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Expressão Grega: mathetes

Discípulo, do grego “Mathetes” do verbo “Mathano”, (maqhthv, ou o))) significa pupilo, aluno, discípulo, aprendiz, aderente. Um discípulo é um aprendiz; que segue tanto os ensinamentos quanto o professor (imita-o).

A palavra grega traduzida como “discípulo”, mathetés, é usada 269 vezes nos Evangelhos e em Atos. Significa uma pessoa “ensinada” ou “treinada”.

No Evangelho de João encontramos três definições para a palavra discípulo:

i. O discípulo é alguém que está envolvido com a Palavra de Deus de maneira contínua: “Dizia, pois, Jesus aos judeus que nele creram: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sois meus discípulos” (Jo 8:31).
ii. O discípulo é alguém que dá a sua vida pelos outros: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei a vós... Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13:34 e 35).
iii. O discípulo é alguém que permanece diariamente em uma união frutífera com Cristo: “Eu sou a videira; vós as varas. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer... Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.” (Jo 15:5 e 8).


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No Novo Testamento, a palavra grega mathetes, que significa “discípulo”, é encontrada exclusivamente nos Evangelhos e no livro de Atos. Embora Paulo nunca use o termo, muitas vezes ele descreve aqueles que tinham as características de serem discípulos. Nos Evangelhos, os seguidores imediatos de Jesus são chamados de “discípulos” e incluem os doze em seu círculo mais íntimo, mais os outros setenta e dois.

Durante o tempo de Jesus na terra, outros professores tinham discípulos, os mais notáveis eram os fariseus (Marcos 2:8 e Lucas 5:33) e João Batista (Mt 9:14). É evidente a partir da prática de João batista, que os professores de diferentes chamados sustentavam diferentes disciplinas dos seus seguidores. A maneira de João foi muito mais de caráter ascético do que o de Jesus (Mt 9:14). O ensinamento de João não só cobria a conduta e modo de vida, mas também um padrão distinto de orar (Lucas 11:1).

Os discípulos de Jesus tiveram uma experiência única. Eles beneficiaram-se do ensino imediato de Jesus (Marcos 10:21), mas também foram testemunhas do drama do plano de salvação de Deus. Eles seguiram um professor que encarna a substância de Seu ensino. Cristo ensinou os primeiros discípulos, pouco a pouco, não só porque eles tinham que remover as suas concepções errôneas (Mt 16:21), mas também porque o significado do que Jesus disse não poderia ser apreciado, a não ser após os acontecimentos de Sua morte e ressurreição (Mt 28:9).

Os grupos dos primeiros discípulos de Jesus, tanto os doze discípulos e os setenta e dois discípulos (Mt 26:20, Lucas 10:1) receberam o ensinamento de Jesus, ensinaram aos outros (Lc 10:1-11), e lhes foi dado o poder de curar (Mt 10:1), e foram enviados para outras cidades para proclamar a mensagem da salvação. No entanto, os doze tiveram destaque especial, com exceção de Judas Iscariotes (cujo lugar foi tomado por Matias, Atos 1:26); eles se tornaram os professores primários da igreja cristã emergente após a morte de Jesus. Sua autoridade na Igreja, dada por Cristo (Mt 16:19, 28:16-20), foi caracterizada por um estilo único de serviço abnegado (Lucas 22:24-30). Para esse grupo de discípulos, que veio a ser conhecido como “apóstolos”, Saulo de Tarso foi adicionado. Na conversão de Saulo na estrada de Damasco, o próprio Cristo apareceu e encomendou Saulo (mais tarde renomeado Paulo) como o apóstolo dos gentios (Atos 9:15; Gal. 1:12, 16).

Versículos chave
Mateus 10:1; 28:16; Atos 6:2, 7

No momento da ascensão de Jesus, o Cristo encomendou os primeiros discípulos a “fazer discípulos de todas as nações” (Mateus 28:19) daí, o termo “discípulo” também é utilizado no livro de Atos para descrever os crentes. Embora Cristo não tivesse diretamente chamado-os de crentes, somos chamados pelo Espírito de Cristo, através da mensagem entregue pelos primeiros discípulos. Nós também devemos “fazer discípulos de todas as nações,” para espalhar o evangelho de modo que ninguém possa afirmar que “nunca soube sobre Jesus.”

