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Epidemiologia

No mundo 815.000 pessoas cometeram suicídio no ano 2.000, o que perfaz 14,5 mortes por 100.000 habitantes (uma morte a cada 40 segundos). A maioria dos suicídios ocorre na Ásia que concentra cerca de 60% de todos os suicídios do planeta. Segundo a Organização Mundial da Saúde, China, Índia e Japão são responsáveis por 40% de todos os suicídios. Em números absolutos a República Popular da China lidera as estatísticas, foram 195 mil suicídios no ano de 2000, seguido pela Índia com 87 mil, a Rússia com 52,5 mil, os Estados Unidos com 31 mil (a media percapita é pequena em relação aos demais) e o Japão com 20 mil. Mas países do Leste Europeu são os recordistas em média de suicídio por 100.000 habitantes. A Lituânia (41,9), Estônia (40,1), Rússia (37,6), Letônia (33,9) e Hungria (32,9). Guatemala, Filipinas e Albânia estão no lado oposto, com a menor taxa, variando entre 0,5 e 2. Os demais países estão na faixa de 10 a 16. De fato há uma grande concentração na taxa de suicídio nos países do antigo bloco comunista onde o ateísmo era pregado pelo Estado.


Rússia
Todos os anos 60 mil pessoas põem um fim às suas vidas na Rússia, onde a taxa de suicídio é a segunda no mundo—são 34,9 por 100 mil habitantes, abaixo somente da Lituânia e leste europeu anunciou a diretora do Centro Serbski de Psiquiatria Social e Judiciária da Rússia, Tatiana Dmitrieva, em entrevista coletiva organizada por ocasião do Dia Internacional da Saúde Mental. Em 2008, foram registados 29 suicídios por 100 mil habitantes, índice muito superior à média mundial de 14 por 100 mil.[76] As altas taxas provavelmente estão associadas com a grande frequência de alcoolismo, crises sócio-econômica e fatores culturais.


Japão
O Japão tem a mais alta taxa de suicídio do mundo desenvolvido (24,1 por 100.000 habitantes). Os suicídios atingiram o número recorde de 34.427 em 2003 (+ 7,1% com relação a 2002) Geralmente empresários e funcionários, comentem suicídios motivados por escândalos de corrupção ou perda de dignidade na sociedade.[77]

No ano de 2008 o suicídio entre jovens bateu novo recorde no Japão, tendo alcançado 4.850 mortes , 1,7% a mais que no ano anterior, informou a polícia japonesa. Mesmo com este aumento, em 2008, 32 249 pessoas se mataram no Japão, uma baixa de 2,6% em com relação aos números de 2007.

A taxa de suicídios foi, no ano de 2008, de 25,3 para cada 100 mil habitantes, o que coloca o Japão entre os dez países do mundo com mais casos. O suicídio é a sexta maior causa de morte no Japão, onde não está associado a um tabu social.


França
Em 1996, a França teve 12 000 suicídios por 160 000 tentativas; com 62 milhões de habitantes, esses números representam aproximadamente 19,6 suicídios por 100 000 habitantes, ou seja, um suicídio por 5 000 pessoas, e uma tentativa por 400 pessoas. A França ocupa o quarto lugar entre os países desenvolvidos. Esses números são mais ou menos estáveis desde 1980. Assim como em outros países da Europa o suicídio já se tornou uma causa mortis mais frequente que os acidentes de trânsito. Fatores culturais e crises sócio-econômicas agravaram a situação em 2008-2009.

O suicídio no Japão possui um caráter peculiar e até cultural. Os samurais se suicidavam no sangrento ritual do Hara-Kiri. Soldados conhecidos como Kamikazes se atiravam de avião contra os inimigos. Parece que, para eles, o suicídio não é algo tão abominável como é para os ocidentais. Para eles, tirar a própria vida pode significar honra, valor ou vingança... Emily Durkheim, o fundador da Sociologia científica, mostra no seu célebre trabalho “O Suicídio” que esse tipo de morte não ocorre somente onde a integração social é fraca, mas também onde ela é muito forte, como no caso dos homens-bomba muçulmanos. Neste caso, o sujeito prefere morrer a causar prejuízos para os outros. E precisamente esse, juntando-se ao tratamento “normal” que dão a essa prática, tem sido o motivo da morte de muitos japoneses de meia-idade. A socióloga japonesa Kayoko Ueno afirma:

“O fato que o número de suicidas está aumentando entre homens de meia idade com problemas financeiros ressalta a responsabilidade masculina de manter a sua família, e algumas vezes os seus empregados. Esta é uma realidade ainda mais pungente em dias de dificuldades econômicas. Alguns suicídios são como uma tentativa, por parte dos suicidas, de conseguir dinheiro do seguro de vida para sua família. Um fenômeno que tem sido observado é que um dos padrões mais comuns em suicídios é que eles ocorrem quando o período de carência do seguro termina.”

Também relaciona o suicídio com a posição que os indivíduos ocupam na sociedade:

“O fenômeno atual do suicídio no Japão é muito social no sentido mais definido ainda do que nas hipóteses de Durkheim. Primeiro, sociologicamente falando, os vocabulários, motivos e métodos de suicídio são delineados principalmente pela sociedade. Como o “vocabulário de motivos” do sociólogo americano C. Wright Mills estipula, as razões para uma ação são empregadas no processo de justificativa desta ação frente a outras pessoas e ao próprio indivíduo que a comete. E o vocabulário dos motivos vem da sociedade. O Japão está desenvolvendo um vocabulário de motivos associado ao suicídio, permitindo que as pessoas acreditem que não têm nenhuma outra escolha senão a morte. O suicídio é claramente um ato aceito como o último recurso para resolver problemas ou se livrar deles de uma vez por todas. Mas o Japão, por outro lado, falhou por não desenvolver os motivos para a vida que os membros da sociedade podem utilizar para justificar suas existências. Tais motivos para a vida são absolutamente necessários particularmente nesta era de globalização quando o valor econômico é superestimado e todos podem ser classificados como vencedores ou como perdedores.”

(http://www.espacoacademico.com.br/044/44eueno.htm)

(http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/10/091023_france_telecom_suicidios_rw.shtml)

(http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1125483-5602,00.html)
Eduardo
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