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A Sabedoria Contemporânea e a Ressurreição de Jesus
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18022010
A Sabedoria Contemporânea e a Ressurreição de Jesus
A Sabedoria Contemporânea e a Ressurreição de Jesus
Traduzido por: Juliana Cambiucci
Questão:
Querido Dr. Craig:
Seu argumento para a ressurreição de Cristo baseado em seu enterro, o túmulo vazio, sua aparição subseqüente e a posterior transformação de seus seguidores tem renovado minhas esperanças de chegar a ter fé no Cristo. Espero que possa me ajudar em duas questões para adotar completamente o seu argumento:
(1). Como eu não sou um estudioso do Novo Testamento, me sinto incapaz de avaliar pessoalmente a fundo todos os argumentos a favor e contrários às suas quatro premissas (apesar dos textos e livros em seus debates serem muito úteis). Portanto, eu devo considerar a visão predominante da corrente principal de estudiosos com respeito às premissas. Estou encorajado pelas suas afirmações de que a maioria que faz parte da corrente principal aceita-as e por essas afirmações não terem sido negadas nos debates que eu li, mas eu sinto a necessidade de corroboração positiva de alguém mais neutro ou de fontes da oposição. Poderia, por favor, apontar-me alguma (s) corroboração (ões), incluindo se possível corroborações relativamente recentes?
(2). Supondo a aceitação de suas premissas pela maioria dos estudiosos da corrente principal: concordo com a sua opinião de que é “chocante” que a maioria desses mesmos estudiosos não deduzam a ressurreição através daquelas premissas, especialmente desde que sei que você tem afirmado o argumento por pelo menos 25 anos. Mas para mim, como alguém que ainda não chegou a crer por ele mesmo, este fato chocante é um obstáculo: eu preciso de uma explicação para isso.
Eu imagino que a explicação para o ceticismo de algum desses estudiosos é que eles tenham sucumbido ao naturalismo e é evidente que alguns estudiosos simplesmente gostam de ser céticos. Porém, é difícil para mim acreditar que não existam outras razões mais formidáveis pela qual tantas pessoas tenham escolhido estudar intensivamente o Novo Testamento, que tenham aceitado as quatro premissas e, no entanto, tenham rejeitado o acontecimento crucial do Novo Testamento.
Existem outras razões para isso, quer sejam argumentos contrários ou razões menos diretas? Se sim, você poderia apresentá-las em suas formas mais fortes? Quero defrontar os desafios mais fortes para a crença *antes* de me tornar um crente, para não ser assaltado por elas mais adiante!
A propósito, uma possível esperança olhando para essa situação problemática de muitos estudiosos aceitarem as premissas mas permanecendo céticos: as premissas são tão fortes que até mesmo muitos céticos as aceitam! (Estou certo de que você já estabeleceu esta posição em algum lugar.)
Em gratidão por quão longe você me trouxe e ao otimismo que ainda pode me trazer
Lee
Dr. William Lane Craig responde:
Estou muito feliz em ver que está pesquisando Jesus com a mente e o coração aberto, Lee.
Uma das coisas que mais me surpreenderam em fazer meu trabalho de doutorado em Munique sobre a historicidade da ressurreição de Jesus, foi o início da constatação de que muitos estudiosos do Jesus histórico que escreveram sobre o assunto, apesar da grande predisposição ao contrário, concordam que são históricos (1) o enterro de Jesus por José de Arimatéia, (2) a descoberta do túmulo vazio de Jesus por algumas de suas seguidoras, (3) as aparições pós-morte de Jesus a vários indivíduos e grupos e (4) os discípulos originais vindo a acreditar sinceramente que Deus ressuscitou Jesus da morte. Eu conheço a literatura e afirmo a você que o que eu relatei está correto.
Uma maneira de comprovar minha avaliação dos conhecimentos correntes está simplesmente em fornecer listas de nomes de estudiosos importantes que apóiam esses fatos. Eu tenho fornecido essas listas no meu trabalho publicado. Outro meio é citar outros estudiosos destacados que fazem o mesmo julgamento. Isso eu também tenho feito.
