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Deus, moralidade e o mal
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23012012
Deus, moralidade e o mal
Deus e a existência do mal
“A existência do mal é para muitos a maior dificuldade em se aceitar a existência de Deus. Mas o que é o mal? Não quero exemplos, quero uma definição. Mal é o contrário do bem. É a sensação de que algo deveria ser diferente. Ora, se há o bem, tem que haver uma regra que mostre o que é um e outro. Caso contrário, ninguém se sentiria desconfortável com o mal, pois só existiria ele. Assim, se há uma regra que mostre que o mal e o bem existem, essa regra inteligível demanda uma inteligência pessoal e superior que a estabeleceu. A essa inteligência chamo Deus. Mas se Deus não existe... não há regra; se não há regra, não há mal nem bem; se não há mal nem bem, como o mal pode ser argumento para se negar a existência de Deus?”
(Dr. Rodrigo Silva)
Deus, moralidade e o mal – parte I
Traduzido por Leandro Teixeira
Se um Deus bom existe, então por que o mal existe? Ou como expressou Epicuro: “Ou Deus quer abolir o mal, e não pode; ou ele pode, mas não quer; ou ele não pode e não quer. Se ele quer, mas não pode, ele é impotente. Se ele pode, e não quer, ele é cruel. Mas se Deus tanto pode quanto quer abolir o mal, como pode haver maldade no mundo?”. Este é o chamado “problema do mal”.
O filósofo cristão William Lane Craig e o filósofo ateu Kai Nielsen debateram sobre a existência de Deus e o problema do mal na Universidade de Western Ontário em 1991.
Este texto é o discurso de William Lane Craig abrindo o debate.
Discurso de abertura – Dr. William Lane Craig
Eu me sinto privilegiado por estar debatendo com o Dr. Nielsen. Você provavelmente nunca ouvirá um argumento mais convincente apresentado pelo lado ateu e eu espero que eu possa fazer da mesma maneira apresentando bem o lado teísta no debate de hoje à noite.
O Problema do mal
O problema do mal é certamente o maior obstáculo a convicção na existência de Deus. Quando eu pondero a extensão e a profundidade do mal no mundo – se devido à desumanidade do homem ou catástrofes naturais -, então eu tenho que confessar que eu acho difícil acreditar em Deus. Sem dúvida, muitos de vocês sentem-se do mesmo modo. Talvez nós todos devêssemos nos tornar ateus. Mas este é um passo bem grande para se dar. Como nós podemos estar seguros de que Deus não existe? Talvez haja uma razão para Deus permitir todo o mal no mundo. Talvez isto de alguma maneira preencha o esquema de coisas que nós só podemos perceber vagamente. Como nós saberemos?
Como um teísta cristão, estou convencido de que o problema do mal, terrível como é, não constitua uma refutação da existência de Deus. Pelo contrário, eu acredito que teísmo cristão é, na realidade, a última e melhor esperança da humanidade como uma solução para o problema do mal. Para explicar por que eu penso deste modo, será útil desenhar algumas distinções para manter nosso pensamento claro. Primeiro, nós temos que distinguir entre o problema intelectual do mal e o problema emocional do mal. O problema intelectual do mal envolve como dar uma explicação racional da coexistência de Deus e o mal. O problema emocional do mal envolve como dissolver a antipatia de pessoas com um Deus que permitiria sofrimento.
O problema intelectual do mal
Versão lógica
Agora olhemos primeiro para o problema intelectual do mal. Há duas versões deste problema: primeiro, o problema lógico do mal e, secundariamente, o problema probabilístico do mal. De acordo com o problema lógico do mal, é logicamente impossível para Deus e mal coexistirem. Se Deus existir, então o mal não pode existir. Se o mal existir, então Deus não pode existir. Considerando que mal existe, segue que Deus não existe.
Porém, o problema com este argumento é que não há qualquer razão para pensar que Deus e o mal são logicamente incompatíveis. Afinal de contas, não há nenhuma contradição explícita entre eles. E se o ateu indicar que há alguma contradição implícita entre Deus e o mal, então ele tem que estar pressupondo algumas premissas ocultas para chegar a esta contradição implícita. Mas o problema é que nenhum filósofo pôde identificar tal postulado. Então, o argumento do problema do mal falha ao provar alguma inconsistência entre Deus e o mal.
Mas mais que isto, nós podemos de fato provar que Deus e o mal são logicamente compatíveis. Veja, o ateu pressupõe que Deus não pode ter razões moralmente suficientes por permitir o mal no mundo. Mas esta suposição não é necessariamente verdade. Tanto quanto é possível que Deus tenha razões moralmente suficientes para permitir o mal, Deus e o mal serão logicamente consistentes. E então eu tenho o prazer de informar a você que é extensamente reconhecido entre filósofos contemporâneos que o problema lógico do mal foi refutado. A coexistência de Deus com o mal é logicamente possível.
