Últimos assuntos
Tópicos mais visitados
Tópicos mais ativos
O Arrebatamento da igreja será secreto ou visível?
Página 1 de 1
12042011
O Arrebatamento da igreja será secreto ou visível?
O Arrebatamento Secreto: Fato ou Ficção? Samuele Bacchiocchi -- Ex-professor de História Eclesiástica e Teologia da Universidade Andrews, de Berrien Springs, MI, EUA. Muitos sinceros cristãos crêem que a Segunda Vinda de Cristo ocorrerá em duas fases distintas. A primeira fase é conhecida como “o arrebatamento secreto” da Igreja e pode ocorrer a qualquer momento. Nessa ocasião, Cristo desce apenas para as proximidades da Terra para ressuscitar os santos adormecidos e para transformar e glorificar os crentes vivos. Ambos os grupos são então arrebatados, ou seja, levados secreta, súbita e invisivelmente, para encontrar no ar o Senhor que desce. Esse corpo de crentes, chamado de “Igreja”, então subirá para o céu para celebrar com Cristo por sete anos as bodas do Cordeiro, enquanto os judeus e os gentios não-convertidos permanecerão sobre a Terra para sofrerem os sete anos finais de tribulação. Ao final desse período de sete anos, a segunda fase da Vinda de Cristo, geralmente o Retorno ou Revelação, terá lugar. Cristo então vem em glória com os santos até a Terra para destruir Seus inimigos na Batalha do Armagedom, e para estabelecer o Seu trono em Jerusalém e iniciar seu reino milenial terrestre. Quanto tempo se espera que levará para o desaparecimento maciço dos verdadeiros cristãos de todas as nações? Muitos acreditam que esse evento está iminente porque sua principal pré-condição, ou seja, o reestabelecimento do Estado de Israel e a posse da antiga Jerusalém, já tiveram lugar. Essa crença é expressa em adesivos de automóveis como o que declara: “Se o motorista desaparecer, agarre o volante”, ou “Em caso de arrebatamento este carro ficará desgovernado”. Segundo os cálculos iniciais de Hal Lindsey, esse arrebatamento secreto da Igreja já passou do prazo.1 Em 1970 ele predisse que “em quarenta anos desde 1948 [ano da formação do Estado de Israel], ou por volta disso, todas essas coisas poderiam ter lugar.2 Lindsey calcula os “quarenta anos” da duração bíblica de uma geração e alega, com base na parábola da Figueira (Mat. 24:32-33) que a formação do Estado de Israel em 1948 assinala o início da última “geração” (Mat. 24:34) que verá primeiramente o arrebatamento, daí os sete anos de tribulação, e finalmente o Retorno de Cristo em glória. Sendo que o arrebatamento, de acordo com Lindsey e a maioria dos dispensacionalistas, ocorre sete anos (Dan. 9:27) antes do Retorno visível de Cristo em glória, já deveria ter ocorrido em 1981 ou 1982. O que isso significa é que o tempo já se esgotou para essas predições sensacionais, porém sem sentido. A Ascensão, Expansão e Declínio do Pré-Tribulacionismo Origem do Pré-Tribulacionismo. A crença de que a Igreja será arrebatada súbita e secretamente antes da grande e final tribulação é conhecida como pré-tribulacionismo. Sua origem é em geral identificada por volta dos anos da década iniciada em 1830. John N. Darby, um pregador anglicano que se tornou fundador dos Irmãos de Plymouth, é considerado o expositor e promotor mais influente do arrebatamento pré-tribulacionista. Mediante suas seis visitas à América e extensa campanha de literatura do pré-tribulacionismo dos Irmãos de Plymouth, as idéias pré-tribulacionistas espalharam-se rapidamente. O período de expansão máxima e predomínio do pré-tribulacionismo foi a primeira metade do século vinte. Homens como Arno C. Gaebelein, C. I. Scofield, James M. Gray do Instituto Bíblico Moody, Reuben A. Torrey, do Instituto Bíblico de Los Angeles, Harry A. Ironside, da Igreja Memorial Moody, e Lewis Sperry Chafer da Faculdade Teológica Evangélica (atual Seminário Teológico de Dallas) desempenharam um importante papel na popularização do arrebatamento pré-tribulacionista.3 O fator único mais importante foi a ampla circulação da Bíblia de Scofield, publicada em 1909 e revisada em 1917, que inculcava esse ensino entre as massas como o único ponto de vista bíblico correto. Ressurgimento do Pós-Tribulacionismo. Desde 1950 mais e mais eruditos evangélicos vêm abandonando o pré-tribulacionismo e retornando ao pós-tribulacionismo histórico que sustenta que a Igreja passará pela grande tribulação, ao final da qual Cristo virá para ressuscitar os santos adormecidos e salvar os crentes vivos. Crédito para o ressurgimento do pós-tribulacionismo deve ser dado primeiro de tudo à influência de George E. Ladd, Professor de Novo Testamento do Seminário Teológico Fuller. Alguns de seus importantes livros sobre este assunto são Crucial Questions About the Kingdom of God [Questões Cruciais Sobre o Reino de Deus] (1952), The Blessed Hope [A Bem-aventurada Esperança] (1956) e The Last Things [As Últimas Coisas] (1978). Sua respeitada erudição associada a sua dedicação aos princípios evangélicos têm levado muitos eruditos evangélicos a repensarem suas posições pré-tribulacionistas. A influência de Ladd pode ser vista nos seguintes significativos estudos produzidos por eruditos que acataram o pós-tribulacionismo e têm escrito em sua defesa: The Greatness of the Kingdom [A Grandeza do Reino] (1959), de Alva J. McClain, presidente do Seminário Teológico da Graça, em Winona Lake, Indiana; The Imminent Appearing of Christ [O Iminente Aparecimento de Cristo] (1962), de J. Barton Payne, Professor de Velho Testamento na Faculdade Evangélica Trinity; e The Church and the Tribulation [A Igreja da Tribulação] (1973), de Robert H. Gundry, Professor de Estudos Religiosos na Faculdade Westmont, California.4 Tais estudos têm influenciado numerosos eruditos dentro de instituições tradicionalmente pré-tribulacionistas a retornarem ao pós-tribulacionismo histórico. A Igreja Evangélica Livre da América, por exemplo, que no passado era defensora do arrebatamento pré-tribulacionista, permitiu que professores da Escola Evangélica de Divindade Trinity desafiassem o pré-tribulacionismo em sua conferência ministerial anual em janeiro de 1981. Os desafios e respostas, publicadas em 1984 como um simpósio intitulado “O Arrebatamento: Pré- Mid- ou Pós-Tribulacionistas” oferece um debate bastante erudito sobre as questões relativas ao Arrebatamento. Um Pressuposto Equivocado. Mesmo uma leitura superficial da literatura pré-tribulacionista é suficiente para deixar uma pessoa ciente do fato de que a crença no arrebatamento secreto repousa muito mais sobre pressuposições subjetivas do que no ensinamento bíblico. O pressuposto principal é o de que Deus tem um plano diferente para a Igreja em relação com Israel. Conseqüentemente, presume-se que a Igreja deve ser removida da Terra antes que Deus possa tratar com os judeus levando-os à conversão em larga escala mediante a experiência da grande tribulação. John F. Walvoord, destacado campeão do arrebatamento secreto, reconhece explicitamente a importância desse pressuposto ao escrever: “A questão do arrebatamento é determinado mais por eclesiologia do que por escatologia”. Em outras palavras, mais pelo entendimento que se tem sobre a relação entre a Igreja e Israel do que por ensinos bíblicos concernentes ao fim.5 C. C. Ryrie, outro pré-tribulacionista destacado, expressa a mesma convicção, declarando: “A distinção entre Israel e a Igreja leva à crença de que a Igreja será tomada da Terra antes do início da tribulação (o que, num sentido mais amplo, diz respeito a Israel)”.6 Hal Lindsey vai ao ponto de tornar a distinção entre Israel e a Igreja sua “principal razão” para crer que “o Arrebatamento ocorre antes da Tribulação”.7 Ele argumenta que “se o Arrebatamento tivesse lugar ao mesmo tempo da segunda vinda, não haveria mortais deixados que fossem crentes; portanto, não haveria ninguém para ir para o reino e repovoar a Terra”.8 Ou seja, uma vez que Lindsey presume que o Reino messiânico predito pelos profetas do Velho Testamento será estabelecido por Cristo por ocasião de Seu Segundo Advento como um reino terrestre que consiste predominantemente de judeus mortais e crentes, então a necessidade do arrebatamento da Igreja deve ocorrer antes. Como pode Cristo vir estabelecer um Reino milenial judaico sobre a Terra se todos os crentes estão arrebatados desta Terra por ocasião de Sua Vinda? O Segundo Advento Dividido em Duas Fases. Para solucionar este dilema, os dispensacionalistas dividem o Segundo Advento em duas fases: Primeiro uma vinda invisível para arrebatar secretamente a Igreja, e, segundo, uma vinda visível sete anos mais tarde para destruir os ímpios e estabelecer o Reino Judaico milenial. O raciocínio por detrás desse arranjo pode parecer correto, mas está errado em vista de fundamentar-se sobre o incorreto pressuposto de que há uma distinção radical entre o plano de Deus para Israel e para a Igreja. Não há respaldo bíblico para uma distinção radical entre Israel e a Igreja. O futuro de Israel não é visto no Novo Testamento como um reino político milenial separado na Palestina, mas como um de bênçãos duradouras compartilhado juntamente com todos os remidos de todas as era numa nova Terra restaurada. Desafortunadamente, é esse pressuposto equivocado que determina a interpretação de textos bíblicos aduzidos em apoio ao arrebatamento. Argumenta-se, por exemplo, que um certo texto não pode referir-se à Igreja porque descreve a grande tribulação, que se supõe aplicar-se apenas a Israel. Esse tipo de raciocínio circular, com base num pressuposto gratuito, não é o método correto de interpretar textos bíblicos. As conclusões devem ser extraídas de exegese cuidadosa, não de pressupostos preconcebidos. Quatro Razões Para Rejeitar o Arrebatamento Secreto Um cuidadoso estudo de textos bíblicos relevantes quanto ao Retorno de Cristo sugere pelo menos quatro razões principais para rejeitar o ponto de vista de uma