Considere o enterro de Jesus e o túmulo vazio. Ambas fazem parte da fonte de Marcos para a história da paixão de Jesus. De acordo com Mark Allen Powell, ocupante da cadeira da seção do Jesus Histórico da Sociedade de Literatura Bíblica, “A visão predominante é de que as narrativas da paixão são antigas e baseadas em testemunhos oculares (Journal of the American Academy of Religion 68 [2000]:171). Especificamente, com respeito ao enterro, Kendall e O’Collins apontaram Bultmann, Fitzmeyer, Porter, Gnilka, Hooker, “e muitos outros estudiosos da bíblia” que reconhecem um fundamento historicamente confiável nas considerações do enterro de Jesus por José de Arimatéia. Eles observam que de “todo agora e sempre” a história do enterro é rejeitada como não histórica, por exemplo por John Dominic Crossan; mas no entanto, “em regra, os comentaristas recentes de Marcos (Ernst, Gnilka, Haenchen, Harrington, Hooker, Pesch, Schweizer, etc.)…não investem-no com o tipo de criatividade necessária para inventar a história do enterro…” (Daniel Kendall e Gerald O’Collins, “José de Arimatéia existiu?” Biblica 75 [1994]: 240). Em conversas pessoais com O’Collins e o renomado estudioso do Novo Testamento Raymond Brown, ambos confirmaram meu julgamento que apenas uma minoria dos estudiosos que publicaram sobre o assunto negam a historicidade do enterro de Jesus por José de Arimatéia. Igualmente com respeito ao túmulo vazio, já pelos anos de 1970, Jacob Kremer, um especialista Austríaco na ressurreição foi capaz de noticiar, “De longe, a maior parte dos exegetas defendem firmemente a segurança dos relatos bíblicos com respeito ao túmulo vazio” (Die Osterevangelien–Geschichten um Geschichte (Stuttgart: Katholisches Bibelwerk, 1977), 49-50). A função das mulheres na descoberta de que o túmulo estava vazio tem sido sobretudo persuasiva aos estudiosos. De acordo com Raymund Schwager, “recentemente se tornou comum a avaliação positiva da função das mulheres na morte de Jesus e na manhã de Páscoa,” ao contrário da hipótese da lenda(Zeitschrift für Theologie und Kirche [1993]: 436). Com relação às aparições pós-morte e o fato dos discípulos virem a acreditar que Jesus ressuscitou, bem, não há dúvidas a esses fatos. Como Paula Frederickson (não conservadora!) disse, “A convicção dos discípulos de que eles tinham visto o Cristo ressurreto…[é] fundamento histórico, fatos conhecidos além da dúvida” (Jesus of Nazareth [New York: Vintage, 1999], 264).
Não é difícil encontrar estudiosos chamados de “neutros” ou “opositores” que aceitam esses quatro fatos. Alguns deles já mencionados acima se encaixam nessa descrição.
Como exemplos de estudiosos neutros, considere Pinchas Lapide e Geza Vermes, que são estudiosos Judeus que defendem a historicidade daqueles quatro fatos. Vermes escreve “Quando cada argumento for considerado e pesado, a única conclusão aceitável dos historiadores deve ser que…as mulheres que foram ao funeral de Jesus, encontraram, para a consternação delas, não o corpo, mas um túmulo vazio” (Jesus the Jew, p. 41).
Como exemplo de um historiador opositor, considere Bart Ehrman, que escreve,
Talvez, a evidência mais objetiva para a situação atual na terra na erudição do Novo Testamento com respeito a esses quatro fatos seria uma análise bibliográfica da literatura relevante. Tal análise tem, de fato, sido conduzida por Gary Habermas (“Experience of the Risen Jesus: The Foundational Historical Issue in the Early Proclamation of the Resurrection, “Dialog 45 (2006): 288-97). Em uma análise de mais de 2.200 publicações sobre a ressurreição em Inglês, Francês e Alemão desde 1975, Habermas descobriu que 75% dos estudiosos pesquisados aceitaram a historicidade da descoberta do túmulo vazio de Jesus. A crença na experiência da aparição pós morte de Jesus sentida pelos discípulos é virtualmente universal.
Então, respondendo a sua primeira questão, Lee, eu acho que você pode ficar confiante que minha descrição da erudição contemporânea do Novo Testamento com respeito a esses fatos não estarem fora de propósito.
Isso leva a sua segunda questão. Por quê, como Ehrman disse, a ressurreição é, então “uma tradição sobre Jesus que os historiadores tem dificuldade em lidar?” Ehrman é explícito sobre a resposta: o caráter miraculoso da ressurreição é um obstáculo para muitos historiadores. Ehrman aponta duas razões para esse fato. Primeiro é um argumento contra a identificação de milagres inspirado pelo filósofo céptico do século XVIII David Hume. O problema suposto é que pela definição um milagre é extraordinariamente improvável e então nunca pode ser estabelecido por evidências históricas. A segunda é o compromisso do historiador com o naturalismo metodológico: ele não tem acesso à entidades sobrenaturais e então deve restringir suas explicações à causas puramente naturais. Ehrman enfatiza que esses obstáculos não falsificam a ressurreição ou indicam que aquilo realmente não aconteceu. Eles simplesmente servem para bloquear os historiadores de apelar para a ressurreição como uma explicação dos quatro fatos mencionados acima.
