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A genética determina o comportamento?

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A genética determina o comportamento? DNA%20COSMICO

A genética determina o comportamento?

Não.

O nosso DNA possibilita e favorece determinados tipos de comportamento, mas não determina nada. Os genes não restringem a liberdade humana eles a possibilitam, diz Matt Ridley, autor do livro O Que Nos Faz Humanos, em um artigo para a revista New Scientist.

A genética não é um destino, não determina o que você vai ser. Ela oferece predisposições. Todos estão sujeitos a influências ambientais que podem, sim, mudar a expressão dos genes e fazer com que eles simplesmente não se manifestem, diz André Ramos, diretor do Laboratório de Genética do Comportamento da Universidade Federal de Santa Catarina.

Traços de personalidade são idéias, conceitos culturais: dependem dos olhos de outros e da cultura de um lugar e de uma época para aparecerem e ganharem um nome. O que é inteligência, pedofilia, má educação ou timidez no Brasil pode ganhar nomes bem diferentes no Japão, por exemplo. Por isso, não dá para encontrar a personalidade pura no DNA.

Mas a nossa herança genética pode, sim, influenciar o funcionamento do corpo, que, numa cultura ou em outra, resulta em comportamentos diferentes. Ao nascer, cada ser humano carrega uma composição de 30 mil a 35 mil genes, formações de DNA que ficam ali dentro dos nossos 23 pares de cromossomos. As principais descobertas dos geneticistas do comportamento relacionam os genes à regulação de mecanismos fisiológicos que mudam o comportamento, como impulsividade, vício de determinadas substâncias e memorização.

Há indicações, por exemplo, de diferenças genéticas na regulação da dopamina, neurotransmissor relacionado à sensação de prazer. Em algumas pessoas, a cocaína provocaria uma descarga anormal de dopamina, causando vício. É provável que esse medidor químico sofra uma deficiência natural e, portanto, alguns indivíduos sejam mais suscetíveis a se viciar em cocaína, dizem os pesquisadores Howard S. Friedman e Miriam W. Schustack, autores de Teorias da Personalidade.


Uma pesquisa do Instituto de Psiquiatria de Londres, divulgada no ano passado, mostra como o comportamento pode ser afetado por uma interação entre genes e ambiente. Ela teve acesso a um estudo que acompanha desde 1972 a saúde física e mental de mais de 1 000 pessoas desde o nascimento. Descobriu que homens maltratados na infância tinham uma probabilidade 10 vezes maior que os demais de cometer crimes violentos desde que, além de terem sofrido maus-tratos, possuíssem pequena atividade da enzima MAOA do cromossomo X, que permite níveis elevados de serotonina. No total, 85% dos homens maltratados na infância e cuja MAOA é pouco ativa exibiram comportamento violento ao longo da vida.

Entre os que possuíam a forma muito ativa, os maustratos não aumentaram o comportamento violento. Outro exemplo é o gene FOXP2, no cromossomo 7, isolado recentemente pelo Centro de Genética Humana da Fundação Wellcome, no Reino Unido. Mutações nesse gene causam deficiências específicas de linguagem ele parece ser necessário para o desenvolvimento da fala. Ele permite que a mente humana absorva, a partir das experiências vividas na 1ª infância, o aprendizado necessário para falar, afirma Matt Ridley.

Com problemas de fala, é mais fácil para a criança desenvolver traços como a timidez. A composição genética tem ainda efeitos indiretos, que acabam influenciando até o comportamento dos pais. É que, por mais que digam o contrário, os pais variam a forma de tratamento conforme o filho. Crianças alegres, que sorriem e olham nos olhos dos pais, costumam deixá-los gratos e mais carinhosos.

Segundo uma pesquisa de 1994 feita pela Universidade da Pensilvânia, alguns autistas que não costumam olhar nos olhos ou expressar emoções têm, por isso, pais indiferentes e um pouco frios. Outro exemplo é a beleza das crianças. Se a composição genética faz uma criança ser considerada bonita, ela terá mais chances de ser o centro da atenção dos pais. E isso influenciará sua personalidade.



Endereço desta matéria:
http://www.superinteressante.com.br/revista/248/materia_revista_270039.shtml
1987 - 2010 Editora Abril S.A. Todos os direitos reservados.