Versão probabilística
Mas nós não estamos fora do ringue ainda, porque nós confrontaremos o problema probabilístico do mal agora. De acordo com esta versão do problema, a coexistência de Deus e o mal é logicamente possível, mas não obstante é altamente improvável. A extensão e profundidade do mal no mundo são tão grandes que é improvável que Deus pudesse ter razões moralmente suficientes para permiti-lo. Então, verificado o mal no mundo, é improvável que Deus exista. Este é um argumento muito mais poderoso, e então no debate desta noite eu quero focalizar nossa atenção nisto.
Com respeito a esta versão do problema do mal, eu quero dar três opiniões.
1. Nós não estamos em uma boa posição para avaliar a probabilidade de que Deus tenha uma razão moralmente suficiente para os males que acontecem: Nós estamos providencialmente limitados em espaço, tempo, inteligência e perspicácia, mas o Deus onisciente e soberano, que vê o término desde o princípio, coordena a história de forma que os Seus propósitos são alcançados, no final das contas, por decisões humanas livres. Para alcançar os Seus fins, Deus pode ter que aguentar males no caminho, os quais os humanos livremente perpetram. Podem ser vistos males que nos parecem insensatos dentro de nossa estrutura limitada, mas ser justamente permitidos dentro da estrutura ‘mais larga’ de Deus. Um assassinato brutal de um homem inocente, por exemplo, poderia produzir todo tipo de ondulação ao longo da história tal que a razão moralmente suficiente de Deus por permitir isto poderia não emergir ou talvez até séculos depois em outra terra. Quando você pensar na providência de Deus em cima da história toda, então eu penso que você pode ver como é desesperador para observadores limitados especularem na probabilidade que Deus pudesse ter uma razão moralmente suficiente por permitir um mal particular. Nós não estamos em uma boa posição avaliar tais probabilidades.
2. A fé cristã implica em doutrinas que aumentam a probabilidade da coexistência de Deus e o mal. Fazendo assim, diminuem estas doutrinas qualquer improbabilidade da existência de Deus em razão da existência de mal. Quais são algumas destas doutrinas? Deixe-me mencionar quatro.
3. Relativamente ao escopo total da evidência, a existência de Deus é provável. Probabilidades são relativas ao grau de informação que você considerar. Por exemplo, suponha que Joe é um estudante da University of Western Ontario. E agora suponha que noventa por cento dos estudantes da Western Ontario esquiam. Relativo a esta informação, é altamente provável que Joe esquie. Entretanto, suponha também que sabemos que Joe tem um dos membros amputado e que noventa e cinco por cento dos amputados na University of Western Ontario não esquiam. De repente a probabilidade de Joe ser um esquiador é invertida dramaticamente!
Semelhantemente, se tudo o que você considerar como base de conhecimento for o mal no mundo, então dificilmente será surpreendente que a existência de Deus seja improvável, considerando isto. Mas a pergunta real é se a existência de Deus é improvável em relação à prova total disponível. Eu estou convencido de que quando você considerar a prova total, a existência de Deus é provável.
Agora em lugar de ensaiar os muitos argumentos diferentes neste momento para a existência de Deus, me deixe só mencionar um. É aquele em que Deus provê a melhor explicação para valores morais objetivos no mundo.