Em meu debate com Ehrman bem como na terceira edição de Reasonable Faith [publicado em português como “A Veracidade da Fé Cristã”, Edições Vida Nova], eu explico por que o raciocínio de Hume é demonstravelmente falaciosa e por que um compromisso do historiador ao naturalismo metodológico não nos impede de concluir que a ressurreição é a melhor explicação dos fatos, mesmo que o historiador profissional no papel de historiador esteja impedido de agir dessa maneira.
Eu não sei se Ehrman representa a maioria dos críticos que aceitam os quatro fatos mas que permanecem céticos sobre a ressurreição, mas eu suspeito que suas razões sejam bastante típicas. John Meier e Dale Allison oferecem diferentes razões para o não-comprometimento que eu discuti em outro lugar (Scholarly Articles: Historical Jesus). O ponto é que tal ceticismo sobre a ressurreição de Jesus fundamenta-se principalmente, não em considerações históricas, mas em filosóficas, o que está fora da área de especialidade dos estudiosos do Novo Testamento.
http://www.apologia.com.br/?p=515#more-515
Traduzido por: Juliana Cambiucci
Questão:
Querido Dr. Craig:
Seu argumento para a ressurreição de Cristo baseado em seu enterro, o túmulo vazio, sua aparição subseqüente e a posterior transformação de seus seguidores tem renovado minhas esperanças de chegar a ter fé no Cristo. Espero que possa me ajudar em duas questões para adotar completamente o seu argumento:
(1). Como eu não sou um estudioso do Novo Testamento, me sinto incapaz de avaliar pessoalmente a fundo todos os argumentos a favor e contrários às suas quatro premissas (apesar dos textos e livros em seus debates serem muito úteis). Portanto, eu devo considerar a visão predominante da corrente principal de estudiosos com respeito às premissas. Estou encorajado pelas suas afirmações de que a maioria que faz parte da corrente principal aceita-as e por essas afirmações não terem sido negadas nos debates que eu li, mas eu sinto a necessidade de corroboração positiva de alguém mais neutro ou de fontes da oposição. Poderia, por favor, apontar-me alguma (s) corroboração (ões), incluindo se possível corroborações relativamente recentes?
(2). Supondo a aceitação de suas premissas pela maioria dos estudiosos da corrente principal: concordo com a sua opinião de que é “chocante” que a maioria desses mesmos estudiosos não deduzam a ressurreição através daquelas premissas, especialmente desde que sei que você tem afirmado o argumento por pelo menos 25 anos. Mas para mim, como alguém que ainda não chegou a crer por ele mesmo, este fato chocante é um obstáculo: eu preciso de uma explicação para isso.
Eu imagino que a explicação para o ceticismo de algum desses estudiosos é que eles tenham sucumbido ao naturalismo e é evidente que alguns estudiosos simplesmente gostam de ser céticos. Porém, é difícil para mim acreditar que não existam outras razões mais formidáveis pela qual tantas pessoas tenham escolhido estudar intensivamente o Novo Testamento, que tenham aceitado as quatro premissas e, no entanto, tenham rejeitado o acontecimento crucial do Novo Testamento.
Existem outras razões para isso, quer sejam argumentos contrários ou razões menos diretas? Se sim, você poderia apresentá-las em suas formas mais fortes? Quero defrontar os desafios mais fortes para a crença *antes* de me tornar um crente, para não ser assaltado por elas mais adiante!
A propósito, uma possível esperança olhando para essa situação problemática de muitos estudiosos aceitarem as premissas mas permanecendo céticos: as premissas são tão fortes que até mesmo muitos céticos as aceitam! (Estou certo de que você já estabeleceu esta posição em algum lugar.)
Em gratidão por quão longe você me trouxe e ao otimismo que ainda pode me trazer
Lee
Dr. William Lane Craig responde:
Estou muito feliz em ver que está pesquisando Jesus com a mente e o coração aberto, Lee.