Segunda Vinda de Cristo em dois estágios. O Vocabulário do Segundo Advento. A primeira razão para rejeitar um arrebatamento secreto que antecede à tribulação é o fato de que o vocabulário do Segundo Advento não oferece respaldo para tal ponto de vista. Nenhuma das três palavras gregas usadas no Novo Testamento para descrever o Retorno de Cristo, ou seja, parousia-vinda, apokalypsis-revelação, e epiphaneia-aparecimento, sugere um arrebatamento secreto pré-tribulacional como objeto da esperança cristã no Advento. Os pré-tribulacionistas alegam que a palavra parousia-vinda é usada por Paulo em 1 Tessalonicenses 4:15 para descrever o arrebatamento secreto. Mas em 1 Tessalonicenses 3:13 Paulo emprega a mesma palavra para descrever “a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo com todos os Seus santos”-uma descrição, segundo os pré-tribulacionistas, da segunda fase do Retorno de Cristo. Novamente, em 2 Tessalonicenses 2:8, Paulo emprega o termo parousia-vinda em referência à Vinda de Cristo que causará a destruição do anticristo-um evento que, de acordo com os pré-tribulacionistas, supostamente ocorrerá na segunda fase da Vinda de Cristo. Semelhantemente, as palavras apokalypsis-revelação e epiphaneia-aparecimento, são utilizadas para descrever tanto o que os pré-tribulacionistas chamam de arrebatamento (1 Cor 1:7; 1 Tim 6:14) e o que chamam de Retorno, ou segunda fase da Vinda de Cristo (2 Tess 1:7-8, 2:8). Destarte, o vocabulário da Bendita Esperança não propicia base alguma para uma distinção do Retorno de Cristo em duas fases, uma vez que seus termos originais são empregados intercambiavelmente para descrever o mesmo evento. Mais importante ainda é o fato de que cada um desses três termos é claramente empregado para descrever o Retorno de Cristo pós-tribulacional, o que é visto como objeto da esperança do crente. A parousia, por exemplo, é indisputavelmente pós-tribulacional em Mateus 24:27, 38, 39 e em 2 Tessalonicenses 2:8. O mesmo é verdade de apokalypsis-revelação, em 2 Tessalonicenses 1:7 e de epiphaneia-aparecimento em 2 Tessalonicenses 2:8. Portanto, o vocabulário da Bendita Esperança exclui a possibilidade de uma Vinda Secreta de Cristo para arrebatar a Igreja, seguida de uma tribulação de sete anos e da Vinda gloriosa, visível para estabelecer o Reino Judaico milenial. Os termos usados claramente apontam a um Advento de Cristo único, indivisível, pós-tribulacional para trazer salvação aos crentes e retribuição aos descrentes. Nenhum Arrebatamento da Igreja. Uma segunda razão para rejeitar um arrebatamento pré-tribulacional secreto da Igreja é o fato de que não há qualquer indício no Novo Testamento de um arrebatamento instantâneo da Igreja. A descrição mais notória do Segundo Advento encontrada em 1 Tessalonicenses 4:15-17, sugere exatamente o oposto quando fala que o Senhor desce do céu “dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus” . . . “os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares”. O clamor, a trombeta e o grande ajuntamento dos vivos e santos ressurretos dificilmente sugeriria um evento secreto, instantâneo e invisível. Pelo contrário, como freqüentemente se tem assinalado, esta talvez seja a passagem mais barulhenta da Bíblia. A referência a um ressoar “da trombeta” e paralelamente ao texto de Mateus 24:31 e 1 Coríntios 15:52, que falam de fortes sons de trombeta, corroboram a visibilidade e natureza pública do Segundo Advento. Nenhum traço de um arrebatamento secreto pode ser encontrado em qualquer destas passagens. Nenhuma Remoção da Igreja da Grande Tribulação. Uma terceira razão para rejeitar a noção de um arrebatamento secreto pré-tribulacional da Igreja é o fato de que tal noção não tem apoio das passagens que tratam da tribulação. Por exemplo, em seu discurso no Monte das Oliveiras, Jesus fala da “grande tribulação” que imediatamente precederá a Sua vinda e promete que “por causa dos escolhidos tais dias serão abreviados” (Mat. 24:21-22, 29). Alegar que “os eleitos” são apenas os crentes judeus, e não membros da Igreja, representa ignorar que Cristo está se dirigindo a Seus apóstolos que representam não só o Israel nacional, mas a Igreja em escala ampla. Isto é confirmado pelo fato de que tanto Marcos quanto Lucas fazem referência ao mesmo discurso para a Igreja gentílica (Marcos 13; Lucas 21). É também digna de nota a grande semelhança entre a descrição que Cristo faz do arrebatamento da Igreja em Mateus 24:30, 31 e a de Paulo em 1 Tessalonicenses 4:16, 17. Ambos os textos mencionam a descida do Senhor, a trombeta que soa, os anjos acompanhantes e a reunião do povo de Deus. Tais semelhanças sugerem que ambas as passagens descrevem o mesmo evento. Contudo, em Mateus o arrebatamento de Cristo é explicitamente situado “após a tribulação” (Mat. 24:29), ao tempo da Vinda de Cristo “com poder e grande glória” (vs. 29, 30). O paralelismo entre as duas passagens indica claramente que o arrebatamento da Igreja não precede, mas, pelo contrário, segue-se à grande tribulação. Cristo nunca prometeu a Sua Igreja um arrebatamento pré-tribulação deste mundo. Antes, prometeu proteção em meio à tribulação. Em Sua petição ao Pai, Ele disse: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal” (João 17:15). Semelhantemente à Igreja de Filadélfia, Cristo promete: “Eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a Terra” (Apoc. 3:10). Se a Igreja estivesse ausente desta Terra durante a hora de prova, não haveria necessidade de proteção divina. Nenhum Arrebatamento Pré-Tibulação nas Escrituras. Por último, a noção de um arrebatamento secreto pré-tribulacional é negada por Paulo e pelo livro de Apocalipse. Em suas admoestações aos tessalonicenses, Paulo explica que os crentes terão “alívio” da tribulação desta era presente “quando do céu se manifestar o Senhor Jesus Cristo com os anjos do Seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus. . .” (2 Tess 1:7-8). Em outras palavras, os crentes experimentarão libertação dos sofrimentos desta era, não mediante um arrebatamento secreto, mas por ocasião da revelação pós-tribulacional de Cristo. No segundo capítulo Paulo refuta as concepções errôneas que prevaleciam entre os tessalonicenses de que o dia do Senhor havia vindo. Para refutar esse equívoco ele cita dois eventos principais que deveriam dar-se antes da Vinda do Senhor, ou seja, a rebelião e o aparecimento do “homem da iniqüidade” (2 Tess 2:3) que perseguiria o povo de Deus. O que é crucial nesta passagem é que Paulo não faz menção de um arrebatamento pré-tribulacional como um precedente necessário para a Vinda do Senhor. Contudo, este seria o argumento mais forte que Paulo poderia apresentar para provar aos tessalonicenses que o dia do Senhor não poderia possivelmente ter vindo, uma vez que o seu arrebatamento para fora deste mundo ainda não tivera lugar. A omissão de Paulo desse argumento vital sugere fortemente que Paulo não cria num arrebatamento pré-tribulacional da Igreja. Esta conclusão também é apoiada pela menção por Paulo do aparecimento do anticristo-um evento indicutivelmente tribulacional que os crentes verão antes da vinda do Senhor. Se Paulo esperasse que a Igreja fosse arrebatada deste mundo antes da tribulação causada pelo aparecimento do anticristo, ele dificilmente teria ensinado que os crentes veriam tal evento antes da vinda do Senhor. Que interesse os tessalonicenses teriam no aparecimento do anticristo, juntamente com a tribulação que o acompanharia, se devessem ser arrebatados para longe desta Terra antes de esses eventos terem lugar? Assim, tanto por sua omissão quanto por sua afirmação, Paulo nega o ponto de vista de um arrebatamento pré-tribulacional da Igreja. Nenhum Arrebatamento Pré-Tribulacional no Apocalipse. O livro de Apocalipse trata em maiores detalhes do que qualquer outro livro do Novo Testamento dos eventos associados com a grande tribulação, tais como o soar das sete trombetas, o aparecimento da besta que inflige uma terrível perseguição sobre os santos de Deus, e o derramamento das sete últimas pragas (Apoc. 8 a 16). Conquanto João descreva em grande detalhe os eventos tribulacionais, ele nunca menciona ou sugere um Advento de Cristo secreto e pré-tribulacional para levar embora a Igreja. Isto surpreende muito, em vista de que o expresso propósito de João é instruir as Igrejas com respeito aos eventos finais. João explicitamente menciona uma incontável multidão de crentes que passarão pela grande tribulação. “São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras, e as alvejaram no sangue do Cordeiro” (Apoc. 7:14). Os pré-tribulacionistas argumentam que esses crentes são somente da raça judaica, supostamente em vista de que a Igreja em Apocalipse 4 a 19 não mais está sobre a Terra, mas no céu. Tal raciocínio perde o seu crédito, primeiramente pelo fato de que em parte alguma João diferencia entre os santos na tribulação que sejam judeus ou gentios. João explicitamente declara que os crentes vitoriosos da tribulação vêm de “toda nação, tribo, língua e povo” (Apoc. 7:9). Esta frase ocorre repetidamente no Apocalipse para designar não exclusivamente os judeus, mas inclusivamente todo membro da família humana (Apoc. 5:9; 10:11; 13:7; 14:6). O Cordeiro, por exemplo, é louvado pelos 24 anciãos por ter resgatado homens “de toda tribo e língua e povo e nação” (Apoc. 5:9). Obviamente, Cristo não resgatou somente judeus, mas pessoas de todas as raças. Êxtase de João, Não Arrebatamento da Igreja. O argumento de que a Igreja em Apocalipse 4 a 19 está no céu baseia-se num falso pressuposto de que a ordem a João, “Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas cousas” (Apoc. 4:1) refere-se supostamente ao arrebatamento da Igreja no céu. Esta é uma interpretação sem fundamento, porque o texto não fala do arrebatamento da Igreja, mas da experiência visionária