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Arminianismo
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02102011
Arminianismo
Jacó Armínio
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Sínodo de Dort
Metodismo
Pentecostalismo
Doutrina
Depravação total
Eleição condicional
Expiação ilimitada
Graça preveniente
Preservação condicional
Diferente de
Monergismo
Calvinismo
Amiraldismo
Predestinação
Pelagianismo
Semipelagianismo
Personalidades
Jacó Armínio
Simon Episcopus
Hugo Grócio
Os Remonstrantes
John Wesley
Dwight L. Moody
Documentos
Os Cinco Artigos da Remonstrancia
Igrejas
Assembleia de Deus (desambiguação)
Batistas Livre Arbítrio
Batistas Gerais
Exército da Salvação
Igreja de Deus
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Igreja Metodista
Igreja Remonstrante
Igreja Adventista do Sétimo Dia
Definição
O Arminianismo é uma escola de pensamento soterológica de dentro do cristianismo protestante, baseada sobre idéias do teólogo reformado holandes Jacobus Arminius (1560 - 1609)[1] e seus seguidores históricos, os Remonstrantes. A aceitação doutrinária se estende por boa parte do cristianismo desde os primeiros argumentos entre Atanásio e Orígenes, até a defesa de Agostinho de Hipona do "pecado original."
Desde o século XVI, muitos cristãos incluindo os batistas (Ver A History of the Baptists terceira edição por Robert G. Torbet) tem sido influenciados pela visão arminiana. Também os metodistas, os congregacionalistas das primeiras colônias da Nova Inglaterra nos séculos XVII e XVIII, e os universalistas e unitários nos séculos XVIII e XIX.
O arminianismo segue os seguintes princípios:
- Os seres humanos são naturalmente incapazes de fazer qualquer esforço para a salvação. (veja também graça preveniente)
- A salvação só é possível pela graça de Deus, a qual não pode ser merecida.
- Nenhuma obra de esforço humano pode causar ou contribuir para a salvação.
- A eleição divina é condicional a fé no sacrifício e Senhorio de Jesus Cristo.
- A expiação de Cristo foi feita em nome de todas as pessoas.
- Deus permite que sua graça seja resistida por aqueles que livremente rejeitam a Cristo.
- Os crentes são capazes de resistir ao pecado, mas não estão além da possibilidade de queda da graça através da persistência, sem o arrependimento do pecado.[2]
Dentro do vasto campo da história da teologia cristã, o arminianismo está intimamente relacionado com o calvinismo (ou teologia reformada), sendo que os dois sistemas compartilham a mesma história e muitas doutrinas. No entanto, eles são frequentemente vistos como rivais dentro do evangelicalismo por causa de suas divergências sobre os detalhes das doutrina da predestinação e da salvação.[4]
Retrato de Jacobus Arminius.
Embora tenha sido discípulo do notável calvinista Teodoro de Beza, Arminius defendeu uma forma evangélica de sinergismo (crença que a salvação do homem depende da cooperação entre Deus e o homem), que é contrário ao monergismo, do qual faz parte o calvinismo (crença de que a salvação é inteiramente determinada por Deus, sem nenhuma participação livre do homem). O sinergismo arminiano difere substancialmente de outras formas de sinergismo, tais como o pelagianismo e o semipelagianismo, como se demonstrará adiante. De modo análogo, também há variações entre as crenças monergistas, tais como o supra-lapsarianismo e o infra-lapsarianismo.
Arminius não foi primeiro e nem o último sinergista na história da Igreja. De fato, há dúvidas quanto ao fato de que ele tenha introduzido algo de novo na teologia cristã. Os próprios arminianos costumavam afirmar que os pais da Igreja grega dos primeiros séculos da era cristã e muitos dos teólogos católicos medievais eram sinergistas, tais como o reformador católico Erasmo de Roterdã. Até mesmo Philipp Melanchthon (1497-1560), companheiro de Lutero na reforma alemã, era sinergista, embora o próprio Lutero não fosse.
Arminius e seus seguidores divergiram do monergismo calvinista por entenderem que as crenças calvinistas na eleição incondicional (e especialmente na reprovação incondicional), na expiação limitada e na graça irresistível:
- seriam incompatíveis com o caráter de Deus, que é amoroso, compassivo, bom e deseja que todos se salvem.
- violariam o caráter pessoal da relação entre Deus e o homem.
- levariam à conseqüência lógica inevitável de que Deus fosse o autor do mal e do pecado.
Para se compreender os motivos que levaram à aguda controvérsia entre o calvinismo e o arminianismo, é preciso compreender o contexto histórico e político no qual se inseriam os Países Baixos à época.
De acordo com historiadores, tais como Carl Bangs, autor de "Arminius: A Study in the Dutch Reformation (1985)", as igrejas reformadas da região eram protestantes, em sentido geral, e não rigidamente calvinistas. Embora aceitassem o catecismo de Heidelberg como declaração primária de fé, não exigiam que seus ministros ou teólogos aderissem aos princípios calvinistas, que vinham sendo desenvolvidos em Genebra, por Beza. Havia relativa tolerância entre os protestantes holandeses. De fato, havia tanto calvinistas quanto luteranos. Os seguidores do sinergismo de Melanchthon conviviam pacificamente com os que professavam o supralapsarianismo de Beza. O próprio Arminius, acostumado com tal "unidade na diversidade", mostrou-se estarrecido, em algumas ocasiões, com as exageradas reações calvinistas ao seu ensino.
Essa convivência pacífica começou a ser destruída quando Franciscus Gomarus, colega de Arminius na Universidade de Leiden, passou a defender que os padrões doutrinários das igrejas e universidades holandesas fossem calvinistas. Então, lançou um ataque contra os moderados, incluindo Arminius.
De início, a campanha para impor o calvinismo não foi bem sucedida. Tanto a igreja quanto o Estado não consideravam que a teologia de Arminius fosse heterodoxa. Isso mudou quando a política passou a interferir no processo.
À época, os países baixos, liderados pelo príncipe Maurício de Nassau, calvinista, estavam em guerra contra a dominação da Espanha, católica. Alguns calvinistas passaram a convencer os governantes dos Países Baixos, e especialmente o príncipe Nassau, de que apenas a sua teologia proveria uma proteção segura contra a influência do catolicismo espanhol. De fato, caricaturas da época apresentavam Arminius como um jesuíta disfarçado. Nada disso foi jamais comprovado.
Depois da morte de Arminius, o governo começou a interferir cada vez mais na controvérsia teológica sobre predestinação. O príncipe Nassau destituiu os arminianos dos cargos políticos que ocupavam. Um arminiano foi executado e outros foram presos. O conflito teológico atingiu tamanha proporção que levou a Igreja a convocar o Sínodo Nacional da Igreja Reformada, em Dort, mais conhecido como o Sínodo de Dort, onde os arminianos, conhecidos como "remonstrantes", tiveram a oportunidade de defender seus pontos de vista perante as autoridades, partidárias do calvinismo. As discussões ocorreram em 154 reuniões iniciadas em 13 de novembro 1618 e encerrada em 9 de maio de 1619, cujo o assunto era a predestinação incondicional defendida pelo calvinismo e a predestinação condicional defendida pelo arminianismo. Os arminianos acabaram sendo condenados como hereges, destituídos de seus cargos eclesiásticos e seculares, tiveram suas propriedades expropriadas e foram exilados.
Logo que Maurício de Nassau morreu, os calvinistas perderam o seu poder na região e os arminianos puderam retornar ao país, onde fundaram igrejas e um seminário, o qual até hoje existe na Holanda (Remonstrants Seminarium).
Em síntese, as igrejas protestantes holandesas continham diversidade teológica, à época de Arminius. Tanto monergistas quanto sinergistas eram ali representados e conviviam pacificamente. O que levou a visão monergista à supremacia foi o poder do Estado, representado pelo príncipe Maurício de Nassau, que perseguiu os sinergistas.
Para Arminius e seus seguidores, sua teologia também era compatível com a reforma protestante. Em sua opinião, tanto o calvinismo quanto o arminianismo são duas correntes inseridas na reforma protestante, por serem, ambas, compatíveis com o lema dos reformados sola gratia, sola fide, sola scriptura.
Teologia
A teologia arminiana geralmente cai em um dos dois grupos - Arminianismo Clássico, elaborado a partir do ensino de Jacobus Arminius - e Arminianismo Wesleyano, com base principalmente de Wesley. Ambos os grupos se sobrepõem consideravelmente.
Arminianismo Clássico
O arminianismo clássico (às vezes chamado de arminianismo reformado) é o sistema teológico que foi apresentado por Jacobus Arminius e mantido pelos Remonstrantes[5]; sua influência serve como base para todos os sistemas arminianos. A lista de crenças é dado abaixo:
- A Depravação é total: Arminius declarou: "Neste estado [caído], o livre arbítrio do homem para o verdadeiro bem não está apenas ferido, enfermo, dobrado, e enfraquecido, mas ele está também preso, destruído, e perdido. E os seus poderes não só estão debilitados e inúteis a menos que seja assistido pela graça, mas não tem poder nenhum exceto como está animado pela graça divina."[6]
- A Expiação destina-se para todos: Jesus foi para todas as pessoas, Jesus atrai todos a si mesmo, e todas as pessoas têm oportunidade para a salvação pela fé.[7]
- A morte de Jesus satisfaz a justiça de Deus: A penalidade pelos pecados dos eleitos é pago integralmente através da obra de Jesus na cruz. Assim, a expiação de Cristo é destinado a todos, mas requer fé para ser efetuada. Armíno declarou "Justificação, quando usado para o ato de um juiz, ou é meramente a imputação da justiça através da misericórdia ... ou que o homem é justificado diante de Deus ... de acordo com o rigor da justiça sem perdão."[8] Stephen Ashby esclarece "Arminius considera apenas duas maneiras possíveis em que o pecador pode ser justificado: (1) pela nossa adesão absoluta e perfeita à lei, ou (2) puramente pela imputação da justiça de Deus de Cristo."[9]
- A graça é resistível: Deus toma a iniciativa no processo de salvação e a sua graça vem a todas as pessoas. Esta graça (muitas vezes chamado de preveniente ou pré-graça regeneradora) age em todas as pessoas para convencê-los do Evangelho, desenhá-los fortemente para a salvação, e permitir a possibilidade de uma fé sincera. Picirilli declarou "Certamente esta graça está tão perto de regeneração que leva inevitavelmente a regeneração se finalmente resistiu." [10] A oferta de salvação pela graça de não agir irresistivelmente em um puramente de causa-efeito, o método determinístico, mas sim em uma de influência e moda resposta que tanto pode ser livremente aceita e livremente negada. [11]
- O homem tem livre arbítrio para responder ou resistir: O livre-arbítrio é limitado pela soberania de Deus, mas a soberania de Deus permite que todos os homens tenham a opção de aceitar o Evangelho de Jesus através da fé, simultaneamente, permite que todos os homens resistam.