Se Deus não existir, então valores morais objetivos não existem. Muitos teístas e ateus concordam neste ponto. Sem Deus, não há nenhum bem absoluto que se impõe em nossa consciência. Professor Michael Ruse, filósofo da ciência e um ateu na Universidade de Guelph, explica,
A posição do evolucionista moderno é que os humanos têm uma consciência de moralidade porque está é uma consciência de valor biológico. Moralidade é uma adaptação biológica tanto quanto a são mãos e pés e dentes. Considerada como um conjunto racionalmente justificável de regras sobre um algo objetivo, ética é ilusória. Eu aprecio quando alguém diz, ‘ame seu próximo como a si mesmo’, eles pensam que eles estão se referindo acima e além deles mesmos. Não obstante, tal referência é verdadeiramente sem fundamento. Moralidade é apenas uma ajuda à sobrevivência e reprodução. . . e qualquer significado mais profundo é ilusório.{1}
Ou considerando o recente J. L. Mackie, professor de filosofia a Universidade de Oxford e um dos ateus mais influentes de nosso tempo. De acordo com Mackie, “se. . . há. . . valores objetivos, eles fazem a existência de um deus mais provável do que haveria sem eles. Assim nós temos. . . um argumento defensável de moralidade para a existência de um deus.”{2} para evitar a existência de Deus, Mackie recusou admitir aqueles valores de moral existam. Ele escreveu, “é mais fácil explicar este senso moral como um produto natural de evolução biológica e social do que como ter sido implantado por um autor da natureza.”{3}
Mas se esse for o caso, então a ética objetiva sai pela janela junto com o teísmo. Então seres humanos não teriam nenhum valor moral intrínseco. Por exemplo, na Índia, era tradicional que as mulheres fossem queimadas vivas nas piras funerárias dos seus maridos falecidos. Os britânicos acabaram com esta prática. Mas Michael Ruse, discutindo esta prática, diz bastante francamente e constantemente, “Obviamente, tal prática é totalmente estranha aos padrões ocidentais de moralidade. Na realidade, nós pensamos que o sacrifício da viúva é totalmente imoral. Claramente não há nada particularmente objetivo sobre esta moralidade, nem é algo esperado como um produto inevitável de seleção natural.”{4} em outras palavras, tudo fica simplesmente relativo e não há nenhum valor absoluto objetivo.
Friedrich Nietzsche, o grande ateu do último século que proclamou a morte de Deus, entendeu muito bem isto tudo. “O término do Cristianismo”, escreveu o Nietzsche, “significa o advento de niilismo”. Só o homem que pode viver além do bem e do mal adquirirá domínio na era do niilismo, que já está à porta. Eu penso que o fantasma de Friedrich Nietzsche tem que assombrar todo ateu. Para se não há nenhum Deus, então por que o niilismo não seria verdade?
Note o que nós estamos perguntando cuidadosamente. A pergunta não é, “Nós temos que acreditar em Deus para viver vidas morais?” Eu diria, “Não.” Nem seria esta a questão, “Nós podemos reconhecer valores morais objetivos sem acreditar em Deus?” Eu diria que nós podemos. Nem a pergunta é, “nós podemos formular um sistema coerente de éticas sem referênciar a Deus?” Isso é perfeitamente possível. Entretanto, a pergunta é, “valores morais objetivos existem se Deus não existir?” Eu não vejo qualquer razão para pensar que, na ausência de Deus, seres humanos teriam valor moral objetivo. Afinal de contas, se não houver nenhum Deus, o que há de tão especial nos seres humanos? Eles são apenas subprodutos acidentais da natureza que evoluíram de forma relativamente recente a partir de uma infinitésima mancha de pó perdida em algum lugar no coração de um universo hostil e descuidado e estão sentenciados a morrer individualmente e coletivamente em um tempo relativamente curto. E se colocarmos deste jeito, eu penso que o Professor Nielsen concordaria. Embora ele diga que aceita valores de moral objetivos, ele está usando esses termos de um modo idiossincrático. Dizer que valores morais objetivos existem é afirmar que instruções de valor moral como “Estupro é errado” é independentemente verdade para qualquer um que acredita nelas ou não. Mas o Professor Nielsen recusa discutir a verdade das instruções morais. E assim ele, como Ruse e J. L. Mackie, parece não poder afirmar o valor objetivo de seres humanos.
Mas o fato é que valores objetivos existem e todos nós os conhecemos. Não há mais nenhuma razão para negar a realidade objetiva de valores morais , tanto quanto há para negar a realidade objetiva do mundo físico. Em particular, é evidente que o mal existe. Algumas coisas estão realmente erradas! E assim, paradoxalmente, o mal serve para na verdade estabelecer a existência de Deus. Porque se valores objetivos não podem existir sem Deus, e valores objetivos existem – como é evidente a realidade do mal -, então decorre inevitavelmente que Deus existe. Assim, embora o mal conseqüentemente crie a pergunta acerca da existência de Deus, em um sentido mais fundamental demonstra a existência de Deus, sendo que o mal não pode existir sem Deus.
Estes [argumentos] são só parte da prova que Deus existe. O proeminente filósofo Alvin Plantinga recentemente expôs mais ou menos duas dúzias de argumentos para a existência de Deus.{5} A força cumulativa destes argumentos torna provável que Deus existe.
Em resumo, se minhas três teses estiverem corretas, então o mal não torna improvável a existência do Deus cristão. Pelo contrário, considerando o âmbito completo da evidência, a existência de Deus é provável. E, assim, o problema intelectual do mal falha para subverter a existência de Deus.
