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A persistência do culto a ídolos

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A persistência do culto a ídolos Empty A persistência do culto a ídolos




UM ARTIGO MUITO INTERESSANTE FOI PUBLICADO NO JORNAL JERUSALEM POST ESSA SEMANA. QUANDO EU LI ESTE ARTIGO PENSEI MUITO SOBRE NOSSA PRÓPRIA ADORAÇÃO JUDAICO ADVENTISTA E IMAGINEI QUE ESTE ARTGO PODERIA SER INTERESSANTE PARA NOSSOS LÍDERES, EMBORA EU NUNCA TENHA FEITO ISSO ANTES, ESTOU REPRODUZINDO ESSE ARTIGO AQUI COM A GRACIOSA PERMISSÃO DO JERUSALEM POST.
por Richard-Amram Elofer, 4, Abraham Lincoln 94186 Jerusalem Israel

A PERSISTÊNCIA DO CULTO A ÍDOLOS

Jerusalém Post – 23 de Janeiro, 2008, página 15
De acordo com a história bíblica da Judéia, o culto a ídolos cessou após a destruição do Primeiro Templo. Isso é em si mesmo um paradoxo, implicando que era existente somente enquanto o Templo estava erguido; mas infelizmente era assim. Salomão trouxe os ídolos de suas esposas, e a rainha usurpadora assassina Athaliah trouxe o culto a Ba’al para Jerusalém. Ahaz, pai de Ezequias, construiu um altar no Templo como aquele em Damasco, e seu neto Manasses adorou os ídolos Ba’al e Astarte lá. Depois da destruição, não ouvimos mais sobre idolatria. Mas é verdadeiro que o culto a ídolos morreu – e, além disso, é verdadeiro hoje?
Não temos um retrato claro do que aconteceu após a destruição. Os exilados na Babilônia eram recomendados por Jeremias a aceitar seu destino, se estabelecer, construir casas e casar. Parece que aqueles que voltaram haviam sido fiéis em geral à sua religião, exceto pelo casamento, e não há registro do Segundo templo sendo devotado a formas de adoração a ídolos, como o Primeiro foi por algumas vezes, até o governo do Sumo Sacerdote Menelau e seu mestre Antíoco IV Epifânio.

Quando os Macabeus purificaram o Templo, a adoração a ídolos novamente cessou, e mais tarde foi resistida tão fortemente que nossos ancestrais até recusaram ter o busto do Imperador Romano Calígula colocado em seus centros comunitários.

No entanto, Rabban Gamliel não estava infeliz em ver a estátua da deusa Afrodite na casa de banho em Acre que ele freqüentava, nem havia lá objeções a Hélios, o deus-sol, nos centros de zodíacos no chão de muitas sinagogas antigas. Eles eram tratados como itens decorativos e não mais como objetos de adoração. A verdadeira adoração a ídolos, no entanto, como praticada no passado, tem estado ativa e difundida.

Totalmente separado do incidente do bezerro de ouro no deserto, um regresso à adoração Egípcia de Hator, a vaca dourada, os Israelitas de Canaan adotaram mais seriamente a adoração de Ba’al, o deus da fertilidade. Ele aparece frequentemente em nossa história, e leva Elias e Jehu a matar centenas de seus sacerdotes; mas a adoração de Ba’al continuou crescendo no tempo da invasão Babilônica. Era muito mais fácil ver Ba’al, ou seu associado Reshef, como o doador da chuva e da fertilidade que imaginar que isso era a ação do Deus invisível do Monte Sinai.

Adoração a ídolos era anátema, mas não era estúpida. Ninguém acreditava que um pedaço de madeira, metal ou pedra poderia mudar o clima ou aumentar os rebanhos. O material esculpido era somente um símbolo do poder das forças naturais, e era presumido que a concentração de sua forma, humana ou animal, com presentes apropriados e sacrifícios, poderia trazer os resultados desejados.

Embora o Deus do Sinai fosse invisível, Ele também tinha atributos visíveis, tais como os querubins que guardavam a shechiná, Sua Presença Sagrada, na Arca da Aliança.