Uma das coisas que mais me surpreenderam em fazer meu trabalho de doutorado em Munique sobre a historicidade da ressurreição de Jesus, foi o início da constatação de que muitos estudiosos do Jesus histórico que escreveram sobre o assunto, apesar da grande predisposição ao contrário, concordam que são históricos (1) o enterro de Jesus por José de Arimatéia, (2) a descoberta do túmulo vazio de Jesus por algumas de suas seguidoras, (3) as aparições pós-morte de Jesus a vários indivíduos e grupos e (4) os discípulos originais vindo a acreditar sinceramente que Deus ressuscitou Jesus da morte. Eu conheço a literatura e afirmo a você que o que eu relatei está correto.
Uma maneira de comprovar minha avaliação dos conhecimentos correntes está simplesmente em fornecer listas de nomes de estudiosos importantes que apóiam esses fatos. Eu tenho fornecido essas listas no meu trabalho publicado. Outro meio é citar outros estudiosos destacados que fazem o mesmo julgamento. Isso eu também tenho feito.
Considere o enterro de Jesus e o túmulo vazio. Ambas fazem parte da fonte de Marcos para a história da paixão de Jesus. De acordo com Mark Allen Powell, ocupante da cadeira da seção do Jesus Histórico da Sociedade de Literatura Bíblica, “A visão predominante é de que as narrativas da paixão são antigas e baseadas em testemunhos oculares (Journal of the American Academy of Religion 68 [2000]:171). Especificamente, com respeito ao enterro, Kendall e O’Collins apontaram Bultmann, Fitzmeyer, Porter, Gnilka, Hooker, “e muitos outros estudiosos da bíblia” que reconhecem um fundamento historicamente confiável nas considerações do enterro de Jesus por José de Arimatéia. Eles observam que de “todo agora e sempre” a história do enterro é rejeitada como não histórica, por exemplo por John Dominic Crossan; mas no entanto, “em regra, os comentaristas recentes de Marcos (Ernst, Gnilka, Haenchen, Harrington, Hooker, Pesch, Schweizer, etc.)…não investem-no com o tipo de criatividade necessária para inventar a história do enterro…” (Daniel Kendall e Gerald O’Collins, “José de Arimatéia existiu?” Biblica 75 [1994]: 240). Em conversas pessoais com O’Collins e o renomado estudioso do Novo Testamento Raymond Brown, ambos confirmaram meu julgamento que apenas uma minoria dos estudiosos que publicaram sobre o assunto negam a historicidade do enterro de Jesus por José de Arimatéia. Igualmente com respeito ao túmulo vazio, já pelos anos de 1970, Jacob Kremer, um especialista Austríaco na ressurreição foi capaz de noticiar, “De longe, a maior parte dos exegetas defendem firmemente a segurança dos relatos bíblicos com respeito ao túmulo vazio” (Die Osterevangelien–Geschichten um Geschichte (Stuttgart: Katholisches Bibelwerk, 1977), 49-50). A função das mulheres na descoberta de que o túmulo estava vazio tem sido sobretudo persuasiva aos estudiosos. De acordo com Raymund Schwager, “recentemente se tornou comum a avaliação positiva da função das mulheres na morte de Jesus e na manhã de Páscoa,” ao contrário da hipótese da lenda(Zeitschrift für Theologie und Kirche [1993]: 436). Com relação às aparições pós-morte e o fato dos discípulos virem a acreditar que Jesus ressuscitou, bem, não há dúvidas a esses fatos. Como Paula Frederickson (não conservadora!) disse, “A convicção dos discípulos de que eles tinham visto o Cristo ressurreto…[é] fundamento histórico, fatos conhecidos além da dúvida” (Jesus of Nazareth [New York: Vintage, 1999], 264).
Não é difícil encontrar estudiosos chamados de “neutros” ou “opositores” que aceitam esses quatro fatos. Alguns deles já mencionados acima se encaixam nessa descrição.
Como exemplos de estudiosos neutros, considere Pinchas Lapide e Geza Vermes, que são estudiosos Judeus que defendem a historicidade daqueles quatro fatos. Vermes escreve “Quando cada argumento for considerado e pesado, a única conclusão aceitável dos historiadores deve ser que…as mulheres que foram ao funeral de Jesus, encontraram, para a consternação delas, não o corpo, mas um túmulo vazio” (Jesus the Jew, p. 41).
Como exemplo de um historiador opositor, considere Bart Ehrman, que escreve,
A ressurreição de Jesus repousa no coração da fé Cristã. Infelizmente, isso também é uma tradição sobre Jesus que os historiadores tem dificuldade em lidar. Como disse, existem algumas coisas que podemos dizer com certeza sobre Jesus após a sua morte. Podemos dizer com relativa certeza, por exemplo, que ele foi enterrado. Digo com relativa certeza porque os historiadores tem algumas dúvidas sobre a tradição do enterro de Jesus…
.