extática de João. Até mesmo John F. Walvoord, destacado pré-tribulacionista, reconhece abertamente que “não há autoridade para ligar o arrebatamento com esta expressão”.9 As semelhanças entre as admoestações dadas nas cartas às sete Igrejas e as que são dadas aos santos que enfrentam a tribulação sugerem que os dois são essencialmente o mesmo povo. Por exemplo, quatro vezes nas sete cartas a necessidade para “suportar” é realçada (Apoc. 2:2, 3, 19; 3:10), e se espera a mesma qualidade dos santos que passam pela tribulação (Apoc. 13:10; 14:12). Semelhantemente, a necessidade de “vencer”, expressa sete vezes nas cartas às Igrejas (Apoc. 2:7, 11, 17, 26; 3:5, 12, 21), é o próprio atributo dos santos na tribulação “que venceram a besta e sua imagem” (Apoc. 15:2). Dificilmente se conceberia que João tencionava atribuir as mesmas características a dois grupos diferentes de pessoas. A Igreja Sofre a Tribulação, Mas Não a Ira Divina. Em Apocalipse 22:16 Jesus reivindica ter enviado o Seu anjo a João “para testificar estas cousas à Igreja”. É difícil ver como as mensagens dadas pelo anjo a João poderiam ser um testemunho para as Igrejas, se a Igreja não está diretamente envolvida na maior parte dos eventos descritos no livro (Apoc. 4 a 19). O ponto básico da questão é que a Igreja em Apocalipse sofrerá perseguição por poderes satânicos durante a tribulação final, mas não sofrerá a ira divina. A ira divina, que é retratada pelas sete pragas apocalípticas, não é derramada indiscriminadamente sobre todos, mas seletivamente sobre aqueles que são “portadores da marca da besta e adoradores da sua imagem” (Apoc. 16:2; cf. 14:9-10). Tal como os antigos israelitas desfrutaram da proteção de Deus durante as dez pragas (Êxo. 11:7), assim o povo de Deus será protegido quando Sua ira divina cair sobre os ímpios. Essa divina proteção é representada em Apocalipse por um anjo que sela os servos de Deus em suas testas (Apoc. 7:3) de modo a que sejam poupados quando a ira de Deus sobrevir sobre os impenitentes (Apoc. 9:4). Por fim, o povo de Deus será resgatado pelo glorioso Retorno de Cristo (Apoc. 16:15; 19:11-21). Destarte, a Revelação não retrata um arrebatamento pré-tribulacional da Igreja, mas um Retorno pós-tribulacional de Cristo. Conclusão. À luz das razões acima discutidas, concluímos que o ensino popular de uma Vinda Secreta de Cristo para arrebatar a Igreja antes da tribulação final é um sinal errado do Tempo do fim destituído de qualquer respaldo bíblico. Tal crença torna a Deus culpado de chocante discriminação, por dar tratamento preferencial à Igreja que é removida da Terra antes da tribulação final reservada aos judeus. As Escrituras ensinam que a Segunda Vinda de Cristo é um evento único que ocorre após a grande tribulação e será experimentada pelos crentes de todas as eras e de todas as raças. Esta é a Bendita Esperança que une “toda nação, e tribo, e língua e povo” (Apoc. 14:6). Adendo: O Papel de Israel nas Profecias O material abaixo foi extraído de outro artigo do Dr. Bacchiocchi mais completo e profundo sobre a campanha do livro e filme intitulados “Left Behind” (Deixados para Trás). O material trata em maior detalhe sobre um importante aspecto nessa discussão--o papel de Israel nas profecias. Avaliação do Ponto de Vista dos “Dois Povos”. É o conceito de uma distinção radical entre o plano de Deus para Israel e para a igreja um ensino bíblico válido ou um pressuposto infundado? Acaso o ponto de vista neotestamentário para a igreja é o de um povo diferente e separado do povo do “Israel natural”? A resposta é abundantemente clara. O Novo Testamento considera a igreja, não como uma “intercalação” temporária, mas como continuação do verdadeiro Israel de Deus. Para verificar esta última posição, breve alusão será feita a algumas sigificativas declarações de Cristo, Pedro e Paulo. O ajuntamento do Verdadeiro Israel por Cristo. Ao chamar e ordenar doze discípulos como Seus apóstolos, Cristo manifestou Sua intenção de reunir o remanescente messiânico das doze tribos de Israel num novo organismo, chamado a Igreja (Mat. 16:18-19). Este não é um organismo independente designado a repor Israel temporariamente mas um rebanho que reúne tanto as “ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mat. 10:6; cf. 15:24; Atos 1:8) como as ovelhas perdidas do mundo gentílico. Referindo-se à profecia de Isaías com respeito à reunião dos gentios, Cristo anunciou: “Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a Mim Me convém conduzi-las; elas ouvirão a Minha voz; então haverá um rebanho e um pastor” (João 10:16; cf. Isa. 56:6-8). Como pastor messiânico, Cristo veio reunir o remanescente de Israel e gentios, não em dois rebanhos separados, mas num só rebanho. Quando elogiando a fé do centurião, Jesus disse: “Digo-vos que muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugares à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus. Ao passo que os filhos do reino serão lançados para fora, nas trevas”. (Mat. 8:11-12). É digno de nota que Cristo não promete o Reino de Deus a uma futura geração de judeus, como alguns dispensacionalistas mantêm, mas a crentes de todas as nações, “do Oriente e do Ocidente”. Uma Realidade Presente. O reino messiânico prometido no Velho Testamento é visto por Cristo não como um evento futuro envolvendo a restauração territorial e política de Israel, mas como uma realidade presente que raiou mediante Seu ministério vitorioso sobre o pecado, Satanás e a morte. “Se, porém, Eu expulso demônios, pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós” (Mat. 12:28). O reino de Cristo é composto, não por dois povos separados, Israel e a Igreja, mas por um povo, o “Novo Israel”, consistindo de judeus e gentios crentes. A Seus discípulos Jesus declarou: “Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai Se agradou em dar-vos o Seu reino” (Lucas 12:32). Notem que o prometido Reino messiânico é dado não a uma futura geração de judeus (Mat. 11:29; 13:38; 8:11-12). F. F. Bruce comenta adequadamente: “O chamado de Jesus por discípulos para estarem junto a Si a fim de formarem o ‘pequenino rebanho’ que haveria de receber o Reino (Lucas 12:32; cf. Dan 7:22, 27) O assinala com o fundador do Novo Israel”. Os profetas falam de Israel como rebanho ou ovelha de Deus (Isa. 40:11; Jer. 31:10; Eze. 34:12-14). Ao chamar Seus discípulos de “pequenino rebanho” ao qual Deus estava dando o Reino, está inegavelmente identificando Seus discípulos quanto ao verdadeiro remanescente de Israel. Ademais, ao comissionar Seus apóstolos para “fazer discípulos de todas as nações” (Mat. 28:19), Cristo revelou que a missão profética do Israel nacional (Isa. 49:6; 60:3) estava sendo cumprida por Seu rebanho messiânico, a Igreja, que consiste de discípulos procedentes de todas as nações. Israel prossegue existindo, não à parte da Igreja, mas como parte dela. A Descrição do Novo Israel por Pedro. Pedro, à semelhança de Cristo, via a Igreja como cumprimento das promessas feitas ao antigo Israel. No dia de Pentecoste, Pedro declarou que a profecia de Joel concernente à restauração messiânica de Israel (Joel 2:28-32) se estava cumprindo através do derramamento do Espírito Santo sobre a Igreja (Atos 2:16-21). Para Pedro, a Igreja não é uma entidade não-predita no Velho Testamento, nem uma interrupção temporária do plano divino para Israel; antes, é o cumprimento do remanescente escatológico de Israel. Se o início da Igreja é visto por Pedro como cumprimento de uma profecia concernente a Israel, temos razões em crer que os eventos finais da Igreja devem também representar o cumprimento de certas profecias do Velho Testamento relativas a Israel. A Igreja é o Novo Israel. É digno de nota que Pedro aplica à Igreja aqueles títulos do Velho Testamento que designam a Israel: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes Daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz, vós, sim, que antes não éreis povo, mas agora sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia” (1 Ped. 2:9-10). Esta descrição da Igreja é uma combinação de três passagens veterotestamentárias (Êxo. 19:6; Isa. 43:20-21; Osé. 1:6, 9; 2:1) que caracterizam o povo de Deus. Pedro reúne a visão de Israel do Velho Testamento e proclama seu cumprimento na Igreja. Em palavras bastante claras, Pedro demonstra que a “raça escolhida” não é mais exclusivamente os judeus étnicos, mas tanto crentes judeus quanto gentios. A Igreja é o novo Israel que cumpre as promessas feitas ao Israel do Velho Testamento. A Visão de Paulo do “Israel de Deus”. À semelhança de Cristo e Pedro, Paulo também via a Igreja como o verdadeiro Israel. Falando aos judeus reunidos na signagora em Antioquia da Pisídia, Paulo afirmou: “Nós vos anunciamos o evangelho da promessa feita a nossos pais, como Deus a cumpriu plenamente a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus” (Atos 13:32-33). Neste discurso Paulo explica que as promessas de Deus aos pais foram cumpridas na ressurreição de Cristo. O cumprimento não resulta no estabelecimento de um reino judaico durante o milênio, mas no “perdão dos pecados” concedido mediante Cristo a “todo o que crer” (Atos 13:38-39). As promessas feitas a Israel são, portanto, cumpridas na Igreja do Novo Testamento, não mediante uma restauração política dos judeus étnicos, mas através de uma redenção espiritual de todos os crentes. Em sua epístola aos gálatas Paulo emprega a frase “o Israel de Deus” inclusive tanto de judeus quanto de gentios: “Nem a circuncisão é cousa alguma, nem a incircucisão, mas o ser nova criatura. E a todos quantos andarem de conformidade com esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus” (Gal. 6:15-16). Alguns dispensacionalistas mantêm que a frase “o Israel de Deus” refere-se exclusivamente aos judeus crentes. Eles traduzem a palavra grega kai como “e”, significando “adicionalmente a”. Destarte, “o Israel de Deus” refere-se exclusivamente aos cristãos judeus que Paulo supostamente distingue da igreja como um todo, porque deixaram o legalismo para seguirem a regra de Cristo. Unidade de Judeus e Gentios. Esta interpretação, contudo, ignora tanto o contexto imediato de Gálatas e a ênfase teológica mais ampla. O contexto imediato fala de “quantos andarem de conformidade com esta regra”. Isso deve incluir os crentes judeus e gentios, uma vez que é dito que tanto a circuncisão quanto a incircuncisão nada representam. Assim, o “Israel de Deus” é uma descrição adicional de ambos os grupos que andam “de conformidade com esta regra”. O contexto mais amplo realça a unidade que ambos os grupos compartilham em Cristo: “Não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão, e herdeiros segundo a promessa” (Gál. 3:28-29). À luz do contexto imediato e mais amplo, o “Israel de Deus” não pode ser um grupo distinto de judeus crentes, à parte dos gentios crentes. Alegar assim representa destruir a própria unidade que Paulo se empenha em estabelecer. Antes, a frase “Israel de Deus” foi empregada por Paulo como uma maneira explicatória para qualificar adicionalmente “quantos andarem em conformidade com esta regra”. Ou seja, pessoas crentes judeus e gentios. A Integração dos Gentios no Israel, por Paulo. Paulo ensina repetidamente a integração de gentios em Israel como herdeiros das promessas de Deus. Em Efésios Paulo claramente explica que os gentios que noutro tempo estavam “sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa” (Efé. 2:12), não mais são “estranhos às alianças da promessa . . . mas . . . não mais estrangeiros e peregrinos, mesmo concidadãos dos santos”, como membros da “família de Deus” (Efé. 2:19). Essa integração de gentios à “comunidade de Israel” e “às alianças da promessa” tiveram lugar mediante Jesus Cristo que uniu tanto os judeus quanto os gentios “para que dos dois criasse em si mesmo um novo homem, fazendo a paz, e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade” (Efé. 2:15-16). O pensamento de um propósito separado para crentes judeus na presente era ou num futuro milênio é aqui totalmente excluído por Paulo. De fato, tal pensamento destruiria a própria unidade de judeus e gentios que Cristo realizou. Paulo explica aos efésios que foi pela revelação de Deus que se tornou conhecida a ele este “mistério” de como “os gentios são co-herdeiros, membros do mesmo corpo e co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho” (Efé. 3:5-6). Três vezes Paulo ressalta aqui que os gentios compartilham com Israel a promessa da aliança. Qualquer sistema teológico que divida o que Deus ajuntou está operando contra o propósito divino. A Imagem Paulina da Oliveira. Em Romanos 9-11 Paulo descreve a integração de gentios em Israel utilizando a imagem efetiva do enxerto de ramos bravos de oliveira (gentios) à única oliveira do Israel de Deus (Rom. 11:17-24). Observem que para Paulo a salvação dos gentios não resulta no brotar de uma nova oliveira, mas em enxertar os gentios na mesma oliveira. A árvore de Israel não é arrancada por causa de descrença, mas é podada, ou seja, reestruturada mediante o enxerto de ramos gentios. A Igreja vive da raiz e tronco do Israel do Velho Testamento (Rom. 11:17-18). Por meio dessa expressiva imagem, Paulo descreve a unidade e continuidade que existe no plano redentor de Deus para Israel e a Igreja. Interrelação Entre Israel e a Igreja. Os dispensacionalistas apelam a Romanos 11:25-26 para argumentar em favor de uma futura conversão da nação de Israel, independentemente da Igreja. A passagem assim reza: “Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério, para que não sejais presumidos em vós mesmos, que veio endurecimento em parte a Israel até que haja entrado a plenitude dos gentios. E assim todo o Israel será salvo” (Rom. 11:25-26). Os dispensacionalistas explicam esta passagem como ensinando uma conversão em larga escala da nação de Israel após a reunião da plenitude dos gentios estar completa, pouco antes do tempo do Retorno de Cristo. Essa interpretação ignora quatro importantes observações. Primeiro, a frase “todo Israel será salvo” dificilmente se refere apenas à última geração de judeus, uma vez que esta seria apenas uma fração de todos os judeus que viveram. Em segundo lugar, o texto não está discutindo a sucessão temporal, mas a maneira pela qual Israel será salvo. O texto não diz “e então [após a reunião dos gentios] todo Israel será salvo”. Antes, declara: “E assim [desse modo, pelo fato de os israelitas serem movidos por ciúmes pela salvação dos gentios] todo Israel será salvo”. Em terceiro lugar, os judeus estão sendo salvos por serem reenxertados na mesma oliveira em que os gentios também estão. Assim, a salvação dos judeus não ocorre independentemente da dos gentios, mas concomitantemente a isso. Por fim, se a reunião de um número pleno de gentios tem lugar ao longo da história, há razão para duvidar que o mesmo também seja verdadeiro quanto à reunião dos judeus. De fato, no vs. 31 Paulo especificamente declara que os judeus “agora foram desobedientes, para que igualmente eles alcancem misericórdia, à vista da que vos foi concedida”. Essas observações claramente indicam que Paulo aqui não está apresentando uma ordem de dispensações sucessivas, mas uma promessa de interrelação dinâmica entre a salvação de Israel e a da Igreja. O equivocado pressuposto de dois povos com dois destinos em grande medida deriva de uma teologia de desprezo para com os judeus, antes que do ensino bíblico de um rebanho, um pastor, e um destino. O Novo Testamento freqüentemente fala dos judeus em cotejo com os gentios, nunca ensina ou deixa implícito que Deus tenha em mente um futuro separado para Israel distinto daquele planejado para os gentios. Há uma unidade existente entre Israel e a igreja. Na Nova Jerusalém estão inscritos tanto os nomes das doze tribos de Israel quanto os nomes dos doze apóstolos, os primeiros nas doze portas e os últimos nos doze fundamentos (Apo. 21:12, 14). A Igreja e Israel assim compartilham não só da mesma salvação presente, mas também da mesma glorificação e restauração finais. O futuro de Israel é visto no Novo Testamento, não em termos de um reino milenial político na Palestina, mas em termos de bênção eterna compartilhada com os remidos de todas as eras numa nova terra restaurada. Conclusão. À luz das considerações anteriores concluímos que o ensino popular promovido por “Left Behind” [deixado para trás, um popular filme religioso e série de livros de ficção escatológica] de um desaparecimento súbito de milhões de cristãos, deixando para trás uma massa de judeus descrentes e pessoas não convertidas, é uma ficção enganosa e não uma verdade bíblica. A popularidade desse engano pode ser atribuído à falsa premissa de que os crentes serão poupados de sofrer a tribulação final. Numa época em que as pessoas engolem toda sorte de analgésicos para evitar ou aliviar a dor, não surpresa que muitos estejam dispostos a engolir também o engano de uma Arrebatamento pré-tribulacional-um ensino que promete às pessoas isenção do sofrimento da tribulação final. Tal ensino atraente, contudo, não carece apenas de suporte bíblico, mas é também incriminatório do caráter de Deus. Retrata a Deus como um Ser discriminador que dá tratamento preferencial à Igreja removendo-a de sobre a Terra, antes de despejar a tribulação final sobre os que são deixados para trás. “Left Behind” [deixado para trás] posiciona a conversão de muitos descrente durante a tribulação-um ensino alheio à Bíblia. Repetidamente o Apocalipse afirma que aqueles que experimentam as pragas finais “não se arrependeram de sua obras” (Apo. 16:11; 16:9). Ademais, destrói a unidade e finalidade da Vinda de Cristo, apresentada nas Escrituras como um evento único que ocorre após a Grande Tribulação. Nessa ocasião os santos adormecidos serão ressuscitados, os santos vivos serão transformados, os crentes de todas as eras se reunirão com o Senhor, e aqueles que são deixados para trás “sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor” (2 Tess 1:9). Não haverá uma segunda chance para os que são deixados para trás por ocasião da vinda de Cristo, porque o fogo purificador de Sua presença consumirá todos os pecadores e todo o vestígio do pecado: “Virá, entretanto, como ladrão o dia do Senhor, no qual os céus passarão com grande estrondo e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas” (2 Ped. 3:10). Nossa bendita esperança repousa não sobre a ficção de desaparecer subitamente no espaço, mas na promessa do retorno de Cristo para criar “novos céus e uma nova terra nos quais habita a justiça” (2 Ped. 3:13). Leia mais:
Referências: 1. Hal Lindsey, The Rapture: Truth or Consequences (New York, 1983), p. 24. 2. Hal Lindsey, The Late Great Planet Earth (Grand Rapids, 1970), p. 54. 3. Para uma pesquisa breve, mas informativa, do desenvolvimento do pré-tribulacionismo, ver Richard R. Reiter, "A History of the Development of the Rapture Position," The Rapture. Pre-, Mid-, or Post-Tribulational Symposium (Grand Rapids, 1984), pp. 24-34. 4. Ver também Norman F. Douty, Has Christ's Return Two Stages? (New York, 1956); Alexander Reese, The Approaching Advent of Christ (Grand Rapids, 1975). 5. John F. Walvoord, The Rapture Question (Grand Rapids, 1957), p. 50. 6. C. C. Ryrie, Dispensationalism Today ( Chicago, Moody Press, 1965), p. 159. 7. Hal Lindsey, The Late Great Planet Earth (Grand Rapids, 1970), p. 143. 8. Ibid. 9. John F. Walvoord, The Revelation of Jesus Christ (Chicago, 1966), p. 103. Fonte: http://www.azenilto.com/59aARREBATA.html Leia mais:
|
“A primeira será uma ’vinda’, quando se dará o rapto dos santos, também chamada rapto secreto” (Teologia Sistemática, L. Berkhof, pág. 832).