Fonte: Holman Treasury of Key Bible Words de Eugene E. Carpenter e Philip W. Comfort.
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Como frisam os léxicos gregos, o emprego que o Novo Testamento faz da palavra mathetes (discípulo) vai de uma referência estreita e limitada aos apóstolos (por exemplo, “os seus doze discípulos” – Mateus 10:1) até o sentido mais abrangente de “toda a multidão dos discípulos” (Lucas 19:37; veja 6:17), às vezes aparentemente encerrando todos os que se ligavam a ele, ouvindo os seus ensinamentos, ainda que o compromisso deles fosse superficial. O evangelho de João distingue essa multidão de discípulos superficiais daqueles que desejavam ser, verdadeiramente, seus discípulos.

Devemos começar no capítulo 6 de João. Observe que a “numerosa multidão” que seguiu a Jesus para o lado leste do mar da Galiléia distinguiu-se no primeiro momento de “seus discípulos” (João 6:2-3,5,8,12 e, especialmente, 16-17, 22- 24). A alimentação milagrosa dos cinco mil estimulou a multidão, cuja conclusão foi que ele era “verdadeiramente, o profeta que devia vir ao mundo” (6:14), com a conseqüência de que “estavam para vir com o intuito de arrebatá-lo para o proclamarem rei” (6:15). Jesus, portanto, agiu rapidamente para separar os seus discípulos desse entusiasmo equivocado, e os compeliu a atravessarem o mar de barco (6:15-21; veja Marcos 6:45). A multidão logo o seguiu, entretanto, e achou Jesus numa sinagoga em Cafarnaum (6:22- 25,59). Mas Jesus reconheceu a motivação materialista no ato de o buscarem (6:26), e o ensino que se seguiu na sinagoga tratava da verdadeira natureza de sua missão e obra, tendo o efeito de desafiar a profundeza do compromisso desse povo, peneirando a multidão.

A multidão tropeçava com a noção de um Messias que daria sua vida para conceder vida eterna aos que o recebessem (6:48-59). Queriam o pão físico que sustentaria a vida por um momento. Eles não queriam, de forma alguma, o pão pelo qual poderiam viver para sempre.

Na grande crise resultante, a palavra discípulo é aplicada num sentido mais abrangente (6:60-61,66). Apesar dos maiores esforços de Jesus, “muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele” (6:66).

O abandono foi tão completo que Jesus até se voltou aos doze com a triste pergunta: “Porventura, quereis também vós outros retirar-vos?” (6:67). Mas Pedro foi rápido em responder: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna” (6:68).

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É tentador enxergar na escolha da palavra uma oposição deliberada ao sistema inteiro dos escribas. O talmid das escolas dos Rabinos é principalmente um aluno. Seu propósito maior é de dominar o conteúdo da Lei e a tradição oral. O produto final das escolas dos Rabinos eram peritos perspicazes e advogados competentes. A vida de um talmid como talmid consistiu no estudo das escritas sagradas, freqüência em aulas, e o debate de passagens ou casos difíceis. O discipulado como Jesus o concebeu não era uma disciplina teórica como esta, mas, um trabalho prático para o qual os homens foram chamados a se dedicarem com toda sua energia. Seu labor não era o estudo e sim a prática. Pescadores deviam tornar pescadores de homens, os camponeses seriam trabalhadores nas vinhas de Deus ou na colheita de Deus. E Jesus era o mestre deles, não tanto como um professor de doutrina correta, porem, mais como um mestre-artesão a quem eles deviam seguir e imitar. O discipulado não foi a matrícula num Colégio rabinico mas a vida de aprendiz na obra do Reino.

Pode ser acrescentado que há algo apropriado na escolha do termo “aprendiz” ao invés de “aluno” como nome para os discípulos de Jesus, quando nós lembramos que o próprio Mestre foi criado como um simples carpinteiro numa aldeia e a maioria dos seus discípulos trabalharam com suas mãos.

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Que Jesus teve discípulos homens é algo que nenhum estudioso jamais negou. Sabemos que durante sua vida pública sempre esteve rodeado por um grupo de homens que o seguiam por toda parte. Mas será que haviam discípulas mulheres? Se fosse assim, teria sido um fenômeno surpreendente e escandaloso, já que entre os judeus do século I era mal visto que um mestre ensinasse a Bíblia para as mulheres e que, além disso, elas o acompanhassem.