Os líderes do reino do norte de Israel são todos retratados como maus, nos passos do rei Jeroboão, que estabeleceu touros-ídolos em Beit-El e Dan. Mas esses eram miniaturas e podem bem ter servido com as mesmas funções que as dos querubins no sul, como o grande orientalista Americano William Foxwell Albright apontou há muitos anos. A forma do touro era mais facilmente compreendida que a do querub, uma criatura mágica não encontrada na natureza. Em outras palavras, Jeroboão removeu um elemento de mistério e o substituiu com um símbolo declarado de fertilidade natural.

Tudo isto está no passado, e a história é correta em dizer que esses ídolos desapareceram; mas não é totalmente assim. Pois para nós é virtualmente impossível nos concentrar somente em um Deus invisível. Nós ainda precisamos de substitutos, e o mais óbvio é na forma do culto da personalidade.

No Judaísmo nós temos figuras paternas, os grandes rabinos do passado e de hoje. Nas yeshivot de hoje, as palavras do medieval Rashi são tratadas como sagradas. Assim são as palavras de Rambam, que é considerado como sendo uma grande autoridade racionalista, ainda que ele seja somente assim dentro dos limites dos termos de seu guia, o Grego Aristóteles.

Nenhum elemento crítico é permitido contra seus trabalhos, os quais são santificados pela tradição, e o ceticismo tem que ser suprimido por causa da tradição.

Os hassidim seguem seu rebbe, que ainda é considerado hoje como sendo um wundermensch ou santo-milagreiro, sem perguntas ou críticas. Quando ele morre (se de fato ele morre!) milhares vão a seu funeral para expressar sua adoração pessoal. Acreditar em sua santidade faz a vida mais fácil para seus seguidores.

Esse tipo de substituto paternal pode não ser adoração a ídolo, mas chega perto. O relacionamento difícil com o Deus invisível é canalizado através de outra fonte que é honorável, comunicável e, sobretudo, visível. Em teoria não é idolatria; mas quando o canal é honrado ao ponto da adoração, como frequentemente acontece, se torna idolatria.

Há outro caminho para a adoração de ídolos, na forma de um objeto ao invés de uma pessoa. Como nós dissemos, o ídolo clássico é um objeto representando o poder que está sendo invocado, e no Judaísmo moderno que também tem um paralelo. Eu me refiro ao rolo da Torah. A Torah é o texto fundamental do Judaísmo e do povo Judeu. É preciosa, é sagrada e é reverenciada. Mas isso está sendo adorado? Nossa tradição decretou que o texto da Torah, escrito à mão ou pergaminho, não é para ser tocado, é muito sagrado para isso.

Mas atingimos um ponto de beijar as capas sempre que podemos. As crianças são ensinadas a beijar a mezuza, o pequeno rolo no umbral da porta. Homens beijam seus tefillin (filactérios), e quando a Torah aparece na sinagoga, todos se aglomeram para beijá-la.

Nos Estados Unidos eu vi esse beijo se estender ao rolo das haftarot, as leituras dos Profetas, impressas em papel, enroladas e cobertas para simular o rolo genuíno da Torah. Os Kohanim, os sacerdotes, beijarão as cortinas da Arca da Torah antes de abençoarem a congregação.

Há um prazer táctil em beijar, em mostrar reverência à Torah, e isso é adoração de um objeto visível que nos dá prazer. Nenhum espanto em ver que as mulheres querem participar disso.

O conhecido autor e neurologista Oliver Sacks disse que os Judeus Ortodoxos tratam os rolos da lei como “pequenos deuses,” e ele está certo. Alguém poderia dizer que eles estão mostrando respeito, mas quando alguém vê a multidão ao redor da Torah enquanto esta é carregada pela sinagoga, parece mais frenético que simplesmente respeito – parece adoração mesmo, na qual todos os congregados desejam partilhar.

Isso bem parece, como nossa história mostra, que a adoração a ídolos tenha cessado, mas somente em sua forma clássica. Em suas novas formas, de culto de personalidade e adoração ao texto, persiste e persiste nos círculos Ortodoxos tão fortemente hoje como o foi no passado.

Stephen Gabriel Rosenberg, membro do Instituto Albright de Pesquisa Arqueológica, Jerusalém.
Eduardo
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