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Existir ou viver ? O legado de Amy Winehouse
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Existir ou viver ? O legado de Amy Winehouse
O legado de Amy Winehouse
Desde há algum tempo que tinha vindo a acompanhar com algum interesse as notícias acerca dos devaneios da cantora Amy Winehouse.
Não conheço nem tenho interesse algum nas suas músicas; contudo, como que percebendo um estilo de vida semelhante a muitos outros no passado que, já o vimos, rapidamente se arrastam para um fim que surge bem antes do que seria normal, fiquei atento a esta jovem estrela da música.
Assim foi com a jovem Amy: drogas e álcool minaram a sua saúde, física e mental, ao ponto da sua vida ter terminado antes dos 28 anos. Depois de em poucos anos ter granjeado uma vasta legião se admiradores, agora já nada mais sabe nem pode fazer...
Contudo, ao fazer uma análise rigorosa do impacto que a sua morte terá, não devemos escamotear a verdade em prol de uma homenagem hipócrita, muito habitual sempre que alguém desaparece.
Assim, não restam dúvidas que os seus trabalhos musicais continuarão a ser vendidos e apreciados por aqueles que até agora sempre a seguiram, e mesmo outros. Mas outra certeza eu tenho: não mais Amy será um mau exemplo de conduta social e moral para jovens e adultos.
Façamos honestamente a questão: que bem deixa Amy ao seu próximo e à humanidade?
Pois bem, o seu comportamento desregrado nada de bom recomenda; consumo (e em excesso) de drogas e álcool, detenção por condução estando embriagada e agressão, frequentes desavenças com o ex-marido, eis o legado que também deixa aos que quiserem recordar tudo quanto Amy foi.
Sinceramente, não sou capaz de perceber (nem devo fazê-lo) se foi o copo da paciência de Deus que transbordou ou se foi quem a instrumentalizou durante este tempo que decidiu que não precisava mais usá-la ou que ela lhe seria mais útil depois de morta. Mas daquilo que não me restam dúvidas é: Amy não terá mais comportamentos errados que passem um mau modelo aos jovens.
E se acha que estou a ser insensível para com alguém que, tragicamente, perdeu a vida, relembro a sensibilidade que Deus exige a cada jovem, incluindo Amy:
"Alegra-te, jovem, na tua mocidade, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração, e pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas estas coisas te trará Deus a juízo" (Eclesiastes 11:9).Tal e qual muitos outros, só falta um capítulo na vida desta jovem: o final acerto de contas com Deus. Oxalá no fim dos seus dias, no coração dela tenha restado algo que não conseguimos por agora saber...
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Conta-se que o médico estava temeroso. Alexandre, o Grande, havia deixado seu cavalo doente para tratamento e havia dito que, se recebesse o aviso de sua morte, o portador da notícia seria, também, morto. Agora, o cavalo jazia morto. O que fazer? Quem ousaria contar o triste fato ao imperador? O médico não tinha coragem. Soldados recusavam-se a fazê-lo. Um filósofo, embora alertado sobre as consequências, decidiu voluntariamente que ele contaria ao rei a trágica notícia. "Vim trazer notícias de seu cavalo", anunciou, ao ser introduzido diante do rei.
- Como está meu cavalo? – perguntou Alexandre.
- Não tão bem quanto o senhor desejava – continuou o filósofo.
- O que, exatamente, isso quer dizer?
- Digo que, desde ontem, seu cavalo não come.
- O que mais?
- Também desde ontem, seu cavalo não se move.
Cada vez mais preocupado, Alexandre perguntou:
- O que mais?
- Desde ontem, também não respira.
- Então ele está morto! – esbravejou o jovem imperador.
- O senhor é quem está dizendo! – astutamente replicou o filósofo.
A veracidade da história pode ser questionada, visto que já a ouvi diversas vezes, porém nunca encontrei uma fonte escrita que a confirmasse. Talvez até tenha acontecido com outro rei. O fato é que a narrativa, embora se refira a um cavalo, faz uma descrição simplista do que é viver: comer, mover-se e respirar. Seria isso o que Deus planejou quando fez de Adão uma ‘alma vivente’?
Acredito que não. Acredito que viver é muito mais que comer, mover-se ou respirar. Não é possível imaginar como seria nosso período de vida neste mundo sem as emoções que sentimos, sem os relacionamentos gratificantes que marcam nossa história, sem a consciência da realidade que nos cerca e da capacidade de agir para modificá-la, sem as atividades que provocam alegria, sem os desafios que enfrentamos, sem as aprendizagens de cada dia. Há ainda o aspecto principal – a ligação com Deus, que nos dá o pleno sentido para a existência. Existir para comer, mover-se ou respirar pode ser vegetar, mas jamais viver em plenitude.
A morte recente da cantora Amy Winehouse, bem como o lamento de seus fãs, fazem-nos pensar no assunto de uma forma um pouco mais profunda. Afinal, o que pode ser mais lamentável: sua morte ou sua vida? Não quero dizer que se deve lamentar que uma pessoa viva ou desejar que morra, mas apenas refletir: podemos considerar vida, no sentido pleno, uma existência que se tornava suportável apenas através da fuga constante da realidade com o uso de drogas, legais ou ilegais? Podemos considerar vida a incapacidade de sentir prazer até mesmo nos momentos que supostamente deveriam ser agradáveis, nas viagens a lugares inebriantes, estadias em hotéis luxuosos, reconhecimento e aclamação pelo trabalho? Podemos considerar vida uma existência tão marcada pela necessidade de anestesiar-se que impede a pessoa de realizar o que mais ama e demonstrar o talento inquestionável?
Se, com empatia, formos capazes de olhar além de toda a polêmica causada, dos flashes que satisfaziam os paparazzi, de todo o alarde que causava na mídia, podemos ver um ser humano em dor emocional lacerante e constante, que necessitava de drogas psicotrópicas para anestesiar sua sensação de vazio e sofrimento. Amy comia (talvez não muito), movia-se (cada vez com menor coordenação) e respirava. Existia, porém não vivia.
E então, lamentamos por sua morte? Sem dúvida. Ela não estava nos planos do Criador para o ser humano, e se ela é contrária à Sua natureza, é contrária também à nossa. Esse é um sentimento plantado em nosso coração pelo próprio Deus. Entretanto, acredito que mais digna de lamentação é a constatação de uma existência que já não sabia o que era viver.
“Eu vim para que tenhais vida, e vida em abundância” (Jo 10:10). Esse é o plano dAquele que nos doou a vida. E diante de nossa incapacidade, como espécie decaída, de manter esse dom, Ele ainda “amou o mundo de tal maneira, que deu Seu filho Unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha vida eterna” (Jo 3:16). Que diferença! Ao invés da existência, vida plena e eterna! Existir ou viver? Escolher Jesus é escolher a vida.
(Lilian Martins Larroca, professora e psicopedagoga)
Fonte: Existir ou viver?
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Inscrição : 08/05/2010
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