O problema emocional do mal
Mas isso nos leva ao problema emocional de mal. Eu penso que a maioria das pessoas que rejeitam Deus por causa do mal no mundo não faz assim por causa de dificuldades intelectuais. Provavelmente, é um problema emocional: eles só não gostam de um Deus que permita sofrimento e portanto não querem nada com Ele. É simplesmente um ateísmo de rejeição. A fé cristã tem algo que dizer a estas pessoas?
Certamente que sim! Fala que Deus não é um Criador distante ou um Ser Impessoal da Terra, mas um Pai amoroso que reparte nossos sofrimentos e machucados conosco. O Professor Plantinga escreveu,
Da forma como o cristão vê as coisas, Deus não está à toa, observando friamente o sofrimento das Suas criaturas. Ele entra adentro e compartilha nosso sofrimento. Ele suporta a angústia de ver o Filho dele, a segunda Pessoa do Trindade, destinado à morte amargamente cruel e vergonhosa da cruz. . . Cristo estava preparado para suportar as agonias do inferno. . . aceitando superar o pecado e a morte e os males que afligem nosso mundo e conferir a nós uma vida mais gloriosa que nós podemos imaginar. . . ele estava preparado para sofrer em nosso lado, para aceitar sofrimento do qual nós não podemos formar nenhuma concepção.{6}
Veja, Jesus suportou um sofrimento além de toda a comparação porque ele agüentou o castigo para os pecados do mundo inteiro. Nenhum de nós pode compreender aquele sofrimento. Embora ele fosse inocente, ele levou voluntariamente nele o castigo que nós merecíamos. E por que? Simplesmente porque ele nos ama. Quando nós compreendemos o Seu amor e sacrifício por nós, isto põe o problema do mal em uma perspectiva nova. Porque agora nós vemos claramente que o problema de mal realmente é o nosso problema do mal. Cheios de pecados e moralmente culpados diante de Deus, nós enfrentamos a pergunta, não de como Deus pode se justificar a nós, mas como nós podemos ser justificados perante Ele.
Assim, paradoxalmente, embora o problema do mal seja a maior objeção à existência de Deus, ao final do dia, Deus é a única solução ao problema do mal.
Notas:
{1}Michael Ruse, “Evolutionary Theory and Christian Ethics,” in The Darwinian Paradigm (London: Routledge, 1989), pp. 262-269.
{2}J. L. Mackie, The Miracle of Theism (Oxford: Clarendon Press, 1982), pp. 115-116.
{3}Ibid., pp. 117-118.
{4}Michael Ruse, “Evolutionary Theory and Christian Ethics,” in The Darwinian Paradigm (London: Routledge, 1989), pp. 262-269.
{5}Alvin Plantinga, “Two Dozen (or so) Theistic Arguments,” Lecture presented at the 33rd Annual Philosophy Conference, Wheaton College, Wheaton, Illinois, October 23-25, 1986.
{6}Alvin Plantinga, “,” in Alvin Plantinga, ed. James Tomberlin and Petr van Inwagen, Profiles 5 (Dordrecht: D. Reidel, 1985), p. 36.
webmaster on 12 dez 2007
“A existência do mal é para muitos a maior dificuldade em se aceitar a existência de Deus. Mas o que é o mal? Não quero exemplos, quero uma definição. Mal é o contrário do bem. É a sensação de que algo deveria ser diferente. Ora, se há o bem, tem que haver uma regra que mostre o que é um e outro. Caso contrário, ninguém se sentiria desconfortável com o mal, pois só existiria ele. Assim, se há uma regra que mostre que o mal e o bem existem, essa regra inteligível demanda uma inteligência pessoal e superior que a estabeleceu. A essa inteligência chamo Deus. Mas se Deus não existe... não há regra; se não há regra, não há mal nem bem; se não há mal nem bem, como o mal pode ser argumento para se negar a existência de Deus?”
(Dr. Rodrigo Silva)
Deus, moralidade e o mal – parte I
Traduzido por Leandro Teixeira
Se um Deus bom existe, então por que o mal existe? Ou como expressou Epicuro: “Ou Deus quer abolir o mal, e não pode; ou ele pode, mas não quer; ou ele não pode e não quer. Se ele quer, mas não pode, ele é impotente. Se ele pode, e não quer, ele é cruel. Mas se Deus tanto pode quanto quer abolir o mal, como pode haver maldade no mundo?”. Este é o chamado “problema do mal”.
O filósofo cristão William Lane Craig e o filósofo ateu Kai Nielsen debateram sobre a existência de Deus e o problema do mal na Universidade de Western Ontário em 1991.
Este texto é o discurso de William Lane Craig abrindo o debate.