Esta vinda será secreta e apenas conhecida pelo desaparecimento dos eleitos, como aparece no filme “Deixados para Trás”. Ensinam ainda que neste evento Cristo não descerá à Terra, mas permanecerá nas alturas sem ser visto pelos homens. Este acontecimento será seguido por um intervalo de sete anos. Durante esse período de sete anos sucederão algumas coisas, assim descritas por eles:
“… Esta será seguida de um intervalo de sete anos, durante os quais o mundo será evangelizado, Mateus 24:24; Israel convertido Romanos 11:26; a grande tribulação ocorrerá, Mateus 24:21-22 e o anticristo ou o homem do pecado será revelado, 2 Tessalonicenses 2:8-10″ (Teologia Sistemática, L. Berkhof, pág. 833).
Esta doutrina não é autorizada pelas Sagradas Escrituras porque contém implicações perigosas para a vida cristã e uma série de contradições com a Bíblia.A seguir, leia algumas razões para você e eu não crermos no arrebatamento secreto:
- Porque a palavra “arrebatamento” aparece uma única vez na Bíblia se referindo a um arrebatamento visível e com bastante barulho:
“Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro”
1 Tessalonicenses 4:16 (leia também o verso 17) Trombeta indica que a volta de Jesus será ouvida!
- Porque a Bíblia compara a volta de Jesus a um relâmpago e não a algo invisível na natureza:
“Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do Homem.” Mateus 24:27.
- Porque na volta de Jesus, os mortos serão ressuscitados. Não há nada na Bíblia que indique que a ressurreição será um evento secreto, como lemos anteriormente em 1 Tessalonicenses 4:16, 17. Portanto, um acontecimento visível como a ressurreição será acompanhado de um acontecimento visível, como a volta de Cristo.
- Porque na volta de Jesus os vivos serão transformados (veja 1 Tessalonicenses 4:17). A Bíblia não diz que a transformação dos justos vivos será secreta, mas bem visível e audível.
- Porque Apocalipse 1:7 não diz que “todos o verão” depois de 7 anos de tribulação, mas sim antes! A Bíblia diz que a volta de Jesus não é dividida em duas partes, mas sim que será um só evento.
- Porque Mateus 24:30 afirma que todos os povos da terra – os que não estiverem preparados – se lamentarão ao ver Jesus no Céu, pois não O terão aceito como Salvador. Se irão SE LAMENTAR, isso indica que a volta de Cristo não será secreta.
- Porque antes do arrebatamento visível e barulhento, a igreja passará pela Grande Tribulação (ler Apocalipse 7:13-15). Veja que seremos protegidos durante a Grande tribulação e que não ficaremos fora do mundo quando ela ocorrer!
- Porque a Palavra de Deus ensina que na volta de Cristo, os maus ficarão desesperados. Por que ficar desesperado se o evento é secreto? (ler Apocalipse 6:14-17). Portanto, “Ninguém Será Deixado Para Trás” por ocasião da volta de Jesus. Os vivos irão para o Céu e os maus, “Serão Deixados mortos” (Apocalipse 20:5; 2 Tessalonicenses 1:7.)
- Esses textos e Mateus 24:27 nos ajudam a entender e a explicar Mateus 24:40, 41, usados de forma errada para afirmar que alguns serão deixados “vivos” por ocasião da volta “secreta” de Cristo!
É muito perigoso acreditar na doutrina do arrebatamento secreto. Além de estar aceitando uma mentira – que causará a perdição, de acordo com Apocalipse 22:15 – a pessoa está despreparada para aguardar a volta gloriosa de Cristo.
“Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda.” 1 João 2:28.
Texto de Leandro Quadros no site Escola No Ar
http://www.profecias.com.br/evangelismo/arrebatamento-secreto-ou-visivel
O Arrebatamento Secreto é verdade?
Publicado em 06/01/2011 por Blog Sétimo Dia
Quando Jesus prometeu aos Seus discípulos: “Eu voltarei” (João 14:3), Ele criou uma esperança que têm ardido no coração de quase todos os cristãos por 2.000 anos. E, raras vezes desde o primeiro século dC tem esta esperança queimado mais intensamente … Continue lendo →
Publicado em Arrebatamento Secreto, Artigos Traduzidos - Signs of the Times | Com a tag Arrebatamento Secreto, Signs of the Times | 4 Comentários
A Verdade deixada para trás no Filme “Deixados para trás”
Publicado em 02/02/2010 por Blog Sétimo Dia
A bíblia fala realmente de um arrebatamento SECRETO de crentes, como acontece no filme e livro Deixados para Trás? Tal livro e filme correspondem a verdade bíblica ou é mera ficção para enganar e confundir os cristãos desviando-os da verdade do evangelho? Continue lendo →
Publicado em Arrebatamento Secreto, Artigos Traduzidos - White Horse Media | Com a tag Arrebatamento Secreto, Deixados para Trás, Steve Wohlberg, White Horse Media | 4 Comentários
O Purgatório e o Arrebatamento Secreto
Publicado em 06/01/2010 por Blog Sétimo Dia
A Bíblia faz menção ao purgatório? É o arrebatamento Secreto uma doutrina bíblica? Após o tempo de tribulação haverá uma nova chance? Saiba as respostas, assistindo ao programa na Mira da Verdade, onde o Prof. Leandro Quadros esclarece biblicamente tais questões. Assista Agora ! Continue lendo →
Publicado em Arrebatamento Secreto, Catolicismo, Vídeos | Com a tag Arrebatamento Secreto, Catolicismo, purgatório, Romanismo, Vídeos, Vídeos Adventistas | Deixar um comentário
Por que os EUA defendem Israel?
Publicado em 07/01/2009 por Blog Sétimo Dia
Nos últimos dias, o mundo está assistindo a mais um momento de guerra e mortes envolvendo Israel e seus vizinhos palestinos. Praticamente todas as maiores nações do mundo já se pronunciaram contra a atitude de Israel, considerando-a “desproporcional” (centenas de … Continue lendo →
Publicado em Arrebatamento Secreto, Profecias, Tempo do Fim | Com a tag Arrebatamento Secreto, dispensacionalismo, escatologia, Israel, Profecias | 2 Comentários
Razões para se Abandonar a Crença no Arrebatamento Secreto
Publicado em 27/11/2008 por Blog Sétimo Dia
por Samuele Bacchiocchi Muitos sinceros cristãos crêem que a Segunda Vinda de Cristo ocorrerá em duas fases distintas. A primeira fase é conhecida como “o arrebatamento secreto” da Igreja e pode ocorrer a qualquer momento. Nessa ocasião, Cristo desce apenas … Continue lendo →
Publicado em Arrebatamento Secreto | Com a tag Arrebatamento Secreto, Estudos Bíblicos | Deixar um comentário
Arrebatamento Secreto: Um Mito Medieval
Publicado em 27/11/2008 por Blog Sétimo Dia
“Então, estando dois no campo, será levado um, e deixado outro. Estando duas moendo no moinho, será levada uma, e deixada outra. Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor”. Mateus 24:40-42 Este texto … Continue lendo →
ARREBATAMENTO SECRETO
“Então, estando dois no campo, será levado um, e deixado outro. Estando duas moendo no moinho, será levada uma, e deixada outra. Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor”. Mateus 24: 40-42.
Este texto (Mateus 24:40-42) é utilizado para crer-se que os santos serão raptados secretamente antes da volta de Jesus.
Esta teoria firmada neste texto isolado é um mito medieval criado pelos adeptos da Contra Reforma. Este ensino empana o magestoso brilho da ressurreição bíblica. Em Mateus 24 Jesus apresenta a maior profecia de Sua vinda. E no contexto (Mat. 24:48-51) evidencia-se o ensino claro de Jesus: Estar alerta, porque ao retornar o Senhor, um será “tomado”, outro será “deixado”.