Se lemos o primeiro evangelho escrito, o de Marcos, veremos que Jesus só aparece rodeado de homens, nunca de mulheres. Mas o final do evangelho nos depara uma surpresa. Quando Jesus está na cruz, depois de morrer, Marcos diz que “ali havia umas mulheres, olhando de longe: Maria Madalena, Maria, a mãe de Santiago o menor e de José, e Salomé. Elas seguiam Jesus e o serviam quando estava na Galileia. E também havia muitas outras, que o acompanharam a Jerusalém” (Mc 15, 40-41).

Quem são estas mulheres? Marcos dá o nome de algumas delas, as mais conhecidas em seu ambiente, e destaca três características.

A primeira é que “seguiam” Jesus. O verbo “seguir” é um verbo especial, que os evangelhos costumam reservar para os discípulos de Jesus. Por exemplo, quando Jesus chamou Pedro e André, que estavam pescando, eles deixaram as redes e “ seguiram-no ” (Mc 1, 18). Quando chamou Santiago e João, também deixaram seu pai e “ o seguiram ” (Mt 4, 22). Quando convidou Levi, somente lhe disse “siga-me” e ele “ seguiu-o” (Mc 2, 14). E chamou o homem rico, dizendo: “Siga-me” (Mc 10, 21)

Segundo Marcos, uma das condições que Jesus estabelecera a seus discípulos era que “o seguissem” (Mc 8, 34). Tratava-se de algo tão fundamental e a idéia estava tão arraigada nos Doze, que dizem que uma vez o apóstolo João encontrou pelo caminho um homem muito bom, crente, que até realizava milagres, mas não fora considerado discípulo porque “não seguia” Jesus (Mc 9, 38). E quando aqueles Doze discípulos quiseram que Jesus recordasse que eles eram verdadeiros seguidores, disseram-lhe: “Nós deixamos tudo e seguimos o senhor ” (Mc 10, 28).

COM A ESCOLA ÀS COSTAS

Mas não era um seguimento simbólico, como quando dizemos “eu sigo tal autor” para dizer simplesmente que somos adeptos de suas idéias. Não. Jesus pedia o seguimento físico, literal, pelos lugares e povoados que ele percorria pregando e curando doentes. Essa era a principal diferença com os outros mestres e rabinos de sua época. Estes reuniam seus discípulos num lugar ou centro de estudo, onde eles aprendiam a Lei, e depois voltavam para suas casas. Além disso, o plano de estudos que lhes ofereciam durava uma quantidade fixa de anos. Em compensação, Jesus inventara algo inovador. Não os convocava para nenhuma escola nem lhes oferecia um curso fixo: convidava-os a experimentar em sua própria vida a Boa Nova que ele pregava. E para isso os levava a todas partes para que vissem como aparecia o Reino de Deus entre as pessoas.

Bem, se Marcos nos diz que aquelas mulheres que estavam ao pé da cruz “seguiam Jesus”, é porque faziam parte do grupo itinerante de seus discípulos.

NÃO É SÓ LAVAR OS PRATOS

O evangelista diz também que elas é que “serviam” Jesus quando estava na Galileia. Mas que tipo de serviço prestavam no grupo? Normalmente, pensa-se que faziam trabalhos “de mulheres”, isto é, cozinhar, servir a mesa, lavar os pratos, costurar a roupa. Um grupo itinerante, como o de Jesus, precisaria de alguém que se ocupasse destas atividades.

E bem podiam ter sido essas as tarefas delas. Mas vemos que muitas destas funções eram feitas pelos homens . Assim, os discípulos aparecem servindo a comida (Mc 6, 41), recolhendo as sobras (Jn 6, 12), comprando alimentos (Jn 4, 8). No evangelho de Marcos, a palavra “servir” não significa fazer tarefas domésticas, senão anunciar o Evangelho. Ao falar de sua missão neste mundo, Jesus disse que não veio “para ser servido, senão servir e dar sua vida” (Mc 10, 48). Ou seja, servir, na linguagem evangélica, significa dar a vida pelos irmãos, mas cumprindo uma missão evangelizadora. Essa, diz Jesus, é a missão de todo discípulo (Lc 12, 35-48; 17, 7-10). Inclusive a perfeição cristã é obtida com o serviço (Mt 25, 44).

Em outras palavras, se estas mulheres “serviam” Jesus é porque de alguma maneira pregavam o Evangelho, curavam doentes, expulsavam demônios e realizavam as mesmas funções dos demais discípulos, não porque cumprissem tarefas de cozinha e de limpeza.