Discurso de abertura – Dr. William Lane Craig
Eu me sinto privilegiado por estar debatendo com o Dr. Nielsen. Você provavelmente nunca ouvirá um argumento mais convincente apresentado pelo lado ateu e eu espero que eu possa fazer da mesma maneira apresentando bem o lado teísta no debate de hoje à noite.
O Problema do mal
O problema do mal é certamente o maior obstáculo a convicção na existência de Deus. Quando eu pondero a extensão e a profundidade do mal no mundo – se devido à desumanidade do homem ou catástrofes naturais -, então eu tenho que confessar que eu acho difícil acreditar em Deus. Sem dúvida, muitos de vocês sentem-se do mesmo modo. Talvez nós todos devêssemos nos tornar ateus. Mas este é um passo bem grande para se dar. Como nós podemos estar seguros de que Deus não existe? Talvez haja uma razão para Deus permitir todo o mal no mundo. Talvez isto de alguma maneira preencha o esquema de coisas que nós só podemos perceber vagamente. Como nós saberemos?
Como um teísta cristão, estou convencido de que o problema do mal, terrível como é, não constitua uma refutação da existência de Deus. Pelo contrário, eu acredito que teísmo cristão é, na realidade, a última e melhor esperança da humanidade como uma solução para o problema do mal. Para explicar por que eu penso deste modo, será útil desenhar algumas distinções para manter nosso pensamento claro. Primeiro, nós temos que distinguir entre o problema intelectual do mal e o problema emocional do mal. O problema intelectual do mal envolve como dar uma explicação racional da coexistência de Deus e o mal. O problema emocional do mal envolve como dissolver a antipatia de pessoas com um Deus que permitiria sofrimento.
O problema intelectual do mal
Versão lógica
Agora olhemos primeiro para o problema intelectual do mal. Há duas versões deste problema: primeiro, o problema lógico do mal e, secundariamente, o problema probabilístico do mal. De acordo com o problema lógico do mal, é logicamente impossível para Deus e mal coexistirem. Se Deus existir, então o mal não pode existir. Se o mal existir, então Deus não pode existir. Considerando que mal existe, segue que Deus não existe.
Porém, o problema com este argumento é que não há qualquer razão para pensar que Deus e o mal são logicamente incompatíveis. Afinal de contas, não há nenhuma contradição explícita entre eles. E se o ateu indicar que há alguma contradição implícita entre Deus e o mal, então ele tem que estar pressupondo algumas premissas ocultas para chegar a esta contradição implícita. Mas o problema é que nenhum filósofo pôde identificar tal postulado. Então, o argumento do problema do mal falha ao provar alguma inconsistência entre Deus e o mal.
Mas mais que isto, nós podemos de fato provar que Deus e o mal são logicamente compatíveis. Veja, o ateu pressupõe que Deus não pode ter razões moralmente suficientes por permitir o mal no mundo. Mas esta suposição não é necessariamente verdade. Tanto quanto é possível que Deus tenha razões moralmente suficientes para permitir o mal, Deus e o mal serão logicamente consistentes. E então eu tenho o prazer de informar a você que é extensamente reconhecido entre filósofos contemporâneos que o problema lógico do mal foi refutado. A coexistência de Deus com o mal é logicamente possível.
Versão probabilística
Mas nós não estamos fora do ringue ainda, porque nós confrontaremos o problema probabilístico do mal agora. De acordo com esta versão do problema, a coexistência de Deus e o mal é logicamente possível, mas não obstante é altamente improvável. A extensão e profundidade do mal no mundo são tão grandes que é improvável que Deus pudesse ter razões moralmente suficientes para permiti-lo. Então, verificado o mal no mundo, é improvável que Deus exista. Este é um argumento muito mais poderoso, e então no debate desta noite eu quero focalizar nossa atenção nisto.
Com respeito a esta versão do problema do mal, eu quero dar três opiniões.
1. Nós não estamos em uma boa posição para avaliar a probabilidade de que Deus tenha uma razão moralmente suficiente para os males que acontecem: Nós estamos providencialmente limitados em espaço, tempo, inteligência e perspicácia, mas o Deus onisciente e soberano, que vê o término desde o princípio, coordena a história de forma que os Seus propósitos são alcançados, no final das contas, por decisões humanas livres. Para alcançar os Seus fins, Deus pode ter que aguentar males no caminho, os quais os humanos livremente perpetram. Podem ser vistos males que nos parecem insensatos dentro de nossa estrutura limitada, mas ser justamente permitidos dentro da estrutura ‘mais larga’ de Deus. Um assassinato brutal de um homem inocente, por exemplo, poderia produzir todo tipo de ondulação ao longo da história tal que a razão moralmente suficiente de Deus por permitir isto poderia não emergir ou talvez até séculos depois em outra terra. Quando você pensar na providência de Deus em cima da história toda, então eu penso que você pode ver como é desesperador para observadores limitados especularem na probabilidade que Deus pudesse ter uma razão moralmente suficiente por permitir um mal particular. Nós não estamos em uma boa posição avaliar tais probabilidades.