- A eleição é condicional: Arminius define eleição como "o decreto de Deus pelo qual, de Si mesmo, desde a eternidade, decretou justificar em Cristo, os crentes, e a aceitá-los para a vida eterna."[12] Só Deus determina quem será salvo e sua determinação é que todos os que crêem em Jesus através da fé sejam justificados. Segundo Arminius, "Deus respeita ninguém em Cristo a menos que sejam enxertados nele pela fé". [12]
- Deus predestina os eleitos, para um futuro glorioso: A predestinação não é a predeterminação de quem vai acreditar, mas sim a predeterminação da herança futura do crente. Os eleitos são, portanto, predestinados a filiação através da adoção, a glorificação, e a vida eterna. [13]
- A segurança eterna é também condicional: condicional Todos os crentes têm plena certeza da salvação com a condição de que eles permaneçam em Cristo. A salvação está condicionada à fé, perseverança, portanto, também está condicionada.[14] Apostasia (desvio de Cristo) só é cometida por uma deliberada e proposital rejeição de Jesus e renúncia da fé.[15]
Os Cinco Artigos da Remonstrancia que os seguidores de Arminius formularam em 1610 o estado acima de crenças relativas (I) eleição condicional, (II) expiação ilimitada, (III) depravação total, (IV) depravação total e a graça resistível, e (V) possibilidade de apostasia. Note, entretanto, que o artigo quinto não nega completamente a perseverança dos santos, Arminius mesmo, disse que "nunca me ensinaram que um verdadeiro crente pode cair ... longe da fé ... ainda não vou esconder que há passagens de Escritura que parecem-me usar este aspecto, e as respostas a elas que me foi permitido ver, não são como a gentileza de aprovar-se em todos os pontos para o meu entendimento ".[16] Além disso, o texto dos artigos da Remonstrancia diz que nenhum crente pode ser arrancado da mão de Cristo, e à questão da apostasia, "a perda da salvação" é necessário mais estudos antes que pudesse ser ensinada com plena certeza.
As crenças básicas de Jacobus Arminius e os Remonstrances estão resumidos como tal pelo teólogo Stephen Ashby:
- Antes de ser chamado e capacitado, alguém é incapaz de crer... somente capaz de resistir.
- Depois de ter sido chamado e capacitado, mas antes da regeneração, alguém é capaz de crer... também capaz de resistir.
- Após alguém crer, Deus o regenera, alguém é capaz de continuar crendo... também capaz de resistir.
- Após resistir ao ponto de descrer, alguém é incapaz de acreditar... só capaz de resistir.''[17]
O terceiro ponto sepulta qualquer pretensão de associar o arminianismo ao pelagianismo ou ao semipelagianismo. De fato, a doutrina de Arminius é perfeitamente compatível com a Depravação Total calvinista. Ou seja, em seu estado original o homem é herdeiro da natureza pecaminosa de Adão e totalmente incapaz, até mesmo, de desejar se aproximar de Deus. Nenhum homem nasce com o "livre-arbítrio", ou seja, com a capacidade de não resistir a Deus.
O quarto ponto demonstra claramente que é a graça preveniente que restaura no homem a sua capacidade de não resistir à Deus. Portanto, para Arminius, a salvação é pela graça somente e por meio da fé somente. Nesse sentido, os arminianos do coração concordam com os calvinistas no sentido de que a capacitação, por meio da graça, precede a fé, e que até mesmo a fé salvadora seja um dom de Deus. A diferença está na compreensão da operação dessa graça. Para os calvinistas, a graça é concedida apenas aos eleitos, que a ela não podem resistir. Para os arminianos, a expiação por meio de Jesus Cristo é universal e comunica essa graça preveniente a todos os homens; mas ela pode ser resistida. Assim como o pecado entrou no mundo pelo primeiro Adão, a graça foi concedida ao mundo por meio de Cristo, o segundo Adão (conforme Romanos 5:18, João 1:9 etc.). Nesse sentido, os arminianos entendem que I Timóteo 4:10 aponta para duas salvações em Cristo: uma universal e uma especial para os que creem. A primeira corresponde à graça preveniente, concedida a todos os homens, que lhes restaura o arbítrio, ou seja, a capacidade de não resistir a Deus. Ela é distribuída a todos os homens porque Deus é amor (I João 4:8, João 3:16) e deseja que todos os homens se salvem (I Timóteo 2:4, II Pedro 3:9 etc.), conforme defendido no segundo ponto do arminianismo. A segunda é alcançada apenas pelos que não resistem à graça salvadora e creem em Cristo. Estes são os predestinados, segundo a visão arminiana de predestinação.
Portanto, embora a expressão "livre-arbítrio" seja comumente associada ao arminianismo, ela deve ser entendida como "arbítrio liberto" ou "vontade liberta" pela graça preveniente, convencedora, iluminadora e capacitante que torna possíveis o arrependimento e a fé. Sem a atuação da graça, nenhum homem teria livre-arbítrio.
Ao contrário dos calvinistas, os arminianos creem que essa graça preveniente, concedida a todos os homens, não é uma força irresistível, que leva o homem necessariamente à salvação. Para Arminius, tal graça irresistível violaria o caráter pessoal da relação entre Deus e o homem. Assim, todos os homens continuam a ter a capacidade de resistir à Deus, que já possuíam antes da operação da graça (conforme Atos 7:51, Lucas 7:30, Mateus 23:37 etc.). Portanto, a responsabilidade do homem em sua salvação consiste em não resistir ao Espírito Santo. Este é o coração do sinergismo arminiano, o qual difere radicalmente dos sinergismos pelagiano e semipelagiano.
No que tange à perseverança dos santos, os remonstrantes não se posicionaram, já que deixaram a questão em aberto.
Última edição por Eduardo em Dom Out 02, 2011 1:31 pm, editado 2 vez(es)
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Arminianismo :: Comentários
Citações das obras de Arminius
Os textos a seguir transcritos, escritos pelo próprio Arminius, são úteis para demonstrar algumas de suas idéias.
…Mas em seu estado caído e pecaminoso, o homem não é capaz, de e por si mesmo, pensar, desejar, ou fazer aquilo que é realmente bom; mas é necessário que ele seja regenerado e renovado em seu intelecto, afeições ou vontade, e em todos os seus poderes, por Deus em Cristo através do Espírito Santo, para que ele possa ser capacitado corretamente a entender, avaliar, considerar, desejar, e executar o que quer que seja verdadeiramente bom. Quando ele é feito participante desta regeneração ou renovação, eu considero que, visto que ele está liberto do pecado, ele é capaz de pensar, desejar e fazer aquilo que é bom, todavia não sem a ajuda contínua da Graça Divina.
Com referência à Graça Divina, creio, (1.) É uma afeição imerecida pela qual Deus é amavelmente afetado em direção a um pecador miserável, e de acordo com a qual ele, em primeiro lugar, doa seu Filho, "para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna," e, depois, ele o justifica em Cristo Jesus e por sua causa, e o admite no direito de filhos, para salvação. (2.) É uma infusão (tanto no entendimento humano quanto na vontade e afeições,) de todos aqueles dons do Espírito Santo que pertencem à regeneração e renovação do homem - tais como a fé, a esperança, a caridade, etc.; pois, sem estes dons graciosos, o homem não é capaz de pensar, desejar, ou fazer qualquer coisa que seja boa. (3.) É aquela perpétua assistência e contínua ajuda do Espírito Santo, de acordo com a qual Ele age sobre o homem que já foi renovado e o excita ao bem, infundindo-lhe pensamentos salutares, inspirando-lhe com bons desejos, para que ele possa dessa forma verdadeiramente desejar tudo que seja bom; e de acordo com a qual Deus pode então desejar trabalhar junto com o homem, para que o homem possa executar o que ele deseja.
Desta maneira, eu atribuo à graça O COMEÇO, A CONTINUIDADE E A CONSUMAÇÃO DE TODO BEM, e a tal ponto eu estendo sua influência, que um homem, embora regenerado, de forma nenhuma pode conceber, desejar, nem fazer qualquer bem, nem resistir a qualquer tentação do mal, sem esta graça preveniente e excitante, seguinte e cooperante. Desta declaração claramente parecerá que de maneira nenhuma eu faço injustiça à graça, atribuindo, como é dito de mim, demais ao livre-arbítrio do homem. Pois toda a controvérsia se reduz à solução desta questão, "a graça de Deus é uma certa força irresistível"? Isto é, a controvérsia não diz respeito àquelas ações ou operações que possam ser atribuídas à graça, (pois eu reconheço e ensino muitas destas ações ou operações quanto qualquer um,) mas ela diz respeito unicamente ao modo de operação, se ela é irresistível ou não. A respeito da qual, creio, de acordo com as escrituras, que muitas pessoas resistem ao Espírito Santo e rejeitam a graça que é oferecida.
Extraído de As Obras de James Arminius Vol. I
[editar] Arminianismo Wesleyano
Ver artigo principal: Metodismo
John Wesley foi historicamente o advogado mais influente dos ensinos da soterologia arminiana. Wesley concordou com a vasta maioria daquilo que o próprio Arminius defendeu, mantendo doutrinas fortes, tais como as do pecado original, depravação total, eleição condicional, graça preveniente, expiação ilimitada e possibilidade de apostasia.
Wesley, porém, afastou-se do Arminianismo Clássico em três questões:
[editar] Outras Variações
[editar] Teísmo Aberto
Ver artigo principal: Teísmo aberto
[editar] Eleição Corporativa
Mais informações: Eleição incondicional e Eleição corporativa
[editar] Arminianismo e outras visões
Mais informações: Pelagianismo, Semipelagianismo, História do debate calvinista-arminiano
Para compreender o arminianismo é necessário ter compreensão das seguintes alternativas teológicas: pelagianismo, semipelagianismo e calvinismo. Arminianismo, como qualquer outro sistema de crença maior, é freqüentemente mal compreendido tanto pelos críticos quanto pelos futuros adeptos. Abaixo estão listados alguns equívocos comuns.
[editar] Comparação com os protestantes
Esta tabela resume as visões clássicas de três diferentes crenças protestantes sobre a salvação. [23]
[editar] Equívocos Comuns
Muitos críticos do arminianismo, tanto no passado como no presente, afirmam que o arminianismo tolera ou mesmo explicitamente apoia o pelagianismo ou semipelagianismo. Arminius se refere ao pelagianismo como "a grande mentira" e afirmou que "Devo confessar que eu o detesto, do meu coração, as conseqüências [de tal teologia]."[29] David Pawson, um pastor inglês, denunciou a associação como "caluniosa", quando atribuída a doutrina de Arminius ou Wesley.[30] Na verdade a maioria dos arminianos rejeitam todas as acusações de pelagianismo; no entanto, devido principalmente aos adversários calvinistas,[31] [32] os dois termos permanecem entrelaçados no uso popular.
[editar] Comparação com o Calvinismo
Ver artigo principal: História do debate calvinista-arminiano
Desde sempre, Arminius e seus seguidores se revoltaram contra o calvinismo no início do século XVII, a soteriologia protestante tem sido amplamente dividida entre calvinismo e arminianismo. O extremo do calvinismo é o hipercalvinismo, que insiste que os sinais da eleição devem ser procurados antes de evangelização do inregenerado ocorrer e que os eternamente condenados não têm a obrigação de se arrepender e crer, e o extremo do arminianismo é o pelagianismo, que rejeita a doutrina do pecado original em razão da responsabilidade moral, mas a esmagadora maioria dos protestantes, pastores evangélicos e teólogos se prendem a um destes dois sistemas ou em algum lugar entre eles.
