figura 1
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Nicolas Steno, um cientista holandês do século XVII, propôs que no passado as rochas e os minerais foram sedimentos encontrados na água. Baseado neste raciocínio, ele concluiu que partículas (sedimentos) num líquido (água) afundariam formando uma camada horizontal, como as camadas de rochas que formam a estratigrafia da coluna geológica. Este princípio ficou conhecido como o Princípio da Horizontalidade Inicial. Ele também concluiu que no passado essas camadas (estratos) continuavam lateralmente muito além dos limites encontrados hoje. Assim foi formulado outro princípio que ficou conhecido como o Princípio da Continuidade dos Estratos. Baseado nestes dois princípios e aplicando-os em função do tempo, Steno propôs o que hoje é conhecido como a Princípio da Superposição, que na sua forma mais simples diz:
As camadas de rochas aparecem organizadas numa seqüência em função do tempo, sendo que as mais antigas encontram-se no fundo e as mais recentes nas proximidades da superfície, a menos que tenha havido algum processo que viesse a causar um distúrbio desta organização.
Estes três princípios utilizados pela geologia, arqueologia e paleontologia fornecem a base sobre a qual a “Coluna Geológica” foi estabelecida. É importante notarmos que estes princípios foram estabelecidos como sendo auto-evidentes, sem quaisquer dados experimentais para confirmá-los. Portanto, a veracidade do conceito da “Coluna Geológica” baseia-se na confirmação da formação horizontal de estratos individuais e sobrepostos em função do tempo. Em outras palavras, se for possível que duas ou mais camadas sobrepostas se formem simultaneamente, a interpretação cronológica da coluna geológica estaria equivocada. Para tal, vamos em busca das evidências científicas, que podem ser encontradas nas áreas da sedimentologia, hidrodinâmica e da própria paleontologia.
Estudos nas áreas de sedimentologia e hidrodinâmica mostram que os estratos formam-se lateral e verticalmente, ao mesmo tempo, contrariando a interpretação cronológica.
Na década de 60, o rio Bijou Creek que fica no estado do Colorado, EUA, produziu um depósito de sedimentos de 3,5 metros, numa única enchente, resultante de 48 horas de chuvas torrenciais na sua cabeceira. Este depósito produzido pelo transbordamento do rio foi estudado minunciosamente pelo geólogo americano Edward McKee. Ele observou que o depósito era um sistema de camadas formadas simultaneamente, onde os sedimentos haviam sido depositados na mesma forma estratigráfica encontrada nas rochas da coluna geológica.1 Dr. Guy Berthault realizou experimentos confirmando o que havia sido observado por McKee. Os experimentos foram feitos em grandes canaletas com paredes de vidro, por onde passava água contendo sedimentos. Assim a deposição dos sedimentos podia ser observada.2,3,4 Os experimentos demonstraram que o escoamento da água produz a segregação dos sedimentos de acordo com o tamanho das partículas, sendo as mesmas desaceleradas pelos sedimentos já depositados, dando origem a lâminas superpostas que se formam na direção do escoamento. Estes experimentos demonstraram a natureza mecânica da estratificação. A descoberta de que os estratos formam-se lateral e verticalmente, ao mesmo tempo, demonstrou que os Princípios da Estratificação não se aplicam quando há escoamento. Esta descoberta também demonstrou que os estratos em seqüência não se sucedem cronologicamente. Pesquisas similares apresentaram os mesmos resultados: a estratificação é resultante da sedimentação produzida pelo escoamento da água.5,6 A formação da grande quantidade de camadas encontradas na coluna geológica foi resultante de um processo hidrodinâmico rápido e não de uma sedimentação lenta por milhões ou bilhões de anos. Chega-se a esta mesma conclusão estudando os fósseis poliestrata. Um fóssil poliestrata apresenta um organismo que foi fossilizado ao longo de duas ou mais camadas. Árvores são os exemplos mais comuns de fósseis poliestrata, sendo encontradas em todo o planeta, principalmente no leste dos Estados Unidos, leste do Canadá, Inglaterra, França, Alemanha e Austrália. Examinando a figura 1, vemos que o tronco da árvore fossilizada atravessa várias camadas da coluna geológica (pelo menos 10). Segundo a interpretação evolucionista, cada uma dessas camadas equivale a uma era geológica. Se tal interpretação fosse verdadeira, esta árvore teria sido soterrada lenta e gradativamente, sem apodrecer ou morrer, durante um período de pelo menos dez eras geológicas! Árvores como esta não foram soterradas lenta e gradativamente durante longas eras geológica. As camadas se formaram rapidamente soterrando a árvore, e esta fossilizou-se antes que as camadas nas quais ela foi soterrada se solidificassem. Tais tipos de fósseis são também uma evidência da formação rápida das camadas encontradas na coluna geológica. Ainda existem as formações rochosas em que são encontradas camadas de rochas sedimentares que foram solidificadas após um processo de compressão e dobramento. Exemplos como o da figura 2 são encontrados nas grandes cadeias de montanhas que existem no nosso planeta. Portanto, baseados nas evidências e nas pesquisas, três conclusões podem ser consideradas como auto-evidentes quanto a estratigrafia:
- Os Princípios da Superposição e da Continuidade não são válidos.
- A formação foi rápida e não em longas eras geológicas.
- A escala de tempo geológica que foi construída sobre estes princípios e atribuída a ela não é válida.
A coluna geológica, como apresentada nos livros textos, não é encontrada praticamente em nenhum lugar.7 Apenas 15 a 20% da superfície da Terra apresentam um terço destes períodos na ordem consecutiva proposta pela evolução.8 Obviamente o Princípio da Continuidade dos Estratos e o Princípio da Identidade Paleontológica baseados numa interpretação cronológica da ordem estratigráfica estariam longe de ser consistentes com a evidência.
Referências
1 E. D. McKee, E. J. Crosby e H. L. Berryhill Jr., “Flood deposits, Bijou Creek, Colorado, 1965”, Journal of Sedimentary Petrology, 1967, 37, 829-851. 2 G. Berthault, “Experiments on lamination of sediments”. Compte Rendus Académie des Sciences Paris, 1986, t.303, Série II, Nº 17:1569–1574. 3 G. Berthault, “Sedimentation of a heterogranular mixture: experimental lamination in still and running water”. Compte Rendus Académie des Sciences Paris, 1 988, t. 306, Série II:717–724. 4 P. Y. Julien, Y. Lan e G. Berthault, “Experiments on stratification of heterogeneous sand mixtures”, Bulletin of the Geological Society of France, 199,3, 164(5):649–660. 5 L. A. Boguchwal e J. B. Southard, “Bed configurations in steady unidirectional water flows. Part 1. Scale model study using fine sand”, Journal of Sedimentary Petrology, 1990, 60:649–657. 6 J. B. Southard e A. L. Boguchwal, “Bed configurations in steady unidirectional water flows. Part 2. Synthesis of flume data”, Journal of Sedimentary Petrology, 1990, 60(5):658–679. 7 Derek V. Ager, “The Nature of the Stratigraphical Record”, 2ª Edição (New York: John Wiley & Sons, 1981), p. 32. 8 John Woodmorappe, “The Essential Nonexistence of the Evolutionary-Uniformitarian Geologic Column: A Quantitative Assessment”, Creation Research Society Quarterly, Vol. 1 8, no 1 , junho de 1981, p. 46-71.
Este artigo está baseado numa parte do Capítulo 5 “A Origem dos Fósseis: Paleontologia e Geologia” do livro “Como Tudo Começou – Uma Introdução ao Criacionismo” |
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