Por último, Marcos diz que elas “ subiram a Jerusalém com Jesus”. Isto é, não eram mulheres locais, que ao inteirar-se de sua morte se reuniram espontaneamente para contemplar o macabro espetáculo, senão mulheres da Galileia que haviam viajado com Jesus e seus discípulos a Jerusalém para celebrar a Páscoa. Fizeram, pois, a longa viagem relatada em Mc 10, 1 - 11, 11.

OUTROS NOMES PARA A MESMA FUNÇÃO

Se Jesus teve durante sua vida pública, além dos Doze, um grupo de mulheres que o acompanhavam em suas viagens e em sua missão, por que Marcos não falou sobre elas em seu evangelho, mencionando-as somente no final? Talvez, porque sua presença no grupo de Jesus era um dado escandaloso para os leitores. Por isso preferiu não falar sobre elas. Mas o fato de que elas estivessem presentes durante sua morte, e inclusive durante sua ressurreição, era tão conhecido que Marcos já não pôde ficar calado.

Mas Marcos não é o único evangelista que as menciona. Elas são mencionadas em Mateus também, quando relata a morte de Jesus, acrescenta: “ Ali havia muitas mulheres, olhando de longe, aquelas que seguiram Jesus desde a Galileia para servi-lo. Entre elas estavam Maria Madalena, María a mãe de Santiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu” (Mt 27, 55-56).

Mateus, assim como Marcos, dá o nome de três delas. Somente muda o da terceira mulher. Enquanto Marcos cita Salomé, Mateus fala da mãe dos filhos de Zebedeu (isto é, a mãe de Santiago e João). Talvez, Mateus tenha feito isso porque não sabia quem era Salomé. Em compensação, sabía que a mãe dos Zebedeus esteve seguindo Jesus durante sua vida; de fato, ela é mencionada em uma cena (Mt 20, 20). De qualquer maneira, ele fala a mesma coisa que Marcos: seguiam o Senhor e o serviam.

EMBORA PREJUDICASSE SEU MARIDO

Lucas também menciona as mulheres discípulas no final da vida de Jesus (Lc 23, 49; 23, 55). Mas este autor nos depara uma surpresa, pois fez algo que nenhum outro evangelista fez: menciona-as como acompanhantes de Jesus “durante” sua vida pública.

Segundo Lucas, em certa ocasião, Jesus ia para a Galileia: “Percorria as cidades e povoados, proclamando e anunciando o Reino de Deus; acompanhavam-no os Doze discípulos e algumas mulheres que foram curadas de espíritos malignos e doenças: Maria, chamada Madalena, da qual sairam sete demônios; Joana, mulher de Cusa, um alto funcionário de Herodes; Susana, e muitas outras que o serviam com seus bens” (Lc 8, 1-3).

Observemos como o evangelista coloca tanto os Doze como as mulheres num mesmo nível, já que une os dois grupos com a conjunção “e”, que serve para igualá-los. Também nos diz que eram mulheres de boa posição econômica, já que ajudavam economicamente o movimento de Jesus com seu próprio dinheiro.

Mas sobretudo resulta interessante ver os nomes que aparecem na lista, especialmente o de uma tal Joana. Dizem que estava casada com Cusa. Ele era nada menos que um funcionário de Herodes Antipas, governador da Galileia, com quem Jesus se levava tão mal. A tensão entre ambos se devia a que Antipas mandara degolar João, o Batista, por considerá-lo seu inimigo.

Que terá dito Antipas, ao inteirar-se de que a esposa de um de seus homens mais importantes andava deambulando atrás de Jesus, um Mestre revolucionário radical e ex- discípulo de João, o Batista? Para piorar as coisas, em certa ocasião o próprio Jesus criticou publicamente Antipas, chamando-o de “raposa”, por seu temperamento pérfido e cobiçoso (Lc 13, 31-32). Tudo isto, deve ter feito perigar o posto de Cusa? Será que o governador ficou bravo e o expulsou do seu trabalho? Não sabemos. O que sim sabemos é que Joana, apesar de ter colocado em risco a carreira de seu marido, nunca abandonou o Mestre e o seguiu até o final (Lc 24, 10).

AS LIÇÕES FEMININAS

O fato de que os evangelhos mencionem nada menos que em cinco oportunidades um grupo de mulheres que seguiam Jesus é, sem dúvida, um indício de que estamos diante de um valioso depoimento histórico. Mas falta responder umas perguntas: estas mulheres também escutavam os ensinamentos privados de Jesus, ou não? Estavam, também nesse sentido, no mesmo nível que os discípulos homens?