[editar] Similaridades
[editar] Diferenças
[editar] Veja também
editar] Leitura adicional
Referências
[editar] Ligações externas
Os textos a seguir transcritos, escritos pelo próprio Arminius, são úteis para demonstrar algumas de suas idéias.
…Mas em seu estado caído e pecaminoso, o homem não é capaz, de e por si mesmo, pensar, desejar, ou fazer aquilo que é realmente bom; mas é necessário que ele seja regenerado e renovado em seu intelecto, afeições ou vontade, e em todos os seus poderes, por Deus em Cristo através do Espírito Santo, para que ele possa ser capacitado corretamente a entender, avaliar, considerar, desejar, e executar o que quer que seja verdadeiramente bom. Quando ele é feito participante desta regeneração ou renovação, eu considero que, visto que ele está liberto do pecado, ele é capaz de pensar, desejar e fazer aquilo que é bom, todavia não sem a ajuda contínua da Graça Divina.
Com referência à Graça Divina, creio, (1.) É uma afeição imerecida pela qual Deus é amavelmente afetado em direção a um pecador miserável, e de acordo com a qual ele, em primeiro lugar, doa seu Filho, "para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna," e, depois, ele o justifica em Cristo Jesus e por sua causa, e o admite no direito de filhos, para salvação. (2.) É uma infusão (tanto no entendimento humano quanto na vontade e afeições,) de todos aqueles dons do Espírito Santo que pertencem à regeneração e renovação do homem - tais como a fé, a esperança, a caridade, etc.; pois, sem estes dons graciosos, o homem não é capaz de pensar, desejar, ou fazer qualquer coisa que seja boa. (3.) É aquela perpétua assistência e contínua ajuda do Espírito Santo, de acordo com a qual Ele age sobre o homem que já foi renovado e o excita ao bem, infundindo-lhe pensamentos salutares, inspirando-lhe com bons desejos, para que ele possa dessa forma verdadeiramente desejar tudo que seja bom; e de acordo com a qual Deus pode então desejar trabalhar junto com o homem, para que o homem possa executar o que ele deseja.
Desta maneira, eu atribuo à graça O COMEÇO, A CONTINUIDADE E A CONSUMAÇÃO DE TODO BEM, e a tal ponto eu estendo sua influência, que um homem, embora regenerado, de forma nenhuma pode conceber, desejar, nem fazer qualquer bem, nem resistir a qualquer tentação do mal, sem esta graça preveniente e excitante, seguinte e cooperante. Desta declaração claramente parecerá que de maneira nenhuma eu faço injustiça à graça, atribuindo, como é dito de mim, demais ao livre-arbítrio do homem. Pois toda a controvérsia se reduz à solução desta questão, "a graça de Deus é uma certa força irresistível"? Isto é, a controvérsia não diz respeito àquelas ações ou operações que possam ser atribuídas à graça, (pois eu reconheço e ensino muitas destas ações ou operações quanto qualquer um,) mas ela diz respeito unicamente ao modo de operação, se ela é irresistível ou não. A respeito da qual, creio, de acordo com as escrituras, que muitas pessoas resistem ao Espírito Santo e rejeitam a graça que é oferecida.
Extraído de As Obras de James Arminius Vol. I
[editar] Arminianismo Wesleyano
Ver artigo principal: Metodismo
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Wesley, porém, afastou-se do Arminianismo Clássico em três questões:
- Expiação – A expiação para Wesley é um híbrido da teoria da substituição penal e da teoria governamental de Hugo Grócio, advogado e um dos Remonstrantes. Steven Harper expõe: "Wesley não colocou o elemento substitucionário dentro de uma armação legal …Preferencialmente [sua doutrina busca] trazer para dentro do próprio relacionamento a 'justiça' entre o amor de Deus pelas pessoas e a aversão de Deus ao pecado …isso não é a satisfação de uma demanda legal por justiça; assim, muito disso é um ato de reconciliação imediato."[18]
- Possibilidade de apostasia – Wesley aceitou completamente a visão arminiana de que cristãos genuínos podem apostatar e perder sua salvação. Seu famoso sermão "A Call to Backsliders" demostra claramente isso. Harper resume da seuinte forma: "o ato de cometer pecado não é ele mesmo fundamento para perda da salvação … a perda da salvação está muito mais relacionada a experiências que são profundas e prolongadas. Wesley via dois caminhos principais que resultam em uma definitiva queda da graça: pecado não confessado e a atitude de apostasia."[19] Wesley discorda de Arminius, contudo, ao sustentar que tal apostasia não é final. Quando menciona aqueles que naufragaram em sua fé (1 Tim 1:19), Wesley argumenta que "não apenas um, ou cem, mas, estou convencido, muitos milhares … incontáveis são os exemplos … daqueles que tinham caído, mas que agora estão de pé"[20]
- Perfeição cristã – Conforme o ensino de Wesley, cristãos podem alcançar um estado de perfeição prática. Isso significa uma falta de todo pecado voluntário, mediante a capacitação do Espírito Santo em sua vida. Perfeição cristã (ou santificação inteira), conforme Wesley, é "pureza de intenção; toda vida dedicada a Deus" e "a mente que estava em Cristo, nos capacita a andar como Cristo andou." Isso é "amar a Deus de todo o seu coração, e os outros como você mesmo".[21] Isso é 'uma restauração não apenas para favor, mas também para a imagem de Deus," nosso ser "encheu-se com a plenitude de Deus".[22] Wesley esclareceu que a perfeição cristã não implica perfeição física ou em uma infabilidade de julgamento. Para ele, significa que não devemos violar a longanimidade da vontade de Deus, por permanecer em transgressões involuntárias. A perfeição cristã coloca o sujeito sob a tentação, e por isso há a necessidade contínua de oração pelo perdão e santidade. Isso não é uma perfeição absoluta mas uma perfeição em amor. Além disso, Wesley nunca ensinou um salvação pela perfeição, mas preferiu dizer que "santidade perfeita é aceitável a Deus somente através de Jesus Cristo."[21]
[editar] Outras Variações
[editar] Teísmo Aberto
Ver artigo principal: Teísmo aberto
[editar] Eleição Corporativa
Mais informações: Eleição incondicional e Eleição corporativa
[editar] Arminianismo e outras visões
Mais informações: Pelagianismo, Semipelagianismo, História do debate calvinista-arminiano
Para compreender o arminianismo é necessário ter compreensão das seguintes alternativas teológicas: pelagianismo, semipelagianismo e calvinismo. Arminianismo, como qualquer outro sistema de crença maior, é freqüentemente mal compreendido tanto pelos críticos quanto pelos futuros adeptos. Abaixo estão listados alguns equívocos comuns.
[editar] Comparação com os protestantes
Esta tabela resume as visões clássicas de três diferentes crenças protestantes sobre a salvação. [23]
'Tema' | Luteranismo | Calvinismo | Arminianismo |
Arbítrio humano | Depravação total, sem o livre-arbítrio | Depravação total, sem o livre-arbítrio | A depravação não se opõe ao livre-arbítrio |
Eleição | Inconditional, eleição somente para a salvação | Eleição incondicional para a salvação e danação | Eleição condicional, tendo em conta a previsão da fé ou incredulidade |
Justificação | Justificação de todas os que creêm cocluída na morte de Cristo. | Justificação é limitada para os eleitos para a salvação, concluída na morte de Cristo. | Justificação é possível para todos, mas só se completa quando alguém escolhe a fé. |
Conversão | Através dos meios de graça, resistível | Sem meios, irresistível | Envolverá o livre arbítrio e é resistível |
Preservação e apostasia | Cair da graça é possível, mas Deus dá garantia de preservação. | Perseverança dos santos, uma vez salvo, sempre salvo | Conservação sob a condição de perseverar na fé com a possibilidade de uma total e definitiva apostasia. |
- Arminianismo suporta salvação baseada em obras - Nenhum sistema conhecido de arminianismo nega a salvação "somente pela fé" e "pela fé do primeiro ao último". Este equívoco é muitas vezes dirigido contra a possibilidade de apostasia arminiana, que os críticos exigem manutenção contínua das boas obras para alcançar a salvação final. Para os arminianos, no entanto, tanto a salvação inicial e a segurança eterna são "apenas pela fé"; daí "pela fé do primeiro ao último". Crença que a fé é a condição para entrar no Reino de Deus; a incredulidade é a condição para sair do Reino de Deus - não a falta de boas obras.[24] [25] [26]
- Arminianismo é pelagiano (ou semipelagiano), nega o pecado original e a depravação total - Nenhum sistema de arminianismo fundado em Arminius ou Wesley nega o pecado original ou depravação total;[27] tanto Arminius quanto Wesley fortemente afirmaram que a condição básica do homem é tal que ele não pode ser justo, compreender a Deus, ou buscar a Deus.[28]
Muitos críticos do arminianismo, tanto no passado como no presente, afirmam que o arminianismo tolera ou mesmo explicitamente apoia o pelagianismo ou semipelagianismo. Arminius se refere ao pelagianismo como "a grande mentira" e afirmou que "Devo confessar que eu o detesto, do meu coração, as conseqüências [de tal teologia]."[29] David Pawson, um pastor inglês, denunciou a associação como "caluniosa", quando atribuída a doutrina de Arminius ou Wesley.[30] Na verdade a maioria dos arminianos rejeitam todas as acusações de pelagianismo; no entanto, devido principalmente aos adversários calvinistas,[31] [32] os dois termos permanecem entrelaçados no uso popular.
- Arminianismo nega o pagamento substitutivo de Jesus pelos pecados - Tanto Arminius quanto Wesley acreditavam na necessidade e suficiência da expiação de Cristo por meio da substituição.[33] Arminius declarou que a justiça de Deus foi satisfeita individualmente[34] enquanto Hugo Grotius e muitos dos seguidores de Wesley ensinaram que Deus foi satisfeito governamentalmente.[35]
[editar] Comparação com o Calvinismo
Ver artigo principal: História do debate calvinista-arminiano
Desde sempre, Arminius e seus seguidores se revoltaram contra o calvinismo no início do século XVII, a soteriologia protestante tem sido amplamente dividida entre calvinismo e arminianismo. O extremo do calvinismo é o hipercalvinismo, que insiste que os sinais da eleição devem ser procurados antes de evangelização do inregenerado ocorrer e que os eternamente condenados não têm a obrigação de se arrepender e crer, e o extremo do arminianismo é o pelagianismo, que rejeita a doutrina do pecado original em razão da responsabilidade moral, mas a esmagadora maioria dos protestantes, pastores evangélicos e teólogos se prendem a um destes dois sistemas ou em algum lugar entre eles.
[editar] Similaridades
- Depravação total – arminianos concordam com os calvinistas sobre a doutrina da depravação total. As diferenças ficam na compreensão de como Deus medica a depravação humana.
- Efeito substitucionário da expiação – arminianos também afirmam como os calvinistas o efeito substitucionário da expiação de Cristo e que esse efeito está limitado somente ao eleito. Arminianos clássicos concordam com os calvinistas que esta substituição foi uma satisfação penal por todo o eleito, enquanto a maioria dos arminianos wesleyanos sustentam que a substituição foi em natureza governamental.
