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Reino de Judá

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27122011

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O Reino de Judá foi formado quando, após a morte de Salomão, as dez tribos do norte se revoltaram e estabeleceram o Reino de Israel; as tribos que permaneceram leais ao filho de Salomão formaram este reino.[1]


Índice



Geografia


O Reino de Judá limitava-se ao Norte com o Reino de Israel Setentrional, a Oeste com a inquieta região costeira da Filístia, ao Sul com o deserto de Neguev, e a Leste com o Rio Jordão e o Mar Morto e o Reino de Moabe. Era uma região alta, geograficamente isolada por colinas de montanhas ao oeste, o Mar Morto a leste e pelo deserto de Negueve ao sul. Sua capital era Jerusalém, onde encontrava-se o Templo de Jerusalém, o qual segundo a Bíblia, teria sido erigido por ordem do Rei Salomão para abrigar a Arca da Aliança (ou Arca do Pacto).

História


Após a Divisão do Reino, no sexto ano do Rei Roboão, o Faraó Sheshonq I invade o território dos hebreus e transforma o Reino de Judá num estado tributário. Esse fato é pouco evidenciado no relato bíblico, mas comprovado por inscrições egípcias. (Inscrição mural sobre Sheshonq I no Templo de Karnak e a estela de Megiddo). Devido à sua posição estratégica às portas da Península do Sinai e acesso ao Baixo Egito, foi utilizada pelo Faraó como um Estado "tampão", o que lhe pouparia de usar seus próprios exércitos para defender esta fronteira.

O Reino de Judá entrou em conflitos com os reinos de Moabe, Amom e os filisteus. A Bíblia afirma eque o Reino de Judá permaneceu, de maneira geral, fiel à sua fé em Deus (Jahvé ou Jeová), enquanto que Israel Setentrional tornara-se fortemente influenciado pela cultura cananeia e pela religião fenícia. O culto a Hashem e preservação da linhagem real davídica do qual deveria vir o prometido Messias, de acordo com os profetas do Velho Testamento, a justificativa para a misericórdia de Deus sobre o Reino de Judá, ao passo que o politeísmo de Israel Setentrional teria sido responsável por sua ira sobre seus governantes (enquanto o Reino de Judá permaneceu sob a dinastia dos descendentes do Rei Davi, o Reino de Israel Setentrional passou por várias dinastias e golpes de Estado).

A arqueologia vem demonstrando que durante os séculos IX e VIII Judá não passava de uma região atrasada, predominantemente rural, prejudicado pelo isolamento geográfico e com uma população politeísta formada principalmente por pastores nômades e mencionado por fontes estrangeiras pela primeira vez apenas em 750 a.C., dois séculos após a formação do reino de Israel. Este, por outro lado, localizado numa região mais privilegiada para a agricultura e rota de comércio entre os portos fenícios e os Estados mesopotâmicos, gozou de grande desenvolvimento anterior, durante os séculos IX e VIII, estendendo suas fronteiras entre os territórios arameus ao norte da Galiléia, instalando palácios em diversas partes do reino e formando um poderoso exército. [2]

O Reino de Judá viu o perigo das potências estrangeiras emergentes quando a capital de Israel, Samaria foi tomada pelo rei assírio Sargão, em 722 a.C., o que o levou a buscar prestar vassalagem junto à Assíria. Ironicamente, a destruição do reino do norte pelos assírios causou um grande florescimento do reino de Judá, ao sul. A população cresceu enormemente, alimentada pelos refugiados hebreus do norte e, Jerusalém, antes uma pequena cidade de um reino pobre e isolado no sul, tornou-se o grande centro de influência entre todos os hebreus. Mais tarde, devido à recusa do rei Ezequias em continuar pagando tributos à Assíria, o rei Senaqueribe invade o Reino de Judá e sitia Jerusalém, mas sem a conquistar. Segundo a Bíblia, o seu exército foi "subitamente destruído por obra de Deus". Os registros assírios em Nínive e os trabalhos arqueológicos realizados na região apontam para uma situação diferente. Embora Jerusalém tenha sido apenas saqueada e poupada da devastação e do terrorismo de estado praticados pelos assírios contra populações rebeldes, outras cidades do reino de Judá, como a rica Laquis, na região oeste do reino, não contaram com a mesma sorte e foram pilhadas, com seus moradores assassinados ou escravizados. [3] Ao encerrar Senaqueribe sua campanha na Palestina, o saldo para o reino de Judá foi desastroso, com uma redução de um terço da população do reino e a perda da rica região do Sefelá, produtora de cereais, transferida pelos assírios aos seus vassalos filisteus.