DNA não é destino!

Em Juízes 13:3-4, 8, 12-14, a Bíblia relata a anunciação à esposa de Manoá de que ela conceberia um filho. Aquele menino seria levantado por Deus como libertador de Israel. Seria um menino especial com um desígnio especial. Por isso, instruções específicas foram dadas à ela.

Com base nessas instruções, a Sra. White escreve em Ciência do Bom Viver, p. 372-373 que “É-nos ensinado nas Escrituras o cuidado com que a mãe deve vigiar seus hábitos de vida. Quando o Senhor quis levantar Sansão como libertador de Israel, "o anjo do Senhor" (Juí. 13:13) apareceu à mãe, dando-lhe instruções especiais com relação a seus hábitos, e também quanto ao cuidado da criança. "Agora, pois, não bebas vinho nem bebida forte e não comas coisa imunda." Juí. 13:7. O efeito das influências pré-natais é olhado por muitos pais como coisa de somenos importância; o Céu, porém, não o considera assim. A mensagem enviada por um anjo de Deus, e duas vezes dada da maneira mais solene, mostra que isso merece nossa mais atenta consideração. Nas palavras dirigidas à mãe hebréia, Deus fala a todas as mães de todas as épocas. "De tudo quanto Eu disse à mulher se guardará ela." Juí. 13:13. A felicidade da criança será afetada pelos hábitos da mãe. Seus apetites e paixões devem ser regidos por princípios. Existem coisas que lhe convém evitar, coisas a combater, se quer cumprir o desígnio de Deus a seu respeito ao dar-lhe um filho. Se antes do nascimento de seu filho, ela é condescendente consigo mesma, egoísta, impaciente e exigente, esses traços se refletirão na disposição da criança. Assim, muitas crianças têm recebido como herança quase invencíveis tendências para o mal.”

Do texto acima, podemos depreender pelo menos duas observações muito importantes: primeiro é que, por duas vezes, a mãe de Sansão foi advertida de como deveria ser sua alimentação antes mesmo da concepção do menino. Segundo é que, o Espírito de Profecia deixa claro que os hábitos da mãe, seus apetites e paixões, quando não regidos por princípios divinos, deixarão na sua prole um legado genético de tendências quase invencíveis para o mal.

Analisemos um outro texto sobre o legado genético, em Temperança, p. 173-174: “Pai e mãe transmitem aos filhos suas características, mentais e físicas, e suas disposições e apetites. Como resultado da intemperança paterna, as crianças muitas vezes têm falta de força física, e de capacidade mental e moral. Alcoólatras e fumantes podem transmitir a seus filhos seu insaciável desejo, seu sangue inflamado e nervos irritáveis; e efetivamente o fazem. O libertino, muitas vezes, lega à prole, como herança, os seus desejos impuros, e mesmo doenças repugnantes. E, como os filhos têm menos poder para resistir à tentação do que o tiveram seus pais, a tendência é que cada geração decaia mais e mais.” Mais à frente, na mesma página, ela continua: “Nossos antepassados nos legaram costumes e apetites que estão enchendo o mundo de enfermidades. Os pecados dos pais, mediante o apetite pervertido, são com terrível poder visitados nos filhos até à terceira e quarta gerações. A errônea alimentação de muitas gerações, os hábitos glutões e a condescendência consigo mesmo que há no povo, estão enchendo nossos asilos de mendicidade, nossas prisões e os asilos de alienados.” “Onde quer que os hábitos dos pais sejam contrários à lei física, o dano causado a si mesmos repetir-se-á nas gerações futuras.

Com base na leitura das citações acima, podemos agora adicionar uma terceira observação: o legado genético de tendências para o mal, transmitidas de pais para filhos, sejam elas físicas, mentais ou morais são transmitidas não só para a 1ª descendência, mas para as gerações futuras.

Podemos então, aqui, com base nos textos acima, concluir que as tendências para o mal permeiam a linha germinal (linhagem) alcançando gerações futuras distantes, quiçá até a terceira e quarta? Sim! Essa conclusão é nítida!

Mas para não ficarmos somente nos textos da Sra. White, o que seria suficiente para os Filhos de Deus, que pela fé acreditam e confiam no seu Senhor, analisemos o que a ciência tem a dizer sobre esse assunto.

