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1 Samuel 28 apoia a necromancia e o espiritismo?  En%2Bdor


1 Samuel 28 apoia a necromancia e o espiritismo?


Quando Saul consultou uma feiticeira, o espírito que ela fez subir era mesmo Samuel? Isso não prova a existência de vida após a morte e de espíritos de mortos?

“Entre as operações de maior êxito do grande enganador, encontram-se os ensinos ilusórios e prodígios de mentira do espiritismo. Disfarçado em anjo de luz, estende suas redes onde menos se espera. Se os homens tão-somente estudassem o Livro de Deus com fervorosa oração a fim de o poderem compreender, não seriam deixados em trevas, à mercê das doutrinas falsas. Mas, rejeitando eles a verdade, são presa da ilusão.”[1]

As palavras acima, escritas no século 19, são uma descrição precisa da religiosidade brasileira. O ano de 2010 ficou marcado pelo lançamento de um dos principais filmes do cinema brasileiro de todos os tempos, “Chico Xavier”, que enaltece a figura do principal médium nascido em terras nacionais. Estima-se que mais de um milhão de espectadores passaram por salas de cinemas em todo o território nacional nos dez primeiros dias de exibição.

É evidente que, como adventistas, não compartilhamos os ensinamentos do espiritismo. Cremos na imortalidade condicional do ser humano, e não que a imortalidade lhe seja natural.[2] No entanto, como entender a problemática passagem de 1 Samuel 28, segundo a qual aparentemente o profeta Samuel retornou do mundo dos mortos e se comunicou com o rei Saul?[3] Esse texto se tornou um dos principais argumentos a favor da abordagem espírita das Escrituras Sagradas.

Neste artigo, faremos uma análise cuidadosa das informações fornecidas pelo texto bíblico. Vamos obter uma compreensão do relato a partir de textos rituais de necromancia entre os povos da Mesopotâmia e Canaã.

Saul e a necromante

A cidade de En-Dor ficava a aproximadamente 7 km de Gilboa, onde o acampamento filisteu estava arregimentado (v. 3). Devido a essa geografia, Andrew Fausset sugere que provavelmente Saul tenha passado pelo acampamento inimigo antes de chegar até a necromante,[4] o que faz sentido quando lemos que Saul se disfarçou antes do encontro (v. 8). A mesma informação é dada por Ellen White.[5] Ele correu todo esse risco apenas para encontrar alguém que pudesse aliviar-lhe o medo por meio de uma sessão de necromancia!

O texto bíblico não oferece detalhes sobre os processos ritualísticos ocorridos durante a seção mediúnica. Dispomos apenas do diálogo entre a necromante e Saul. Por cinco vezes o verbo “subir” (heb. ‘alah) é utilizado na conversa, como se lê entre os versos 11 a 15. Nessas passagens, o verbo está relacionado ao ato de fazer uma entidade morta voltar para o mundo dos vivos e comunicar sua mensagem. Um estudo aprofundado desses versos revelará a chave para uma compreensão bíblica séria de todo o capítulo.

Ao ser questionada sobre o que estava vendo em seu transe, a médium de En-Dor respondeu: “Deuses subindo eu vejo” (tradução literal). Curiosamente, o substantivo ‘elohim é usado nessa passagem para se referir a uma entidade morta! O motivo desse uso pode ser mais bem apreciado quando lembramos que entre muitos dos povos do Antigo Oriente Médio ancestrais costumavam ser adorados como deuses.

Em textos mesopotâmicos, por exemplo, o substantivo ilu, palavra acadiana para “deuses”, é usado largamente para se referir a mortos. Theodore Lewis, acadêmico da Johns Hopkins University, demonstrou o mesmo fenômeno em textos assírios, babilônicos, egípcios, hititas, fenícios e ugaríticos.[6] O mesmo ocorria em Canaã, como pode ser notado numa rápida comparação entre Números 25:2, onde é dito que os israelitas comeram sacrifícios dos deuses dos moabitas, e o Salmo 106, no qual o autor afirma que eles comeram sacrifícios dos mortos (v. 28).[7] Esses textos sugerem que entre os povos de Canaã os mortos também eram chamados de deuses (‘elohim).

Um intérprete sério e honesto das Escrituras não pode considerar a aparição do antigo profeta a Saul como sendo de origem divina, uma vez que o texto é claro em dizer que Deus não respondeu ao rei por nenhum dos métodos de revelação (v. 6). O que temos em 1 Samuel 28 é um ritual pagão totalmente contrário aos mandamentos de Deus (cf. Dt 18:9-13).