[editar] Diferenças
- Natureza da eleição – arminianos defendem que a eleição para salvação eterna está ligada a condição da fé. A doutrina calvinista da eleição incondicional declara que a salvação não pode ser ganhada ou alcançada e, portanto, não depende de qualquer esforço humano, de modo que a fé não é uma condição de salvação, mas os meios divinos para isso. Em outras palavras, arminianos acreditam que devem sua eleição a sua fé, enquanto que os calvinistas acreditam que devem sua fé a sua eleição.
- Natureza da graça – arminianos acreditam que através da graça de Deus, é restaurado o livre-arbítrio concernente a salvação da toda a humanidade, e que cada indivíduo, portanto, é capaz de aceitar o chamado do Evangelho através da fé ou resistí-la através da incredulidade. Calvinistas defendem que a graça de Deus que permite a salvação é dada somente ao eleito e que irresistivelmente o conduz a salvação.
- Extensão da expiação – arminianos, juntamente com os quatro pontos calvinistas ou amiraldiano, defendem uma tiragem universal e extensão universal da expiação em vez da doutrina calvinista que a tiragem e expiação é limitado em extenção somente aos eleitos. Ambos os lados (com a exceção dos hipercalvinistas) acreditam que o convite do Evangelho é universal e que "deve ser apresentado a todo o mundo, [eles] podem ser alcançados sem qualquer distinção."[36]
- Perseverança na fé – arminianos acreditam que a salvação futura e a vida eterna está segura em Cristo e protegida de todas as forças externas, mas é condicional sobre permanecer em Cristo e pode ser perdida através da apostasia. Calvinistas tradicionais acreditam na doutrina da perseverança dos santos, que diz que porque Deus escolheu alguns para a salvação e efetivamente paga por seus pegados particulares, Ele os conserva da apostasia e que aquels que apostataram nunca foram verdadeiramente regenerados (que é, novo nascimento). Calvisnistas não tradicionais e outros evangelicais defendem uma similar, mas diferente doutrina de segurança eterna que ensina, se uma pessoa já foi salva, sua salvação nunca pode estar em perigo, mesmo se a pessoa abandone completamente a fé.
[editar] Veja também
editar] Leitura adicional
- Four Views on Eternal Security. Grand Rapids: Zondervan, 2002. ISBN 0310234395
- Forlines, Leroy F.. The Quest for Truth: Answering Life's Inescapable Questions. Nashville: Randall House Publications, 2001. ISBN 0892658649
- Forster, Roger. God's Strategy in Human History. [S.l.]: Wipf & Stock Publishers, 2000. ISBN 1579102735
- Mcgonigle, Herbert. Sufficient Saving Grace. Carlisle: Paternoster, 2001. ISBN 1842270451
- Olson, Roger. Arminian Theology: Myths and Realities. Downers Grove: IVP Academic, 2006. ISBN 0830828419
- Pawson, David. Once Saved, Always Saved? A Study in Perseverance and Inheritance. London: Hodder & Stoughton, 1996. ISBN 0340610662
- Picirilli, Robert. Grace, Faith, Free Will: Contrasting Views of Salvation. Nashville: Randall House Publications, 2002. ISBN 0892656484
- (2003) "Will The Real Arminius Please Stand Up? A Study of the Theology of Jacobus Arminius in Light of His Interpreters". Integrity: A Journal of Christian Thought 2: 121-139.
- Shank, Robert. Elect in the Son. Minneapolis: Bethany House Publishers, 1989. ISBN 1556610920
- Why I Am Not a Calvinist. Downers Grove: InterVarsity Press, 2004. ISBN 0830832491
- Wesley, John. "The Question, 'What Is an Arminian?' Answered by a Lover of Free Grace"
- Witski, Steve. "Free Grace or Forced Grace?" from The Arminian Magazine, Spring 2001
- Satama, Mikko (2009). "Aspects of Arminian Soteriology in Methodist-Lutheran Ecumenical Dialogues in 20th and 21st Century" Master's Thesis, University of Helsinki, Faculty of Theology.
Referências
- ↑ Magnusson, Magnus (ed). Chambers Biographical Dictionary (Chambers: Cambridge University Press, 1995) 62
- ↑ Encyclopædia Britannica: Arminianism
- ↑ Olson, Roger E. Arminian Theology: Myths and Realities (Downers Grove: Intervarsity Press, 2006) 17–18, 23, 80–82, 142–145, 152
- ↑ Gonzalez, Justo L. The Story of Christianity, Vol. Two: The Reformation to the Present Day (New York: Harpercollins Publishers, 1985; reprint – Peabody: Prince Press, 2008) 180
- ↑ Ashby, Stephen "Reformed Arminianism" Four Views on Eternal Security (Grand Rapids: Zondervan, 2002), 137
- ↑ Arminius, James The Writings of James Arminius (three vols.), tr. James Nichols and W.R. Bagnall (Grand Rapids: Baker, 1956), I:252
- ↑ Arminius I:316
- ↑ Arminius III:454
- ↑ Ashby Four Views, 140
- ↑ Picirilli, Robert Grace, Faith, Free Will: Contrasting Views of Salvation: Calvinism and Arminianism (Nashville: Randall House Publications, 2002), 154ff
- ↑ Forlines, Leroy F., Pinson, Matthew J. and Ashby, Stephen M. The Quest for Truth: Answering Life's Inescapable Questions (Nashville: Randall House Publications, 2001), 313–321
- ↑ a b Arminius Writings, 3:311
- ↑ Pawson, David Once Saved, Always Saved? A Study in Perseverance and Inheritance (London: Hodder & Staughton, 1996), 109ff
- ↑ Picirilli Grace, Faith, Free Will 203
- ↑ Picirilli 204ff
- ↑ Arminius Writings, I:254
- ↑ Ashby Four Views, 159
- ↑ Harper, Steven "Wesleyan Arminianism" Four Views on Eternal Security (Grand Rapids: Zondervan, 2002) 227ff
- ↑ Harper 239-240
- ↑ Wesley, John "A Call to Backsliders" The Works of John Wesley, ed. Thomas Jackson, 14 vols. (London: Wesley Methodist Book Room, 1872; repr, Grand Rapids: Baker, 1986) 3:211ff
- ↑ a b Wesley, John "A Plain Account of Christian Perfection", Works
- ↑ Wesley, John "The End of Christ’s Coming", Works
- ↑ Quadro elaborado a partir, embora não seja copiado, de Lange, Lyle W.God So Loved the Word: A Study of Christian Doctrine. Milwaukee: Northwestern Publishing House, 2006. p. 448.
- ↑ Pawson Once Saved, Always Saved? 121-124
- ↑ Picirilli Grace, Faith, Free Will 160ff
- ↑ Ashby Four Views on Eternal Security 142ff
- ↑ Ashby 138-139
- ↑ Arminius, Writings 2:192
- ↑ Arminius Writings, II:219ff (the entire treatise occupies pages 196-452)
- ↑ Pawson Once Saved, Always Saved?, 106
- ↑ Pawson 97-98, 106
- ↑ Picirilli Grace, Faith, Free Will, 6ff
- ↑ Picirilli Grace, Faith, Free Will 104-105, 132ff
- ↑ Ashby Four Views on Eternal Security 140ff
- ↑ Picirilli Grace, Faith, Free Will 132
- ↑ Nicole, Roger, "Covenant, Universal Call And Definite Atonement" Journal of the Evangelical Theological Society 38:3 (September 1995)
- Arminian Theology – Myths and Realities
- Arminianismo.com
[editar] Ligações externas
- Arminian Theology – Myths and Realities
- Arminianismo.com
- As Obras de James Arminius Vol. I
- As Obras de James Arminius Vol. II
- The Works of James Arminius, Vol. 1
- The Works of James Arminius, Vol. 2
- The Works of James Arminius, Vol. 3
- Sociedade de Arminianos Evangélicos
- O que é um Arminiano? por John Wesley
- Sermão #58: "Sobre a Predestinação" por John Wesley
- "Eleição Coletiva em Romans 9", Journal of the Evangelical Theological Society, June 2006 por Brian Abasciano (perspectiva arminiana)
- A Natureza da Teologia Wesleyana por J. Kenneth Grider (perspectiva arminiana)
- Características do Arminianismo de Wesley por Luke L. Keefer, Jr. (perspectiva arminiana)
- Teologia Wesleyana: Arminianismo por Gregory S. Neal (perspectiva metodista)
- Arminianismo da Enciclopédia Católica
- Uma Comparação da Teologia Arminiana com a Tradição Calvinista (perspectiva calvinista)
- Christian Cyclopedia article on Arminianism (perspectiva luterana)
- Calvinist Theological Seminary (perspectiva calvinista)
O Arminianismo (também chamado tradição reformada arminiana, a fé reformada arminiana, ou teologia reformada arminiana) é uma escola de pensamento soterológica de dentro do cristianismo protestante, baseada sobre idéias do teólogo reformado holandes Jacobus Arminius (1560 - 1609)[1] e seus seguidores históricos, os Remonstrantes. A aceitação doutrinária se estende por boa parte do cristianismo desde os primeiros argumentos entre Atanásio e Orígenes, até a defesa de Agostinho de Hipona do "pecado original."
O arminianismo holandês foi originalmente articulado na Remonstrância (1610), uma declaração teológica assinada por 45 ministros e apresentado ao estado holandês. O Sínodo de Dort (1618–19) foi chamado pelos estados gerais para mudar a Remonstrância. Os cinco pontos da Remonstrância afirmam que:
O ponto crucial do arminianismo remonstrante reside na afirmação de que a dignidade humana requer a liberdade perfeita do arbítrio. [2]
Desde o século XVI, muitos cristãos incluindo os batistas (Ver A History of the Baptists terceira edição por Robert G. Torbet) tem sido influenciados pela visão arminiana. Também os metodistas, os congregacionalistas das primeiras colônias da Nova Inglaterra nos séculos XVII e XVIII, e os universalistas e unitários nos séculos XVIII e XIX.
O termo arminianismo é usado para definir aqueles que afirmam as crenças originadas por Jacobus Arminius, porém o termo também pode ser entendido de forma mais ampla para um agrupamento maior de idéias, incluindo as de Hugo Grotius, John Wesley e outros. Há duas perspectivas principais sobre como o sistema pode ser aplicado corretamente: arminianismo clássico, que vê em Arminius o seu representante; e arminianismo wesleyano, que vê em John Wesley o seu representante. O arminianismo wesleyano é por vezes sinônimo de metodismo. Além disso, o arminianismo é muitas vezes mal interpretado por alguns dos seus críticos que o incluem no semipelagianismo ou no pelagianismo, ainda que os defensores de ambas as perspectivas principais neguem veementemente essas alegações.[3]
Dentro do vasto campo da história da teologia cristã, o arminianismo está intimamente relacionado com o calvinismo (ou teologia reformada), sendo que os dois sistemas compartilham a mesma história e muitas doutrinas. No entanto, eles são frequentemente vistos como rivais dentro do evangelicalismo por causa de suas divergências sobre os detalhes das doutrina da predestinação e da salvação.[4]
[editar] História
Retrato de Jacobus Arminius.