Alguns historiadores argumentaram que é mais plausível que na verdade Jesus tenha sido colocado numa vala comum, o que algumas vezes aconteceu, ou que tenha sido, como muitas outras pessoas crucificadas, simplesmente deixado para ser comido por animais necrófagos (o que também acontecia comumente com pessoas crucificadas no Império Romano). [Ehrman está se referindo aqui a críticos radicais como John Dominic Crossan, cujo ceticismo sobre a historicidade do enterro de Jesus tem sido amplamente rejeitado, como mencionado acima. Ehrman irá agora rejeitar isso, também. – WmLC] Mas os relatos são claramente unânimes em dizer (os relatos mais antigos que temos são unânimes em dizer) que Jesus foi de fato enterrado por um amigo, José de Arimatéia, então é relativamente confiável que foi isso que aconteceu.
.
Também temos sólidas tradições indicando que mulheres encontraram seu túmulo vazio três dias depois. Isso é confirmado em todas as nossas fontes do Evangelho, recentes e antigas, e então isso parece ser um dado histórico. Então eu penso que podemos dizer que após a morte de Jesus, com alguma certeza, que ele foi enterrado, possivelmente por seu amigo, José de Arimatéia, e que três dias depois ele pareceu não estar presente em seu túmulo (Bart Ehrman, From Jesus to Constantine: A History of Early Christianity, Lecture 4: “Oral and Written Traditions about Jesus” [The Teaching Company, 2003].)
Talvez, a evidência mais objetiva para a situação atual na terra na erudição do Novo Testamento com respeito a esses quatro fatos seria uma análise bibliográfica da literatura relevante. Tal análise tem, de fato, sido conduzida por Gary Habermas (“Experience of the Risen Jesus: The Foundational Historical Issue in the Early Proclamation of the Resurrection, “Dialog 45 (2006): 288-97). Em uma análise de mais de 2.200 publicações sobre a ressurreição em Inglês, Francês e Alemão desde 1975, Habermas descobriu que 75% dos estudiosos pesquisados aceitaram a historicidade da descoberta do túmulo vazio de Jesus. A crença na experiência da aparição pós morte de Jesus sentida pelos discípulos é virtualmente universal.
Então, respondendo a sua primeira questão, Lee, eu acho que você pode ficar confiante que minha descrição da erudição contemporânea do Novo Testamento com respeito a esses fatos não estarem fora de propósito.
Isso leva a sua segunda questão. Por quê, como Ehrman disse, a ressurreição é, então “uma tradição sobre Jesus que os historiadores tem dificuldade em lidar?” Ehrman é explícito sobre a resposta: o caráter miraculoso da ressurreição é um obstáculo para muitos historiadores. Ehrman aponta duas razões para esse fato. Primeiro é um argumento contra a identificação de milagres inspirado pelo filósofo céptico do século XVIII David Hume. O problema suposto é que pela definição um milagre é extraordinariamente improvável e então nunca pode ser estabelecido por evidências históricas. A segunda é o compromisso do historiador com o naturalismo metodológico: ele não tem acesso à entidades sobrenaturais e então deve restringir suas explicações à causas puramente naturais. Ehrman enfatiza que esses obstáculos não falsificam a ressurreição ou indicam que aquilo realmente não aconteceu. Eles simplesmente servem para bloquear os historiadores de apelar para a ressurreição como uma explicação dos quatro fatos mencionados acima.
Em meu debate com Ehrman bem como na terceira edição de Reasonable Faith [publicado em português como “A Veracidade da Fé Cristã”, Edições Vida Nova], eu explico por que o raciocínio de Hume é demonstravelmente falaciosa e por que um compromisso do historiador ao naturalismo metodológico não nos impede de concluir que a ressurreição é a melhor explicação dos fatos, mesmo que o historiador profissional no papel de historiador esteja impedido de agir dessa maneira.
Eu não sei se Ehrman representa a maioria dos críticos que aceitam os quatro fatos mas que permanecem céticos sobre a ressurreição, mas eu suspeito que suas razões sejam bastante típicas. John Meier e Dale Allison oferecem diferentes razões para o não-comprometimento que eu discuti em outro lugar (Scholarly Articles: Historical Jesus). O ponto é que tal ceticismo sobre a ressurreição de Jesus fundamenta-se principalmente, não em considerações históricas, mas em filosóficas, o que está fora da área de especialidade dos estudiosos do Novo Testamento.
http://www.apologia.com.br/?p=515#more-515
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Inscrição : 19/04/2008
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