Saul parece ignorar o fato de que a necromante estava vendo vários deuses/espíritos mortos e muda do plural para o singular com a pergunta “Como é sua aparência?” (v. 14). Quem sabe temendo pela sua vida (cf. v. 9), ela agradou a Saul dizendo que estava vendo “um ancião subindo envolto numa capa” (v. 14). O que levou Saul a identificar esse “ancião” com Samuel, como pode ser lido no mesmo verso 14? Aparentemente a capa (heb. me’il) era uma característica da vestimenta do profeta (cf. 1 Sm 15:27; 2:19), mas ainda assim fica difícil ver alguma conexão entre o “ancião” e Samuel.

É bem provável que essa questão seja elucidada através de um problema textual no verso 14. P. Kyle McCarter Jr., do Departamento de Estudos Orientais da Jonhs Hopkins University, notou que há uma dificuldade em se aceitar a tradução “ancião” ou “homem velho” (‘ish zaqen) com base na versão grega do Antigo Testamento, a LXX.[8] Ao invés de zaqen, “velho”, em hebraico, é provável que a forma original da palavra tenha sido zaqep, cujo significado é “ereto”, mas nesse texto deve ter o sentido de “surpreendente”.[9] A diferença na grafia das duas palavras é mínima, uma vez que as formas finais das letras “n” e “p”, em hebraico, são bem semelhantes.

Se essa reconstrução do texto estiver correta, a necromante de En-Dor não ficou assustada por ver um homem velho, mas sim um ser inesperado que lhe causou pavor. Sua identificação entre esse ser e Samuel pode ter sido motivada pelo medo de Saul não cumprir sua palavra de preservação (cf. v. 9).

Saul e Samuel

Uma situação que causa certo desconforto quando esse capítulo é tratado em círculos adventistas é o fato de lermos em dois versos (v. 15 e 16) a expressão “Samuel disse...”, uma vez que ele já estava morto, como narrado em 1 Samuel 25:1. O teólogo adventista Greenville J. R. Kent, Ph.D em Antigo Testamento pela The University of Manchester, responde a essa situação comparando com a narrativa de Dagom, em 1 Samuel 5, em que as descrições desse deus filisteu sãos as mesmas de um ser humano. Os versos 3 e 4, por exemplo, dizem que Dagom estava com o rosto em terra, uma atitude praticada apenas por seres humanos, e não por um ídolo de madeira ou de metal. Para Kent, afirmar que “Samuel disse” ou que Dagom estava com o “rosto em terra” é uma técnica literária em que o autor bíblico apresenta o ponto de vista dos personagens, independentemente de serem ou não pagãos.[10]

Outra preocupação de alguns adventistas com esse capítulo tem que ver com a profecia, aparentemente cumprida, feita pelo “espírito” de Samuel que, no fim do seu discurso, fez uma chocante afirmação: “Amanhã, você e seus filhos estarão comigo” (v. 19).

Há pelos menos três observações a serem feitas a respeito dessa declaração: (1) Que parâmetro confuso é esse utilizado pelo espírito em colocar um profeta de Deus, Samuel, e um monarca rejeitado por Deus, Saul, no mesmo lugar após a morte? Com amplo apoio escriturístico, podemos afirmar que justos e injustos não terão o mesmo destino (cf. Jo 5:28, 29; 1Ts 4:16, 17; Ap 20:4-6; etc.); (2) nem todos os filhos de Saul morreram com ele, na batalha registrada em 1 Samuel 31; logo no início de 2 Samuel, somos informados de que outro filho de Saul esteve envolvido numa tentativa de usurpação do trono, Isbosete, também chamado de Isbaal (2Sm 2:10); (3) Saul não foi entregue nas mãos dos filisteus, mas cometeu suicídio (1Sm 31:12, 13).[11]

Considerações finais

O trágico fim da vida de Saul deve servir de alerta para uma geração de cristãos cercados de influências espíritas, contrárias à Palavra de Deus. Entrar no terreno do inimigo pode saciar temporariamente a curiosidade pelo sobrenatural, mas terá um custo extremamente alto. Um adventista do sétimo dia sentiu isso na pele.

Moses Hull era um pregador com diversos talentos. Além de inteligente e hábil com as palavras, seu interesse se voltou para debates com alguns espiritualistas. Houve certo êxito em alguns casos, e ele levou alguns de seus oponentes ao cristianismo, mas quando um debate com o médium W. F. Jamiesen, em Paw Paw, Michigan, foi realizado, a mente de Hull se tornou confusa e a língua dele ficou estranha.[12]

Ellen White o aconselhou diversas vezes, mas sem êxito.[13] Hull pregou seu último sermão como adventista em 20 de setembro de 1863, e após isso o que se viu foi o surgimento de um líder nas fileiras do espiritualismo. Após deixar a esposa, ele se casou com uma médium espírita chamada Mattie E. Sawyer. Em 1902, Hull se tornou o primeiro diretor do Morris Pratt Institute, uma escola especializada em treinar médiuns espiritas. Somado a isso, ele é tido como o responsável por adicionar textos bíblicos para embasar a doutrina espírita. Tragicamente, Moses Hull cometeu suicídio em 1907, em San Jose, na Califórnia.[14]

Saul e Moses Hull. Dois homens separados por quase três mil anos que caíram no mesmo erro. Paulo estava certo quando disse: “Aquele, pois, que pensa estar em pé, cuide para que não caia” (1Co 10:12).