2. A fé cristã implica em doutrinas que aumentam a probabilidade da coexistência de Deus e o mal. Fazendo assim, diminuem estas doutrinas qualquer improbabilidade da existência de Deus em razão da existência de mal. Quais são algumas destas doutrinas? Deixe-me mencionar quatro.
Estas quatro doutrinas cristãs reduzem grandemente qualquer dúvida de que o mal pareceria lançar na existência de Deus.
· O propósito principal da vida não é a felicidade em si, mas o conhecimento de Deus. Uma razão do problema do mal parecer confuso assim é porque nós tendemos a pensar que a meta da vida humana é a felicidade neste mundo. Mas na visão cristã isto é falso. O fim do homem não é felicidade como tal, mas o conhecimento de Deus – o qual no fim trará verdadeira e perpétua satisfação humana. Muitos males que acontecem na vida parecem totalmente insensatos com respeito a produzir felicidade humana, mas eles podem não ser injustificados com respeito a produzir o conhecimento de Deus. Sofrimento humano inocente provê uma ocasião para uma dependência e confiança mais profunda em Deus, ou por parte do sofredor ou talvez dos que estão ao redor dele. Se o propósito de Deus é alcançado por nosso sofrer tudo depende em como nós respondemos livremente.
· O Gênero humano está em um estado de rebelião contra Deus e o Seu propósito. Em lugar de se submeter e adorar a Deus, as pessoas se rebelam contra Deus e vão ao seu próprio modo e assim se acham alienadas de Deus, moralmente culpados diante dEle, e tateiam em escuridão espiritual, procurando falsos deuses da sua própria fabricação. Os males humanos terríveis no mundo são testemunho à depravação de homem neste estado de alienação de Deus. O cristão não está surpreso com os males humanos no mundo. Pelo contrário, ele os espera! A Bíblia diz que Deus entregou o gênero humano para o pecado que escolheu. Ele não interfere para parar isto mas deixa a depravação humana executar seu curso. Isto só serve tanto para ressaltar a responsabilidade moral do gênero humano perante Deus como também nossa maldade e nossa necessidade de perdão e limpeza moral.
· O conhecimento de Deus derrama-se sobre a vida eterna. Na visão cristã, esta vida não é tudo. Jesus prometeu vida eterna a todos que crerem e confiarem nele como Salvador e Deus. Na vida após a morte Deus recompensará esses que carregaram o sofrimento com coragem e que confiaram com uma vida eterna de alegria indizível. O apóstolo Paulo, que escreveu muito do Novo Testamento, viveu uma vida de sofrimento incrível e ainda ele escreveu: ” Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas. ” (II Cor. 4. 16-18). Paulo imagina uma escala, na qual são investidos os sofrimentos desta vida em um lado, enquanto no outro lado é investido a glória que Deus dará aos filhos dEle no céu. O peso de glória é tão grande que os sofrimentos desta vida podem literalmente nem mesmo serem comparados! Além disso, levando em conta o longo tempo da eternidade, os maiores sofrimentos desta vida encolhem para um momento infinitésimo. É por isso que Paulo pode se referir a eles como uma aflição “leve” e “momentânea.” Apesar do que ele sofreu, os sofrimentos dele estavam simplesmente subjugados pelo oceano de eternidade divina e alegria que Deus esbanja nos que confiam nEle.
· O conhecimento de Deus é um bem incomensurável. Conhecer Deus, a fonte de bondade infinita e amor, é um bem incomparável—a satisfação plena da existência humana. Os sofrimentos desta vida podem nem mesmo ser comparados a isto. Assim, a pessoa que conhece Deus–não importa o que ele sofra, não importa quão terrível seja a sua dor–ainda pode dizer, “Deus simplesmente é bom a mim” em virtude do fato que ele conhece Deus, um bem incomensurável.
3. Relativamente ao escopo total da evidência, a existência de Deus é provável. Probabilidades são relativas ao grau de informação que você considerar. Por exemplo, suponha que Joe é um estudante da University of Western Ontario. E agora suponha que noventa por cento dos estudantes da Western Ontario esquiam. Relativo a esta informação, é altamente provável que Joe esquie. Entretanto, suponha também que sabemos que Joe tem um dos membros amputado e que noventa e cinco por cento dos amputados na University of Western Ontario não esquiam. De repente a probabilidade de Joe ser um esquiador é invertida dramaticamente!
