Para entendermos Gál 3:19 devemos responder algumas perguntas, por que Paulo afirma que a Lei foi acrescentada por causa das transgressões se elas não existiam ("Onde não há lei, também não há transgressão." Romanos 4:15) ?

Em Gál 3:19 Paulo está se referindo aos mandamentos rituais sobre sacrificios, holocaustos, etc, que foram acrescentados aos mandamentos morais que estavam sendo transgredidos. Em 1 Coríntios 7:19 Paulo faz um belo contraste entre a circuncisão, um mandamento cerimonial/ritual, e os mandamentos morais de Deus: "A circuncisão, em si, não é nada; a incircuncisão também nada é, mas o que vale é a observância dos mandamentos de Deus". Os mandamentos morais precederam os cerimoniais. Adão pecou muito antes que a lei fosse dada (veja Rom. 5:12-14); Caim pecou (Gên. 4:7); os sodomitas eram ‘pecadores’ (Gên. 13:13), e afligiam a Ló com suas ‘obras iníquas’ (lI Ped. 2:8).

A diferença entre os tempos anteriores e os posteriores ao Sinaí não foi uma diferença quanto à existência de grandes leis procedentes de Deus, senão quanto à revelação explícita delas. No Sinaí houve uma apresentação solene da lei moral em duas tabelas de pedra e de outras leis em "o livro da lei". Mas nos séculos anteriores ao Sinaí, os patriarcas de Deus possuíam em grande parte a lei moral escrita em seus corações, e portanto eram conscientes das elevadas normas morais de Deus (ver Gén. 17: 9; 18: 19; 26: 5).

Para que foi então dada a lei ? Foi acrescentada por causa das transgressões, até que viesse a semente a quem se fez a promessa, tendo sido ordenada mediante anjos, pela mão de um mediador. Gálatas 3:19

Adicionada/acrescentada

Flexão do verbo prostíth"meu, literalmente, "colocar ao lado", "adicionar". E por que foi "adicionada" a lei se o pacto feito com Abrahán era adequado para a salvação? A resposta é: "Por causa das transgressões". A diferença entre os tempos anteriores e os posteriores ao Sinaí não foi uma diferença quanto à existência de grandes leis procedentes de Deus, senão quanto à revelação explícita delas. No Sinaí teve uma apresentação concreta da lei moral em duas tabelas de pedra e de outras leis em "o livro da lei". Mas nos séculos anteriores ao Sinaí, os patriarcas de Deus possuíam em grande parte a lei moral escrita em seus corações, e portanto eram conscientes das elevadas normas morais de Deus (ver Gén. 17: 9; 18: 19; 26: 5). Também possuíam, em embrião, as leis dos sacrifícios rituais.

Durante o longo e escuro cativeiro dos israelitas em Egito, onde viveram no meio do mais tenebroso paganismo e da imoralidade mais depravada, quase perderam seu entendimento ou conhecimento das normas morais de Deus e ainda das mais rudimentarias idéias dos sacrifícios. E quando os seres humanos chegam a semelhante estado, são insensíveis ao pecado, pois por "a lei" conhecemos o pecado, como Pablo o declara em outro lugar: "Eu não conheci o pecado senão pela lei" (Rom. 7: 7).

Quando Deus sacou a Israel da escuridão e a contaminação de Egito, seu primeiro contato com os israelitas consistiu em fazer-lhes uma apresentação das leis morais que são a norma de seu governo, e depois dos estatutos ceremoniais que tinham o propósito de proporcionar a Israel um modelo de serviço ritual que lhes aclarar sacrifício prometido de nosso Senhor. A lei "foi adicionada por causa das transgressões" (Gál. 3: 19), "a fim de que pelo mandamento o pecado chegasse a ser sobremaneira pecaminoso" (Rom. 7: 13). Os israelitas, lamentavelmente acostumados aos burdos conceitos religiosos dos egípcios, unicamente podiam compreender que eram pecadores e que portanto precisavam a salvação, se chegavam a ter uma muito clara visão da lei moral de Deus. E como se lhes apresentaram com claros detalhes os estatutos ceremoniais, 958 puderam ver a forma que Deus tinha criado para salvá-los de seus pecados (cf. com. Éfe. 2: 15).

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Ela devia dirigir o povo de volta para Deus e à graça que Ele oferece a todos os que vão a Ele pela fé. A lei revela nossa condição pecaminosa e nossa necessidade da graça de Deus. A lei não foi destinada a ser uma espécie de programa para “conseguir” a salvação. Ao contrário, ela foi dada, diz Paulo, “para que a transgressão fosse ressaltada” (Rm 5:20, NVI), ou seja, para nos mostrar mais claramente o pecado em nossa vida (Romanos 7:13). Os mandamentos cerimoniais realçavam os morais, enfatizavam a santidade e apontavam para a necessidade de um Salvador.