Embora tenha sido discípulo do notável calvinista Teodoro de Beza, Arminius defendeu uma forma evangélica de sinergismo (crença que a salvação do homem depende da cooperação entre Deus e o homem), que é contrário ao monergismo, do qual faz parte o calvinismo (crença de que a salvação é inteiramente determinada por Deus, sem nenhuma participação livre do homem). O sinergismo arminiano difere substancialmente de outras formas de sinergismo, tais como o pelagianismo e o semipelagianismo, como se demonstrará adiante. De modo análogo, também há variações entre as crenças monergistas, tais como o supra-lapsarianismo e o infra-lapsarianismo.
Arminius não foi primeiro e nem o último sinergista na história da Igreja. De fato, há dúvidas quanto ao fato de que ele tenha introduzido algo de novo na teologia cristã. Os próprios arminianos costumavam afirmar que os pais da Igreja grega dos primeiros séculos da era cristã e muitos dos teólogos católicos medievais eram sinergistas, tais como o reformador católico Erasmo de Roterdã. Até mesmo Philipp Melanchthon (1497-1560), companheiro de Lutero na reforma alemã, era sinergista, embora o próprio Lutero não fosse.
Arminius e seus seguidores divergiram do monergismo calvinista por entenderem que as crenças calvinistas na eleição incondicional (e especialmente na reprovação incondicional), na expiação limitada e na graça irresistível:
[editar] Contexto histórico
Para se compreender os motivos que levaram à aguda controvérsia entre o calvinismo e o arminianismo, é preciso compreender o contexto histórico e político no qual se inseriam os Países Baixos à época.
De acordo com historiadores, tais como Carl Bangs, autor de "Arminius: A Study in the Dutch Reformation (1985)", as igrejas reformadas da região eram protestantes, em sentido geral, e não rigidamente calvinistas. Embora aceitassem o catecismo de Heidelberg como declaração primária de fé, não exigiam que seus ministros ou teólogos aderissem aos princípios calvinistas, que vinham sendo desenvolvidos em Genebra, por Beza. Havia relativa tolerância entre os protestantes holandeses. De fato, havia tanto calvinistas quanto luteranos. Os seguidores do sinergismo de Melanchthon conviviam pacificamente com os que professavam o supralapsarianismo de Beza. O próprio Arminius, acostumado com tal "unidade na diversidade", mostrou-se estarrecido, em algumas ocasiões, com as exageradas reações calvinistas ao seu ensino.
Essa convivência pacífica começou a ser destruída quando Franciscus Gomarus, colega de Arminius na Universidade de Leiden, passou a defender que os padrões doutrinários das igrejas e universidades holandesas fossem calvinistas. Então, lançou um ataque contra os moderados, incluindo Arminius.
De início, a campanha para impor o calvinismo não foi bem sucedida. Tanto a igreja quanto o Estado não consideravam que a teologia de Arminius fosse heterodoxa. Isso mudou quando a política passou a interferir no processo.
À época, os países baixos, liderados pelo príncipe Maurício de Nassau, calvinista, estavam em guerra contra a dominação da Espanha, católica. Alguns calvinistas passaram a convencer os governantes dos Países Baixos, e especialmente o príncipe Nassau, de que apenas a sua teologia proveria uma proteção segura contra a influência do catolicismo espanhol. De fato, caricaturas da época apresentavam Arminius como um jesuíta disfarçado. Nada disso foi jamais comprovado.
Depois da morte de Arminius, o governo começou a interferir cada vez mais na controvérsia teológica sobre predestinação. O príncipe Nassau destituiu os arminianos dos cargos políticos que ocupavam. Um arminiano foi executado e outros foram presos. O conflito teológico atingiu tamanha proporção que levou a Igreja a convocar o Sínodo Nacional da Igreja Reformada, em Dort, mais conhecido como o Sínodo de Dort, onde os arminianos, conhecidos como "remonstrantes", tiveram a oportunidade de defender seus pontos de vista perante as autoridades, partidárias do calvinismo. As discussões ocorreram em 154 reuniões iniciadas em 13 de novembro 1618 e encerrada em 9 de maio de 1619, cujo o assunto era a predestinação incondicional defendida pelo calvinismo e a predestinação condicional defendida pelo arminianismo. Os arminianos acabaram sendo condenados como hereges, destituídos de seus cargos eclesiásticos e seculares, tiveram suas propriedades expropriadas e foram exilados.
Logo que Maurício de Nassau morreu, os calvinistas perderam o seu poder na região e os arminianos puderam retornar ao país, onde fundaram igrejas e um seminário, o qual até hoje existe na Holanda (Remonstrants Seminarium).
Em síntese, as igrejas protestantes holandesas continham diversidade teológica, à época de Arminius. Tanto monergistas quanto sinergistas eram ali representados e conviviam pacificamente. O que levou a visão monergista à supremacia foi o poder do Estado, representado pelo príncipe Maurício de Nassau, que perseguiu os sinergistas.
Para Arminius e seus seguidores, sua teologia também era compatível com a reforma protestante. Em sua opinião, tanto o calvinismo quanto o arminianismo são duas correntes inseridas na reforma protestante, por serem, ambas, compatíveis com o lema dos reformados sola gratia, sola fide, sola scriptura.
[editar] Teologia
A teologia arminiana geralmente cai em um dos dois grupos - Arminianismo Clássico, elaborado a partir do ensino de Jacobus Arminius - e Arminianismo Wesleyano, com base principalmente de Wesley. Ambos os grupos se sobrepõem consideravelmente.
[editar] Arminianismo Clássico
O arminianismo clássico (às vezes chamado de arminianismo reformado) é o sistema teológico que foi apresentado por Jacobus Arminius e mantido pelos Remonstrantes[5]; sua influência serve como base para todos os sistemas arminianos. A lista de crenças é dado abaixo:
Os Cinco Artigos da Remonstrância que os seguidores de Arminius formularam em 1610 o estado acima de crenças relativas (I) eleição condicional, (II) expiação ilimitada, (III) depravação total, (IV) depravação total e a graça resistível, e (V) possibilidade de apostasia. Note, entretanto, que o artigo quinto não nega completamente a perseverança dos santos, Arminius mesmo, disse que "nunca me ensinaram que um verdadeiro crente pode cair ... longe da fé ... ainda não vou esconder que há passagens de Escritura que parecem-me usar este aspecto, e as respostas a elas que me foi permitido ver, não são como a gentileza de aprovar-se em todos os pontos para o meu entendimento ".[16] Além disso, o texto dos artigos da Remonstrancia diz que nenhum crente pode ser arrancado da mão de Cristo, e à questão da apostasia, "a perda da salvação" é necessário mais estudos antes que pudesse ser ensinada com plena certeza.
As crenças básicas de Jacobus Arminius e os Remonstrances estão resumidos como tal pelo teólogo Stephen Ashby:
O arminianismo holandês foi originalmente articulado na Remonstrância (1610), uma declaração teológica assinada por 45 ministros e apresentado ao estado holandês. O Sínodo de Dort (1618–19) foi chamado pelos estados gerais para mudar a Remonstrância. Os cinco pontos da Remonstrância afirmam que:
- a eleição (e condenação no dia do jugamento) foi condicionada pela fé racional ou não-fé do homem;
- a expiação, embora qualitativamente suficiente à todos os homens, só é eficaz ao homem de fé;
- sem o auxílio do Espírito Santo, nenhuma pessoa é capaz de responder à vontade de Deus;
- a graça não é irresistível; e
- os crentes são capazes de resistir ao pecado, mas não estão fora da possibilidade de cair da graça.
O ponto crucial do arminianismo remonstrante reside na afirmação de que a dignidade humana requer a liberdade perfeita do arbítrio. [2]
Desde o século XVI, muitos cristãos incluindo os batistas (Ver A History of the Baptists terceira edição por Robert G. Torbet) tem sido influenciados pela visão arminiana. Também os metodistas, os congregacionalistas das primeiras colônias da Nova Inglaterra nos séculos XVII e XVIII, e os universalistas e unitários nos séculos XVIII e XIX.
O termo arminianismo é usado para definir aqueles que afirmam as crenças originadas por Jacobus Arminius, porém o termo também pode ser entendido de forma mais ampla para um agrupamento maior de idéias, incluindo as de Hugo Grotius, John Wesley e outros. Há duas perspectivas principais sobre como o sistema pode ser aplicado corretamente: arminianismo clássico, que vê em Arminius o seu representante; e arminianismo wesleyano, que vê em John Wesley o seu representante. O arminianismo wesleyano é por vezes sinônimo de metodismo. Além disso, o arminianismo é muitas vezes mal interpretado por alguns dos seus críticos que o incluem no semipelagianismo ou no pelagianismo, ainda que os defensores de ambas as perspectivas principais neguem veementemente essas alegações.[3]
Dentro do vasto campo da história da teologia cristã, o arminianismo está intimamente relacionado com o calvinismo (ou teologia reformada), sendo que os dois sistemas compartilham a mesma história e muitas doutrinas. No entanto, eles são frequentemente vistos como rivais dentro do evangelicalismo por causa de suas divergências sobre os detalhes das doutrina da predestinação e da salvação.[4]
Índice [esconder]
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Retrato de Jacobus Arminius.
Embora tenha sido discípulo do notável calvinista Teodoro de Beza, Arminius defendeu uma forma evangélica de sinergismo (crença que a salvação do homem depende da cooperação entre Deus e o homem), que é contrário ao monergismo, do qual faz parte o calvinismo (crença de que a salvação é inteiramente determinada por Deus, sem nenhuma participação livre do homem). O sinergismo arminiano difere substancialmente de outras formas de sinergismo, tais como o pelagianismo e o semipelagianismo, como se demonstrará adiante. De modo análogo, também há variações entre as crenças monergistas, tais como o supra-lapsarianismo e o infra-lapsarianismo.
Arminius não foi primeiro e nem o último sinergista na história da Igreja. De fato, há dúvidas quanto ao fato de que ele tenha introduzido algo de novo na teologia cristã. Os próprios arminianos costumavam afirmar que os pais da Igreja grega dos primeiros séculos da era cristã e muitos dos teólogos católicos medievais eram sinergistas, tais como o reformador católico Erasmo de Roterdã. Até mesmo Philipp Melanchthon (1497-1560), companheiro de Lutero na reforma alemã, era sinergista, embora o próprio Lutero não fosse.
Arminius e seus seguidores divergiram do monergismo calvinista por entenderem que as crenças calvinistas na eleição incondicional (e especialmente na reprovação incondicional), na expiação limitada e na graça irresistível:
- seriam incompatíveis com o caráter de Deus, que é amoroso, compassivo, bom e deseja que todos se salvem.
- violariam o caráter pessoal da relação entre Deus e o homem.
- levariam à conseqüência lógica inevitável de que Deus fosse o autor do mal e do pecado.
[editar] Contexto histórico
Para se compreender os motivos que levaram à aguda controvérsia entre o calvinismo e o arminianismo, é preciso compreender o contexto histórico e político no qual se inseriam os Países Baixos à época.
De acordo com historiadores, tais como Carl Bangs, autor de "Arminius: A Study in the Dutch Reformation (1985)", as igrejas reformadas da região eram protestantes, em sentido geral, e não rigidamente calvinistas. Embora aceitassem o catecismo de Heidelberg como declaração primária de fé, não exigiam que seus ministros ou teólogos aderissem aos princípios calvinistas, que vinham sendo desenvolvidos em Genebra, por Beza. Havia relativa tolerância entre os protestantes holandeses. De fato, havia tanto calvinistas quanto luteranos. Os seguidores do sinergismo de Melanchthon conviviam pacificamente com os que professavam o supralapsarianismo de Beza. O próprio Arminius, acostumado com tal "unidade na diversidade", mostrou-se estarrecido, em algumas ocasiões, com as exageradas reações calvinistas ao seu ensino.