A questão é importante porque na época de Jesus, os judeus não permitiam que as mulheres estudassem a Palavra de Deus. Pensava-se que elas estavam em condições intelectuais inferiores e que era perigoso ensinar-lhes algo tão sagrado pelos erros que podiam extrair das Escrituras. Sabemos, por exemplo, que os rabinos diziam: “É preferível queimar o Livro da Lei, antes que mostrá-lo para uma mulher”. Outro mestre judeu, Rabí Eliezer, no século I d.C. comentava: “Quem ensina a Lei para sua filha, ensina-lhe obscenidades”. Também diziam os rabinos: “Todos os males que existem no mundo entram, durante o tempo que os homens perdem falando com as mulheres”. Diante deste clima adverso à educação das mulheres, como é que Jesus agiu?

Os evangelhos não nos dizem nada. No entanto, quando elas vão a sua tumba, na manhã de Páscoa e a encontram vazia, São Lucas conta que apareceram dois anjos e lhes dizem: “Por que procuram entre os mortos aquele que está vivo? Não está aqui, ressuscitou. Lembrem-se como lhes falou quando ainda estava na Galileia, dizendo: ‘É necessário que o Filho do Homem seja entregue nas mãos dos pecadores e seja crucificado, e no terceiro dia ressuscite’”. E Lucas continua: “Elas, então, recordaram suas palavras” (Lc 24, 5-8). Nesta passagem se repete duas vezes a palavra “recordar”. Ou seja que, segundo Lucas, as mulheres escutaram os ensinos privados que Jesus dera na Galileia sobre os últimos acontecimentos de sua vida e que nos evangelhos aparecem como transmitidas somente par aos homens (Lc 9, 18-27). Marcos (16, 6-7) também dá a entender que elas participaram desses ensinamentos.

UMA OUSADIA ESCANDALOSA

Durante sua vida, Jesus configurou um novo tipo de discipulado itinerante. Mas sua atitude mais inovadora e audaz foi a de ter admitido mulheres nesse grupo, que viajavam com ele, compartilhando essas instruções.

Em sua época, as mulheres não gozavam de tais liberdades. Não era bem visto que tivessem tratamento direto com homens que não fossem seus próprios familiares (Jn 4, 27). E, quando iam ao templo , com motivo de uma festa religiosa, não podiam ingressar no pátio onde estavam os homens, devendo permanecer num claustro exclusivo. Também quando iam rezar nas sinagogas, permaneciam separadas dos homens.

Afastadas dos problemas sociais, excluídas da vida pública, separadas dos debates religiosos, sem concorrência em questões políticas, eram as grandes perdedoras na sociedade judia dos tempos de Jesus. Sua função se reduzia ao cuidado da casa e dos filhos. Por isso não deixa de surpreender a ousadia do Mestre de Nazaré.

A ATITUDE DO CORAÇÃO

Se normalmente as pessoas criticavam Jesus, dizendo que era um comilão e um bêbado, amigo de pecadores (Mt 11, 19) e de prostitutas (Lc 7, 39); denominavam-no de louco (Mc 3, 20-21) e endemoninhado (Jn 8, 48). Mas vê-lo, além disso, acompanhado por um séquito de mulheres sem maridos, algumas das quais eram antigas endemoninhadas, que o sustentavam economicamente e que viajavam com ele pelas zonas rurais da Galileia, escutando e aprendendo seus ensinamentos, deve ter sido algo escandaloso e, sem dúvida, deve ter aumentado a desconfiança de sua pessoa. As pessoas certamente deveriam perguntar como era possível que um mestre afamado como ele admitisse pessoas que a tradição judia considerava não capacitadas para o estudo e para o serviço religioso. Mas a resposta de Jesus, ao aceitá-las em seu grupo, foi que toda pessoa é apta para o serviço de Deus.