Semelhantemente, se tudo o que você considerar como base de conhecimento for o mal no mundo, então dificilmente será surpreendente que a existência de Deus seja improvável, considerando isto. Mas a pergunta real é se a existência de Deus é improvável em relação à prova total disponível. Eu estou convencido de que quando você considerar a prova total, a existência de Deus é provável.
Agora em lugar de ensaiar os muitos argumentos diferentes neste momento para a existência de Deus, me deixe só mencionar um. É aquele em que Deus provê a melhor explicação para valores morais objetivos no mundo.
Se Deus não existir, então valores morais objetivos não existem. Muitos teístas e ateus concordam neste ponto. Sem Deus, não há nenhum bem absoluto que se impõe em nossa consciência. Professor Michael Ruse, filósofo da ciência e um ateu na Universidade de Guelph, explica,
A posição do evolucionista moderno é que os humanos têm uma consciência de moralidade porque está é uma consciência de valor biológico. Moralidade é uma adaptação biológica tanto quanto a são mãos e pés e dentes. Considerada como um conjunto racionalmente justificável de regras sobre um algo objetivo, ética é ilusória. Eu aprecio quando alguém diz, ‘ame seu próximo como a si mesmo’, eles pensam que eles estão se referindo acima e além deles mesmos. Não obstante, tal referência é verdadeiramente sem fundamento. Moralidade é apenas uma ajuda à sobrevivência e reprodução. . . e qualquer significado mais profundo é ilusório.{1}
Ou considerando o recente J. L. Mackie, professor de filosofia a Universidade de Oxford e um dos ateus mais influentes de nosso tempo. De acordo com Mackie, “se. . . há. . . valores objetivos, eles fazem a existência de um deus mais provável do que haveria sem eles. Assim nós temos. . . um argumento defensável de moralidade para a existência de um deus.”{2} para evitar a existência de Deus, Mackie recusou admitir aqueles valores de moral existam. Ele escreveu, “é mais fácil explicar este senso moral como um produto natural de evolução biológica e social do que como ter sido implantado por um autor da natureza.”{3}
Mas se esse for o caso, então a ética objetiva sai pela janela junto com o teísmo. Então seres humanos não teriam nenhum valor moral intrínseco. Por exemplo, na Índia, era tradicional que as mulheres fossem queimadas vivas nas piras funerárias dos seus maridos falecidos. Os britânicos acabaram com esta prática. Mas Michael Ruse, discutindo esta prática, diz bastante francamente e constantemente, “Obviamente, tal prática é totalmente estranha aos padrões ocidentais de moralidade. Na realidade, nós pensamos que o sacrifício da viúva é totalmente imoral. Claramente não há nada particularmente objetivo sobre esta moralidade, nem é algo esperado como um produto inevitável de seleção natural.”{4} em outras palavras, tudo fica simplesmente relativo e não há nenhum valor absoluto objetivo.
Friedrich Nietzsche, o grande ateu do último século que proclamou a morte de Deus, entendeu muito bem isto tudo. “O término do Cristianismo”, escreveu o Nietzsche, “significa o advento de niilismo”. Só o homem que pode viver além do bem e do mal adquirirá domínio na era do niilismo, que já está à porta. Eu penso que o fantasma de Friedrich Nietzsche tem que assombrar todo ateu. Para se não há nenhum Deus, então por que o niilismo não seria verdade?
Note o que nós estamos perguntando cuidadosamente. A pergunta não é, “Nós temos que acreditar em Deus para viver vidas morais?” Eu diria, “Não.” Nem seria esta a questão, “Nós podemos reconhecer valores morais objetivos sem acreditar em Deus?” Eu diria que nós podemos. Nem a pergunta é, “nós podemos formular um sistema coerente de éticas sem referênciar a Deus?” Isso é perfeitamente possível. Entretanto, a pergunta é, “valores morais objetivos existem se Deus não existir?” Eu não vejo qualquer razão para pensar que, na ausência de Deus, seres humanos teriam valor moral objetivo. Afinal de contas, se não houver nenhum Deus, o que há de tão especial nos seres humanos? Eles são apenas subprodutos acidentais da natureza que evoluíram de forma relativamente recente a partir de uma infinitésima mancha de pó perdida em algum lugar no coração de um universo hostil e descuidado e estão sentenciados a morrer individualmente e coletivamente em um tempo relativamente curto. E se colocarmos deste jeito, eu penso que o Professor Nielsen concordaria. Embora ele diga que aceita valores de moral objetivos, ele está usando esses termos de um modo idiossincrático. Dizer que valores morais objetivos existem é afirmar que instruções de valor moral como “Estupro é errado” é independentemente verdade para qualquer um que acredita nelas ou não. Mas o Professor Nielsen recusa discutir a verdade das instruções morais. E assim ele, como Ruse e J. L. Mackie, parece não poder afirmar o valor objetivo de seres humanos.