Em Sodoma e Gomorra apenas três pessoas foram “levadas”, isto é: escaparam da destruição. No dilúvio, oito se salvaram. Na destruição de Jerusalém, quem estava alerta (Mat. 24:15-20), fugiu e se salvou. Nenhuma daquelas pessoas foi arrebatada. Arrebatados na Bíblia só houve Enoque e Elias, e o arrebatamento não foi secreto. A Bíblia é clara ao apresentar a doutrina da ressurreição:
I Coríntios 15:51-54: – “Eis aqui vos digo um grande mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados. Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória”.
I Tessalonicenses 4:13-18: – “Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais como os demais, que não tem esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com Ele. Dizemo-vos, pois, isto, pela Palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do Céu com alarido e com a voz de Arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com Ele nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor”.
Na primeira ressurreição, participarão todos os justos mortos de todas as épocas (I Tess 4: 16). Com os justos vivos, são todos arrebatados (I Tes. 4:17). Mil anos mais tarde ocorre a segunda ressurreição, que é a dos ímpios (Apoc. 20:5).
OBSERVAÇÃO – Um pouco antes da volta de Jesus, ocorre uma ressurreição parcial, menor, segundo Daniel 12:2. Nesta ressurreição parcial, ressuscitarão para contemplar o Senhor os que recusaram, traspassaram, crucificaram, zombaram e escarneceram da agonia de Cristo (Apoc. 1:7). Estas pessoas morrerão três vezes. Primeira: A morte natural. Segunda: Após esta ressurreição especial, depois que tiverem contemplado o Senhor Jesus, voltarão a morrer. Terceira: Após o milênio ressuscitam para serem exterminados com todos os rebeldes. Percebe como é linda e clara a doutrina da ressurreição? Ouça isso:
I Coríntios 15: 20
“Mas agora Cristo ressuscitou dos mortos, e foi feito as primícias dos que dormem.”
A ressurreição de Moisés, do filho da viúva de Naim, da filha de Jairo e Lázaro, dependiam da ressurreição de Jesus. Isto foi possível porque Cristo ressuscitaria. Cristo ficou como fiador destas ressurreições. Por isso Jesus é a primícia. Houvesse arrebatamento secreto, haveria necessidade da ressurreição? Releia este texto esclarecedor:
Apocalipse 1: 7
“Eis que vem com as nuvens, e TODO o olho o verá, até quantos o traspassaram...”
ATENÇÃO
Quando é dia aqui no Brasil é noite no Japão. Mas, não duvide – TODO olho verá Jesus voltando. Deus esticará a Terra se preciso for . E mais, os que assassinaram a Jesus não possuiam fé, logo, não é o olho da fé. Todos os seres humanos, um dia verão a Deus. Na volta de Jesus, uns serão “levados”, outros serão “deixados”.
O RETORNO DE CRISTO SERÁ:
• Audível (I Tess. 4:16).
• Glorioso (Mat. 16:27; Apoc. 19:11-16).
• Súbito e inesperado (Mateus 24:38-39).
Depois de tudo que Jesus passou por amor a nós; vilipendiado, massacrado, zombado, esbofeteado, ridicularizado, não é melhor que ao invés de voltar à nossa Terra de forma secreta, chegasse Ele triunfalmente ao som de todas as trombetas, diante dos olhos de todos os mortais?
Claro que sim! Não é?
Última edição por Eduardo em Ter Abr 12, 2011 9:10 pm, editado 3 vez(es)
Eduardo- Mensagens : 5997
Idade : 54
Inscrição : 08/05/2010
O Arrebatamento da igreja será secreto ou visível? :: Comentários
Uma Análise da Doutrina do Arrebatamento Secreto
por
Evangelista Josué Marcionilo dos Santos
por
Evangelista Josué Marcionilo dos Santos
O PRÉ-TRIBULACIONISMO
Segundo os dispensacionalistas, existe o princípio de que os santos não passariam pela tribulação. Segundo eles, Jesus virá não só uma vez mas duas vezes, primeiro para arrebatar a Igreja, e sete anos depois, para estabelecer o Milênio. Quando Jesus voltar para arrebatar a Igreja “secretamente”, ocorrerá, segundo os dispensacionalistas, a primeira ressurreição. Os verdadeiros crentes, ainda em vida, serão momentaneamente transformados e, juntamente com os ressuscitados, todos eles, então com corpos incorruptíveis serão arrebatados para se encontrar com cristo, escapando assim da grande tribulação.
Que os crentes não passarão pela grande tribulação é um princípio lógico, segundo os dispensacionalistas, já que quando Deus resolveu destruir Sodoma e Gomorra pelo fogo, livrou o justo Ló; quando Ele quis destruir o mundo com o dilúvio, livrou Noé e sua família; quando o Senhor permitir a atuação cruel do anticristo, Ele livrará a Sua Igreja. Cristo referiu-se a este evento em seu sermão profético em Mt 24:37-42.
Arrebatados, os santos ficarão nalgum lugar não definido, com Jesus por sete anos, quando então ocorrerão, segundo eles, o juízo das obras dos salvos e as bodas do Cordeiro. Durante os últimos três anos e meio, no qual o anticristo estaria exercendo seu poder na terra (Dn 9:27 e Ap 13:5), a Igreja arrebatada estaria com o Senhor, passando pelo Tribunal de Cristo, onde haveria o julgamento das obras dos salvos ( Mt 25:14-23; Lc 19:2-20; I Co 3:11-15; Rm 14:10; II Co 5:10) e, ocorrerá também A CEIA DAS BODAS DO CORDEIRO.
UMA ANÁLISE CRITICA
A – O Arrebatamento Secreto.
Embora os dispensacionalistas ensinem que o arrebatamento dos vivos transformados será secreto, os textos que eles citam em apoio a esse arrebatamento nada parece acontecer em secreto, mas sim num momento extremamente ruidoso e alarmante: “porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens ao encontro do Senhor nos ares e assim estaremos para sempre com o Senhor” ( I Ts 4:14-17). E ainda I Co 15:52; “Num momento, num abrir e fechar dos olhos, ao som da última trombeta soará, e os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos transformados”.
A passagem em Mateus 24:40-41 “Então dois estarão no campo, um será tomado, e deixado o outro, duas estarão trabalhando num moinho, uma será tomada, e deixada a outra” não contém nada que indique um arrebatamento secreto.
O fato é que não há nenhuma referência bíblica que apóie o arrebatamento secreto dos dispensacionalistas e nem uma volta secreta de Cristo Jesus. O Novo Testamento ensina que a volta de Jesus será pública e notória. A Escritura não nos deixa em dúvida quanto a visibilidade da volta do Senhor (Mt 24:30; 26:64; Mc 13:26; Lc 21:27; At 1:11; Hb 9:28; Ap 1:7).
Embora se use II Pedro 3:10 para apoiar uma vinda secreta de Cristo, o texto nos diz que o que virá como ladrão é o dia do Senhor e, não Cristo: “Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas”. Jesus usou a metáfora como ladrão para indicar o caráter inesperado do evento e não secreto.
B – O Arrebatamento da Igreja
Embora o argumento de que Deus livrou Ló quando destruiu Sodoma e Gomorra e livrou Noé e sua família no dilúvio pareça estabelecer o principio lógico de que Deus livrará seu povo da grande tribulação, encontramos dificuldade de aceitá-lo porque tal argumento propõe que ambos os fatos ilustra que Deus sempre livrará seu povo do sofrimento. Se fosse assim, então o que dizer dos quatrocentos anos de servidão e tribulação que o povo de Deus passou no Egito, e quanto aos sofrimentos e os martírios dos profetas no Velho Testamento. Como ignorar a tribulação que a Igreja primitiva passou sob a perseguição de Nero e Domiciano? Naqueles dias a aflição dos eleitos foi tamanha que Deus deu o livro de Apocalipse à Igreja para lhe transmitir conforto e encorajamento, e assegura-lhe que Ele vê as lágrimas do Seu povo (Ap 7:17;21:4).
À fiel Esmirna Ele dizia: “Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas tu és rica) não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns de entre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias”. Porém acrescenta: “Sé fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2:9a-10).
Alguém pode objetar em relação ao livramento físico dos crentes durante a grande tribulação que temos em Mateus 24:40 e 47 uma referência clara a este evento. Temos mesmo? Vejamos o que realmente diz o texto Sagrado. Os discípulos mostravam a Jesus o Templo majestoso e então Cristo disse-lhes que não ficaria pedra sobre pedra que não fosse derribada (Mt 24:2). Referia-se a destruição do templo no ano 70. No ano de 66 dC, terroristas judeus mataram os soldados romanos em Massada e prepararam-se para uma forte defesa. O dirigente do templo em Jerusalém pôs paradeiro às ofertas diárias para o bem-estar do Imperador. Foi confiada a Vespasiano a tarefa de subjugar a revolta judaica, que por sua vez, após um cerco que durou seis meses a fio, deixou que seu filho Tito comandasse o ataque final. No ano 70 dC Jerusalém foi destruída, o templo de Herodes foi totalmente queimado e seu mobiliário sagrado transportado para Roma.
Os discípulos no Monte das Oliveiras haviam perguntado quando se dariam estes acontecimentos, e quando seria a vinda de Jesus, quais os sinais, quando seria a consumação dos séculos. São dois assuntos: A destruição de templo e os sinais da sua vinda e da consumação dos séculos.