No livro Understanding Nutrition, p. 515, nós encontramos: “No caso de gravidez, a nutrição da mãe pode permanentemente mudar a expressão genética no feto. Algumas pesquisas sugerem que a programação fetal, ou seja, a influência de substâncias durante o crescimento fetal no desenvolvimento de doenças na vida adulta, pode influenciar várias gerações sucessoras.”

Essa seria, então, a implicação física que tem a alimentação materna durante a gravidez, no que diz respeito ao desenvolvimento de doenças em sua descendência quando na fase adulta. E o que é mais interessante é que essas influências não se limitam só à primeira geração, mas a várias gerações sucessoras. Para reforçar essa idéia, na página 510 do mesmo livro, lemos: “Adultos jovens que nutrem e protegem seu corpo não só o fazem somente por eles mesmos, mas também por futuras gerações.” (R. M. Sharp and S. Franks, Environment, lifestyle and infertility – An inter-generational issue, Nature Cell Biology 4 (2002): s33-s40.)
Com base nos textos acima, podemos agora fazer um paralelo entre as duas fontes. De acordo com a Sra. White, a errônea alimentação de muitas gerações, os hábitos glutões e a condescendência própria são as causas dos muitos males sociais, sejam eles físicos, intelectuais ou morais, que se perpetuam de geração em geração. A ciência vem hoje, mais de cem anos após os escritos da Sra. White, dizer-nos, com outras palavras, a mesma coisa.

Recentemente, com o advento da Epigenética, que é o ramo da genética que estuda a influência de fatores externos sobre os genes, os cientistas descobriram que a grande porcentagem do nosso genoma que se pensava não ter função nenhuma, o “DNA lixo”, faz a conexão dos nossos genes com o ambiente externo, “ligando ou desligando” os genes de acordo com os hábitos e o estilo de vida da pessoa. Ou seja, a ciência conclui que o ambiente interfere de modo decisivo no código genético, promovendo alterações no funcionamento dos genes, e que essas alterações, hoje chamadas alterações epigenéticas, podem passar de pais para filhos.

Os cientistas, com base nos seus experimentos, estão deslumbrados com os resultados que têm obtido. Chegam a dizer que é um abrir de olhos um crescente corpo de evidências sugerindo que as mudanças epigenéticas operadas pela dieta de uma pessoa, seu comportamento, ou o meio ambiente que lhe cerca podem fazer seu caminho dentro da linha germinal e ecoar longe no futuro. “De forma simples, e bizarro como possa soar”, dizem eles, o que nós comemos hoje pode afetar a saúde e o comportamento de nossos netos.

Mais e mais, os pesquisadores estão descobrindo que uma porção extra de uma vitamina na dieta, uma breve exposição a uma toxina, mesmo uma dose adicional de maternidade pode ajustar o epigenoma e, assim, alterar o software dos nossos genes, de maneiras que afetam o corpo e o cérebro de um indivíduo. A surpresa maior é a recente descoberta de que os sinais epigenéticos do ambiente podem ser passados de uma geração para outra, às vezes por várias gerações, sem alterar uma única sequência de gene.

A pergunta que agora podemos fazer é: o que Epigenética tem a ver conosco, professos seguidores de Jesus Cristo? Será que a dieta que adotamos hoje, nosso comportamento, ou o ambiente que frequentamos pode ter alguma influência na nossa conduta cristã? Será que as nossas escolhas de hoje têm implicações no desenvolvimento e estabelecimento de nosso caráter, e o mais importante, no caráter das gerações vindouras?

Podemos analisar mais alguns textos da Sra. White que são bem pertinentes ao conhecimento que a ciência de hoje nos tem dado. O primeiro encontra-se em 1MCP, p. 147: “Apenas pouco tempo habitou Ló em Zoar. A iniquidade prevalecia ali como em Sodoma, e ele temeu ficar, pelo receio de ser destruída a cidade. Não muito tempo depois, Zoar foi consumida conforme fora o intuito de Deus. Ló encaminhou-se para as montanhas e habitou em uma caverna, despojado de tudo aquilo por amor de que ousara sujeitar sua família às influências de uma cidade ímpia. Mas a maldição de Sodoma seguiu-o mesmo ali. A conduta pecaminosa de suas filhas foi o resultado das más associações naquele vil lugar. A corrupção moral se entretecera de tal maneira com o caráter delas que não podiam discernir entre o bem e o mal. A última posteridade de Ló, os Moabitas e Amonitas, foram tribos vis, idólatras, rebeldes a Deus e inimigos figadais de Seu povo.”