(Luiz Gustavo S. Assis é pastor distrital em Caxias do Sul, RS)

1. Ellen G. White, O Grande Conflito (Tatuí, SP: CPB, 1995), p. 524.
2. Gerard Damsteegt, Nisto Cremos: 27 ensinos bíblicos dos adventistas do sétimo dia (Tatuí, SP: CPB, 2003), p. 452-468.
3. Para mais informações sobre a história da interpretação de 1 Samuel 28 nos círculos judaicos e cristãos, ver K. A. D. Semelik, “The Witch of Endor: 1 Samuel 28 in Rabbinic and Christian Exegesis Till 800 A.D.”, Vigiliae Christianae 33, 1997, p. 160-179.
4. Andrews Fausset, Bible Encyclopedia and Dictionary Critical and Expository, (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1997), p. 205.
5. Ellen G. White, Patriarcas e Profetas (Tatuí, SP: CPB, 1995), p. 679.
6. Theodore J. Lewis, “The Ancestral Estate in 2 Samuel 14:16”, Journal of Biblical Literature 110/04, 1991, p. 600, 601.
7. Lewis, p. 602.
8. P. Kyle McCarter, Jr., I Samuel: The Anchor Bible 8 (New York: Doubleday, 1980), p. 421.
9. Theodore Lewis menciona dois documentos acadianos nos quais a palavra zapaqu, cognata de zaqep, foi utilizada para se referir ao ato de cobras ficarem eretas, quando prontas para dar o bote, e, curiosamente, outro texto falando do fantasma de um morto que deixou o cabelo de alguém em pé! Ambos os textos se referem a “uma noção súbita ou surpreendente associada com medo”. Cults of the Dead in Ancient Israel and Ugarit (Atlanta, GA: Scholars Press, 1989), p. 116. Portanto, a tradução de zapeq em 1 Samuel 28:14 deve levar em conta esse background etimológico.
10. Greenvile J. R. Kent, “Did the Medium at En-Dor Really Bring Forth Samuel?”, em Gerhard Pfandl, ed., Interpreting Scripture: Bible Questions and Answers, Biblical Research Institute Studies, v. 2 (Silver Spring, MD: Biblical Research Institute, 2010), p. 199.
11. Kent, p. 198.
12. Herbert E. Douglass, Mensageira do Senhor: O ministério profético de Ellen G. White (Tatuí, SP: CPB, 2003), p. 231.
13. Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja (Tatuí, SP: CPB, 2006), p. 1:426-437.
14. James R. Nix, “The Tragic Story of Moses Hull”, Adventist Review 164:35 (agosto de 1987), p. 16.
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Mensagem Seg Jul 04, 2011 6:16 pm por Prof. Azenilto


10 RAZÕES POR QUE SAMUEL NÃO PODERIA TER APARECIDO AO REI SAUL


Analisando o episódio da consulta por Saul a uma feiticeira, narrado em 1 Samuel capítulo 28
1o. – Porque a noção de um diálogo entre o falecido profeta Samuel e o rei de Saul parte de uma falsa premissa: de que há uma alma imortal embutida no homem que prevalece à morte. Como não existe comprovação bíblica de que Deus criou o homem dualisticamente—com um corpo material e uma alma imortal (ver Gên. 2:7), tal noção é inteiramente contrária ao teor geral do que as Escrituras ensinam sobre a natureza do homem e sobre o estado o homem na morte.

Obs.: O que a Bíblia ensina sobre os mortos é que não têm consciência alguma do que se passa neste mundo, sendo constantemente comparada a um sono (Ecl. 9:5, 6; Sal. 146:1-4; Dan. 12:2; 1 Tess. 4:13-16). Assim, mesmo ante a hipótese de que o espírito de Samuel tivesse sobrevivido à morte, ele ignoraria inteiramente os acontecimentos terrenos, especialmente do que ocorreu após sua morte, e nem poderia dar conselho algum a Saul.

2o. – Porque Deus havia claramente cortado comunicação com Saul (vs. 6) e seria impensável Ele mudar de opinião e resolver que valeria a pena realizar tal comunicação, sobretudo por meio de uma representante do grupo que Ele ordenou que devia morrer por causa exatamente da atividade de buscar estabelecer esse tipo de comunicação proibida (Lev. 24:27).