A resposta é mesclada das duas coisas ao mesmo tempo. Jesus usa a mesma forma dos profetas do V.T. citando geograficamente a Judéia e a Palestina, para referir ao mundo que Ele conhecia, ou seja, ao citar a tribulação relativa aos Judeus e à Palestina, não queria referir-se somente aos judeus. No sermão profético a tribulação é um sinal que deve ser esperado por seu povo antes da sua vinda: “Então sereis atribulados e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome ...” (Mt 24:9). Mas não diz que será um período imediatamente anterior a sua vinda. Veja outras declarações de Jesus: Mt 5:10-12; Jo 15:20; 16:38. É pois um sinal dos tempos continuado ou repetido.
Mas há uma tribulação final que Cristo refere no seu sermão: “Porque nesse tempo haverá grande tribulação como desde o princípio do mundo não tem havido nem haverá jamais. Não tivesse aqueles dias sidos abreviados ninguém seria salvo; mas por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados” (Mt 24:21-22). Aqui Jesus se refere a uma tribulação além daquela vista na destruição de Jerusalém, apesar de falar desta destruição veja que ele usa palavras como; “não tem havido nem haverá jamais” e continua dizendo: “Naqueles dias o sol escurecerá, a lua não dará sua luz, as estrelas cairão do firmamento e os poderes do céu serão abalados. Então aparecerá no céu o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu com poder e grande glória” (Mt24:29-30). Portanto Jesus está tratando da grande tribulação que ocorrerá “antes da sua volta”.
Outra coisa que devemos notar é que todos passarão por este período; judeus e gentios, desde que não há em Cristo distinção entre eles, pois como explicaríamos esta expressão de Jesus: “... Mas por causa dos escolhidos tais dias serão abreviados” ?
Então o que temos em Mateus 24:37-42 não é por hipótese alguma um arrebatamento antes da tribulação, mas o que Jesus quis deixar claro é que não há meios de predizer os eventos precisos que precederão o fim do século e a vinda final do Filho do Homem, pois esses eventos serão tão imprevisíveis e inesperados como a vinda do dilúvio nos dias de Noé, ou o arrombamento de uma casa feito por um ladrão. Os homens e as mulheres estarão envolvidos em suas ocupações habituais, cultivando campos, moendo cereal nos moinhos, comendo, bebendo e dando-se em casamento quando num momento que eles menos esperam o Filho do Homem virá. O propósito era ensinar a seus discípulos que eles precisavam estar preparados para o inesperado. Portanto, Mateus 24:37-42 não é uma referência ao arrebatamento Pré-Tribulacionista.
Uma vez que não encontramos qualquer apoio Bíblico para a crença Pré-Tribulacionista devemos nos perguntar de onde surgiu então esta idéia. Surgiu no século XIX entre 1800 e 1882 em uma conferência profética na Igreja de Edward Irving (Pastor expulso da Igreja Presbiteriana) quando uma “irmã” teria tido uma visão de um arrebatamento secreto. John Nelson Darby um membro dos chamados Irmãos de Plymouth aceitou a suposta visão como sendo a voz do Espírito Santo. Outros a rejeitaram e por isso houve uma grande divisão entre os Irmãos Plymouth. Darby visitou os EUA por seis vezes para expor seus pensamentos envolvendo a muitos e difundido suas idéias, Porém o maior impacto na divulgação do Pré-Tribulacionalismo foi com Scofield (1843-1927) com sua Bíblia de referência que foi largamente distribuída e aceita pelos meios conservadores “fundamentalistas” e pelos leigos, como auxílio ao estudo da Palavra de Deus. Portanto a doutrina Pré-Tribulacionista não veio da revelação bíblica, por isso não podemos aceitá-la como verdade.
Quatro Razões Para Rejeitar o Arrebatamento Secreto
por
Paulo Alexandre
por
Paulo Alexandre
Um cuidadoso estudo de textos bíblicos relevantes quanto ao Retorno de Cristo sugere pelo menos quatro razões principais para rejeitar o ponto de vista de uma Segunda Vinda de Cristo em dois estágios.
O Vocabulário do Segundo Advento. A primeira razão para rejeitar um arrebatamento secreto que antecede à tribulação é o fato de que o vocabulário do Segundo Advento não oferece respaldo para tal ponto de vista. Nenhuma das três palavras gregas usadas no Novo Testamento para descrever o Retorno de Cristo, ou seja, parousia-vinda, apokalypsis-revelação, e epiphaneia-aparecimento, sugere um arrebatamento secreto pré-tribulacional como objeto da esperança cristã no Advento.
Os pré-tribulacionistas alegam que a palavra parousia-vinda é usada por Paulo em 1 Tessalonicenses 4:15 para descrever o arrebatamento secreto. Mas em 1 Tessalonicenses 3:13 Paulo emprega a mesma palavra para descrever “a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo com todos os Seus santos”-uma descrição, segundo os pré-tribulacionistas, da segunda fase do Retorno de Cristo. Novamente, em 2 Tessalonicenses 2:8, Paulo emprega o termo parousia-vinda em referência à Vinda de Cristo que causará a destruição do anticristo-um evento que, de acordo com os pré-tribulacionistas, supostamente ocorrerá na segunda fase da Vinda de Cristo.
Semelhantemente, as palavras apokalypsis-revelação e epiphaneia-aparecimento, são utilizadas para descrever tanto o que os pré-tribulacionistas chamam de arrebatamento (1 Cor 1:7; 1 Tim 6:14) e o que chamam de Retorno, ou segunda fase da Vinda de Cristo (2 Tess 1:7-8, 2:8). Destarte, o vocabulário da Bendita Esperança não propicia base alguma para uma distinção do Retorno de Cristo em duas fases, uma vez que seus termos originais são empregados intercambiavelmente para descrever o mesmo evento. Mais importante ainda é o fato de que cada um desses três termos é claramente empregado para descrever o Retorno de Cristo pós-tribulacional, o que é visto como objeto da esperança do crente.
A parousia, por exemplo, é indisputavelmente pós-tribulacional em Mateus 24:27, 38, 39 e em 2 Tessalonicenses 2:8. O mesmo é verdade de apokalypsis-revelação, em 2 Tessalonicenses 1:7 e de epiphaneia-aparecimento em 2 Tessalonicenses 2:8. Portanto, o vocabulário da Bendita Esperança exclui a possibilidade de uma Vinda Secreta de Cristo para arrebatar a Igreja, seguida de uma tribulação de sete anos e da Vinda gloriosa, visível para estabelecer o Reino Judaico milenial. Os termos usados claramente apontam a um Advento de Cristo único, indivisível, pós-tribulacional para trazer salvação aos crentes e retribuição aos descrentes.
Nenhum Arrebatamento da Igreja. Uma segunda razão para rejeitar um arrebatamento pré-tribulacional secreto da Igreja é o fato de que não há qualquer indício no Novo Testamento de um arrebatamento instantâneo da Igreja. A descrição mais notória do Segundo Advento encontrada em 1 Tessalonicenses 4:15-17, sugere exatamente o oposto quando fala que o Senhor desce do céu “dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus” . . . “os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares”.
O clamor, a trombeta e o grande ajuntamento dos vivos e santos ressurretos dificilmente sugeriria um evento secreto, instantâneo e invisível. Pelo contrário, como freqüentemente se tem assinalado, esta talvez seja a passagem mais barulhenta da Bíblia. A referência a um ressoar “da trombeta” e paralelamente ao texto de Mateus 24:31 e 1 Coríntios 15:52, que falam de fortes sons de trombeta, corroboram a visibilidade e natureza pública do Segundo Advento. Nenhum traço de um arrebatamento secreto pode ser encontrado em qualquer destas passagens.
Nenhuma Remoção da Igreja da Grande Tribulação. Uma terceira razão para rejeitar a noção de um arrebatamento secreto pré-tribulacional da Igreja é o fato de que tal noção não tem apoio das passagens que tratam da tribulação. Por exemplo, em seu discurso no Monte das Oliveiras, Jesus fala da “grande tribulação” que imediatamente precederá a Sua vinda e promete que “por causa dos escolhidos tais dias serão abreviados” (Mat. 24:21-22, 29). Alegar que “os eleitos” são apenas os crentes judeus, e não membros da Igreja, representa ignorar que Cristo está se dirigindo a Seus apóstolos que representam não só o Israel nacional, mas a Igreja em escala ampla. Isto é confirmado pelo fato de que tanto Marcos quanto Lucas fazem referência ao mesmo discurso para a Igreja gentílica (Marcos 13; Lucas 21).
É também digna de nota a grande semelhança entre a descrição que Cristo faz do arrebatamento da Igreja em Mateus 24:30, 31 e a de Paulo em 1 Tessalonicenses 4:16, 17. Ambos os textos mencionam a descida do Senhor, a trombeta que soa, os anjos acompanhantes e a reunião do povo de Deus. Tais semelhanças sugerem que ambas as passagens descrevem o mesmo evento. Contudo, em Mateus o arrebatamento de Cristo é explicitamente situado “após a tribulação” (Mat. 24:29), ao tempo da Vinda de Cristo “com poder e grande glória” (vs. 29, 30). O paralelismo entre as duas passagens indica claramente que o arrebatamento da Igreja não precede, mas, pelo contrário, segue-se à grande tribulação.
Cristo nunca prometeu a Sua Igreja um arrebatamento pré-tribulação deste mundo. Antes, prometeu proteção em meio à tribulação. Em Sua petição ao Pai, Ele disse: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal” (João 17:15). Semelhantemente à Igreja de Filadélfia, Cristo promete: “Eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a Terra” (Apoc. 3:10). Se a Igreja estivesse ausente desta Terra durante a hora de prova, não haveria necessidade de proteção divina.
