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O Cristianismo na China

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04092011

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De fonte religiosa, lembraria o livro “China & Cristianismo: Em busca de um Homem Novo”, coletânea de estudos de autores católicos, aparecidos na revista “Concilium/146”, de Junho de 1979, lançada entre nós pela Editora “Vozes”.

O primeiro livro discorre sobre o intento jesuítico de converter ao Cristianismo os letrados da corte do Império do Meio e, através dela, o povo chinês, a exemplo do que havia acontecido no Império Romano de Bizâncio, com a conversão de imperador Constantino.

Já “O Filho Chinês de Deus”, traduzido pelo diplomata Sérgio Duarte, quando nosso embaixador em Pequim, relata a saga de Hong Xiuquan, líder da revolução Taiping, que empolgou a China por duas décadas em meados do século XIX, tendo estabelecido Capital em Nanquim, rebatizada como “Nova Jerusalém”. Em seus delírios, Hong Xiuquan, levado por um anjo enviado por Deus, subiu ao Céu pela primeira vez em 1843, sendo recebido pelo Supremo como o irmão mais novo de Jesus. Foi-lhe, então, conferida a missão de voltar a terra “para exterminar todos os demônios, governar o mundo e salvar o povo”. Hong Xiuquan esteve no Paraíso Celeste várias vezes, casou-se com a Estrela Polar e seus filhos brincavam nas nuvens com os filhos de Jesus Cristo...

O volume “China & Cristianismo” tenta, segundo seus autores, “redescobrir a realidade imemorial da China, principalmente segundo sua dimensão religiosa e ética, interrogando-se, em particular, sobre as implicações religiosas do maoísmo”, especialmente por a sua insistência em “servir ao povo”. De fato, durante nossa permanência naquele País, especialmente durante a chamada “revolução cultural” (1966-1976), fomos testemunhas de que, ao menos nesse período, o maoísmo pontificava mais pela fé do que pela razão. Um dos autores, Edmond Tang, do Instituto “Pro Mundi”, de Bruxelas, diz que alguns cristãos do Ocidente “chegaram a estender o guarda-chuva da Bíblia a ponto de abrigar a Longa Marcha chinesa” de Mao Tsetung.

A Revista de Cultura “Vozes”, n.o 1, de 1989, contém mais de cem páginas consagradas ao título “China – A Harmonia dos Contrários”, com análises sócio-religioosas a cargo dos teólogos Aloysius B. Chang, Jerome Heyndrickx, Hung Chin, Leonardo Boff, Frei Betto e Clodovis Boff, após haverem estado na China, em 1988, preocupados “com a vontade política de Deus e com a sorte de seus concidadãos”. O volume reúne um manancial de informações recentes sobre o catolicismo na China, através de reflexões teológicas e pastorais sobre a Igreja católica chinesa e sobre a política religiosa do PC chinês.

Lembraria também pequeno, mas precioso estudo intitulado “Os Jesuítas nos Alicerces da Ponte China-Ocidente”, da professora Maria da Graça Campos Mendes (in “China em Estudo”, vol 1, n.o 1, de 1994, do Curso de Língua e Literatura Chinesa da USP). Neste estudo, a professora Maria da Graça, que conviveu conosco em Pequim durante alguns anos, expõe a presença de pregadores cristãos na China, desde o século VII, através de missionários nestorianos, discorre sobre a “Querela dos Ritos”, entre os jesuítas e o Vaticano, a respeito da permissão dada aos católicos chineses, no século XVII, para cultuarem seus ancestrais e Confúcio. Ela se reporta também à supressão total da missão jesuítica (1773), sendo o trabalho desta Ordem substituído pelos lazaristas, que ainda hoje mantém sua missão, por nós visitada em 1997, na ilha de Landao, arquipélado de Hong Kong.

Mas, a história do cristianismo na China contém muitos outros episódios do maior interesse, um dos quais sempre despertou em nós especial atenção. Trata-se da missão desempenhada pelos comerciantes venezianos Nicoló e Matteo Polo, respectivamente pai e tio de Emilione, vulgo Marco Pólo. Eles estiveram na China na década dos 60 do século XIII, tendo permanecido por alguns anos na corte do imperador Kubilay Khan. Ao regressar a Veneza, foram portadores de uma carta do Grande Khan ao Papa Clemente IV, pedindo informações do mundo cristão e o envio de missionários para difusão da fé cristã no Oriente. A imperatriz chinesa, que era cristã (!), encareceu-lhes, que, de volta à China, passassem por Jerusalém e lhe trouxessem um frasco de óleo bento da Igreja da Natividade.
Há um seriado italiano que a antiga TV Manchete transmitiu várias vezes, onde este episódio é detalhado.

Acontece que, quando os irmãos Polo chegaram a Veneza, o Papa havia falecido. Após esperarem por vários anos, como a escolha de um novo titular do Vaticano não se decidia, eles retornaram à China em 1271, desta vez com o jovem Marco. Ao passarem pela Palestina, inteiraram-se de que o bispo de Jerusalém havia sido designado Papa – Gregório X. Fizeram-lhe entrega da carta do imperador chinês e o novo Papa designou dois sacerdotes, a fim de acompanhá-los para empreender a tarefa de evangelização na China. Haveria muito a dizer a este respeito, mas vamos nos limitar apenas a um detalhe: como se explica que, a essa altura da História, a Imperatriz chinesa fosse cristã?

Para isso, devemos explicar quem foram os pregadores nestorianos, acima citados no estudo da professora Maria da Graça. No Concílio de Éfeso (431), Nestório, bispo de Constantinopla, foi condenado por negar à Virgem Maria a denominação de Mãe de Deus. Longa polêmica, que já atravessara o Concílio de Nicéia (325). Nestório admitia apenas o título de Mãe de Cristo, pois distinguia em Jesus dois componentes: o Verbo (Deus) e o homem. E pretendia que Maria fosse tão somente mãe do homem e não de Deus. Para a maioria dos bispos, estava em causa a questão da unicidade da pessoa de Jesus.

Divergindo de Roma, Nestório e seus discípulos constituem uma das origens da Igreja Ortodoxa, um dos três grandes ramos do Cristianismo. Eles tiveram grande êxito na pregação do Cristianismo na Ásia Central. O reino dos Tunguts, por exemplo, uma das primeiras conquistas de Genghis Khan, era um reino cristão, de influência nestoriana. Morto o rei pelas tropas mongóis, Genghis Khan tomou para si a rainha como sua esposa. Teria sido essa a origem da tradição cristã na corte chinesa da dinastia Yuan (1279-1368), cujo fundador foi Kubilay, neto de Gengis. A exemplo de seu avô, que teve como orientador político, filosófico e religioso o famoso monge taoísta Shan Dong, Kubilay era um monarca bastante liberal no plano cultural. O corpo de Shan Dong está sepultado, em Pequim, no Templo taoísta das “Nuvens Brancas”, onde íamos com certa freqüência.

Mas, quanto à saga de Genghis Khan, seria melhor o leitor recorrer a outro livro – “A Terra de Deus”, de Taylor Caldwell (Editora Record). Trata-se de uma biografia de Genghis Khan, cujo gênio militar, habilidade política e diplomática e como organizador do maior império da história, lhe valeu capa da revista “Time”, em fins de 1999, com o título de “A Personalidade do Milênio”.

Quanto ao catolicismo hoje em dia na China, deixamos para um próximo capítulo.

* Jayme Martins, jornalista jundiaiense, viveu 20 anos na China. E-mail: jaymemartins@terra.com.br
Eduardo
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