Da leitura acima podemos perceber nitidamente as influências pecaminosas que o ambiente em que as filhas de Ló cresceram exerceram sobre seu caráter e o caráter de seus descendentes de gerações distantes. Diante disso, vem-nos a pergunta: DNA é então destino? Estamos fadados a desenvolver as mesmas enfermidades de nossa família? Estamos fadados a cometer os mesmo erros e pecados de nossos ancestrais? Ou podemos exercer algum controle sobre nosso legado genético, e fazer escolhas que irão “silenciar” as tendências quase invencíveis para o mal que herdamos de nossos pais? A ciência vem assegurar-nos que as marcas epigenéticas são reversíveis, e que a noção de gene como destino tem sido provada ultrapassada. E que subitamente, para melhor ou para pior, nós parecemos ter uma medida de controle sobre nosso legado genético.

Nós, os cristãos de hoje, temos uma grande missão que repousa basicamente sobre nossas escolhas: o preparo de uma geração que irá refletir o caráter de Cristo. Segundo a Sra. White, em Educação p. 225, “a formação do caráter é a obra mais importante que já foi confiada a seres humanos”. Por quê? Porque Satanás está a trabalhar para representar mal o caráter de Deus. “Se já houve um povo em necessidade de constantemente obter luz do céu, é o povo que, neste tempo de perigo, Deus tem chamado para ser os depositários de Sua santa lei e vindicar Seu caráter perante o mundo. Aqueles a quem tem sido dada uma confiança tão sagrada devem ser espiritualizados, elevados, vitalizados pelas verdades que eles professam acreditar.” 5T 745-6

Ela nos insta a que “através do correto exercício do poder de decisão, uma mudança inteira deve ser feita na vida. Rendendo o desejo a Cristo, nós aliamos nós mesmos ao poder divino. Nós recebemos força do alto para nos ajudar a permanecer firmes. Uma vida pura e nobre, uma vida de vitória sobre o apetite e as paixões, é possível a todos os que unirem o seu fraco e oscilante poder de decisão ao firme e onipotente poder de Deus”. CSS 440.2

“Deus aceitará somente aqueles que estão determinados a alcançar o alto. Ele coloca todo agente humano sob obrigação para fazer o seu melhor. Perfeição moral é requerida de todos. Nunca devíamos nós rebaixar os padrões de justiça a fim de acomodar tendências hereditárias ou cultivadas para fazer o mal. Nós precisamos entender que imperfeição de caráter é pecado”. PJ 330.2

Que Deus possa nos ajudar, irmãos, para que, a despeito de nossa herança genética, por pior que ela seja, possamos fazer as escolhas certas, e assim, cooperar com Ele na construção de um caráter que venha vindicar o Seu. Unamos, todos, o nosso fraco e oscilante poder de decisão ao firme e onipotente poder de Deus, a fim de prepararmos uma geração vitoriosa.

E é aqui que quero fazer a conexão com vitória sobre pecado sendo promovida de geração em geração através de influências externas tais como alimentação e relações sociais.

Se pais e mães fizessem o que lhes fosse possível para transmitir aos filhos uma boa herança, e depois, mediante sábia direção, se esforçassem para remediar qualquer má condição inata, que mudança para melhor não testemunharia o mundo! CBV 381



A ideologia dos genes


A genética determina o comportamento? Determinismo+genetico+falacia+darwinismo+charles+darwin+iba+mendes