Essa convivência pacífica começou a ser destruída quando Franciscus Gomarus, colega de Arminius na Universidade de Leiden, passou a defender que os padrões doutrinários das igrejas e universidades holandesas fossem calvinistas. Então, lançou um ataque contra os moderados, incluindo Arminius.
De início, a campanha para impor o calvinismo não foi bem sucedida. Tanto a igreja quanto o Estado não consideravam que a teologia de Arminius fosse heterodoxa. Isso mudou quando a política passou a interferir no processo.
À época, os países baixos, liderados pelo príncipe Maurício de Nassau, calvinista, estavam em guerra contra a dominação da Espanha, católica. Alguns calvinistas passaram a convencer os governantes dos Países Baixos, e especialmente o príncipe Nassau, de que apenas a sua teologia proveria uma proteção segura contra a influência do catolicismo espanhol. De fato, caricaturas da época apresentavam Arminius como um jesuíta disfarçado. Nada disso foi jamais comprovado.
Depois da morte de Arminius, o governo começou a interferir cada vez mais na controvérsia teológica sobre predestinação. O príncipe Nassau destituiu os arminianos dos cargos políticos que ocupavam. Um arminiano foi executado e outros foram presos. O conflito teológico atingiu tamanha proporção que levou a Igreja a convocar o Sínodo Nacional da Igreja Reformada, em Dort, mais conhecido como o Sínodo de Dort, onde os arminianos, conhecidos como "remonstrantes", tiveram a oportunidade de defender seus pontos de vista perante as autoridades, partidárias do calvinismo. As discussões ocorreram em 154 reuniões iniciadas em 13 de novembro 1618 e encerrada em 9 de maio de 1619, cujo o assunto era a predestinação incondicional defendida pelo calvinismo e a predestinação condicional defendida pelo arminianismo. Os arminianos acabaram sendo condenados como hereges, destituídos de seus cargos eclesiásticos e seculares, tiveram suas propriedades expropriadas e foram exilados.
Logo que Maurício de Nassau morreu, os calvinistas perderam o seu poder na região e os arminianos puderam retornar ao país, onde fundaram igrejas e um seminário, o qual até hoje existe na Holanda (Remonstrants Seminarium).
Em síntese, as igrejas protestantes holandesas continham diversidade teológica, à época de Arminius. Tanto monergistas quanto sinergistas eram ali representados e conviviam pacificamente. O que levou a visão monergista à supremacia foi o poder do Estado, representado pelo príncipe Maurício de Nassau, que perseguiu os sinergistas.
Para Arminius e seus seguidores, sua teologia também era compatível com a reforma protestante. Em sua opinião, tanto o calvinismo quanto o arminianismo são duas correntes inseridas na reforma protestante, por serem, ambas, compatíveis com o lema dos reformados sola gratia, sola fide, sola scriptura.
[editar] Teologia
A teologia arminiana geralmente cai em um dos dois grupos - Arminianismo Clássico, elaborado a partir do ensino de Jacobus Arminius - e Arminianismo Wesleyano, com base principalmente de Wesley. Ambos os grupos se sobrepõem consideravelmente.
[editar] Arminianismo Clássico
O arminianismo clássico (às vezes chamado de arminianismo reformado) é o sistema teológico que foi apresentado por Jacobus Arminius e mantido pelos Remonstrantes[5]; sua influência serve como base para todos os sistemas arminianos. A lista de crenças é dado abaixo:
- A Depravação é total: Arminius declarou: "Neste estado [caído], o livre arbítrio do homem para o verdadeiro bem não está apenas ferido, enfermo, dobrado, e enfraquecido, mas ele está também preso, destruído, e perdido. E os seus poderes não só estão debilitados e inúteis a menos que seja assistido pela graça, mas não tem poder nenhum exceto como está animado pela graça divina."[6]
- A Expiação destina-se para todos: Jesus foi para todas as pessoas, Jesus atrai todos a si mesmo, e todas as pessoas têm oportunidade para a salvação pela fé.[7]
- A morte de Jesus satisfaz a justiça de Deus: A penalidade pelos pecados dos eleitos é pago integralmente através da obra de Jesus na cruz. Assim, a expiação de Cristo é destinado a todos, mas requer fé para ser efetuada. Armíno declarou "Justificação, quando usado para o ato de um juiz, ou é meramente a imputação da justiça através da misericórdia ... ou que o homem é justificado diante de Deus ... de acordo com o rigor da justiça sem perdão."[8] Stephen Ashby esclarece "Arminius considera apenas duas maneiras possíveis em que o pecador pode ser justificado: (1) pela nossa adesão absoluta e perfeita à lei, ou (2) puramente pela imputação da justiça de Deus de Cristo."[9]
- A graça é resistível: Deus toma a iniciativa no processo de salvação e a sua graça vem a todas as pessoas. Esta graça (muitas vezes chamado de preveniente ou pré-graça regeneradora) age em todas as pessoas para convencê-los do Evangelho, desenhá-los fortemente para a salvação, e permitir a possibilidade de uma fé sincera. Picirilli declarou "Certamente esta graça está tão perto de regeneração que leva inevitavelmente a regeneração se finalmente resistiu." [10] A oferta de salvação pela graça de não agir irresistivelmente em um puramente de causa-efeito, o método determinístico, mas sim em uma de influência e moda resposta que tanto pode ser livremente aceita e livremente negada. [11]
- O homem tem livre arbítrio para responder ou resistir: O livre-arbítrio é limitado pela soberania de Deus, mas a soberania de Deus permite que todos os homens tenham a opção de aceitar o Evangelho de Jesus através da fé, simultaneamente, permite que todos os homens resistam.
- A eleição é condicional: Arminius define eleição como "o decreto de Deus pelo qual, de Si mesmo, desde a eternidade, decretou justificar em Cristo, os crentes, e a aceitá-los para a vida eterna."[12] Só Deus determina quem será salvo e sua determinação é que todos os que crêem em Jesus através da fé sejam justificados. Segundo Arminius, "Deus respeita ninguém em Cristo a menos que sejam enxertados nele pela fé". [12]
- Deus predestina os eleitos, para um futuro glorioso: A predestinação não é a predeterminação de quem vai acreditar, mas sim a predeterminação da herança futura do crente. Os eleitos são, portanto, predestinados a filiação através da adoção, a glorificação, e a vida eterna. [13]
- A segurança eterna é também condicional: condicional Todos os crentes têm plena certeza da salvação com a condição de que eles permaneçam em Cristo. A salvação está condicionada à fé, perseverança, portanto, também está condicionada.[14] Apostasia (desvio de Cristo) só é cometida por uma deliberada e proposital rejeição de Jesus e renúncia da fé.[15]
Os Cinco Artigos da Remonstrância que os seguidores de Arminius formularam em 1610 o estado acima de crenças relativas (I) eleição condicional, (II) expiação ilimitada, (III) depravação total, (IV) depravação total e a graça resistível, e (V) possibilidade de apostasia. Note, entretanto, que o artigo quinto não nega completamente a perseverança dos santos, Arminius mesmo, disse que "nunca me ensinaram que um verdadeiro crente pode cair ... longe da fé ... ainda não vou esconder que há passagens de Escritura que parecem-me usar este aspecto, e as respostas a elas que me foi permitido ver, não são como a gentileza de aprovar-se em todos os pontos para o meu entendimento ".[16] Além disso, o texto dos artigos da Remonstrancia diz que nenhum crente pode ser arrancado da mão de Cristo, e à questão da apostasia, "a perda da salvação" é necessário mais estudos antes que pudesse ser ensinada com plena certeza.
As crenças básicas de Jacobus Arminius e os Remonstrances estão resumidos como tal pelo teólogo Stephen Ashby:
- Antes de ser chamado e capacitado, alguém é incapaz de crer... somente capaz de resistir.
- Depois de ter sido chamado e capacitado, mas antes da regeneração, alguém é capaz de crer... também capaz de resistir.
- Após alguém crer, Deus o regenera, alguém é capaz de continuar crendo... também capaz de resistir.
- Após resistir ao ponto de descrer, alguém é incapaz de acreditar... só capaz de resistir.''[17]
Interpretação dos Cinco Pontos
O terceiro ponto sepulta qualquer pretensão de associar o arminianismo ao pelagianismo ou ao semipelagianismo. De fato, a doutrina de Arminius é perfeitamente compatível com a Depravação Total calvinista. Ou seja, em seu estado original o homem é herdeiro da natureza pecaminosa de Adão e totalmente incapaz, até mesmo, de desejar se aproximar de Deus. Nenhum homem nasce com o "livre-arbítrio", ou seja, com a capacidade de não resistir a Deus.
O quarto ponto demonstra claramente que é a graça preveniente que restaura no homem a sua capacidade de não resistir à Deus. Portanto, para Arminius, a salvação é pela graça somente e por meio da fé somente. Nesse sentido, os arminianos do coração concordam com os calvinistas no sentido de que a capacitação, por meio da graça, precede a fé, e que até mesmo a fé salvadora seja um dom de Deus. A diferença está na compreensão da operação dessa graça. Para os calvinistas, a graça é concedida apenas aos eleitos, que a ela não podem resistir. Para os arminianos, a expiação por meio de Jesus Cristo é universal e comunica essa graça preveniente a todos os homens; mas ela pode ser resistida. Assim como o pecado entrou no mundo pelo primeiro Adão, a graça foi concedida ao mundo por meio de Cristo, o segundo Adão (conforme Romanos 5:18, João 1:9 etc.). Nesse sentido, os arminianos entendem que I Timóteo 4:10 aponta para duas salvações em Cristo: uma universal e uma especial para os que creem. A primeira corresponde à graça preveniente, concedida a todos os homens, que lhes restaura o arbítrio, ou seja, a capacidade de não resistir a Deus. Ela é distribuída a todos os homens porque Deus é amor (I João 4:8, João 3:16) e deseja que todos os homens se salvem (I Timóteo 2:4, II Pedro 3:9 etc.), conforme defendido no segundo ponto do arminianismo. A segunda é alcançada apenas pelos que não resistem à graça salvadora e creem em Cristo. Estes são os predestinados, segundo a visão arminiana de predestinação.
Portanto, embora a expressão "livre-arbítrio" seja comumente associada ao arminianismo, ela deve ser entendida como "arbítrio liberto" ou "vontade liberta" pela graça preveniente, convencedora, iluminadora e capacitante que torna possíveis o arrependimento e a fé. Sem a atuação da graça, nenhum homem teria livre-arbítrio.
Ao contrário dos calvinistas, os arminianos creem que essa graça preveniente, concedida a todos os homens, não é uma força irresistível, que leva o homem necessariamente à salvação. Para Arminius, tal graça irresistível violaria o caráter pessoal da relação entre Deus e o homem. Assim, todos os homens continuam a ter a capacidade de resistir à Deus, que já possuíam antes da operação da graça (conforme Atos 7:51, Lucas 7:30, Mateus 23:37 etc.). Portanto, a responsabilidade do homem em sua salvação consiste em não resistir ao Espírito Santo. Este é o coração do sinergismo arminiano, o qual difere radicalmente dos sinergismos pelagiano e semipelagiano.
