são descritos como tendo corpos incorruptíveis (Filp. 3:20, 21; 1 Cor. 15:53-55).
Obs.: Também gostaria que me explicassem que, sendo que Paulo, Pedro e Cristo falam claramente de “destruição” dos ímpios, como pode haver uma destruição que nunca se destrói, jamais se completa?
5 - Se me indicarem para onde o lago de fogo parte após cumprir sua função de “segunda morte”, já que queima SOBRE A SUPERFíCIE DA TERRA (Apoc. 20:4ss) e não é dito em parte alguma que salte de sobre a Terra para prosseguir queimando eternamente noutro recanto do universo, já que o contexto fala que há “novos céus, e uma nova terra . . . e o mar já não existe [nem o lago de fogo]” (Apoc. 21:1).
Obs.: Também gostaria que me explicassem que se o “fogo eterno” que destruiu Sodoma e Gomorra (Judas 7) não está mais queimando hoje, não se pode ver que a linguagem nesse caso é inteiramente hiperbólica?
C - Sobre a questão das regras dietéticas:
1 - Se me explicarem por que Deus criou essas leis de limitações alimentares: Teria Ele simplesmente “cismado” sobre certos tipos de carne, sem qualquer motivo justo, e pronto?
Obs.: Também gostaria que me dissessem que, sendo que quando os animais se apresentaram para a arca, segundo Deus havia instruído a Noé, já estavam definidos os que seriam puros e impuros, não demonstra isso que essas leis não se limitavam a Israel, vindo desde os primeiros tempos da história (ver Gên. 7:2)?
2 - Se me demonstrarem em que aspectos as leis dietéticas teriam sido abolidas na cruz, já que não eram cerimoniais e em nada apontavam ao sacrifício expiatório de Cristo.
Obs.: Houve quem sugerisse que simbolizariam a separação entre judeus e gentios. Mas se assim for, estaria Deus incluindo em Sua lei um aspecto de algo que Ele, que “não faz acepção de pessoas”, condena, além de que isso retiraria o enfoque de Cristo e Seu supremo sacrifício para o homem e suas idiossincrasias?
3 - Se me explicarem como o sangue derramado de Cristo teria sido eficaz para purificar a carne de porco, rato, urubu, cobras e lagartos.
Obs.: Seria o caso de saber se o sangue de Cristo, além de purificar os pecados dos que O aceitam como Senhor e Salvador, também teria operado alguma mudança de composição estrutural de modo a torná-las adequadas ao consumo humano?
4 - Se me esclarecerem como se pode usar como alimentação o que Deus disse ser “coisa abominável” (Deu. 14:3), sendo que Paulo declarou que nosso corpo é o templo do Espírito Santo e que “quer comais, quer bebais ou façais qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus”!
Obs.: E a declaração paulina trata sem rodeios de “destruição” de quem destruir o templo de Deus, que é o nosso corpo (1 Cor. 3:17).
5 - Também se me explicarem como desconsideraremos o texto escatológico de Isaías 66:17 que diz que os que comem carne de porco e rato serão destruídos no dia final do acerto de contas com todas as nações e línguas.
Obs.: Há quem diga que isso seja só ligado a Israel, e não a todos os moradores da Terra, pois há menção a nações relacionadas à história e experiência de Israel como nação, mas essas nações são representativas de todas, assim como no Apocalipse fala de Egito, Babilônia, Gogue e Magogue como representando todas as nações da Terra.
Abraços
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