Assembleianos também confirmam a validade dos 10 Mandamentos TODOS
por Azenilto_Brito Hoje à 1:13

Vejam só o que consta nas Lições Bíblicas, publicada pela Casa Publicadora das Assembleias de Deus, do 3º trimestre de 2002, a Lição nº 02: "A Ética Cristã e os Dez Mandamentos":

TEXTO ÁUREO: O cumprimento da lei e dos profetas

Mt 5.17-18 Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim abrogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido.

NÃO... VIM DESTRUIR A LEI... MAS CUMPRIR. O propósito de Cristo é que as exigências espirituais da lei de Deus se cumpram na vida dos seus seguidores (Rm 3.31; 8.4). O relacionamento entre o crente e a lei de Deus envolve os seguintes aspectos:

(1) A lei que o crente é obrigado a cumprir consiste nos princípios éticos e morais do AT (7.12; 22.36-40; Rm 3.31; Gl 5.14;); bem como nos ensinamentos de Cristo e dos apóstolos (28.20; 1 Co 7.19; Gl 6.2). Essas leis revelam a natureza e a vontade de Deus para todos e continuam hoje em vigor. As leis do AT destinadas diretamente à nação de Israel, tais como as leis sacrificiais, cerimoniais, sociais ou cívicas, já não são obrigatórias (Hb 10.1-4; e.g., Lv 1.2,3; 24.10).

(2) O crente não deve considerar a lei como sistema de mandamentos legais através do qual se pode obter mérito para o perdão e a salvação (Gl 2.16,19). Pelo contrário, a lei deve ser vista como um código moral para aqueles que já estão num relacionamento salvífico com Deus e que, por meio da sua obediência à lei, expressam a vida de Cristo dentro de si mesmos (Rm 6.15-22).

MEUS COMENTÁRIOS:

Interessante este trecho da lição da IEAD que cita: "O propósito de Cristo é que as exigências espirituais da lei de Deus se cumpram na vida dos seus seguidores (Rm 3.31; 8.4)."

O que destacaria aí são as passagens de respaldo bíblico que citam. Vejamos o que dizem:

"Anulamos, pois, a lei pela fé? De modo nenhum; antes estabelecemos a lei". -- Rom. 3:31.

"para que a justa exigência da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito". Rom. 8:4.

Puxa, isso é EXATAMENTE o que os adventistas ensinam. A lei divina NÃO É ABOLIDA, e sim CONFIRMADA pela fé.

E o resultado da vida de fé é demonsrar "a justa exigência da lei" na vida.

Tanto que mais adiante Paulo ainda diz, em Rom. 8:

"7 Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem em verdade o pode ser;
8 e os que estão na carne não podem agradar a Deus.
9 Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele".

Então, o que não pode estar em harmonia com a "lei de Deus" é o PENDOR DA CARNE. Claro, "pecado é a transgressão da lei", diz João (1 João 3:4).

E essa "lei de Deus" a que Paulo se refere é a MESMA que no capítulo anterior disse que com a mente serve (7:25), sendo a que traz o preceito "não cobiçarás" (vs. 7, 8), e é por ele considerada santa, justa, boa, espiritual (vs. 12, 14, 22).

Agora, vem essa gente dizer que A LEI FOI TOTALMENTE ABOLIDA, e que o cristão agora sujeita-se só à "lei de Cristo". Mas por que Paulo diz essas coisas todas sobre a "lei de Deus" (não "lei de Cristo") e ainda recomenda de tal lei naturalmente os seus 5o., 6o., 7o., 8o., 9o. e 10o. mandamentos aos GENTIOS de Éfeso e Roma (Efé. 6:1-3; 4:25-31; Rom. 13:8-10)?

E a "lei de Cristo" é a MESMA "lei de Deus" porque Ele disse, "Eu e o Pai somos um".

Puxa, parece que eu li por aí Articulador citando o COMECINHO de Romanos para levantar aquela velha prosopopeia neo-antinomista de "lei abolida" e noções assemelhadas.

Ele se agarra o comecinho do capítulo, tomando uma expressão que claramente NÃO ENTENDE. Pois bem, que tal vermos como Martinho Lutero, o grande campeão do tema da justificação pela fé, interpreta este início de Romanos 7? Eu já apresentei isso, mas vamos repetir porque foi IGNORADO (como é a tática de sofistas já manjadíssima--ignorar questionamentos e ponderações que não lhes interesse):

Diz Lutero, na sua clássica obra "Prefácio à Epístola de Paulo aos Romanos":


Cap. 7 — Morto para a lei e o conflito dentro do crente

No sétimo capítulo, Paulo confirma o anterior mediante uma comparação com a vida matrimonial: Quando morre o marido, a mulher está desimpedida e um está separado e livre do outro. Não que a mulher não pudesse ou devesse tomar outro homem. Ela está apta a tomar outro, o que ela anteriormente não podia, por não estar livre daquele. Assim também nossa consciência sob a lei está vinculada ao velho homem pecaminoso; ao ser este morto pelo Espírito, a consciência está livre, e um desobrigado do outro; não que a consciência nada devesse fazer; mas sim para que agora possa ater-se tanto mais a Cristo, o outro homem, e produzir frutos para a vida.
Aliás, que tal aproveitarmos e ver como Lutero interpreta, no capítulo anterior, a frase tão mal compreendida do "estar debaixo da lei"? Vejam que Lutero é insuspeito nessa sua análise, pois não aceitava o sábado, tal como queruvim:


“Ser sem lei” não é o mesmo que não ter lei alguma e que se possa fazer o que apraz a cada um, senão que “estar debaixo da lei” é quando, sem a graça, lidamos com as obras da lei. Então, com certeza, o pecado impera através da lei, uma vez que ninguém por natureza é afeito à lei, e isto é um grande pecado. A graça, porém, nos torna a lei agradável de sorte que não há mais pecado e a lei não está contra nós, mas em harmonia conosco.

Esta é a verdadeira liberdade do pecado e da lei, da qual fala até o final deste capítulo. É uma liberdade de fazer apenas o bem com vontade e de viver corretamente sem a coação da lei. Por isso tal liberdade é uma liberdade espiritual, que não anula a lei, e sim oferece aquilo que é exigido pela lei: vontade e amor, com o que a lei é aplacada e não mais fica a incitar e exigir.--Destaques acrescentados.
O que Paulo discute sobre a lei, e que os neo-antinomistas dispensacionalistas não entendem, é que o problema não está na lei, e sim no seu "uso ilegítimo" (1 Tim. 1:8), como se deu com Israel que tropeçou por buscar a justiça na lei (Rom. 9:30-32). Eles estavam "debaixo da lei" tal como Lutero explica tão bem, pois queriam obter a graça pela prática da lei, sem terem primeiro a Cristo e sem adotarem os princípios do Novo Concerto.

É um absurdo atribuir a Paulo a heresia antinomista, pois o mesmo Paulo disse (usando o tempo verbal presente o tempo todo) que com a sua mente serve "a lei de Deus" (Rom. 7:25) que é a que traz o preceito "não cobiçarás" (vs. 7, 8), sendo esta santa, justa, boa, espiritual (vs. 12, 14, 22), e a recomenda aos gentios de Éfeso e Roma naturalmente.

Prova disso encontramos em Efé. 6:1-3; 4:25-31; Rom. 13:8-10). Ele claramente não era adepto dessa falsa teologia novidadeira do neo-antinomismo dispensacionalista e nada sabia dessas teses de "lei abolida" e assemelhadas.

http://www.ebdweb.com.br/licoes/licao2_0302.htm