Nas mãos de Jesus, no grupo de Jesus, na escola de Jesus, todos somos valiosos e importantes. Mais ainda, todos somos necessários. Daquelas mulheres, que a sociedade da época não considerava, Jesus soube extrair enormes riquezas e descobrir um potencial impressionante. Porque nosso valor como pessoas não depende da aceitação dos demais, nem de que os outros nos reconheçam ou aprovem. Depende do chamado de Jesus para cada um. Isso é o que torna alguém extraordinariamente importante. E ele ainda continua, chamando-nos a fazer coisas grandiosas. Todos. Basta escutá-lo e perguntar-lhe: aonde nos quer levar?
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Ariel Álvarez Valdés. Doutor em Teologia Bíblica, Santiago del Estero, Argentina. Artigo publicado na revista Mensaje, www.mensaje.cl
Autor: Ariel Álvarez Valdés
Fonte: Mirada Global
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Maria Madalena no Novo Testamento - Ela acreditava que Jesus Cristo realmente era o Messias. (Lucas 8:2; 11:26; Marcos 16:9). Madalena esteve presente na crucificação e no funeral de Cristo, juntamente com Maria de Nazaré e outras mulheres. (Mateus 27:56; Marcos 15:40; Lucas 23:49; João 19.25) (Mateus 27:61; Marcos 15.47; Lucas 23:55). No sábado após a crucificação, saiu do Calvário rumo a Jerusalém com outros crentes para poder comprar certos perfumes, a fim de preparar o corpo de Cristo da forma como era de costume funerário. Permaneceu na cidade durante todo o sábado, e no dia seguinte, de manhã muito cedo, "quando ainda estava escuro", foi ao sepulcro, achou-o vazio, e recebeu de um anjo a notícia de que Cristo havia ressuscitado e foi-lhe dito que devia informar tal fato aos apóstolos. (Mateus 28:1-10; Marcos 16:1-5,10,11; Lucas 24:1-10; João 20:1,2; compare com João 20:11-18). Nada mais se sabe sobre ela a partir da leitura dos Evangelhos Canônicos.

Quem era Maria Madalena? (mp3)

Maria Madalena se tornou objeto de grande atenção nos anos recentes. Numa livraria comum, pode encontrar vários livros que alegam expor a verdade sobre esta discípula de Jesus.

Antes de ser enganado por fábulas fascinantes, deve se entender que o gnosticismo, a mesma filosofia que exalta Maria Madalena, contradiz a palavra de Deus em muitos outros pontos. Nega a perfeição do Criador, dizendo que Jeová, e não o homem, causou a imperfeição e o sofrimento no mundo. Nega a doutrina fundamental de salvação pelo sangue de Jesus, dizendo que a salvação não vem pela fé, e sim pelo conhecimento.

Não tentaremos responder neste pequeno artigo a todos os erros do gnosticismo (muitos estudiosos da Bíblia têm refutado tais doutrinas ao longo dos séculos), nem a todos os mitos antigos e modernos sobre esta discípula de Jesus.

Como nossa ênfase sempre está no ensinamento bíblico, vamos examinar o que a Bíblia ensina sobre Maria Madalena:

1 - Sete demônios saíram dela (Lucas 8:2).
2 - Ela era uma das mulheres que ajudaram Jesus e seus discípulos enquanto estes pregavam o evangelho (Lucas 8:1-3).
3 - Ela e muitas outras mulheres seguiram Jesus desde a Galiléia quando ele foi para Jerusalém no final do seu ministério (Mateus 27:55-56).
4 - Quando Jesus foi levado para ser crucificado, ela e outras seguiram de longe (Mateus 27:55-56; Marcos 15:40-41).
5 - Quando Jesus foi sepultado, ela foi uma das mulheres que observou o lugar onde o corpo foi posto (Marcos 15:45-47).
6 - Ela e outras mulheres foram ao túmulo no primeiro dia da semana para embalsamar o corpo de Jesus (Marcos 16:1-2; Mateus 28:1).
7 - Quando ela encontrou o sepulcro aberto, correu para avisar Pedro e João (João 20:1-2).
8 - Ela foi uma das primeiras a receber a notícia da ressurreição quando um anjo falou às mulheres perto do túmulo aberto (Mateus 28:5-6). Anunciou a boa notícia aos discípulos (Lucas 24:9-10).
9 - Ela foi uma das primeiras pessoas a ver Jesus depois da ressurreição (Mateus 28:8-10; João 20:13-18).

Agora, observe o que a Bíblia não diz:

1 - Não diz que Maria Madalena era a pecadora citada em Lucas 7:36-50.
2 - Não diz que era a mesma Maria, irmã de Marta e Lázaro.
3 - Não sugere nenhum tipo de relacionamento especial ou íntimo entre Jesus e Maria. Sempre fala de Maria junto com outras mulheres.
4 - Depois da ascensão de Jesus, a Bíblia nunca mais menciona o nome de Maria Madalena.

“Pois haverá tempo em que ... se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas” (2 Timóteo 4:3-5).

– por Dennis Allan
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Inscrição : 08/05/2010

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