Escrevendo acerca dos defensores do determinismo genético, ou seja, dos que postulam que determinados comportamentos humanos sejam meros resultados da ação dos genes, Marcel Blanc sintetiza, em “Os Herdeiros de Darwin”, um pouco da fragilidade desta falácia:
“Eles não têm, na maioria das vezes, nenhuma prova direta de que este ou aquele comportamento examinado é determinado geneticamente. Apenas, postulam-no por uma necessidade da teoria. Por exemplo, se a guerra intertribal permite a um grupo propagar seus genes de modo mais eficaz (após o extermínio do grupo rival), então deve haver genes da guerra da conquista. Mas com este tipo de raciocínio pode-se ir longe. Wilson, por exemplo, supõe que há nos seres humanos genes para a homossexualidade, a crença em Deus, a disposição para se deixar doutrinar ou para se conformar com a opinião da maioria. Pode-se da mesma forma supor que existem genes que predispõem a trabalhar, a fazer política, comércio, filosofia, poesia..., uma vez que os seres humanos fazem tudo isso há muito tempo e que sempre podemos imaginar que todas essas atívidades beneficiam a sobrevivência do grupo social (e a propagação dos genes pre-senlrs nesse grupo).
Na verdade, nenhum estudo demonstrou que existe um determinismo genético de algum traço, mesmo que seja da personalidade humana. Os únicos estudos que poderiam ter um valor de demonstração aos olhos dos geneticistas são os que tratam dos gêmeos univitelinos separados. Estes tem exatamente o mesmo patrimônio genético e, se forem separados suficientemente cedo (como consequência de problemas familiares), pode-se tentar ver se seu desempenho intelectual, se seus traços de personalidade (introversão, humor, etc.) são influenciados prioritariamente por sua família adotiva ou por seu patrimônio genético. Em geral, os estudos sobre gêmeos univitelinos separados têm demonstrado que há uma grande semelhança em seu desempennho e em seus traços de personalidade sugerindo a preponderância da hereditariedade sobre o meio de adocão. O que leva muitos cientistas a dizerem que o determinismo genético da inteligência e dos traços de personalidade é, portanto, muito forte. Porém, o psicólogo americano L. Kamim demonstrou claramente que, na maior parte desses estudos, os gêmeos univitelinos não eram realmente separados (por exemplo, eram hospedados por famílias da vizinhança, logo, viam-se com frequência, etc.). Além disso, como assinalou o geneticista R. Lewontin, nenhum desses estudos é suficientemente rigoroso: não há realmente diversidade nos meios de adocão dos gêmeos univitelinos separados, de maneira que a semelhança de comportamento pode ser atribuída a uma semelhança de seus respectivos ambientes” (Editora Scritta, 1994, p. 202, 203).
Outro que também teceu duras críticas ao determinismo genético, foi Ulisses Capozolli, diretor (na época) da revista Scientific American Brasil, numa entrevista concedida a Claudio Tognolli, em seu livro “A falácia Genética”:
TOGNOLLI: Como o senhor tem lido as notícias que relatam, por exemplo, a descoberta de “genes do homicídio":
CAPOZOLLI: Eu acho que há duas questões aí. A primeira é um esforço, uma tentativa, de localizar as coisas como se você as pontuasse geograficamente, na verdade uma visão reducionista da ciência, você vai num determinado lugar, abre uma arca e as coisas estão todas ali, e você tira, e não expõe aos olhos digamos devassadores da ciência. Não se leva em conta o balanço das coisas, do mundo. O gene é como qualquer coisa do mundo, tem uma história, ele é produto de uma história, ele é moldado numa interação com o ambiente, por exemplo. E nada disso é novo. Esse tipo de coisa não é considerado, isto é, dizer que algo é genético é fazer uma simplificação, você coloca dentro dessas questões e você retira disso todo um processo histórico, como se não tivesse espaço, história, ambiente, memória, não tem nada, é um negócio que está ali. Isso é um pouco parecido com a visão cartesiana do universo, um sistema de mecanismos de relógio, e quando Isaac Newton chega e diz há uma força agindo à distância, eles o chamam de bruxo, porque a coisa não batia com a visão cartesiana. O outro lado dessa questão é uma reação da ciência moderna contra a visão teológica, você tinha uma visão do mundo, na Idade Média, e quando a revolução científica se manifesta no século XVII houve uma nova disposição. Foi muito interessante isso, no sentido de varrer toda a falsa ciência. Então, por exemplo, toda a vez que aparecia um cometa as igrejas tocavam os sinos e os poderosos e os pobres, todos com peso de consciência, iam lá, especialmente os ricos, e faziam as doações e a Igreja aceitava, se bem que o mundo fosse acabar. Então vejamos, quando Newton anuncia o princípio de gravitação, há um ordenamento no cosmos e ao mesmo tempo são varridos todos esses demónios do obscurantismo. Mas toda essa racionalização do mundo faz uma figura muito genérica, muito ampla, e você escamoteia uma série de questões. O problema do vitalismo, por exemplo: você tem duas árvores, uma viva e a outra morta. O que uma árvore viva tem que a morta não tem mais? Tem uma energia vital, e a isso o velho Aristóteles responderia