Obs.: Se Deus quis comunicar-Se com Saul por aquele meio, Ele terminou TRAINDO ao rei! Como podemos imaginar um Deus traiçoeiro assim?! Pois além de ser volúvel—que determina algo e muda de idéia, passando por cima de Suas próprias regras—ainda castiga com morte o rei justamente por que foi em busca de uma comunicação proibida, mas propiciada por Deus mesmo! Esse Deus dos dualistas certamente não é o Deus das Escrituras (1 Crôn. 10:13 diz: “ . . . morreu Saul por causa da sua infidelidade para com o Senhor, porque não havia guardado a palavra do Senhor; e também porque buscou a adivinhadora para a consultar”).

3o. – Porque Saul encomendou à mulher, “Peço-te que me adivinhes pela necromancia, e me faças subir aquele que eu te disser” (1 Sam. 28:8), após tentar fazer-se ouvir por Deus que não lhe atendia “nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas” (vs. 6).

Obs.: Esse nunca foi o método divino de atender petições de pessoas que O buscam (ver Jó 8:5, 6; Sal. 6:8, 9; 116:1, 2; Dan. 9:20, 21; Mar. 11:24; Col. 4:3).

4o. – Porque Samuel, como profeta de Deus, não iria tomar a iniciativa de atender ao chamado de uma feiticeira, contrariando a ordem divina de que os vivos não busquem comunicar-se com os mortos, nem se submeteria às regras de necromancia, que não iriam jamais interferir com quem estivesse na companhia de Deus. A Bíblia diz que quem buscasse consultar feiticeiros seriam contaminados por eles (Lev. 19:31; Apo. 22:15).

Obs.: Se Samuel atendesse à convocação da feiticeira estaria contribuindo para uma prática condenada por Deus, e pelo próprio contato com ela estaria contaminado, assim nem poderia mais voltar à companhia divina, pois no céu não entra nada que contamine (Apo. 21:27).

5o. – Porque nunca é dito que Saul viu a Samuel, e a informação de tratar-se do profeta procedeu de uma feiticeira, alguém que vivia às escondidas, sob condenação de morrer por praticar algo condenado por Deus (ver 1 Sam. 28:13; Deu. 18:9-11).

6o. – E o que a feiticeira diz ter visto foi um ser sobrenatural, ou seres sobrenaturais—“um deus-elohim”—, termo usado com referência a seres divinos mas também aplicável a falsos deuses (Gên. 35:2; Êxo. 12:12; 20:3).

Obs.: Quem apareceu não foi Samuel e sim um espírito satânico imitando o profeta. O apóstolo Paulo explica que Satanás pode transfigurar-se até em “anjo de luz” (11:14).

7o. – Porque estranhamente o ser que apareceu à feiticeira “sobe de dentro da terra”, quando a Bíblia nunca diz que os seres divinos vêm de tal parte, e sim do alto (ver Gên. 22:11 e 15; 2a. Reis 2:11; Isa. 6:1, 2; 32:15; Luc. 2:13; Mat. 3:16, 17; Apo. 14:6).

8o. – Porque Saul adiciona ao seu erro de consultar uma feiticeira o pecado do juramento em nome de Deus (Ver Mat. 5:34-36; Tia. 5:12), pronunciando o santo divino nome em vão em violação do 3o. mandamento, num ambiente de quem operava contrariando as regras divinas. E ao entender que seria Samuel que apareceu prostrou-se-lhe “em reverência”, noutro ato contrário à Palavra de Deus.

Obs.: Estranhamente também “Samuel” não repreendeu Saul por inclinar-se em adoração a ele, o que mostra significativa diferença com relação a outros personagens bíblicos a que alguns tentaram prestar indevida reverência (ver Atos 10:25, 26; Apo. 19:10).

9o. – Porque a negra predição do suposto Samuel, “amanhã tu e teus filhos estareis comigo” (1 Sam. 28:19) significaria que os profetas de Deus e reis apóstatas compartilham a mesma habitação após a morte, o que é simplesmente um absurdo.

10o. – Porque houve claras predições que não se cumpriram: a) Saul não foi entregue nas mãos dos filisteus (28:19); a profecia, de estilo sibilino, sugeria que Saul viria a ser supliciado pelos filisteus. Mas o fato é que Saul se suicidou (31:4), e veio parar nas mãos dos homens de Jabes-Gileade (31:11-13). Saul apenas passou pelas mãos dos filisteus. Infelizmente o pseudo Samuel não podia prever esse detalhe. b) Não morreram todos os filhos de Saul (28:19), como insinua essa outra profecia obscura. Ficaram vivos pelo menos três de seus filhos: Isbosete (2 Sam. 2:8-10), Armoni e Mefibosete (2 Sam. 21:8).

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