A queda do Reino de Judá

De acordo com o Velho Testamento, Manassés, rei de Judá, teria feito o que é mau aos olhos de Deus, e por causa de suas obras, todo Judá estava condenado ao exílio e à escravidão. Isso deve-se ao fato de Manassés ter permitido o culto politeísta das populações rurais do reino, o que não foi visto com bons olhos pelos sacerdotes do Templo de Jerusalém, os quais defendiam um culto único a Hashem e a extinção completa dos cultos a outras divindades. Segundo registros assírios e achados arqueológicos, Manassés herdou de Ezequias um reino bastante combalido devido à campanha militar do rei Senaqueribe da Assíria, então a maior potência econômica e militar do Oriente Médio, empreendida contra aquele pequeno reino durante o reinado anterior, o que tornou extremamente árdua a tarefa em converter e destruir imagens. Manassés, sabendo das consequências e da impossibilidade em enfrentar de frente a potência assíria, buscou estreitar relações com essa nação, entrando de vez na rota do comércio árabe fomentado pelos assírios.

Durante o Reinado de Josias, Rei de Judá, o Faraó Neco II, aliado do já decandente Império Assírio, empreedendo uma guerra contra os exércitos de Babilónia. Em 609 a.C., trava-se a Batalha de Megiddo. O Rei de Judá entra em batalha para deter o exército egípcio do Faraó Neco II, mas acaba por ser morto. Seu filho Joacaz é levado prisioneiro após 3 meses de reinado, e o Reino de Judá se torna tributário do Egito. Neco II impôs a coroação do irmão de Joacaz, Eliaquim, e mudou-lhe o nome para Jeoaquim. Em 605 a.C., trava-se a Batalha de Carquemish com a derrota definitiva de Neco II.

A leste, a Assíria sofreu um rápido declínio, e em poucos anos seu território foi absorvido pela Babilônia. Nabucodonosor II, Rei da Babilônia, empreendeu uma campanha militar contra Judá. Enfrentando pouca resistência, conseguiu entrar em Jerusalém, em 597 a.C., e levou consigo utensílios do Templo e o próprio rei Jeoaquim como prisioneiro. Em seu lugar, estabeleceu o filho de Jeoaquim, Joaquim, como Rei de Judá. Joaquim, com 8 anos de idade, teve o mesmo destino de seu pai 3 meses e 10 dias depois de sua coroação. Nabucodonosor então colocou sobre o trono o irmão de Joaquim, Zedequias.

Governando como vassalo da Babilónia, o Rei Zedequias manteve-se no poder por 11 anos, quando então rebelou-se contra Nabucodonosor, provavelmente ao recusar-se pagar tributo. Foi o suficiente para que invadisse Jerusalém, matasse seus habitantes, despojasse o Templo de todos os seus bens de valor e ateasse fogo a ele. O Reino de Judá deixou assim de existir.

O destino de Judá


No território de Judá permaneceram apenas os mais pobres. Todo o restante do povo que sobreviveu ao ataque de Nabucodonosor II foi levado às cidades do reino da Babilônia. O período de cativeiro na Babilônia fez crescer entre o povo de Judá um sentimento de identidade racial e religiosa indissolúvel. O relato bíblico deste período entre a conquista de Jerusalém e a conquista da Babilônia por Ciro II da Pérsia é onde primeiramente se utiliza de forma consistente o termo "judeu" para identificar o povo de Judá, ou aqueles da mesma raça e seguidores da mesma religião daquele povo. A nação judaica sobreviveu para retornar à Palestina e repovoar a província persa de Judá (Yehud), mais tarde denominada Judéia pelos romanos.

A história de Judá após Exílio na Babilônia passou a ser a mesma do próprio povo Judeu, até os dias de hoje.

Leitura complementar



Referências



  1. Jewish Virtual Library, The Kings of Judah [em linha]
  2. Finkelstein, Israel; Silberman, Neil Asher (2001). The Bible Unearthed: Archaeology's New Vision of Ancient Israel and the Origin of Its Sacred Texts
  3. Finkelstein & Silberman 2001, The Bible Unearthed: Archaeology's New Vision of Ancient Israel and the Origin of Its Sacred Texts.
Eduardo
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