Nenhum Arrebatamento Pré-Tibulação nas Escrituras. Por último, a noção de um arrebatamento secreto pré-tribulacional é negada por Paulo e pelo livro de Apocalipse. Em suas admoestações aos tessalonicenses, Paulo explica que os crentes terão “alívio” da tribulação desta era presente “quando do céu se manifestar o Senhor Jesus Cristo com os anjos do Seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus. . .” (2 Tess 1:7-8). Em outras palavras, os crentes experimentarão libertação dos sofrimentos desta era, não mediante um arrebatamento secreto, mas por ocasião da revelação pós-tribulacional de Cristo.
No segundo capítulo Paulo refuta as concepções errôneas que prevaleciam entre os tessalonicenses de que o dia do Senhor havia vindo. Para refutar esse equívoco ele cita dois eventos principais que deveriam dar-se antes da Vinda do Senhor, ou seja, a rebelião e o aparecimento do “homem da iniqüidade” (2 Tess 2:3) que perseguiria o povo de Deus.
O que é crucial nesta passagem é que Paulo não faz menção de um arrebatamento pré-tribulacional como um precedente necessário para a Vinda do Senhor. Contudo, este seria o argumento mais forte que Paulo poderia apresentar para provar aos tessalonicenses que o dia do Senhor não poderia possivelmente ter vindo, uma vez que o seu arrebatamento para fora deste mundo ainda não tivera lugar. A omissão de Paulo desse argumento vital sugere fortemente que Paulo não cria num arrebatamento pré-tribulacional da Igreja.
Esta conclusão também é apoiada pela menção por Paulo do aparecimento do anticristo-um evento indicutivelmente tribulacional que os crentes verão antes da vinda do Senhor. Se Paulo esperasse que a Igreja fosse arrebatada deste mundo antes da tribulação causada pelo aparecimento do anticristo, ele dificilmente teria ensinado que os crentes veriam tal evento antes da vinda do Senhor. Que interesse os tessalonicenses teriam no aparecimento do anticristo, juntamente com a tribulação que o acompanharia, se devessem ser arrebatados para longe desta Terra antes de esses eventos terem lugar? Assim, tanto por sua omissão quanto por sua afirmação, Paulo nega o ponto de vista de um arrebatamento pré-tribulacional da Igreja.
Nenhum Arrebatamento Pré-Tribulacional no Apocalipse. O livro de Apocalipse trata em maiores detalhes do que qualquer outro livro do Novo Testamento dos eventos associados com a grande tribulação, tais como o soar das sete trombetas, o aparecimento da besta que inflige uma terrível perseguição sobre os santos de Deus, e o derramamento das sete últimas pragas (Apoc. 8 a 16). Conquanto João descreva em grande detalhe os eventos tribulacionais, ele nunca menciona ou sugere um Advento de Cristo secreto e pré-tribulacional para levar embora a Igreja. Isto surpreende muito, em vista de que o expresso propósito de João é instruir as Igrejas com respeito aos eventos finais.
João explicitamente menciona uma incontável multidão de crentes que passarão pela grande tribulação. “São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras, e as alvejaram no sangue do Cordeiro” (Apoc. 7:14). Os pré-tribulacionistas argumentam que esses crentes são somente da raça judaica, supostamente em vista de que a Igreja em Apocalipse 4 a 19 não mais está sobre a Terra, mas no céu. Tal raciocínio perde o seu crédito, primeiramente pelo fato de que em parte alguma João diferencia entre os santos na tribulação que sejam judeus ou gentios.
João explicitamente declara que os crentes vitoriosos da tribulação vêm de “toda nação, tribo, língua e povo” (Apoc. 7:9). Esta frase ocorre repetidamente no Apocalipse para designar não exclusivamente os judeus, mas inclusivamente todo membro da família humana (Apoc. 5:9; 10:11; 13:7; 14:6). O Cordeiro, por exemplo, é louvado pelos 24 anciãos por ter resgatado homens “de toda tribo e língua e povo e nação” (Apoc. 5:9). Obviamente, Cristo não resgatou somente judeus, mas pessoas de todas as raças.
Êxtase de João, Não Arrebatamento da Igreja. O argumento de que a Igreja em Apocalipse 4 a 19 está no céu baseia-se num falso pressuposto de que a ordem a João, “Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas cousas” (Apoc. 4:1) refere-se supostamente ao arrebatamento da Igreja no céu. Esta é uma interpretação sem fundamento, porque o texto não fala do arrebatamento da Igreja, mas da experiência visionária extática de João. Até mesmo John F. Walvoord, destacado pré-tribulacionista, reconhece abertamente que “não há autoridade para ligar o arrebatamento com esta expressão”. [1]
As semelhanças entre as admoestações dadas nas cartas às sete Igrejas e as que são dadas aos santos que enfrentam a tribulação sugerem que os dois são essencialmente o mesmo povo. Por exemplo, quatro vezes nas sete cartas a necessidade para “suportar” é realçada (Apoc. 2:2, 3, 19; 3:10), e se espera a mesma qualidade dos santos que passam pela tribulação (Apoc. 13:10; 14:12). Semelhantemente, a necessidade de “vencer”, expressa sete vezes nas cartas às Igrejas (Apoc. 2:7, 11, 17, 26; 3:5, 12, 21), é o próprio atributo dos santos na tribulação “que venceram a besta e sua imagem” (Apoc. 15:2). Dificilmente se conceberia que João tencionava atribuir as mesmas características a dois grupos diferentes de pessoas.
A Igreja Sofre a Tribulação, Mas Não a Ira Divina. Em Apocalipse 22:16 Jesus reivindica ter enviado o Seu anjo a João “para testificar estas cousas à Igreja”. É difícil ver como as mensagens dadas pelo anjo a João poderiam ser um testemunho para as Igrejas, se a Igreja não está diretamente envolvida na maior parte dos eventos descritos no livro (Apoc. 4 a 19).
O ponto básico da questão é que a Igreja em Apocalipse sofrerá perseguição por poderes satânicos durante a tribulação final, mas não sofrerá a ira divina. A ira divina, que é retratada pelas sete pragas apocalípticas, não é derramada indiscriminadamente sobre todos, mas seletivamente sobre aqueles que são “portadores da marca da besta e adoradores da sua imagem” (Apoc. 16:2; cf. 14:9-10).
Tal como os antigos israelitas desfrutaram da proteção de Deus durante as dez pragas (Êxo. 11:7), assim o povo de Deus será protegido quando Sua ira divina cair sobre os ímpios. Essa divina proteção é representada em Apocalipse por um anjo que sela os servos de Deus em suas testas (Apoc. 7:3) de modo a que sejam poupados quando a ira de Deus sobrevir sobre os impenitentes (Apoc. 9:4). Por fim, o povo de Deus será resgatado pelo glorioso Retorno de Cristo (Apoc. 16:15; 19:11-21). Destarte, a Revelação não retrata um arrebatamento pré-tribulacional da Igreja, mas um Retorno pós-tribulacional de Cristo.
Conclusão. À luz das razões acima discutidas, concluímos que o ensino popular de uma Vinda Secreta de Cristo para arrebatar a Igreja antes da tribulação final é um sinal errado do Tempo do fim destituído de qualquer respaldo bíblico. Tal crença torna a Deus culpado de chocante discriminação, por dar tratamento preferencial à Igreja que é removida da Terra antes da tribulação final reservada aos judeus. As Escrituras ensinam que a Segunda Vinda de Cristo é um evento único que ocorre após a grande tribulação e será experimentada pelos crentes de todas as eras e de todas as raças. Esta é a Bendita Esperança que une “toda nação, e tribo, e língua e povo” (Apoc. 14:6).
Referências:
1. John F. Walvoord, The Revelation of Jesus Christ (Chicago, 1966), p. 103.
Tópicos semelhantes
» Arrebatamento Secreto
» O Arrebatamento Secreto é verdade?
» Arrebatamento Secreto: Um Mito Medieval
» O piscar de olhos e o relâmpago como argumentos da doutrina do arrebatamento secreto
» Será que um ateu amador de próximos será salvo ?
» O Arrebatamento Secreto é verdade?
» Arrebatamento Secreto: Um Mito Medieval
» O piscar de olhos e o relâmpago como argumentos da doutrina do arrebatamento secreto
» Será que um ateu amador de próximos será salvo ?
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
Dom Fev 19, 2017 7:48 pm por Augusto
» Acordem adventistas...
Ter Fev 07, 2017 8:37 pm por Augusto
» O que Vestir Para Ir à Igreja?
Qui Dez 01, 2016 7:46 pm por Augusto
» Ir para o céu?
Qui Nov 17, 2016 7:40 pm por Augusto
» Chat do Forum
Sáb Ago 27, 2016 10:51 pm por Edgardst
» TV Novo Tempo...
Qua Ago 24, 2016 8:40 pm por Augusto
» Lutas de MMA são usadas como estratégia por Igreja Evangélica para atrair mais fiéis
Dom Ago 21, 2016 10:12 am por Augusto
» Lew Wallace, autor do célebre livro «Ben-Hur», converteu-se quando o escrevia
Seg Ago 15, 2016 7:00 pm por Eduardo
» Ex-pastor evangélico é batizado no Pará
Qua Jul 27, 2016 10:00 am por Eduardo
» Citações de Ellen White sobre a Vida em Outros Planetas Não Caídos em Pecado
Ter Jul 26, 2016 9:29 pm por Eduardo
» Viagem ao Sobrenatural - Roger Morneau
Dom Jul 24, 2016 6:52 pm por Eduardo
» As aparições de Jesus após sua morte não poderiam ter sido alucinações?
Sáb Jul 23, 2016 4:04 pm por Eduardo