sem dificuldades. Se você fizer a mesma pergunta para alguém hoje, a pessoa vai te responder o seguinte: que o fungo matou, que o pesticida matou, que a praga matou, mas escamoteia a resposta, vai te dizer do que ela morreu, mas não era essa a tua pergunta. Então eu acho que com o gene aconteceu a mesma coisa, a ideia do vitalismo foi varrendo e chegamos na estrutura genética. Então temos agora essa visão puramente mecanicista e reducionista da vida. Existe um certo receio hoje de se olhar para outras possibilidades, e na cabeça dessas pessoas o outro extremo é a ideia de Deus, o do que o Papa ou o Pastor falam. Temos hoje um confinamento num par de pólos opostos. Você não tem uma visão intermediária no meio disso que evoque o profundo mistério do mundo. Então eu acho que essa é uma dificuldade da imprensa mas é também uma dificuldade da academia, especialmente de uma academia com uma tradição e uma herança positivista como a nossa" (Escrituras Editora, 2003, 218, 219).
Igualmente Stephen Jay Gould, que sempre se mostrou um severo crítico da "ideologia do DNA". Por exemplo, em seu livro “Darwin e os Grandes Enigmas da Vida”, escreveu:
“Os partidários do determinismo biológico asseveram que a ciência pode deslindar todo um emaranhado de superstições e sentimentalismos e instruir-nos sobre nossa verdadeira natureza. Suas afirmações, porém, têm tido um efeito diferente: são usadas pêlos líderes de sociedades de classes estratificadas para afirmar que uma ordem social vigente deve prevalecer porque é uma lei da natureza. Naturalmente que nenhuma opinião deve ser rejeitada porque não gostamos de suas implicações. A verdade, como a entendemos, deve ser o critério primeiro. No entanto, as asserções dos deterministas sempre acabaram mostrando-se especulações preconceituosas e não fatos comprovados — a antropologia criminal de Lombroso é o melhor exemplo que conheço” (p. 220).
“Uma vez mais o determinismo biológico faz alarde, cria uma onda de debates e conversas inconsequentes e desaparece por falta de provas. Por que somos tão fascinados por hipóteses que envolvem disposição inata? Por que o desejo de impingir a responsabilidade por nossa violência e sexismo em nossos genes? A marca registrada da humanidade não é só nossa capacidade mental, é também nossa flexibilidade mental. Fizemos o mundo e podemos mudá-lo” (p. 225).
“Quais seriam, então, as razões não-científicas que favoreceram o ressurgimento do determinismo biológico? Variam, suspeito eu, de metas vulgares como o pagamento de polpudos royalties a best sellers a tentativas perniciosas de reintroduzir o racismo como ciência respeitável. Seu denominador comum deve estar em nosso mal-estar atual. É muito satisfatório descarregar a responsabilidade pela guerra e violência em nossos ancestrais, presumivelmente carnívoros. É muito conveniente culpar os pobres e famintos por sua condição — antes que nos vejamos forçados a culpar nosso sistema econômico ou nosso governo pelo fracasso abjeto em garantir uma vida decente para todos. E que argumento conveniente para aqueles que controlam o governo e que, por sinal, fornecem o dinheiro de que precisa a ciência para sua própria existência!” (Editora Martins Fontes, 1999, p. 236).
E, por fim, Nélio Bizzo, que destila "venenosamente" sua ironia sobre os sociobiólogos darwinistas:
"Dentro dessa ótica, o comportamento social humano seria apenas e tão somente o resultado da expressão de genes incrustrudos em nosso material genético, que a seleção natural teria cuidado de apurar com o decorrer das gerações. Seria possível agora entender a disputa entre Aquiles e Agamenon, na llíada, por uma bela escrava, e porque os filhos nascidos dessas conquistas eram tolerados pelas esposas legítimas, sendo homens livres e utilizando o nome do pai biológico.
A “psicologia evolucionista” poderia até mesmo transformar em paradigma biológico, verdadeiro objetivo perseguido pela natureza, a mulher grega da época heróica de Homero, a reprodutora que cuida da casa, dos filhos e das escravas, que o marido transforma em concubinas a seu bel-prazer. Da mesma forma, a prostituição, protegida pelo Estado em Atenas, poderia também ser um imperativo biológico. Os jônios, quem diria, poderiam agora ter seu comportamento sexual e sua organização social explicados pela “nova ciência” e, ainda por cima, verem-se transformados em exemplos modelares da evolução biológica do comportamento moral.
É bem verdade que esta não seria a primeira tentativa. Basta lembrar que há pouco mais de vinte anos manchetes anunciavam uma nova ciência e um livro revolucionário: “Sociobiologia: A nova síntese”. Seu autor, Edward Wilson, de Harvard, pretendia explicar os comportamentos sociais humanos, e a própria organização social, sob a ótica do darwinismo.
Os supostos genes que determinariam a riqueza dos indivíduos, posição social, sucesso empresarial e até mesmo a cultura (!), profetizados na época pela sociobiologia, provaram ser apenas mais um exercício de ficção científica ou de proselitismo ideológico” ("Darwinismo, ciência e ideologia”. In: “Pesspectivas em Epistemologia e História das Ciências”. Universidade Estadual de Feira de Santana, 1997).