No que tange à perseverança dos santos, os remonstrantes não se posicionaram, já que deixaram a questão em aberto.
[editar] Citações das obras de Arminius
Os textos a seguir transcritos, escritos pelo próprio Arminius, são úteis para demonstrar algumas de suas idéias.
…Mas em seu estado caído e pecaminoso, o homem não é capaz, de e por si mesmo, pensar, desejar, ou fazer aquilo que é realmente bom; mas é necessário que ele seja regenerado e renovado em seu intelecto, afeições ou vontade, e em todos os seus poderes, por Deus em Cristo através do Espírito Santo, para que ele possa ser capacitado corretamente a entender, avaliar, considerar, desejar, e executar o que quer que seja verdadeiramente bom. Quando ele é feito participante desta regeneração ou renovação, eu considero que, visto que ele está liberto do pecado, ele é capaz de pensar, desejar e fazer aquilo que é bom, todavia não sem a ajuda contínua da Graça Divina.
Com referência à Graça Divina, creio, (1.) É uma afeição imerecida pela qual Deus é amavelmente afetado em direção a um pecador miserável, e de acordo com a qual ele, em primeiro lugar, doa seu Filho, "para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna," e, depois, ele o justifica em Cristo Jesus e por sua causa, e o admite no direito de filhos, para salvação. (2.) É uma infusão (tanto no entendimento humano quanto na vontade e afeições,) de todos aqueles dons do Espírito Santo que pertencem à regeneração e renovação do homem - tais como a fé, a esperança, a caridade, etc.; pois, sem estes dons graciosos, o homem não é capaz de pensar, desejar, ou fazer qualquer coisa que seja boa. (3.) É aquela perpétua assistência e contínua ajuda do Espírito Santo, de acordo com a qual Ele age sobre o homem que já foi renovado e o excita ao bem, infundindo-lhe pensamentos salutares, inspirando-lhe com bons desejos, para que ele possa dessa forma verdadeiramente desejar tudo que seja bom; e de acordo com a qual Deus pode então desejar trabalhar junto com o homem, para que o homem possa executar o que ele deseja.
Desta maneira, eu atribuo à graça O COMEÇO, A CONTINUIDADE E A CONSUMAÇÃO DE TODO BEM, e a tal ponto eu estendo sua influência, que um homem, embora regenerado, de forma nenhuma pode conceber, desejar, nem fazer qualquer bem, nem resistir a qualquer tentação do mal, sem esta graça preveniente e excitante, seguinte e cooperante. Desta declaração claramente parecerá que de maneira nenhuma eu faço injustiça à graça, atribuindo, como é dito de mim, demais ao livre-arbítrio do homem. Pois toda a controvérsia se reduz à solução desta questão, "a graça de Deus é uma certa força irresistível"? Isto é, a controvérsia não diz respeito àquelas ações ou operações que possam ser atribuídas à graça, (pois eu reconheço e ensino muitas destas ações ou operações quanto qualquer um,) mas ela diz respeito unicamente ao modo de operação, se ela é irresistível ou não. A respeito da qual, creio, de acordo com as escrituras, que muitas pessoas resistem ao Espírito Santo e rejeitam a graça que é oferecida.
Extraído de As Obras de James Arminius Vol. I
Arminianismo Wesleyano
Ver artigo principal: Metodismo
John Wesley foi historicamente o advogado mais influente dos ensinos da soterologia arminiana. Wesley concordou com a vasta maioria daquilo que o próprio Arminius defendeu, mantendo doutrinas fortes, tais como as do pecado original, depravação total, eleição condicional, graça preveniente, expiação ilimitada e possibilidade de apostasia.
Wesley, porém, afastou-se do Arminianismo Clássico em três questões:
[editar] Outras Variações
[editar] Teísmo Aberto
Ver artigo principal: Teísmo aberto
[editar] Eleição Corporativa
Mais informações: Eleição incondicional e Eleição corporativa
[editar] Arminianismo e outras visões
Alegoria da disputa teológica entre arminianos e os seus oponentes
Mais informações: Pelagianismo, Semipelagianismo, História do debate calvinista–arminiano
Para compreender o arminianismo é necessário ter compreensão das seguintes alternativas teológicas: pelagianismo, semipelagianismo e calvinismo. Arminianismo, como qualquer outro sistema de crença maior, é freqüentemente mal compreendido tanto pelos críticos quanto pelos futuros adeptos. Abaixo estão listados alguns equívocos comuns.
[editar] Comparação com os protestantes
Esta tabela resume as visões clássicas de três diferentes crenças protestantes sobre a salvação. [23]
[editar] Equívocos Comuns
Muitos críticos do arminianismo, tanto no passado como no presente, afirmam que o arminianismo tolera ou mesmo explicitamente apoia o pelagianismo ou semipelagianismo. Arminius se refere ao pelagianismo como "a grande mentira" e afirmou que "Devo confessar que eu o detesto, do meu coração, as conseqüências [de tal teologia]."[29] David Pawson, um pastor inglês, denunciou a associação como "caluniosa", quando atribuída a doutrina de Arminius ou Wesley.[30] Na verdade a maioria dos arminianos rejeitam todas as acusações de pelagianismo; no entanto, devido principalmente aos adversários calvinistas,[31] [32] os dois termos permanecem entrelaçados no uso popular.
[editar] Comparação com o Calvinismo
Ver artigo principal: História do debate calvinista-arminiano
Desde sempre, Arminius e seus seguidores se revoltaram contra o calvinismo no início do século XVII, a soteriologia protestante tem sido amplamente dividida entre calvinismo e arminianismo. O extremo do calvinismo é o hipercalvinismo, que insiste que os sinais da eleição devem ser procurados antes de evangelização do inregenerado ocorrer e que os eternamente condenados não têm a obrigação de se arrepender e crer, e o extremo do arminianismo é o pelagianismo, que rejeita a doutrina do pecado original em razão da responsabilidade moral, mas a esmagadora maioria dos protestantes, pastores evangélicos e teólogos se prendem a um destes dois sistemas ou em algum lugar entre eles.
[editar] Similaridades
[editar] Diferenças
O terceiro ponto sepulta qualquer pretensão de associar o arminianismo ao pelagianismo ou ao semipelagianismo. De fato, a doutrina de Arminius é perfeitamente compatível com a Depravação Total calvinista. Ou seja, em seu estado original o homem é herdeiro da natureza pecaminosa de Adão e totalmente incapaz, até mesmo, de desejar se aproximar de Deus. Nenhum homem nasce com o "livre-arbítrio", ou seja, com a capacidade de não resistir a Deus.
O quarto ponto demonstra claramente que é a graça preveniente que restaura no homem a sua capacidade de não resistir à Deus. Portanto, para Arminius, a salvação é pela graça somente e por meio da fé somente. Nesse sentido, os arminianos do coração concordam com os calvinistas no sentido de que a capacitação, por meio da graça, precede a fé, e que até mesmo a fé salvadora seja um dom de Deus. A diferença está na compreensão da operação dessa graça. Para os calvinistas, a graça é concedida apenas aos eleitos, que a ela não podem resistir. Para os arminianos, a expiação por meio de Jesus Cristo é universal e comunica essa graça preveniente a todos os homens; mas ela pode ser resistida. Assim como o pecado entrou no mundo pelo primeiro Adão, a graça foi concedida ao mundo por meio de Cristo, o segundo Adão (conforme Romanos 5:18, João 1:9 etc.). Nesse sentido, os arminianos entendem que I Timóteo 4:10 aponta para duas salvações em Cristo: uma universal e uma especial para os que creem. A primeira corresponde à graça preveniente, concedida a todos os homens, que lhes restaura o arbítrio, ou seja, a capacidade de não resistir a Deus. Ela é distribuída a todos os homens porque Deus é amor (I João 4:8, João 3:16) e deseja que todos os homens se salvem (I Timóteo 2:4, II Pedro 3:9 etc.), conforme defendido no segundo ponto do arminianismo. A segunda é alcançada apenas pelos que não resistem à graça salvadora e creem em Cristo. Estes são os predestinados, segundo a visão arminiana de predestinação.
Portanto, embora a expressão "livre-arbítrio" seja comumente associada ao arminianismo, ela deve ser entendida como "arbítrio liberto" ou "vontade liberta" pela graça preveniente, convencedora, iluminadora e capacitante que torna possíveis o arrependimento e a fé. Sem a atuação da graça, nenhum homem teria livre-arbítrio.
Ao contrário dos calvinistas, os arminianos creem que essa graça preveniente, concedida a todos os homens, não é uma força irresistível, que leva o homem necessariamente à salvação. Para Arminius, tal graça irresistível violaria o caráter pessoal da relação entre Deus e o homem. Assim, todos os homens continuam a ter a capacidade de resistir à Deus, que já possuíam antes da operação da graça (conforme Atos 7:51, Lucas 7:30, Mateus 23:37 etc.). Portanto, a responsabilidade do homem em sua salvação consiste em não resistir ao Espírito Santo. Este é o coração do sinergismo arminiano, o qual difere radicalmente dos sinergismos pelagiano e semipelagiano.
No que tange à perseverança dos santos, os remonstrantes não se posicionaram, já que deixaram a questão em aberto.
[editar] Citações das obras de Arminius
Os textos a seguir transcritos, escritos pelo próprio Arminius, são úteis para demonstrar algumas de suas idéias.
…Mas em seu estado caído e pecaminoso, o homem não é capaz, de e por si mesmo, pensar, desejar, ou fazer aquilo que é realmente bom; mas é necessário que ele seja regenerado e renovado em seu intelecto, afeições ou vontade, e em todos os seus poderes, por Deus em Cristo através do Espírito Santo, para que ele possa ser capacitado corretamente a entender, avaliar, considerar, desejar, e executar o que quer que seja verdadeiramente bom. Quando ele é feito participante desta regeneração ou renovação, eu considero que, visto que ele está liberto do pecado, ele é capaz de pensar, desejar e fazer aquilo que é bom, todavia não sem a ajuda contínua da Graça Divina.
Com referência à Graça Divina, creio, (1.) É uma afeição imerecida pela qual Deus é amavelmente afetado em direção a um pecador miserável, e de acordo com a qual ele, em primeiro lugar, doa seu Filho, "para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna," e, depois, ele o justifica em Cristo Jesus e por sua causa, e o admite no direito de filhos, para salvação. (2.) É uma infusão (tanto no entendimento humano quanto na vontade e afeições,) de todos aqueles dons do Espírito Santo que pertencem à regeneração e renovação do homem - tais como a fé, a esperança, a caridade, etc.; pois, sem estes dons graciosos, o homem não é capaz de pensar, desejar, ou fazer qualquer coisa que seja boa. (3.) É aquela perpétua assistência e contínua ajuda do Espírito Santo, de acordo com a qual Ele age sobre o homem que já foi renovado e o excita ao bem, infundindo-lhe pensamentos salutares, inspirando-lhe com bons desejos, para que ele possa dessa forma verdadeiramente desejar tudo que seja bom; e de acordo com a qual Deus pode então desejar trabalhar junto com o homem, para que o homem possa executar o que ele deseja.