Mas o fato é que valores objetivos existem e todos nós os conhecemos. Não há mais nenhuma razão para negar a realidade objetiva de valores morais , tanto quanto há para negar a realidade objetiva do mundo físico. Em particular, é evidente que o mal existe. Algumas coisas estão realmente erradas! E assim, paradoxalmente, o mal serve para na verdade estabelecer a existência de Deus. Porque se valores objetivos não podem existir sem Deus, e valores objetivos existem – como é evidente a realidade do mal -, então decorre inevitavelmente que Deus existe. Assim, embora o mal conseqüentemente crie a pergunta acerca da existência de Deus, em um sentido mais fundamental demonstra a existência de Deus, sendo que o mal não pode existir sem Deus.
Estes [argumentos] são só parte da prova que Deus existe. O proeminente filósofo Alvin Plantinga recentemente expôs mais ou menos duas dúzias de argumentos para a existência de Deus.{5} A força cumulativa destes argumentos torna provável que Deus existe.
Em resumo, se minhas três teses estiverem corretas, então o mal não torna improvável a existência do Deus cristão. Pelo contrário, considerando o âmbito completo da evidência, a existência de Deus é provável. E, assim, o problema intelectual do mal falha para subverter a existência de Deus.
O problema emocional do mal
Mas isso nos leva ao problema emocional de mal. Eu penso que a maioria das pessoas que rejeitam Deus por causa do mal no mundo não faz assim por causa de dificuldades intelectuais. Provavelmente, é um problema emocional: eles só não gostam de um Deus que permita sofrimento e portanto não querem nada com Ele. É simplesmente um ateísmo de rejeição. A fé cristã tem algo que dizer a estas pessoas?
Certamente que sim! Fala que Deus não é um Criador distante ou um Ser Impessoal da Terra, mas um Pai amoroso que reparte nossos sofrimentos e machucados conosco. O Professor Plantinga escreveu,
Da forma como o cristão vê as coisas, Deus não está à toa, observando friamente o sofrimento das Suas criaturas. Ele entra adentro e compartilha nosso sofrimento. Ele suporta a angústia de ver o Filho dele, a segunda Pessoa do Trindade, destinado à morte amargamente cruel e vergonhosa da cruz. . . Cristo estava preparado para suportar as agonias do inferno. . . aceitando superar o pecado e a morte e os males que afligem nosso mundo e conferir a nós uma vida mais gloriosa que nós podemos imaginar. . . ele estava preparado para sofrer em nosso lado, para aceitar sofrimento do qual nós não podemos formar nenhuma concepção.{6}
Veja, Jesus suportou um sofrimento além de toda a comparação porque ele agüentou o castigo para os pecados do mundo inteiro. Nenhum de nós pode compreender aquele sofrimento. Embora ele fosse inocente, ele levou voluntariamente nele o castigo que nós merecíamos. E por que? Simplesmente porque ele nos ama. Quando nós compreendemos o Seu amor e sacrifício por nós, isto põe o problema do mal em uma perspectiva nova. Porque agora nós vemos claramente que o problema de mal realmente é o nosso problema do mal. Cheios de pecados e moralmente culpados diante de Deus, nós enfrentamos a pergunta, não de como Deus pode se justificar a nós, mas como nós podemos ser justificados perante Ele.
Assim, paradoxalmente, embora o problema do mal seja a maior objeção à existência de Deus, ao final do dia, Deus é a única solução ao problema do mal.
Notas:
{1}Michael Ruse, “Evolutionary Theory and Christian Ethics,” in The Darwinian Paradigm (London: Routledge, 1989), pp. 262-269.
{2}J. L. Mackie, The Miracle of Theism (Oxford: Clarendon Press, 1982), pp. 115-116.
{3}Ibid., pp. 117-118.
{4}Michael Ruse, “Evolutionary Theory and Christian Ethics,” in The Darwinian Paradigm (London: Routledge, 1989), pp. 262-269.
{5}Alvin Plantinga, “Two Dozen (or so) Theistic Arguments,” Lecture presented at the 33rd Annual Philosophy Conference, Wheaton College, Wheaton, Illinois, October 23-25, 1986.
{6}Alvin Plantinga, “,” in Alvin Plantinga, ed. James Tomberlin and Petr van Inwagen, Profiles 5 (Dordrecht: D. Reidel, 1985), p. 36.
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