É isso!





Genes ao gosto de freguês


A ideologia do DNA na imprensa


A genética determina o comportamento? Gfrds

1. GENE DO OTIMISMO
"Uma pesquisa da Universidade de Essex, na Grã-Bretanha, sugeriu que ver o mundo com otimismo ou pessimismo pode depender da versão que uma pessoa possui de um gene envolvido no transporte de um hormônio, a serotonina, que influencia o humor" (BBC).

2. GENE DA POPULARIDADE
"A popularidade de uma pessoa e sua habilidade de formar grupos sociais é, em parte, influenciada pela herança genética, sugere pesquisa das universidades de Harvard e da Califórnia, nos Estados Unidos" (BBC).

3. GENE DO TRANSEXUALISMO
"Pesquisadores australianos dizem ter identificado uma importante conexão entre um gene que interfere na ação do hormônio testosterona e o transexualismo masculino" (BBC).

4. GENE DA ANSIEDADE
“Segundo os pesquisadores, características genéticas poderiam ajudar a explicar por que experiências traumáticas dão apenas lembranças ruins a algumas pessoas, enquanto outras desenvolvem condições como o transtorno de estresse pós-traumático" (BBC).

5. O GENE POLÍTICO
“A decisão de votar é, em parte, genética, sugere um estudo realizado nos Estados Unidos e publicado na edição de julho da revista científica American Political Science Review" (BBC).

6. GENE DA FELICIDADE
“Uma pesquisa da Universidade de Edimburgo, na Escócia, indica que o nível de felicidade de uma pessoa durante sua vida pode ser, em parte, controlado pelos genes” (BBC).

7. GENE ANTI-SOCIAL
“A razão do comportamento anti-social de algumas crianças pode estar ligada à genética, segundo uma pesquisa do King's College, na Inglaterra, divulgada na publicação britânica Jornal de Psicologia e Psiquiatria” (BBC).

8. GENE DO MAU HUMOR
“Pesquisadores americanos afirmaram ter localizado um gene que controla os níveis de uma substância química cerebral que influi no humor, sobretudo das mulheres. O estudo foi publicado pela revista especializada Proceedings of the National Academy of Sciences e indica que pessoas que têm uma variante desse gene estão mais propensas a reagir mal a experiências ruins. As fêmeas dos macacos pesquisados portadoras dessa variante do gene apresentaram mais sinais de variação no humor e maiores níveis de um hormônio relacionado ao estresse do que os machos” (BBC).

9. GENE DA TRAIÇÃO FEMININA
“Um estudo realizado na Grã-Bretanha afirma que algumas pessoas seriam geneticamente programadas para a infidelidade” (BBC).

É isso!






Eduardo
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