Desta maneira, eu atribuo à graça O COMEÇO, A CONTINUIDADE E A CONSUMAÇÃO DE TODO BEM, e a tal ponto eu estendo sua influência, que um homem, embora regenerado, de forma nenhuma pode conceber, desejar, nem fazer qualquer bem, nem resistir a qualquer tentação do mal, sem esta graça preveniente e excitante, seguinte e cooperante. Desta declaração claramente parecerá que de maneira nenhuma eu faço injustiça à graça, atribuindo, como é dito de mim, demais ao livre-arbítrio do homem. Pois toda a controvérsia se reduz à solução desta questão, "a graça de Deus é uma certa força irresistível"? Isto é, a controvérsia não diz respeito àquelas ações ou operações que possam ser atribuídas à graça, (pois eu reconheço e ensino muitas destas ações ou operações quanto qualquer um,) mas ela diz respeito unicamente ao modo de operação, se ela é irresistível ou não. A respeito da qual, creio, de acordo com as escrituras, que muitas pessoas resistem ao Espírito Santo e rejeitam a graça que é oferecida.
Extraído de As Obras de James Arminius Vol. I
Arminianismo Wesleyano
Ver artigo principal: Metodismo
John Wesley | ||
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Wesley, porém, afastou-se do Arminianismo Clássico em três questões:
- Expiação – A expiação para Wesley é um híbrido da teoria da substituição penal e da teoria governamental de Hugo Grócio, advogado e um dos Remonstrantes. Steven Harper expõe: "Wesley não colocou o elemento substitucionário dentro de uma armação legal …Preferencialmente [sua doutrina busca] trazer para dentro do próprio relacionamento a 'justiça' entre o amor de Deus pelas pessoas e a aversão de Deus ao pecado …isso não é a satisfação de uma demanda legal por justiça; assim, muito disso é um ato de reconciliação imediato."[18]
- Possibilidade de apostasia – Wesley aceitou completamente a visão arminiana de que cristãos genuínos podem apostatar e perder sua salvação. Seu famoso sermão "A Call to Backsliders" demostra claramente isso. Harper resume da seuinte forma: "o ato de cometer pecado não é ele mesmo fundamento para perda da salvação … a perda da salvação está muito mais relacionada a experiências que são profundas e prolongadas. Wesley via dois caminhos principais que resultam em uma definitiva queda da graça: pecado não confessado e a atitude de apostasia."[19] Wesley discorda de Arminius, contudo, ao sustentar que tal apostasia não é final. Quando menciona aqueles que naufragaram em sua fé (1 Tim 1:19), Wesley argumenta que "não apenas um, ou cem, mas, estou convencido, muitos milhares … incontáveis são os exemplos … daqueles que tinham caído, mas que agora estão de pé"[20]
- Perfeição cristã – Conforme o ensino de Wesley, cristãos podem alcançar um estado de perfeição prática. Isso significa uma falta de todo pecado voluntário, mediante a capacitação do Espírito Santo em sua vida. Perfeição cristã (ou santificação inteira), conforme Wesley, é "pureza de intenção; toda vida dedicada a Deus" e "a mente que estava em Cristo, nos capacita a andar como Cristo andou." Isso é "amar a Deus de todo o seu coração, e os outros como você mesmo".[21] Isso é 'uma restauração não apenas para favor, mas também para a imagem de Deus," nosso ser "encheu-se com a plenitude de Deus".[22] Wesley esclareceu que a perfeição cristã não implica perfeição física ou em uma infabilidade de julgamento. Para ele, significa que não devemos violar a longanimidade da vontade de Deus, por permanecer em transgressões involuntárias. A perfeição cristã coloca o sujeito sob a tentação, e por isso há a necessidade contínua de oração pelo perdão e santidade. Isso não é uma perfeição absoluta mas uma perfeição em amor. Além disso, Wesley nunca ensinou um salvação pela perfeição, mas preferiu dizer que "santidade perfeita é aceitável a Deus somente através de Jesus Cristo."[21]
[editar] Outras Variações
[editar] Teísmo Aberto
Ver artigo principal: Teísmo aberto
[editar] Eleição Corporativa
Mais informações: Eleição incondicional e Eleição corporativa
[editar] Arminianismo e outras visões
Alegoria da disputa teológica entre arminianos e os seus oponentes
Mais informações: Pelagianismo, Semipelagianismo, História do debate calvinista–arminiano
Para compreender o arminianismo é necessário ter compreensão das seguintes alternativas teológicas: pelagianismo, semipelagianismo e calvinismo. Arminianismo, como qualquer outro sistema de crença maior, é freqüentemente mal compreendido tanto pelos críticos quanto pelos futuros adeptos. Abaixo estão listados alguns equívocos comuns.
[editar] Comparação com os protestantes
Esta tabela resume as visões clássicas de três diferentes crenças protestantes sobre a salvação. [23]
'Tema' | Luteranismo | Calvinismo | Arminianismo |
Arbítrio humano | Depravação total, sem o livre-arbítrio | Depravação total, sem o livre-arbítrio | A depravação não se opõe ao livre-arbítrio |
Eleição | Inconditional, eleição somente para a salvação | Eleição incondicional para a salvação e danação | Eleição condicional, tendo em conta a previsão da fé ou incredulidade |
Justificação | Justificação de todas os que creêm cocluída na morte de Cristo. | Justificação é limitada para os eleitos para a salvação, concluída na morte de Cristo. | Justificação é possível para todos, mas só se completa quando alguém escolhe a fé. |
Conversão | Através dos meios de graça, resistível | Sem meios, irresistível | Envolverá o livre arbítrio e é resistível |
Preservação e apostasia | Cair da graça é possível, mas Deus dá garantia de preservação. | Perseverança dos santos, uma vez salvo, sempre salvo | Conservação sob a condição de perseverar na fé com a possibilidade de uma total e definitiva apostasia. |
- Arminianismo defende salvação baseada em obras - Nenhum sistema conhecido de arminianismo nega a salvação "somente pela fé" e "pela fé do primeiro ao último". Este equívoco é muitas vezes dirigido contra a possibilidade de apostasia arminiana, que os críticos exigem manutenção contínua das boas obras para alcançar a salvação final. Para os arminianos, no entanto, tanto a salvação inicial e a segurança eterna são "apenas pela fé"; daí "pela fé do primeiro ao último". Crença que a fé é a condição para entrar no Reino de Deus; a incredulidade é a condição para sair do Reino de Deus - não a falta de boas obras.[24] [25] [26]
- Arminianismo é pelagiano (ou semipelagiano), nega o pecado original e a depravação total - Nenhum sistema de arminianismo fundado em Arminius ou Wesley nega o pecado original ou depravação total;[27] tanto Arminius quanto Wesley fortemente afirmaram que a condição básica do homem é tal que ele não pode ser justo, compreender a Deus, ou buscar a Deus.[28]
Muitos críticos do arminianismo, tanto no passado como no presente, afirmam que o arminianismo tolera ou mesmo explicitamente apoia o pelagianismo ou semipelagianismo. Arminius se refere ao pelagianismo como "a grande mentira" e afirmou que "Devo confessar que eu o detesto, do meu coração, as conseqüências [de tal teologia]."[29] David Pawson, um pastor inglês, denunciou a associação como "caluniosa", quando atribuída a doutrina de Arminius ou Wesley.[30] Na verdade a maioria dos arminianos rejeitam todas as acusações de pelagianismo; no entanto, devido principalmente aos adversários calvinistas,[31] [32] os dois termos permanecem entrelaçados no uso popular.
- Arminianismo nega o pagamento substitutivo de Jesus pelos pecados - Tanto Arminius quanto Wesley acreditavam na necessidade e suficiência da expiação de Cristo por meio da substituição.[33] Arminius declarou que a justiça de Deus foi satisfeita individualmente[34] enquanto Hugo Grotius e muitos dos seguidores de Wesley ensinaram que Deus foi satisfeito governamentalmente.[35]
[editar] Comparação com o Calvinismo
Ver artigo principal: História do debate calvinista-arminiano
Desde sempre, Arminius e seus seguidores se revoltaram contra o calvinismo no início do século XVII, a soteriologia protestante tem sido amplamente dividida entre calvinismo e arminianismo. O extremo do calvinismo é o hipercalvinismo, que insiste que os sinais da eleição devem ser procurados antes de evangelização do inregenerado ocorrer e que os eternamente condenados não têm a obrigação de se arrepender e crer, e o extremo do arminianismo é o pelagianismo, que rejeita a doutrina do pecado original em razão da responsabilidade moral, mas a esmagadora maioria dos protestantes, pastores evangélicos e teólogos se prendem a um destes dois sistemas ou em algum lugar entre eles.
[editar] Similaridades
- Depravação total – arminianos concordam com os calvinistas sobre a doutrina da depravação total. As diferenças ficam na compreensão de como Deus medica a depravação humana.
- Efeito substitucionário da expiação – arminianos também afirmam como os calvinistas o efeito substitucionário da expiação de Cristo e que esse efeito está limitado somente ao eleito. Arminianos clássicos concordam com os calvinistas que esta substituição foi uma satisfação penal por todo o eleito, enquanto a maioria dos arminianos wesleyanos sustentam que a substituição foi em natureza governamental.
[editar] Diferenças
- Natureza da eleição – arminianos defendem que a eleição para salvação eterna está ligada a condição da fé. A doutrina calvinista da eleição incondicional declara que a salvação não pode ser ganhada ou alcançada e, portanto, não depende de qualquer esforço humano, de modo que a fé não é uma condição de salvação, mas os meios divinos para isso. Em outras palavras, arminianos acreditam que devem sua eleição a sua fé, enquanto que os calvinistas acreditam que devem sua fé a sua eleição.
- Natureza da graça – arminianos acreditam que através da graça de Deus, é restaurado o livre-arbítrio concernente a salvação da toda a humanidade, e que cada indivíduo, portanto, é capaz de aceitar o chamado do Evangelho através da fé ou resistí-la através da incredulidade. Calvinistas defendem que a graça de Deus que permite a salvação é dada somente ao eleito e que irresistivelmente o conduz a salvação.
- Extensão da expiação – arminianos, juntamente com os quatro pontos calvinistas ou amiraldiano, defendem uma tiragem universal e extensão universal da expiação em vez da doutrina calvinista que a tiragem e expiação é limitado em extenção somente aos eleitos. Ambos os lados (com a exceção dos hipercalvinistas) acreditam que o convite do Evangelho é universal e que "deve ser apresentado a todo o mundo, [eles] podem ser alcançados sem qualquer distinção."[36]
- Perseverança na fé – arminianos acreditam que a salvação futura e a vida eterna está segura em Cristo e protegida de todas as forças externas, mas é condicional sobre permanecer em Cristo e pode ser perdida através da apostasia. Calvinistas tradicionais acreditam na doutrina da perseverança dos santos, que diz que porque Deus escolheu alguns para a salvação e efetivamente paga por seus pegados particulares, Ele os conserva da apostasia e que aquels que apostataram nunca foram verdadeiramente regenerados (que é, novo nascimento). Calvisnistas não tradicionais e outros evangelicais defendem uma similar, mas diferente doutrina de segurança eterna que ensina, se uma pessoa já foi salva, sua salvação nunca pode estar em perigo, mesmo se a pessoa abandone completamente a fé.
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